Elaboração de Projetos Educacionais

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ELABORAÇÃO DE PROJETOS EDUCACIONAIS1

Raquel Quirino2

INTRODUÇÃO
A pesquisa diagnóstica, com o levantamento das reais necessidades, é
o primeiro, e o principal fator de sucesso, para a proposta, elaboração,
aprovação e execução de projetos de intervenção na escola. Além disso, o que
se pretende executar precisa estar suficientemente claro em termos de
resultados esperados com a implementação do projeto proposto.
Algumas questões são relevantes para nortear o levantamento de
necessidades de desenvolvimento de projetos. Antes de elaborá-lo é
fundamental que você responda a elas:
a) Qual a necessidade do projeto?
b) Onde a necessidade foi verificada em primeiro lugar?
c) Ocorre em outra área ou setor?
d) Qual a sua causa?
e) É parte de uma necessidade maior?
f) Como resolvê-la: em separado ou combinada com outras?
g) É preciso alguma providência inicial, antes de resolvê-la?
h) A necessidade é imediata?
i) A necessidade é permanente ou temporária?
j) Quantas pessoas e quantos serviços serão atingidos com o projeto?
k) Qual o tempo disponível para o planejamento, aprovação e
execução?
l) Qual o custo provável?
m) Qual a relação custo/benefício?
n) Quem, onde e como irá executar o projeto?
o) Como e por quem o projeto será acompanhado e avaliado?

O planejamento envolve diversos itens, tais como:


 Definição clara dos objetivos;

1
Texto elaborado para as disciplinas "Didática I e II", do Programa Especial de Formação
Pedagógica de Docentes (PÈFPD) do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais (CEFET-MG), com base nas referências citadas e na experiência acadêmico-
profissional da autora. Permitida a utilização e reprodução desde que seja citada a fonte.
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Doutora em Educação. Professora do CEFET-MG.
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 Divisão ou distribuição do trabalho;


 Definição do conteúdo em termos de quantidade e qualidade;
 Escolha da metodologia a ser utilizada;
 Delimitação dos recursos a serem utilizados na implementação;
 O (s) local (is) mais adequado (s) para o desenvolvimento das
atividades;
 Definição da clientela público alvo (número de pessoas, tempo
disponível, grau de habilidades, conhecimentos e atitudes,
características pessoais, conhecimento prévio);
 Época ou periodicidade;
 Forma de controle e avaliação dos resultados.

Quanto à execução das ações propostas no projeto há que se


considerar os seguintes fatores:
 Adequação do projeto às necessidades da organização;
 A qualidade do material apresentado;
 A cooperação das chefias e coordenações da empresa;
 A qualidade e preparo dos professores/instrutores e o perfil dos
educandos;

Partindo-se do pressuposto de que toda a ação a ser executada nasce


de um projeto previamente elaborado, torna-se, então, necessário um
aperfeiçoamento quanto às técnicas e/ou formas para a sua elaboração de
modo a garantir a obtenção de resultados satisfatórios em sua
operacionalização.
Cabe alertar para o cuidado especial que se deve ter coma linguagem
utilizada e com a precisão quanto ao que se pretende alcançar. Para Carvalho
e Serafim (1995), um bom planejamento não se faz procurando frases feitas ou
palavras bonitas que uma vez se leu em algum lugar e que enfeitam a proposta
(postura bastante comum nos meios educacionais), mas, sim, de formulações
precisas do que se pretende alcançar. Outro aspecto diz respeito à
compreensão do projeto como uma proposta de atividades eminentemente
práticas, cujas etapas devem ser detalhadas minuciosamente em estreita
simbiose com as características do grupo para o qual se destinam.
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Tratando-se de um trabalho que será apresentado por escrito, os


cuidados principais na elaboração do projeto referem-se à:
 Clareza e objetividade nos textos;
 Precisão nas informações a serem transmitidas;
 Redução dos rituais burocráticos;
 Uso adequado de palavras, evitando as de duplo sentido;
 Mensagens curtas e com conteúdo explícito;
 Objetividade, precisão, concisão e clareza.

Conforme Moura & Barbosa (2006, p.70),

em todos os casos, consideramos de grande importância ter em conta


os critérios de redação geralmente utilizados para trabalhas técnico-
científicos (...). Devemos alertar sobre as dificuldades que
comumente ocorrem em relação a esse aspecto, como tendência
geral de uma redação prolixa, repleta de redundâncias e imprecisões.

Com o objetivo de explicitar e oferecer subsídios que possam contribuir


com os profissionais envolvidos em atividades de planejamento educacional
apontamos, a seguir, alguns itens considerados essenciais para a elaboração
de projetos nas escolas. Cabe destacar que, sobretudo no âmbito educacional,
não há "o modelo" de projeto, posto que cada insituição, de acordo com suas
características e vinculações políticas, administrativas e culturais adotará o
roteiro que melhor se adeqüe as suas necessidades.
Inicialmente cabe ratificar que projeto educacional refere-se a uma
organização prévia de uma ação a ser desenvolvida no âmbito escolar, cujo
objetivo é a transformação de uma determinada realidade (entendida aqui
como uma demanda/necessidade identificada no processo de pesquisa
diagnóstica), no levantamento de necessidades da escola, relativos a busca
por melhorias. Nesse sentido todo projeto está ligado a um universo político,
epistemológico e simbólico-representacional mais amplo e que lhe define as
prioridades e os paradigmas metodológicos para a ação.
Enfatiza, portanto, uma ação destinada a uma situação problema ou
necessidade. Pode-se dizer que as relações entre ação e realidade atendem a
quatro momentos, a saber:
a) Projeção da ação;
b) Especificação das etapas da ação (incluindo procedimentos de
acompanhamento e avaliação);
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c) Dinamização da ação;
d) Elaboração do relatório.

FUNÇÕES DE UM PROJETO
 Define e detalha os passos a serem seguidos no desenvolvimento do
trabalho, explicitando as etapas a serem alcançadas, os instrumentos e as
estratégias a serem utilizadas. Este planejamento impõe uma disciplina e
organização do trabalho, não apenas no que diz respeito aos
procedimentos a serem adotados, mas, também, em termos da
organização do tempo, da seqüência de roteiros e cumprimentos de
prazos; o planejamento é vital para uma ação;
 Atende às exigências de apresentação e discussão das propostas,
contribuindo para uma visão global do que será feito e da sua pertinência
(ou não) em relação ao problema/propósito da ação;
 Serve de base para a análise, discussão e avaliação dos resultados
obtidos. Os resultados só poderão ser julgados como satisfatórios (ou
não) à luz dos propósitos iniciais;
 Constituiu a base para a solicitação de financiamento e/ou alocação de
recursos financeiros para a sua realização;
 Configura-se como o ponto de partida para a coordenação de programas
específicos.

ITENS PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS

1. Apresentação do Problema ou Introdução (item obrigatório)


Representa um momento fundamental do projeto. Nele se caracteriza, com
a maior clareza e objetividade possível, o conteúdo da problemática que deu
origem ao projeto, ou seja, a "situação geradora", de modo a permitir um
entendimento dos antecendentes motivadores da proposta.
Vale lembrar que não se podem propor ações suficientes e adequadas, nem
tampouco operacionalizá-las, sem que se tenha, antes, uma idéia clara do
problema a ser resolvido. É um momento no qual se define os vários aspectos
da situação problema, esclarecendo devidamente a abrangência/limites a partir
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dos quais se desenvolverão as ações pretendidas, assim como os


procedimentos a serem adotados.
Uma alternativa para apresentação é iniciá-la com uma discussão mais
ampla acerca da gênese do problema, citando os autores que já pesquisaram e
discorreram sobre o assunto. Isto é, explicita-se como se chegou a ele,
explicando o contexto no qual se insere e os motivos mais relevantes para que
o problema seja percebido como tal. Em seguida, há que se esclarecer qual o
objeto a ser, de fato, tematizado, relacionando-o e circunscrevendo-o no
contexto dos projetos e estudos já realizados sobre o mesmo assunto,
configurando-se assim, no embasamento teórico do projeto. Faz-se uma
espécie de estudo detalhado da questão onde se mostra onde, como e em quê
"este problema" se distancia/aproxima dos identificados nos outros estudos e
contextos. Em seguida procede-se a descrição da situação propriamente dita.
Resumindo, conforme Barbosa & Moura (2006), neste item apresenta-se a
definição do problema ou situação geradora do projeto: problema, necessidade,
desafio, oportunidades (o que podemos chamar de diagnóstico situacional).
Pretende-se responder às seguintes questões:
 De que trata o projeto? Qual a situação, problema ou necessidade que
deu origem ao projeto?
 Por que vale a pena investir recursos no desenvolvimento do projeto?
 Para quais finalidades o projeto vai ser conduzindo? Que resultados
podemos esperar com a realização do projeto? O que se pretende realizar
com o seu desenvolvimento? Que benefícios são esperados? Quais serão
beneficiados com sua realização?
 Qual a área de atuação do projeto? Qual sua dimensão em termos de
público-alvo? Que volume de recursos deverá ser investido?

2. Justificativa3
Uma ação é projetada porque existem necessidades em um determinado
campo específico da organização que precisam ser atendidas. Nesse sentido,
obter informações quantitativas e qualitativas sobre a situação real existente é
um pré-requisito indispensável à elaboração do projeto.

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A "justificativa" do projeto pode ser uma extensão do item "situação geradora" e conter
elementos que podem já ter sido mencionados ou antecipados no item "apresentação do
problema", como: diagnóstico situacional, referencial teórico, dados estatísticos e informações
descritoras da realidade anterior ao projeto.
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Após ter sido identificada uma determinada situação-problema, apresentam-


se, explicitamente, as razões que validam a operacionalização e implantação
do projeto. Portanto, implica o levantamento, a análise e a interpretação dos
dados relativos ao problema, o que permite uma visão prospectiva da situação.
Ressaltamos que a justificativa não é de ordem pessoal, mas, sobretudo,
baseada na relevância social e científica da proposta (sem perder de vista o
contexto para o qual se destina). É preciso ter muito clara qual a importância
dos resultados que se pretende alcançar. Cabe acrescentar, ainda, duas
questões essenciais: (i) refere-se às consequências esperadas e quais as que
poderão advir a partir dos resultados da ação proposta no projeto e (ii) qual, de
fato, a contribuição dessa ação para a escola. Estas questões são importantes
na medida em que alertam para o perigo de proporem-se ações sem uma
análise cuidadosa da sua pertinência para a situação problema; isto poderia
provocar o aumento da dimensão do problema existente e, até a criação de
novos problemas (embora sem a intenção de resolvê-los).
Deste modo, após a descrição da situação existente, apontam-se as
alternativas de solução e a importância da ação que se propõe realizar, em
relação ao empreendimento como um todo.

3. Objetivos (item obrigatório)


A formulação de objetivos é decisiva na elaboração de projetos porque, a
partir destes, definem-se os propósitos e explicita-se a natureza do trabalho a
ser realizado. Nesse processo, torna-se necessário saber por quê se pretende
responder a esta ou àquela necessidade/questão. A natureza da resposta
depende do que se pretende fazer com ela.
Da clareza da formulação dos objetivos depende a adoção de modelos
teóricos e a seleção de práticas mais ou menos específicas. Essa clareza
determina o sucesso do projeto, pois é a partir dos objetivos que se
estabelecem os indicadores para avaliação e a adoção de novos
procedimentos e de novas ações.
Os objetivos podem ser geral e específicos:
3.1 Objetivo Geral: É estabelecido em relação à proposta como um todo e,
portanto, assume uma dimensão mais ampla. Serve como diretriz principal
para a ação e estabelece a filosofia orientadora do projeto. É proposto de
acordo com as necessidades do planejamento e aponta para os resultados
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a serem alcançados com a operacionalização da proposta. A formulação do


objetivo geral pressupõe uma visão ampla e precisa do que se pretende
atingir com a ação proposta. Se mal formulado prejudica todo o processo,
inviabilizando, inclusive, os processos de controle, acompanhamento e
avaliação da afetividade das ações desenvolvidas/propostas.
O objetivo geral é uma "declaração de caráter geral e abrangente que
expressa a intenção de resolver o problema ou necessidade que está
descrita na situação geradora do projeto". (MOURA e BARBOSA, 2006,
p.72). Expressa a razão de ser do projeto, refere-se ao "para quê" o projeto
será implementado.
Exemplo: Considerando que, a situação geradora mostrada no item
"apresentação do problema" sejam os baixos resultados apresentados pelos
alunos em alguma disciplina, devido à ineficácia dos métodos de ensino dos
professores, um "objetivo geral" para um projeto que se propõe apresentar
solução para esse problema poderia ser: "contribuir para a melhoria dos
resultados dos alunos na disciplina X, por meio de adoção de métodos de
ensino mais eficazes".
3.2 Objetivos Específicos: Detalham cada uma das etapas que norteiam
os resultados desejados. Precisam estar em perfeita consonância com o
objetivo geral e com o problema diagnosticado. Cada objetivo específico
representa uma proposta de efetiva contribuição para aquilo que está
expresso no objetivo geral. Precisam ser formulados da forma mais clara
possível, portanto, nem sempre o uso de expressões bonitas extraídas de
manuais ou de outros projetos, contribuem para a sua formulação. O que se
busca não são objetivos bonitos, mas, sim, objetivos que expressem o que
de fato será feito e o porquê. "O objetivo específico é uma declaração de
caráter bem definido sobre o que se pretende realizar para alcançar aquilo
que está expresso no objetivo geral". (MOURA e BARBOSA, 2006, p.72).
Exemplo: Considerando o "objetivo geral" citado anteriormente: "contribuir
para a melhoria dos resultados dos alunos na disciplina X, por meio de
adoção de métodos de ensino mais eficazes", para esse objetivo geral,
alguns objetivos específicos possíveis podem ser: "1) promover cursos de
capacitação para os professores em métodos e técnicas de ensino; 2)
realizar reuniões periódicas para troca de informações entre os professores
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e coordenadores pedagógicos; 3) Contratar estagiários para auxiliar os


professores nas aulas” e assim por diante.

Deve-se ter uma sequência lógica, desde a definição do problema até a


redação dos objetivos específicos: apresentação do problema  declaração
da intenção de resolver o problema (objetivo geral)  declaração do que
se pretende fazer para alcançar o objetivo geral (objetivos específicos).

4. Metas (esse item não é necessário)


As metas referem-se aos objetivos específicos do projeto. Representam a
quantificação desses objetivos em um tempo espaço reais. Permitem, ao
quantificarem os objetivos, o estabelecimento de padrões para a ação,
permitindo a sua mensuração. Quando não se estabelecem metas, as ações
podem tornar-se apenas atividades a mais no contexto educacional. É
imprescindível descrever pelo menos uma meta para cada objetivo específico.
Um ponto importante a respeito das metas diz respeito ao seu detalhamento
em termos de como se dará a sua operacionalização no âmbito da instituição
como um todo e, em especial, dos segmentos-alvo da ação proposta.
Exemplo: Considerando o objetivo específico: "1) promover cursos de
capacitação para os professores em métodos e técnicas de ensino", uma meta
poderia ser: "implantar dois projetos de educação continuada por ano, para os
professores, até o final do projeto". Ou outro exemplo de meta para o mesmo
objetivo: "Capacitar 80% dos professores em métodos e técnicas de ensino até
o final do ano.”

5. Indicadores (esse item não é necessário)


Como forma de caracterização dos resultados a serem obtidos e para
facilitar os processos de acompanhamento, avaliação e controle, torna-se
necessário o pré-estabelecimento do que está sendo avaliado ou observado,
de modo a facilitar a objetividade na identificação das relações entre os
resultados alcançados e aquilo que foi planejado. Os indicadores estabelecidos
estão em estreita relação com as metas e com os objetivos propostos.
Exemplo: Considerando o objetivo específico: "1) promover cursos de
capacitação para os professores em métodos e técnicas de ensino", o indicador
poderia ser: "número de cursos realizados e percentual de professores
capacitados.”
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6. Metodologia (item obrigatório)


Um determinado problema admite, sempre, múltiplas possibilidades de
enfoques e, portanto, diferentes métodos de tratamento. Nesse particular, não
se pode afirmar que estes ou aqueles métodos são os melhores ou perfeitos.
Tornam-se adequados os métodos que atendem a necessidades/finalidades e
contextos específicos.
A opção por um determinado enfoque metodológico precisa levar em
consideração:
 A relevância dos resultados a serem obtidos e as conclusões da
proposta;
 A clareza dos resultados;
 O custo;
 A objetividade e a precisão;
 O tempo de duração das atividades;
 A disponibilidade de pessoal e equipamento;
 Os aspectos éticos;
 As prioridades do projeto.

7. Atividades (item obrigatório)


A escolha das atividades deverá responder às indicações dos objetivos,
metas, requisitos e metodologias indicadas. Responde a questão "como" se
deve fazer para atender as necessidades identificadas pelo diagnóstico. Em
termos das atividades, conforme o caso pode-se elaborar um esquema da
estrutura da atividade. A relação das principais atividades a serem
desenvolvidas permite estabelecer/visualizar as relações entre a proposta, a
função a qual se destina a atividade e a atividade propriamente dita.
Recomenda-se, para a identificação dos recursos, o mesmo processo usado
na especificação das atividades. Isto é, a determinação do tipo de recursos
(material permanente, material de consumo, pessoal, equipamento e
instalações etc.), identificando a quais setores estão vinculados e quem nestes
setores desempenhará cada função estabelecida na proposta/projeto.
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7.1 Proposta Didática ((item obrigatório. Especificamente para a


disciplina Psicologia da Aprendizagem)
 Deverá ser elaborada uma proposta didática, com atividades a serem
desenvolvidas em sala de aula pelo/a professor/a e alunos/as,
fundamentada por teorias do desenvolvimento e da aprendizagem.
Desse modo, deverá ser escolhida entre as teorias do desenvolvimento:
(i) Vigotsky; (ii) Piaget, ou (iii) Wallon e também entre as teorias da
aprendizagem: (i) Jerome Bruner ou (ii) David Ausubel.
 A proposta didática deverá ser referente a um conteúdo da área de
habilitação dos integrantes do grupo (se acaso as habilitações forem
diferentes, deverá ser elaborada uma proposta para cada habilitação).
 A proposta didática deverá conter a descrição dos objetivos instrucionais
(cognitivos, procedimentais e afetivos). Ou seja, deverão estar explícitos,
por parte do proponente, os resultados que pretende que sejam
alcançados com o conteúdo a ser trabalhado.
 Na proposta didática deverão estar explicitados e justificados, em
relação aos objetivos educacionais formulados, todos os procedimentos
utilizados pelo professor para o ensino do conteúdo proposto:
a. O procedimento metodológico:
i. a modalidade didática: como a aula será desenvolvida;
ii. escolha dos recursos didáticos.
b. As atividades propostas.
c. Os instrumentos avaliativos.

8. Fluxo de trabalho (esse item não é necessário)


Constitui-se em um roteiro com a finalidade de garantir o atingimento das
metas e objetivos do projeto. Possibilita uma melhor percepção das inter-
relações existentes entre os procedimentos a serem adotados para o
desenvolvimento do projeto e a priorização das ações.
Para a elaboração de um Diagrama de Fluxo de Trabalho, toma-se como
ponto de partida a especificação e/ou definição das atividades propostas, que
são ordenadas hierarquicamente segundo a sua importância e viabilidade.
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9. Cronograma (item obrigatório)


O cronograma representa a listagem das etapas e respectivas previsões de
tempo e execução e deve ser elaborado à luz do Diagrama de Fluxo de
Trabalho. Contribui significativamente para as atividades de acompanhamento,
avaliação e controle. Convém lembrar que a mesma unidade de tempo deve
ser mantida.

10. Custos (esse item não é necessário)


A previsão dos custos é uma das variáveis mais importantes para a tomada
de decisão, tendo em vista que explicita os recursos financeiros necessários à
dinamização do projeto.
A previsão de custos é o demonstrativo detalhado de toda a previsão de
recursos necessários à execução do projeto, isto é, recursos humanos,
materiais e financeiros.
 Previsão de recursos humanos: diz respeito à estimativa do pessoal
que estará envolvido na realização do projeto. Em nível dos recursos
humanos convém que se especifique o tipo de profissão, nível de
formação, função e/ou tipo de participação no projeto, carga horária, a
remuneração (em termos, inclusive, de encargos sociais) parcial e total.
 Previsão de recursos materiais: relacionam-se aqui, os itens relativos
a equipamentos e instalações necessários para a operacionalização do
projeto (a serem alocados na própria insituição ou a serem adquiridos). Há
que se discriminar, quando há necessidade de aquisição, tipo de material,
quantidade, valor unitário e total correspondente.
Quando necessário, pode-se discriminar a origem dos recursos materiais.
Também, pode-se separar equipamento e instalações de material
permanente.
 Previsão de recursos financeiros: representa a consolidação dos
recursos humanos, materiais e serviços, requeridos no projeto, além de
uma estimativa de gastos imprevistos, ou seja, o que se costuma chamar
de reserva técnica. Aqui se referem a:
1. Despesas de custeio:
 Pessoal;
 Material de consumo;
 Serviços de terceiros e encargos;
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 Remuneração de serviços pessoais;


 Outros serviços e encargos (estadias, alimentação, transporte);
 Contribuições sociais;
 Outros serviços e encargos.
2. Despesas de capital:
 Equipamentos e instalações;
 Material permanente;
 Outros.
3. Reserva técnica
 Ao final do orçamento do projeto deve-se estimar um percentual para a
reserva técnica, destinado a cobrir eventuais reajustes financeiros
e/ou atividades não programadas.
 Todo o orçamento deverá ter em conta as variações do mercado e as
políticas econômicas vigentes.

11. Acompanhamento, avaliação e controle (esse item não é necessário)


Esta etapa se refere à explicitação das atividades realizadas para garantir o
êxito do projeto tanto em termo dos aspectos gerais quanto dos específicos da
proposta/projeto.
O acompanhamento constitui-se como uma verificação sistemática do
desenvolvimento de uma atividade, em função dos limites do proposto e do
realizado.
O controle, por sua vez, evidencia o que, quando, como, quanto, onde e por
quem foi feita uma determinada ação. Tanto a quantidade como a qualidade é
passível de controle. Serve como instrumento de previsão de mecanismos de
ajustes/reajustes dos desvios detectados (inclusive durante o processo). Sua
maior ou menor efetividade depende da precisão dos critérios e indicadores
previamente estabelecidos.
A avaliação estabelece um juízo de valor sobre algo realizado, a partir de
um acompanhamento constante de todo o processo desencadeado desde a
concepção até a realização / operacionalização da proposta/projeto.
É preciso atentar para o cuidado na proposição de instrumentos de
avaliação assim como nos procedimentos de análise e interpretação dos
resultados. O despreparo e inabilidade na proposição dos instrumentos
decorre, especialmente, da tendenciosidade e subjetividade tanto do avaliador
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quanto dos instrumentos. Sugere-se um mínimo de padronização em termos do


tipo de instrumentos a serem utilizados (relatórios, formulários de observação,
questionários e entrevistas, gráficos de gestão à vista etc.)
Vale lembrar que todos os instrumentos são úteis na medida em que
obedeçam aos critérios de objetividade, validade e fidedignidade inerentes a
um instrumento cientificamente elaborado. Assim, torna-se possível garantir a
articulação entre objetivos, metas e resultados.
Dada à impossibilidade do controle e avaliação de todos os momentos de
todas as atividades, estabelecem-se prioridades que permitem,
economicamente, uma visão adequada da situação. Tais prioridades
obedecem aos critérios de pertinência, economia e abrangência.
Outro aspecto a considerar diz respeito à presteza na apresentação das
comunicações acerca dos resultados (parciais ou finais), especialmente
quando se tem como referência os desvios. Quanto mais tempo for gasto na
preparação da comunicação, mais difícil será a adoção de medidas para a
erradicação dos aspectos desviantes.
Vale dizer que os processos de acompanhamento, controle e avaliação
precisam levar em conta:
 A clareza dos objetivos e metas a serem alcançadas;
 O envolvimento de todos os membros da equipe responsável na
operacionalização do projeto;
 O reconhecimento da avaliação como fator de melhoria organizacional;
 A competência para analisar e interpretar crítica e imparcialmente os
dados obtidos.
 Todos os envolvidos no processo e contexto desencadeador do projeto
percebam-no como um instrumento de trabalho, passível de ser
reestruturado sempre que necessário. Há que se entender que o projeto é
um meio e não um fim.

12. Referências (item obrigatório)


Listar, conforme as normas da ABNT, todos os autores citados no corpo do
projeto.
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REFERÊNCIAS
CARVALHO, A. V. e SERAFIM, O. C. G. Administração de Recursos
Humanos. São Paulo: Pioneira, 1995.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Rio de Janeiro:
Atlas, 1999.
LÜCK, Heloísa. Metodologia de projetos: uma ferramenta de planejamento e
gestão. Petrópolis-RJ: Vozes, 2003.
BARBOSA, Eduardo F. e MOURA, Dácio G. Trabalhando com Projetos -
Planejamento e gestão de projetos educacional. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.
SEABRA, Giovanni de Farias. Pesquisa científica: o método em questão.
Brasília: UNB, 2000.
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PLANO DE AÇÃO

PROJETO:
DATA: RESPONSÁVEL GERAL:
ATIVIDADES METODOLOGIA RESPONSÁVEL PRAZO RESULTADOS
(O QUÊ) (COMO) (QUEM) (QUANDO) (PARA QUÊ)
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PLANILHA DE INDICADORES E METAS (esse item não é necessário)

PLANILHA DE INDICADORES E METAS


CRITÉRIOS PARA RESP.
ATIVIDADE META INDICADOR RESPONSÁVEL TOMADA DE PELA
DECISÃO DECISÃO

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