Revisão Criminal
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Direito Penal
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça
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OAB XX EXAME DE ORDEM
Direito Penal
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Direito Penal
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Identificação
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da
Cédula de Identidade número _____________, expedida pela ________________ inscrito no Cadas-
tro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ____________________, residência e
domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem
oferecer
REVISÃO CRIMINAL
com fundamento no art. 621 (indicar inciso correspondente), do Código de Processo Penal, não se
conformando com a sentença ________________ (indicar o tipo da sentença), já transitada em julga-
do, conforme certidão em anexo, pelas razões de fato e direito a seguir expostas.
1. Dos Fatos
Falar os pontos principais dos fatos que ensejam a interposição da revisão criminal.
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor:
“A respeitável decisão proferida merece ser rescindida pelos motivos de fato e direito a seguir
aduzidos.”
2. Do Direito
Fale inicialmente qual foi o equívoco cometido pelo juiz para depois mencionar o direito aplicado ao
caso concreto que será o fundamento da Revisão Criminal.
3. Do Pedido
Deve-se fazer o pedido pleiteando o deferimento do pedido revisional e a reforma da decisão (indi-
cando qual é o tipo de reforma que se quer nos termos do art. 626 do CPP – absolvição; desclassifi-
cação; diminuição da pena; anulação da sentença). Possibilidade ainda de pedido de justa indeniza-
ção com fundamento no art. 630 do mesmo diploma legal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data
Advogado, OAB
CASOS PRÁTICOS
CASO PRÁTICO RESOLVIDO
Caio foi condenado definitivamente, em sentença transitado em julgado, a uma pena de 9 anos de re-
clusão em regime prisional inicialmente fechado, tendo em vista que, segundo prova dos autos, come-
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teu o crime de estupro, art. 213, caput, do Código Penal, pois teria constrangido Carla a praticar atos
diversos da conjunção carnal, utilizando-se de violência. Após 2 anos do trânsito em julgado da senten-
ça condenatória, estando Caio cumprindo a pena privativa de liberdade imposta, Carla confidenciou a
sua amiga íntima Tatiana que, na verdade, Caio não praticou atos diversos da conjunção carnal com
violência, tendo em vista que Caio era seu namorado, só que ninguém poderia saber disso. Carla disse,
ainda, que consentiu na prática dos atos diversos da conjunção carnal, e como Caio não queria manter
o relacionamento às escondidas, como era a intenção de Carla, ele acabou terminando o relacionamen-
to, o que causou uma grande raiva em Carla e a fez procurar a delegacia e inventar que tinha sido víti-
ma de estupro. Tatiana ficou horrorizada com a confidência de sua amiga e foi, de imediato, procurar o
pai e a mãe de Caio, tendo ela informado todos os fatos para estes dois. Caio também ficou sabendo da
confidência por intermédio de seus pais e resolveu contratar um advogado. Na qualidade de advogado
contratado por Caio apresente a medida processual cabível para impugnar a decisão.
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Caio, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número ___, ex-
pedida pela ____ inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número
______, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a
este instrumento, vem oferecer
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com fundamento no art. 621, III, do Código de Processo Penal, não se conformando com a sentença
condenatória já transitada em julgado, conforme certidão em anexo, pelas razões de fato e direito a
seguir expostas.
1. Dos Fatos
O revisionando foi condenado definitivamente, em sede de primeiro grau, em sentença transi-
tado em julgado, a uma pena de 9 anos de reclusão em regime prisional inicialmente fechado, tendo
em vista que, segundo prova dos autos, teria supostamente cometido o crime de estupro, art. 213,
caput, do Código Penal, pois teria constrangido a vítima Carla a praticar atos diversos da conjunção
carnal, utilizando-se de violência.
Ocorreu que surgiu nova prova de inocência do revisionando, tendo em vista que, após 2 anos
do trânsito em julgado da sentença condenatória, estando o revisionando cumprindo a pena privativa
de liberdade imposta, a vítima confidenciou à sua amiga íntima Tatiana que, na verdade, o revisio-
nando não praticou atos diversos da conjunção carnal com violência, tendo em vista que o revisio-
nando era seu namorado, só que ninguém poderia saber disso.
A vítima disse, ainda, que consentiu na prática dos atos diversos da conjunção carnal, e como
o revisionando não queria manter o relacionamento às escondidas, como era a intenção da vítima,
ele acabou terminando o relacionamento, o que causou uma grande raiva na vítima e a fez procurar a
delegacia e inventar que tinha sido vítima de estupro.
A respeitável decisão proferida merece ser rescindida pelos motivos de fato e direito a seguir
aduzidos.
2. Do Direito
No caso concreto, após a sentença, surgiram novas provas de inocência do réu, nos termos do
art. 621, III, do Código de Processo Penal, o que irá acarretar a absolvição do revisionando, nos ter-
mos do art. 626 do Código de Processo Penal.
A vítima confidenciou a sua amiga Tatiana, que, na verdade, o revisionando não praticou atos
diversos da conjunção carnal com violência contra a vítima, tendo esta consentido na prática dos
atos.
Ora, para que se possa falar no crime de estupro, deve-se haver a prática de conjunção carnal
ou de atos diversos da conjunção carnal com violência ou grave ameaça contra a vítima. No caso
concreto, como o revisionando não praticou atos diversos da conjunção carnal com violência contra a
vítima, o revisionado cometeu um fato atípico, não estando configurado o crime de estupro.
Desta forma, surgiram novas provas de inocência do revisionado que ensejam a sua absolvi-
ção, pois o fato atribuído ao réu não constitui infração penal. 3. Do Pedido Diante do exposto, requer-
se o deferimento do pedido revisional e a reforma da decisão para absolver o revisionando, pois o
fato atribuído a este não constitui infração penal, nos termos dos artigos 386, III, 621, III e 626 do Có-
digo de Processo Penal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data
Advogado, OAB
CASO PRÁTICO PROPOSTO
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Tiago foi acusado pela prática de lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º do CP) contra Mévio,
no mês de fevereiro quando este voltava para casa. Narram os autos que no dia e hora do fato, o acu-
sado estava bebendo em um bar quando viu a vítima e saiu para tirar satisfações com ela, ocasião em
que entraram em luta corporal e Tiago, com a intenção de lesionar, empurrou Mévio que veio a cair,
bater a cabeça na calçada e morrer ainda no local. Na fase de instrução criminal, os depoimentos tes-
temunhais apontaram como autor do delito Caio, que também se encontrava no local, mas que não foi
indiciado pela autoridade policial nem denunciado pelo representante do Ministério Público. Além disso,
restou comprovado que o acusado, no dia e hora do crime não se encontrava na localidade. Mesmo
assim, o juiz sentenciante condenou Tiago a uma pena de 10 anos de reclusão, sentença transitada em
julgado em junho de 2014. Marta, mulher de Tiago, não se conformou com a condenação do seu marido
e resolveu procurar um advogado.
RESPOSTA:
• Peça: REVISÃO CRIMINAL, com fundamento no art. 621, I, parte final, do Código de Processo Penal.
• Tese: Alegar que o juiz sentenciou contrariamente à prova constante nos autos.
• Pedido: Deve-se fazer o pedido pleiteando seja julgado procedente o pedido revisional, para, com fun-
damento no art. 626 do Código de Processo Penal, que seja desde logo reformada a decisão para de-
cretar a absolvição do agente, com base no art. 386, IV, do mesmo código.
OBS.: Perfeitamente possível requerer o pedido constante no art. 630 do Código de Processo Penal.
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