RPQ 21 Final Web PDF
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Processos
REVISTA
Químicos
Tecnologia SENAI Roberto Mange
Ano 11
nº 21
Jan/Jun
2017
www.rpqsenai.org.br
REVISTA
Processos
Químicos
Revista Científica da Faculdade de
Tecnologia SENAI Roberto Mange
REVISTA
nº 21
Químicos
Jan/Jun
2017
Artigos Convidados
O Uso Sustentável de Polímeros
9 Fernando Afonso da Silva & Denilson Rabel
Artigos Gerais
37 Qualidade Ambiental: Reflexões Teóricas
Tiago G. Ribeiro, Geraldo R. Boaventura, Luciano S. Cunha & Sandro
M. Pimenta
Resumo Estendido
77 Descoloração de Corantes Alimentícios, Amarelo Crepúsculo e Azul
Brilhante, Utilizando Radiação Ultravioleta
Fernando P. de Sá & Liliane M. Nunes
Opinião
91 Qual é o Papel da Cristalografia no Emergente Cenário Científico e
Tecnológico Mundial?
Jean M. F. Custodio & Fernando H. O. Alves
Hamilton B Napolitano
Editor da Revista Processos Químicos
8 Revista Processos Químicos Jan / Jun de 2017
Artigos Convidados
Na busca por novos materiais, percebeu-se que existe uma imensa variedade em matérias-primas na natureza e que vários
produtos também podem ser sintetizados pelo homem a partir de insumos naturais. Nesse contexto, pesquisas apostam na
substituição dos plásticos convencionais por plásticos biodegradáveis que atendam às exigências das indústrias. A ampla
utilização de polímeros convencionais em uma grande diversidade de produtos, lembrando que a sua decomposição alonga-
se de 100 a 500 anos, aumenta o nível de resíduos que agridem o meio ambiente, enquanto o plástico biodegradável possui
degradação mais rápida. Vem crescendo a preocupação com o descarte de materiais no meio ambiente, e os polímeros
biodegradáveis vêm ganhando atenção por serem facilmente degradados na natureza e também por serem produzidos a partir
de fontes renováveis. Aproveitando que o amido, a gelatina e outras fontes naturais podem sofrer modificações, bem como
podem ser usadas como substitutas aos polímeros convencionais, a partir de recursos renováveis de baixo custo. Por essas
características, blendas formadas por amido e gelatina se destacam como alternativa de material biodegradável, quando
comparado a outros polímeros biodegradáveis sintéticos ou naturais, principalmente pelo baixo custo de produção. Para
alcançar a sustentabilidade, é fundamental para o futuro da sociedade buscar alternativas de materiais que substituam os
plásticos convencionais. Por isso, os polímeros biodegradáveis formados por amido e gelatina são uma opção de material
viável e deve crescer no mercado de polímeros.
In the search for new materials, it has been noticed that in nature there is an immense variety in raw materials and that
several products can also be synthesized by man from natural inputs. Research is betting on the substitution of conventional
plastics for biodegradable plastics that meet the requirements of the industries. The wide use of conventional polymers in a
wide variety of products, remembering that their decomposition elongates from 100 to 500 years, increases the level of waste
that damages the environment, while biodegradable plastic has faster degradation. Concern about the disposal of materials
in the environment is growing, and biodegradable polymers have been gaining attention because they are easily degraded in
nature and also produced from renewable sources. Taking advantage of the fact that starch, gelatin and other natural sources
can undergo modifications and can be used as a substitute for conventional polymers, from renewable resources at low
cost. Due to these characteristics blends formed by starch and gelatine stand out as an alternative of biodegradable material
when compared to other synthetic or natural biodegradable polymers, mainly due to the low cost of production. To achieve
sustainability, it is fundamental for the future of society to seek alternatives to materials that replace conventional plastics.
Therefore biodegradable polymers formed by starch and gelatin are a viable material option and should grow in the polymer
market.
Polímeros Convencionais
Os polímeros convencionais, derivados do petróleo,
estão em praticamente tudo o que usamos hoje em dia:
roupas, calçados, medicamentos, embalagens, meios de
transporte, comunicações, armazenamento de informações.
Eles podem ser termorrígidos, elastômeros e termoplásticos,
porém, são mais utilizados os termoplásticos12. Dentre
os mais diversos tipos de polímeros convencionais
existentes, destacam-se o polietileno (PE), polietileno de
alta densidade (PEAD) e polietileno de baixa densidade Figura 1. Símbolos de identificação dos materiais plásticos segundo a
(PEBD), polipropileno (PP), poliestireno (PS), policloreto norma ABNT NBR 13230:2008
de vinila (PVC) e o poli(tereftalato de etileno) (PET),
conforme Figura 1. O PE apresenta molécula linear ou
ramificada, o PP tem ramificações curtas de metila, o PS em geral. Estando presente também nos setores
tem ramificações relativamente curtas de fenila, o PVC hospitalar, cosméticos, têxteis e outros.
apresenta átomos de cloro laterais à cadeia, e o PET 2. O PEAD é um material leve, inquebrável, rígido
apresenta oxigênio na forma de éster na cadeia principal17. e com excelente resistência química. Muito usado
em embalagens de produtos para uso domiciliar
tais como: Detergentes, amaciantes, sacos e sacolas
Principais Plásticos Recicláveis
de supermercado, potes e utilidades domésticas.
No Brasil, a norma técnica dos plásticos (NBR Seu uso em outros setores também é muito grande
13.230:2008) foi desenvolvida de acordo com critérios tais como: embalagens de óleo, bombonas para
internacionais. A numeração separa os plásticos em seis produtos químicos, tambores de tinta e peças
diferentes tipos de materiais (PET, PEAD, PVC, PEBD, PP, técnicas.
PS), e ainda há uma sétima opção (outros), normalmente, 3. O PVC é um material transparente, leve, resistente
empregada para produtos plásticos fabricados com uma a temperatura, inquebrável. Normalmente
combinação de diversas resinas e materiais, são listados usados em embalagens para água mineral e óleos
comestíveis. Além da indústria alimentícia, é muito
abaixo18:
encontrado nos setores farmacêuticos em bolsas
1. Transparente e inquebrável é um material de soro, sangue e material hospitalar. Uma forte
extremamente leve. Usado principalmente na presença também no setor de construção civil,
fabricação de embalagens de bebidas carbonatadas principalmente em tubos e esquadrias.
(refrigerantes), além da Indústria alimentícia
variedade de propriedades, desde plásticos muito muito nos últimos anos, em nível mundial. Apesar disso,
rígidos e altamente cristalinos a polímeros dúcteis. Dos o alto custo de produção dos plásticos biodegradáveis
poliésteres biodegradáveis o mais conhecido é o poli-β- em comparação aos plásticos derivados de petróleo, é
(hidroxibutirato) (PHB). Sua produção em grande escala um problema comercial a ser resolvido. Fazendo um
acontece por um processo de fermentação bacteriana, sendo comparativo, o polietileno apresenta um custo de produção
ainda um processo de alto custo25. O poli-(Ɛ-caprolactona) médio da ordem de 0,9 a 1 US$/kg, enquanto que os
(PCL) também tem sido bastante estudado como substrato polímeros biodegradáveis apresentam um custo médio de
para biodegradação e como também matriz em sistemas produção na faixa de 5 a 8 US$/kg5,6. Porém, espera-se que
de liberação controlada de fármacos. O PCL é geralmente o preço dos polímeros biodegradáveis e polímeros verdes
preparado pela abertura do anel de polimerização do reduzam de 20 a 25% nos próximos cinco anos, enquanto
Ɛ-caprolactona. Outra opção são os copolímeros PHB-V, que, o preço dos polímeros convencionais aumente, seguindo
um copolímero do hidroxibutirato com segmentos o aumento da demanda mundial e consequente aumento do
aleatórios de hidroxivalerato. Os processos de produção preço do petróleo29.
do PHB e do PHB-V são bacterianos e a concentração de A preocupação com o meio ambiente é rota sem
valerato no copolímero pode causar uma variação tempo de retorno, mesmo porque dela depende a humanidade, e
degradação, de algumas semanas a vários anos24. estimando que o petróleo é um bem finito, surge um novo
Nestes micro-organismos, os polímeros têm função de campo com perspectivas incalculáveis de produção. E neste
reserva de energia e se acumulam de forma intracelular. cenário, o Brasil tem posição privilegiada como produtor
A biodegradação destes grânulos na bactéria é feita pela de polímeros naturais ou biodegradáveis.
enzima PHB despolimerase, no entanto esta mesma enzima
não é eficiente na degradação dos polímeros extracelular Testes de Biodegradação
que são degradados por bactérias e fungos. Essa diferença Diferentes testes são utilizados para determinação da
de mecanismo está associada à característica dos polímeros potencialidade de biodegradação de um polímero. Um dos
extracelulares que podem ser altamente cristalinos enquanto principais meios de estudo de biodegradação é a exposição
os grânulos que servem de reserva na bactéria mantêm do polímero a ser testado a um determinado tipo de solo
sempre o estado nativo ou amorfo26,27. fazendo o acompanhamento da biodegradabilidade pela
Outros fatores que interferem na degradação de polímeros determinação da produção de CO2 (Figura 2), 30.
sintéticos ou biodegradáveis são os processos de oxidação Este tipo de ensaio é tido como sendo o mais confiável
promovidos por raios ultravioleta (UV) ou raios-X28.
Os filmes biodegradáveis produzidos a partir de
amido vem ganhando uma atenção especial pois estes
têm um processo de produção mais simples que outros
polímeros biodegradáveis encontrados na literatura como
PHB-Poli(hidroxibutirato);PHBV-poli(hidroxibutirato-
cohidroxivalerato) e PLA- poli(ácido lático). Sua matéria-
prima é abundante, de fácil obtenção e renovável. Outro
grande interesse nesses filmes é o seu potencial para ser
substituto das atuais embalagens sintéticas, uma vez que
essas, representam um terço da destinação de toda resina
Figura 2 – Equipamentos utilizados no Teste de Sturm. a) entrada do ar do
produzida no Brasil10. compressor; b) formação do dióxido de carbono; c) formação do produto
A demanda por polímeros biodegradáveis tem crescido final.
A cafeína é uma das substâncias mais utilizadas no mundo. É classificada como um alcaloide que pertence ao grupo das
metilxantinas (1,3,7 - timetilxantina). Está presente em várias plantas, é também encontrada nos chás, cacau, café, guaraná e
refrigerantes. Quando consumida, afeta quase todos os sistemas, com seus efeitos mais perceptíveis no sistema nervoso central
(SNC). Com essas propriedades biológicas observadas, o presente trabalho tem como objetivo estudar os comprimentos e
ângulos de ligação da cafeína no vácuo, utilizando o método de Dinâmica Molecular de Car-Parrinello (DMCP). Para os
cálculos, a molécula foi disposta em uma caixa cúbica, com aresta de 16 Å. O funcional de energia de troca e correlação
foi modelado usando o funcional do gradiente corrigido PBE. Os elétrons do núcleo foram tratados com pseudopotenciais
ultrasolf de Vanderbilt, e os de valência foram representados pelo conjunto de funções de base de ondas planas, truncadas em
energia cinética de corte de 25 Ry. As simulações de DMCP foram realizadas a uma temperatura de 300 K, com um passo
de integração de 5,0 a.t.u. (unidade atômica de tempo) e massa fictícia de 400 a.u. (unidade atômica). Os resultados obtidos
para cálculos das propriedades estruturais utilizando DMCP mostram boa concordância com resultados obtidos por outros
métodos teóricos e com dados experimentais. Este estudo contribui para a compreensão inicial das propriedades estruturais
e da metodologia utilizada que é bastante promissora em estudos de planejamento de fármacos.
Caffeine is the most widely used drugs in the world. It classed as an alkaloid which belongs to the group of methylxanthines
(1,3,7- timetilxantina). It is present in various plants, it is also found in tea, cocoa, coffee, guarana and sodas. When
consumed, it affects almost every system, with its most noticeable effects on the central nervous system (CNS). With these
diverse biological properties observed, this work is aimed at the study of lengths and vacuum caffeine bond angles, using
the molecular dynamics method of Car-Parrinello. For the calculations, the molecule was arranged in a cubic box, with
dimensions of 16 Å. The functional exchange energy and correlation was modeled using the functional gradient corrected
PBE. The core electrons were treated with ultrasolf Vanderbilt pseudopotentials, and valence were represented by the set
of basis functions in plane waves, truncated into kinetic energy cut of 25 Ry. DMCP The simulations were performed at a
temperature of 300 K with an integration step of 5.0 cur (atomic unit of time) and fictitious mass of 400 au (atomic unit).
The results of calculations for the structural properties using DMCP in good agreement with results obtained by other
methods theoretical and experimental data. This study adds to the initial understanding of the structural properties and the
methodology used, which is very promising in drug design studies.
entre os valores obtidos pela simulação de DMCP e por outros os comprimentos de ligação C1 – O9, C2 – O10, C7 – H16
métodos (DFT, HF, difração de raio-x). Na comparação entre com diferenças respectivamente iguais a 1,617%, 1,609% e
o resultado do Teórico 1 e do Teórico 2, percebe-se uma 1,452%; para a Dif. 2, os comprimentos C2 – O10, C1 – O9
diferença média de 1,087%; entre o Teórico 1 e o Teórico e C5 – N23 com valores respectivamente iguais a 3,379%,
3, uma diferença média de 1,974% e entre o Teórico 1 e 3,072% e 3,063% e para Dif. 3, os comprimentos C3 – C4,
valores experimentais, uma diferença média de 2,481%. As C2 – N21 e C5 – H11 com as diferenças respectivamente
maiores discordâncias para a Dif.1, foram observadas para iguais a 5,376%, 5,292% e 5,215%.
Tabela 1. Valores médios dos comprimentos de ligação obtidos pelo método de DMCP, para a cafeína. A diferença 1(Dif.1), refere-se à comparação entre
o teórico 1 e o teórico 2; a diferença 2 (Dif.2) do refere-se à comparação entre o teórico 1 e o teórico 3 e a diferença 3 (Dif.3) entre o teórico 1 e os valores
experimentais de difração de raio-x.
Tabela 2. Valores médios dos ângulos de ligação obtidos pelo método de DMCP, para a cafeína. A diferença 1(Dif.1), refere-se à comparação entre o
teórico 1 e o teórico 2; a diferença 2 (Dif.2) do refere-se à comparação entre o teórico 1 e o teórico 3 e a diferença 3 (Dif.3) entre o teórico 1 e os valores
experimentais de difração de raio-x.
N22 – C1 – N21 116,6 ± 2,561 117,1 118,0 112,9 0,428 0,840 3,173
Tabela 2. Valores médios dos ângulos de ligação obtidos pelo método de DMCP, para a cafeína. A diferença 1(Dif.1), refere-se à comparação entre o
teórico 1 e o teórico 2; a diferença 2 (Dif.2) do refere-se à comparação entre o teórico 1 e o teórico 3 e a diferença 3 (Dif.3) entre o teórico 1 e os valores
experimentais de difração de raio-x. - CONTINUAÇÃO.
Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer a Fundação Nacional
de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular
(FUNADESP) e a UniEvangélica pelo apoio financeiro, ao
Grupo de Química Teórica e Estrutural de Anápolis (QTEA)
e ao Programa de Mestrado em Ciências Moleculares
PMCM da Universidade Estadual de Goiás (UEG) pelo
ceder aparato computacional necessário para realização da
simulação.
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theobromine) by ab initio Hartree-Fock and density functional
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Biomolecular Spectroscopy 2007, 67, 342. [CrossRef] [PubMed]
When it is necessary to identify and/or analyze the matter and its three-dimensional
structure, crystallography emerges as a powerful methodological solution. It is based on
the experiment of x-ray diffraction by crystalline samples and is widely used in several
fields of sciences. Based on the application of crystallography as a tool that leads to
molecular structural knowledge, we propose here a greater detail of the basic theory
involved in a crystallographic analysis. The three fundamental pillars of crystallography
(symmetry, x - ray diffraction and electron density) were studied, starting from the
degeneracy of the crystalline systems, through the diffraction experiment and the Bragg
law, Fourier transform and, finally, the phase problem.
rotação imprópria se interceptam, automaticamente, será pertencerá a um grupo pontual centrossimétrico, marcados
gerado um eixo de rotação impróprio. Finalmente, um eixo com um asterisco na Tabela 2 e são conhecidos como
de rotação próprio será gerado a partir da interceptação de grupos de Laue 6.
dois eixos de rotação impróprios1. Perfazendo todos os aspectos de simetria até agora
Nem todas as reflexões de Bragg, I(hkl), são únicas em vistos, tem-se que: (a) a métrica da cela unitária produz
sete distintos sistemas cristalinos; (b) a topografia de
vizinhança da cela unitária permite a existência de outros
Tabela 2. Os 32 grupos pontuais (com ênfase nos 11 grupos de Laue)
retículos cristalinos (senão o primitivo), o que causa a
degenerescência dos sete sistemas cristalinos em quatorze
sistemas cristalinos, denominados Redes de Bravais; e (c)
a combinação das operações de simetria próprias (rotação e
translação) e impróprias (reflexo, inversão e rotoinversão)
resultam em um total de trinta e dois grupos pontuais,
sendo os centrossimétricos denominados de grupos de
Laue. Consequentemente, combinando as quatorze redes
de Bravais com os trinta e dois grupos pontuais, há a
ocorrência de setenta e três grupos espaciais simórficos.
Como última esfera da simetria cristalina, os grupos
espaciais devem conter todas as possibilidades para o
arranjo tridimensional. Para isso, são consideradas outras
intensidade. Georges Friedel percebeu que a distribuição de
duas operações de simetria (produto da combinação de
intensidade em um padrão de difração é centrossimétrica, ou
rotação, translação e reflexão): (a) o produto de uma
chamada Lei de Friedel. Como resultado, haverá reflexões de
rotação seguida de uma translação (eixo parafuso); e (b) o
produto de uma reflexão seguida de translação (plano com
deslizamento).
(2)
Um eixo parafuso, nr, envolve uma rotação de 360°/n
sobre um eixo combinado com uma translação paralela ao
mesmo eixo por r/n da cela unitária naquela direção. Um
Bragg com diferentes (mas relacionados) índices que terão eixo parafuso 21 que passa pela origem da cela unitária e
intensidades idênticas. A única exceção para a Lei de Friedel é paralelo a b converte um objeto em x, y, z em um em
é encontrada se os átomos espalharem a radiação de forma –x, 1/2+y, -z. A identidade enantiomórfica do objeto é
anômala. mantida após essa operação de simetria. Um plano com
Qualquer simetria no empacotamento de objetos é deslizamento envolve uma reflexão em relação à um
relacionada (de maneira recíproca) a simetria do seu padrão plano combinado com uma translação. Para um plano
de difração, e esse último pode ser usado para determinar de deslizamento, denominado a, b ou c, o componente
a simetria cristalina, a fim de obtenção do grupo espacial. translacional é a/b, a/b ou c/2 ou, respectivamente. Para
A combinação dessa última informação com a lei de um plano com deslizamento c, se o plano do espelho é
Friedel é de extrema importância, pois impõe um padrão perpendicular a b e a translação é paralela a c, um objeto em
de difração centrossimétrico à toda estrutura analisada, x, y, z é convertido no seu enantiomorfo situado em –x, -y,
independente do cristal possuir ou não um centro de 1/2+z. Outros tipos de planos com deslizamentos incluem
simetria. Consequentemente, o padrão de difração sempre um deslizamento diagonal, denominado n, com translações
(3)
agora oscilantes devido ao campo elétrico da radiação de ondas incidente (1) e espalhada (2), com módulos de |s0|
incidente, tornam-se uma nova fonte espalhadora em todas = | s | = 1/λ, em que λ é o comprimento de onda do raio-X.
as direções. A cristalografia se restringe ao espalhamento As ondas espalhadas por a1 e a2 são ditas em fase quando as
elástico, isso é, o comprimento de onda da radiação incidente cristas e vales de onda estão alinhados, resultando em uma
tem a mesma magnitude do comprimento de onda da amplitude máxima. Para isso, a diferença entre os caminhos
radiação espalhada. A amostra na qual a radiação incidente dos dois feixes é a diferença das projeções escalares de r em
é espalhada, denominada espaço direto. Se a amostra é um s0 e s e deve ser igual a um número inteiro de comprimento
cristal, o espaço direto será constituído pela rede cristalina de onda
e os eixos cristalográficos a, b e c. O padrão de difração Em que S = ( s – s0 )/λ é chamado de vetor espalhamento.
existe em um espaço recíproco ao espaço direto. Dessa
maneira, os feixes de Bragg difratados podem ser descritos
como pontos do espaço recíproco, sendo constituídos pelos
eixos a*, b* e c*. Se a localização dos átomos no espaço (4)
direto é definida pelo vetor r = xa + yb + zc , no espaço
recíproco, tal localização é dada pelo vetor espalhamento
S = ha* + kb* + lc*, onde h, k e l são os índices de Miller.
O processo de espalhamento, a partir de dois centros,
é mostrado na Figura 6 como uma onda plana de um raio- Se é a diferença de caminho para o espalhamento de a1 e a2,
X incidente, sendo espalhado por a1 e a2 e resultando em então a diferença de fase correspondente é
uma onda plana espalhada. Para isso, assumimos que A lei de Bragg
os espalhadores são comparáveis em tamanho com o
comprimento de onda do raio-X, a onda espalhada tem o
mesmo comprimento de onda da onda incidente e que os
feixes são espalhados uma única vez
(5)
Na representação, s0 e s são vetores normais às frentes
(6)
Considerando tanto o espaço direto quanto a
Um cristal é composto não apenas por um plano de reciprocidade desse, a distância interplanar da Figura 7 é
difração, mas por uma família de planos obtidos pela divisão representada por dhkl e a Equação 6 torna-se
dos eixos a, b e c. Nesse sentido, os índices de Miller hkl
relacionam o espaço direto ao espaço recíproco, dividindo
os eixos abc em porções iguais, distantes, e onde cada (8)
espaçamento representa um nível do plano difrator. Em
outras palavras, como a diferença de caminho ótico deve
ser igual a um inteiro, o primeiro plano está localizado em em que n é um inteiro. A Equação 8 é conhecida como a lei
ao passo que o plano seguinte mais próximo que satisfaça de Bragg 11.
(12)
(13)
(17)
Tão importante quanto o cálculo do fator de estrutura
para uma dada distribuição eletrônica é o cálculo da em que α’hkl é o ângulo de fase em radianos. A Equação 17
distribuição eletrônica a partir de um dado conjunto de é vantajosa, uma vez que o ângulo de fase 2πα’hkl para cada
fatores de estrutura, ou seja, o inverso da análise de Fourier. coeficiente aparece explicitamente4.
Tal procedimento é feito através da série de Fourier (série A exposição do cristal aos raios-X resulta em um conjunto de
de componentes cosenoidais e senoidais ajustados por amplitude das ondas espalhadas | Fhkl | , mas o conjunto de fases
uma constante CH que integram uma função periódica correspondentes α’hkl não podem ser definidos diretamente
desconhecida). A constante, por sua vez, relaciona-se ao pelo experimento. O conhecimento das fases dos fatores de
fator de estrutura de modo a obter de uma expressão da estrutura é de vital importância para calcular a síntese de
densidade eletrônica em função do fator de espalhamento, Fourier da densidade eletrônica por meio da Equação 17.
como ilustrado na Equação 15 Assim sendo, a estrutura cristalina não pode ser determinada
por experimentos diretos, uma vez que a formação da imagem
correspondente não ocorre e, também não pode ser obtida
(15) diretamente por cálculos devido ao desconhecimento das
fases relativas às ondas da radiação. A estrutura cristalina é
determinada indiretamente partindo-se do padrão de difração,
A expressão da densidade eletrônica mostrada na procedimento no qual as fases são perdidas. Logo, fica
Equação 15 mostra similaridade com a expressão do fator evidenciado o problema da fase, visto que a determinação
de estrutura da Equação 14. Isso se dá pelo fato de que a da densidade eletrônica depende do conhecimento das fases
primeira é uma expressão para a densidade eletrônica no perdidas durante o processo de medida13.
espaço direto em termos de fator de estrutura no espaço
recíproco, enquanto que a segunda representa o fator
de estrutura em termos da densidade eletrônica. Em Conclusão
outras palavras, o fator de estrutura é a transformada de Nesse , foram detalhados os três pilares da teoria básica
Fourier da densidade eletrônica e a densidade eletrônica cristalográfica (simetria, difração de raios-x e densidade
é a transformada de Fourier inversa do fator de estrutura, eletrônica). É claro que uma elucidação estrutural envolve
evidenciado pelo sinal negativo da exponencial5. Uma outros aspectos não abordados aqui, mas os conteúdos
expressão alternativa para a expressão de densidade explanados são de vital importância na compreensão da
eletrônica da Equação 15 pode ser obtida partindo da forma metodologia cristalográfica. Dessa maneira, espera-se que
polar do fator de estrutura tais conteúdos auxiliem na correlação teoria versus prática
envolvida em análises dessa natureza.
Agradecimentos
(16) Os autores agradecem a agência de fomento à pesquisa
de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) pelo apoio financeiro para a realização
desse trabalho.
Referências
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. G. Szwacki and T. Szwacka, Basic Elements of Crystallography,
Pan Stanford Publishing Pte. Ltd., Singapore, 2010.
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13. G. Taylor, Acta Crystallogr. Sect. D Biol. Crystallogr., 2003, 59,
1881–1890.
Qualidade Ambiental:
Reflexões Teóricas
Tiago G. Ribeiro, Geraldo R. Boaventura, Luciano S. Cunha &
Sandro M. Pimenta
The objective of this study is to present the theme environmental quality, based
on the bibliographic review of the specialized literature. The consultation of scientific
articles, dissertations and theses was done in the database of the Portal of Periodicals
CAPES / MEC, by the network of the Federated Academic Community (CAFe). A total
of 25 studies were carried out on environmental quality. In analyzing the various studies,
it is concluded that the urban environmental quality is not associated with precise and
definitive indicators, and the Pressure-State-Response method is the most usual method
for the classification of environmental indicators. It is recommended to define a more
precise method for assessing environmental quality in urban areas.
ou área, cujo significado excede aquele diretamente responde, às mudanças nas pressões ou situação com políticas
associado ao valor do parâmetro”. Em relação a parâmetro, ambientais e econômicas e programas para prevenir, reduzir
a OECD o conceitua como “uma propriedade que é medida ou moderar as pressões e/ou os estragos ambientais (OECD,
ou observada” (OECD, 1997). 1997).
Indicadores ambientais são usados para retratar a O método proposto pela OECD (1997) pressão-estado-
qualidade ambiental e dos recursos naturais, e avaliar resposta vem sendo muito utilizado na avaliação da qualidade
as condições e as tendências ambientais rumo à ambiental, de modo a agrupar indicadores e categorizá-los
sustentabilidade. Para tanto, os indicadores ambientais como ferramenta de avaliação da qualidade ambiental.
devem possuir capacidade de síntese, baseados em Contudo, devido ao grande número de abordagens que o
informações confiáveis possíveis de serem comparadas e tema da avaliação da qualidade ambiental pode comportar e
acessíveis à população (MERICO, 1996). da inexistência de um padrão metodológico que se aplique
Na busca do desenvolvimento de indicadores ambientais, a todas as situações, deve-se buscar um método que melhor
a OECD criou o modelo pressão-estado-resposta (figura se encaixe nas peculiaridades do objeto estudado.
01), que atualmente é a metodologia mais utilizada no Os métodos utilizados, os parâmetros, os atributos
mundo para a seleção e aplicação de indicadores. e as demais fontes de dados na avaliação da qualidade
A estrutura pressão-estado-resposta apenas afirma que as ambiental podem variar de, extremamente importante
em um estudo, para irrelevante em outro, ou vice-versa
(DIAS et al., 2011).
Considerando o elevado grau de generalização e
representatividade da informação ambiental e o aumento
do volume de dados em matéria de ambiente, um nível
mínimo de organização desses dados, é necessário ao utilizar
indicadores ambientais, devido à subjetividade do fator
humano na avaliação e condição de fatores ambientais.
SISTEMA DE DEFINIÇÃO
TÍTULO INDICADORES UTILIZADOS
DE INDICADORES
Espacialização dos atributos
Metodologia para determinação
NUCCI (1998) Ocupação e uso do solo ambientais por meio de cartas
da qualidade ambiental urbana.
temáticas.
Ocupação e uso do solo, declividade e relevo,
Análise comparativa da qualidade tipos de solo, capacidade de uso das terras,
Aplicação de cartas temáticas
e zoneamento Ambiental de duas cobertura vegetal, hidrografia, sistema viário,
YOUNG (2000) para uso em um Sistema de
microbacias urbano – Rurais: atividades socioeconômicas, paisagem,
Informações Geográficas - SIG
Uma contribuição metodológica. adequabilidade do uso da terra, fragilidade
do meio físico.
Indicadores e padrões de Levantamento junto à
Assoreamento, danos à infraestrutura,
qualidade ambiental na comunidade, aos órgãos
BADANHAN (2001) Disposição de resíduos, entulhos, conduta
construção de dutovias para o ambientais e recomendações dos
Imprópria.
transporte de gás natural. empreendedores.
Qualidade da água, qualidade da habitação, Indicadores selecionados a partir
Índice de sustentabilidade conforto ambiental, condições de vida, de revisão bibliográfica, tendo
BRAGA (2002)
urbana. renda, redução da pressão antrópica, políticas como balizador a concepção de
públicas ambientais. sustentabilidade
Avaliação da qualidade ambiental
do município de Tubarão (SC) Disposição de Resíduos, qualidade do ar,
RUFINO (2002) Pressão-Estado-Resposta
através do uso de indicadores qualidade da água, cobertura florestal.
ambientais.
Densidade Demográfica, domicílios
localizados em aglomerados subnormais,
serviço de coleta de lixo domiciliar e
domicílios ligados à rede geral de esgoto;
Declividade, densidade de drenagem,
impermeabilização e exposição do solo e
Avaliação da qualidade ambiental
presença de cobertura vegetal e renda dos
MATTOS (2005) da bacia hidrográfica do córrego Pressão-Estado-Resposta
responsáveis por domicílios; Participação
do Piçarrão (Campinas-SP).
popular no Orçamento Participativo,
prioridades definidas no Orçamento
Participativo ligadas à melhoria da qualidade
ambiental, diretrizes definidas pelo Plano
Diretor de Campinas, referentes à melhoria
da qualidade ambiental.
Aspectos dos elementos físicos do
geossistema (relevo, hidrografia, solo e
O uso de geoindicadores na topografia), os inputs que representam o
BRIGUENTI (2005) avaliação da qualidade ambiental fator antrópico (população, arruamento, Pressão-Estado-Resposta
da bacia do Ribeirão Anhumas. domicílios, renda, escolaridade e destino de
lixo), Áreas preservadas e/ou com cobertura
vegetal (áreas verdes e parques urbanos).
Espacialização dos atributos
Qualidade ambiental e
Densidade populacional, Uso e Ocupação do ambientais por meio de cartas
CAMARGO (2005) adensamento Urbano na cidade
Solo,Pontos de Enchentes, Temperatura. temáticas (Metodologia proposta
de Presidente Prudente (SP).
por NUCCI, 1998)
Análise e modelagem da
qualidade ambiental urbana: Uso do solo; Monitoramento do Controle de
ZHU (2010) Pressão-Estado-Resposta
Estudo de caso em Xiamen Poluição.
(China).
Do mapa ao modelo:
Planejamento da paisagem,
Representação da qualidade Densidade populacional, Áreas de risco de
LIMA (2011) estudos aplicados a Ecologia da
ambiental urbana de Osvaldo enchentes, Cobertura vegetal arbórea
Paisagem.
Cruz (SP).
ser determinada a partir do conceito de sustentabilidade, Todos os trabalhos, de alguma maneira, contribuíram para
outros apenas fizeram referência. A maioria dos trabalhos o desenvolvimento do tema, seja no modo de classificação,
aqui apresentados partem do pressuposto que a qualidade ou na escolha de indicadores ambientais.
ambiental deve ser avaliada a partir de seu aspecto Baseado nos estudos selecionados, a escolha dos
antropocêntrico. indicadores varia conforme a perspectiva utilizada no
conceito de qualidade ambiental. Formar um sistema de
Conclusão classificação e ordenação de indicadores para avaliação da
qualidade ambiental, abrange a dificuldade de relacionar
Analisando os conceitos de qualidade ambiental citados dados gerados em diferentes escalas e unidades.
neste trabalho, pode-se notar que este tema não está associado A determinação da qualidade ambiental deve possuir
a indicadores precisos e definitivos. Diversos autores critérios que permitam avaliar o grau de modificação do
utilizaram-se do método de Pressão-Estado-Resposta para sistema ambiental natural. A legitimidade de um modelo
definir classificar os indicadores de qualidade ambiental. que possa medir a qualidade ambiental, deve partir da
capacidade de entender, qualificar e quantificar os modos 11. Freitas, M.K.; Lombardo, M.A.. Índices Urbanísticos e Qualidade
Ambiental em Áreas Centrais de Metrópoles: o caso de São Paulo.
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quality>. Acessado em: 06-05-2015.
The cultivation of Jatropha has aroused a great interest for the production of oil and
biodiesel. Thus, this study aimed to compare the methods of cold pressing, Soxhlet and
Bligh Dyer for extraction of Jatropha oil and evaluate the physical and chemical quality
of the extracted oil. The press proved to be an inefficient method of extraction , while the
Soxhlet and Bligh Dyer method provided satisfactory results. Evaluation of the Jatropha
oil showed viability for application as raw material in the production of biodiesel.
da oxidação primaria do óleo. Valores altos de p-Anisidina recommended practices of the American Chemists’ Society. 3rd ed.
Champaign: A.O.C.S., 1989.
caracterizam um óleo muito oxidado, ou seja, óleos em fase
final de oxidação, pois com a diminuição dos peróxidos, 9. F
undação Centro Tecnológico de Minas Gerais. Programa Energia:
produção de combustíveis líquidos a partir de óleos vegetais. Belo
que são transformados em produtos secundários, maiores
Horizonte: CETECMG, 1983. 152p.
são os valores de p-Anisidina15. O índice de p-Anisidina de
10. Heller, J. Physical nut (Jatropha curcas L.): promoting the
5,7 foi relativamente alto, porém dentro das especificações conservation and use of underutilized and neglected crops. Rome:
de qualidade do óleo para produção de biodiesel. International Plant Genetic Resources Institute, 1996. 66p.
11. G
usso, A.P.; Mattanna, P.; Pellegrini, L. G.; Cassanego, D. B.;
Conclusões Richards, N. S. P. S.; Ribeiro, A. S. Comparação de diferentes
métodos analíticos para quantificação de lipídios em creme de ricota.
Dentre os métodos de extração estudados, a prensagem Revista do Instituto de Latícinios Cândido Tostes, v.67, p. 51-55,
se mostrou como um método de extração pouco eficiente, 2012.
enquanto que os métodos, de extração com solvente, 12. Ferrari, R. A.; Casarini, M. B.; Marques, D. A.; Siqueira, W. J.
de Bligh Dyer e o de Soxhlet forneceram resultados Avaliação da composição química e de constituinte tóxico em
satisfatórios, de 36,34 e 35,79%, respectivamente, sendo acessos de pinhão-manso de diferentes origens. Brazilian Journal
Food Technology, v.12, p.309-314, 2009.
estes recomendados para extração de óleo de sementes
13. Rodrigues, N.S.; Pereira, L.C.; Carvalho, M.S.R.; Pereira, L.C.;
de pinhão manso. O óleo de pinhão manso apresentou
Vieira, J.S.C. Controle de qualidade e obtenção do óleo do pinhão
qualidade satisfatória, no diz respeito à acidez e ao nível manso (Jatropha curcas L.) por meio da extração mecânica. In:
de oxidação, o que viabiliza a sua aplicação como matéria- Simpódio Nacional de Biocombustíveis, 5, 2012, Canoas. Resumos.
prima na produção de biodiesel. Canoas: 2012.
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e caracterização de óleo de semente de romã (Punica granatum) por
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óleo de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) em soxletter. Bioscience
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Caracterização
Físico-Química e Análise
Sensorial de Presuntos com
Redução no Teor de Sódio
Júlie E. S. Carneiro, Leonardo M. Calixto, Murillo S. M. Monteiro,
Tatianne F. de Oliveira & Michelly F. M. Martin
A análise sensorial dos presuntos foi realizada por 83 estudos média de cerca 20.44% de teor de proteína ao
provadores não treinados pela Escola de Agronomia UFG, substituir o cloreto de sódio por cloreto de potássio no
Goiânia, Goiás, Brasil. Foi realizado um teste de aceitação desenvolvimento de presunto. O teor de proteína para o
em escada hedônica de nove pontos (9 - gostei muitíssimo, presunto é em média 22%. Costa-Corredor et al. (2009)15
5 - indiferente, 1 - desgostei muitíssimo), avaliando os obtiveram cerca de 22.47%. Os resultados obtidos neste
atributos cor, aparência, sabor e textura, das amostras estudo estão condizentes com os relatados na literatura.
padrão e com 15%, 30% e 45% de substituição do cloreto E são superiores ao valores encontrados Thomas et al.
de sódio por cloreto de potássio. (2008)16 que encontraram média de 18,6%.
Em relação ao teor de lipídios, não houve diferença
Análise estatística significativa (p > 0.05) entre as formulações. Os resultados
O processamento e os dados instrumentais foram obtidos foram semelhantes aos obtidos por Aaslyng et al.
analisados utilizando o procedimento PROC MIXED da (2014)3 no qual fizeram substituição de 2.5% e de 1.5%
SAS (SAS Inst. Inc., Cary, NC). O modelo incluiu tanto os do cloreto de sódio por cloreto de potássio, apresentando
efeitos fixos (nível de cloreto de sódio, nível de cloreto de respectivamente os seguintes valores, 2.23%, 2.84%,
potássio) como aleatórios (replicação de processamento). e para o controle 3.37%. Porém, os resultados obtidos
O modelo para análise de dados sensoriais do consumidor neste estudo se diferiram dos obtidos por Pietrasik e
incluiu adicionalmente o efeito aleatório do painelista. As Gaudette (2014)7 que substituíram o cloreto de sódio em
médias de mínimos quadrados foram calculadas para o distintas proporções de sal sucademico (OF45, OF60,
efeito principal da formulação e as médias foram separadas SP), obtiveram em média 1.68% do teor lipídico. A
usando a opção de probabilidade de diferença com um diferença discrepante dos resultados obtidos neste estudo
ajuste de Tukey HSD quando os respectivos testes F foram em relação aos da literatura podem ser explicados pelo
significativos (p ≤ 0,05). seguinte fato, o teor de lipídios depende da espécie, idade,
raça, sexo, nutrição, localização anatômica, qualidade da
Resultados e Discussão matéria-prima dentre outros fatores. Os autores Aaslyng et
al. (2014)3 usaram lombo de porco e Pietrasik e Gaudette
(2014)7 usaram músculo semimembranoso e adutor, neste
Análise Centesimal
foi usado pernil dessosado sem gordura. Observa-se
Na Tabela 2, observa-se que não houve diferença
também que houve uma variação no teor lipídico entre as
significativa (p > 0.05) entre as formulações no teor de
formulações em estudo, variando de 3.06 a 1.93%. Isto
proteína. Pietrasik e Gaudette (2014)7 obtiveram em seus
Tabela 2. Propriedades químicas dos presuntos P (Padrão), F1 (15% de substituição), F2 (30% de substituição) e F3 (45% de substituição).
*Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não apresentaram diferença estatística significante no Teste de F, a 5%. Valores expressos em média
seguidas pelo desvio padrão.
Teor de Sódio
Na Tabela 2 observa-se que houve diferença estatística Tabela 3. Parâmetros químicos dos presuntos P (Padrão), F1 (15% de
(p < 0.05) no teor de Sódio nas formulações. Conforme substituição), F2 (30% de substituição) e F3 (45% de substituição).
aumentou-se a concentração do cloreto de potássio e
reduziu-se a concentração de cloreto de sódio, houve
Formulação pH Acidez (%)
redução no teor de sódio presente nas formulações F1, F2 e
F3 respectivamente, 11.31%, 28.50% e 45.95% em relação
C (Controle) 6.13a ± 0.05 0.72ab ± 0.04
ao controle. Estes resultados são semelhantes aos obtidos
por Costa-Corredor et al. (2009), Aaslyng et al. (2014)3,
F1 (15%) 6.30b ± 0.01 0.65a ± 0.01
Pietrasik e Gaudete (2014)7, Greiff et al. (2015)8 e Pietrasik
et al (2016)19 que obtiveram respectivamente, 8.36, 34.6%,
F2 (30%) 6.33b ± 0.01 0.66ab ± 0.04
27.19% e 55%. Os valores encontrados neste estudo estão
semelhante aos dos autores mencionados, mas se deve
F3 (45%) 6.27b ± 0.04 0.73b ± 0.03
ressaltar que as condições impostas neste foram distintas
aos citados. Porém, os autores perceberam que à medida *Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não apresentaram diferença
estatística significante no Teste de F, a 5%. Valores expressos em média seguidas
que se reduziu o cloreto de sódio, aumentou-se cloreto de pelo desvio padrão.
potássio.
(2001), Gjerlaung-Enger et al. (2010)21, Greiff et al. (2015)8 Tabela 4. Efeito de cor dos presuntos P (Padrão), F1 (15% de substituição),
confirmaram isto também em seus estudos. F2 (30% de substituição) e F3 (45% de substituição).
pois os produtos em estudos foram acondicionados em F1 (15%) 71.84a ± 1.20 0.973a ± 0.001 88.06a ± 5.03
sacos de polietinelo de baixa densidade sem modificação F2 (30%) 71.15a ± 1.50 0.973a ± 0.004 87.94a ± 4.11
da atmosfera. Porém, Aaslyng et al. (2014)3 mencionam F3 (45%) 72.48a ± 0.26 0.980a ± 0.001 75.84b ± 1.17
que a cor dos produtos curados é menos afetado pela *Médias seguidas pela mesma letra, na mesma linha, não apresentaram diferença
estatística significante no Teste de F, a 5%. Valores expressos em média seguidas
pressão, em comparação com produtos de carne crua. pelo desvio padrão.
Resistência do pigmento nitrosilmioglobina a oxidação
Tabela 6. Atributos sensoriais dos presuntos P (Padrão), F1 (15% de substituição), F2 (30% de substituição) e F3 (45% de substituição).
de Zanardi et al. (2010)34, também detectada uma diminuição avaliaram o impacto da substituição do cloreto de sódio
do sabor salgado e uma cor mais clara em amostras de salame por cloreto de potássio, e intensificador de sabor sobre
baixo teor de sódio, resultando em menor aceitabilidade global as características de processamento e aceitação pelo
em comparação com o controle. consumidor de presunto cozido reestruturado. E relatam
Em relação à textura, as formulações F1 e F2 foram as que que quanto maior for a concentração de KCl maior será
tiveram maior aceitação, pois com 15% e 30% substituição a luminosidade, ou seja, em concentrações o KCl afeta a
não altera a textura perceptivelmente ao consumidor. Horita aparência do produto, isto foi observado neste estudo.
et al. (2011)17 e Prietraski et al. (2016)19 observaram que
a substituição do cloreto de sódio por cloreto de potássio Análise Microbiológica
não afetou o atributo textura. Isto provavelmente deve Na Tabela 7, observam-se os resultados das contagens
ter ocorrido pois o cloreto de potássio e cloreto de sódio de coliformes a 45 ºC, Staphylococcus coagulase
têm a mesma propriedade de solubilização das proteínas positiva, Clostridium sulfito redutores e pesquisa de
miofibrilares, isto ativa tais proteínas aumentando, assim, Salmonella para as quatro formulações de presunto
a hidratação e a capacidade de ligação com a água, produzidas. Todas as contagens foram abaixo dos limites
melhorando assim a textura20. aceitáveis para alimentos pronto para serem consumidos
Para o atributo aparência, as formulações F1 e Controle e estão abaixo dos valores estabelecidos pela RDC 12
tiveram maior aceitação. Pietrasik e Gaudette (2014)7 (BRASIL,2001)35. Dessa forma, ficam evidenciadas
Tabela 7. Avaliação microbiológica dos presuntos P, F1, F2 e F P (Padrão), F1 (15% de substituição), F2 (30% de substituição) e F3 (45% de
substituição).
*Aus.= Ausência
em presuntos sem grande prejuízo às características 13. Paucar-Menacho, L. M.; Silva, L. H., Barretto, P. A. A., Mazal, G.;
Fakhouri, F. M., Steel, C. J., & Collares-Queiroz, F. P. Development
físico-químicas e sensoriais do produto, tendo melhor of functional fresh pasta with the addition of soy protein isolate and
aceitabilidade por parte do consumidor ao nível de 15% de polydextrose using paprika as a dye. Food Science and Technology,
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Tabela 1. Médias de emissão dos gases CO e NOX sob efeito das duas temperaturas.
Médias
Temperaturas
CO NOX
T 1 (abaixo de 60º C) 738.73 a 100.67 a
T 2 (entre 60º - 80º C) 366.13 b 99.00 a
* As médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. # Médias dos dados não transformados
foram influenciados pela variação das temperaturas. que influenciou nos níveis de emissão, sendo que em baixas
Os dados originais foram submetidos ao teste de temperaturas permaneceram maiores médias de emissão
normalidade, conforme proposto por SHAPI-WILK, do gás CO. Os resultados alcançados foram semelhantes
e pôde ser observado que esses dados não estavam com o trabalho realizado pelos pesquisadores Andrews e
distribuídos conforme a curva de distribuição normal. A colaboradores, em que os estudos relacionaram o efeito da
fim de estabilizar ou reduzir a variabilidade existentes e temperatura ambiente (frio) de um motor até o alcance da
normalizar os resíduos, foi realizada a transformação Box- temperatura de trabalho (quente) 1.
Cox na condição de ,. Com relação ao efeito das rotações por minuto (RPM), os
A Tabela 2 apresenta os resultados, a partir dos dados valores observados eram esperados índices significantes para
transformados, das análises das comparações entre as ambos os gases, pois se partia do pressuposto que em altas
variáveis temperatura e rotação para verificação dos gases rotações o índice de emissão reduziria na proporção de aumento
CO e NOX. das rotações. Provavelmente, possa ser justificado, em parte,
Ao realizar aAnálise de Variância dos dados transformados, que com aumento gradual das rotações a temperatura do motor
pôde ser observado que os valores continuavam apresentando também subia proporcionalmente, prevalecendo-a como fator
diferenças significativas apenas para o gás monóxido de predominante. Portanto, sugere-se que em estudos posteriores
carbono (CO). Ainda, a variável temperatura foi o único fator que sejam trabalhadas maiores variações das rotações com
Quadrado Médio
FV G1
CO NOX
TEMP 1 0.001686* 0.00000000901
ERRO 1 4 0.000050 0.000163
ROT 4 0.000022 0.000056
TEMP X ROT 4 0.000026 0.000059
ERRO 2 0.000016 0.000049
TOTAL 29
CV 1 (%) 15.66 12.67
CV 2 (%) 8.72 6.96
Média geral: 0.045 0.100
* Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F # Dados transformados pelo método de
Conclusões 8. K
napp, M. B. Análise de emissões de gases em motor Diesel
comparando com Diesel e Biodiesel. Monografia apresentada ao
Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal
A temperatura de trabalho do motor mostrou como fator
do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obtenção do
de influência apenas no nível de emissão do gás monóxido diploma de Engenheiro Mecânico. Porto Alegre, 2010.
de carbono (CO), contudo para o gás oxido de nitrogênio 9. K
oike, G. H. Azevedo.; Lopes, Afonso.; Passarini, L. Carlos.;
(NOX) não sofreu influência deste fator. Camara, L. Tomaz. Emissão dos gases de combustão em motor de
A variação da rotação do motor não mostrou alteração ignição por compressão: ensaio comparativo entre diesel, biodiesel
e biodiesel com injeção de etanol. José Bonifácio. Minerva, 7(1):
nos níveis de emissão dos gases CO e NOX.
11-18.
Sugere-se que em estudos posteriores que sejam
10. Manzoli, Anderson. A emissão de CO e HC em trajetos curtos com
trabalhadas maiores variações das rotações, a fim de testar a
motor frio. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho –
influência dessa variável na emissão de gases expelidos pelos UNESP Faculdade de Engenharia Civil de Bauru – FEB Instituto de
escapamentos de motores ciclo diesel, bem como o efeito Ensino Superior COC – Ribeirão Preto, 2008.
dessa variável sobre o aumento da temperatura do motor. 11. M
iranda, G. Rodrigues.; Lisboa, H. De Melo.; Bazzo, Edson.
Avaliação da emissão de co, no e nox na exaustão de motor diesel
abastecido com combustível aditivado. Departamento de Engenharia
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flex funcionando com diferentes combustíveis. Dissertação de mestrado
Antônio C. B. Neto2 & Sueli
proposto a banca da Universidade Federal do rio Grande do Norte para
obtenção do título de Mestre. Centro de Tecnologia – CT centro de
M. F. Alves2
ciências exatas e da terra – ccet programa de pós-graduação em ciência e
engenharia de petróleo – ppgcep Natal, dezembro de 2010. Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA, Av.
1
A fim de diversificar a utilização dos aços comuns nas indústrias, é preciso que
sua estrutura cristalina seja modificada, para tanto, são realizados tratamentos térmicos
e termoquímicos. Para realização desses tratamentos, são considerados os seguintes
fatores: aquecimento, tempo de permanência e o resfriamento. Este trabalho teve como
objetivo o estudo do tempo de permanência a temperatura para realização do tratamento
térmico de têmpera do aço SAE 1045. Para esse fim, foram utilizados 25 corpos de
provas de massas iguais, divididos em 5 grupos, e cada grupo de peças foi submetido
a diferentes tempos de permanência, variando 1 hora para cada exposição. Analisando
o resultado dos testes de dureza e das análises micrográficas, constatou-se que quanto
maior o tempo de permanência, maior será a alteração da estrutura cristalina e também
a sua dureza (resistência a penetração). Obteve-se aumento de dureza de até 346%
comparando os resultados antes da realização da têmpera.
In order to diversify the use of common steels in the industries, it is necessary that
its crystalline structure be modified, for which thermal and thermochemical treatments
are carried out. To perform these treatments considered are the following factors:
heating, dwell time and cooling. The objective of this study was to study the annealing
temperature of SAE 1045 steel. For this purpose, 25 equal mass tests were used, divided
into 5 groups and each group of pieces submitted to different residence times, varying 1
hour for each exhibition. Analyzing the results of the tests of hardness and micrographic
analyzes, it was verified that the longer the permanence, the greater the change in
the crystalline structure and also the hardness (resistance to penetration). A hardness
increase of up to 346% was obtained by comparing the results before tempering.
Referencial Teórico
Tratamento Térmico
É o conjunto de operações de aquecimento em que são
submetidos os aços e ligas, sob condições controladas de
temperatura, tempo, atmosfera e velocidade de esfriamento,
com o objetivo de alterar as suas propriedades ou conferir-
lhes características determinadas 2,4,5.
Os tratamentos térmicos dos aços e ligas especiais
englobam uma das mais amplas faixas de temperaturas Figura 1. Gráfico TTT (tempo, temperatura e transformação) 4.
são os menos dúcteis dentre todos os aços. São utilizados quando é necessário eliminar o efeito do encruamento 5.
como ferramentas de corte e como matrizes para modelação Aço ABNT 1045
de materiais. (CALLISTER 5, 2005, p.397/400). O aço ABNT 1045, segundo a NBR 172/2000, é
classificado como aço para construção mecânica, ao
Propriedades mecânicas dos aços-carbono carbono e especial. E, de acordo com a norma NBR NM
As propriedades mecânicas dos aços-carbono são 87/2000, que estabelece as composições químicas dos
afetadas pelos dois fatores seguintes: composição química aços para construção mecânica, o aço ABNT 1045 deve
e microestrutura. No que se refere à composição química, apresentar a composição química descrita na Tabela 1.
nos aços esfriados normalmente o elemento predominante é Os aços de construção ao carbono quase sempre
o carbono que, como se viu, à medida que aumenta, melhora são utilizados no estado de fornecimento sem qualquer
as propriedades relativas à resistência mecânica, isto é, o tratamento térmico. Com a intenção de se obterem
limite de escoamento, o limite da resistência à tração e a melhores características para a peça, no entanto, recorre-se
dureza e pioram as propriedades relativas à ductilidade e à a tratamentos térmicos convencionais, como, normalização,
tenacidade, isto é, o alongamento, a estricção e a resistência
ao choque 3,4.
A microestrutura é inicialmente afetada pela composição Tabela 1. Composição química do aço ABNT 10456.
química, pois sabe-se que os constituintes presentes são
C Mn Pmáx Smáx Si
ferrita, perlita ou cementita ou somente perlita, conforme
0,43-0,50 0,60-0,90 0,040 0,050 0,010-0,60
se trate de aço hipoeutetoide ou eutetoide. Por outro lado, a
microestrutura dos aços depende do estado ou condição no
ponto de vista de fabricação, que são elas: “fundido - o aço
apresenta granulação grosseira, do tipo dentrítico, visto que
a austenita se forma a altas temperaturas e o esfriamento do recozimento, têmpera e revenimento 6.
interior dos moldes é muito lento; Trabalhando a quente ou Têmpera
trabalhando a frio”. (CHIAVERINI 2, 2008, p. 183). A têmpera do aço é uma operação de tratamento térmico
aplicada principalmente nas ligas ferrosas e têm por objetivo
Importância e limitações dos aços-carbono produzir uma estrutura que permite ao material, submetido a
Os aços-carbono constituem o mais importante grupo essa operação, adquirir dureza. É através da têmpera que se
de materiais utilizados na engenharia e na indústria. De obtêm estruturas e as propriedades que permitem o emprego
fato, as propriedades mecânicas desses aços simplesmente do aço em peças de maior responsabilidade e em aplicações
ao carbono, sem qualquer elemento de liga, e na maioria mais críticas, como as que se encontram na indústria mecânica,
dos casos também sem qualquer tratamento térmico, na indústria de transporte e em outros segmentos industriais 3,4.
são suficientes para atender à maioria das aplicações Para que a operação de têmpera seja bem-sucedida,
da prática. As peças fundidas geralmente requerem um vários fatores devem ser levados em conta. Inicialmente,
tratamento térmico de recozimento ou normalização a velocidade de resfriamento deve ser tal que impeça a
para alívio das tensões originadas na solidificação e para transformação da austenita nas temperaturas mais elevadas,
homogeneização da microestrutura. O aço trabalhado em qualquer parte da peça que se deseja endurecer 2,4.
por forjamento, laminação, estiramento, trefilação, etc., é A operação de têmpera visa à obtenção do constituinte
utilizado diretamente na forma de perfis obtidos através “martensítica”, em sua estrutura. A martensita é uma fase
desses processos, sem necessidade de tratamentos térmicos metaestável que aparece com o resfriamento brusco da
complexos, a não ser nos casos de trabalho final a frio, austenita, acontecendo, assim, uma transformação por
Figura 7 (a)
Resultados
Ao realizar os ensaios metalográficos e os testes de
durezas, feitos antes da realização da têmpera, constatou-
se que a dureza obtida nos testes era a especificada pelo
Figura 7. Análise Micrográfica do corpo de prova do Grupo 1, 2 e 5 antes
fabricante do aço ABNT 1045 e apresentanda uma de depois da Têmpera.
Grupo 4 (expostas por 4 horas) passaram de 16,1 HRC para 30,4 São Paulo: ABM (Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais),
2008. 272 p. ISBN: 85-86778-62-1.
HRC e as peças do Grupo 5 (expostas por 5 horas) passaram de
16,1 HRC para 56,4 HRC. 5. Callister, William D. Jr. Fundamento da Ciência e Engenharia de
Materiais: Uma Abordagem Integrada. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC,
Ainda pode ser observado que as amostras do grupo 3 2011. 702 p. ISBN: 978-85-216-1515-6.
e 4, apesar de ter aumentado a dureza, obtiveram resultados
6. Gerdau – Aços Finos Piratini. Manual de Aços. Porto Alegre – RS.
insatisfatórios visto que, suas médias são inferiores aos dos Disponível em:<http://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/
grupos 1 e 2. As justificativas se devem ao fato de ter havido engenhariamecanica/maprotec/catalogo_acos_gerdau.pdf>. Acesso
em: 15 de abril de 2016.
deficiência no processo de resfriamento das peças. Tais resultados
também podem ser visualizados na Figuras 8 (a) e 8 (b) em que 7. Cozaciuc, Ivan. Telecurso: Profissionalizante de Mecânica: Ensaios
de Materiais. 1. Ed. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho,
não houve alteração da microestrutura do aço temperado. Já os 2009. 248 p. ISBN: 978-85-7484-480-0.
resultados das têmperas das peças dos grupos 1, 2 e 5 tiveram
8. Colpaert, Hubertus. Metalografia dos produtos Siderúrgicos Comuns.
um aumento significativo de sua dureza, corroborando com a 4. Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2008. 652 p. ISBN: 978-85-212-
literatura 2,4. Os autores afirmam que diversos fatores devem 0449-7.
ser levados em conta na realização do tratamento térmico. Os 9. Van Vlack, Lawrence H. Princípios de Ciência e Tecnologia dos
fatores a serem inicialmente considerados são: aquecimento, Materiais. 4. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1984. 567 p. ISBN: 978-
85-700-1480-1.
tempo de permanência a temperatura e resfriamento.
10. Geologia E Metalurgia. São Paulo: Centro Moraes Rego da USP, ano
10, n. 11, out. 1955. 196 p.
Conclusão 11. Smith, William F; HASHEMI, Javad. Fundamentos de engenharia e
Com base nos resultados experimentais obtidos por Ciências dos Materiais. 5. Ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2012.
707 p. ISBN: 978-85-8255-114-3.
meio deste trabalho, foi possível observar que a estrutura
cristalina no aço comum SAE 1045 é facilmente alterada, 12. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Aços carbono e Ligados
para Construção Mecânica NBR NM 87. Rio de Janeiro: ABNT,
tornando sua aplicação mais vasta nos processos de 2000.
produção. A manutenção da temperatura aumenta a dureza 13. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Materiais metálicos -
do aço em até 346%. Ademais, os aços, após realização da Ensaio de Dureza Rockwell. Parte 1: método de ensaio NBR NM
têmpera, tornam-se resistentes à penetração, no entanto, 6506-2. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
frágeis e quebradiços. Para que sejam corrigidas essas 14. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Tratamentos Térmicos de
imperfeições, é preciso que seja realização o tratamento de aço – Terminologia e definições NBR NM 136:2000. Rio de Janeiro:
ABNT, 2000
normalização.
Amarelo crepúsculo e azul brilhante são corantes sintéticos utilizados nas indústrias
de alimentos e também fontes importantes de poluição da água, pois podem conter
grandes concentrações de matéria orgânica e intensa coloração. Neste trabalho, foi
estudada a cinética de descoloração das soluções por radiação ultravioleta. Os resultados
mostraram a possibilidade de tratamento desses corantes, usando apenas ultravioleta.
O processo fotoquímico apresentou resultados satisfatórios, com redução da DQO de
77,4% e 81,3% para o amarelo crepúsculo e azul brilhante, respectivamente. Os estudos
cinéticos revelaram que a descoloração segue cinética de primeira ordem em relação à
concentração de corantes.
Sunset Yellow and Brilliant Blue are synthetic dyes used in food industries and also
important sources of water pollution because they can contain large concentrations of
organic matter and have intense color. In this study, the discoloration kinetics of dyes
was investigated by ultraviolet radiation. The results showed the possibility of treatment
of these dyes, using only ultraviolet. The photochemical process presented satisfactory
results, with reduction of DQO of 77,4% and 81,3% for the Sunset Yellow FCF and
Brilliant Blue FCF, respectively. Kinetic investigations revealed that the discoloration
follows first order kinetic with respect to the dyes concentration.
Resultados e Discussão
O comportamento da descoloração (tratamento
fotolítico) dos corantes alimentícios, nas concentrações de
20 e 50 mg/L, pode ser visto nas Figuras 3 e 4. Observa-se
perfil semelhante, independentemente da concentração ou
do corante, havendo considerável diminuição da coloração
das soluções no decorrer do tempo de irradiação, sendo
Figura 2: Aparato utilizado nos experimentos de fotodegradação com
que este processo ocorre mais rapidamente para o amarelo
UV. (1) lâmpada vapor de mercúrio, (2) tubo de
crepúsculo. Resultados diferentes foram observados por
Marmitti, Pirotta e Stulp (2010)11 nos estudos de fotólise
Para uma análise quantitativa da velocidade de direta dos corantes amarelo crepúsculo, azul brilhante,
descoloração das soluções, sendo que alguns processos amarelo tartrazina, azul indigotina, eritrosina e amaranto,
ocorrem de maneira mais rápida do que outros, foi feito em que os pesquisadores observaram alterações na
um estudo da cinética das reações. A cinética de redução coloração das soluções, somente, quando a irradiação
de compostos orgânicos em soluções aquosas pode ser de ocorreu na presença de catalisadores.
Concentração
Corante k1 (min-1) R2
(mg/L)
Amarelo
20 0,032 0,987
crepúsculo
Azul brilhante 20 0,016 0,998
Amarelo Figura 7: Espectro UV/Vis do corante amarelo crepúsculo (20 mg/L),
50 0,021 0,995
crepúsculo em diferentes tempos de irradiação.
Azul brilhante 50 0,012 0,994
Degradação de Fármacos
e Impacto Ambiental
Euzani S. Duarte, Gislene C. S. de Aquino & Rogério G. Lima
O consumo de medicamentos tem aumentado nos últimos tempos e, com isso, as indústrias têm investido cada vez mais
em tecnologias, resultando no acréscimo da geração de resíduos farmacológicos, devido à sua degradação, ocasionando várias
consequências ao meio ambiente, devido ao descarte incorreto pela população e pelas indústrias. Uma das preocupações das
indústrias é com a questão da estabilidade farmacológica, mas os resíduos produzidos por eles são pouco estudados e estes
quando lançados no ambiente contaminam os corpos hídricos, o solo e causam alterações aos seres vivos. Este trabalho
busca abordar os aspectos socioeconômicos e ambientais relacionados ao descarte de medicamentos, estabelecendo quais
os principais problemas ocasionados pelo descarte incorreto, bem como a legislação acerca da destinação dos resíduos
farmacêuticos, para isso serão realizados uma revisão bibliográfica no Science American. Muitos medicamentos são
descartados de maneira errônea pela população e indústrias, causando, por exemplo, uma disfunção hormonal em peixes,
uma resistência em bactérias. A legislação a respeito do tema é extensa, mas há falhas na sua execução e fiscalização, bem
como na criação de uma legislação para a coleta de fármacos vencidos ou inutilizados pela população.
The medicine consumption has been largely increased over last years. It has taken the industry to invest in new
technologies which bring in a increasement in the pharmacological waste production due to its degradation which brings a lot
of consequences to the environment occasioned by the wrong discard both from population and from industries. The highest
concern of the industries is related to the pharmological estability however the questiono fwaste which is produced is not
larged argueed. When these wastes are wrongly discarded in the environment they can contamine the hydric resourses, the
land and drive many changes to the living beings. This work aims to approach both the socio-economic and environmental
aspects that are related to the drug discard attempting to establish what are the main problems occasioned by the wrong
discard it is also aimed to discuss the current legislation about this issue. Seeking it, a bibliographical review has been done
on the Science American. Lots of medicine are wrongly discarded by the population and industry causing, for instance, the
fish hormonal disfunction and bacterias resistance. There is a long legislation about this issue however should be highlighted
that there are some fails both in its application and at its supervision and in which is related to the a new legislation that rules
the discard of expired or non-used drugs from the population
instáveis que são tóxicas para o meio biótico e abiótico. Vários a serem separados são particionados entre duas fases, uma
estudos demosntraram que diversos fármacos são persistentes no estacionária, geralmente de grande área, e outra um fluído que flui
meio ambiente e não são completamente removidos pelas estações através da primeira. (Torres et al., 2012), cromatografia análises
de tratamento de esgotos (Sodré et al. 2010), permanecendo de carbono orgânico total caracteriza pela determinação da taxa
por longos períodos, acarretando sérios riscos socioeconômicos de mineralização (transformação dos produtos em CO2 e H2O)
e ambientais, representando um risco para a saúde pública e de um processo de degradação aplicado em moléculas orgânicas
para o meio ambiente, (Balbino, 2011). A produção industrial (Vieira, 2011), espectrofotometria de absorção molecular UV-
normalmente orienta-se pela minimização de custos. visível e espectrometria de massas.
Há vários princípios ativos que possuem características A deposição de fármacos diretamente no lixo comum é mais
de estabilidade e resistência a vários fatores externos como o prejudicial ao meio ambiente do que a excreção pelo organismo,
pH, temperatura, umidade que são importantes para que os pois fármacos descartados encontram-se na sua forma ativa.
medicamentos possam exercer a sua função no organismo e o Mesmo as drogas que possuem meia vida curta, são passíveis de
mantem ativo também no meio ambiente (Lages,2011). causar exposições crônicas, uma vez que sua introdução contínua
A presença dos resíduos de fármacos no meio ambiente no meio ambiente leva à bioacumulação (Andreozzi e Rafaelli,
é resultante das quantidades produzidas e usadas, da 2003). Além disso, mesmo que a concentração de alguns fármacos
frequência de administração, da taxa de excreção dos encontrados no meio ambiente seja baixa, a combinação deles
fármacos ou metabólitos, da propensão da substância pode ter efeitos pronunciados devido os mecanismos de ação
em ser adsorvida em solos e da capacidade de
sinérgicas (Reis Filho e Barreto, 2007).
degradação do meio em que o resíduo se encontra.
Outro fator a ser considerado é que a facilidade A fluoxetina, por exemplo, é um antidepressivo mais usado
de dispersão destes resíduos, através do transporte comum de ser encontrado nos recursos hídricos é um pó cristalino
aquoso, está associada à natureza polar e à baixa branco solúvel em água com meia vida de eliminação de 4 a 6 dias,
volatilidade destes compostos. Isto dificulta o escape do é metabolizada no fígado originando a norfluoxetina, meia vida de
meio aquático, como presumivelmente ocorre com os 4 a 16 dias, entre outros que são excretados na urina (Merck, 2013
compostos orgânicos voláteis (Vieira, 2011).
apoud Silva 2014). Apresenta baixa biodegrabilidade e alto poder
de bioacumulação. Pode ser detectada pela cromatografia líquida
Entre os impactos ambientais mais preocupantes associados a
de alta eficiência, em que uma mistura de compostos é injetada na
resíduos de fármacos está a genotoxicidade (Gil e Mathias, 2005),
coluna e são separadas e em seguida detectados eletronicamente
que pode ser definida como a capacidade que algumas substâncias
químicas apresentam em produzir alterações genéticas em
organismos a elas expostos.
As propriedades físicoquímicas que os fármacos apresentam
como sua característica lipofílica, bioacumulativos e baixa pressão
de vapor, contribui para a sua dispersão (Torres et al., 2012). Além
disso, apresentam facilidade em atravessar a membrana plasmática
das células dos animais, já que essas são lipoproteicas. Portanto,
têm sido detectados em diversas matrizes ambientais, por meio
de técnicas analíticas, as quais se tornaram mais sensíveis e mais Figura1. Estrutura molecular do cloridrato de fluoxetina (Silva, 2014).
abrangentes. Para determinação de compostos farmacológicos
em amostras ambientais os métodos mais utilizados, baseiam-se (Silva, 2014).
na extração em fase sólida seguida por cromatografia líquida que A trimetoprima é um dos antibióticos mais resistentes em
é um método de separação, no qual os constituintes da amostra relação aos processos de degradação principalmente fotocatálise,
podem afetar negativamente o sistema endócrino de diversos encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção
organismos aquáticos são solúveis em gordura, assim, altos níveis dos trabalhadores, à preservação da saúde pública, dos recursos
podem estar presentes em carne, peixe, ovos e derivados do leite. naturais e do meio ambiente. Duas normas em exercício no país
O aumento crescente das concentrações dos metabólitos destes também tratam da questão de descarte dos resíduos gerados na
compostos, como o 17α etinilestradiol, mestranol e o diestilbestrol, área da saúde. São elas a RDC no. 306 da ANVISA (Brasil,
tem sido causado pela descarga de uma grande quantidade de 2004), que dispõe sobre o gerenciamento dos resíduos de saúde,
medicamentos expirados (não utilizados) advindos de domicílios, e a resolução no. 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
resíduo de hospitais e indústrias farmacêuticas (Torres 2012). Os (CONAMA) (Brasil, 2005), que dispõe sobre o tratamento e
estrogênios em seres humanos podem causar câncer em testículo, disposição final dos resíduos de saúde por eles gerados.
na tireoide, na mama em mulheres jovens, diminuição do número A posição desenfreada do Brasil em relação à produção
de esperma em homens férteis, e isso tem chamado a atenção da de lixo requer uma atenção especial. Programas de educação
Organização Mundial de Saúde – OMS, embora não seja possível ambiental são essenciais na contenção e no descarte correto
ainda identificar como os contaminantes emergentes afetam o do medicamento. Todas as instituições, família, escola,
equilíbrio do sistema hormonal dos seres vivos, o crescimento igreja, empregatícia, podem abraçar essa causa, assumindo
também não pode ser explicado apenas pela genética. responsabilidades socioeducativa em sua comunidade. Em
Os resíduos da fluoxetina, por exemplo, causam efeitos relação à legislação, a criação de pontos para coleta dos remédios
nos sistemas reprodutivo dos animais, peixes, repteis e aves, é uma forma de assegurar o gerenciamento desses resíduos, para
reduz a produção de esperma no homem. A análise das águas serem encaminhados ao descarte adequado, passando, assim, a
brutas, realizada na mesma pesquisa, também resultou em dados ser responsabilidade das farmácias e drogarias a destinação final
preocupantes. No Rio Atibaia, por exemplo, as amostras revelam desses medicamentos. As farmácias e drogarias poderão reutilizar
concentrações significativas do fármaco diclofenaco e dos esses medicamentos ou destiná-los a aterros sanitários próprios
hormônios estradiol, etinilestradiol e progesterona (Ghiselli, 2010). para a deposição e destruição de resíduos sólidos.Porém, somente
Apesar da classificação dos resíduos químicos, dos estudos com a elaboração de uma legislação eficiente e coercitiva, as
realizados acerca das substâncias geradas por eles e seus efeitos presentes alternativas concretas para esse problema que o descarte
sobre o meio ambiente, existe um descaso e despreparo na questão correto de medicamentos poderão ser uma realidade.
do manejo de tais substâncias em muitos lugares do mundo.
Nos países desenvolvidos, existe gerenciamento de resíduos.
Na Inglaterra e Alemanha, usa-se a incineração do lixo para
Legislação
A Constituição Federal, em seu artigo 196, dispõe que “A
produzir energia, nos EUA, o lixo é destinado a aterros sanitários
saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
adequados, incineração, reciclagem e compostagem.
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
Mas especificamente com fármacos, o que fazer após expirar
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
o prazo de validade. Na maioria das vezes, por falta de orientação
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
e alternativa, o usuário tem descartado forma inadequada o
Após nossa Carta Magna, o assunto foi abordado pela Lei
medicamento no meio ambiente, ocorrendo geralmente nos vasos
n.º 8.080/90, que dispôs sobre as condições para a promoção,
sanitários e no lixo doméstico.
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
O regime diferenciado de contratações, RDC, nº 33 (Brasil,
dos serviços correspondentes, determinando em seu artigo 13,
2003) preconiza que o gerenciamento dos resíduos sólidos em
inciso III a necessidade de articulação de políticas públicas que
saúde constitui-se um conjunto de procedimentos de gestão,
tratem das atividades farmacêuticas.
planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas,
Em seguida, surgiram diversas legislações no intuito de
normativas e legais. Assim, deve ser aplicado para reduzir a
regulamentar o gerenciamento final de medicamentos. A
produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um
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2006, 23, 1888–1897.
do Cambridge Crystallographic Data Centre (CCDC).
O CCDC é um banco de dados de estruturas cristalinas 13. M. B. Hickey, M. L. Peterson, L. A. Scoppettuolo, S. L. Morrisette,
A. Vetter, H. Guzmán, J. F. Remenar, Z. Zhang, M. D. Tawa and S.
com pouco mais de cinquenta anos de criação e que já
Haley, Eur. J. Pharm. Biopharm., 2007, 67, 112–119.
possui quase 900 mil estruturas depositadas. Concluímos
14. J. F. Remenar, S. L. Morissette, M. L. Peterson, B. Moulton, J. M.
essa breve apresentação destacando que o campo de MacPhee, H. R. Guzmán and Ö. Almarsson, J. Am. Chem. Soc.,
pesquisa em cristalografia tem futuro promissor uma vez 2003, 125, 8456–8457.
que a International Union Of Crystallography tem unido 15. A. Taguchi and F. Schüth, Microporous Mesoporous Mater., 2005,
forças com a UNESCO desde 2014 (o ano internacional 77, 1–45.
da cristalografia) no sentido de encorajar a criação de 16. X. Zhao, X. Bu, T. Wu, S.-T. Zheng, L. Wang and P. Feng, Nat.
centros regionais e sub-regionais para o oferecimento de Commun., 2013, 4, 2344.
treinamento e experimentação na área, além da criação de 17. A. Phan, C. J. Doonan, F. J. Uribe-Romo, C. B. Knobler, M.
um jornal científico de livre acesso, IUCrJ. O’Keeffe and O. M. Yaghi, Acc. Chem. Res., 2010, 43, 58–67.
18. J. Sun and X. Zou, Dalt. Trans., 2010, 39, 8355.
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a
Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, 75132-400, Goiânia
30, 31–35. – GO, Brasil
b
Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Estadual de Goiás, 87020-
6. M. W. Biavatti, P. C. Vieira, M. F. D. G. F. Da Silva, J. B. Fernandes,
900, Anápolis – GO, Brasil
S. R. Victor, F. C. Pagnoccab, S. Albuquerque, I. Caracelli and J.
Zukerman-Schpectora, J. Braz. Chem. Soc., 2002, 13, 66–70. *e-mail: jeanmfcustodio@gmail.com
dos consumidores. Nesse contexto, como estabelecedores apontou que já são mais de 30 certificadoras “verdes”
de uma identidade ambiental para os produtos, surgem os existentes no Brasil. Com referência à matéria publicada
selos ambientais, que são uma forma de atestados de garantia na revista citada acima, apresentamos no Quadro 9, a
de que o produto foi processado e passou por critérios seguir, alguns selos ambientais do mercado adotados por
estabelecidos em normas nacionais e internacionais e que, certificadoras terceirizadas.
portanto, resguardam relações com a qualidade ambiental. O Quadro 1 apresentado tem o intento de ilustrar ao
Para atender a essa demanda, os selos ambientais ou leitor alguns dos vários selos existentes e expor um pouco
rotulagem ambiental, configuram práticas muito recentes sobre seus objetivos. Todavia, não se pode afirmar que todos
à realidade brasileira e a terminologia adotada para os selos existentes foram apresentados, mesmo porque até o
caracterizá-los é vasta. Passamos a indicar alguns dos término desse trabalho, muitos outros selos deverão surgir
termos de rotulagem que estão sendo empregados, são no mercado.
eles: Ecorótulos ou ecorrótulos, Rótulo ambiental, Rótulo
ecológico, Selo verde, Eco-selos, Etiqueta ecológica,
ecoetiquetas, Selo ambiental, dentre outros.
Referências
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Todavia, não se chegam a uma definição única a ser dada enfrentamento político dos conflitos socioambientais. In: Loureiro,
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crescente e, de certa forma, são dispositivos que podem debate. São Paulo: Cortez, 2000, p.85-155.
contribuir na tomada de decisão e implementação de missão
e políticas empresariais, assim como, serem definidores na
hora da escolha da compra dos produtos pelos clientes. Wilson de Paula e Silva
Quanto a essa temática, a Revista Vida Simples-09/2008 E-mail: wsilva.senai@sistemafieg.org.br
ISO 14001
O que certifica: sistema de gestão ambiental de empresas e empreendimentos de qualquer setor.
Como é: em sua operação, a empresa deve levar em conta o uso racional de recursos naturais,
a proteção de florestas e a preservação da biodiversidade, entre outros quesitos. No Brasil,
quem confere essa certificação é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ao
contrário das demais certificações, não há um selo visível em produtos. Para saber se uma
empresa tem o ISO 14001, deve-se consultar seu site ou centro de atendimento ao cliente.
ECOCERT
O que certifica: alimentos orgânicos e cosméticos naturais ou orgânicos.
Como é: os alimentos processados devem conter um mínimo de 95% de ingredientes orgânicos
para serem certificados. Para ganhar um selo de cosmético orgânico, um produto deve ter,
ao menos, 95% de ingredientes vegetais e 95% destes ingredientes devem ser orgânicos
certificados - no caso de cosméticos naturais, 50% dos insumos vegetais devem ser orgânicos.
O selo Ecocert é um só (este ao lado). Mas, por contrato com a certificadora, o fabricante é
obrigado a identificar no rótulo se o produto é orgânico ou natural.
Procel
O que certifica: equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos.
Como é: o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica indica os produtos
que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Os
equipamentos passam por rigorosos testes feitos em laboratórios credenciados no programa.
Fairtrade
É o selo do comércio justo. O respeito ao meio ambiente faz parte dos valores, mas a principal
intenção desse selo é criar uma relação justa, solidária e sem atravessadores entre os pequenos
produtores. Cria um sistema de comodities para produtos orgânicos ou não, desenvolvidos por
pequenos proprietários.
Os selos de advertência
Além dos selos, digamos, “positivos”, existe uma série de determinações para avisar
o consumidor do perigo ou suposto dano que esse produto pode causar. É o caso da
obrigatoriedade de avisar se o produto tem glúten ou é transgênico, por exemplo. Esse último,
aliás, só agora começa a ser adotado, após muita pressão, pelas empresas.
Para que seu artigo possa entrar em nosso processo de avaliação, visando à
possível publicação na revista Processos Químicos, o texto deverá satisfazer às
seguintes condições: