Curvaturas de Superfícies Quádricas
Curvaturas de Superfícies Quádricas
Curvaturas de Superfícies Quádricas
BOA VISTA – RR
2006
CURVATURAS MÉDIA E GAUSSIANA DE SUPERFÍCIES QUÁDRICAS . Tra-
balho de Conclusão de Curso apresentado por ELZIMAR DE OLIVEIRA RUFINO
em Fevereiro de 2006 ao Departamento de Matemática, considerado satisfatório para
obtenção do Tı́tulo de Especialista em Matemática pela Universidade Federal de Ro-
raima e aprovado pela Banca Examinadora.
ii
Dedico a Deus, a meus pais e a meu querido irmão
Mariano de Oliveira Rufino(in memorian).
iii
Índice
Lista de Figuras vi
Agradecimentos vii
Resumo viii
Abstract ix
Introdução x
1 Preliminares 1
1.1 Superfı́cie Parametrizada Regular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Curvas Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 Primeira Forma Quadrática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 Aplicação Normal de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.5 Diferencial da Aplicação Normal de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.6 Curvatura Normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.7 Cálculo das Curvaturas Gaussiana e Média . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.8 Classificação dos Pontos de uma Superfı́cie . . . . . . . . . . . . . . . 10
2 Superfı́cies Quádricas 12
iv
3.9 Cone Quadrático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.10 Cilindro Parabólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
A 42
A.1 O teorema espectral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Referências Bibliográficas 45
v
Lista de Figuras
2.1 Esfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2 Elipsóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3 Hiperbolóide Elı́ptico de uma folha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.4 Parabolóide hiperbólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.5 Cilindro Elı́ptico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.6 Cone quadrático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.7 Parabolóide Elı́ptico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.8 Cilindro Hiperbólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.9 Cilindro Parabólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.10 Hiperbolóide Elı́ptico de duas folhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
vi
Agradecimentos
vii
Resumo
viii
Abstract
The purpose of this monograph is to study quadric surfaces from the Differential
Geometry point of view. More precisely, we estudy the mean and gaussian curvature
of these surfaces and the classification of theire points.
ix
Introdução
Este trabalho tem como objetivo estudar as superfı́cies quádricas sob o ponto
de vista da Geometria Diferencial. Mais precisamente, estuda-se as curvaturas média
e gaussiana de superfı́cies quádricas e aplicações na classificações de pontos de tais
superfı́cies.
Lembramos que as quádricas são superfı́cies do R3 da forma
X X
aij xi xj + bi xi + c = 0.
x
Capı́tulo 1
Preliminares
i) X ∈ C ∞ (U )
1
Fixado (uo , vo ) ∈ U ⊂ R2 , as curvas
α(t) = X(u(t), vo ),
β(t) = X(uo , v(t)),
Iq : Tq X −→ R
w Iq (w) = hw, wi
Então
Agora denotando
E = hXu , Xu i; (1.1)
F = hXu , Xv i; (1.2)
G = hXv , Xv i. (1.3)
2
temos que
Iq (w) = a2 E + 2abF + b2 G,
Xu × Xv
N (u, v) = ,
kXu × Xv k
3
De (1.4) obtemos
∂(hXu , N i)
= hXuv , N i + hXu , Nv i = 0, (1.5)
∂v
e também
∂(hXv , N i)
= hXvu , N i + hXv , Nu i = 0. (1.6)
∂u
Agora de (1.5) e (1.6) encontramos
hXuv , N i = −hXu , Nv i,
hXvu , N i = −hXv , Nu i.
−dNp (v1 ) = k1 v1 ,
− dN. p (v2 ) = k2 v2 .
e
1 1
H(p) = tr(−dNp ) = · (k1 (p) + k2 (p)). (1.8)
2 2
4
1.6 Curvatura Normal
Uma curva α : I −→ R2 é dita parametrizada pelo comprimento de arco, se
para cada to ,t1 ∈ I, to ≤ t1 o comprimento do arco da curva α de to a t1 é igual a
t1 − to . Isto é,
Z t1
kα0 (t)kdt = t1 − to .
to
0
ou seja, kα (t)k = 1 ∀t ∈ I.
Seja α :]a, b[−→ S uma curva parametrizada pelo comprimento de arco. A
curvatura normal de α em α(s) é a componente de α00 (s) segundo a normal a S nesse
ponto, e é dada por Kn (α, s) = hα00 (s), N ◦α(s)i. Se a curva não estiver parametrizada
pelo comprimento de arco, a fórmula para o cálculo da curvatura normal é
1
Kn (α, s) = h hα00 (s), N ◦ α(s)i, onde v(s) = |α0 (s)| .
v(s)2
ou ainda
5
Proposição 1.3. i) A curvatura normal Kn (α, s) em α(s) só depende da direção
tangente à curva no instante s : mais precisamente se α e β forem curvas em
S tangentes uma à outra em α(so ) = β(so ) = po então Kn (α, so ) = Kn (β, so ).
Demonstração :
ii) Fixemos po e seja (~v1 , ~v2 ) uma base ortonormal de Tpo S constituida por auto-
vetores de −dNpo . Pondo α0 (so ) = a~v1 + b~v2 , temos a2 + b2 = 1; e além disso,
Delas resulta que as curvaturas normais cobrem todo o intervalo [k1 , k2 ]; e que
se k1 < k2 , o mı́nimo só é atingido para α0 (so ) = ±~v1 e o máximo para α0 (so ) =
±~v2 .
6
fundamental nas coordenadas (u, v), e são calculadas pelas fórmulas
temos
qα(t) (α0 (t)) = hu0 Xu + v 0 Xv , −dNα(t) (u0 Xu + v 0 Xv )i
= eu02 + 2f u0 v 0 + gv 02 ,
eu02 + 2f u0 v 0 + gv 0
kn (t) = ,
kα0 (t)k2
ou ainda
eu02 + 2f u0 v 0 + gv 02
kn = . (1.9)
Eu02 + 2F u0 v 0 + Gv 02
7
1.7 Cálculo das Curvaturas Gaussiana e Média
Trataremos agora de encontrar fórmulas explı́citas para o cálculo das curvaturas
Gaussiana e Média de uma superfı́cie parametrizada regular, em função dos coeficientes
da primeira e da segunda forma quadrática fundamental.
Consideremos a matriz !
a11 a12
(aij ) =
a21 a22
hXuu , N i = e,
hXuv , N i = f,
hXvv , N i = g
8
e ainda substituindo, devidamente, nas equações (1.10), (1.11), (1.12) e (1.13) determinamos
donde
f F − eG gF − f G
a11 = a12 =
EG − F 2 EG − F 2
eF − f E f F − gE
a21 = a22 = .
EG − F 2 EG − F 2
1 Ge − F f + Eg
H = tr(aij ) = . (1.16)
2 2(EG − F 2 )
Lembramos aqui que as curvaturas principais k1 e k2 são os auto-valores da
matriz −dN = (aij ).
9
1.8 Classificação dos Pontos de uma Superfı́cie
Seja X(u, v) uma superfı́cie parametrizada regular. De acordo com os valores
das curvaturas Gaussiana e Média , um ponto p = (u, v) diz-se:
• elı́ptico se K(p) > 0 (isto é, se as curvaturas principais forem ambas positivas ou
ambas negativas);
• hiperbólico se K(p) < 0 (as curvaturas principais tem sinais opostos)
• parabólico se K(p) = 0 e H(p) 6= 0 (uma das curvaturas principais é nula e a
outra é não- nula);
• planar se K(p) = H(p) = 0 (as curvaturas principais são nulas)
• umbı́lico se k1 (p) = k2 (p).
10
Proposição 1.5. Seja X : U ⊂ R2 −→ R3 uma superfı́cie parametrizada regular.
Um ponto q ∈ U é umbı́lico, se e só se, existe um número real λ tal que
11
Capı́tulo 2
Superfı́cies Quádricas
Não temos interesse, aqui, em equações que não nos permitam, imediatamente,
identificar o tipo de superfı́cie quádrica que elas representam. Por esse motivo
escolhemos os eixos coordenados de maneira que as equações estejam em sua forma
mais simples.
Os gráficos das superfı́cies que estaremos estudando serão construidos utilizando-
se o software Maple através de suas respectivas parametrizações.
As superfı́cies quádricas a serem estudadas são as seguintes:
12
1. Esfera
(a) Superfı́cie
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y 2 + z 2 = a2 }.
(b) Parametrização
13
2. Elipsóide
(a) Superfı́cie
x2 y 2 z 2
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; + 2 + 2 = 1}.
a2 b c
(b) Parametrização
14
3. Hiperbolóide Elı́ptico de uma Folha
(a) Superfı́cie
x2 y 2 z 2
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; + 2 − 2 = 1}.
a2 b c
(b) Parametrização
15
4. Parabolóide Hiperbólico
(a) Superfı́cie
−x2 y 2
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; + 2 = cz}.
a2 b
(b) Parametrização
X : R2 −→ R3 e X é definida por
v 2 u2
X(u, v) = (u, v, − 2 ).
b2 a
16
5. Cilindro Elı́ptico
(a) Superfı́cie
x2 y 2
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; + 2 = 1}.
a2 b
(b) Parametrização
17
6. Cone Quadrático
(a) Superfı́cie
x2 y 2
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; + 2 = z 2 }.
a2 b
(b) Parametrização
18
7. Parabolóide Elı́ptico
(a) Superfı́cie
x2 y 2
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; + 2 = cz}.
a2 b
(b) Parametrização
X : R2 −→ R3 e X é definida por
u2 v 2
X(u, v) = (u, v, + 2 ).
a2 b
19
8. Cilindro Hiperbólico
(a) Superfı́cie
x2 y 2
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; − 2 = 1}.
a2 b
(b) Parametrização
X : R2 −→ R3 e X é definida por
20
9. Cilindro Parabólico
(a) Superfı́cie
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; x = ay 2 }.
(b) Parametrização
X : R2 −→ R3 e X é definida por
21
10. Hiperbolóide Elı́ptico de duas folhas
(a) Superfı́cie
−x2 y 2 z 2
S = {(x, y, z) ∈ R3 ; + 2 − 2 = 1}.
a2 b c
(b) Parametrização
22
Capı́tulo 3
3.1 Elipsóide
Dada a parametrização X : U ⊂ R2 −→ R3 definida por
Então,
−bc sen v cos u −ac sen v sen u −ab cos v
N (u, v) = ( √ , √ , √ )
A A A
onde A = (ac sen v sen u)2 + (bc sen v cos u)2 + (ab cos v)2
23
De (3.1) e (3.2) facilmente obtemos
3.2 Esfera
Dada a parametrização X : U ⊂ R2 −→ R3 definida por
24
onde U = {(u, v) ∈ R2 ; u ∈ R e 0 < v < π}, basta fazer a = b = c nas curvaturas do
elipsóide e obtemos para a esfera:
1 1
K(u, v) = e H(u, v) =
a2 a
u2 v 2
X(u, v) = (u, v, + 2 ),
a2 b
onde U = {(u, v) ∈ R2 ; u, v ∈ R}, obtemos os seguintes resultados
2u
Xu = (1, 0, ),
a2
2v
Xv = (0, 1, 2 ).
b
Daı́ resulta que
2
Xuu = (0, 0, ),
a2
Xuv = (0, 0, 0),
2
Xvv = (0, 0, 2 ),
b
−2u −2v 1
N (u, v) = ( √ , √ , √ ),
2
a C b C2 C
4u2 4v 2
onde C = + 4 + 1.
a4 b
25
respectivamente, por:
4u2
E= + 1,
a4
4u2
F= ,
(ab)2
4v 2
G= + 1,
b4
2
e= √ ,
a2 C
f= 0,
2
g= √ .
2
b C
Utilizando os resultados anteriores, obtemos:
1 u2 v 2 1 −2
K(u, v) = [ + 4 + ] ,
4(ab)2 a4 b 4
26
b cos u a sen u
N (u, v) = ( p ,p , 0).
(a sen u)2 + (b cos u)2 (a sen u)2 + (b cos u)2
−ab
e= √ ,
a2 sen 2 u + b2 cos2 u
f = 0,
g = 0.
K(u, v) = 0,
−ab
H(u, v) = 3 .
2[(a sen u)2 + (b cos u)2 ] 2
v 2 u2
X(u, v) = (u, v, − 2 ),
b2 a
obtemos:
−2u
Xu = (1, 0, ) (3.5)
a2
2v
Xv = (0, 1, 2 ) (3.6)
b
27
Agora utilizando-se das equações (3.7) e (3.8) encontramos:
−2
Xuu = (0, 0, ),
a2
Xuv = (0, 0, 0),
2
Xvv = (0, 0, 2 ),
b
2u −2v 1
√ , √ , √ ).
N (u, v) = (
a22
C b C C
Logo os coeficientes da primeira e segunda forma fundamental são dados,
respectivamente, por:
4u2
E= + 1,
a4
−4uv
F= ,
(ab)2
4v 2
G = 4 + 1,
b
e por
−2
e= √ ,
a2 C
f = 0,
2
g= √ .
2
b C
Donde resulta
−1 u2 v 2
K(u, v) = 2
( 4 + 4 + 1)−2 ,
4(ab) a b
28
3.6 Hiperbolóide Elı́ptico de duas folhas
Considerando a parametrização X : U ⊂ R2 −→ R3 dada por
√
X(u, v) = (au cos v, bu sen v, c u2 + 1),
cu
Xu = (a cos v, b sen v, √ )
u2 + 1
Xv = (−au sen v, bu cos v, 0)
e também
√
−bcu cos v −ac sen v ab u2 + 1
N (u, v) = ( √ , √ , √ )
D D D
onde D = (bcu cos v)2 + (acu sen v)2 + (ab)2 (u2 + 1).
Além disso,
c
Xuu = (0, 0, 3 )
(u2 + 1) 2
Xuv = (−a sen v, b cos v, 0)
Xvv = (−au cos v, −bu sen v, 0)
(cu)2
E = (a cos v)2 + (b sen v)2 + ,
(u2 + 1)
F = −a2 u sen v cos v + b2 u sen v cos v,
G = (au sen v)2 + (bu cos v)2 ,
29
e por
abc
e= √ ,
(u2 + 1) D
f = 0,
abcu2
g= √ .
D
√
1 (au cos v)2 (bu sen v)2 (c u2 + 1)2 −2
K(u, v) = [ + + ] ,
(abc)2 a4 b4 c4
determinamos:
e também
bcoshu −asenhu
N (u, v) = ( p ,p , 0).
(bcoshu)2 + (asenhu)2 (bcoshu)2 + (asenhu)2
30
Logo, seguem-se os coeficientes da primeira forma fundamental
E = (a senhu)2 + (b coshu)2 ,
F = 0,
G = 1,
K(u, v) = 0
ab
H(u, v) = 3 .
2[(asenhu)2 ) + (bcoshu)2 ] 2
donde encontramos
a cos v b sen v
Xuu = ( 3 , 3 , 0),
(u2 + 1) 2 (u2 + 1) 2
31
−au sen v bu cos v
Xuv = √ ,√ , 0),
u2 + 1 u2 + 1
√ √
Xvv = (−a u2 + 1 cos v, −b u2 + 1 sen v, 0).
(aucos(v))2 + (busen(v))2
E= ,
(u2 + 1)
F = ucos(v)sen(v)(b2 − a2 ),
G = (u2 + 1)[(bcos(v))2 + (asen(v))2 ]
e por
−abc
e= √ ,
(u2 + 1) D
f = 0,
abc(u2 + 1)
g= √ .
D
Agora, utilizando as equações anteriores e com as devidas operações obetmos , respectivamente,as
curvaturas gaussiana e média,
√ √
−1 (a u2 + 1 cos v)2 (b u2 + 1 sen v)2 (cu)2 −2
K(u, v) = [ , , 4 ] ,
(abc)2 a4 b4 c
32
3.9 Cone Quadrático
Considerando a parametrização X : U ⊂ R2 −→ R3 dada por
e por
e = 0,
f = 0,
abu
g= p .
(a sen v)2 + (b cos v)2 + (ab)2
33
Dos coeficientes E, F, G, e, f e g acima determinados encontramos:
K(u, v) = 0
e
ab[(a cos v)2 + (b sen v)2 + 1]
H(u, v) = 3 .
2u[(ab)2 + (a sen v)2 + (b cos v)2 ] 2
temos que:
Xu = (2au, 1, 0),
Xv = (0, 0, 1),
resultando, portanto
E = (2au)2 + 1,
F = 0,
G = 1,
34
e por
−2a
e= p ,
(2au)2 + 1
f = 0,
g = 0.
K(u, v) = 0
e
a
H(u, v) = 3 .
[(2au)2 + 1] 2
35
Capı́tulo 4
Classificação de pontos em
superfı́cies quádricas.
Vejamos agora a classificação dos pontos das superfı́cies quádricas que estamos
estudando.
4.1 Esfera
1
Sabemos que K(u, v) = > 0 para todo (u, v) com u ∈ R e 0 < v < 2π.
a2
Logo concluimos que todos os pontos da esfera são elı́pticos.
Observamos ainda que H 2 = K, portanto, pela proposição 1.4, todos os pontos
da esfera são umbı́licos.
4.2 Elipsóide
A curvatura Gaussiana do elipsóide é dada por
36
para todo (u,v) onde u ∈ R e 0 < v < 2π. Então concluimos que todos os pontos do
elipsóide são elı́pticos.
Pela propopsição (1.5) , um ponto é umbı́lico, se e só se,
e = λE (4.1)
f = λF (4.2)
g = λG, (4.3)
onde λ é igual às curvaturas principais de X em (u, v). No caso do elipsóide, como
K(u, v) > 0 , temos que λ 6= 0.
Agora f = 0 implica F = 0 e das equac cões (4.1) e (4.3) devemos ter eG = gE, ou
seja, (u, v) é umbı́lico , se e só se,
(a cos v cos u)2 + (b cos v sen u)2 + (c sen v)2 = (a sen u)2 + (b cos u)2 (4.5)
Vamos nos deter aqui apenas no caso em que a > b > c > 0. Assim é fácil
ver que se cos u = 0 ou cos v = 0 , não existe (u, v) satisfazendo as equações acima.
Portanto devemos considerar sen u = 0. Substituindo sen u = 0 na equação (4.5)
resulta
b2 = (a cos v)2 + (c sen v)2 (4.6)
b2 − c2
cos2 v =
a2 − c2
e
a2 − b2
sen2 v = .
a2 − c2
37
Desta forma, considerando X(u, v) = (x(u, v), y(u, v), z(u, v)), os pontos umbĺicos no
elipsóide resumem-se a quatro pontos, ou seja, aqueles cujas coordenadas são descritas
por s s
2 2
a −b b2 − c2
x(u, v) = ±a , y(u, v) = 0, z(u, v) = ±c .
a2 − c2 a2 − c2
4v 2 = a2 b2 − b4 . (4.7)
38
e
−ab
H(u, v) = 3 6= 0.
2[(a sen u)2 + (b cos u)2 ] 2
39
Veremos apenas o caso em que a > b > c > 0. Veja que se sen v = 0 , não existe
(u, v) que satisfaça as equações acima. Logo devemos ter u cos v = 0 e como u 6= 0
temos que cosv = 0 que substituindo-se na segunda equação de (4.8), obtemos
a2 = (u2 + 1)b2 + c2 u2 .
e
ab
H(u, v) = 6= 0,
+ (b coshu)2 ) 32
2((a senhu)2
concluimos que todos os pontos do cilindro hiperbólicos são parabólicos.
Além disso H 2 − K = H 2 6= 0 e portanto o cilindro hiperbólico não possui
pontos umbı́licos.
40
para todo (u, v) onde u ∈ R e 0 < v < π . Portanto todos os pontos do hiperbolóide
elı́ptico de uma folha são hiperbólicos.Como K < 0, concluimos que esta superfı́cie
não possui pontos umbı́licos.
ab((acos(v))2 + (bsen(v))2 + 1)
K(u, v) = 0 e H(u, v) = 3 6= 0,
2u((ab)2 + (asen(v))2 + (bcos(v))2 ) 2
para todo (u, v) com u ∈ R e 0 < v < π, concluimos que todos os pontos do cone
quadrático são parabólicos. É fácil ver também que esta superfı́cie não possui pontos
umbı́licos.
K(u, v) = 0
e
a
H(u, v) = 6= 0
(4(au)2 + 1) 32
para todo (u, v) com u, v ∈ R. Logo todos os seus pontos são parabólicos.
Como H 2 − K = H 2 6= 0 , concluimos que o cilindro parabólico não possui
pontos umbı́licos.
41
Apêndice A
42
Como dimF = 1 temos que dimF ⊥ = n − 1 e então pela hipótese de indução existe
uma base ortonormal {u1 , ..., un } ⊂ F ⊥ formada por autovetores de A : F ⊥ −→ F ⊥ .
Portanto {u1 , ..., un−1 , un } ⊂ E é uma base ortonormal formada por autovetores de
A.
43
para todo u ∈ E, logo A(v + v , ) = Av + Av , . De modo análogo se verifica que
A(αv) = α(Av) para α ∈ R e v ∈ E quaisquer, portanto A : E −→ E é linear. Em
relação a uma base ortonormal U = {u1 , ..., um } ⊂ E, o ij −ésimo elemento da matriz
de A é hei , Aej i = B(ei , ej ) = ij − ésimo da matriz de B. Assim a forma bilinear B e
o operador A que a ela correspondem, têm a mesma matriz na base U. Daı́ decorre
que a correspondência B −→ A é um isomorfismo entre B(E × E) e L(E) e que A é
auto adjunto se, e somente se, B é simétrica.
44
Referências Bibliográficas
[2] BOLDRINI,José L..Álgebra LInear. São Paulo: Harper & Row do Brasil,1980.
45