Princípios de Telecomunicações PDF
Princípios de Telecomunicações PDF
Princípios de Telecomunicações PDF
cações
Comunicação é o transporte da informação de um ponto a outro. Em nosso caso, estamos
interessados na comunicação via sinais elétricos. Ou seja, transporte da informação através
de sinal elétrico. O sinal é um dos elementos básicos nas telecomunicações, é através de
manipulações convenientes que associamos a ele a informação. Por exemplo: transmissão
de voz.
Fonte (voz) =⇒ Transdutor (microfone) =⇒ sinal elétrico (100-3400Hz)
A princípio, para transmitir esse sinal, conforme ilustra a Figura 1, é preciso uma antena de
comprimento de, no mínimo, um quarto do comprimento de onda do sinal a ser transmitido.
Por isso, para encontrar soluções para situações desse tipo, as quais envolvem um
tratamento do sinal a ser transmitido e dimensionamento dos dispositivos de um sistema
de comunicação, que a disciplina de Princípios de Telecomunicações envolve:
(
Classicação
Estudo de sinais
Análise
(
Análise de Fourier Série de Fourier
1 Parte
a
Transformada de Fourier
(
Análise no Tempo
Filtragem de Sinais
Análise na Feqüência
Densidade Espectral e Correlação de Sinais
1
AM
Portadora Senoidal FM
Ângulo
ASK
FSK
2a Parte Modulação de Sinais
PSK
Trem de Pulsos PAM
PCM
DPCM
DM
2
1 Elementos de um Sistema de Comunicação
O propósito de um sistema de comunicações é conduzir os sinais de informação a partir
de uma fonte, localizada em um ponto, para um usuário de destino, localizado em outro
ponto.
A Figura 1 representa o diagrama de blocos de um sistema de comunicação.
1
4. Compressão de dados;
5. A tecnologia digital torna novos serviços disponíveis.
Estas vantagens são obtidas, todavia, com o custo do aumento da largura de faixa do canal
de transmissão e aumento da complexidade do sistema. A primeira exigência é fornecida
através da disponibilidade de canais de banda larga. A segunda exigência é obtida com o
uso de tecnologias VLSI (very large scale integration).
Destacase entre os métodos que podem ser usados para a transmissão de sinais de
mensagem em canais de comunicação a modulação por codicação de pulso (PCM).
1.2 Modulação
2
1 Decibel dB
O decibel é uma expressão da relação entre dois sinais que expressa ganho (amplicação)
ou perda (atenuação). Os sinais podem ser tensões, correntes ou níveis de potência, como
ilustrado na Figura 1.
A utilização do decibel facilita cálculos onde há uma grande variação entre as grandezas
envolvidas, pois o uso de logaritmos torna estes números pequenos e fáceis de manipular.
Em cálculos de enlaces de telecomunicações, há grande variações entre potências de trans-
missão e recepção de um sinal, observe o seguinte exemplo:
Exemplo: Considere que uma estação rádio base de telefonia celular (ERB) esteja ir-
radiando, efetivamente (incluindo ganho da antena), 80 watts de potência . Considere que
um telefone celular (TC), a uma determinada distância dessa ERB, receba um sinal de
aproximadamente 2 nanowatts.
1 Como as unidades metros e centímetros. Para valores menores que 1m, centímetro é a unidade de
medida mais indicada, 100 vezes menor que o metro. A unidade de medida, metro, seria grande.
1
Tabela 2: Faixa de variação das potências
Watts dB
1.2 Exercícios
19dBW −(−87)dBW = 106dB
Atenuação = ,
49dBm −(−57)dBm = 106dB
ou
80
= 10 log ( 2×10 −9 )
Atenuação = .
= 106dB
Note que, na resolução apresentada, o uso do decibel permitiu transformar divisão
(perdas) em subtração. Caso fosse um produto (ganho) ocorreria uma soma de valores
com a utilização do decibel.
2. A potência irradiada pela antena de um transmissor é de 200W e a potência recebida
no receptor é de 100mW? Expresse essas potências em dBm. Qual a atenuação do
sinal entre transmissor e receptor?
2
Figura 2: Receptor
2 Referência bibliográca
1. Rohde & Schwarz. dB or not dB? Everything you ever wanted to know about decibels
but were afraid to ask... . Disponível na Internet via WWW. URL:
http://www.eetimes.com/electrical-engineers/education-training/tech-papers
/4127502/dB-or-not-dB-Everything-You-Ever-Wanted-to-Know-About-Decibels-
But-Were-Afraid-to-Ask. Arquivo obtido em 11 de agosto de 2010.
3
1 Modos de operação de um meio de transmissão
Se refere ao sentido de comunicação em conexões ponto a ponto. São três os modos de
operação:
1
A largura de faixa do sistema está relacionada a velocidade de transmissão. A transmis-
são de grande quantidade de informação em um pequeno intervalo de tempo exige sinais
de banda larga para representar a informação e sistemas de banda larga para acomodar os
sinais.
Se B=1Hz e estou usando 1 bit para representar níveis do sinal, posso representar até
2 níveis por ciclo, bit 1 para um nível, bit 0 para outro nível. Se desejar representar mais
do que dois níveis do sinal por ciclo, posso usar, por exemplo, 2 bits, nesse caso posso
representar 4 níveis utilizando a seqüência de bits 00, 01, 10 e 11 (4 níveis por ciclo).
Assim, tem-se a equação (1).
C = 2B · log2 N, (1)
onde, C é a capacidade do canal em bits por segundo (bps), B a largura de faixa (banda)
em Hertz, N = 2b o número de níveis para representação do sinal e b o número de bits.
Exemplo O canal telefônico tem uma faixa passante de 300 Hz a 3400 Hz, donde
B = 3400−300 = 3100Hz . No extremo de recepção da linha de assinante um valor comum
de relação sinalruído que se obtém é de 30 dB. Nestas condições, o canal telefônico tem
a capacidade de transmissão de sinal:
C = B · log2 (1 + S/N )
C = 3100 · log2 (1 + 1000)
C = 3100 × 9, 96
C = 30876bps
2
capacidade de armazenamento de energia, o que não permite cargas ou descargas instantâ-
neas. Existe, portanto, um intervalo mínimo τ para que o sistema responda a uma transição
do sinal entrante. Este intervalo é relacionado com a faixa de passagem do sistema.
3 Exercícios
1. Dê a resposta em dBm
2. Assuma que um canal telefônico apresenta largura de banda B = 300 MHz e 1024
níveis de tensão. Qual a máxima taxa de transmissão?
3. Suponha que o espectro de um canal está entre 3MHz e 4MHz e a relação sinal ruído
é de 20 dB, determine a capacidade do canal de comunicação em bits por segundo.
4. Qual a relação sinal ruído, em dB, necessária para atingir uma capacidade de 20Mbps
para uma largura de canal de 3MHz? Qual o número de bits necessário para a
transmissão dos dados?
3
1 Métodos de Análise de Sinais
Em telecomunicações, em geral, o sinal que chega ao destinatário (receptor) é diferente
daquele produzido pela fonte em razão das limitações no processo de transmissão:
(
Ruído no canal de comunicação ;
Limitações
Distorção do sinal .
(
Maior potência do sinal para sobrepor o ruído;
Recursos
Maior largura de banda do canal para evitar distorção.
Analógico:
( largura de banda do canal no mínimo igual a do sinal.
1
1.1 Sistemas Lineares e Invariantes no Tempo
Há diversos métodos para se fazer a análise de sinais. Na prática a análise de Fourier tem
maior vantagem em razão de que a saída de um sistema, devido a uma entrada senoidal, é
um outro sinal senoidal de mesma freqüência (mas com fase e amplitudes diferentes) sob
2 condições:
Por exemplo, seja um sistema linear e invariante no tempo (LTI Linear Time Invariant ),
excitado por um sinal de freqüência única representado pela função do tempo exponencial
complexa, conforme Figura 4.
A resposta do sistema deverá ser igual a AH(f ) exp(j2πf t), onde H(f ) é denominada a
função de transferência do sistema. Ainda, a função exp(j2πf t) é composta por parte real
e imaginária, portando conhece-se a amplitude e fase da componente de freqüência do sinal.
Observe que a resposta do sistema apresenta exatamente a mesma variação com o tempo
que a excitação aplicada. Esta notável propriedade do sistema LTI só pode ser vericada
através do uso da função exponencial complexa no tempo.
Em geral, em sistemas de comunicações se está interessado em uma faixa de freqüências.
Por exemplo, o espectro de freqüências da voz vai bem além de 10KHz, mas a concentração
2
de energia esta na faixa de 100Hz até 600Hz e o sinal de voz (Sistema telefônico) de 300
a 3400Hz para uma boa inteligibilidade . Assim, para ser signicativo na descrição de um
sinal no domínio da freqüência precisa-se conhecer a fase e amplitude de cada componente
de freqüência do sinal. Isso é obtido fazendo-se a análise de freqüência do sinal.
(
Série de Fourier para sinais periódicos
Análise de Fourier
Transformada de Fourier para sinais aperiódicos
1. Linearidade
2. Invariável no Tempo
2 Exercícios
1. Determine, a partir das repostas dos sistemas a seguir, se o sistema é linear, invariante
no tempo ou ambos.
a. y(n) = (n + 1)x(n − 1)
b. y(n) = x(n + 1)x(n)x(n − 1)
3
1 Sinais e sua Classicação
Pode-se denir um sinal como uma função de valor único a cada instante de tempo, que
contém informação sobre a natureza de um fenômeno físico. Nesse estudo são considerados
cinco diferentes métodos de divisão dos sinais, cada um em duas classes:
Por outro lado, um sinal de tempo discreto é denido somente em instantes isolados de
tempo. Desta forma, a variável independente, neste caso t, tem somente valores discretos
t = nTs , os quais no geral são uniformemente espaçados. Ts é denominado período de
amostragem e n = 0, ±1, ±2, ±3, ...
para todo t.
As denições acima pressupõem que os sinais têm valores reais. Quando o sinal de
interesse tem valor complexo pode-se falar de simetria conjugada. Diz-se que um sinal de
valor complexo g(t) é conjugado simétrico se ele satiszer a condição:
onde, o asterisco denota conjugado complexo. Se g(t) = a(t) + jb(t), então, g ∗ (t) =
a(t) − jb(t).
para todo t em que To é uma constante. O menor valor de To que satisfaz esta condição é
chamado período de g(t).
1
1.4 Sinais determinísticos & sinais aleatórios
Um sinal determinístico é um sinal sobre o qual não existe nenhuma incerteza com respeito
a seu valor em qualquer tempo.
Por outro lado, um sinal aleatório é um sinal sobre o qual há incerteza antes de sua
ocorrência real. O ruído é um exemplo de sinal aleatório.
Baseando-se nesta convenção, denimos a energia total do sinal de tempo contínuo g(t)
como:
Z−T Z∞
E = lim 2
g (t)dt = g 2 (t)dt. (6)
T →∞
T −∞
Z−T
1
P = lim g 2 (t)dt. (7)
T →∞ 2T
T
2
2 Exercícios
1. Se g(t) = cos( πt+7
23
) ∀t ∈ < é um sinal periódico, determine seu período.
3
1 Análise de Fourier
Motivação: obter o espectro de um dado sinal, o qual descreve o conteúdo de freqüências
deste sinal.
Pode-se utilizar idéia semelhante para decompor um sinal g(t) em termos de componen-
tes ortogonais. Uma forma de fazer isto, é empregar as funções ortogonais seno e cosseno,
que é o que faz a Análise de Fourier.
1
Observação: Duas funções A(t) e B(t) são ortogonais em um intervalo [a, b] se :
Zb
A(t) · B(t)dt = 0
a
Jean Baptiste Joseph Fourier mostrou que funções periódicas período To , no intervalo
[− T2o≤ t ≤ T2o ], podem ser expressas como uma soma innita de funções trigonométicas
na forma:
∞
X 2πnt 2πnt
g(t) = ao + 2 [an cos( ) + bn sin( )], (1)
n=1
To To
onde:
• Se g(t) é uma função par os coecientes bn são iguais a zero. Se g(t) é uma função
ímpar os coecientes an são iguais a zero;
• 2π
To
= Wo = 2πfo , é a freqüência fundamental do sinal g(t);
• nWo , são chamadas harmônicas de ordem superior, n = 1, 2, 3, ....
T0
Z2
1 2πnt
an = g(t) cos( )dt (3)
T0 To
−T0
2
T0
Z2
1 2πnt
bn = g(t) sin( )dt (4)
T0 To
−T0
2
2
Um exemplo da decomposição gráca de um sinal g(t) ilustrado na Figura 3, é apre-
sentado pela Figura 6(a). Inicialmente g(t) é decomposto em componente DC, Figura 4,
e componente AC, Figura 5. A componente AC é então decomposta em senos e cossenos
de várias frequências, nfo . A Figura 6(a) mostra o primeiro e terceiro harmônico dessa
decomposição. A Figura 6(b) apresenta o resultado da soma desses dois harmônicos.
3
(a) Primeiro e terceiro harmônicos de g(t).
no intervalo).
T0
Z2
| g(t)dt |, (5)
−T0
2
2 Análise espectral
Para cada freqüência, fn = n · f0 , determinase uma componente cosseno, an · cos( 2πnt
To
), e
uma seno, bn ·sin( To ). A composição dessas componentes fornece a verdadeira componente
2πnt
tan−1 ( abnn ). Por conseguinte, se tem dois grácos para analisar as componentes espectrais
de um sinal g(t), um gráco de amplitude e um outro de fase. Observe que o gráco para
Cn é discreto, pois seu valor ocorre em algumas frequências. O gráco de fase também é
4
importante, pois a composição correta do sinal, a partir de sua série de Fourier, depende
da fase de cada componente de freqência.
3 Exercícios
1. Determine os coecientes de Fourier de para as Figuras 7 e 8:
5
1 Série Trigonométrica de Fourier
∞
2πnt 2πnt
(1)
X
g(t) = ao + 2 [an cos( ) + bn sin( )].
n=1
To To
A equação (1) expressa a série Trigonométrica de Fourier . Tal série pode ser colocada em
uma forma mais simples através do emprego de exponenciais complexas substituindo:
2πnt 1 2πnt 2πnt
cos( ) = [exp(j ) + exp(−j )];
To 2 To To
2πnt 1 2πnt 2πnt
sin( ) = [exp(j ) − exp(−j )],
To 2j To To
obtendo:
∞ ∞
2πnt 2πnt
(2)
X X
g(t) = a0 + (an − jbn ) exp(j )+ (an + jbn ) exp(−j ),
n=1
To n=1
To
assim,
∞
2πnt
(3)
X
g(t) = Fn exp(j ),
n=−∞
To
onde: T0
Z2
1 2πnt
Fn = g(t) exp(−j )dt, n = 0, ±1, ±2, ... (4)
To To
−T0
2
1
e negativas, as quais são harmonicamente relacionadas a fundamental. As freqüências
negativas são devido ao modelo matemático da equação o qual requer o seu uso.
Fn é complexo, possui um módulo e uma fase, isto é, Fn = |Fn |exp(jθn ) ou F−n =
|F−n |exp(−jθn ). Por isso temos um espectro de amplitudes, como ilustra a Figura 1, e
outro de fase.
2 Exercícios
1. Escreva a função periódica g(t) na forma exponencial, equação 3, e obtenha os grácos
de amplitude e fase:
(a) (
1 se, 0 < t < π
g(t) = , (5)
−1 se, − π < t < 0
(b) Sinal g(t) de período To
(
1 se, | t |≤ 2δ
g(t) = , (6)
0 se, | t | > 2δ
(c)
2
1 Série Exponencial de Fourier
Determinando a série exponencial de Fourier para a função periódica g(t) denida por:
(
A se, | t |≤ 2δ
g(t) = , (1)
0 se, | t | > 2δ
Para isso, empregamos a equação abaixo para determinar os coecientes de Fourier Fn .
To
Z2
1 2πnt
Fn = g(t) exp(−j )dt, n = 0, ±1, ±2, ...
To To
n=− T2o
δ
Z2
A 2πnt
Fn = 1 × exp(−j )dt,
To To
n=− 2δ
A 1 2πnt t= 2δ
Fn = × × exp(−j ) |t=− δ ,
To −j 2πn
To
To 2
A 1 2πn 2δ 2πn 2δ
Fn = × × [exp(−j ) − exp(j )],
To −j 2πn
To
To To
A 1 1 2πn 2δ 2πn 2δ
Fn = × πn × { × [exp(j ) − exp(−j )]},
To To
2j To To
A 1 2πn 2δ
Fn = × πn × sin ( ),
To To
To
2πn δ
Aδ sin ( To 2 )
Fn = × ,
To 2πn Aδ
2
To
observe que:
sin(x)
sinc(x) = ,
x
assim,
Aδ 2πn 2δ
Fn = × sinc( ),
To To
2πn 2δ
Analisando o resultado da equação acima, tem-se que, quando n = 0, sinc( To
) → 1.
2πn δ
Ainda, para n 6= 0 e n × 2δ sendo múltiplo de To , sinc( To 2 ) = 0. Por exemplo, para To = 1
4
2πn 2δ
eδ= 1
20
, sinc( To
) = 0 para f = (5fo , 10fo , 15fo ,...). Conforme ilustra a Figura 2.
1
O que acontece se o período da função aumentar e tender ao innito? No tempo,
a Figura 1 mostra o efeito quando To → ∞. O intervalo entre freqüências do espectro
eletromagnético diminuirá e o espectro torna-se contínuo. A amplitude do espectro eletro-
magnético também diminuirá. A Figura 2 ilustra o espectro de freqüências esperado para
a Figura 1.
Note, na Figura 1, que a medida que o período aumenta a função torna-se um único
pulso, isto é, uma função nãoperiódica. O que leva a possibilidade de empregar a análise
de Fourier para sinais nãoperiódicos.
2 Transformada de Fourier
Observe que
∞
X 2πnt
g(t) = Fn exp(j ), (2)
n=−∞
To
é periódica pois:
2πnt 2πn(t + To )
exp[j ] = exp[j ], (3)
To To
assim, se uma função é representada no intervalo (t, t + To ) pela série de Fourier, essa
representação poderá ser mantida para todo o intervalo (−∞, ∞) se a função for periódica.
Mas não desejamos analisar apenas funções periódicas, desejamos analisar qualquer
tipo de função no intervalo (−∞, ∞). Pode-se construir uma função periódica gp (t), de
modo que g(t) represente um ciclo dessa função, conforme é ilustrado na Figura 1.
Fazendo T0 → ∞, gp (t) no limite é igual a g(t). Assim:
2
Figura 2: Função sinc(·) espectro de freqüências para a Figura 1.
E a série de Fourier que representa gp (t) em todo o intervalo (−∞, ∞) passa a representar
g(t). Matematicamente:
∞
X 2πnt
gp (t) = Fn exp(j ), (5)
n=−∞
To
onde:
To
Z2
1 2πnt
Fn = g(t) exp(−j )dt, n = 0, ±1, ±2, ... (6)
To To
− T2o
Fazendo ∆f = 1
To
, fn = n
To
e G(fn ) = Fn · To , tem-se:
∞
X n 1
gp (t) = Fn · To exp(j2π t) · ,
n=−∞
To To
∞
X
gp (t) = G(fn ) exp(j2πfn t)∆f, (7)
n=−∞
3
onde,
To
Z2
2πnt
Fn · To = g(t) exp(−j )dt, n = 0, ±1, ±2, ...,
To
− T2o
ou seja,
To
Z2
G(fn ) = gp (t) exp(j2πfn t)dt, (8)
− T2o
onde,
Z∞
G(f ) = g(t) exp(j2πfn t)dt, (10)
−∞
G(f ) é uma função complexa, existindo para valores contínuos de freqüência e expressa
uma densidade espectral de amplitude e fase.
3 Exercícios
1. Determine a transformada de Fourier da função g(t) ilustrada na Figura 3:
4
1 Transformada de Fourier
A série de Fourier só se aplica a sinais periódicos. Sinais que não são periódicos têm uma
outra representação através da transformada de Fourier 1 .
Um sinal aperiódico pode ser visto como um sinal periódico com um período innito.
Mas na série de Fourier, quando o período To de um sinal periódico aumenta, a frequên-
cia fo = T1o diminui, e os termos harmonicamente relacionados cam mais próximos na
frequência.
onde,
Z∞
G(f ) = g(t) exp(−j2πf t)dt, (2)
−∞
2 Exercícios
1. Desenhe o espectro de amplitude para a função gp (t) de período To ilustrada na
Figura 1. Faça To = 21 e após To = 81 , para ambos os grácos use δ = 40
1
. Com base
nesses grácos descreva o comportamento das componentes de freqüência de gp (t) a
medida que To aumenta.
2. Apresente o espectro de amplitude e de fase para g(t) = u(t) exp (−αt), sendo α > 0.
1 Texto retirado das notas de aula do professor J. A. M. Felippe de Souza, em 06 de abril de 2010
1
Figura 1: Sinal gp (t), função pulso.
2
1 Propriedades da Transformada de Fourier
Pode-se perguntar o que ocorre no domínio da freqüência se uma função é derivada no do-
mínio do tempo. Na verdade deseja-se avaliar o efeito que algumas operações importantes,
aplicadas em um domínio, têm sobre o outro domínio. É importante observar que há uma
certa simetria entre as equações, 1 e 2, que denem a transformada de Fourier (TF).
Z∞
G(f ) = g(t) exp(−j2πf t)dt, (1)
−∞
Z∞
g(t) = G(f ) exp(2πf t)df, (2)
−∞
Espera-se que essa simetria se reita nas propriedades da TF. Ou seja, espera-se uma
correspondência entre os domínios do tempo e freqüência, que pode ser representada por:
g(t) ←→ G(f ).
Se, g1 (t) ←→ G1 (f )
e g2 (t) ←→ G2 (f ) , (4)
então, ag1 (t) + bg2 (t) ←→ aG1 (f ) + bG2 (f )
1
Figura 1: Propriedade de simetria para obter a transformada de Fourier da: (a) função
pulso e (b) função sinc.
Z∞
T F {g(at)} = g(at) exp(−j2πf t)dt.
−∞
Fazendo, at = x:
Z∞
x dx
T F {g(at)} = g(x) exp(−j2πf ) ,
a a
−∞
Z∞
1 x
T F {g(at)} = g(x) exp(−j2πf )dx,
a a
−∞
1 f
T F {g(at)} = G( ).
a a
2
1.4 Propriedade de deslocamento em freqüência
Z∞
j2πfc t
T F {g(t)e }= g(t) exp{j2πfc t} exp{−j2πf t}dt,
−∞
Z∞
j2πfc t
T F {g(t)e }= g(t) exp{−j2π(f − fc )t}dt,
−∞
T F {g(t)ej2πfc t } = G(f − fc ),
Z∞
T F {g(t − to )} = g(t − to) exp(−j2πf t)dt,
−∞
Z∞
T F {g(t − to )} = g(x) exp{−j2πf (to + x)}dx,
−∞
Z∞
T F {g(t − to )} = g(x) exp{−j2πf x} exp{−j2πf to }dx,
−∞
3
Z∞
T F {g(t − to )} = exp{−j2πf to } g(x) exp{−j2πf x}dx,
−∞
Exercícios
dg(t)
= (j2πf )g(t)
dt
então,
4
1.7 Propriedade de integração no tempo
Z∞ Z∞ Z t
g(t)dt = G(f )ej2πf t df
−∞ −∞ −∞
Zt Z∞
1
g(t)dt = G(f )ej2πf t df
j2πf
−∞ −∞
Zt
1
g(t)dt = g(t)
j2πf
−∞
então,
Se, g1 (t) ←→ G1 (f )
e, g2 (t) ←→ G2 (f ) (11)
então, g1 (t) · g2 (t) ←→ G1 (f ) ∗ G2 (f )
onde, a equação 12,
Z∞
G1 (f ) ∗ G2 (f ) = G1 (λ)G2 (f − λ)dλ. (12)
−∞
1
dene a convolução de duas funções G1 (f ) e G2 (f ). A convolução expressa a quantidade
de sobreposição de uma função, neste caso G1 (f ), quando ela é deslocada sobre outra
função, G2 (f ). A convolução combina, mistura uma função com a outra.
5
1.10 Propriedade de convolução no domínio do tempo
Se, g1 (t) ←→ G1 (f )
e,
Rg∞
2 (t) ←→ G2 (f ) (13)
então, g1 (t) ∗ g2 (t) = −∞ g1 (τ )g2 (t − τ )dτ ←→ G1 (f ) · G2 (f )
6
Figura 3: Representação gráca da convolução.
7
1.11 Convolução de sinais discretos
O processo de integração de funções contínuas faz com que a operação de convolução seja
uma tarefa complexa para desenvolver sem auxílio computacional. A convolução de sinais
discretos, por ser menos complexa, facilita a compreensão do processo de convolução de
duas funções.
Seja x(nTo ) e h(nTo ) funções resultantes da amostragem das funções contínuas no tempo
x(t) e y(t). Como o período de amostragem, To , é constante, pode-se representar x(nTo ) e
h(nTo ) por:
h[n] = δ[n],
onde δ é a função impulso. A Figura 4 apresenta as funções x[n] e h[n], bem como o
processo de rebatimento e deslocamento de x[n] para iniciar o processo de convolução.
∞
X
y[n] = x[n] ∗ h[n] = h[k]x[n − k], (14)
−∞
8
3
X
y[−2] = h[k]x[−2 − k]
−1
y[−2] = h[−1]x[−2 + 1] + h[0]x[−2 + 0] + h[1]x[−2 − 1] + h[2]x[−2 − 2]
y[−2] = h[−1]x[−1] + h[0]x[−2] + h[1]x[−3] + h[2]x[−4]
y[−2] = 0
3
X
y[−1] = h[k]x[−1 − k]
−1
y[−1] = h[−1]x[−1 + 1] + h[0]x[−1 + 0] + h[1]x[−1 − 1] + h[2]x[−1 − 2]
y[−1] = h[−1]x[0] + h[0]x[−1] + h[1]x[−2] + h[2]x[−3]
y[−1] = h[0]x[−1]
y[−1] = 1
3
X
y[0] = h[k]x[0 − k]
−1
y[0] = h[0]x[0]
y[0] = 1
3
X
y[1] = h[k]x[1 − k]
−1
y[1] = h[0]x[1]
y[1] = 1
3
X
y[2] = h[k]x[2 − k]
−1
y[2] = h[0]x[2]
y[2] = 0
2 Exercício
1. Faça a convolução das funções x[n] = h[n] = δ[n + 1] + δ[n] + δ[n − 1]
9
1 Transformada de Fourier de Funções Periódicas
Através do uso de séries de Fourier um sinal periódico, gp (t), pode ser escrito:
∞
2πnt
(1)
X
gp (t) = Fn exp(j ),
n=−∞
To
onde,
To
Z2
1 2πnt
Fn = gp (t) exp(−j )dt, n = 0, ±1, ±2, ... (2)
To To
n=− T2o
Seja a função g(t) igual a função gp (t) sobre um período e zero em qualquer outro lugar,
isto é: (
gp (t) se, T20 ≤ t ≤ T20
g(t) = , (3)
0 de outro modo
∞
gp (t) pode ser gerado fazendo g(t − mT0 ), sendo m = 0, ±1, ±2, .... g(t) é então
X
m=−∞
gerador de gp (t) e g(t) apresenta transformada de Fourier: g(t) → G(f ). Portanto, os
coecientes Fn na equação 2 podem ser escritos:
To
Z2
1 2πnt
Fn = g(t) exp(−j )dt, n = 0, ±1, ±2, ... (4)
To To
n=− T2o
| {z }
G( Tn )
0
1
Pela propriedade de deslocamento em freqüência, T F {exp(j 2πnt
To
)} é dada por δ(f − Tno )
e, portanto:
∞
1 X n n
T F {gp (t)} = G( )δ(f − ). (7)
T0 n=−∞ T0 To
Por conseguinte, a transformada de Fourier de um sinal periódico consiste de funções delta
ocorrendo a múltiplos inteiros de T10 , freqüência fundamental, e ponderada por G( Tn0 ).
g(t) = δ(t)
T F {δ(t)} = 1,
então ∞
1
X n n
T F {gp (t)} = To
G( )δ(f − )
n=−∞
T0 To
∞
X n
= 1
To
1δ(f − ) (8)
n=−∞
To
∞
1
X n
= To
δ(f − ).
n=−∞
To
Exemplo Obtenha a Transformada de Fourier resultante da multiplicação das funções
∞
g(t) e gp (t) = δ(t − nTo ), ilustradas na Figura 1 onde, Tn = n · To , n = ±1, ±2, ...,
X
n=−∞
são múltiplos do período To . De acordo com o exemplo acima, está-se amostrando o sinal
2
∞
g(t) através de sua multiplicação pelo sinal gp (t) = δ(t − nTo ), que representa um
X
n=−∞
trem de impulsos, o resultado é apresentado na Figura 3. O espectros de g(t) e de gp (t)
estão ilustrados na Figura 2. A multiplicação de g(t) e de gp (t) no domínio do tempo
3
Figura 4: Espectro da função resultante da amostragem de g(t) por gp (t).
4
O desenvolvimento do teorema da amostragem descrito, está baseado na consideração
de que o sinal g(t) é estritamente limitado em faixa. Na prática, um sinal de informação
não é estritamente limitado em faixa. Por isto, pode resultar uma distorção da aplicação
do teorema da amostragem a tais sinais.
5
1 Filtragem e distorções de sinais
Deseja-se mostrar que os sistemas, nesse caso os canais de comunicação, podem ser consi-
derados como ltros lineares e invariantes no tempo. Portanto, apresentam uma largura
de banda que modica o sinal de entrada causando distorções. Considerando um sistema
linear, Figura 1, pretendese determinar sua resposta a um sinal de entrada empregando
a propriedade de amostragem da função impulso, equação 1.
Se h(t) é a resposta ao impulso, conforme ilustra a Figura 3, então h(t) = δ(t) ⊗ h(t).
1
Figura 3: Resposta ao impulso.
pois o sistema é linear e invariante no tempo ( [g(τ )∆τ ] funciona como um peso) e, portanto:
τX
=∞
r(t) = lim [g(τ )∆τ ]h(t − τ )
∆τ →0
τ =−∞ (4)
r(t) = Rg(t) ⊗ h(t)
∞
r(t) = −∞ g(τ )h(t − τ )dτ ,
a partir da propriedade da convolução no tempo, na freqüência se tem:
Exemplo
Um canal de comunicação é caracterizado através do circuito da Figura 4, o qual representa
um ltro RC. Determine, no domínio da freqüência, a resposta ao sinal de entrada g(t) e
a resposta ao impulso h(t). Apresente o espectro de amplitudes | H(f ) | para o canal de
comunicação. Obtenha, também, resposta em fase para h(t), ou seja 6 H(f).
2
Equacionando o circuito, equações de malha (tensão) e nó (corrente), conforme equação
6, se tem:
vr (t) + vc (t) = vtotal (t)
(6)
i(t) = c dv
dt
c
ainda,
vr (t) = i(t) · R
vtotal (t) = i(t) · R + 1c i(t)dt
R
Resposta do sistema:
r(t) = vcR
r(t) = 1c i(t)dt
Aplicando a transformada de Fourier à resposta do sistema:
1
R(f ) = jωc
I(f )
Substituíndo I(f )
1 Vtotal (f )
R(f ) = 1
jωc (R+ jωc )
Substituindo R = 1Ω e c = 1f :
1 Vtotal (f )
R(f ) = jω1 (1+ jω11
)
1 Vtotal (f )
R(f ) = jω (1+ jω1
)
1 1
R(f ) = Vtotal (f ) · 1
jω (1 + jω )
| {z }
H(f )
R(f ) = Vtotal (f ) · H(f )
Isto é,
1
H(f ) =
(jω + 1)
3
2 Transmissão sem distorção
Para um sistema transmitir um sinal sem distorção, Figura 5, esse sistema deve atenuar
ou amplicar igualmente as componentes de freqüência do sinal. A fase também deve
ser observada, uma vez que a soma de componentes defasadas pode resultar em um sinal
diferente na saída. Então, a resposta do sistema deve ser conforme equação 7, no domínio
do tempo.
4
A resposta apresentada é ideal, conforme Figura 6, no entanto, devido a limitações
físicas, não se pode ter um canal de comunicação com largura de banda innita, o canal
de comunicação atenuará freqüências que compõem o sinal. Portanto, uma representação
mais próxima da realidade desse canal pode ser visto na Figura 7.
5
1 Largura de banda
Refere-se ao conteúdo signicativo de freqüências do sinal. Quando o sinal é de faixa
limitada a largura de banda já está denida, conforme ilustra a Figura 1, onde a largura
de banda é B (freqüências positivas).
Se o sinal não é de faixa limitada pode-se destacar duas situações: Sinais passabaixa
e bandapassante.
1.1 Passabaixa
Nesse caso o conteúdo espectral signicativo esta centrado na origem, sendo o sinal simé-
trico com um lóbulo principal. A largura de banda é metade da largura do lóbulo principal,
a Figura 2 ilustra essa situação.
1
Figura 2: Espectro de um sinal do tipo passabaixa
2
Figura 4: Espectro de um sinal do tipo passabaixa com largura de banda 3dB
3
1 Espectro de densidade de energia
A energia de um sinal g(t) é a energia dissipada por uma voltagem g(t) aplicada a um
resistor de 1 ohm, assim:
Z+∞
E= g 2 (t)dt (1)
−∞
denominada relação de Parseval para sinais nãoperiódicos, que estabelece que a energia
de um sinal é dada pela área sob a curva | G(f ) |2 . Ainda, ψg (f ) =| G(f ) |2 é o espectro
de densidade energia do sinal e demonstra como essa energia está distribuída no espectro
de freqüências.
2 Correlação de sinais
Observe que g(t) ⊗ g(−t) ↔ G(f )G(−f ) e, por denição:
Z+∞
Rg (τ ) = g(τ )g(t + τ )dτ ↔ G(f )G(−f ) (4)
−∞
1
3 Correlação cruzada
Z+∞
R12 (τ ) = g1 (τ )g2 (t + τ )dτ, (5)
−∞
A correlação cruzada permite vericar a similaridade entre dois sinais. Se for igual a zero,
estes estão defasados de 90o (Modern Digital and Analog Communication Systems Lathi,
pg. 40 ).
Formando uma nova função gT (t) (g(t) truncada) para aplicar o mesmo procedimento
empregado para obter espectro de densidade de energia, fazendo:
g(t), | t |< T2
gT (t) = (7)
0, de outro modo
gT (t) tem, então, energia nita e sua transformada de Fourier é GT (f ). Assim,
T
Z+ 2
1
P (t) = lim g 2 (t)dt
T →∞ T
− T2 (8)
R +∞ | GT (f ) |2
= −∞
lim df,
|T →∞ {z T }
Sg (f )
Exercícios
1. Verique o teorema de Parceval para o sinal g(t) = e−at u(t), a > 0.
2. Estime a largura de banda para o sinal do item anterior. Considere que a largura de
banda essencial para transmissão do sinal é de 95% da energia do sinal.
2
3. Determine a energia de g(t) contida na faixa de −ω ≤ f ≤ ω , sendo ω = a
2π
. E g(t)
é dado por: −at
e , t≥0
g(t) =
0, t < 0