Prática Trabalhista Julpiano Chaves Cortez PDF
Prática Trabalhista Julpiano Chaves Cortez PDF
Prática Trabalhista Julpiano Chaves Cortez PDF
Cálculos
14a edição
1a edição — 1986
2- edição — 1987
3a edição — 1987
4a edição — 1989
5a edição — 1990
6- edição — 1992
7- edição — 1993
8- edição — 1996
9- edição — 2001
10§ edição — 2003
11a edição — 2005
12§ edição — 2006
13a edição — 2007
14a edição — 2009
JULPIANO CHAVES CORTEZ
Advogado trabalhista e Professor Universitário.
PRÁTICA TRABALHISTA
Cálculos
14a edição
EDITORA
EB
SÃO PAULO
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
To dos os d i r e i t o s r e s e r v a d o s
E D I T O R A LTDA.
Rua Apa, 165 — CEP 01201-904 — Fone (l 1) 3826-2788 — Fax (l 1) 3826-9180
São Paulo, SP — Brasil — www.ltr.com.br
O Autor
ÍNDICE
HORAS EXTRAORDINÁRIAS
1. mensalista — questão n. 01 13
2. diarista — questão n. 02 28
3. comissionista — questão n. 03 31
4. salário fixo mais comissão — questão n. 04 34
TRABALHO NOTURNO
1. adicional noturno — questão n. 09 53
2. horas extras noturnas — questão n. 10 59
3. horas extras diurnas e noturnas — questão n. 11 62
SALÁRIO MÍNIMO
1. jornada reduzida — questão n. 22 85
2. desconto das utilidades — questão n. 23 91
SALÁRIO-FAMÍLIA
1. salário-família mensal — questão n. 24 102
2. salário-família proporcional — questão n. 25 106
FÉRIAS
FÉRIAS NA VIGÊNCIA DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO 108
1. menos de um ano de serviço — dispensa sem justa causa — questão n. 36 ... 128
2. menos de um ano de serviço — contrato a prazo — questão n. 37 133
3. mais de um ano de serviço — demissão — questão n. 38 134
4. mais de um ano de serviço — justa causa — questão n. 39 136
5. mais de um ano de serviço — sem justa causa — questão n. 40 137
6. mais de um ano de serviço — contrato a prazo — questão n. 41 139
7. perda — alteração do período aquisitivo — proporcionais — questão n. 42.... 140
8. prescrição — questão n. 43 143
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
1. insalubridade — adicional — questão n. 44 149
2. insalubridade — salário profissional — questão n. 45 160
3. periculosidade — questão n. 46 162
PRÁTICA TRABALHISTA
SALÁRIO-MATERNIDADE
1. salário fixo — questão n. 47 171
2. salário variável — questão n. 48 186
AVISO PRÉVIO
1. horista — com menos de um ano de serviço — questão n. 60 205
2. mensalista — horas extras habituais — questão n. 61 214
3. diarista — adicional de periculosidade — questão n. 62 215
4. tarefeiro — demissão — questão n. 63 216
5. comissionista — despedida indireta — questão n. 64 219
6. falta de redução do horário — questão n. 65 220
7. falta grave durante o aviso prévio — questão n. 66 223
8. acordo de 60 horas — questão n. 67 224
CESSAÇÃO DO CONTRATO
QUESTÕES GERAIS
1. contrato por prazo indeterminado — optante — dispensa injusta — questão
n. 86 305
2. contrato por prazo indeterminado — não-optante que passa a optante —
dispensa sem justa causa — questão n. 87 308
3. tabela de incidência de previdência social, Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço e Imposto de Renda 310
4. Fórmulas... ...312
PRÁTICA TRABALHISTA
APÊNDICE
1. Técnico em radiologia ........................................................................................ 315
2. Seguro-desemprego .......................................................................................... 317
3. Menor aprendiz ................................................................................................... 325
4. Vale-transporte ................................................................................................... 337
5. Tabela dos valores do salário mínimo ... ,.. 347
HORAS EXTRAORDINÁRIAS
MENSALISTA
Questão n. 01
Solução
Explicação
Notas
2. A CF/88 estabelece:
"Art. 7- São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XIII — duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, me-
diante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV — jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva'11;
XVI — remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por
cento à do normal."
§ '\SO salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será propor-
cional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas fun-
ções, tempo integral.
§ 2- Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita
mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento
decorrente de negociação coletiva." (NR)
Para o cálculo do valor hora normal, como regra geral, o divisor é 220.
Quando se tratar de jornada especial, o divisor varia e o seu valor é obtido
multiplicando-se a jornada normal por 30, que são os dias do mês, incluídos
os dias de descanso. Exemplos de cálculo de salário-hora, conforme a jornada
normal de trabalho:
tos coletivos de trabalho que prevêem trabalho diário de doze horas por
trinta e seis de descanso, como no setor hospitalar, uma vez que a nova
Constituição permite esses acordos unicamente para o fim de redução ou de
compensação, mas não para ampliação da jornada de oito horas. Se o sis-
tema é de revezamento, é válida a negociação para aumentar a jornada
normal, nos termos do art. 7a, XIV, da Constituição"13'.
Administrativamente, o então Ministério do Trabalho e da Administração,
por sua Consultoria Jurídica, emitiu o Parecer CJ/MTA n. 162/92, cuja ementa
tem o seguinte teor:
"Convenção Coletiva de Trabalho — Fixação de escalas compensadas de 12 x 36 e
12 x 24 horas — Categoria profissional ligada à área hospitalar — Possibilidade —
Inteligência do art. 7-, XHI, da CF — Fixação, porém, que fica limitada e condicionada
ao respeito às disposições mínimas de proteção ao trabalho, estabelecidas pela Cons-
tituição."
14. Jurisprudência
Súmulas do TST:
61. Ferroviário — Estação do interior — Horas extras
Aos ferroviários que trabalham em estação do interior, assim classificada por autorida-
de competente, não são devidas horas extras (art. 243 da CLT).
85. Compensação de jornada
I — A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual
escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. (ex-Súmula n. 85 — primeira parte —
Rés. n. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II — O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma
coletiva em sentido contrário. (ex-OJ n. 182 — Inserida em 8.11.2000)
III — O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada,
inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do paga-
mento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxi-
ma semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (ex-Súmula n. 85 — segunda
parte — Rés. n. 121/2003, DJ 21.11.2003)
IV — A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação
de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal
deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à com-
pensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex-
OJ n. 220 — Inserida em 20.6.2001)
102. Bancário — Cargo de confiança
l — A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art.
224, § 2-, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é in-
suscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos. (ex-Súmula n. 204
— RÃ n. 121/2003, DJ 21.11.2003)
20 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Compensação de jornada
"Quando o constituinte dispôs que a compensação de horários e a redução da jornada
devem ocorrer mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho, nada mais fez
senão alçar a nível constitucional a norma contida no art. 59 da CLT, não afastando a
validade do acordo individual para tanto. Revista conhecida e provida." (TST, RR
86.701/93.8, Ac. 23 T. 409/95, 9.2.95, Rei. Min. Vantuil Abdala, in: Rev. /.7r59-10/
1.413)
Compensação de horário — Acordo tácito — Validade
"Acordo tácito de compensação de jornada. A partir da promulgação da Constituição
Federal de 1988, é válido o ajuste tácito compensatório de jornada. É incontestável a
vantagem do trabalhador, em decorrência do regime de compensação, em face do
aumento dos dias sob disponibilidade para o empregado. É transcendental registrar
que o caputào art. 7- da Carta Maior fala em direitos dos trabalhadores direcionados
à melhoria das suas condições sociais, e seria, no mínimo, um contrassenso cristalizar
qualquer interpretação restritiva e condicionadora à obtenção da vantagem." [TRT 12a
R. — RO 00268-2006-021-12-00-0 — (Ac. 4494/2007) — 2a T. — Rei. Juiz Geraldo
José Balbinot — DJSC 05.11.2007 — In: Revista IOB n. 224, p. 120, ementa 24318]
Banco de horas — Validade
"Banco de horas — Validade — A validade do regime de compensação de horas, sob
a forma de banco de horas, pressupõe avença coletiva — acordo ou convenção —,
prazo máximo de um ano para compensação e limite de dez horas diárias (§ 2- do art.
59, da CLT, com redação dada pela MP n. 2.076-38, de 21.6.01). Oferece, pois, o
sistema juslaboral vigoroso instrumento ao empregador na administração da jornada
de seus empregados, consoante as necessidades empresariais, mas desde que ob-
servadas as formalidades legais. Com efeito, na esteira flexibilizatória emergiu esse
instituto, mas não totalmente despido de elementos de moderação, consubstanciados
na necessária negociação coletiva e vedação à extrapolação de trabalho por mais de
10 horas diárias, cujo desrespeito conduz à descaracterização da novel figura juslabo-
ral." [TRT 33 Reg. — RO 01486-2003-043-03-00-6 (Ac. 8a T.) — Rei3 Juíza Denise
Alves Horta, DJMG 3.4.04, p. 19 — apud LTr Sup. Jurisp. 21/2004, p. 167]
Horas extras — Sentença normativa
"É constitucional a instituição do percentual de 100% sobre a remuneração das horas
suplementares, por sentença normativa." (TST, RO-DC 283/86, Ac. TP-2.361/86,
12.10.86, Rei. Min. Orlando Teixeira da Costa, in Rev. LTr 51-1/42)
Horas extras — Integração salarial
"A integração de horas extraordinárias se faz pelo valor médio relativo a cada parcela
de direito adquirido." (TRT-5S Reg., AP-276/86 — Ac. 873/86, 2B T, 4.9.86, Rei. Juiz
Manoel Portugal, in Rev. LTr 51 -4/476)
Intervalo intrajornadas
"Não se confundem horas extras, que são deferidas em razão do labor extraordinário,
com o pagamento do intervalo intrajornadas não concedido pelo reclamado, cuja pre-
visão é encontrada no § 49, do art. 71, da CLT, acrescentado pela Lei n. 8.923, de
17.7.94. Assim, havendo fatos geradores diversos, não há que se falar em bis in
idem." (TRT-183 Reg., RO 0026/97, Rei. Juiz Breno Medeiros— DJGO, n. 12.554, de
14.5.97, p. 75)
Intervalo para repouso — Indenização
"Intervalo para repouso. Indenização. A não-concessão ou a redução do intervalo
para repouso deve ser indenizado de acordo com as disposições do § 4S do art. 71 da
26 JULPIANO CHAVES CORTEZ
CLT e não remunerado como extra." [TRT 15a Reg. (Campinas/SP — ROS-15397/00
— (Ac. 9952/02) — Rei. Juiz Eduardo Benedito de Oliveira Zanella, DJSP 18.3.02, p.
28 — apud FERRARI, Irany; MARTINS, Melchíades Rodrigues, LTr Sup. Jurísp. n. 4/
2002, p. 30]
Horas extras — Participação em cursos e palestras — Descabimento
"Horas extras — Participação em cursos e palestras — Restando evidenciado pelas
provas carreadas aos autos, que não havia obrigação expressa para que os empre-
gados participassem dos eventos promovidos pela recorrida não se pode considerar
como extras as horas gastas na realização dos cursos e palestras, pois não se enqua-
dram na definição de horas à disposição do empregador, estampada no art. 4fi da CLT,
que são aquelas em que o empregado está aguardando ou executando ordens." [TRT
3a Reg., RO 01026-2003-070-03-00-0 (Ac. 3§ T.) — Rela Juíza Taísa Maria Macena de
Lima, DJMG 27.3.04, p. 5 — apud LTr Sup. Jurísp. 18/2004, p. 142]
Horas extras — Adicional noturno — Adicional de insalubridade
"O adicional noturno e o adicional de insalubridade, habitualmente pagos, integram a
remuneração para o cômputo das horas extras, ante as condições duplamente dano-
sas à saúde do trabalhador." [TRT 15a R. — Proc. 00356-2001-122-15-00-6 (16.672/
03-5) — 1a T. — Rei. Juiz Eduardo Benedito de Oliveira Zanella, DOESP 1 S . 10.2004
— apud Revista Síntese Trabalhista n. 188, p. 78]
Turnos ininterruptos — Supremo Tribunal Federal
"l. Se os turnos são de revezamento, numa empresa cujo trabalho é exercido durante
vinte e quatro horas, o turno será de seis horas. CF, art. 7-, XIV. II. Precedentes do STF:
RE 205.815-RS, Jobim p/ acórdão14', Plenário, 4.12.97. III.... Agravo não provido." (STF,
AG em RE 227.899-8-MG — Ac. 2a T., 14.12.98 — Rei. Min. Carlos Velloso — in Revista
LTr 63-04/509)
Turnos ininterruptos — Acordo coletivo — Validade
"Embargos. Turnos ininterruptos de revezamento. Validade. Jornada superior a 6
horas fixada em acordo coletivo. Impossibilidade. Extrapolação da jornada de 36 ho-
ras semanais. Prejudicialidade. Saúde. Empregado. O art. 7-, inciso XIV, da Lei Maior,
ao contemplar a jornada de trabalho em turnos ininterruptos de revezamento de 6
horas diárias, permitiu sua ampliação por meio de negociação coletiva. Essa possibi-
lidade de alteração de jornada, contudo, não é ilimitada, pois deve ser observada a
compensação ou concessão de vantagens ao empregado. Nunca, porém, a elimina-
ção do direito à jornada reduzida, como se verifica na hipótese. O Acordo Coletivo
pode estabelecer turnos ininterruptos de revezamento com jornadas superiores a seis
horas, como ocorreu, desde que se observe o limite de 36 horas semanais, pois o
limite semanal representa para o empregado a garantia de higidez física, uma vez que
a redução do labor em turno ininterrupto de revezamento decorre de condições mais
penosas à saúde. O Acordo Coletivo em exame, ao fixar duração do trabalho de 8
horas e 44 semanais, contrariou as disposições de proteção ao trabalho, porquanto
descaracterizou a jornada reduzida vinculada ao turno ininterrupto de revezamento,
que é assegurada constitucionalmente pelo limite semanal de 36 horas. Recurso de
Embargos não conhecido." (Processo n. TST-E-RR-435/2000-003-15-00 — Ac. SBDI
1 — Rei. Min. Carlos Alberto Reis de Paula, in: Revista do TST, v. 69, n. 2, p. 410)
Jornada de 12 x 36 — Pactuação em convenção coletiva — Validade
"Recurso ordinário em ação anulatória. Jornada de 12 x 36. Pactuação em convenção
coletiva. Validade. Inteligência dos incisos XIII e XXVI do art. 7a da Constituição, l —
Diferentemente do art. 59 da CLT, a norma o inciso XIII do art. 7- da Carta Magna não
(4) O acórdão prevê que "o fato de a empresa conceder intervalo para descanso e refeição não descarac-
teriza o turno ininterrupto de revezamento, com direito à jornada de seis horas previstas no art. 7-, XVI, da
CF". Revista Síntese Trabalhista n. 168. p. 64.
PRÁTICA TRABALHISTA 27
impõe limites ao excedimento da jornada legal de oito horas, deixando a critério dos
protagonistas das relações coletivas de trabalho estabelecerem regime especial de
compensação que melhor consulte as peculiaridades das respectivas atividades profis-
sional e econômica, tal como se verifica no âmbito da atividade hospitalar, em que a
adoção do regime de 12 por 36 horas se identifica como regime padrão e histórico. II —
Efetivamente, enquanto o artigo 59 da CLT cuida de acordo de compensação firmado
entre o empregado e o empregador, caso em que a jornada diária não pode exceder a
10 horas, o inciso XIII do art. 7a da Constituição cuida de regime especial de compen-
sação, em que essa pode eventualmente exceder aquele limite diário, desde que, ao fim
e ao cabo, não seja ultrapassada a duração semanal de quarenta e quatro horas, tendo
por norte a norma do inciso XXVI daquele artigo, pela qual o Constituinte de 88 elevou
a patamar constitucional a supremacia da vontade coletiva privada. III — Nesse mesmo
sentido precedentes da SBDI-I desta Corte. Recurso desprovido." [TST-ROAA-233/
2005-000-24-00-4 — (Ac. SDC) — 24a Reg. — Rei. Min. Antônio José de Barros
Levenhagem. DJU 16.2.07, p. 175— In: LTr Sup. Jurisp. 17/2007, p. 134]
Função de digitador — Intervalo — Art. 72 da CLT e NR-17 da Portaria n. 3.214/78
"Função de digitador— Intervalo — Art .72 da CLT e NR-17 da Portaria n. 3.214/78 —
Só faz jus ao intervalo próprio do digitador o empregado que exerce permanentemen-
te a função, prestando serviço contínuo de entrada de dados. Se esse trabalho é
entremeado com outras tarefas, aí incluídas as entrevistas com clientes, de sorte que
a digitação propriamente dita ocupa apenas uma parte da jornada, fica afastada a
aplicação das normas invocadas." (TRT 3- Reg. — RO 01149-2006-143-03-00-0 — 3a
T. — Rei. Juiz Convocado Rogério Valle Ferreira — Data de publicação: 25.8.2007)
Precedentes Administrativos SIT/MTE:
26. Jornada — Telefonista — Telemarketing
Não se aplica ao operador de telemarketing a proteção especial prevista no art. 227
da CLT, uma vez que é ele um vendedor que busca o objetivo de seu trabalho utilizan-
do-se de aparelho telefônico, diferente do telefonista, cuja função é receber e efetuar
ligações.
30. Jornada — Prorrogação — Convenção ou acordo coletivo
A mera inserção em acordo ou convenção coletiva de cláusula com previsão de per-
centuais acima de cinqüenta por cento para a remuneração das horas extraordinárias,
por si só, não autoriza o elastecimento da jornada normal de trabalho. Imprescindível
autorização expressa, pois o acessório, exigido pelo § 1S do art. 59, não substitui o
principal, cuja obrigação decorre do caput.
49. Jornada — Controle — Gerentes
O empregador não está desobrigado de controlar a jornada de empregado que dete-
nha simples título de gerente, mas que não possua poderes de gestão nem perceba
gratificação de função superior a 40% do salário efetivo. (Ato Declaratório DFT n. 4/
02)
55. Jornada — Fixação de limite especial — Turnos ininterruptos de revezamento
Para a caracterização de trabalho em turnos ininterruptos de revezamento é necessá-
ria a constante alternância de horário de trabalho.
67. Remuneração — Adicionais de insalubridade e de trabalho extraordinário —
Base de cálculo
Descabe a integração do adicional de insalubridade na base de cálculo das horas
extras, pois o de insalubridade é calculado sobre o salário mínimo e o adicional de
hora extra sobre a hora normal, inexistindo repercussão de um sobre o outro.'5'
DIARISTA
Questão n. 02
Solução
Explicação
Notas
5. Jurisprudência
Súmulas do TST:
172. Repouso remunerado — Horas extras — Cálculo
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente pres-
tadas. (Ex-Prejulgado n. 52)
376. Horas extras — Limitação — Art. 59 da CLT — Reflexos
I — A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empre-
gador de pagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ n. 117 — Inserida em 20.11.1997)
II — O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres
trabalhistas, independentemente da limitação prevista no caputào art. 59 da CLT. (ex-
OJ n. 89 — Inserida em 28.4.1997)
Ementas diversas:
Horas extras habituais — Caracterização
"A caracterização da habitualidade do trabalho extraordinário decorre da repetição
freqüente, que não precisa ser diária." (TRT 15a Reg., RO 012609/1997-7 — Ac. 1a T.
— 034451/1998 — Rei. Juiz Antônio Miguel Pereira — DJSP 28.9.98, p. 145 — in LTr
Sup. Trato. 028/99, p. 145)
Turnos ininterruptos de revezamento — Horista — Direito apenas ao adicional de
hora extra
"Não viola o princípio da irredutibilidade salarial, inserto no inciso VI do art. 79 da
Constituição Federal, decisão que determina o pagamento apenas do adicional de
PRÁTICA TRABALHISTA 31_
horas extras sobre as sétimas e oitavas horas prestadas pelo empregado horista, que
trabalha em turnos ininterruptos de revezamento, haja vista que, nesta hipótese, já
que eram contraprestadas as sétimas e oitavas horas laboradas. Embargos não co-
nhecidos." [TST-E-RR 499.123/1998.2 —(Ac. SBDI1) — TRT-133 Reg. Rei. Min. Van-
tuil Abdala — DJU 1S.9.00, p. 352 — apud LTr Sup. Trab. 138/00, p. 764]
Horas extras — Habitualidade — Conceito
"Recurso ordinário — Habitualidade — Conceito — A habitualidade não se confunde
com a uniformidade, e isso significa que as horas de trabalho, extras ou noturnas, se
consideram habituais mesmo que não se tenham repetido em número sempre igual."
[TRT 2§ Reg. RO 00050200606202006 — (Ac. 11a T. 20070475363) — Rei. Juiz
Carlos Francisco Berardo. DOE/TRT 2§ Reg., 26.6.07, p. 201 — in: LTr Sup. Jurísp.
35/2007, p. 277]
COMISSIONISTA
Questão n. 03
Solução
Explicação
Notas
6. Jurisprudência
Comissionista — Horas extras — Súmula n. 340 do TST
O empregado, sujeito ao controle de horário, remunerado à base de comissões, tem
direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas
extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-
se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas. (Revisão do Enunciado
n. 56 — Nova redação — Rés. n. 121/2003)
Horas extras — Salário por produção — Orientação Jurisprudencial n. 235 da SDI-
1-TST
O empregado que recebe salário por produção e trabalha em sobrejornada faz jus à
percepção apenas do adicional de horas extras.
Horas extras — Trabalho em regime de produção
"Trabalhando o empregado em regime de produção, não tem ele direito às horas
extras, mas ao seu respectivo adicional." (TRT-63 Reg., RO-201/85, Ac. 1ê T., 17.7.85,
Rei. Juiz Henrique Mesquita, in Rev. LTr 49-10/1238)
Trabalho por produção — Direito
"Horas extras. Trabalho por produção. O fato do trabalho por produção considerar o
resultado alcançado e não o tempo em que o empregado esteja ativando em benefí-
cio do empregador, não exclui o direito do trabalhador ao recebimento de horas extras
em caso de extrapolação do limite diário previsto no art. 58 da CLT, pois a regra
inserta no art. 63 da CLT não exclui o trabalho por produção do regime relativo ao
capítulo da jornada de trabalho. Entretanto, em face dessa modalidade de trabalho,
na qual as horas trabalhadas são remuneradas pela própria produção, é devido ape-
nas o adicional sobre a jornada excedente da legal." [TRT 15a Reg. (Campinas/SP) —
Proc. 12616/00 (Ac. 18 T. — 51010/01) — Rei. Juiz Lorival Ferreira dos Santos, DJSP
3.12.01, p. 36, in LTr Sup. Trab. 012/02, p. 56]
Salário por tarefa — Adicional de horas extras
"O pagamento do salário por tarefa não retira do empregado o direito à percepção do
adicional pelo trabalho prestado em horário suplementar, cujo percentual deve incidir
sobre o valor da unidade produzida." (TRT-128 Reg., RO-760/85, Ac. 40/86, 3.12.86,
Rei. Juiz Umberto Grillo, in Rev. LTr 51 -4/492)
Comissionista
"O empregado que recebe à base de comissões não faz jus às horas extras na
íntegra, mas sim ao adicional sobre a remuneração correspondente às comissões, na
forma dos Enunciados ns. 56 e 340, do Colendo TST." (TRT-89 Reg., 1§ T, Proc. RO-
3.647/97, j. 31.10.97, Rei. Juiz Raimundo Costa — apud TEIXEIRA FILHO, João de
Lima. Repertório de jurisprudência trabalhista. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. v. 7,
ementa n. 886).
Trabalho por produção — Hora extra
"Tendo o acórdão transitado em julgado condenado a reclamada a pagar ao ora agra-
vante o adicional sobre horas extras pelo trabalho além das 8 horas, realizado em
regime por produção, note-se que no valor total recebido pelo exequente, correspon-
dente à sua produção, já estavam pagas a jornada normal mais a jornada extraordiná-
ria. Assim, para se encontrar o valor de 1 hora (com o fito de se encontrar o valor do
adicional/hora), divide-se o valor total pago pela produção, pelo número de horas de
trabalho diário que restou provado nos autos. Não faz sentido pretender que o divisor
seja o número legal de horas." (TRT-15§ Reg., Proc. 6.666/99, 58 T, Ac. 18.633/99, Rei9
Juíza Olga Aida Joaquim Gomiere — DOESP 29.6.1999 — apud Revista Síntese Tra-
balhista n. 122, p. 95, Ementa n. 14.445)
34 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 04
Solução
Notas
1. Salário misto
3. Jurisprudência
FORÇA MAIOR
Questão n. 05
Solução
Notas
Questão n. 06
Solução
Notas
1. Serviços inadiáveis
Serviços inadiáveis, como o nome indica, são os que devem ser con-
cluídos na mesma jornada de trabalho. Não podem ser terminados na jorna-
da seguinte sem prejuízos. Devem ser terminados no mesmo dia. Não por
que assim pretenda o empregador, mas como decorrência da sua própria natu-
reza. São serviços que não podem sertruncados num horário determinado, que
não podem ser abandonados pelo fato de terminar a jornada normal.(8)
(8) NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Jornada diária de trabalho e horas extras. Revista LTr, 1981, v. 45,
n. 10. p. 1.169.
38 JULPIANO CHAVES CORTEZ
5. Cálculo — Fórmula
Fórmula para cálculo = valor da hora normal x n. das horas extras x 1,5.
A explicação do fator 1,5 é a mesma da questão n. 01, item 6 da Explicação.
Questão n. 07
Solução
Notas
2. Horas in itinere
"§ 2a O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu
retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho,
salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte
público, o empregador fornecer a condução." (Parágrafo acrescentado pela Lei n.
10.243, de 19.6.01, DOU 20.6.01).
"§ 3a Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por
meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empre-
gador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio
despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração." (Acres-
centado pela LC n. 123, 14.12.06, DOU 15.12.06)
3. Jurisprudência
Súmulas do TST:
90. Horas in itinere — Tempo de serviço
I — O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador,
até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular,
e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. (ex-Súmula n. 90 — RÃ 807
78, DJ 10.11.1978)
II — A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do emprega-
do e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às
horas in itinere. (ex-OJ n. 50 — Inserida em 1a.2.1995)
III — A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in
itinere. (ex-Súmula n. 324 — RÃ 16/1993, DJ 21.12.1993)
IV — Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução
da empresa, as horas in itinere remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo
transporte público. (ex-Súmula n. 325 — RÃ 17/1993, DJ 21.12.1993)
V — Considerando que as horas in itinere são computáveis na jornada de trabalho, o
tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele
deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ n. 236 — Inserida em 20.6.2001)
40 JULPIANO CHAVES CORTEZ
muito mais do que isto, muitos trabalhadores, às suas expensas, andam a pé muito
mais caminhos do que este." [TRT, 15§ R., RO n. 11.497/2000 — (29.906/02) — T. —
Rei. Juiz José Pitas — DOESP 15.7.02. In Revista Síntese Trabalhista n. 161, p. 72]
"Horas in itinere. Transporte fornecido pela empresa. Improcedência. Sendo o traba-
lhador transportado em condução fornecida pela empresa, tal fato refuta a pretensão
de pagamento sobre as horas de percurso. Com efeito, após a promulgação da Lei n.
7.418/85, que instituiu o vale-transporte, assegurando diversos benefícios ao empre-
gador que proporcionar, por meios próprios ou contratados, em veículos adequados
ao transporte coletivo, o deslocamento integral de seus trabalhadores (art. 8a), os
Enunciados 90, 324 e 325 do TST encontram-se superados. A Lei n. 10.243/01 em
nada modifica esse entendimento." [TRT, 15§ R., Proc. n. 38.553/02 — (27.192/02) —
5a T. Rei9 Juíza Olga Ainda Joaquim Gomieri — DOESP 15.7.02. In Revista Síntese
Trabalhista n. 161, p. 92, ementa 18630]
"Horas in itinere— Percurso de até 5 quilômetros. Não-caracterização de difícil aces-
so. Não se pode considerar de difícil acesso a empresa que se encontra a até cinco
quilômetros de rodovia servida por transporte público regular, eis que esta distância
pode ser percorrida facilmente, sem qualquer prejuízo ao trabalhador." [TRT, 15a R.,
Proc. n. 25.641/02 (26.368/02 — PATR) — 5a T. — Rei. Juiz Nildemar da Silva Ramos
— DOESP 8.11.02. In Revista Síntese Trabalhista n. 166, ementa 19185, p. 60]
"Recurso de revista. Hora in itinere. Afastamento. Acordo coletivo de trabalho. Valida-
de. 1. A eficácia de acordo coletivo de trabalho, dispondo sobre a desconsideração de
horas in itinere como tempo à disposição do empregador, encontra estofo no art. l-,
inciso XXVI, da Constituição da República, não havendo falar na inadequada disponi-
bilidade de direitos irrenunciáveis ou ainda na violação direta do art. 9a da CLT. 2.
Recurso de revista conhecido desprovido. (RR 646151/2000, 1a Turma, Rei. Juiz
Convocado João Amílcar Pavan, data do julgto.: 13.11.2002. Fonte: site do TST)."
(TRT 18a Reg., RO-01403-2004-121-18-00-9, Rei. Juiz Luiz Francisco Guedes de
Amorim, DJGO n. 14.625, de 27.10.2005, p. 46)
"Recurso ordinário em ação anulatória — Horas in itinere — Supressão do pagamento
— Inadmissibilidade. l — Embora o princípio do conglobamento, adotado na interpre-
tação dos acordos e convenções coletivos, permita a redução de determinado direito
mediante a concessão de outras vantagens similares, de modo que no seu conjunto
o ajuste se mostre razoavelmente equilibrado, não é admissível a utilização de instru-
mentos normativos para a preterição pura e simples de direito legalmente previsto. II
— O inciso XIII do art. 7- da Constituição, ao prever a possibilidade de redução da
jornada laborai, por meio de acordo ou convenção coletiva, não autoriza a ilação de
que os protagonistas das relações coletivas de trabalho possam ajustar a supressão
integral de direito assegurado em lei. III — Conquanto deva-se prestigiar os acordos
e convenções coletivas, por injunção do art. 7-, inciso XXVI da Constituição, em que
se consagrou o princípio da autonomia privada da vontade coletiva, impõe-se sua
submissão ao princípio da reserva legal. IV — Do contrário, a manutenção de cláusu-
las dessa natureza implicaria conferir-lhes o status de lei em sentido estrito, em con-
dições de lhes atribuir inusitado efeito derrogatório de preceito legal. V — Estando a
matéria relativa às horas in itinere atualmente regulada no § 2a do art. 58 da CLT,
depara-se com a nulidade da cláusula convencional em que as partes acertaram o
seu não pagamento, mesmo que materializados os requisitos de caracterização das
horas de trânsito. Recurso provido." (TST-ROAA-17/2005-000-24-00.9 — (Ac. SDC)
24a Reg. — Rei. Min. Antônio José de Barros Levenhagen. DJU 11.11.2005, p. 824 —
In LTr Sup. Jurisp. 50/2005, p. 393)
"Horas in itinere. Acordo coletivo que prevê o não-pagamento do adicional. Validade.
Inteligência do art. 7e, inciso XXVI da Constituição.
42 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Weber Candiota da Rosa — DJU 30.11.2007 — in: Revista IOB Trabalhista e Previ-
denciária n. 223, p. 81, ementa 24217]
Jornada — Prorrogação — Efeitos do pagamento relativo ao trabalho extraordinário
— Precedente SIT/MTE n. 33:
"O pagamento do adicional por serviço extraordinário não elide a infração pela prorro-
gação de jornada além dos limites legais ou convencionais, uma vez que o serviço
extraordinário deve ser remunerado, independentemente de sua licitude. Isso porque
as normas limitadoras da jornada visam a evitar males ao trabalhador, protegendo-lhe
a saúde e o bem-estar, não se prestando a retribuição pecuniária como substituta da
proteção ao bem jurídico." (Referência Normativa: art. 59 da Consolidação das Leis
do Trabalho — CLT)
Questão n. 08
Solução
Notas
Não
Jornada Intervalo Legislação
concessão
mais de 6 horas 1 a 2 horas indenização CLT, art. 71, capute§4s
mais de 6 horas mais de 2 horas (acordo) indenização CLT, art. 71, capufe§4a
mais de 6 horas menos de 1 hora (refeitório) indenização CLT, art. 71 , §§ 3a e 4a
4 até 6 horas 15 minutos indenização CLT, art. 71 , §§ 1 s e 49
empregado rural usos e costumes divergência Lei n. 5.889/73, art. 5a
44 JULPIANO CHAVES CORTEZ
A CLT (art. 71, § 4e) prevê indenização pela não concessão do intervalo
para repouso e/ou alimentação, a favor do empregado, independentemente
da sanção administrativa por infringência da norma pelo empregador (CLT,
art. 71). Caso ocorra acréscimo na jornada normal de trabalho, além das
penalidades enumeradas, haverá pagamento de horas extras.
4. Exemplificação — Situações
5. Pagamento proporcional
7. Jurisprudência
Orientações Jurisprudenciais da SDI-1-TST
307. Intervalo intrajornada (para repouso e alimentação) — Não concessão ou con-
cessão parcial — Lei n. 8.923/94
Após a edição da Lei n. 8.923/1994, a não-concessão total ou parcial do intervalo
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento total do perí-
odo correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remunera-
ção da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT).
354. Intervalo intrajornada — Art. 71, § 4a, da CLT — Não concessão ou redução —
Natureza jurídica salarial
Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4a, da CLT, com redação
introduzida pela Lei n. 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou
reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimenta-
ção, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
355. Intervalo interjornadas — Inobservância — Horas extras — Período pago como
sobrejornada — Art. 66 da CLT — Aplicação analógica do § 4a do art. 71 da CLT
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta,
por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4S do art. 71 da CLT e na Súmula n.
110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do
intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
Ementas diversas:
"Intervalo intrajornada — Descumprimento — Direito à indenização. Se a Empresa
exige o retorno do trabalhador ao serviço antes do intervalo de descanso assegurado
pela lei, ocasionando um desgaste maior ao empregado, por ainda não se haver
recuperado do esforço despendido, deve indenizá-lo pela exigência suplementar.
Convém destacar que o pagamento do intervalo não gozado não se confunde com o
de horas extras, quando a jornada continua inalterada no seu cômputo geral. Não se
trata de reconhecimento de sobrejornada, mas do direito à indenização prevista em
lei, tomando por base o valor da hora normal, acrescendo-o de 50% (CLT, art. 71,
48 JULPIANO CHAVES CORTEZ
ADICIONAL NOTURNO
Questão n. 09
Solução
Explicação
Notas
expressão 'trabalho noturno' designa todo trabalho que seja realizado duran-
te um período de pelo menos sete horas consecutivas, que abranja o inter-
valo compreendido entre a meia-noite e as cinco horas da manhã, e que
será determinado pela autoridade competente mediante consulta prévia com
as organizações mais representativas dos empregadores e de trabalhadores
ou através de convênios coletivos" (art. 19, a).
8. Jurisprudência
Súmulas do TST:
60. Adicional noturno — Integração no salário e prorrogação em horário diurno
I — O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para
todos os efeitos. (ex-Súmula n. 60 — RÃ 105/74, DJ 24.10.1974)
II — Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido
é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5a, da CLT.
(ex-OJ n. 6 — Inserida em 25.11.1996)
112. Trabalho noturno — Petróleo
O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produ-
ção e refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e trans-
porte de petróleo e seus derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei n. 5.811,
PRÁTICA TRABALHISTA 57
frações de hora após as 22h, estas devem ser remuneradas não só com o adicional
respectivo, mas com a redução proporcional horária; do contrário estar-se-ia criando
restrição odiosa e se afastando do princípio constitucional relativo à remuneração
do labor noturno (art. T-, IX, CF)." [TRT 15a Reg. (Campinas/SP) — RO 00532-2001/
002-15-00-7 — (Ac. 4a T. 23567/2002 — PATR) — Rei. Desig. Flávio Allegretti de
Campos Cooper, DJSP 17.10.02, p. 19 — apud LTr Sup. Trab. 154/02, p. 732]
Turnos ininterruptos de revezamento x hora noturna reduzida — Incompatibilidade
"O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não se compatibiliza
com o cômputo da jornada noturna como reduzida, uma vez que supõe a fixação de
4 turnos de 6 horas para cobrir as 24 horas do dia. Se fosse computada a jornada
noturna reduzida, seria impossível fechar o quadro de 4 turnos, pois aquele que
correspondesse à jornada noturna seria menor e descompassaria os demais. Revis-
ta provida em parte." (TST, RR n. 347.763/97-9 — Ac. 4a T., 20.9.00 — Rei. Min. Ives
Gandra Martins Filho — in: Revista LTr 65-01/42)
Hora noturna reduzida — Turnos ininterruptos de revezamento
"O art. 73, § 1S, da CLT, que trata da redução da hora noturna, não é incompatível
com o regime de trabalho previsto no art. l-, XIV, da Constituição Federal, na medi-
da em que tem, entre outras, finalidade fisiológica, em face da penosidade do traba-
lho noturno, que se desenvolve em horas destinadas ao repouso, exigindo esforço
maior do organismo humano, que deve descansar à noite, no hábito firmado por
muitas gerações. Daí a sua aplicação mesmo em relação a regimes de trabalho com
jornada reduzida. Saliente-se, ainda, que a norma do art. 73, § 1 S , da CLT é de
ordem pública. Assim, diante do seu caráter cogente, não há como se caracterizar
a alegada incompatibilidade com o art. l-, XXVI, da Carta Magna. Recurso parcial-
mente conhecido e não provido." [TST-RR-542/20001-088-03-00.4 — (Ac. 4- T.) —
3a Reg. — Rei. Min. Milton de Moura França. DJU 26.3.04, p. 660, in: LTr Sup.
Jurisp. 19/2004, p. 152]
Adicional noturno — Nulidade da cláusula do acordo coletivo que prevê a inexis-
tência do direito
"Adicional noturno — Nulidade da cláusula do acordo coletivo que prevê a inexistên-
cia do direito — Violação ao art. 7-, IX, da CRFB. Embora a Carta Magna tenha
acolhido em parte a idéia de flexibilização dos direitos trabalhistas, ao permitir a
redução salarial e de jornada mediante negociação coletiva (incisos VI e XIII do art.
7a), o fez somente nesses dois aspectos, sendo certo que o inciso IX do mesmo
Dispositivo Constitucional é muito claro ao dispor que a remuneração do trabalho
noturno será superior à do diurno, não admitindo aqui nenhum tipo de negociação
coletiva em sentido contrário, como fez nos incisos antes mencionados ao tratar do
salário e da jornada de trabalho. Assim sendo, é nula a cláusula do acordo coletivo
de trabalho que estabelece a inexistência do direito ao adicional noturno para os
empregados que trabalham em horário noturno." [TRT 12a Reg. RO-V 01187-2003-
019-12-00-9 — (Ac. 1.344/06, 3a T., 13.12.05) — Rei. Juiz Gilmar Cavalheri. DJSC
02.02.2006, p. 168 — in: LTr Sup. Jurisp. 12/2006, p. 96]
Trabalhador rural — Inexistência da hora noturna reduzida
"Ao trabalhador rural não se aplica a redução da hora noturna prevista no art. 73 da
CLT, mas a Lei n. 5.889/1973, que prevê adicional noturno de 25% (art. 7-, parágra-
fo único), de forma a compensar a inexistência da hora reduzida." (TRT 12a R. —
RO 01362-2005-049-00-1 — 1a T. — Rei. Juiz Edson Mendes de Oliveira — DJSC
2.6.2006 — in: Revista IOB Trabalhista e Previdenciária n. 206, p. 30, ementa 23039)
PRÁTICA TRABALHISTA 59
Questão n. 10
Solução
Explicação
Notas
4. Jurisprudência
Questão n. 11
Solução
ou
aplicando-se as fórmulas:
1) R$ 30,00 x 20 x 1,5 = R$ 900,00 (v. questão n. 01);
2) R$ 30,00 x 20 x 205,71427% = R$ 1.234,28 (v. questão n. 10);
3) somando-se 1 e 2 temos: R$ 900,00 + R$ 1.234,28 = R$
2.134,28.
PRÁTICA TRABALHISTA 63
Nota
Questão n. 12
Solução
Notas
Para os que trabalham por hora, dia, semana, quinzena ou mês, a remu-
neração do repouso corresponderá à de um dia de serviço, computadas
as horas extraordinárias habitualmente prestadas [art. 7-, letras a e b,
da Lei n. 605/49 e art. 10, § 1a, letra a, do Regulamento (Decreto n. 27.048/
49)].
PRÁTICA TRABALHISTA 65
5. Jurisprudência
trabalho no sétimo dia deve ser pago com o adicional compulsório e em dobro, na
forma prevista no art. 9S da Lei n. 605/49." [TRT 15a Reg. (Campinas/SP) — RO
00225-2003-074-15-00-1 — (Ac. 5a T. 16821/2005 — PATR) — Rela Juíza Elency
Pereira Neves. DJSP 29.4.2005, p. 77 — apud LTr Sup. Jurisp. n. 22/2005, p. 174]
Folgas semanais — Gozo após o sétimo dia — Compensações
"Recurso de revista — Folgas semanais — Gozo após o sétimo dia — Compensações
— O art. 7-, inciso XV, da Carta da República, dispõe ser direito do trabalhador o
repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. Referido instituto tem
previsão ainda na CLT, nos arts. 67 e seguintes e na Lei n. 605/49. Em se tratando de
sistema de rodízio (fato consignado nos autos), é de se exigir o gozo da folga dentro
da semana, assim compreendido o período de sete dias. Portanto, a concessão do
descanso a cada oito dias importa no seu pagamento em dobro. Recurso de revista
conhecido e provido." [TST-RR-115.957/2003-900-01 -00.8 — (Ac. 2a T.) — 1a Reg. —
Rei. Min. Renato de Lacerda Paiva. DJU 23.6.06, p. 848 — LTr Sup. Jurisp. 37/2006,
p. 295]
Jornada — Descanso semanal remunerado — Periodicidade
O descanso semanal remunerado deve ser concedido ao trabalhador uma vez em
cada semana, entendida esta como o período compreendido entre segunda-feira e
domingo. Inexiste obrigação legal de concessão de descanso no dia imediatamente
após o sexto dia de trabalho, sistema conhecido como de descanso hebdomadário.
(Precedente Administrativo n. 46 da SIT/MTE)
Homologação — Rescisão de contrato de trabalho — Descanso semanal remu-
nerado
Nos contratos por prazo indeterminado, será devido o pagamento do descanso sema-
nal remunerado por ocasião da rescisão do contrato de trabalho nas seguintes hipó-
teses: quando o descanso for aos domingos e a carga horária semanal tiver sido
cumprida integralmente; quando o prazo do aviso prévio terminar em sábado ou sex-
ta-feira e o sábado for compensado; quando existir escala de revezamento e o prazo
do aviso prévio se encerrar no dia anterior ao do descanso previsto. (Ementa Norma-
tiva n. 26 da SRT/MTE)
Questão n. 13
Solução
Explicação
Notas
1. Conceituação de horas extras habituais
A legislação trabalhista não define, nem tampouco delimita o que seja
habitual. A respeito de habitualidade, consultar a Nota 2 na questão 02.
6. Jurisprudência
Súmulas do TST:
172. Repouso remunerado — Horas extras — Cálculo
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente pres-
tadas. (ex-Prejulgado n. 52)
347. Horas extras habituais — Apuração — Média física
O cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexos em verbas
trabalhistas, observará o número das horas efetivamente prestadas e a ele aplica-se
o valor do salário-hora da época do pagamento daquelas verbas.
Questão n. 14
Solução
a) R$ 2.880,00 : 30 = R$ 96,00
b) R$ 96,00 x 25 = R$ 2.400,00
Explicação
Notas
3. Jurisprudência
Súmulas do TST:
113. Bancário — Sábado — Dia útil
O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não
cabe a repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração.
225. Repouso semanal — Cálculo — Gratificações por tempo de serviço e produti-
vidade
As gratificações por tempo de serviço e produtividade, pagas mensalmente, não re-
percutem no cálculo do repouso semanal remunerado.
351. Professor — Repouso semanal remunerado — Art. 7a, § 2B, da Lei n. 605, de
5.1.1949 e art. 320 da CLT
O professor que recebe salário mensal à base de hora-aula tem direito ao acréscimo
de 1/6 a título de repouso semanal remunerado, considerando-se para esse fim o mês
de quatro semanas e meia.
70 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Ementas diversas:
Repouso remunerado — Mensalista
"Em alcançando o salário do mensalista a remuneração dos trinta dias do mês — art.
l-, § 2-, da Lei n. 605, tem-se como pertinente o disposto no art. 6a, segundo o qual
a falta injustificada no correr da semana torna indevido o pagamento do repouso,
autorizando, portanto, o desconto não só do dia da ausência como também daquele
destinado ao repouso. Entendimento diverso leva ao estabelecimento de verdadeiro
privilégio, com a manutenção, em relação aos mensalistas, do direito ao repouso,
independentemente da assiduidade durante a semana." (TST-E-RR-4.019/79, Ac. TP
26/83, 2.2.1983, Rei. Min. Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, in: Rev. LTr 47-3/
334)
"Tendo o reclamado comprovado que o obreiro era mensalista, os RSRs são conside-
rados como remunerados, nos termos do art. 7-, § 2-, da Lei n. 605/49." (TRT 18a
Reg. — RO 2.374/02 — Rels Juíza Elza Cândida da Silveira — DJGO n. 13.898, de
5.11.2002, p. 86)
RSR — Integração de adicionais habituais
"Descanso semanal remunerado — Integrações de horas extras e adicional noturno
sobre descanso semanal remunerado. Empregado mensalista. Cabível. Recebendo o
empregado salário mensal, tem remunerado o descanso semanal remunerado consi-
derando apenas o trabalho normal. Cumprindo jornada extraordinária e noturna, rece-
be acréscimo de salário, o que torna mais caro o DSR, sobre o qual devem incidir as
parcelas extras habitualmente percebidas. É o que dispõe a Lei n. 605/49, havendo,
pois, legislação a embasar a condenação da empregadora." [TRT 2- Reg. — RO
35378200290202000 (2003006483) — 3a T. — Relã Juíza Mércia Tomazinho — DO-
ESP 28.2.2003 — apud Revista Síntese Trabalhista n. 167, ementa n. 19.268, p. 71]
Descontos da remuneração de empregado, com falta injustificada, relativamente ao
dia da falta e ao do repouso remunerado
"A falta injustificada ao serviço no correr da semana torna indevido o pagamento da
remuneração relativa ao dia da falta e ao do repouso compulsório, de conformidade
com o art. 69 da Lei n. 605/49, que se refere a empregado, sem distinção, quanto a
horista, diarista, semanalista, mensalista, tarefeiro ou comissionista. Apelação provi-
da, para conceder a segurança, face à ilegitimidade da atuação fiscal pretendida."
(TFR-AMS 101.158/PA 3.481.956, Ac. 5a T, 14.12.1983, Rei. Min. Geraldo Sobral, in:
Rev. LTr 48-4/427)
Sábado dia útil não trabalhado
"Por ser sábado dia útil não trabalhado, não pode ser remunerado como descanso
legal. Revista parcialmente conhecida e provida." (Proc. TST-RR-46.039/92.1, Ac. 1a
T. 3.448/92, 3§ Reg., Rei. Min. Ursulino Santos — DJ 18.12.1992 — p. 24.595 — in:
BIT-Revista n. 22, p. 43)
Questão n. 15
Solução
R$ 150,00x3 = R$450,00
Explicação
Notas
Notas
1. Salário variável
4. Pagamento mensal
5. Jurisprudência
Empregado tarefeiro
"O empregado tarefeiro deve receber o pagamento de sua tarefa semanal, acrescido
de um sexto, correspondente ao repouso hebdomadário, durante a vigência do seu
contrato de trabalho." (TRT-33 Reg., RO 362/89, Ac. 2.135/89, 3.8.1989, Rei. Juiz Ruy
Eloy, in Rev. LTr 54-8/1003)
Repouso semanal remunerado — Forma de pagamento
"A paga do RSR deve ser calculada sobre o ganho semanal do trabalhador, quando
este percebe, habitualmente, as parcelas salariais variáveis — art. 7-, a, da Lei n. 605/
49." (TRT 15a Reg. — Proc. 1513/00 — (20.874/01) — 1 a T. — Rei. Juiz Luiz Antônio
Lazarim — DOESP 4.6.2001 — apud Revista Síntese Trabalhista n. 148, ementa n.
17.212, p. 85)
74 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 17
Solução
Explicação
Notas
3. Jurisprudência
Questão n. 18
Solução
Explicação
Questão n. 19
Solução
Notas
5. Jurisprudência
Questão n. 20
Solução
Explicação
Notas
2. Jurisprudência
Questão n. 21
Solução
a) R$3.600,00 : 30 = R$120,00
b) R$ 120,00 x 2 x 2 = R$ 480,00
c) R$ 3.600,00 + R$ 480,00 = R$ 4.080,00
Explicação
Notas
Nota: Lei n. 662, de 6 de abril de 1949, com redação dada pela Lei n. 10.607, de 19 de dezembro de 2002.
4. Jurisprudência
Súmulas do TST:
15. Atestado médico
A justificativa da ausência do empregado motivada por doença, para a percepção do
salário-enfermidade e da remuneração do repouso semanal, deve observar a ordem
preferencial dos atestados médicos estabelecida em lei(12).
146. Trabalho em domingos e feriados, não compensado
O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em
dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
354. Gorjetas — Natureza jurídica — Repercussões (Revisão do Enunciado n. 290)
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas esponta-
neamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de
(12) A respeito de atestado médico, consultar a Lei n. 605/49, art. 6°, § 2S, a Lei n. 8.213/91, art. 60, § 4e
e Enunciado n. 282 do TST. Na questão n. 17, Nota n. 2, foi mostrada a ordem preferencial dos atestados
médicos.
82 JULPIANO CHAVES CORTEZ
base de cálcufo para as parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas extras e
repouso semanal remunerado.
Repouso semanal remunerado — Duplo — Súmula n. 461 do STF
É duplo, e não triplo, o pagamento do salário nos dias destinados a descanso.
Ementas diversas:
Feriados trabalhados — Regime de 12 x 36 horas
"O entendimento que tem prevalecido no seio desta Corte é no sentido de que os
empregados que trabalham em regime de revezamento de doze horas por trinta e
seis de descanso não fazem jus à dobra salarial pelo trabalho realizado em dias de
repouso e feriados. Isto porque, no trabalho em turnos ininterruptos de revezamento
o repouso semanal e os feriados acham-se embutidos nas 36 horas de descanso, não
devendo, por isso mesmo, ser pagos de forma dobrada" (Min. Vantuil Abdala). Recur-
so de revista provido." (TST-RR-364860/1997.9, Ac. 2a T., 15a Reg., Rei. Juiz Alberto
Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DJU 24.5.01, p. 377 — apud LTr Sup. Trab. 099/01,
p. 476)
Descanso semanal remunerado — Dia útil — Possibilidade
"O descanso semanal remunerado deve coincidir, preferencialmente, com os domin-
gos (art. 7a, XV, CF), permitindo-se, porém, dadas as características das atividades do
empreendimento, que o repouso hebdomadário seja usufruído em outro dia da sema-
na (art. 9a, Lei n. 605/49)." [TRT 15' Reg. — Proc. 25.449/99 — (41.844/01) — SE —
Relã Juíza Maria Cecília Fernandes Alvares Leite — DOESP 1a.10.2001 — apud Re-
vista Síntese Trabalhista n. 153, ementa n. 17.744, p. 83]
Domingo e feriado com adicional de 100% — Ausência de previsão legal
"O trabalho em domingo e feriado não é extraordinário, e sim trabalho a ser compen-
sado ou pago em dobro, na forma da Lei n. 605/49. De acordo com a nossa legisla-
ção, somente o que ultrapassa a jornada ordinária pode ser considerado trabalho
extraordinário e receber o adicional legal ou convencional." [TRT 2- Reg. RO
20020219185 — (Ac. 9a T. 20020596043) — Rei. Juiz Luiz Edgar Ferraz de Oliveira,
DJSP 20.9.02, p. 22 — apud LTr Sup. de Jurisp. n. 12/2002, p. 95]
Repouso remunerado — Repouso semanal remunerado
"O conceito de repouso remunerado é mais amplo do que o de repouso semanal
remunerado, pois envolve também os dias feriados e santificados. Ac. (unânime) TRT
5- Reg., 3- T. (AP 013.96.2428-55), Rei. Juiz Lysandro Tourinho, proferido em 13.8.98,
DPJ de 16.3.98." (BOMFIM, B. Calheiros e outros. Dicionário de decisões trabalhistas.
30. ed. São Paulo: Edições Trabalhistas, 1997. ementa n. 1.911, p. 491)
Horas extras — O DSR como hora extra e a sua incidência nos DSRs
"A hora extra a 100%, quando decorrente da folga laborada sem a devida folga com-
pensatória ou da sua concessão de forma irregular, de forma objetiva, não pode incidir
nos próprios DSRs. Seria um bis in /ciem. Nesse particular, acolhe-se o apelo para
excluir a incidência." [TRT 28 R. — RORS 02325200302802002 — (20040393253) —
4ê T. — Rei. Juiz Francisco Ferreira Jorge Neto — DOESP 13.8.2004 — apud Revista
Síntese Trabalhista n. 187, ementa n. 21.361, p. 83]
Funcionamento de supermercados aos domingos e feriados — Possibilidade
"Administrativo — Funcionamento de supermercados aos domingos e feriados —
Possibilidade — Decreto n. 27.048/49, art. 7a — Lei n. 10.101/2000 — Precedentes
PRÁTICA TRABALHISTA 83
(13) O inciso V foi acrescentado pelo Ato Declaratório SIT/MTE n. 9, de 25 de maio de 2005 (DOU 27.5.05).
SALÁRIO MÍNIMO
JORNADA REDUZIDA
Questão n. 22
Solução
Explicação
Notas
O valor do salário mínimo poderá ser estabelecido por mês, dia e hora
(Lei n. 8.542/92, art. 6e, § 1S) e nenhum empregado deverá ganhar menos
que o mínimo legal. A CF/88 (art. 73, IV) prevê que o seu valor deve ser
capaz de atender ao conjunto das necessidades vitais básicas do trabalha-
dor e de sua família, o que, infelizmente, não ocorre. A partir de 1 9 de março
de 2008, o valor mensal do salário mínimo passou a ser de R$ 415,00, o
diário de R$ 13,83 e o horário de R$ 1,89.(15)
No Apêndice deste livro, apresentamos uma tabela com os valores do
salário mínimo desde 1940.
6. Legislação
"Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração
não exceda a vinte e cinco horas semanais.
§ 1S O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será propor-
cional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas fun-
ções, tempo integral.
§ 2a Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita
mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento
decorrente de negociação coletiva."
7. Jurisprudência
Questão n. 23
Empregado ganha por mês o salário mínimo, sendo que parte deste
salário é paga com habitação fornecida pelo empregador. Calcular o valor
mensal da utilidade-habitação.
Solução
Explicação
Notas
José Martins Catharíno, com base na teoria finalística, indica uma regra
prática: a utilidade é considerada como salário, quando fornecida pelo
serviço prestado e deixa de ser salário, quando fornecida para o serviço
prestado'17'.
ACLT, art. 458, § 22 (com redação dada pela Lei n. 10.243, de 19.6.01,
DOU 20.6.01), determina que não serão consideradas como salário as se-
guintes utilidades concedidas pelo empregador:
I — vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos
empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do
serviço;
II — educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros,
compreendendo os valores relativos à matrícula, mensalidade, anuida-
de, livros e material didático;
III — transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno,
em percurso servido ou não por transporte público;
IV — assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada direta-
mente ou mediante seguro-saúde;
V — seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI — previdência privada.
5.4. Vale-transporte
6. Legislação
"O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por
cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona (atualmente
região ou sub-região)." (CLT, art. 82, parágrafo único)
A CLT preceitua:
"Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os
efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que
a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao emprega-
do. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas
nocivas.
§ 1 Q Os valores atribuídos às prestações in natura deverão ser justos e razoáveis, não
podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do
salário mínimo (arts. 81 e 82).
§ 2- Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as
seguintes utilidades concedidas pelo empregador:
I — vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e uti-
lizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;
II — educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreenden-
do os valores relativos à matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
III — transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso
servido ou não por transporte público;
IV — assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou median-
te seguro-saúde;
V — seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI — previdência privada;
VII — (vetado) (NR). (Redação do § 2°- da Lei n. 10.243, de 19.6.01, DOU 20.6.01)
§ 39 A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender
aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e
cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário contratual. (Redação da Lei n.
8.860, de 24.3.94, DOU 25.3.94)
§ 4- Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspon-
dente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de
ocupantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial
por mais de uma família." (Redação da Lei n. 8.860, de 24.3.94, DOU 25.3.94)
A Lei n. 3.030, de 19 de dezembro de 1956 (DOU 19.12.56), disciplina
no art. 1 Q :
PRÁTICA TRABALHISTA 97
7. Jurisprudência
Súmulas do TST:
241. Salário-utilidade — Alimentação
0 vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial,
integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais.
258. Salário-utilidade — Percentuais
Os percentuais fixados em lei relativos ao salário in natura apenas se referem às
hipóteses em que o empregado percebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, o
real valor da utilidade. (Resolução TP/TST n. 121/03)
367. Utilidades In natura — Habitação — Energia elétrica — Veículo — Cigarro —
Não integração ao salário
1 — A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao emprega-
do, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial,
ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em ativida-
des particulares. (ex-OJs n. 131 — Inserida em 20.4.1998 e ratificada pelo Tribunal
Pleno em 7.12.2000 e n. 246 — Inserida em 20.6.2001)
98 JULPIANO CHAVES CORTEZ
pelo trabalho e não para o trabalho, passando a integrar, assim, o salário como par-
cela in natura. Recurso de Revista parcialmente conhecido." (TST, RR 264218/1996-
0, Ac. 2a T., Rei. Min. Valdir Righetto, DJU 16.10.98, p. 307 — in LTr Sup. Trab. 0287
99, p. 146)
"Salário-utilidade. Veículo fornecido pelo empregador. Utilização pelo empregado.
Folgas, fins de semana e férias. Natureza jurídica. O veículo fornecido para o trabalho
não tem natureza salarial; o fato de a empresa autorizar seu uso pelo empregado
também em suas folgas, finais de semana e férias não modifica a natureza jurídica do
bem assim fornecido. Não constitui salário-utilidade veículo fornecido por liberalidade
do empregador, cuja vontade não se dirige à melhor remuneração do empregado,
mas permanece voltada a permitir que este desenvolva de forma mais eficiente as
funções para as quais fora admitido. Recurso de embargos conhecido e provido."
(Processo n. TST-ERR-374.135/97 — Ac. SBDI 1 — Rei. Min. João Batista Brito
Pereira — DJU 22.2.2002 — apud Revista do TST, v. 68, n. 1, p. 370)
Salário-utilidade — Alimentação
"Auxílio-alimentação pago em espécie. Incorporação à remuneração obreira para to-
dos os efeitos legais, inclusive no complemento de aposentadoria. Tendo a emprega-
dora fornecido o auxílio-alimentação a seus empregados, de forma habitual, por força
de norma interna por ela instituída — benefício este estendido, também, aos inativos
—, o pagamento de tal parcela acabou por incorporar os contratos de trabalho dos
reclamantes, adquirindo natureza salarial, razão pela qual a sua supressão unilateral
pelo empregador, no pagamento das aposentadorias somente produz efeitos em rela-
ção aos empregados admitidos posteriormente à mudança das regras relativas ao
auxílio (Orientação Jurisprudencial n. 250, da SDI-1, do C. TST)." (TRT-18§ Reg. —
RO-2388/2002 — Rei. Juiz Aldon do Vale Alves Taglialegna — DJGO n. 13.898, de
5.11.02, p. 86)
"Ação rescisória — Negociação coletiva — Ajuda-alimentação — Caráter indenizató-
rio — Violação do art. 7a, XXVI, da Constituição Federal. Se as categorias, patronal e
profissional, optaram pela instituição da ajuda-alimentação, fixando sua natureza como
indenizatória, deve esta preponderar, pois obedece à conveniência das partes, como
faculta a Constituição Federal. Com efeito, não obstante o conteúdo do art. 458 da
CLT, que estabelece os critérios para se definir a natureza salarial da verba trabalhis-
ta, bem como o disposto no Enunciado n. 241 desta Corte, cumpre ressaltar que o art.
l-, XXVI, da Constituição Federal preconiza o respeito às pactuações decorrentes de
instrumentos normativos. Assim, havendo instrumento normativo estabelecendo a
natureza indenizatória da parcela em epígrafe, este deve ser respeitado, como hipó-
tese de flexibilização da legislação laborai. Recurso ordinário provido." [TST-ROAR-
812692/01.0 — (Ac. SBDI-2) — 9a Reg., Rei. Min. Ives Gandra Martins Filho, DJU
12.9.03, p. 653 — apud LTr Sup. Jurisp. 46/2003, p. 360]
"Salário-utilidade — Alimentação — Parcela objeto de acordo judicial — Incidência
das contribuições previdenciárias — Nos termos do artigo 28, § 9Q, alínea c, da Lei n.
8.212/91, apenas se exclui da base de cálculo do benefício previdenciário a parcela in
natura recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Minis-
tério do Trabalho e da Previdência Social. Em situação na qual a parcela percebida a
título de auxílio-alimentação é objeto de acordo homologado judicialmente, sem que a
empregadora seja participante do PAT, resulta imperativa a contribuição previdenciá-
ria. Incorre em violação da literalidade da norma em comento o órgão julgador que,
ampliando o seu escopo para além do comando ali contido, exclui do âmbito de
incidência dos descontos devidos à Previdência Social o valor acordado pelas partes,
relativo ao auxílio-alimentação. Recurso de revista de que se conhece, parcialmente,
e a que se dá provimento para restabelecer a ordem jurídica malferida." [TST-RR-
4.379/2005-037-12-00.0 — (Ac. 1a T.) — 12a Reg. — Rei. Min. Lélio Bentes Corrêa.
DJU 7.12.07, p. 1.134, in LTr Sup. Jurisp. 08/2008, p. 64]
100 JÜLPIANO CHAVES CORTEZ
Salário-utilidade — Habitação
"Salárío-utilidade — Moradia — Zelador — No caso dos autos resta explicitado que a
moradia de zelador no local de trabalho é item indispensável ao exercício da função,
ou seja, o fornecimento da habitação decorreu para o trabalho e não do trabalho.
Consequentemente, há de se afastar a natureza salarial da parcela. Recurso a que se
nega provimento." [TRT 23a Reg. RO 01708.2007.006.23.00-9 — (Ac. 23 T.) — Rei3
Dês. Leila Calvo. DJE/TRT 23a Reg. n. 409, 15.2.08, p. 6 — in LTr Sup. Jurisp. 14/
2008, p. 112]
Trabalhador rural — Utilidades
"A casa ocupada pelo trabalhador rural, na própria fazenda, não se constitui salário in
natura." (TRT-103 Reg., RO-1.754/83, Ac. 2.839/84, 4.12.84, Rei. Juiz Oswaldo Florèncio
Neme, in Rev. LTr 49-9/1127)
"Salário in natura. Rural. Não caracterização. A moradia fornecida pelo empregador, e
com muito mais razão a alimentação preparada pelo próprio empregado que trabalha
em fazenda, tem por finalidade possibilitar a prestação dos serviços, e não a retribuí-
lo. Não resta caracterizado, portanto, o salário indireto." (TRT-103 Reg. — RO 01658/
2001 — 2B T. — Rei. Juiz André R. P. V. Damasceno — DJU 18.1.2002 — apud
Revista Síntese Trabalhista n. 153, ementa n. 17.741, p. 83)
Precedentes Administrativos DFT/SIT/MTE:
3. FGTS. Vale-transporte. Falta de recolhimento do percentual de 8% sobre parte
da remuneração devida. O vale-transporte não terá natureza salarial, não se incorpo-
rará à remuneração para quaisquer efeitos e tampouco constituirá base de incidência
do FGTS, desde que fornecido de acordo com o disposto no art. 2a, II da Lei n. 7.418/
85. O vale-transporte pago em dinheiro tem natureza salarial e repercussão no FGTS.
34. FGTS. Cesta básica. Falta de recolhimento do percentual de 8% sobre parte da
remuneração devida. O valor pago pelo empregador ao empregado a título de cesta
básica ou outro fornecimento de alimentação realizado à margem do Programa de
Alimentação do Trabalhador — PAT deve compor a base de cálculo do FGTS, pois se
trata de salário in natura. (Referência Normativa: art. 458 da Consolidação das Leis do
Trabalho — CLT e Lei n. 6.321, de 14 de abril de 1976).
TI
ANEXO A QUE SE REFERE O DECRETO N. 91.213, DE 30 DE ABRIL DE 1985 n
5-
SALÁRIO MÍNIMO EM MOEDA CORRENTE PARA O TRABALHADOR ADULTO o
>
CALCULADO NA BASE DE 30 DIAS OU 240 HORAS DE TRABALHO
DD
>
03
PERCENTAGEM DO SALÁRIO MÍNIMO PARA EFEITO DE >
f—
DESCONTO ATÉ A OCORRÊNCIA DE 70% DE QUE TRATA O I
W
ART. 82 DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO,
UNIDADES DA FEDERAÇÃO APROVADA PELO DECRETO-LEI N. 5.452,
DE r- DE MAIO DE 1943
SALÁRIO-FAMÍLIA MENSAL
Questão n. 24
Solução
R$ 24,23 x 3 = R$ 72,69
Explicação
Notas
1. Legislação
6. Salário-família — Integração
8. Salário-família — Acumulação
10. Jurisprudência
Súmulas do TST:
254. Salário-família — Termo inicial da obrigação
O termo inicial do direito ao salário-família coincide com a prova da filiação. Se feita
em juízo, corresponde à data de ajuizamento do pedido, salvo se comprovado que
anteriormente o empregador se recusara a receber a respectiva certidão.
PRÁTICA TRABALHISTA 105
15-00-1 — (Ac. 2a T. 5325/2005-PATR) — Rei. Juiz Samuel Corrêa Leite, DJSP 25.2.05,
p. 20 — apud LTr Sup. Jurisp. 18/2005, p. 144]
SALÁRIO-FAMÍLIA PROPORCIONAL
Questão n. 25
Solução
Explicação
Notas
2. Jurisprudência
"Só é previsto o pagamento do salário-família proporcional aos dias de trabalho do
empregado, no caso de admissão e na cessação da relação de emprego. Na vigência
do contrato, as ausências, ainda que injustificadas do empregado, não se refletem no
citado pagamento." (TRT, 8a Reg., 215/76, Ac. 7.896, 18.6.76, Rela Juíza Semíramis
Arnaud Ferreira, in Rev. LTr 40/1069)
"O art. 487 da CLT prevê que a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato
de trabalho, deverá avisar a outra. Ocorrendo tal aviso, o empregado recebe todas as
parcelas correspondentes ao período respectivo, inclusive o salário-família. Assim, a
previsão final do § 1S, do art. 487 consolidado, dispondo sobre o cômputo do período
do aviso prévio no tempo de serviço faz o empregado alcançar o direito ao salário-
família. Revista parcialmente conhecida e provida para deferir ao reclamante uma
cota de salário-família." (TST, RR-1.432/86, Ac. 3.039/86, 1§ T., 2a Reg., Rei. Min.
Orlando Lobato, DJU 10.10.86, RDT n. 65, p. 88)
FÉRIAS
FÉRIAS NA VIGÊNCIA DO
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO
DIARISTA
Questão n. 26
Solução
Explicação
Notas
6. Aviso de férias
"Art. 136. A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses
do empregador.
§ 1 2 Os membros de uma família, que trabalhem no mesmo estabelecimento ou
empresa, terão direito a gozar as férias no mesmo período, se assim o desejarem e
se disto não resultar prejuízo para o serviço.
§ 2° O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir
suas férias com as férias escolares."
A atual Constituição prevê no art. 7-, XVII: "gozo de férias anuais remu-
neradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal".
Por sua vez, o Ministério do Trabalho baixou a Instrução Normativa n.
01, de 12 de outubro de 1988 (DOU 21.10.88), que determina no item 3 dos
Atributos Básicos:
"O adicional referido será aplicado nos casos de férias em dobro, simples ou propor-
cionais, observando-se o disposto nos arts. 130, 146 e 147, da CLT.
O abono pecuniário previsto no art. 143 da CLT será calculado sobre a remuneração
das férias, já acrescida de um terço (1/3), referido no citado art. 7-, inciso XVII, da
Constituição Federal.
Deve-se entender por salário normal, o salário fixo acrescido das verbas de caráter
salarial, tais como adicionais ao salário, gratificações ajustadas ou habituais, diárias
para viagem, desde que excedentes a 50% (cinqüenta por cento) do salário, prêmios,
utilidades fornecidas com habitualidade e gratuitamente, dentre outras."
Devemos observar se o pagamento corresponde ao gozo ou indeniza-
ção das férias, após o advento da Constituição de 1988. Nesses casos,
temos de calcular o acréscimo de um terço (1/3) previsto no art. 7-, inciso
XVII.
10. Jurisprudência
FALTAS IMOTIVADAS
Questão n. 27
Solução
Explicação
Notas
(18) "Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por
mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos" (art. 133, IV).
PRÁTICA TRABALHISTA 113
3. Jurisprudência
PAGAMENTO EM DOBRO
Questão n. 28
(19) "Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias em virtude de paralisa-
ção parcial ou total dos serviços da empresa" (art. 133, III).
114 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Solução
Explicação
Notas
"Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art.
134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
§ ^- Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias,
o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época
de gozo das mesmas.
§ 2- A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da
região, devida ao empregado, até que seja cumprida.
§ 3a Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do
Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo."
Quando o salário for pago por hora, com jornadas variáveis, apurar-se-
á a média do período aquisitivo aplicando-se o valor do salário na data da
concessão das férias (CLT, art. 142, § 1 Q ).
Quando o salário for pago por tarefa, tomar-se-á por base a média da
produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da
remuneração da tarefa na data da concessão das férias (CLT, art. 142, § 2°).
(v. Súmula n. 149 do TST)
116 JULPIANO CHAVES CORTEZ
A dobra da remuneração das férias tem natureza penal, sobre ela não
há incidência de FGTS e INSS, conforme preceituam as Leis: n. 8.212/91,
art. 28, § 9Q, letra de n. 8.036/90, art. 15, § 6e.
6. Jurisprudência
Súmulas do TST:
81. Férias — Remuneração em dobro
Os dias de férias gozadas após o período legal de concessão deverão ser remunera-
dos em dobro.
149. Tarefeiro — Férias
A remuneração das férias do tarefeiro deve ser calculada com base na média da
produção do período aquisitivo, aplicando-se-lhe a tarifa da data da concessão. (Ex-
prejulgado n. 22)
PRÁTICA TRABALHISTA 117
Ementas diversas:
Férias — Período concessivo suspenso em decorrência de afastamento compulsó-
rio da gestante — Retomada do respectivo curso — Dobra incabível
"O afastamento compulsório da gestante interrompe o contrato de trabalho e acarreta
a suspensão do período concessivo de férias. Este retoma seu curso com a volta da
empregada ao serviço, até que se completem os doze meses previstos no art. 134 da
CLT. É incabível a dobra de férias, embora, aparentemente, aquele período tenha se
esgotado durante a licença-gestante (120 dias). Por expressa disposição legal (art.
131, II, da CLT) só não fica suspenso o período aquisitivo de novas férias." (TRT, 15S
Reg., RO-4.152/89, Ac. 2§ T., 1.063/90, 16.1.90, Rei. Juiz José Pedro Camargo R. de
Souza, in Rev. LTr 54-5/611)
SIMPLES E DOBRADAS
Questão n. 29
Solução
a) R$ 720,00 : 30 = R$ 24,00
b) R$ 24,00 x 5 = R$ 120,00 x 4/3 = R$ 160,00 — valor de 5 dias de
férias acrescido de 1/3
c) R$ 24,00 x 25 x 2 = R$ 1200,00 x 4/3 = R$ 1.600,00 — valor de 25
dias de férias dobradas acrescido de 1/3;
d) b + c = R$ 160,00 + R$ 1.600,00 = R$ 1.760,00 — valor da remune-
ração das férias
Explicação
-férias-
5 dias 25 dias
simples dobradas
P. aquisitivo P. concessivo
TAREFEI RO
Questão n. 30
Solução
Explicação
Notas
Quando o salário for pago por tarefa, tomar-se-á por base a média da
produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da
remuneração da tarefa na data da concessão das férias (CLT, art. 142, § 2S).
(v. Súmula n. 149 do TST — a seguir Nota n. 4)
3. Tarefeiro — RSR/F
COMISSIONISTA
Questão n. 31
Solução
a) R$ 10.800,00 : 12 = R$ 900,00
b) R$ 900,00 : 30 = R$ 30,00 x 12 = R$ 360,00 x 4/3 = R$ 480,00
Explicação
Notas
4. Comissionista — RSR/F
5. Jurisprudência
ADICIONAIS
Questão n. 32
Solução
a) salário = R$ 462,00
b) valor das horas extras:
b.1) 450 : 225 = 2 x 30 = 60
b.2) R$ 462,00 : 220 = R$ 2,10 x 1,5 = R$ 3,15 x 60 = R$ 189,00
c) R$ 462,00 + R$ 189,00 = R$ 651,00 x 4/3 = R$ 868,00 (v. Nota n. 9
na questão n. 26 e itens 2 e 6 da Explicação na questão n. 01).
Explicação
Notas
Quando o salário for pago por hora, com jornadas variáveis, apurar-se-á
a média do período aquisitivo aplicando-se o valor do salário na data da
concessão das férias. (§ 19 do art. 142 da CLT)
5. Jurisprudência
Enunciados do TST:
60. Adicional noturno — Integração no salário e prorrogação em horário diurno
I — O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para
todos os efeitos. (ex-Súmula n. 60 — RÃ 105/74, DJ 24.10.1974)
II — Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido
é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5-, da CLT.
(ex-OJ n. 6 — Inserida em 25.11.1996)
203. Gratificação por tempo de serviço — Natureza salarial
A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais.
124 JULPIANO CHAVES CORTEZ
ABONO PECUNIÁRIO
Questão n. 33
Solução
Explicação
Notas
1. Abono de férias — Valor — Requerimento — Exclusão — CLT
"Art. 143. É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a
que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida
nos dias correspondentes.
§ 1S O abono de férias deverá ser requerido até quinze dias antes do término do
período aquisitivo.
§ 2a Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá
ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da
respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a conces-
são do abono.
§ 3a O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo
parcial." (Parágrafo acrescentado pela Medida Provisória n. 2.164-41/2001, em curso)
5. Dias trabalhados
6. Jurisprudência
somente se revela cabível quando o gozo das férias ocorre após o término do período
concessivo, nos termos do artigo 137 da CLT. Trata-se de norma que impõe penalida-
de ao empregador e, portanto, exige interpretação restritiva e não pode ter a sua
abrangência estendida para hipóteses de incidência não expressamente contempla-
das pelo comando legal." [TRT 3a Reg. RO 00244-2007-152-03-00-8 — (Ac. 7a T.) —
Rei8 Juíza Convocada Wilmeia da Costa Benevides. DJMG 4.9.07, p. 17 — In LTr
Sup. Jurísp. 45/2007, p. 357]
ABONO EM DOBRO
Questão n. 34
Solução
Explicação
Questão n. 35
Solução
a) R$360,00 : 30 = R$ 12,00
b) R$ 12,00 x 5 = R$ 60,00 x 4/3 = R$ 80,00
c) R$ 12,00 x 25 x 2 = R$ 600,00 x 4/3 = R$ 800,00
d) R$ 80,00 + R$ 800,00 = R$ 880,00 (v. questão n. 29 e Nota n. 9 na
questão n. 26)
e) R$ 880,00 : 3 = R$ 293,33 — valor do abono (v. questão n. 33)
f) R$ 293,33 x 2 = R$ 586,66 — valor da remuneração das férias e que
é o dobro do valor do abono (v. questão n. 33)
Nota
O empregado pode vender 1/3 das férias a que tem direito. É o que a lei
chama de abono de férias. Logo, receberá em dinheiro, como abono, a metade
do que receber a título de férias, porque 1/3 é a metade de 2/3. Em outras
palavras, receberá a título de férias o dobro do que receber como abono
pecuniário. É o que determina o art. 143, caput, da Consolidação das Leis do
Trabalho.
Questão n. 36
Solução
a) tempo de serviço:
18.06.04 — término do contrato
02.01.04 — início do contrato
16.05.00 — tempo de serviço (5 meses e 16 dias = 6 meses)
b) 6/12x30 = 15
C) R$540,00 :30 = R$ 18,00
d) b x c = 15 x R$ 18,00 x 4/3 = R$ 360,00 (v. Nota n. 9 da questão n. 26)
ou
6/12 x R$ 540,00 x 4/3 = R$ 360,00
Explicação
Notas
"O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de
trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (doze)
meses de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto
de férias, de conformidade com o disposto no artigo anterior" (art. 147 da
CLT) — v. Súmula n. 261 do TST.
130 JULPIANO CHAVES CORTEZ
4. Jurisprudência
Súmulas do TST:
261. Férias proporcionais — Pedido de demissão — Contrato vigente há menos de
um ano
O empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses de serviço tem
direito a férias proporcionais.
328. Férias — Terço constitucional
O pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não, na vigência da
CF/1988, sujeita-se ao acréscimo do terço previsto respectivo no art. 7-, XVII.
Ementas diversas:
Exclusão dos feriados no período de férias — Convenção n. 132 da OIT
"Não obstante ter sido ratificada pelo Brasil a Convenção n. 132 da Organização
Internacional do Trabalho, por meio do Decreto n. 3.197, de 5.10.1999, a legislação
(20) Férias individuais — Convenção n. 132 da OIT. Revista Síntese Trabalhista n. 146. p. 141.
132 JULPIANO CHAVES CORTEZ
pátria alusiva às férias anuais remuneradas é mais benéfica que a norma da OIT, que
prevê férias anuais não inferiores a três semanas de trabalho, na medida em que
assegura ao trabalhador férias anuais remuneradas de trinta dias, com acréscimos de
um terço, não havendo falar em derrogação da escala de férias prevista no art. 130 da
CLT. A legislação internacional não enseja aplicação na hipótese versada ante a au-
sência de conflito com a legislação pátria." [TRT-123 Reg., RO-V 00537-2002-010-12-
00-1 — (Ac. 3a T. 00180/03, 12.11.02) Relã Juíza Maria de Lourdes Leiria, DJSC
13.1.03 — p. 84 — apud LTr Sup. Jurisp. 10/2003, p. 77]
Férias proporcionais
"Obreiro demissionário com menos de ano de serviço. Convenção n. 132 da OIT. Ao
obreiro que pede demissão com menos de ano de serviço são devidas as férias
proporcionais, por força do art. 11 da Convenção n. 132 da OIT, já incorporada ao
ordenamento pátrio (D. n. 3.197/99)." [TRT, 158 Reg. — Proc. 21.059/02 (22921/02
PATR) — 4a T. — Rei. Juiz Flávio Allegretti de Campos Cooper — DOE-SP 10.10.2002
— apud Revista Síntese Trabalhista n. 165, ementa n. 19.074, p. 85]
Incidência da norma mais benéfica — Teoria do conglobamento — Convenção n.
132 da OIT — Inaplicabilidade
"Para determinação de qual regra de direito do trabalho deve ser aplicada, faz-se
necessário analisar qual fonte normativa é, em seu conjunto, mais favorável ao traba-
lhador, não sendo permitido pinçar os dispositivos mais benéficos em regramentos
diversos. Sendo a legislação pátria, analisada em sua íntegra, mais vantajosa que os
termos da Convenção n. 132 da OIT, prevalece a norma brasileira, mesmo no tópico
em que a regra internacional seja preferível ao trabalhador, em homenagem à teoria
do conglobamento." (TRT, 108 Reg., ROPS 01230, 1a T., Rei. Juiz Pedro Luis Vicentin
Foltran, DJU 11.4.2003 — Ementa extraída do artigo do prof. Carlos Alberto Begalles,
publicado na Revista Síntese Trabalhista n. 187)
Convenção n. 132 da OIT, art. 69 — Desconsideração dos feriados no cômputo das
férias — Inaplicabilidade
"O art. 130 da CLT consagra o direito de gozo de férias em lapso superior ao previsto
pelo art. 3a, item 3, da Convenção n. 132 da OIT (três semanas). Por isso, é inaplicá-
vel no Brasil o disposto no art. 6a desta Convenção, que prevê a desconsideração dos
feriados no cômputo do período de férias, uma vez que a norma pátria apresenta-se
mais vantajosa ao trabalhador brasileiro, pois mesmo com a desconsideração dos
dias de feriados previstos no calendário nacional, o período de férias não será menor
que o período proposto pela Convenção. Mormente considerando-se que não há no
calendário pátrio nenhuma sucessão de feriados que atinja os 9 dias seguidos faltan-
tes para completar os 30 dias que o trabalhador brasileiro dispõe de férias." [TRT, 91
Reg., Proc. 10843-2002-002-09-00-8 — (Ac. 26250-2004) — Rei. Juiz Arnor Lima
Neto, DJPR 19.11.04, p. 504 — apud LTr Sup. Jurisp. 01/2005, p. 4]
Férias proporcionais — Dispensa por justa causa
"1. Conforme previsão do parágrafo único do artigo 146 da CLT, o empregado demi-
tido por justo motivo não faz jus à indenização pelas férias proporcionais. Interpre-
tação ratificada pela Súmula n. 171 do c. TST. 2. Contexto inalterado pela Convenção
n. 132 da Organização Internacional do Trabalho — OIT, cujo conteúdo é indicativo
e programático, dirigido a alterações legislativas internas e futuras. 3. Inexistindo
verbas rescisórias a solver quando da dispensa, descabe cogitar da incidência da
multa do § 8S do artigo 477 da CLT. 4. Recurso conhecido e provido." [TRT ^0- Reg.
ROPS 00494-2006-009-10-9 — (Ac. 2a T/06) — Rei. Juiz João Amílcar. DJU3
17.11.06, p. 38 — apud LTr Sup. Jurisp. 52/2006, p. 413]
PRÁTICA TRABALHISTA 133
Questão n. 37
Solução
Explicação
Nota
Jurisprudência
Súmula n. 171 do TST:
Férias proporcionais — Contrato de trabalho — Extinção
Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de
trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais,
134 JULPIANO CHAVES CORTEZ
ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT). (ex-
prejulgado n. 51)
Questão n. 38
Solução
a) tempo de serviço:
26.04.04 26.16.03
06.12.02 ou 06.12.02
20. ?.02 20.04.01 (1 ano, 4 meses e 20 dias = 1 ano e 5
meses)
b) férias adquiridas: 12 dias
c) férias proporcionais: 5/12 x 24 = 10 dias
d) b + c = 12 dias + 10 dias = 22 dias
e) R$432,00 : 30 = R$ 14,40
f) 22 x R$ 14,40 = R$ 316,80 x 4/3 = R$ 422,40 (v. Nota n. 9 da questão
n. 26)
Explicação
Notas
1. Legislação
Indenização das férias
"Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao
empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente
ao período de férias cujo direito tenha adquirido." (art. 146, caput, da CLT)
"Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o emprega-
do, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração
relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/
12 (um doze avôs) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias."
(parágrafo único do art. 146 da CLT)
2. Jurisprudência
Súmulas do TST:
7. Férias — Indenização — Cálculo
A indenização pelo não-deferimento das férias no tempo oportuno será calculada com
base na remuneração devida ao empregado na época da reclamação ou, se for o
caso, na da extinção do contrato.
171. Férias proporcionais — Contrato de trabalho — Extinção
Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato
de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias propor-
cionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da
CLT). (ex-Prejulgado n. 51)
136 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 39
Solução
a) tempo de serviço:
03.08.04 33.07.04 — resolução do contrato
18.06.03 ou 18.06.03 — início do contrato
7.02.01 15.01.01 —tempo de serviço (1 ano, 1 mês e 15 dias)
b) R$ 720,00 : 30 = R$ 24,00
c) R$ 24,00 x 18 = R$ 432,00 x 4/3 = R$ 576,00 (v. Nota n. 9 da questão
n. 26)
Explicação
Notas
Questão n. 40
Solução
a) tempo de serviço:
17.05.04 — dissolução do contrato
01.03.02 — início do contrato
16.02.02 — tempo de serviço (2 anos, 2 meses e 16 dias = 2 anos
e 3 meses)
b) férias adquiridas: 90 dias
c) férias proporcionais: 3/12 x 30 = 7,5 dias
d) b + c = 90 + 7,5 = 97,5 dias
e) R$480,00: 30 = R$16,00
f) 97,5 x R$ 16,00 = R$ 1.560,00 x 4/3 = R$ 2.080,00 (v. Nota 9 da
questão n. 26)
138 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Explicação
Notas
3. Jurisprudência
Questão n. 41
Solução
a) tempo de serviço:
22.06.04 — extinção do contrato
10.04.03 — início do contrato
12.02.01 — tempo de serviço (1 ano, 2 meses e 12 dias = 1 ano e 2
meses)
b) férias adquiridas: 18 dias
140 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Nota
Questão n. 42
Solução
Explicação
Notas
"Art. 133. Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
I — deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 (sessenta) dias subsequen-
tes à sua saída;
II — permanecer em gozo de licença, com percepção de salário, por mais de 30
(trinta) dias;
III — deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias em
virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;
IV — tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de
auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
§ 1 a A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Traba-
lho e Previdência Social.
§ 25 Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o
implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
§ 3g Para os fins previstos no inciso III deste artigo a empresa comunicará ao órgão
local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de quinze dias, as datas
de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual
prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria
profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho." (acrescido
pela Lei n. 9.016, de 30.3.95)
3. Jurisprudência
Férias — Gozo de licença não remunerada durante o período aquisitivo — Conse-
qüências
"O gozo de licença não remunerada constitui uma suspensão do contrato de trabalho,
diferentemente da licença remunerada, que caracteriza uma interrupção do contrato,
logo, impossível a aplicação analógica do § 2- do art. 133 da CLT. Considerando-se
que o entendimento de que o reclamante perde o direito às férias quando a licença é
por prazo superior a trinta dias, fere o princípio tutelar do direito laborai, o período em
que ocorreu a suspensão do contrato não deve ser computado, tendo o empregado
direito, quando de seu retorno ao trabalho, à complementação do período aquisitivo.
Recurso provido parcialmente." (TRT-108 Reg., RO 1.783/90, Ac. 2a T. 882/91, Rei.
Juiz Miguel Setembrino — DJU II de 31.5.91, p. 12372 — i n OT— SLJD n. 5/92, p.
262)
Férias coletivas ou licença remunerada de 30 dias — Direito ao recebimento do
adicional de 1/3 previsto no art. 7a, XVII, da Constituição Federal
"O fato de haver licença remunerada de 30 dias ou a concessão de férias coletivas,
afastando o direito do empregado ao gozo de férias posteriores, não afasta o direito
ao recebimento do adicional de 1/3 previsto na atual Constituição Federal. Revista
parcialmente conhecida e provida." (TST-RR 96.339/93.4, Ac. 2a T. 0024/95, 2.2.95,
Rei. Min. Vantuil Abdala — in Rev. LJr 59-10/1420)
Licença remunerada por período superior a 30 dias — Não-concessão de férias —
Terço constitucional — Divergência jurisprudencial reconhecida
"Apesar da legislação prever a impossibilidade do gozo de férias, quando o emprega-
do ficar afastado, por período superior a 30 dias, recebendo remuneração — licença
remunerada — devido o pagamento do terço constitucional sobre a remuneração
como se as férias tivessem sido gozadas, uma vez que garantido constitucionalmente.
Recurso de Revista conhecido e não provido." [TST-RR-664.866/2000.7 — (Ac. 1a T.)
— 48 Reg. — Rei8 Juíza Convocada Maria de Assis Calsing, DJU 13.2.04, p. 494 —
apud LTr Sup. Jurisp. 14/2004, p. 109]
Direito a férias — Período aquisitivo — Afastamento
"Recurso de revista — Direito a férias — Período aquisitivo — Afastamento — O art.
133, IV, CLT exclui a aquisição do direito a férias, quando o empregado, no curso do
período aquisitivo, esteve afastado da atividade, percebendo benefício previdenciário,
por período superior a seis meses, ainda que descontínuo; assim, o período de seis
meses que constitui o evento obstativo do direito, isto é, o período do afastamento,
deve estar contido no período aquisitivo, e, se embora haja um período de afastamen-
to superior a seis meses, sua totalidade não está compreendida no período aquisitivo
não está configurada a hipótese legal excludente das férias. Recurso de Revista
provido." [TST-RR-473.073/1998.7 — (Ac. 1a T.) — 2a Reg. — Rela Juíza Convocada
Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro, DJU 8.4.05, p. 692 — apud Sup.
Jurisp. 18/2005, p. 142]
Férias — Auxílio-doença — Acidente do trabalho
"Férias — Auxílio-doença — Acidente do trabalho — Não faz jus a férias vencidas o
empregado que no curso do período aquisitivo tiver percebido da previdência social
prestações de acidente de trabalho ou auxílio-doença por mais de seis (6) meses,
embora descontínuos. Exegese do inciso IV do art. 133 da CLT." (TRT 1 a Reg. RO
05954-86 — Relator Juiz Resiere Pavanelli Filho — DORJ, de 4.5.87)
PRÁTICA TRABALHISTA 143
PRESCRIÇÃO
Questão n. 43
Solução
a) tempo de serviço:
15.07.04 — dissolução do contrato
05.03.97 — início do contrato
10.04.07 — tempo de serviço (7 anos, 4 meses e 10 dias =
7 anos e 4 meses)
b) férias adquiridas: 330 dias
c) férias proporcionais: 4/12 x 30 = 10 dias
d) b + c = 330 dias + 10 dias = 340 dias
e) R$360,00 : 30 = R$ 12,00
f) 340 x R$ 12,00 = R$ 4.080,00 x 4/3 = R$ 5.440,00 (v. Nota n. 9 da
questão n. 26)
Explicação
Notas
1. Prescrição - Definição
"Art. 10. A prescrição dos direitos assegurados por esta Lei aos trabalhadores rurais
só ocorrerá após dois anos de cessação do contrato de trabalho.
Parágrafo único. Contra o menor de dezoito anos não corre qualquer prescrição."
8. Prescrição em curso
9. Jurisprudência
Súmulas do TST:
294. Prescrição — Alteração contratual — Trabalhador urbano
Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de
alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja
também assegurado por preceito de lei. (Cancela os Enunciados ns. 168 e 198)
308. Prescrição qüinqüenal
I — Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição da ação
trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados
da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao qüinqüênio da data da
extinção do contrato. (ex-OJ n. 204 — Inserida em 8.11.2000)
II — A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição da ação trabalhista
para 5 (cinco) anos é de aplicação imediata e não atinge pretensões já alcançadas
pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988. (ex-Súmula n. 308 —
Rés. n. 6/1992, DJ 5.11.1992)
Orientações Jurisprudenciais da SDI-1-TST:
175. Comissões — Alteração ou supressão — Prescrição total — Inserida em
8.11.2000 (nova redação em decorrência da Incorporação da Orientação Jurispru-
dência! n. 248 da SBDI-1)
A supressão das comissões, ou a alteração quanto à forma ou ao percentual, em
prejuízo do empregado, é suscetível de operar a prescrição total da ação, nos termos
da Súmula n. 294 do TST, em virtude de cuidar-se de parcela não assegurada por
preceito de lei.
271. Rurícola — Prescrição — Contrato de emprego extinto — Emenda Constitu-
cional n. 28/2000 — Inaplicabilidade — Inserida em 27.9.2002 (alterada)
O prazo prescricional da pretensão do rurícola, cujo contrato de emprego já se extin-
guira ao sobrevir a Emenda Constitucional n. 28, de 26.5.2000, tenha sido ou não
ajuizada a ação trabalhista, prossegue regido pela lei vigente ao tempo da extinção do
contrato de emprego.
Ementas diversas:
Férias — Períodos não gozados e não prescritos — Acréscimo de 1/3
"O direito às férias só se completa com o gozo. Consequentemente, os períodos não
gozados e não prescritos, devem ser pagos com o acréscimo de 1/3 previsto na atual
Constituição, ainda que os períodos aquisitivos e concessivos tenham sido completa-
dos antes do início da vigência da atual Carta Magna." (TRT-88 Reg. Rex. OFF-515/
89, Ac. 867/89, 26.6.89, Rei. Juiz Roberto Santos, in Rev. LTr 53-9/1100)
Prescrição — Direito adquirido do empregador
"A norma constitucional que ampliou a prescrição da ação trabalhista para cinco anos
tem incidência imediata, mas não retroage de maneira a prejudicar o direito adquirido
do empregador, fruto de prescrição parcial já consumada pela lei antiga ao tempo do
advento da lei nova." (TRT-88 Reg., RO-411/89, Ac. 849/89, 26.6.89, Rei. Juiz Nazer
Leite Nassan, in Rev. LTr 53-9/1103)
Prescrição — Alteração do prazo pela Constituição de 1988 — Conseqüências
"Aplica-se imediatamente o novo preceito aos prazos em curso na data da vigência
da nova Constituição, em face da regra segundo a qual a lei em vigor tem efeito
imediato. Mas as prescrições já consumadas não são afetadas pelo direito superve-
niente, em respeito ao direito adquirido do prescribente e ao princípio da irretroativi-
dade das leis." (TRT-58 Reg., RO 491890089-50, Ac. 2a T. 2754/90-05-90, Rei. Juiz
Cruz Guimarães, in Rev. LTr 54-8/957)
Rurícola — Prescrição
"Rurícola. Prescrição. Redação do art. 1°, inciso XXIX da Constituição Federal. Em-
bargos declaratórios acolhidos para esclarecimentos. A nova previsão da Carta
Magna, decorrente da Emenda Constitucional n. 28/00, apenas atinge os trabalha-
dores que, à época do ajuizamento de suas demandas, já estiverem sob a vigência
da nova regulamentação, não produzindo efeitos em relação àqueles que tenham
pendentes reclamações trabalhistas ajuizadas anteriormente ao novo ordenamento
constitucional. Embargos declaratórios acolhidos para explicitar tese no sentido de
que inaplicável à hipótese dos autos o art. l-, inciso XXIX, da Carta Magna, com a
nova redação dada pela Emenda Constitucional n. 28/00, nos termos da fundamen-
tação." (Processo n. TST-ED-RR-365.752/97 — Ac. 28 T. — Rei. Min. Vantuil Abdala
— DJU 31.8.2001 — apud Revista do TST, v. 67, n. 4, p. 373)
"Prescrição. Rurícola. Superveniência da Emenda Constitucional n. 28, de 26.5.00.
Contrato de trabalho extinto e processo pendente de julgamento. Inaplicabilidade. 1.
Inconcebível, no ordenamento jurídico brasileiro, a aplicação retroativa de lei que impor-
te infringência ao direito adquirido da parte (CF, art. 59, inc. XXXVI). 2. A Emenda
Constitucional n. 28, de 26.5.00, não regula a prescrição se, quando passou a viger,
apanhou o contrato de emprego do rurícola já extinto e a ação já ajuizada. A lei nova
não tem o condão de alcançar situações pretéritas, já totalmente consolidadas segundo
a regra prescricional vigente à época. A aplicação imediata da lei nova alcança unica-
mente os efeitos futuros de fatos passados, mas não se compadece com a incidência
sobre fatos integralmente consumados no passado. 'Esse princípio é a própria moral da
legislação' (Grenier). Convicção robustecida mediante a aplicação analógica da Súmula
n. 445 do E. STF. 3. Inexistência de ofensa aos arts. 896 da CLT, 58, incisos II e XXXVI,
e 7S, inciso XXIX, da Constituição Federal e Q- da LICC. Embargos de que não se
conhece." (Processo n. TST-ERR-365.751/97 — Ac. SBDI-1 — Rei. Min. João Oreste
Dalazen — DJU 5.4.02 — apud Revista do TST, v. 68, n. 2, p. 334)
148 JULPIANO CHAVES CORTEZ
INSALUBRIDADE — ADICIONAL
Questão n. 44
Solução
Salário
Grau Adicional Mensal Diário Horário
mínimo
máximo 40% R$415,00 R$166,00 R$ 5,53 R$ 0,75
médio 20% R$415,00 R$ 83,00 R$ 2,76 R$ 0,37
mínimo 10% R$415,00 R$41,50 R$ 1 ,38 R$0,18
Explicação
Notas
2. Insalubridade — Conceito
4. Regulamentação
E, por conseguinte, este dispositivo legal deverá surtir seus efeitos no mundo
jurídico tão-somente a partir de 19.10.89, data de sua publicação no DOU, p.
742, obviamente que respeitados os direitos adquiridos na vigência das leis
anteriores no que pertine ao cálculo de adicional de insalubridade, pois nesse
sentido a Constituição Federal promulgada em 5 de outubro de 1988 é rígida,
quando expressamente diz em seu art. 59, inciso XXXVI que: 'A lei não preju-
dicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada'".
Por meio da Medida Provisória n. 294, de 31.1.91, que deu origem à Lei
n. 8.177, de 1Q.3.91, foi extinto o BTN (Bônus do Tesouro Nacional) a partir
de 1 Q.2.91, com o valor de Cr$ 126,8621 (art. 3Q). A partir de 1 Q de março de
1991, o valor nominal do BTN será atualizado no primeiro dia de cada mês,
por índice calculado com base na TR (Taxa Referencial) correspondente ao
mês anterior (art. 5°).
Por sua vez, a Lei n. 8.178, de 1S.3.91, que estabelece regras sobre
preços e salários, no art. 21, prevê:
"Os valores constantes na legislação em vigor expressos ou referenciados:
I — ao BTN ou BTN fiscal, são convertidos pelo valor de Cr$ 126,8621;
II — "
"Assim, parece claro, depois da liminar deferida pelo Presidente do STF, que,
enquanto não houver alteração legislativa ou fixação de parâmetro diverso
mediante negociação coletiva, continuará o salário mínimo a ser a base de
cálculo do adicional de insalubridade. Espera-se, pois, que o Congresso Na-
cional, consciente da necessidade de legislar sobre a matéria, em face da
inconstitucionalidade reiteradamente declarada pelo Poder Judiciário, venha
a alterar a redação do art. 192 da CLT, adotando novo critério de cálculo do
adicional de insalubridade." (vol. 72, n. 7, p. 74)
Por sua vez, a Juíza do Trabalho, Rosana Devito, concluindo observou
que "de todo o ocorrido resultou, já no seu quarto verbete, a clara convicção
de uma Súmula Vinculante que acabou não produzindo nenhum efeito no
ordenamento jurídico" (LTr Sup. Trab. 115/08, p. 580).
7. Trabalhador menor
Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais
à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários
e locais que não permitam a freqüência à escola."
9. Jornada inferior
11. Jurisprudência
Súmulas do TST:
47. Insalubridade — Trabalho em caráter intermitente
O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta,
só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.
80. Insalubridade — Eliminação
A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprova-
dos pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do adicional res-
pectivo.
139. Adicional de insalubridade
Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos
os efeitos legais. (ex-OJ n. 102 — Inserida em 1S.10.1997)
228. Adicional de insalubridade — Base de cálculo
A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante n. 4 do
Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário
básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo. (Alterada pela
Resolução TST n. 148/2008)
156 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 45
Solução
Explicação
Notas
2. Salário profissional
4. Jurisprudência
Súmulas do TST:
17. Adicional de insalubridade — Cálculo — Salário profissional
O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção
coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este calcula-
do. (Cancelada pela Resolução TST n. 148, de 26.6.2008)
143. Salário profissional — Médicos e dentistas
O salário profissional dos médicos e dentistas guarda proporcionalidade com as horas
efetivamente trabalhadas, respeitado o mínimo de 50 (cinqüenta) horas mensais, (ex-
Prejulgado n. 15)
370. Médico e engenheiro — Jornada de trabalho — Leis ns. 3.999/1961 e 4.950/1966
Tendo em vista que as Leis ns. 3.999/1961 e 4.950/1966 não estipulam a jornada
reduzida, mas apenas estabelecem o salário mínimo da categoria para uma jornada de
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PRÁTICA TRABALHISTA 163
Notas
2. Adicional de periculosidade
3. Não-cumulatividade
4. Eliminação do adicional
5. Enquadramento — Prescrição
6. Regulamentação
7. Eletricitário
10. Jurisprudência
Súmulas do TST:
39. Adicional de periculosidade — Empregados de bomba de gasolina
Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de peri-
culosidade (Lei n. 2.573, de 15 de agosto de 1955).
70. Adicional de periculosidade — Triênios — Petrobrás
O adicional de periculosidade não incide sobre os triênios pagos pela Petrobrás.
consumo em que a tensão é igual ou inferior a 220 volts. Comprovado que o reclamante
trabalhava em área em que a tensão era de 220 volts, não tem direito ao adicional, em
que pese a conclusão da perícia, por conta da condição do juiz, consagrada no art. 436
do CPC, do perito peritorum." (TST, RR 347.753/97.4, Ac. 4a T., 24.5.00, Rei. Min.
Barros Levenhagen — in Revista LTr 65-02/198)
Eletricitário — Adicional de periculosidade — Base de cálculo
"Eletricitário. Base de cálculo. Remuneração. Princípio da especialidade. No caso dos
eletricitários, por haver norma especial disciplinando a matéria, o adicional de pericu-
losidade deve ter como base de cálculo a remuneração e não o salário-base, não
incidindo na espécie as disposições do art. 193, da CLT, porquanto prevalece o prin-
cípio da especialidade." [TRT-15a Reg., Proc. 5.097/98, 5a T. (Ac. 25.332/99), Rei. Juiz
Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva — DOESP 13.9.1999 — in Revista Sín-
tese Trabalhista n. 126, ementa n. 14.848, p. 81]
"Inaplicável ao eletricitário o Enunciado n. 191 do TST face à disposição do § 1S, da
Lei n. 7.369/85, que assegura o pagamento do adicional de periculosidade sobre 'o
salário que perceber', entendido este como o somatório de todas as verbas de natu-
reza salarial." (Processo n. TST-RR-612.282/99 — Ac. 2a T. — Rei. Min. José Simpli-
ciano Fontes de F. Fernandes. Revista do TST, v. 68, n. 2, p. 208)
"Adicional de periculosidade. Base de cálculo. Salário contratual. Lei n. 7.369/85, art.
1B c/c art. 457, § 1a, da CLT. Nos termos do art. 19 da Lei n. 7.369/85 'o empregado
que exerce atividade no setor de energia elétrica, em condições de periculosidade,
tem direito a uma remuneração adicional de trinta por cento sobre o salário que
perceber'. Salário, conforme o art. 457, § 1S, consolidado, é '... não só a importância
fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas,
diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador'." (TST — E-RR 5S3.397/
1999.0 — SBDI-1 — Rela Min. Maira Cristina Irigoyen Peduzzi — DJU 19.4.2002.
Revista Síntese Trabalhista n. 156, ementa n. 18.035, p. 71)
Adicional de periculosidade da Lei n. 7.369/85 — Alcance
"O adicional de periculosidade, instituído pela Lei n. 7.369/85, não é de cabimento
restrito aos empregados de empresas produtoras e distribuidoras de energia, sendo
devido a todo empregado, independentemente da atividade preponderante da empre-
sa, que fique em contato permanente com equipamentos ou instalações elétricas,
desde que comprovado o trabalho nas atividades e nas áreas de risco previstas na
norma regulamentar." (TRT-98 Reg., RO 3.336/88, Ac. 1S T., 2.911/89, 20.6.89, Rei.
Juiz Pedro Ribeiro Tavares, in Rev. LTr 54-5/603)
Adicional de periculosidade — Sistema elétrico de consumo — Sistema elétrico de
potência
"Laborando o autor em contato com sistema elétrico de consumo e não com sistema
elétrico de potência conforme consta no Decreto n. 93.412/86, não faz jus ao adicional
de periculosidade." (TRT-4a Reg. RO-RA 1.168/91, Ac. 1a T., 9.6.93, Relâ Juíza Ester
P. Vieira Rosa, in Rev. LTr 58-05/595)
Empresa próxima — Adicional de periculosidade
"Perigo advindo de empresa próxima — Se o empregado trabalha numa área em que
são expelidos gases inflamáveis, mesmo que de empresa próxima à que trabalha, é
óbvio que há o perigo iminente e, em conseqüência, a este é devido o adicional de
periculosidade." (TST, RR-4.611/88.4, Ac. 1a T. 3.936/88, 19.12.88, Rei. Min. Fernan-
do Villar, in Rev. LTr 53-9/1054)
PRÁTICA TRABALHISTA 169
SALÁRIO FIXO
Questão n. 47
Solução
Explicação
Notas
A CF/88 estabelece:
"Art. 1° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
172 JULPIANO CHAVES CORTEZ
"Art. 391. Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher
0 fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez.
Parágrafo único. Não serão permitidos em regulamentos de qualquer natureza, con-
tratos coletivos ou individuais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu
emprego, por motivo de casamento ou de gravidez."
(26) O § 5S, aprovado pelo Projeto de Lei n. 101/2001, foi vetado pela Presidência da República..
PRÁTICA TRABALHISTA 173
A CLT preceitua:
"Art. 393. Durante o período a que se refere o art. 392, a mulher terá direito ao salário
integral e, quando variável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis) últimos
meses de trabalho, bem como os direitos e vantagens adquiridos, sendo-lhe ainda
facultado reverter à função que anteriormente ocupava."
A Lei n. 8.213/91, com redação dada pela Lei n. 9.876/99, estabelece:
"Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadora avulsa
consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração integral."
"Art. 73. Assegurado o valor de um salário mínimo, o salário-maternidade para as
demais seguradas consistirá:
I — em um valor correspondente ao do seu último salário-de-contribuição, para a
segurada empregada doméstica;
II — em um doze avôs do valor sobre o qual incidiu sua última contribuição anual, para
a segurada especial;
III — em um doze avôs da soma dos doze últimos salários-de-contribuição, apurados
em um período não superior a quinze meses, para as demais seguradas."
174 JULPIANO CHAVES CORTEZ
"Art. 394. Mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compro-
misso resultante de qualquer contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à
gestação."
"Art. 395. Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial,
a mulher terá um repouso remunerado de duas (2) semanas, ficando-lhe assegurado
o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento."
PRÁTICA TRABALHISTA 175
6. Salário-maternidade — Indenização
(27) BARROS, Alice Monteiro de. A mulher e o direito do trabalho. São Paulo: LTr, 1995. p. 31.
(28) BARROS. Op. c/f., p. 432.
178 JULPIANO CHAVES CORTEZ
III — considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante
para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profis-
sional;
IV — exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterili-
dade ou gravidez, na admissão ou permanência no emprego;
V — impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou
aprovação em concursos, em empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situ-
ação familiar ou estado de gravidez;
VI — proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou
funcionárias.'291
Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a adoção de medidas temporárias
que visem ao estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres,
em particular as que se destinam a corrigir as distorções que afetam a formação
profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho da mulher."
(29) As revistas íntimas não devem ser admitidas, conforme previsão específica para as mulheres e, para
os demais trabalhadores, a CF/88 preceitua no art. 59, X: "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação". Consultar na questão n. 69, as Notas ns. 8 e 9.
PRÁTICA TRABALHISTA 181
15. Jurisprudência
Gravidez — Confirmação
"O requisito da confirmação da gravidez, exigido pela Constituição Federal, é um ato
formal a ser atendido pela empregada para os fins de estabilidade da gestante, através de
atestado médico ou exame laboratorial." (TRT, 2a R., 6§ T., RO 02950174137, Ac.
02960406928, Rei. Juiz Amador Paes de Almeida, apudCARRION, Valentin. Nova juris-
prudência trabalhista em direito do trabalho. São Paulo: Saraiva, 1997, ementa n. 921)
"Estabilidade da gestante. A 'confirmação' de que trata o art. 10, letra b do ADCT da
CF/88, pressupõe inequívoca ciência do estado gravídico ao empregador, já que refe-
rido fato é gerador de direitos e obrigações a ambas as partes contratantes. Ademais,
0 longo lapso temporal decorrido entre a rescisão contratual e a propositura da ação
denota mesmo um interesse maior à indenização que ao emprego, este sim protegido
em dispositivo constitucional." (TRT, 2a R., 4§ T., Ac. 02980100387, Ac. 02990139448,
Rei. Juiz Miguel Gantus Júnior, DOESP 16.4.99, p. 108)
Estabilidade provisória — Desconhecimento do empregador — Reintegração —
Contrato a termo
Gestante — Estabilidade provisória — Súmula n. 244 do TST (Rés. n. 129/2005 —
DJ 20.4.05)
1 — O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao
pagamento da indenização decorrente da estabilidade, (art. 10, II, "b" do ADCT). (ex-
OJ n. 88— DJ 16.4.2004)
II — A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der
durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e
demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula n. 244 —
Rés. n. 121/2003, DJ 21.11.2003)
III — Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de
admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da relação de em-
prego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa
causa. (ex-OJ n. 196 — Inserida em 8.11.2000)
"Gestante admitida por contrato de experiência não faz jus à estabilidade provisória."
(TST, RR 38.700/91, Ac. 3a T, Rei. Min. José Vasconcellos, in Nova Jurisprudência ...,
1993, p. 293 — apud MARTINS, Cano. Estabilidade provisória no emprego. São Pau-
lo: LTr, 1995, p. 91)
"Em se tratando de contrato de experiência, a estabilidade provisória só se aplica se
a cláusula convencional for expressa no sentido de que se aplica aos contratos por
prazo determinado e indeterminado." (TRT/SP, 02890160445 — Ac. 48 T. 2.746/91 —
Rei. Juiz José Ribamar da Costa — DJ 15.3.91 — in Rev. Synthesis n. 14/92, p. 243)
"O fato de a mulher encontrar-se grávida à data do termo final do contrato de experi-
ência não o converte em trato por prazo indeterminado." (TRT-28 Reg. — Ac. unânime
da 8a T. — RO 02900243461 — Rei8 Juíza Dora Vaz Trevino — j. 31.8.92 — DJSP
10.9.92, p. 128 — apud SUD n. 8/98-20)
"Contrato de experiência. Termo de prorrogação pré-assinado pelos contratantes.
Validade. Gestante. Estabilidade provisória. Não-aquisição. Inexistindo controvérsia
182 JULPIANO CHAVES CORTEZ
(Ac. 18 T.) — 22a Reg. — Rei. Min. Lélio Bentes Corrêa. DJU 28.9.07, p. 952 — in LTr
Sup. Jurisp. 51/2007, p. 405]
Empregada doméstica — Inexistência de estabilidade provisória
"Os trabalhadores domésticos não gozam de todos os direitos previstos no art. 7- da
Magna Carta, tendo esta assegurado, apenas, aqueles elencados nos incisos do
parágrafo único do art. 7°. Ora, não se incluindo neles a proteção contra a despedida
arbitrária ou sem justa causa (inciso l) é inviável buscar a proteção mínima já prevista
no art. 10, II, b, § 1 a das Disposições Transitórias." (TRT-153 Reg., RO 8.276/89, Ac.
2a T., 8.324/90, 14.8.90 — Rei. Juiz José Pedro Camargo R. Souza, Rev. LTr 55-09/
-l 119)oo)
Salário-maternidade — Estado civil — Irrelevante
"Incontroversa a dispensa imotivada e comprovada a gravidez à data, visto o atestado
da maternidade sobre o dia do nascimento, é irrelevante para efeito de percepção de
salário-maternidade o estado civil da parturiente, se casada ou solteira. Recurso im-
provido." (Ac. unânime, TRT 1a Reg., 3a T, Proc. RO-8.875/79, Rei. Juiz Moacyr
Ferreira da Silva, prof. em 27.5.81, in: ob. cit., ementa n. 3.801, p. 573)
Licença-maternidade — Mãe adotiva
"Mulher que, na qualidade de mãe adotiva, adota recém-nascido, tem direito à con-
cessão de licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do seu salário e do empre-
go." (TRT-98 Reg., RO 7.623/90, Ac. 1a T, 6.045/92, Rei. desig. Juiz Carlos Buck,
DJPR 7.8.92, p. 271, SLJD n. 03/93, p. 186)
"A mãe adotiva, assim considerada após processo legal de adoção definitiva, faz jus
à licença de cento e vinte dias preconizada pelo inciso XVIII do art. 7- da Constituição
Federal, interpretado sistemática e teleologicamente com o art. 227, caput, inciso VI e
§ 68 do mesmo diploma." (TRT-23 Reg., RE 02900172360, Ac. 38 T, 02920105935,
Rei. Juiz Décio Sebastião Daidone, DJSP 3.7.92, p. 91, SLJD n. 03/93, p. 182)
"Não é possível conceder-se licença-maternidade, a teor do art. l-, XVIII, CF e art. 10,
II, b, do ADCT, posto que tais normas têm como pressuposto o fato biológico da
gravidez. Recurso conhecido e a que se nega provimento." (TRT-118 Reg., RO 621/
90, Ac. 275/91, Rei. Juiz Othílio Francisco Tino, DJAM 20.3.91, p. 13 — in SLJD n. 03/
93, p. 181)
"Aplicação do inciso XVIII do art. l- da Constituição Federal. Não se faz distinção
entre a mãe natural e a adotiva para fins de gozo da referida licença, desde que
concedida dentro da época própria estabelecida em lei." (TRT-4S Reg., ADM 2.074/89,
Pleno, Rei. desig. Juiz Antônio Salgado Martins — j. 24.11.89, SLJD n. 03/93, p. 181)
"Licença-maternidade de 120 dias — Mãe adotiva. A licença de 120 dias, prevista na
Constituição Federal, não pode ser concedida à mãe adotiva. O legislador constituin-
te, ao instituir o direito pleiteado, restringiu-o à mãe biológica usando a expressão
'licença à gestante' — art. l-, XVIII da Constituição Federal. O legislador ordinário
dispôs no Plano de Benefícios de Previdência Social — art. 71 da Lei n. 8.213/91 que
o salário-maternidade será devido 28 (vinte e oito) dias antes e 92 (noventa e dois)
dias após o parto. Revista conhecida e desprovida." (TST — Ac. 2- T. — 1.735/93 —
Rei. Min. José Francisco da Silva. BARROS, Alice Monteiro de. A mulher e o direito do
trabalho, p. 435)
Nota: As ementas acima foram selecionadas antes do advento da Lei n. 10.421/2002,
que trata da licença-maternidade da mãe adotiva (CLT, art. 392-A). Consultar, nesta
questão, a Nota n. 3.
(30) A Lei n. 11.324, de 19 de julho de 2006 (DOU 20.7.06), assegura a estabilidade provisória à empre-
gada doméstica gestante. Consultar a Lei n. 5.859/72, art. 4S-A.
186 JULPIANO CHAVES CORTEZ
SALÁRIO VARIÁVEL
Questão n. 48
Solução
01/04 —R$2.700,00
02/04 — R$ 2.800,00
03/04 — R$ 2.900,00
04/04 — R$ 3.000,00
05/04—R$3.100,00
06/04 — R$ 3.200,00 + = R$ 18.900,00 : 6 = R$ 3.150,00
07/04 — R$ 3.300,00 R$ 3.150,00 : 30 = R$ 105,00 x 120
= R$ 12.600,00
08/04 — R$ 3.400,00
PRÁTICA TRABALHISTA 187
Explicação
1) R$ 18.900,00 —
soma dos salários dos 6 seis últimos meses;
2) R$3.150,00 —
média salarial dos 6 seis últimos meses;
3) 30 —
os dias do mês;
4) R$ 105,00 —
valor do salário/dia;
5) 120 —
os dias a que tem direito a empregada grávida, por ter
sido dispensada sem justa causa;
6) R$ 12.600,00 — valor do salário-maternidade indenizado.
Notas
Quando o salário for variável, determina o art. 393 da CLT que, para
efeito de cálculo do salário-maternidade, deverá ser tomada a média dos 6
(seis) últimos meses trabalhados.
2. Comissionista — RSR/F
Questão n. 49
Solução
Explicação
Notas
Questão n. 50
Solução
Explicação
Questão n. 51
Solução
Explicação
Notas
"Art. 3fi Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará
como adiantamento da gratificação, de uma só vez, metade do salário recebido pelo
empregado no mês anterior.
§ 1S Tratando-se de empregados que recebam apenas salário variável, a qualquer
título, o adiantamento será calculado na base da soma das importâncias variáveis
devidas nos meses trabalhados até o anterior àquele em que se realizar o mesmo
adiantamento.
§ 2- O empregador não estará obrigado a pagar o adiantamento no mesmo mês a
todos os seus empregados.
§ 3a A importância que o empregado houver recebido a título de adiantamento será
deduzida do valor da gratificação devida.
§ 42 Nos casos em que o empregado for admitido no curso do ano ou durante este,
não permanecer à disposição do empregador durante todos os meses, o adiantamen-
to corresponderá à metade de 1/12 (um doze avôs) da remuneração, por mês de
serviço ou fração superior a 15 (quinze) dias."
4. Jurisprudência
Questão n. 52
Solução
Explicação
TAREFEIRO
Questão n. 53
Solução
Explicação
Notas
"Art. 2a Para os empregados que recebem salário variável, a qualquer título, a gratifi-
cação será calculada na base de 1/11 (um onze avôs) da soma das importâncias
variáveis devidas nos meses trabalhados até novembro de cada ano. A essa gratifica-
ção se somará a que corresponder à parte do salário contratual fixo.
Parágrafo único. Até o dia 10 de janeiro de cada ano, computada a parcela do mês de
dezembro, o cálculo da gratificação será revisto para 1/12 (um doze avôs) do total
devido no ano anterior, processando-se a correção do valor da respectiva gratificação
com o pagamento ou compensação das possíveis diferenças."
O parágrafo diz que, havendo diferença a favor do empregado, o prazo
para o seu pagamento é até o dia 10 de janeiro; todavia, o parágrafo único do
art. 459 da CLT, com redação dada pela Lei n. 7.855, de 24 de outubro de 1989
(DOU 25.10.89), determina que o pagamento do salário mensal deverá ser
efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
3. Jurisprudência
"Tarefeiro. Gratificação natalina. Apura-se a média da produção física e aplica-se a
tarifa em vigor no mês de dezembro." (Ac. TRT-83 Reg., Proc. RO 1.151/81, Rei. Juiz
PRÁTICA TRABALHISTA 195
COMISSIONISTA
Questão n. 54
Solução
meses — comissões
01 — R$ 2.700,00 -
02 — R$ 2.800,00
03 — R$ 2.900,00
= R$ 17.700,00 : 6 = R$ 2.950,00
04 — R$ 3.000,00 R$ 2.950,00 : 2 = R$ 1.475,00 — 1§
parcela;
05 R$3.100,00
06 R$ 3.200,00
07 R$ 3.300,00
= R$ 35.200,00 : 11 = R$ 3.200,00
08 R$ 3.400,00 R$ 3.200,00 - R$ 1.475,00 = R$
09 R$ 3.500,00 1.725,00 — 2- parcela (valor parcial);
10 R$ 3.600,00 — = R$ 39.000,00 : 12 = R$ 3.250,00 — 139
salário definitivo;
11 • R$ 3.700,00'
R$ 3.250,00 - R$ 3.200,00 = R$ 50,00 —
12 —R$3.800,00 diferença depois da revisão em janeiro.
Explicação
Notas
Questão n. 55
Solução
Explicação
Notas
Questão n. 56
Empregado, admitido no dia 5 de janeiro, teve seu contrato de trabalho
dissolvido, a pedido, no dia 14 de junho do mesmo ano. Recebeu a 1a par-
cela do 139 salário no mês de abril. Ganhava R$ 3.600,00 (três mil e seiscen-
tos reais) mensais. Quanto deverá receber a título de 139 salário na cessação
do contrato de trabalho?
Solução
Explicação
Nota
Questão n. 57
Solução
a) ( 6 x R$ 2.000,00) : 2 = R$ 500,00
12
b) ( 8 x R$ 3.600,00) = R$ 2.400,00
12
c) R$ 2.400,00 - R$ 500,00 = R$ 1.900,00
Explicação
Notas
1. Faltas ao serviço
3. Afastamento — Auxílio-doença
5. Jurisprudência
pelo Órgão de Previdência Social. O preceito está em harmonia com o art. 476 da CLT
que prevê, em tal hipótese, a suspensão do contrato de trabalho e não mera interrup-
ção da prestação de serviços." (Ac. TRT-18 Reg., 2- T., Proc. RO-2.741/80, Rei. Juiz
Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, prof. em 17.3.81, in Dicionário de decisões
trabalhistas. 18. ed. 1982, Trabalhistas, ementa n. 2.086, p. 312)
"13a salário e auxílio-doença. O benefício previdenciário do auxílio-doença caracteriza
suspensão, e não interrupção do contrato de trabalho, salvo nos quinze primeiros
dias. Embora o art. 2S da Lei n. 4.090/62 disponha que as ausências legais e justifica-
das ao serviço não sejam deduzidas, a hipótese é diversa, e o tempo de afastamento
(e não de ausência) por auxílio-doença não é computável para o direito à gratificação
natalina." (TST, 3a T., Ac. n. 2.480/80, Proc. RR-4.901/79, Rei. Min. Coqueijo Costa,
DJ de 28.11.80, p. 10.136, in TEIXEIRA FILHO, João de Lima. Repertório de jurispru-
dência trabalhista. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1982, ementa n. 513, p. 95)
Cumulatividade do benefício previdenciário e da indenização do art. 950 do CC —
Possibilidade
"Doença ocupacional — Cumulatividade do benefício previdenciário e da indenização
do art. 950 do CC — Possibilidade — 1. O art. 950 do CC, correspondente ao art.
1.539 do antigo Código Civil, dispõe que, se da ofensa resultar defeito pelo qual o
ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade
de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até
ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
para o qual se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Por sua vez, segundo a
diretriz do art. 7-, XXVIII, da CF, os trabalhadores têm direito a seguro contra aciden-
tes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 2. Na hipótese vertente, em face da
configuração de doença ocupacional, a Reclamante postulou, dentre outras verbas,
indenização, tendo em vista a incapacidade laborai, consoante os comandos legais
supramencionados. 3. O Regional indeferiu o mencionado pedido, em face de a De-
mandante ser beneficiária dos proventos resultantes da aposentadoria por invalidez,
de modo que não se vislumbrava o dano emergente sofrido em decorrência da ces-
sação da atividade. Consignou, ainda, o Regional que a Obreira estava amparada
pelo recebimento de benefício previdenciário e complementar, de modo que o deferi-
mento de pensão mensal consistiria em bis in idem. 4. Ora, é possível cumular a
pensão decorrente da responsabilidade civil com o benefício previdenciário, em face
da natureza jurídica distinta das verbas, não obstante decorram do mesmo fato gera-
dor. Assim, dá-se provimento ao recurso de revista, para determinar o retorno dos
autos ao TRT de origem, a fim de que, afastada a premissa de impossibilidade de
cumulação da pensão decorrente da responsabilidade civil e do benefício previdenci-
ário, aprecie as razões insertas no apelo patronal, no sentido de a Reclamante fazer
jus, ou não, à pensão controvertida, e, em caso positivo, julgue o recurso ordinário
obreiro, no tocante à questão alusiva ao valor da pensão mensal. Recurso de revista
parcialmente conhecido e provido." [TST-RR-310/2005-002-20-00.0 — (Ac. 4§ T.) —
20a Reg. — Rei. Min. Ives Gandra Martins Filho. DJU 31.8.07, p. 1047 — In LTr Sup.
Jurisp. 45/2007, p. 356]
Questão n. 58
Solução
a) R$1.800,00 :2 = R$900,00
b) R$ 900,00 + R$ 360,00 = R$ 1.260,00
c) 2 x R$ 1.260.00 = R$210,00
12
Explicação
Nota
Questão n. 59
Solução
a) 440 : 11 = 40
b) R$ 3.520,00 : 220 = R$ 16,00 x 1,5 = R$ 24,00
c) 40 x R$ 24,00 = R$ 960,00
d) R$ 3.520,00 + R$ 960,00 = R$ 4.480,00
e) 11 x R$4.480,00 _ R < M 1 0 6 6 6
Explicação
Nota
Jurisprudência
Súmulas do TST:
45. Serviço suplementar — Gratificação Natalina
A remuneração do serviço suplementar, habitualmente prestado, integra o cálculo da
gratificação natalina prevista na Lei n. 4.090, de 13.7.1962.
204 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 60
Solução
Explicação
Notas
II — trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou tenham mais de doze
meses de serviço na empresa."
A CF/88 absorveu o art. 487 da CLT, com exclusão do aviso prévio de
oito dias. Portanto, o aviso prévio será no mínimo de trinta dias, podendo ser
mais, por liberalidade do empregador ou por negociação coletiva (convenção
ou acordo coletivo de trabalho).
3. Dispensa abrupta
A respeito, escreveu Modestino Martins Netto: "E, como para ser devido
aviso prévio é imprescindível que a resilição unilateral seja sem justo motivo,
o que é o mesmo que dizer-se sem motivo algum, da parte de quem tenha
iniciativa, a conclusão óbvia é a de que o aviso prévio não é devido na
ocorrência de força maior, pois motivo houve para a resilição do contrato, e
o que é mais: inevitável e imprevisível. E onde existe justo motivo descabe o
aviso prévio"(31).
A contagem do prazo do aviso prévio deve ser feita com exclusão do dia
do começo (dia da comunicação) e inclusão do dia do vencimento. Esta
regra tem por base os arts. 775 da CLT, 184 do Código de Processo Civil e
125 do Código Civil<32). Já foi decidido: "Tanto a lei processual (art. 775, da
CLT), como a lei substantiva (art. 125, do CC), mandam contar o prazo com
a exclusão do dia do começo. Essa regra deve ser observada também em
relação ao aviso prévio" (TRT-3â Reg., 4a T., RO n. 1.193/90, Rei. Juiz Ores-
tes C. Gonçalves, DJMG de 8.2.91, p. 93).
Por sua vez, o TST, por meio da Súmula n. 380, disciplina: "Aplica-se a
regra prevista no caputdo art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do
prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do venci-
mento."
O Dr. Melchíades Rodrigues Martins, tratando do assunto, concluiu que,
"se a comunicação do aviso prévio se der antes de o empregado iniciar o
seu dia de trabalho, é sustentável a tese de que a contagem se inicia no
mesmo dia.
Contudo, se a comunicação for feita durante, ou no final da jornada de
trabalho, iniciará a contagem no dia seguinte, pois em caso contrário, não se
estaria respeitando o prazo mínimo de trinta dias assegurado pela Magna
Carta" (LTrSup. Trab. 113/91).
Jurídica do Aviso Prévio, São Paulo: LTr, 1995, p. 108). Neste sentido é a
ementa:
"Aviso prévio indenizado — Integração no tempo de serviço para fins de início
de contagem de prazo prescricional — Impossibilidade. A intenção da norma
contida no art. 487, § 1S, da CLT, é evitar possíveis fraudes e garantir direitos
rescisórios aos trabalhadores, mas não transformar a realidade quanto à data
de extinção do contrato de trabalho, elastecendo o prazo prescricional inscul-
pido no art. 7-, inciso XXIX, alínea a, da CF." (TRT, 8- Região, RO n. 569/98
— Ac. 1a T., 7.4.98 — Rei. Juíza Maria Joaquina Siqueira Rebelo— In Revista
LTr 63-04/545)
Por sua vez, a Orientação Jurisprudencial n. 83 da SDI-1-TST conside-
ra a computação do prazo do aviso prévio indenizado para efeito de início de
contagem do prazo prescricional, preceituando: "Aviso prévio. Prescrição.
Começa a fluir no final da data do término do aviso prévio — Art. 487, § 19,
CLT".
Diferente é a situação do empregado demissionário, como evidencia a
ementa:
"Aviso prévio dado pelo empregado — Prescrição — Termo inicial — A dação
de aviso prévio por parte do empregado, com expresso pedido de seu não-
cumprimento, aceito pelo empregador, constitui termo inicial para efeito de
contagem do prazo prescricional. Essa hipótese se diferencia daquela em
que o empregador é quem toma a iniciativa de denunciar o contrato de traba-
lho sem justa causa, e que o empregado tem o direito de ver computado em
seu tempo de serviço o prazo do aviso prévio (indenizado ou trabalhado),
para todos os efeitos legais (Orientação Jurisprudencial n. 83 da SDI-1). Nes-
se contexto, e considerando-se que foi da reclamante a iniciativa de pedir
demissão e solicitar o descumprimento do aviso prévio, por certo que não se
pode falar em ofensa ao art. 7-, XXI, da Constituição Federal, e muito menos
em contrariedade ao Enunciado n. 276 do TST. Agravo de instrumento não
provido." [TST-AIRR-47/2002-900-09-00.7 — (Ac. 4a T.) — 9a Reg. — Rei.
Min. Milton de Moura França. DJU 21.5.04, p. 550 — in LTr Sup. Jurisp. 30/
2004, p. 233/234]
11. Jurisprudência
Súmulas do TST:
14. Aviso prévio — Culpa recíproca
Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT),
o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do
décimo terceiro salário e das férias proporcionais.
44. Aviso prévio — Cessação da atividade da empresa
A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou
em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.
PRÁTICA TRABALHISTA 211
Questão n. 61
Solução
Explicação
Notas
"§ 5a O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado."
"§ 6g O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio, beneficia
o empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente
os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço para
todos os efeitos legais." (Parágrafos acrescentados pela Lei n. 10.218/01)
PRÁTICA TRABALHISTA 215
3. Jurisprudência
Questão n. 62
Solução
a) R$ 24,00 x 30 = R$ 720,00
b) R$ 720,00 x 30% = R$ 216,00
c) R$ 720,00 + R$ 216,00 = R$ 936,00
ou,
simplificando: R$ 720,00 x 1,3 = R$ 936,00
Explicação
Notas
1. Adicionais habituais — Reflexos
2. Jurisprudência
Súmulas do TST:
60. Adicional noturno — Integração no salário e prorrogação em horário diurno
(Rés. n. 129/2005 — DJ 20.4.2005)
I — O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para
todos os efeitos. (ex-Súmula n. 60 — RÃ 105/74, DJ 24.10.1974)
II — Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido
é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 59, da CLT.
(ex-OJ n. 6 — Inserida em 25.11.1996)
253. Gratificação semestral — Repercussões
A gratificação semestral não repercute nos cálculos das horas extras, das férias e do
aviso prévio, ainda que indenizado. Repercute, contudo, pelo seu duodécimo na inde-
nização por antigüidade e na gratificação natalina.
TAREFEI RO — DEMISSÃO
Questão n. 63
Solução
Explicação
Notas
2. Salário-tarefa — Cálculo
prévio, mas não o cumpre, não cabe retenção, que só é permitida em lei
quando o aviso não é dado; mas se configura a falta grave de desídia (por
faltas injustificadas) ou abandono de emprego (se, depois de dar o aviso o
empregado não vem mais trabalhar, só voltando para o acerto de contas)"
(Curso de rotinas trabalhistas. 18. ed. São Paulo: LTr, 1981, p. 79 e 80).
5. Jurisprudência
rescindir o contrato entre eles existente. Todavia, existem duas hipóteses que autori-
zam a dispensa do cumprimento do aviso prévio, quais sejam: a primeira, quando o
empregador comprova que o empregado demitido obteve um novo emprego (Prece-
dente n. 24 e Súmula n. 276 do C. TST); a segunda, trata-se de uma faculdade, pois
o empregador poderá ou não dispensar a referida obrigação jurídica do empregado
que pede demissão e solicita a dispensa do cumprimento do aviso prévio. Portanto,
se a iniciativa da ruptura do contrato de trabalho parte do empregado e este deixa
de dar ou de cumprir o aviso prévio, nasce para o empregador o direito de descontar
o valor equivalente àquele período. Inteligência do § 2- do art. 487 da CLT" [TRT 10a
Reg. ROPS 00687-2005-020-10-00-6 — (Ac. 1 a T./05) — Rei. Juiz Pedro Luis Vicen-
tin Foltran. DJU 7.10.05, p. 29 — In LTr Sup. Jurisp. 45/2005, p. 354].
Aviso prévio — Solicitação imediata de afastamento feita pelo empregado — Anu-
ência da empresa — Indevido
"Aviso prévio — Solicitação imediata de afastamento feita pelo empregado — Anuência
da empresa — É indevido o valor referente ao aviso prévio quando o empregado solicita
o afastamento imediato do trabalho com a anuência da empresa." [TRT 12a Reg. RO
00222-2007-031-12-00-0 — (Ac. 2a T., 28.08.07) — Rela Juíza lone Ramos. Disp. TRT-
SC/DOE 11.10.07. Data de Publ. 15.10.07. In LTr Sup. Jurisp. 49/2007, p. 385]
Questão n. 64
Solução
R$ 40.800,00 : 12 = R$ 3.400,00
Explicação
Notas
3. Comissionistas — Cálculo
Questão n. 65
Solução
Explicação
Notas
(34) Comentários aos enunciados do TST. 5. ed. São Paulo: RT, 2001. p. 631.
222 JULPIANO CHAVES CORTEZ
4. Jurisprudência
Aviso prévio — Substituição pelo pagamento das horas reduzidas da jornada de
trabalho
"É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo
pagamento das horas correspondentes." (Súmula n. 230)
Redução em duas horas — Desrespeito — Efeito
"Aviso prévio. Nulidade. A orientação contida no art. 488 da CLT, ao determinar a
redução em duas horas da jornada, tem como escopo permitir ao empregado dispen-
sado por iniciativa do empregador tempo suficiente na procura de novo emprego. Na
hipótese de a norma ser desrespeitada, a finalidade do instituto não foi alcançada,
ficando a Empresa inadimplente quanto ao pagamento do aviso prévio." [TST-RR-
252238/1996-4 — TRT 2a Reg. — (Ac. 4a T./TST) — Rei. Min. Wagner Pimenta, DJU
7.8.98, p. 804 — apud FERRARI, Irany e MARTINS, Melchíades Rodrigues. Julgados
trabalhistas selecionados. São Paulo: LTr, v. VI, ementa n. 182]
Aviso prévio — Redução da carga horária
"O objetivo maior do aviso prévio é a procura de novo emprego. Assim, sua finalidade
fica diluída se não for observada a redução da jornada de trabalho em duas horas,
não havendo como se admitir que essas horas possam ser remuneradas como extras,
nos moldes do Enunciado n. 230 do TST. Assim, é devido o pagamento integral do
aviso prévio que, em realidade, não foi outorgado." (TST, RR 4.285/90.6, Ac. 2- T.,
1.274/90.1, 1a Reg., Rei. Min. Francisco Leocádio, DJU-I, de 19.12.90, p. 15.669,
Orientador Trabalhista, SJP n. 5/91, p. 174)
Aviso prévio trabalhado — Resilição contratual promovida pelo empregador — Ino-
bservância do art. 488/CLT — Efeitos
"O aviso prévio trabalhado pode ser cumprido de duas maneiras, nos casos de
dispensa promovida pelo empregador, a teor da regra contida no art. 488 da CLT. A
primeira, mediante prestação laborativa pelo obreiro na jornada e horários habituais,
ao longo de 30 dias, com redução diária de duas horas, sem prejuízo da integralida-
de do salário (caput do art. 488/CLT). A segunda consiste na supressão de qualquer
trabalho nos últimos 7 dias de pré-aviso, laborando-se o período anterior sem a
redução de duas horas acima mencionada (parágrafo único do art. 488/CLT). Não
comprovada a observância de qualquer dessas medidas por parte da ré, sendo dela
o ônus de prova (art. 333, II, do CPC c/c art. 818/CLT), reputa-se frustrado o princi-
pal objetivo do aviso prévio, que é possibilitar à parte surpreendida com a ruptura
ajustar-se à nova situação; no caso de empregado, procurar outro emprego. Em
conseqüência, é devido ao obreiro o pagamento de novo valor pelo aviso parcial-
mente frustrado, pagamento que tem evidente caráter indenizatório (Enunciado n.
230 do TST)." [TRT, 3a Reg., RO 00503-2004-099-03-00-3 — (Ac. 1a T.) — Rei. Juiz
Maurício J. Godinho Delgado, DJMG 18.2.05, p. 4, LTr Sup. Jurisp. 15/2005, p. 114]
Aviso prévio — Ausência da redução da jornada prevista no art. 488 da CLT —
Nulidade
"O objetivo do aviso prévio é possibilitar ao empregado a obtenção de nova colocação
no mercado de trabalho. O art. 488 da CLT dispõe que o horário de trabalho do
empregado será reduzido quando dado o aviso prévio pelo empregador, sem prejuízo
do salário integral. Já o parágrafo único do citado dispositivo faculta ao empregado
trabalhar sem a redução, com direito de faltar ao serviço por 7 dias corridos. Trata-se
de uma faculdade, não podendo, por isso mesmo, ser imposta pelo empregador. Por
PRÁTICA TRABALHISTA 223
Questão n. 66
Solução
Explicação
Notas
"Art. 490. O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado,
praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da
remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização
que for devida.
Art. 491. O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das
faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do
respectivo prazo."
ACORDO DE 60 HORAS
Questão n. 67
Solução
Explicação
Notas
"Não atenta contra a lei o acordo pelo qual o empregado recebe o valor de 60 horas
ficando dispensado do trabalho nos 30 dias que seriam de aviso prévio. Revista não
provida." (TST, 1a T., Ac. n. 1.428/80, Proc. RR 3.326/79, Rei. Min. Hildebrando Bisa-
glia, DJ de 3.10.80, p. 7.761, in TEIXEIRA FILHO, João de Lima. Repertório de Juris-
prudência Trabalhista. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1982, ementa n. 516, p. 96)
"Se o empregador não pagou a indenização substitutiva do aviso prévio (CLT, art. 487,
§ 1S), mas, apenas, as horas que seriam reduzidas e remuneradas se o aviso houves-
se sido concedido em tempo (CLT, art. 488), deve complementar o pagamento feito,
até o limite legal. A quitação vale, apenas, quanto ao valor efetivamente pago (CLT,
art. 477, § 29). Recurso de revista conhecido, mas ao qual se nega provimento." (TST,
29 T., Ac. n. 892/80, Proc. RR 3.173/79, Rei. Min. Mozart V. Russomano, DJ de 4.7.80,
p. 5.122, in ob. acima citada, ementa n. 517, p. 96)
"Do aviso prévio nulo — Não redução da jornada. Considerando o disposto no Enun-
ciado n. 230 do TST, no sentido de ser ilegal substituir o período de redução da
jornada de trabalho no curso do aviso prévio pelo pagamento das horas correspon-
dentes, bem como a finalidade dessa redução, que é possibilitar ao trabalhador pro-
curar novo emprego, nulo é o aviso prévio concedido sem a referida redução, ainda
que as duas horas que o trabalhador deveria deixar de laborar sejam pagas como
extras." [TRT, 17a Reg., RO 00487.2004.121.17.00.9 — (Ac. 2120/2005) — Rela Juíza
Cláudia Cardoso de Souza. DJES 21.3.05, p. 1.892, LTr Sup. Jurisp. 15/2005, p. 114]
"Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da promul-
gação da Constituição Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no emprego
nos termos do Capítulo V do Título IV da CLT.
§ 1a O tempo do trabalhador não-optante do FGTS, anterior a 5 de outubro de 1988,
em caso de rescisão sem justa causa pelo empregador, reger-se-á pelos dispositivos
constantes dos arts. 477, 478 e 497 da CLT."
Por isso, neste livro, nas questões elaboradas, será mostrado, simulta-
neamente, o funcionamento dos dois regimes. Cada questão será formulada
com empregado não-optante pelo FGTS (regime da indenização), e, nas
NOTAS, mostraremos o funcionamento do regime do FGTS.
Questão n. 68
Solução
Explicação
Notas
"Art. 477. É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a
terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação
das relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma indenização, paga na
base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.
Art. 478. A indenização devida pela rescisão de contrato por prazo indeterminado será
de um mês de remuneração por ano de serviço efetivo, ou por ano e fração igual ou
superior a seis meses."
Empregado estável
"O empregado que contar mais de dez anos de serviço na mesma empresa não
poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de força maior,
devidamente comprovadas" (CLT, art. 492, caput).
Empregado estável — Indenização dobrada
Em caso de dissídio entre empregado estável e empregador, conforme o grau de
incompatibilidade a que os dois chegarem, o Tribunal do Trabalho poderá converter a
reintegração em indenização paga em dobro. Também, caberá indenização dobrada
nos casos de extinção da empresa e/ou fechamento do estabelecimento (CLT, arts.
496 a 498).
Despedida obstativa da estabilidade — Indenização dobrada
A despedida que se verificar com o fim de obstar ao empregado a aquisição de
estabilidade sujeitará o empregador a pagamento em dobro da indenização prescrita
nos arts. 477 e 478 (CLT, art. 499, § 39).
5. Saque do FGTS
7. Jurisprudência
Súmulas do TST:
24. Serviço extraordinário — Indenização
Insere-se no cálculo da indenização por antigüidade o salário relativo a serviço extra-
ordinário, desde que habitualmente prestado.
28. Indenização — Conversão da reintegração
No caso de se converter a reintegração em indenização dobrada, o direito aos salá-
rios é assegurado até a data da primeira decisão que determinou essa conversão.
PRÁTICA TRABALHISTA 231
Questão n. 69
Solução
Explicação
Notas
Se o salário for pago por dia, o cálculo da indenização terá por base
trinta (30) dias (art. 478, § 2S, da CLT).
PRÁTICA TRABALHISTA 235
São direitos não patrimoniais que têm por finalidade resguardar a digni-
dade da pessoa no que diz respeito ao nome, à vida, ao trabalho, à saúde
(física ou psíquica), à intimidade, à liberdade, à honra, à moral, à auto-esti-
ma, à imagem e à privacidade. A respeito consultar: CF/88 — art. 59, V e X;
CC (Lei n. 10.406/02) — arts. 11 a 21, 186, 187 e 927.
A agressão moral, o assédio moral, bem como o sexual são atos ilícitos
que agridem os direitos da personalidade do empregado e, quando ocorrem,
constituem causas justificadoras da resolução do contrato de trabalho. Quando
o ofendido for o empregado, ele poderá considerar o contrato desfeito. É a
denominada despedida ou rescisão indireta do contrato por culpa do empre-
gador, conforme disciplina o art. 483 da CLT. O ofendido poderá ser o empre-
gador, surgindo a possibilidade da dispensa direta do empregado por justa
causa, conforme assegura o art. 482 da CLT.
PRÁTICA TRABALHISTA 237
9. Jurisprudência
Justa causa — Imediatidade
"A justa causa, tanto para o empregador quanto para o empregado, há de consistir em
uma reação imediata à falta, pena de configurar-se o perdão tácito, que afasta defini-
tivamente a caracterização daquela." (TRT, 3§ R., RO n. 16.487/98, Ac. da 1§ T., Rei.
Juiz Ricardo Antônio Mohallem, in DJMG de 18.6.1999, p. 10, Revista Síntese Traba-
lhista n. 138, p. 46).
"Rescisão indireta — Necessidade de comunicação ao empregador das causas ense-
jadoras do desejo de se desligar do emprego — Imediatidade. A imediatidade entre a
falta patronal cometida e a vontade de o empregado desligar-se da reclamada deve
ser exigida nos mesmos parâmetros da aplicação da justa causa definida no art. 482
da CLT. Impõe-se, portanto, que haja atualidade também da decisão do empregado,
que deve, além disso, comunicar ao empregador as razões do seu afastamento, sob
pena de se desfigurar a rescisão indireta pretendida, transformando-a em abandono
de emprego." [TRT, 3a Reg., RO 00865-2003-071-03-00-8 — (Ac. 3a T.) — Rei. Juiz
Antônio Álvares da Silva, DJMG 17.4.04, p. 9, LTr Sup. Jurisp. 28/2004, p. 224]
Rescisão indireta do contrato de trabalho — Período de afastamento — Salários
"Só quando se trata de empregado que goza de estabilidade é que tem natureza
constitutiva a sentença que decreta a rescisão contratual por culpa do empregador.
Nesta hipótese, os salários são devidos ao empregado até a data da sentença que
põe fim ao contrato. No caso de empregado não estável, diferentemente, a sentença
que reconhece a culpa do empregador não tem natureza constitutiva. O término da
relação de emprego ocorre no momento em que o empregado dá por rescindido o
contrato, com o afastamento dos serviços, sendo, pois, os salários devidos apenas
até esta oportunidade. Recurso de embargos parcialmente conhecido e provido para
excluir da condenação o pagamento dos salários relativos ao período posterior ao
afastamento do empregado do serviço." (TST, ERR n. 32.054/1991 — SBDI-1 — Rei.
Min. Vantuil Abdala — DJU 12.2.99, p. 00059)
Dano moral
Súmula n. 37 do STJ: "São cumuláveis as indenizações por dano material e dano
moral oriundos do mesmo fato".
Súmula n. 392 do TST: "Dano moral. Competência da Justiça do Trabalho. Nos termos
do art. 114 da CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir controvérsias
referentes à indenização por dano moral, quando decorrente da relação de trabalho".
(ex-OJ n. 327)
Assédio moral — Caracterização
"O termo 'assédio moral' foi utilizado pela primeira vez pelos psicólogos e não faz
muito tempo que entrou para o mundo jurídico. O que se denomina assédio moral,
também conhecido como mobbing (Itália, Alemanha e Escandinávia), harcèlement
moral (França), acoso moral (Espanha), terror psicológico ou assédio moral entre nós,
além de outras denominações, são, a rigor, atentados contra a dignidade humana. De
início, os doutrinadores o definiam como 'a situação em que uma pessoa ou um grupo
de pessoas exercem uma violência psicológica extrema, de forma sistemática e fre-
qüente (em média uma vez por semana) e durante um tempo prolongado (em torno
de uns 6 meses) sobre outra pessoa, a respeito da qual mantém uma relação assimé-
trica de poder no local de trabalho, com o objetivo de destruir as redes de comunica-
ção da vítima, destruir sua reputação, perturbar o exercício de seus trabalhos e
conseguir, finalmente, que essa pessoa acabe deixando o emprego' (cf. Heinz Ley-
mann, médico alemão e pesquisador na área de psicologia do trabalho, na Suécia,
falecido em 1999, mas cujos textos foram compilados na obra de Noa Davenport e
PRÁTICA TRABALHISTA 239
outras, intitulada Mobbing: Emotional 'Abuse in The American Work Place'). O concei-
to é criticado por ser muito rigoroso. Esse comportamento ocorre não só entre chefes
e subordinados, mas também na via contrária, e entre colegas de trabalho com vários
objetivos, entre eles o de forçar a demissão da vítima, o seu pedido de aposentadoria
precoce, uma licença para tratamento de saúde, uma remoção ou transferência. Não
se confunde com outros conflitos que são esporádicos ou mesmo com más condições
de trabalho, pois o assédio moral pressupõe o comportamento (ação ou omissão) por
um período prolongado, premeditado, que desestabiliza psicologicamente a vítima. Se
a hipótese dos autos revela violência psicológica intensa sobre o empregado, prolon-
gada no tempo, que acabou por ocasionar, intencionalmente, dano psíquico (depres-
são e síndrome do pânico), marginalizando-o no ambiente de trabalho, procede a
indenização por dano moral advindo do assédio em questão." [TRT, 3a Reg., RO
01292-2003-057-03-00-3 — (Ac. 2a T.) — Rel§ Juíza Alice Monteiro de Barros. DJMG
11.8.04, p. 13, LTrSup. Jurisp. 35/2004, p. 275/276]
Assédio moral — Resolução do contrato de trabalho por justa causa do empregador
— Indenização por dano moral — Cabimento
"O assédio moral, como forma de degradação deliberada das condições de trabalho
por parte do empregador em relação ao obreiro, consubstanciado em atos e atitudes
negativas ocasionando prejuízos emocionais para o trabalhador, face à exposição ao
ridículo, humilhação e descrédito em relação aos demais trabalhadores, constitui ofensa
à dignidade da pessoa humana e quebra do caráter sinalagmático do contrato de
trabalho. Autorizando, por conseguinte, a resolução da relação empregatícia por justa
causa do empregador, ensejando, inclusive, indenização por dano moral." [TRT, 159
Reg. (Campinas/SP) — Proc. 20534/02 — (Ac. 2a T. 5807/03-PATR) — Rela Juíza
Mariane Khayat Fonseca do Nascimento, DJSP 21.3.03, p. 85, LTr Sup. Jurisp. 231
2003, p. 177]
Rescisão indireta — Assédio sexual
"A empregada que sofre assédio sexual por superior hierárquico, registrando a ocor-
rência e sem que a administração empresarial tome quaisquer providências, tem au-
torizada a rescisão indireta do contrato de trabalho." (TRT, 12a Reg., Ac. n. 2.896,
13.2.01, RO-V n. 6.632/2000, 1a T, Rei. Juiz C. A. Godoy Ilha, DJSC 30.3.01. ALMEI-
DA, Amador Paes de. CLT comentada, São Paulo: Saraiva, 2003, p. 246)
Danos morais — Indenização — Ofensas verbais praticadas pelo empregador con-
tra o empregado
"Ofensas verbais injustamente proferidas pelo empregador contra o empregado, em
público, diante dos demais colegas, caracterizam a comoção íntima própria do dano
moral reparável, sendo, assim, passíveis de indenização." [TRT, 15S Reg. (Campinas/
SP) — RO 00099-2001-097-15-00-7 — (Ac. 5a T. 020071/03-PATR) — Rei. Juiz Ricar-
do Regis Laraia, DJSP 18.7.03, p. 69, LTr Sup. Jurisp. 39/2003, p. 300]
Dano moral — Responsabilidade do empregador pelos atos de seus prepostos
"Não pode o empregador, simplesmente, negar a sua responsabilidade quanto ao
maltrato recebido pela reclamante, sob o argumento de que esta e sua colega exer-
ciam as mesmas funções, não havendo qualquer superioridade hierárquica entre as
mesmas, máxime porque restou comprovado que a autora do maltrato detém a fun-
ção de chefia. Mesmo que se aceite que ocorreu por parte da empregada, detentora
do cargo de chefia, abuso pelo exercício de um direito (no caso o direito de represen-
tação), sem qualquer benefício para o seu titular, e tendo como única conseqüência
causar dano ou prejuízo a terceiro — no caso, à reclamante e ao empregador, cabe
a este promover a busca da reparação, quanto ao comportamento adotado por sua
preposta. Isto porque ao empregador cabe o poder diretivo da relação laborai, tendo
240 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 70
Notas
1. Demissão
6. Jurisprudência
Questão n. 71
Notas
"Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empre-
gador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado,
ou for prejudicial ao serviço;
PRÁTICA TRABALHISTA 243
6. Jurisprudência
Abandono de emprego
Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no
prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o
motivo de não o fazer. (Súmula n. 32 do TST)
A Lei n. 8.027, de 12.4.90, que dispõe sobre normas de conduta dos servidores
públicos, estabelece no art. 59, VI: "abandonar o cargo, caracterizando-se o abandono
pela ausência injustificada do servidor público ao serviço, por mais de trinta dias
consecutivos".
PRÁTICA TRABALHISTA 245
Questão n. 72
Solução
a) tempo de serviço:
05.10.88 — data de ingresso no regime único do FGTS
02.05.83 — data de admissão do empregado
03.05.05 — tempo de serviço para efeito de indenização (5 anos,
5 meses e 3 dias = 5 anos)
b) R$ 2,40 x 220 = R$ 528,00 (v. item 2 da Explicação na questão n. 01)
c) R$528,00 : 12 = R$44,00
d) R$ 528,00 + R$ 44,00 = R$ 572,00
e) (R$ 572,00 x 5) : 2 = R$ 1.430,00
ou
aplicando a fórmula: maior salário x tempo de serviço x 13/24 = R$
528,00 x 5 x 13/24 = R$ 1.430,00
246 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Explicação
Notas
8. Jurisprudência
Súmulas do TST:
14. Culpa recíproca
Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484), o em-
pregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo
terceiro salário e das férias proporcionais.
171. Férias proporcionais — Contrato de trabalho — Extinção
Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de
trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais,
ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT).
Culpa recíproca — Configuração
"Culpa recíproca — Configuração— Dos fatos delineados pelo acórdão regional, infere-
se que o ato de insubordinação do autor ocorreu após as suspeitas de furto e o proce-
dimento de revista pessoal, considerados ofensivos à sua honra e boa fama. Configura-se
a culpa recíproca, pois, se é verdade que o empregado não atendeu à determinação de
248 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 73
Notas
cia Social ou, na falta destes, aos sucessores previstos na lei civil, indi-
cados em alvará judicial.
Quanto ao FGTS, o problema do saque não é do empregador, que,
tendo efetuado regularmente os depósitos, se limita a entregar as guias
AM, para levantamento do saldo por quem de direito. Já no que se
refere às parcelas decorrentes da rescisão contratual, há necessidade
de se pagar ao legítimo credor, porque 'quem paga mal, paga duas
vezes'.
Assim, no caso de falecimento do empregado, a Empresa deve exigir
de quem pretenda o recebimento de qualquer crédito a prova de sua
condição de dependente habilitado perante a Previdência Social, que é
feita com declaração própria desta. Havendo mais de um dependente
habilitado, o pagamento é feito em quotas iguais e, sendo menores,
suas partes deverão ser depositadas em caderneta de poupança (§ 1e,
art. 1S, Lei n. 6.858, 24.11.80).
Na falta de dependente habilitado, a empresa deverá exigir do interessado
no recebimento a apresentação de alvará judicial com a indicação do
nome ou dos nomes daqueles que devem receber.
Para evitar inútil discussão, o recibo da rescisão deverá, se o falecido
empregado já contava um ano de tempo de serviço, ser homologado
perante a autoridade do Ministério do Trabalho ou junto ao Sindicato, na
forma de praxe.
Finalmente, cumpre advertir que não cabe à empresa, nos casos de
companheirismo ou concubinato, fazer julgamento de merecimento ou
de equidade. Deve, em qualquer hipótese, observar o que determina a
lei. Se a dúvida resultar afinal insanável, há solução legalmente prevista,
que é a via de consignação em pagamento, por ação judicial, em que a
empresa deposita os valores devidos e a Justiça decidirá quem irá
recebê-los." (Extinção do Contrato de Trabalho por Morte do Empregado
— i n LTr Suplemento Trabalhista n. 93/90)
A título de esclarecimento, lembramos que "as guias AM", mencionadas
pelo Dr. Farjalla, foram substituídas pelo "Termo de Rescisão do Contrato de
Trabalho" — TRCT (Portaria MTE n. 302/02).
Finalmente, lembramos que a via consignação em pagamento poderá
ser extrajudicial, conforme prevê o CPC, art. 890, § 2°.
6. Jurisprudência
Questão n. 74
Solução
a) tempo de serviço:
05.10.88 — data de ingresso no regime único do FGTS
02.03.87 — data de admissão do empregado
03.07.01 — tempo de serviço para efeito de indenização (1 ano, 7
meses e 3 dias = 2 anos)
b) R$ 432,00 x 1,3 = R$ 561,60
c) R$561,60 : 12 = R$46,80
d) R$ 561,60 + R$ 46,80 = R$ 608,40
e) R$ 608,40 x 2 = R$ 1.216,80
ou
aplicando a fórmula: maior salário x tempo de serviço x 13/12 = R$
561,60 x 2 x 13/12 = R$ 1.216,80
Explicação
Notas
"Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas
seguintes situações:
I—
II — extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais
ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato
de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador individual
sempre que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, com-
provada por declaração escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão
judicial transitada em julgado." (Redação dada pela MP n. 2.164-41/2001, em curso)
A Lei n. 8.036/90 e o seu regulamento (Decreto n. 99.684/90) não pre-
vêem, no caso de extinção da empresa, a obrigatoriedade, por parte do
empregador, de "depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os
valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediata-
mente anterior, que ainda não houver sido recolhido". Tampouco o depósito
da multa rescisória a favor do empregado na "importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada
PRÁTICA TRABALHISTA 255
7. Jurisprudência
Súmulas do TST:
44. Aviso prévio — Cessação da atividade da empresa
A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou
em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.
132. Adicional de periculosidade — Integração (Rés. n. 129/2005 — DJ 20.4.2005)
I — O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de
indenização e de horas extras, (ex-prejulgado n. 3) (ex-Súmula n. 132 — RÃ 102/
1982, DJ 11.10.1982/DJ 15.10.1982 e ex-OJ n. 267 — Inserida em 27.9.2002)
II — Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de
risco, razão pela qual é incabível a integração do adicional de periculosidade sobre as
mencionadas horas. (ex-OJ n. 174 — Inserida em 8.11.2000)
173. Salário — Empresa — Cessação de atividades
Extinto, automaticamente, o vínculo empregatício com a cessação das atividades da
empresa, os salários só são devidos até a data da extinção. (ex-Prejulgado n. 53)
339. CIPA— Suplente — Garantia de emprego — CF/1988 (Rés. n. 129/2005 — DJ
20.4.2005)
I — O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do
ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. (ex-Súmula n. 339 —
Rés. n. 39/1994, DJ 20.12.1994 e ex-OJ n. 25 — Inserida em 29.3.1996)
II — A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia
para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em
atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária,
sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. (ex-
OJ n. 329— DJ 9.12.2003)
369. Dirigente sindical — Estabilidade provisória — (Rés. n. 129/2005 — DJ
20.4.2005)
I — É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma
do § 5g do art. 543 da CLT. (ex-OJ n. 34 — Inserida em 29.4.1994)
II — O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes sindicais, foi recep-
cionado pela Constituição Federal de 1988. (ex-OJ n. 266 — Inserida em 27.9.2002)
III — O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de
estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do
sindicato para o qual foi eleito dirigente. (ex-OJ n. 145 — Inserida em 27.11.1998)
IV — Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do
sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. (ex-OJ n. 86 — Inserida em
28.4.1997)
V — O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o
período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto
que inaplicável a regra do § 3g do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. (ex-
OJ n. 35 — Inserida em 14.3.1994)
258 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Ementas diversas:
Indenização — Adicionais e gratificações
"Garantia de emprego à gestante — Fechamento de empresa — Art. 10, inciso II, letra
b, do ADCT. A empregada gestante faz jus à estabilidade de emprego conferida pelo
art. 10, inciso II, alínea b, do ADCT, ainda que a despedida tenha ocorrido em virtude
do fechamento da empresa, por se tratar, no caso, de uma garantia visando a não
privar a gestante da conservação de um emprego que é vital para o nascituro, já que
o salário percebido será utilizado em favor da subsistência e nutrição deste." (TST-RR
402.630/97 — 2a T. — Rei. Min. Vantuil Abdala, DJU 12.9.01)
PRÁTICA TRABALHISTA 259
Questão n. 75
Solução
a) tempo de serviço:
05.10.88 — data de ingresso no regime único do FGTS
03.10.85 — data da admissão do empregado
02.00.03 — tempo de serviço para efeito de indenização (3 anos)
b) 72.000 : 12 = 6.000 x R$ 0,10 = R$ 600,00
c) R$600,00 : 12 = R$50,00
d) R$ 600,00 + R$ 50,00 = R$ 650,00
e) (R$ 650,00 x 3) : 2 = R$ 975,00
ou
aplicando a fórmula: maior salário x tempo de serviço x 13/24 = R$
600,00 x 3 x 13/24 = R$ 975,00
Explicação
Notas
"Art. 501. Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à
vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.
§ 1a A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior.
§ 2g À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substancialmente, nem for
suscetível de afetar, em tais condições, a situação econômica e financeira da empre-
sa, não se aplicam as restrições desta lei referentes ao disposto neste Capítulo."
"Art. 502. Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa, ou
de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este,
quando despedido, uma indenização na forma seguinte:
I — sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478;
II — não tendo direito à estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisão
sem justa causa;
PRÁTICA TRABALHISTA 261
11. Jurisprudência
Questão n. 76
Solução
a) tempo de serviço:
05.10.88 — data de ingresso no regime único do FGTS
01.08.83 — data de admissão do empregado
04.02.05 — tempo de serviço para efeito de indenização (5 anos)
b) R$450,00 : 12 = R$37,50
c) R$ 450,00 + R$ 37,50 = R$ 487,50
d) R$ 487,50 x 5 = R$ 2.437,50
ou
Aplicando a fórmula: maior remuneração x tempo de serviço x 13/12
= R$ 450,00 x 5 x 13/12 = R$ 2.437,50
PRÁTICA TRABALHISTA 263
Explicação
Notas
1. Factum principis
7. Jurisprudência
haja vista, de qualquer sorte, se atribuir ao risco empresarial, por inteiro, todos os
ônus que lhe advêm do pacto laborai, quer decorrentes de fatos que deu causa ou
não (sem sua culpa), inclusive os imprevisíveis e aqueles originários de força maior."
(TRT-68 Reg., RO 824/99, Ac. 13 T. 23.11.99, Rei. Juiz Milton Gouveia — in Revista LTr
64-06/767)
Atos de previsibilidade do empresário
"Os atos discricionários da administração, como cancelamento de concessão ou mo-
dificação de normas, encontram-se na orla de previsibilidade do empresário, não figu-
rando o factum principis ensejador da exclusão da responsabilidade patronal estatuída
no art. 486 da CLT. Agravo de instrumento desprovido." (TST, Al 5.995/83, Ac. 1a T.,
2.212/84, 3a Reg., Rei. Min. Coqueijo Costa, DJU 10.8.84, in RDTn. 52, p. 83)
Factum principis — Responsabilidade
"Desativada a empresa, por força de ato de desapropriação e, em conseqüência,
rescindido o contrato do empregado, forçoso reconhecer a ocorrência do factum prin-
cipis (art. 486, da CLT). Inexistindo norma expressa sobre a responsabilidade das
reparações decorrentes da dispensa, incumbe ao Estado (União Federal) o encargo.
Ao ex-empregador cabe pagar parcelas resultantes da efetiva prestação laborai." (TFR,
2a T., Proc. RO n. 8.205 AL; Rei. Min. William Patterson, DJ n. 52/87. TEIXEIRA, João
de Lima. Repertório de jurisprudência trabalhista. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1989.
v. 6, ementa 2284, p. 554)
Indenização por factum principis — Competência da justiça do trabalho
"Recurso de revista. Competência da justiça do trabalho. Indenização por factum
principis. O art. 486, § 3a, da CLT foi introduzido no ordenamento jurídico nacional no
contexto da Carta Magna de 1934, quando ainda não era reconhecida, constitucional-
mente, a competência desta Justiça Especializada para examinar causas em que
figurassem como partes os entes da Administração Pública. Todavia, a análise da
evolução constitucional das atribuições da Justiça do Trabalho conduz ao entendi-
mento de que a CF/88 retirou os fundamentos de validade daquele dispositivo celetá-
rio, na medida em que lhe foi atribuída, pelo art. 114, a competência para dirimir
controvérsias decorrentes da relação de trabalho entre Entidade de Direito Público e
trabalhadores. Restando configurado que o fundamento do pedido está assente na
relação de emprego — já que o ente público, na ocorrência do factum principis, se
estabelece na relação processual como litisconsorte necessário, participando efetiva-
mente da relação processual — e diante da natureza trabalhista da indenização per-
seguida, é de se concluir que compete à Justiça Obreira apreciar tanto a questão
relativa à caracterização do factum principis, como ao pleito de indenização, a cargo
do governo responsável pelo ato que originou a rescisão contratual. Violação do art.
114 da Constituição Federal de 1988. Recurso de revista conhecido e provido." (Pro-
cesso n. TST-RR-596.021/1999 — Ac. 2- Turma — Rei. Min. Renato de Lacerda Paiva
— DJ 16.4.2004 — Revista do TST, v. 70, n. 1, p. 271/272)
Factum principis — Alcance
"Factum principis — Alcance. Factum principis é o ato de autoridade pública que, por
via administrativa ou legislativa, impossibilita a continuação da atividade da empresa.
O factum principis libera o empregador de qualquer obrigação resultante da cessação
das atividades da empresa. Todavia, no presente caso, a ocorrência do fato do prín-
cipe foi invocado pelo autor de forma a justificar o seu pedido de condenação subsi-
diária dos entes públicos elencados na inicial, contudo, a revogação da concessão
dos serviços públicos, retirando da empresa particular (CTC) o direito de explorar o
transporte coletivo de passageiros, não transfere para o Poder Público a responsabi-
lidade pelos direitos trabalhistas não cumpridos pela concessionária, que responderá
com seus bens pelas obrigações inadimplidas." [TRT 18a Reg. RO 00341-2007-012-
266 JULPIANO CHAVES CORTEZ
18-00-1 — (Ac. 1§ T.) — Rel§ Dês. Káthia Maria Bomtempo de Albuquerque. DJE/TRT
18a Reg. Ano l, n. 189, 13.11.07, pp. 4/5: In: LTr Sup. Jurisp. 03/2008, p. 28]
Questão n. 77
Solução
a) tempo de serviço:
05.10.88 35.09.88 — data de ingresso no regime único do FGTS
09.03.87 ou 09.03.87 — data de admissão do empregado
?. 07.01 26.06.01 — tempo de serviço para efeito de indeniza-
ção (2 anos)
b) R$ 4.320,00 : 12 = R$ 360,00
c) R$360,00 : 12 = R$30,00
d) R$ 360,00 + R$ 30,00 = R$ 390,00
e) R$ 390,00 x 2 = R$ 780,00
ou
aplicando a fórmula: maior remuneração x tempo de serviço x 13/12
= R$ 360,00 x 2 x 13/12 = R$ 780,00
Explicação
Notas
A CLT estabelece:
"Art. 148. A remuneração das férias, ainda quando devida após a cessação do contra-
to de trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos do art. 449."
"Art. 449. Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em
caso de falência, concordata ou dissolução da empresa.
§ 1a Na falência, constituirão créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos
ao empregado e a totalidade das indenizações a que tiver direito."
O art. 449 da CLT foi alterado pela nova lei de falência, que desconside-
rou ser o risco do empreendimento do empregador (CLT, art. 2-, § 2Q) e
serem os créditos trabalhistas, regra geral, de natureza alimentar. Pela Lei n.
11.101/05, no caso de falência, os créditos derivados da legislação do traba-
lho são considerados privilegiados até o limite de 150 (cento e cinqüenta)
salários mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho (art.
83, l). Os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho, que exce-
268 JULPIANO CHAVES CORTEZ
A nova lei de falência (art. 76, caput) prescreve que o juízo da falência
é indivisível, atraindo para si todos os créditos, mas não tem competência
para conhecimento das ações trabalhistas.
As ações de natureza trabalhista serão processadas perante a justiça
do trabalho até a apuração do respectivo crédito (sem efetivação de sua
execução), que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determi-
nado em sentença (Lei n. 11.101/05, art. 6Q, § 2e).
A CLT preceitua que terão preferência para julgamento os dissídios sobre
pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador,
podendo o presidente da Vara, a pedido do interessado, constituir processo
em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assun-
tos (art. 652, parágrafo único). Ainda, terá preferência em todas as fases
processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser executada perante o juízo da
falência (art. 768).
O juiz trabalhista poderá determinar a reserva da importância que esti-
mar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido
líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria (Lei n. 11.101/05,
art. 65, § 3e).
O atual Código Civil prevê no art. 407: "Ainda que se não alegue pre-
juízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às
dívidas em dinheiro como às prestações de outra natureza, uma vez que
lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou
acordo entre as partes".
O Decreto-lei n. 7.661/45 preceituava que "contra a massa não correm
juros, ainda que estipulados forem, se o ativo apurado não bastar para o
pagamento do principal" (art. 26, capuf).
Por sua vez, a nova lei de falência (n. 11.101/05) estabelece que "contra
a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falên-
cia, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o
pagamento dos credores subordinados" (art. 124, capuf).
Conclui-se que, na falência, há incidência de correção monetária sobre
os débitos trabalhistas. Quanto aos juros, são devidos os vencidos antes da
decretação da falência; os juros vencidos após a decretação da falência não
são exigíveis, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores
subordinados.
Questão polêmica é a que diz respeito ao momento (época própria) em
que deve incidir a correção monetária, havendo divergência de entendimen-
to na doutrina e na jurisprudência. Para uns, quando se tratar de salário,
época própria é o próprio mês de vencimento do salário. Para outros, épo-
ca própria é a data em que o salário (crédito do empregado) torna-se exi-
gível, como, por exemplo, a partir do 5S dia útil do mês subsequente ao
vencido (CLT — art. 459, parágrafo único, com redação dada pela Lei n.
7.855/89). O TST, por meio da Súmula n. 381, uniformizou: "O pagamento
dos salários até o 59 dia útil do mês subsequente ao vencido não está
sujeito à correção monetária. Se essa data-limite for ultrapassada, incidirá o
índice da correção monetária do mês subsequente ao da prestação dos
serviços, a partir do dia 1Q."
Quanto aos juros de mora, eles incidem desde a data do ajuizamento
da ação, a\é o d\a do eteYwo pagamento. kCYJ pvecértua que, não pagando
o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens,
tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acres-
cida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a
partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial (art. 883).
12. Jurisprudência
Súmulas do TST:
86. Deserção — Massa falida — Empresa em liquidação extrajudicial (Rés. n. 1297
2005 — DJ 20.4.2005)
Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou
de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa
em liquidação extrajudicial. (Primeira parte — ex-Súmula n. 86 — RÃ 69/78, DJ
26.9.1978; segunda parte — ex-OJ n. 31 — Inserida em 14.3.1994)
272 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 78
Notas
"Art. 18, § 29: O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social — RGPS que
permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a
prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade,
exceto ao
salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado." (redação dada pela
Lei n. 9.528/97)
"Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:
l — ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:
a) ;ou
b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do empregado ou quando
for requerida após o prazo previsto na alínea a." (grifamos)
"Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o
segurado tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de
idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino,
sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista
na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho
a imediatamente anterior à do início da aposentadoria." (V. Regulamento — Decreto n.
3.048/99, art. 54)
"Art. 54. A data do início da aposentadoria por tempo de serviço será fixada da mesma
forma que a da aposentadoria por idade, conforme o disposto no art. 49."
6. Jurisprudência
Súmulas do TST:
160. Aposentadoria por invalidez
Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo.após cinco anos, o trabalhador terá
direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na for-
ma da lei. (ex-Prejulgado n. 37)
295. Aposentadoria espontânea — Depósito do FGTS — Período anterior à opção
A cessação do contrato de trabalho em razão de aposentadoria espontânea do em-
pregado exclui o direito ao recebimento de indenização relativa ao período anterior à
opção. A realização de depósito na conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
de que trata o § 3a do art. 14 da Lei n. 8.036, de 11.5.1990, é faculdade atribuída ao
empregador.
Orientação Jurisprudencial da SDI-1-TST
361. Aposentadoria espontânea — Unicidade do contrato de trabalho — Multa de
40% do FGTS sobre todo o período
A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o
empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim,
por ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do
FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laborai.
Orientação Jurisprudencial da SDI-1 — Transitória:
51. Complementação de aposentadoria — Caixa Econômica Federal — Auxílio-
alimentação — Supressão — Súmulas ns. 51 e 288
A determinação de supressão do pagamento de auxílio-alimentação aos aposentados
e pensionistas da Caixa Econômica Federal, oriunda do Ministério da Fazenda, não
atinge aqueles ex-empregados que já percebiam o benefício. (ex-OJ n. 250 da SBDI-
1 — inserida em 13.3.02)
Súmulas do STF:
217. Aposentadoria — Readmissão
Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empre-
gador, o aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos a
contar da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo.
220. Indenização de estável readmissível
A indenização devida a empregado estável, que não é readmitido, ao cessar sua
aposentadoria, deve ser paga em dobro.
278 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 79
Notas
1. Legislação
3. Empregado optante
6. Jurisprudência
"Transação. Adesão ao PDV. Validade. Negar que possa existir autonomia de vontade na
relação de trabalho somente pode encontrar respaldo em uma visão dogmática, segundo
a qual o empregado sempre seria uma pessoa semicapaz, subjugada pelo odioso capital,
o que é uma simplificação grosseira da realidade. Por outro lado, repelir, de plano, a
possibilidade de transação no Direito do Trabalho significa recusar totalmente a tutela aos
direitos do empregador, sendo certo que o princípio protetivo não autoriza que se consi-
derem, pura e simplesmente, as obrigações assumidas pelos empregados, sem sequer
se examinar se foram livremente constituídas. Assim, estando provado que o empregado
manifestou, expressa e livremente, sua vontade de transacionar direitos controversos,
recebendo em troca benefícios concretos e imediatos, há que se reconhecer a validade
do negócio jurídico pelo qual ele, recebendo razoável indenização, deu quitação ao extin-
to contrato de trabalho. Observe-se, inclusive, que tal entendimento não contraria a OJ n.
270 da SDI-1 do Col. TST, eis que o Termo de Transação estabeleceu, de forma expres-
sa, que, pelo pagamento da indenização do PDV, o empregado daria quitação a todos os
direitos decorrentes do contrato de trabalho, incluindo horas extras, parcela postulada na
inicial." (Proc. TRT 18a Reg. — 01488-2002-006-18-00-2, Rel§ Juíza Dora Maria da Costa,
DJGO n. 13.973, de 25.2.03, p. 133).
Questão n. 80
Notas
"Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressa-
mente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.
§ ^í Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência
dependa de termo prefixado ou de execução de serviços especificados ou ainda da
realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.
§ 2g O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predetermi nação do prazo;
PRÁTICA TRABALHISTA 285
"Art. 445. O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por
mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias.
Art. 451. O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente,
for prorrogado mais de uma vez, passará a vigorar sem determinação de prazo."
"Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas
seguintes situações:
9. Verbas rescisórias
10. Jurisprudência
Súmula do TST:
244. Gestante — Estabilidade provisória
Questão n. 81
Solução
a) R$696,00 : 12 = R$58,00
b) R$ 696,00 + R$ 58,00 = R$ 754,00
c) R$ 754,00 x 2 = R$ 1.508,00
d) R$ 1.508,00 x 70% = R$ 1.055,60
ou
aplicando a fórmula: maior remuneração x tempo de serviço x 91 /120
= R$ 696,00 x 2 x 91/120 = R$ 1.055,60
Explicação
Notas
5. Verbas rescisórias
6. Jurisprudência
Questão n. 82
Solução
a) R$ 3.024,00 : 12 = R$ 252,00
b) R$ 3.024,00 + R$ 252,00 = R$ 3.276,00
c) R$ 3.276,00 x 3/12 = R$ 819,00
ou
aplicando a fórmula: salário mensal x tempo de serviço x 13/144 = R$
3.024,00 x 3 x 13/144 = R$ 819,00
Explicação
Notas
3. Indenização — FGTS
que trata o art. 453 do Estatuto Consolidado, não cabendo falar em unicidade contra-
tual, sendo o empregado indenizado ao fim de cada contrato, que coincide com o
término da safra. Recurso de revista a que se dá parcial provimento." [TST-RR-499168/
98.9 — (Ac. 5a T.) — TRT-153 Reg. — Rei. Min. Gelson de Azevedo, DJU 19.4.02, p.
723 — In: LTr Sup. Trab. 06/2002-44]
7. Verbas rescisórias
8. Jurisprudência
Questão n. 83
Solução
a) R$ 3.600,00 : 12 = R$ 300,00
b) R$ 3.600,00 + R$ 300,00 = R$ 3.900,00
c) (R$ 3.900,00 x 4) : 2 = R$ 7.800,00
ou
aplicando a fórmula: salário mensal x tempo de serviço restante x 137
24 = R$ 3.600,00 x 4 x 13/24 = R$ 7.800,00
Explicação
Notas
"Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e
por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Parágrafo único. Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte
variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da
indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado."
A CLT, no art. 479, obrigou o empregador que despedir sem justa causa
o empregado com contrato a prazo certo a pagar-lhe, como indenização,
metade da remuneração a que teria direito até o termo do contrato, incluindo
a parte variável dos salários, e, obviamente, o 13e salário.*37'
(37) CESARINO JÚNIOR, A. F. Direito social. São Paulo: LTr, 1980. p. 326.
298 JULPIANO CHAVES CORTEZ
4. Verbas rescisórias
5. Jurisprudência
Súmulas do TST:
125. Contrato de trabalho — Art. 479 da CLT
O art. 479 da CLT aplica-se ao trabalhador optante pelo FGTS admitido mediante
contrato por prazo determinado, nos termos do art. 30, § 3e, do Decreto n. 59.820, de
20 de dezembro de 1966.
163. Aviso prévio — Contrato de experiência
Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma
do art. 481 da CLT. Ex-Prejulgado n. 42.
Ementas diversas:
Contrato por prazo determinado — Cláusula de reciprocidade
"Para que o contrato a prazo adote os princípios que regem as rescisões dos contra-
tos por prazo indeterminado, é necessário que contenha cláusula assecuratória de
direito recíproco de rescisão, desde que seja tal direito exercido por qualquer das
partes. A simples transcrição das hipóteses previstas no art. 479 da CLT não pode ser
entendida como tal." (TRT-103 Reg., 11 T, Proc. RO 4.299/95, Rei. Juiz Oswaldo
Neme, Rev. 1996 — in: TEIXEIRA FILHO, Lima, ob. cit., v. 7, ementa n. 1.251)
Rescisão antecipada de contrato por prazo determinado — Indenização
"Havendo cláusula contratual que assegure o direito recíproco de rescisão antecipada
do contrato de trabalho firmado por prazo determinado, tal rescisão opera-se segundo
os princípios que regulam a rescisão de contrato por prazo indeterminado, restando
afastada a incidência da indenização na forma prevista no art. 479 da CLT. Recurso
de revista a que se dá provimento." (Processo n. TST-RR-366.758/97, 5a T, Rei. Min.
Gelson de Azevedo, DJU 27.4.2001, Revista do TST, v. 67, n. 2, p. 387)
PRÁTICA TRABALHISTA 301
Questão n. 84
Notas
"Art. 480. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contra-
to, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos
que desse fato lhe resultarem.
302 JULPIANO CHAVES CORTEZ
§ 1 S A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o emprega-
do em idênticas condições."
3. Verbas rescisórias
Questão n. 85
Solução
a) R$720,00: 12 = R$60,00
b) R$ 720,00 + R$ 60,00 = R$ 780,00
C) (R$ 780,00 x 3) : 2 = (R$ 780,00 x 3) : 4 = R$ 585,00
ou 2
aplicando a fórmula: salário mensal x tempo de serviço restante x 137
48 = R$ 720,00 x 3 x 13/48 = R$ 585,00
Explicação
Notas
"Art. 502. Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa, ou
de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este,
quando despedido, uma indenização na forma seguinte:
III — havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479,
desta lei, reduzida igualmente à metade."
3. Culpa recíproca
5. Verbas rescisórias
Questão n. 86
Dados Complementares
1) admissão 15.03.99;
2) aviso prévio 28.06.04;
3) desligamento 28.06.04;
4) maior remuneração — à da época do desligamento R$ 336,00;
5) gozou as férias até o período aquisitivo 2001/02 e cometeu faltas
injustificadas ao serviço na seguinte ordem:
5.1) no período aquisitivo de 2002/03 10 dias;
5.2) na segunda semana do mês de junho/04 02 dias;
9
6) data-base para o seu reajuste salarial 1 de agosto;
306 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Notas
1. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — Incidência sobre aviso
prévio
IN SRT/MTE n. 3/02
"Art. 35. Na rescisão sem justa causa, ocorrida no período de 30 (trinta) dias que antece-
de a data-base, é devido o pagamento de indenização adicional equivalente a um salário
mensal do empregado, nos termos do art. 9g da Lei n. 7.238, de 29 de outubro de 1984.
Parágrafo único. Considera-se salário mensal o devido à data da comunicação da
dispensa do empregado, acrescido dos adicionais legais ou convencionais, não se
computando o décimo terceiro salário."
4. Jurisprudência
Súmulas do TST:
182. Aviso prévio — Indenização compensatória — Lei n. 6.708, de 30.10.79
O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da indenização do
art. 99 da Lei n. 6.708, de 30.10.79.
242. Indenização adicional — Valor
A indenização adicional, prevista no art. 9fi da Lei n. 6.708, de 30.10.79 e no art. 9S da
Lei n. 7.238, de 28.10.84, corresponde ao salário mensal, no valor devido na data da
comunicação do despedimento, integrado pelos adicionais legais ou convencionados,
ligados à unidade de tempo mês, não sendo computável a gratificação natalina.
314. Indenização adicional — Verbas rescisórias — Salário corrigido
Se ocorrer a rescisão contratual no período de 30 (trinta) dias que antecede à data-
base, observado o Enunciado de n. 182 do TST, o pagamento das verbas rescisórias
com o salário já corrigido não afasta o direito à indenização adicional prevista nas Leis
ns. 6.708, de 30.10.79 e 7.238, de 28.10.84.
308 JULPIANO CHAVES CORTEZ
Questão n. 87
Dados Complementares
1) admissão 1e.03.85
2) opção pelo FGTS 30.09.87
3) dispensa 14.04.04
4) maior remuneração — à da época da dispensa R$ 348,00
5) gozou as férias até o período aquisitivo 2002/03
6) data-base para o seu reajuste salarial 1 Q de junho
7) recebeu os salários até o mês de março/04, sendo que o depósito do
FGTS deste mês ainda não foi efetuado
8) o extrato do FGTS, fornecido pelo banco depositário, até o mês de feve-
reiro/04 = R$ 2.675,00
2. AJUDA DE CUSTO
2 1 diárias até 50% do salário NÃO NÃO NÃO
2 2 diárias superiores a 50% do salário SIM SIM SIM
2.3. com gastos de transferências de localidade NÃO NÃO NÃO
3 AUXÍLIO-DOENÇA (primeiros 15 dias) SIM SIM SIM
4. AVISO PRÉVIO:
4 1 trabalhado . SIM SIM SIM
4.2. indenizado . NÃO SIM'39' NÃO
5. FÉRIAS:
5.1. gozadas ... . SIM SIM SIM
5.2. indenizadas e abono (venda) de férias
(até 20 dias) NÃO NÃO SIM
5 3 dobradas (valor da dobra) NÃO NÃO SIM
6. GRATIFICAÇÕES:
6 1 ajustadas, prêmios produtividade SIM SIM SIM
6.2. de Natal (13° salário)
6.2.1. primeira parcela NÃO SIM NÃO
6.2.2. segunda parcela SIM SIM SIM
6.2.3. proporcional (na cessação do con- SIM SIM SIM
trato)
6.3. quebra de caixa (bancário/comerciário).. SIM SIM NÃO
7. INDENIZAÇÃO:
7.1. adicional (Lei n. 7.238/84, art. 9°) NÃO NÃO NÃO
7.2. por tempo de serviço + En. n. 148 do
TST NÃO NÃO NÃO
8. SALÁRIO:
8.1 . propriamente dito SIM SIM SIM
8.2. família NÃO NÃO NÃO
8.3. maternidade e paternidade SIM SIM SIM
8.4. estagiário (Lei n 6 494/77) NÃO NÃO SIM
9. VERBA DE REPRESENTAÇÃO SIM SIM SIM
Notas
4. Jurisprudência
Súmulas do TST:
63. FGTS — Horas extras e adicionais eventuais
A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remune-
ração mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.
247. Quebra de caixa — Natureza jurídica
A parcela paga aos bancários sob a denominação "quebra de caixa" possui natureza
salarial, integrando o salário do prestador dos serviços, para todos os efeitos legais.
305. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — Incidência sobre aviso prévio
O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito à
contribuição para o FGTS.
Orientações Jurisprudenciais da SDI-1-TST:
195. Férias indenizadas — FGTS — Não-incidência
Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas.
207. Programa de Incentivo à Demissão Voluntária — Indenização — Imposto de
Renda — Não-incidência
A indenização paga em virtude de adesão a programa de incentivo à demissão volun-
tária não está sujeita à incidência do imposto de renda.
363. Descontos previdenciários e fiscais — Condenação do empregador em razão
do inadimplemento de verbas remuneratórias — Responsabilidade do empregado
pelo pagamento — Abrangência
A responsabilidade pelo recolhimento das contribuições social e fiscal, resultante de
condenação judicial referente a verbas remuneratórias, é do empregador e incide
312 JULPIANO CHAVES CORTEZ
FÓRMULAS
TÉCNICO EM RADIOLOGIA
1. Disciplinamento legal
2. Jornada de trabalho
3. Salário profissional
5. Jurisprudência
SEGURO-DESEMPREGO
1. Legislação básica
3. A quem se destina
4.1. ter recebido salários consecutivos nos últimos seis meses anterio-
res à dispensa;
4.2. ter sido empregado, durante pelo menos seis meses nos últimos
trinta e seis meses anteriores à dispensa;
4.3. não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de presta-
ção continuada, salvo auxílio-acidente e pensão por morte;
4.4. não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua
manutenção e de sua família.
O art. 4- da Resolução n. 467/05 indica os meios de comprovação dos
requisitos acima enumerados (anotações na CTPS, Termo de Rescisão do
Contrato de Trabalho — TRCT, extrato ou documento utilizado para levanta-
mento de depósitos do FGTS, acórdão, sentença transitada em julgado ou
certidão judicial que contenham os dados necessários, por meio da fiscaliza-
ção trabalhista ou previdenciária e pela declaração firmada pelo trabalhador,
no Requerimento do Seguro-Desemprego — RSD).
A adesão do empregado a Plano de Demissão Voluntária, ou similar,
não dará direito ao benefício, por não caracterizar demissão involuntária (art.
6Q da Rés. n. 467/05).
5. Duração do benefício
Art. 9S Para fins de apuração do benefício, será considerada a média aritmética dos
salários dos últimos 3 (três) meses de trabalho.
§ 1S O salário será calculado com base no mês completo de trabalho, mesmo que o
trabalhador não tenha trabalhado integralmente em qualquer dos 3 (três) últimos meses.
§ 2- No caso de o trabalhador perceber salário fixo com parte variável, a composição do
salário para o cálculo do Seguro-Desemprego tomará por base, ambas as parcelas.
§ 3a Quando o trabalhador perceber salário por quinzena, por semana, ou por hora, o
valor do Seguro-Desemprego será calculado com base no que seria equivalente ao
seu salário mensal, tomando-se por parâmetro, para essa equivalência, o mês de 30
(trinta) dias ou 220 (duzentas e vinte) horas, exceto para quem tem horário especial,
inferior a 220 horas mensais, que será calculado com base no salário mensal.
§ 4a O valor do benefício será igual ao valor de unidades de moeda corrente, ex-
cluídas as partes decimais.
Art. 10. Para o trabalhador em gozo de auxílio-doença ou convocado para prestação
do serviço militar, bem assim na hipótese de não ter percebido do mesmo empregador
os 3 (três) últimos salários, o valor do benefício basear-se-á na média dos 2 (dois)
últimos ou, ainda, no valor do último salário."
A Resolução n. 569, de 3 de março de 2008 (DOU 4.3.08), dispõe sobre
o reajuste do valor do benefício de seguro-desemprego.
0 Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador — CODEFAT, no uso
das atribuições que lhe confere o inciso IX do art. 19 da Lei n. 7.998, de 11 de janeiro
de 1990, resolve:
"Art. 1e A partir de 19 de março de 2008, o valor do benefício do Seguro-Desemprego
terá como base de cálculo a aplicação do percentual de 9,21%.
Parágrafo único. Para cálculo do valor do benefício do Seguro-Desemprego, segundo
as faixas salariais a que se refere o art. 5-, da Lei n. 7.998/1990, e observando o
estabelecido no § 2a do mencionado artigo, serão aplicados os seguintes critérios:
1 — Para a média salarial até R$ 685,06 (seiscentos e oitenta e cinco reais e seis
centavos), obtida por meio da soma dos 3 (três) últimos salários anteriores à dispen-
sa; o valor da parcela será o resultado da aplicação do fator 0,8 (oito décimos);
II — Para a média salarial compreendida entre R$ 685,07 (seiscentos e oitenta e cinco
reais e sete centavos) e R$ 1.141,88 (um mil, cento e quarenta e um reais e oitenta
e oito centavos), aplicar-se-á o fator 0,8 (oito décimos) até o limite do inciso anterior
e, no que exceder, o fator 0,5 (cinco décimos). O valor da parcela será a soma desses
dois valores;
III — Para a média salarial superior a R$ 1.141,88 (um mil, cento e quarenta e um
reais e oitenta e oito centavos), o valor da parcela será, invariavelmente, R$ 776,46
(setecentos e setenta e seis reais e quarenta e seis centavos), não podendo ultrapas-
sar esse valor.
Art. 2S Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a
Resolução n. 528, de 30 de março de 2007, deste Conselho'40'."
13. Jurisprudência
Súmula do TST:
389. Seguro-desemprego — Competência da Justiça do Trabalho — Direito à inde-
nização por não liberação de guias (Rés. n. 129/2005 — DJ 20.4.2005)
I — Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empre-
gado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do
seguro-desemprego. (ex-OJ n. 210 — Inserida em 8.11.2000)
II — O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do
seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ n. 211 — Inserida em
8.11.2000)
Ementas diversas:
Indenização substitutiva do seguro-desemprego — Necessidade de preenchimento
dos requisitos constantes do art. 3fi da Lei n. 7.998/90
"A Justiça do trabalho é competente para processar e julgar ação cujo objeto é a
indenização pela ausência de entrega das guias de seguro-desemprego. A empresa,
ao obstar o percebimento do benefício, furtando-se à concessão das guias, atrai para
si a responsabilidade pelo prejuízo suportado pelo Obreiro, devendo arcar com o
pagamento da indenização correspondente, em face do preceito contido no art. 159
do Código Civil, aplicável subsidiariamente por força do art. 8a, parágrafo único, da
CLT. Entretanto, o simples fato de a Empresa não ter concedido as guias para a
obtenção do benefício não é suficiente, por si só, para embasar a indenização. É
necessário que o Reclamante comprove que efetivamente fazia jus ao benefício, e
que a atitude da Reclamada, ao não entregar as guias necessárias, causou-lhe pre-
juízo, por inviabilizar a sua fruição. Recurso de Revista conhecido e provido." (TST,
RR 592.435/99.1, Ac. 5a T, 5.4.00, Rei. Min. Rider de Brito — in: Revista LTr 65-021
196)
Obrigação de fazer da empresa
"Seguro-desemprego. O seguro-desemprego é uma obrigação de fazer da empresa e
não de pagar. Trata-se, ainda, de benefício previdenciário (art. 201, IV, da Constitui-
ção). O empregado terá 120 dias a contar do trânsito em julgado da sentença para
requerer o benefício. Dou provimento à remessa oficial para determinar que a recla-
mada forneça as guias do seguro-desemprego em 5 dias após o trânsito em julgado
desta decisão, sob pena de pagar a indenização correspondente." [TRT-2ã Reg., RE-
02970093426, (Ac. 3§ T. 029800533834) — Rei. Juiz Sérgio Pinto Martins, DJSP
17.2.98, p. 125. FERRARI, Irany e MARTINS, Melchíades Rodrigues. Julgados traba-
lhistas selecionados. São Paulo: LTr, v. VI, ementa n. 997]
Seguro-desemprego — Reclamatória trabalhista visando a discutir vínculo empre-
gatício e dispensa por justa causa
"Prevendo o Manual de Atendimento do Seguro-Desemprego (Resolução Codefat n.
41, de 12 de maio de 1993) a possibilidade de o empregado apresentar certidão, no
prazo de 120 dias, contados da data da sentença judicial transitada em julgado, em
que se discute vínculo empregatício ou justa causa, inviável acolher o pedido de
indenização do seguro." (TRT-188 Reg., RO n. 2926/96, Ac. n. 0765/98, Rei1 Juíza
Dora Maria da Costa, DJGO n. 12.760, de 10.3.1998, p. 100)
Seguro-desemprego — Indenização
"Se a causa da rescisão está subjudice, o prazo para requerer o benefício inicia-se a
partir do trânsito em julgado da sentença ou do acórdão, conforme orientação admi-
nistrativa contida no 'Manual de Atendimento do Seguro-Desemprego'. Por isso, é
324 JULPIANO CHAVES CORTEZ
MENOR APRENDIZ'41'
1. Da constitucionalidade
(41) A Lei n. 11.180, de 23 de setembro de 2005 (DOU 26.9.05), alterou o art. 428 da CLT, estabelecendo
que a aprendizagem vai dos 14 aos 24 anos de idade.
326 JULPIANO CHAVES CORTEZ
pessoa com idade inferior a dezoito anos; e III — a natureza das atividades
práticas for incompatível com o desenvolvimento físico, psicológico e moral
dos adolescentes aprendizes.
Parágrafo único. A aprendizagem para as atividades relacionadas nos incisos
deste artigo deverá ser ministrada para jovens de dezoito e vinte e quatro
anos."
anos. O § 3e, acrescentado ao art. 428 da CLT pela Lei n. 10.097/00, preceitua
que o contrato de aprendizagem é por prazo determinado e terá a duração
máxima de 2 anos, adequando-se, desta forma, às disposições gerais do
contrato individual de trabalho, que, no art. 445, caput, da CLT, estabelece que
o contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por
mais de 2 anos. Portanto, o contrato de aprendizagem é um contrato por prazo
determinado, de natureza especial, não se inserindo nas hipóteses dos pará-
grafos do art. 443 da CLT; como contrato a termo, comporta apenas uma
prorrogação, respeitado o limite de dois anos, sob pena de se transformar em
contrato por prazo indeterminado, conforme disciplina o art. 451 da CLT.
Art. 21. Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um estabe-
lecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.
Parágrafo único. Na fixação da jornada de trabalho do aprendiz menor de 18 (dezoito)
anos, a entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica levará em
conta os direitos assegurados na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990."
O art. 429, caput, com redação dada pela Lei n. 10.097/00, preceitua
que os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e
matricular, nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem, número de
aprendizes equivalente a 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, dos trabalha-
dores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem for-
mação profissional. Esse percentual se destinava aos estabelecimentos
industriais, nos termos do alterado art. 429, caput, da CLT. Em relação aos
estabelecimentos comerciais, o percentual era de 10%, conforme Decreto-
-lei n. 8.622, de 10.1.1946. A Lei n. 10.097/00 generalizou e uniformizou o
percentual para todas as atividades. Esse limite não se aplica quando
o empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a
educação profissional (CLT, art. 429, § 1Q-A). A fração de unidade resultan-
te no cálculo da percentagem dará lugar à admissão de um aprendiz (CLT,
art. 429, § 1e).
A Lei n. 11.180, de 23 de setembro de 2005 (DOU 26.9.05), art. 10,
preceitua que a vinculação de estabelecimento produtivo ao Projeto Escola
de Fábrica não o exime do cumprimento da porcentagem mínima de contra-
tação de aprendizes, nos termos do art. 429 da CLT.
Estão isentas da obrigatoriedade do art. 429, caput, as microempresas
e as empresas de pequeno porte, conforme estabelece a Lei n. 9.841/99, art.
11, caput: "A microempresa e a empresa de pequeno porte são dispensadas
do cumprimento das obrigações acessórias a que se referem os arts. 74;
135, § 2e; 360; 429 e 629, § 19, da Consolidação das Leis do Trabalho —
CLT."
No mesmo sentido estabelece o Decreto n. 5.598/05, art. 14: "Ficam
dispensadas da contratação de aprendizes: l — as microempresas e as
empresas de pequeno porte; e II — as entidades sem fins lucrativos que
tenham por objetivo a educação profissional".
A Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006 (DOU
15.12.2006), institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte, revoga a Lei n. 9.841/99, preceituando que as microempre-
sas e as empresas de pequeno porte são dispensadas de empregar e matri-
cular seus aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem
PRÁTICA TRABALHISTA 331
(art. 51, III). O que significa que essas empresas são dispensadas de contra-
tar aprendizes, mas se o fizerem, estão dispensadas de os matricular nos
cursos profissionalizantes.
O percentual de menores aprendizes a serem compulsoriamente admi-
tidos só deve incidir sobre os cargos que demandem formação profissional.
Desta forma, como ilustra o prof. Octavio Bueno Magano, "num consultório
médico ou num escritório de advocacia, por exemplo, só os auxiliares res-
pectivos devem ser considerados para o mesmo cálculo. É que a aprendiza-
gem se restringe a menores entre quatorze e dezoito anos, inabilitados ainda
para a prática ou da medicina ou da advocacia, atividades que incentivam a
admissão não de aprendizes, mas de estagiários, nos termos da Lei n. 6.4947
77 e Decreto n. 87.497/82".<43>
O regulamento (Decreto n. 5.598/05) prevê que para a definição das
funções que demandem formação profissional, deverá ser considerada a
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (art. 10). Ficam excluídas da definição do caput deste
artigo as funções que demandem, para o seu exercício, habilitação profissional
de nível técnico ou superior, ou, ainda, as funções que estejam caracterizadas
como cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos do inciso
II e do parágrafo único do art. 62 e do § 2- do art. 224 da CLT (§ 19). Deverão
ser incluídas na base de cálculo todas as funções que demandem formação
profissional, independentemente de serem proibidas para menores de dezoito
anos (§ 2°-).
Os empregados que executem os serviços prestados sob o regime de
trabalho temporário, instituído pela Lei n. 6.019/73, bem como os aprendizes
já contratados, ficam excluídos da base de cálculo de que trata o caput do
art. 429 da CLT. No caso de empresas que prestem serviços especializados
para terceiros, independentemente do local onde sejam executados, os
empregados serão incluídos na base de cálculo da prestadora, exclusivamente
(Decreto n. 5.598/05, art. 12, parágrafo único).
dades sem fim lucrativo, pois o art. 428 da CLT mostra que o contrato
de aprendizagem é um contrato de trabalho especial, de prazo determi-
nado. Do contrário, o art. 428 da CLT não faria referência à existência
de contrato de trabalho."'45'
16. Jurisprudência
VALE-TRANSPORTE
1. Disciplinamento
3. Exclusão da obrigatoriedade
5. Beneficiários
6. Custeio
7. Exemplo prático
9. Incentivo fiscal
DECLARAÇÃO
Eu residente nesta cidade, à rua
bairro , portador da Cartei-
ra de Trabalho n , série empregado da empresa
localizada à rua na Cidade
Estado atendendo o que determina a Lei n. 7.418/85, alte-
rada pela Lei n. 7.619/87 e regulamentada pelo Decreto n. 95.247/87, declaro:
1) que, para o meu deslocamento residência-trabalho e vice-versa, tenho necessida-
de de utilizar os seguintes meios de transporte ;
2) que tenho conhecimento de que as informações prestadas nesta declaração deverão
ser atualizadas anualmente ou sempre que ocorrer alteração das mesmas, sob pena de
suspensão do benefício do vale-transporte até o cumprimento dessa exigência;
3) que utilizarei o vale-transporte exclusivamente para o meu efetivo deslocamento
residência-trabalho e vice-versa;
4) que tenho conhecimento de que a declaração com informações falsas e o uso
indevido de vale-transporte constituem falta grave que poderá acarretar a cessação
do contrato de trabalho.
local e data
assinatura do empregado
RECIBO/AUTORIZAÇÃO
Recebi vales-transporte, que correspondem à impor-
tância de R$ do empregador ,
342 JULPIANO CHAVES CORTEZ
20. Jurisprudência
Ementas diversas:
Vale-transporte — Concessão
"A Lei n. 7.619/87 e o Decreto n. 95.247, de 17 de novembro de 1987, que a regula-
mentou, dispõem sobre exigências requeridas do trabalhador, para que tenha direito
ao benefício. Sem o preenchimento desses requisitos e sem o requerimento, não está
o empregador obrigado a conceder o vale-transporte.
Não requerendo o empregado a concessão do benefício e não comprovando os requi-
sitos estabelecidos no Decreto n. 95.247/87, e nos arts. 7a e 8a da Lei n. 7.619/87,
dormientibus non succurrit jus. A Demandante não pode se beneficiar de sua própria
torpeza, e ser indenizada pelo período em que a Reclamada não forneceu o vale-
transporte." (TST, RR 33.112/91.4, Ac. 5a T., 1.656/93, 23.6.93, Rei. desig. Min. Ar-
mando de Brito, in Revista LTr 57-10/1252)
Vale-transporte — Salário básico — Incidência do desconto
"Levando-se em linha de consideração que o salário básico envolve não só a parte
fixa como também a variável, a contribuição do empregado para custeio do vale-
transporte incide também sobre as comissões de vendas." (Proc. TRT-RO n. 0298/95,
Ac. 3.377/95, l- JCJ de Goiânia/GO, Rei. Juiz Luiz Francisco Guedes de Amorim —
in DJGO n. 12.209, de 18.12.1995, p. 37)
Entidade beneficente de utilidade pública
"O fato de ser entidade beneficente e de utilidade pública, não exclui a acionada das
obrigações relativas ao referido vale-transporte." (TRT-1a Reg., 1a T., Proc. RO 25.89S/
94, Rei. Juiz Milner Coelho, DORJ n. 37/97)
Vale-transporte — Obrigatoriedade
"A lei não concede ao empregador a faculdade de conceder, ou não, o vale-transpor-
te. Sua concessão é compulsória por tratar-se de norma de ordem pública. Recurso
parcialmente provido." (TRT-1 - Reg., 5a T., Proc. RO 12.795/93, Rei. Juiz Roberto
Davis, DORJ n. 37/97)
Vale-transporte — Indevido pelo empregador
"O vale-transporte é benefício sem natureza salarial, instituído exclusivamente para o
deslocamento do empregado, mediante o sistema de transporte público coletivo, no
trajeto residência-trabalho e vice-versa. Declarando o empregado, por livre vontade,
que não utiliza o transporte público coletivo para se deslocar ao local de trabalho, o
vale-transporte não é devido pelo empregador." (TRT-10a Reg., 1a T., Proc. 2.689/95,
Rels Juíza Terezinha Oliveira, Rev. 1996)
Vale-transporte — Diligência do empregador
"Incumbe à empresa diligenciar no sentido de assegurar aos seus empregados o gozo
dos direitos legalmente previstos para minimizar as suas carências. Não basta alegar
a falta de interesse no recebimento do vale-transporte, faz-se necessário provar a
opção pelo não recebimento do benefício." (TRT-63 Reg., 1a T., Proc. RO 2.354/97,
Rei. Juiz Ivanildo Andrade, BJ n. 8/97)
Nota: as quatro ementas acima (4.235, 4.236, 4.238 e 4.239, respectivamente), foram
extraídas do Repertório de Jurisprudência Trabalhista, de TEIXEIRA FILHO, João de
Lima. v. 7, p. 1.176/1.177.
Vale-transporte — Empregada doméstica
"Empregada doméstica. Vale-transporte. Reconhecido pela empregadora que as des-
pesas de transporte da empregada doméstica eram repassadas em dinheiro, não
PRÁTICA TRABALHISTA 345
pode vingar tese patronal que defende a necessidade de pedido escrito para a con-
cessão do vale-transporte. Não comprovado o pagamento da importância pactuada, é
devido o benefício." [Ac. TRT-103 Reg., 1a T. (RO 3.173/98), Rei8 Juíza Márcia M. C.
Ribeiro, DJDF 6.11.98, p. 14, JTB 16-749/18, de 1S.3.99. In: BOMFIM, B. Calheiros e
outros. Dicionário de decisões trabalhistas. 30. ed. ementa n. 2.251]
Obrigação do empregador mediante requerimento do empregado
"Vale-transporte: a Lei n. 7.619/87 que obriga o empregador a fornecer o vale-trans-
porte exige da mesma forma que o obreiro requeira a concessão do referido benefí-
cio, caso contrário é indevida a sua concessão. Revista parcialmente conhecida e
provida." (TST, RR 235.897/1995-4 da 4a Reg., Ac. 2a T., Rei. Juiz Ângelo Mário de C.
e Silva, DJU 26.6.98, p. 264 — in FERRARI, Irany e MARTINS, Melchíades Rodri-
gues. Julgados trabalhistas sele-cionados. São Paulo: LTr, 1999, v. VI, ementa n.
1.090)
Vale-transporte — Requisitos legais
"Para que seja reconhecido em Juízo o direito ao recebimento de indenização decor-
rente do não-fornecimento de vale-transporte, é necessário que o trabalhador com-
prove ter preenchido os requisitos legais exigidos para o exercício do direito durante
a contratualidade, dentre os quais se insere o fornecimento a seu empregador, por
escrito, de informação relativa a seu endereço residencial e aos serviços e meios de
transporte mais adequados ao seu deslocamento residência-trabalho e vice-versa
(incs. l e II do art. 7- do Decreto n. 95.247, de 17 de novembro de 1987). Essa
exigência não pode ser ignorada, sob pena de julgamento contra a Lei e porque sua
existência se justifica para propiciar seja punida como falta grave a informação falsa
nesses termos fornecida (§ 39 do mesmo dispositivo legal)." [TRT-12a Reg., RO-V-
07524/01 — (Ac. 3a T. 03653/02, 12.3.02), Rela Juíza Marta Maria Villalba Fabre,
DJSC 18.4.02, p. 177, LTr Sup. de Jurisp. 4/2002, p. 32]
Vale-transporte — Elaboração do documento requisitório
"Vale-transporte. Apesar de o Decreto n. 95.247/87, que regulamenta a Lei n. 7.418/
85, em seu art. 7a, impor ao requerente demonstrar a necessidade e interesse em
receber o vale-transporte (OJ n. 215/SDI/TST), cabe à empresa elaborar o documento
requisitório, colhendo os dados indispensáveis para o seu atendimento e apresentá-
lo ao empregado para que faça sua opção. É, pois, dever de todo o empregador
solicitar ao empregado as informações necessárias (endereço residencial, meios de
transporte adequados ao seu deslocamento residência/trabalho) ao referido docu-
mento, sob pena de sofrer a condenação ao pagamento substitutivo." (TRT-38 Reg. —
RO 00532.2003.044.00.6 — 4a T. — Rei. Juiz Lucas Vanucci Uns — DJMG 4.10.2003.
Revista Síntese Trabalhista n. 176, ementa n. 20.240, p. 77)
Pagamento em espécie — Natureza salarial
"Vale-transporte— Pagamento em espécie — Natureza salarial. À exceção do ressar-
cimento ao empregado das despesas com transporte na hipótese de insuficiência de
estoque do vale-transporte (Decreto n. 95.247/87, art. 5a, parágrafo único), o paga-
mento do benefício em espécie e de forma habitual importa considerá-lo como verba
de natureza salarial, pois não foram observados os requisitos formais de implementa-
ção do benefício (Decreto n. 95.247/87, art. 6S)." [TRT-28 Reg., RO 01385199902502001
— (Ac. 8a T. 20040228929) — Rei. Juiz Rovirso Aparecido Boldo. DJSP 25.5.04, p. 11,
LTr Sup. Jurisp. 28/2004, p. 244]
Vale-transporte — Intervalo para descanso e alimentação
"Vale-transporte — Lei n. 7.418/85 — Intervalo para descanso e alimentação. O des-
locamento da residência-trabalho-residência, previsto na Lei n. 7.418/85 e no Decreto
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