RASARP2018 Volume1 PDF
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2018 VOL. 1
CARATERIZAÇÃO DO SETOR
DE ÁGUAS E RESÍDUOS
Título:
Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (2018)
Volume 1 – Caraterização do setor de águas e resíduos
Elaboração:
Pelo Departamento de Gestão Direta: Eng.º Miguel Nunes e Eng.ª Paula Freixial.
Pelo Departamento de Gestão de Tecnologias e Informação: Dr. Paulo Faroleiro e Dr. Filipe Ruivo.
Pelo Departamento da Qualidade: Eng.ª Joana Cardoso, Eng.º João Rosa e Eng.ª Rute Rodrigues.
Pelo Departamento de Sistemas de Águas: Dr.ª Alexandra Cunha e Eng.ª Margarida Monte.
Pelo Departamento de Sistemas de Resíduos: Eng.ª Filomena Lobo e Eng.ª Cláudia Videira.
Pelo Departamento Jurídico: Dr.ª Cristina Aleixo, Dr.ª Isabel Andrade, Dr.ª Carla Varela, Sr.ª Maria João Abreu e Dr.ª Sofia Sá.
Coordenação:
Pelo Conselho de Administração: Dr. Orlando Borges, Dr.ª Ana Barreto Albuquerque e Dr. Paulo Lopes Marcelo.
Pelo Departamento da Qualidade: Eng.ª Susana Rodrigues, Eng.ª Cecília Alexandre, Eng.º João Rosa e Dr. Luís Simas.
Edição:
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
Data:
Dezembro de 2018
ISBN:
978-989-8360-36-6
Depósito legal:
269 164/07
PREFÁCIO
Os serviços de abastecimento de água às populações, de saneamento das águas residuais urbanas e de gestão dos resíduos
urbanos têm uma importância fundamental na sociedade portuguesa. Só é possível falar de um verdadeiro desenvolvimento do
País, do ponto de vista da saúde pública, qualidade e segurança para a vida das famílias portuguesas e da sustentabilidade
ambiental, depois do trabalho desenvolvido no sentido de uma crescente disponibilidade destes serviços em todo o território
nacional, acompanhada da melhoria da qualidade a preços acessíveis para as populações.
Este setor carateriza-se pela existência de um grande número de intervenientes com diferentes tipos de ações. Ao nível da
administração são de referir a entidade reguladora e as entidades da Administração Central. Na gestão dos sistemas incluem-se
os municípios, as associações de municípios, as empresas municipais e intermunicipais, as empresas públicas (nomeadamente as
concessionárias), as empresas privadas concessionárias e as empresas privadas prestadoras de serviços de gestão. Existe ainda
um conjunto de entidades que trabalham no setor, ainda que sem intervenção direta na gestão dos sistemas, como as empresas
de construção, os fabricantes e fornecedores de materiais, equipamentos e produtos, as empresas de consultoria e projeto, as
empresas de fiscalização, as empresas gestoras da qualidade, os centros de investigação e desenvolvimento, os centros de
formação, os laboratórios analíticos e de ensaios, as entidades financiadoras, entre outros. O público em geral, os consumidores
e utilizadores dos serviços, as associações económicas e empresariais, as associações profissionais, as associações de defesa do
ambiente e a comunicação social constituem, cada vez mais, uma sociedade civil mais participativa e exigente neste setor.
Todos estes intervenientes necessitam, em maior ou menor escala, de dispor de informação fiável sobre o setor e a sua evolução,
tanto para apoiar a definição de políticas e de estratégias empresariais, como para o escrutínio e avaliação do serviço que é
efetivamente prestado à sociedade. Por essa razão, a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), enquanto
regulador do setor, considera relevante publicar anualmente o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal
(RASARP).
Para sistematizar a informação, este relatório está estruturado em duas partes, a saber:
Volume 1 – Caraterização do setor de águas e resíduos;
Volume 2 – Controlo da qualidade da água para consumo humano.
Esta estrutura resumida visa manter o objetivo de promover a divulgação de informação relevante, apresentando aspetos mais
globais do setor e apoiando-se em recursos on-line para a divulgação de informação mais específica de cada entidade gestora.
Assim, o presente Volume 1 sintetiza a informação mais relevante referente à caraterização do setor no ano de 2017, referenciada
a 31 de dezembro, abordando a sua caraterização e evolução, os principais intervenientes, os principais números em termos de
recursos do setor, a análise económica e financeira, os principais resultados da avaliação da qualidade do serviço prestado aos
utilizadores e a análise da relação das entidades gestoras com os utilizadores dos serviços. Apresenta ainda, como anexo, uma
avaliação comparada das entidades gestoras, vulgo benchmarking, que constitui uma poderosa ferramenta de regulação do setor.
É nossa expetativa que este Relatório, na sua globalidade, e este Volume 1, em particular, continuem a constituir um elemento
relevante de apoio aos decisores e uma fonte de informação para todos os intervenientes, contribuindo para o desenvolvimento
e melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utilizadores. Os interessados poderão encontrar informação complementar
mais atualizada no sítio da ERSAR www.ersar.pt.
Orlando Borges
(Presidente do Conselho de Administração da ERSAR)
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17
Desenvolvimento empresarial..................................................................................................81
Tarifas .......................................................................................................................................131
7. RELAÇÃO DAS ENTIDADES GESTORAS COM OS UTILIZADORES DOS SERVIÇOS .................... 233
7.1. NÍVEIS MÉDIOS DE ENCARGOS TARIFÁRIOS E COBERTURA DOS GASTOS, POR SERVIÇO
E REGIÃO ...................................................................................................................................................233
7.2. NÍVEIS MÉDIOS DE ACESSIBILIDADE ECONÓMICA DOS SERVIÇOS POR REGIÃO ...............................237
7.4. SATISFAÇÃO DOS UTILIZADORES FINAIS DOS SERVIÇOS DE ÁGUAS E RESÍDUOS .............................249
Nota introdutória .....................................................................................................................249
Entidades gestoras
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AdCLitoral: ÁGUAS DO CENTRO LITORAL, SA
AdCoimbra: AC, ÁGUAS DE COIMBRA, EM
AdCovilhã: ADC – ÁGUAS DA COVILHÃ, EM
AdDPaiva: ÁGUAS DO DOURO E PAIVA, SA2
AdFigueira: ÁGUAS DA FIGUEIRA, SA
AdGaia: ÁGUAS E PARQUE BIOLÓGICO DE GAIA, EM, SA
AdGondomar: ADG – ÁGUAS DE GONDOMAR, SA
AdLena: ÁGUAS DO LENA – SOCIEDADE CONCESSIONÁRIA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO CONCELHO DA
BATALHA, SA
AdMafra: BE WATER, SA – ÁGUAS DE MAFRA
AdMarco: ÁGUAS DO MARCO, SA
AdMLima: ÁGUAS DO MINHO E LIMA SA1
AdMondego: ÁGUAS DO MONDEGO – SISTEMA MULTIMUNICIPAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DO BAIXO
MONDEGO-BAIRRADA, SA1
AdNAlentejo: ÁGUAS DO NORTE ALENTEJANO, SA1
AdNoroeste (SMM): ÁGUAS DO NOROESTE, SA1
AdNorte (PEM): ÁGUAS DO NORTE, SA
AdNorte (SMM): ÁGUAS DO NORTE, SA
AdOeste: ÁGUAS DO OESTE, SA1
AdOurém: BE WATER, SA – ÁGUAS DE OURÉM
AdPAlentejo: AGDA – ÁGUAS PÚBLICAS DO ALENTEJO, SA
AdParedes: AP – ÁGUAS DE PAREDES, SA
AdPFerreira: ADPF – ÁGUAS DE PAÇOS DE FERREIRA, SA
AdPlanalto: ÁGUAS DO PLANALTO – SOCIEDADE CONCESSIONÁRIA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE
ÁGUA, SA
AdPorto: CMPEA – EMPRESA DE ÁGUAS DO MUNICÍPIO DO PORTO, EM
AdRAveiro: ADRA – ÁGUAS DA REGIÃO DE AVEIRO, SA
AdRibatejo: AR – ÁGUAS DO RIBATEJO, EM, SA
AdSado: ÁGUAS DO SADO – CONCESSIONÁRIA DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE SANEAMENTO DE
SETÚBAL, SA
AdSAlgarvio: ÁGUAS DO SOTAVENTO ALGARVIO, SA1
AdSAndré: ÁGUAS DE SANTO ANDRÉ, SA
AdSantarém: AS – EMPRESA DAS ÁGUAS DE SANTARÉM – EM, SA
AdSerra: ADS – ÁGUAS DA SERRA, SA
AdSJoão: ÁGUAS DE S JOÃO, EM, SA
AdTAtlântico: ÁGUAS DO TEJO ATLÂNTICO, SA
AdTeja: ÁGUAS DA TEJA – SOCIEDADE CONCESSIONÁRIA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA, SA
AdTMAD: ÁGUAS DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO, SA1
AdValongo: AV – ÁGUAS DE VALONGO, SA
2Entidade gestora que deixou de existir aquando da fusão dos sistemas que originaram o "Sistema multimunicipal de abastecimento de água e
de saneamento do Norte de Portugal". Por força do Decreto-Lei n.º 16/2017, de 1 de fevereiro, uma nova Águas do Douro e Paiva foi criada
para gestão do "Sistema multimunicipal de abastecimento de água do sul do Grande Porto".
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Infratróia: INFRATRÓIA, INFRAESTRUTURAS DE TRÓIA, EM
Inova: INOVA – EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL DE CANTANHEDE – EEM
Lipor: LIPOR – SERVIÇO INTERMUNICIPALIZADO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DO GRANDE PORTO
Lus. Alcanena: LUSÁGUA ALCANENA – GESTÃO DE ÁGUAS, SA
Maiambiente: MAIAMBIENTE, EM
Penafiel Verde: PENAFIEL VERDE, EM
Rebat: REBAT – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO BAIXO TÂMEGA SA 1
Resat: RESAT – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS SA1
Resialentejo: RESIALENTEJO – TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS, EIM
Residouro: RESIDOURO – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS SA1
Resiestrela: RESIESTRELA – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, SA
Resinorte: RESINORTE – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, SA
Resioeste: RESIOESTE – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESIDUOS SÓLIDOS SA1
Resitejo: RESITEJO – ASSOCIAÇÃO DE GESTÃO E TRATAMENTO DOS LIXOS DO TEJO MÉDIO
Resulima: RESULIMA – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESIDUOS SÓLIDOS, SA
RNordeste: RESIDUOS DO NORDESTE, EIM, SA
Sanest: SANEST – SANEAMENTO DA COSTA DO ESTORIL, SA1
Simarsul: SIMARSUL – SISTEMA INTEGRADO MULTIMUNICIPAL DE ÁGUAS RESIDUAIS DA PENÍNSULA DE SETÚBAL, SA 1
Simdouro: SIMDOURO – SANEAMENTO DO GRANDE PORTO, SA3
Simlis: SIMLIS – SANEAMENTO INTEGRADO DOS MUNICIPIOS DO LIS, SA1
Simria: SIMRIA – SANEAMENTO INTEGRADO DOS MUNICÍPIOS DA RIA, SA1
Simtejo: SIMTEJO – SANEAMENTO INTEGRADO DOS MUNICIPIOS DO TEJO E TRANCÃO, SA1
SM Alcobaça: Serviços Municipalizados de Alcobaça
Suldouro: SULDOURO – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, SA
Taviraverde: Taviraverde – Empresa Municipal de Ambiente, EM
Tratave: TRATAVE – TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DO AVE, SA
Valnor: VALNOR – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, SA
Valorlis: VALORLIS – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, SA
Valorminho: VALORMINHO – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, SA
Valorsul: VALORSUL – VALORIZAÇÃO E TRATAMENTO DE RESIDUOS SÓLIDOS DAS REGIÕES DE LISBOA E DO OESTE, SA
Vimágua: VIMÁGUA – EMPRESA DE ÁGUA E SANEAMENTO DE GUIMARÃES E VIZELA – EIM, SA
Vrsa: VRSA, SOCIEDADE DE GESTÃO URBANA, EM, SA
3Esta entidade gestora deixou de existir em 2015 aquando da fusão dos sistemas que originaram o "Sistema multimunicipal de abastecimento
de água e de saneamento do Norte de Portugal". Por força do Decreto-Lei n.º 16/2017, de 1 de fevereiro, uma nova entidade gestora
denominada SIMDOURO foi criada para gestão do "Sistema multimunicipal de saneamento do Grande Porto".
1.2. ÂMBITO
Nos termos da Lei, compete à ERSAR assegurar a regulação e supervisão do setor dos serviços de abastecimento público de
água (AA), saneamento de águas residuais urbanas (AR) e gestão de resíduos urbanos (RU), independentemente da titularidade
estatal ou municipal dos respetivos sistemas e do modelo de gestão adotado (prestação direta do serviço, delegação do serviço
em empresa ou ainda a sua concessão). O Volume 1 procura cobrir todo o setor dos serviços públicos de águas e resíduos,
analisando-se informação relativa às entidades gestoras destes serviços, com dados referenciados a 31 de dezembro de 2017. O
seu âmbito geográfico restringe-se ao território de Portugal continental.
Neste volume é feita a caraterização e enquadramento legal do setor, os seus principais intervenientes e os recursos
infraestruturais. Nele pode também encontrar-se a informação síntese resultante da aplicação das diferentes vertentes do modelo
regulatório, nomeadamente a regulação económica, a regulação da qualidade do serviço prestado aos utilizadores e a regulação
da interface com os utilizadores, sendo a vertente da regulação da qualidade da água para consumo humano abordada de forma
autónoma no Volume 2 deste relatório.
O Volume 1 comporta, desta forma, a informação sobre a caraterização geral do setor, a caraterização económica e financeira dos
serviços, e a avaliação da qualidade do serviço prestado aos utilizadores, procurando resumir os grandes indicadores e dados
desta temática.
O RASARP é disponibilizado a todos os intervenientes de forma sucinta e em tempo útil para cumprir o seu objetivo de informar
e apoiar a tomada de decisão. A informação relativa à análise económica e financeira do setor e à avaliação da qualidade do
serviço prestado é apresentada de forma agregada. A análise individualizada dos indicadores relativos a cada entidade gestora
(EG) e a análise comparada (benchmarking) das entidades gestoras está disponível nos anexos deste volume que, juntamente com
todos os documentos do RASARP, podem ser consultados no sítio da ERSAR na internet (www.ersar.pt).
17 | INTRODUÇÃO
No sexto capítulo é feita a avaliação da qualidade do serviço prestado aos utilizadores através de um conjunto de indicadores que
integram o sistema de avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos utilizadores, desenvolvido e aplicado
pela ERSAR, de acordo com o Guia Técnico n.º 22. A um curto enquadramento genérico e à descrição dos objetivos e metodologia
adotados segue-se uma avaliação global da qualidade de cada um dos serviços prestados. É também apresentada uma análise por
indicador, sendo efetuada uma descrição do indicador e dos valores e intervalos de referência considerados (quando aplicáveis),
bem como a apresentação dos resultados globais para esse indicador, com uma referência sobre a fiabilidade e a exatidão dos
dados em que se baseou o seu cálculo.
No sétimo capítulo são abordados aspetos da relação das entidades gestoras com os consumidores dos serviços de águas e
resíduos, com enfoque nos encargos tarifários suportados e uma análise da acessibilidade económica dos agregados familiares a
estes serviços. É ainda analisada a apreciação pela ERSAR das reclamações apresentadas pelos consumidores junto das entidades
gestoras destes serviços.
No oitavo capítulo é feita a monitorização legal e contratual das entidades gestoras, incluindo informação sobre a intervenção da
ERSAR ao nível da emissão de pareceres, realização de auditorias a contratos e mecanismos de aplicações de sanções em caso de
incumprimento das obrigações legais pelas entidades gestoras.
No nono e último capítulo são apresentadas algumas considerações finais e apresentadas recomendações de caráter geral sobre
a evolução do setor.
18 | 2018 VOL. 1
2. O SETOR DE ÁGUAS E RESÍDUOS
2.1. CARATERIZAÇÃO GERAL
As atividades de abastecimento público de água às populações, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos
urbanos constituem serviços públicos de caráter estrutural, essenciais ao bem-estar geral, à saúde pública e à segurança coletiva
das populações, às atividades económicas e à proteção do ambiente. Devem por isso obedecer a um conjunto de princípios, entre
os quais se destacam a universalidade de acesso, a continuidade e a qualidade do serviço, a eficiência e a equidade de preços.
O setor de águas e resíduos contribui significativamente para o desenvolvimento económico e social do País, tanto pela capacidade
de gerar atividade económica e de criar emprego e riqueza, como pela crescente melhoria que tem conferido às condições de vida
da população, gerando externalidades económicas noutros setores. Os serviços deste setor são reconhecidos como serviços
públicos essenciais pela legislação nacional, designadamente pela Lei dos Serviços Públicos Essenciais (Lei n.º 23/96, de 26 de
julho, na redação atual).
Em 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o acesso à água potável e ao saneamento um direito humano essencial
ao pleno gozo da vida e de todos os outros direitos humanos. Este reconhecimento implica a obrigação de os Estados respeitarem,
protegerem e assegurarem este direito, mas não significa a gratuidade dos serviços. Uma nova resolução da Assembleia Geral das
Nações Unidas, de dezembro de 2015, reconheceu o saneamento básico como um direito humano separado do direito à água
potável. Nesta nova resolução, o direito humano ao saneamento reconhece o direito a todos, sem discriminação, a ter acesso
físico e acessível ao saneamento, em todas as esferas da vida, que seja seguro, higiénico, aceitável social e culturalmente, e que
proporcione privacidade e garanta dignidade. A implementação destes direitos significa que todos devem ter acesso adequado e
seguro à água potável e ao saneamento, o que pode ser feito através de sistemas públicos tradicionais (redes de abastecimento
ou de saneamento), sistemas públicos simplificados (por exemplo, fossas séticas coletivas) ou instalações individuais (por exemplo,
fossas séticas individuais). Os serviços e as instalações devem estar fisicamente acessíveis, possuir capacidade adequada e
qualidade aceitável, ser economicamente acessíveis e culturalmente adaptados. Deve ser garantido o acesso não discriminatório
por todos, a participação dos cidadãos no processo de decisão e a existência de monitorização e reporte. As especificidades deste
setor, nomeadamente o elevado número de entidades gestoras, tornam problemática a definição e a aplicação de um modelo
único capaz de responder de forma eficaz à sua natureza multidisciplinar e intersetorial. Tratam-se de serviços que funcionam
como exemplos típicos de monopólio natural na medida em que, por razões tecnológicas, uma única entidade presta esses
serviços em cada área geográfica, não havendo praticamente possibilidade de escolha de alternativas para os utilizadores.
O setor pode dividir-se em dois subsetores significativamente distintos na perspetiva tecnológica: o subsetor dos serviços de águas
e o subsetor dos serviços de gestão de resíduos urbanos. A cadeia de valor das atividades dos serviços de águas e resíduos permite
compreender a sua complementaridade enquanto peças fundamentais do, tradicionalmente designado, saneamento básico
(Figura 1). Os serviços de águas e resíduos têm sido classificados segundo as designações de alta e baixa, consoante as atividades
realizadas pelas várias entidades gestoras. Esta classificação, que passou a ser largamente utilizada a partir da publicação do
Decreto-Lei n.º 379/93, de 5 de novembro, esteve no cerne da criação dos sistemas multimunicipais, maioritariamente
responsáveis pela alta, e dos sistemas municipais, maioritariamente responsáveis pela baixa, e que correspondem,
respetivamente, às atividades grossista e retalhista dos setores de abastecimento de água, de saneamento de águas residuais
urbanas e de gestão de resíduos urbanos. Esta estruturação do setor conduziu a vantagens em termos de economias de escala e
conduziu simultaneamente à divisão da cadeia de valor da prestação dos serviços considerando as fases do processo produtivo.
O ciclo urbano da água engloba todas as fases referidas para as atividades de abastecimento de água e saneamento de águas
residuais, desde a captação da água até à rejeição final da água residual na natureza.
Do ponto de vista da estrutura do mercado, o setor das águas constitui um caso típico de indústria de rede, tanto ao nível da
atividade em alta como ao nível da atividade em baixa, configurando a gestão destas infraestruturas situações de monopólio
natural. Sendo o monopólio natural uma falha de mercado, no sentido deste não ser concorrencial, a regulação do setor,
designadamente a económica, surge como a forma de reduzir a perda de bem-estar social e consequentes ineficiências resultantes
da existência de um monopólio.
O setor das águas carateriza-se, em termos dos recursos que absorve, como capital-intensivo e com períodos prolongados de
retorno do investimento. Esta caraterização justifica-se pelo elevado investimento necessário numa fase inicial, cujo retorno se
verifica apenas no longo prazo, com a suavização das tarifas praticadas ao longo do período de vida útil das infraestruturas. De
facto, para reduzir os períodos de retorno dos investimentos realizados, seria necessário aumentar substancialmente as receitas
anuais nos primeiros anos de vida útil das infraestruturas, o que traria impactes significativos nas tarifas a praticar aos utilizadores
finais.
O serviço de gestão de resíduos urbanos reflete também essa caraterística relativamente aos elevados investimentos necessários
numa fase inicial, sendo prestado através de um complexo sistema tecnológico, que compreende as etapas de recolha, transporte,
triagem, valorização e eliminação dos resíduos provenientes das habitações. Contempla ainda outros tipos de resíduos que, pela
sua natureza ou composição, sejam semelhantes aos resíduos provenientes de habitações.
Em termos de estrutura de mercado o setor dos resíduos é distinto do setor dos serviços de águas. Os serviços de gestão de
resíduos urbanos são, por opção estratégica nacional, prestados num regime de monopólio legal, de modo a assegurar que há um
único prestador por cada área geográfica, minimizando os problemas ambientais decorrentes desta atividade, não existindo, ao
contrário do setor das águas um caso típico de monopólio natural. Por este motivo, neste setor é também importante a regulação
económica e da qualidade do serviço, como forma de aumentar o bem-estar da sociedade, em consequência desta estrutura de
mercado.
Nas figuras seguintes encontram-se condensados os principais números dos serviços de abastecimento de água, saneamento de
águas residuais e gestão de resíduos urbanos em Portugal continental. Os números apresentados referem-se ao universo das
entidades gestoras sujeitas ao sistema de avaliação da qualidade do serviço prestado aos utilizadores.
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Para cada dado é apresentado o universo de entidades gestoras que respondeu fidedignamente à informação e que foi
considerado para efeitos da análise (sempre que os dados se referem a 100 % das entidades gestoras, não é apresentada qualquer
indicação da percentagem de entidades envolvida).
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* Correspondente a 27 EG em baixa com
responsabilidade pela recolha seletiva multimaterial.
** Correspondente a 19 EG em alta com
responsabilidade pela recolha seletiva multimaterial.
Gestão direta Estado (não existe atualmente qualquer caso) Não aplicável
Gestão delegada Empresa pública (existe apenas o caso da EPAL) Não aplicável
Gestão concessionada Entidade concessionária multimunicipal Participação do Estado e municípios no capital social da
entidade gestora concessionária, podendo ocorrer
participação minoritária de capitais privados no caso dos
serviços de abastecimento de água e saneamento de
águas residuais ou maioritária no caso do serviços de
gestão dos serviços urbanos.
Gestão delegada Empresa constituída em parceria com o Estado Participação do Estado e municípios no capital social da
(integrada no setor empresarial local ou do Estado) entidade gestora da parceria
Empresa do setor empresarial local sem Eventual participação de vários municípios no capital
participação do Estado (constituída nos termos da social da entidade gestora, no caso de serviço
lei comercial) intermunicipal, podendo ocorrer participação minoritária
de capitais privados
Gestão concessionada Entidade concessionária municipal Parceria Público-Privada (municípios e outras entidades
privadas)
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criou, através de decreto-lei, a Empresa Pública das Águas de Lisboa (EPAL), posteriormente redenominada EPAL – Empresa
Pública das Águas Livres (1981) – e transformada em sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos (1991). Sem contrato
de concessão, a EPAL consubstancia um modelo de delegação, ou seja, o Estado criou uma empresa que detém e controla em
exclusivo, transferindo para a mesma o exercício de um conjunto de atividades (captação, tratamento, adução e distribuição de
água para consumo humano na cidade de Lisboa e adução a concelhos limítrofes) por tempo indeterminado. No âmbito da criação
do sistema multimunicipal de Lisboa e Vale do Tejo, o Decreto-Lei n.º 94/2015, de 29 de maio, delegou na EPAL a gestão deste
sistema multimunicipal e definiu um regime de uniformidade tarifária com o serviço de abastecimento de água em alta que já
pertencia à EPAL. O mesmo diploma definiu ainda as tarifas a praticar pela EPAL num período de 5 anos, determinando que esta
empresa passa a ficar sujeita à regulação da ERSAR em matéria de regulação económica (o que significa que após a aprovação do
regulamento tarifário ou o termo daquele período de 5 anos, as tarifas passarão a ser fixadas pela ERSAR).
A delegação da gestão dos serviços de titularidade municipal em empresas do setor empresarial local foi pela primeira vez
consagrada em 1998 na Lei do Setor Empresarial Local, que veio permitir a criação de tais empresas. O atual regime jurídico da
atividade empresarial local e das participações locais 4 continua a prever que estas empresas (empresas locais com natureza
municipal, intermunicipal ou metropolitana) possam ser encarregues da gestão de serviços de interesse geral, conceito no qual se
inclui o abastecimento público de água, o saneamento de águas residuais urbanas e a gestão de resíduos urbanos.
Este modelo de gestão pressupõe a celebração de um contrato de gestão que defina os objetivos a prosseguir pela empresa e a
política de preços a seguir. Os municípios podem ainda constituir parcerias público-privadas institucionais, selecionando, através
de procedimentos de contratação pública, parceiros privados para o capital das empresas sob forma comercial (mantendo,
naturalmente, a influência dominante pública).
Desde a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, em acréscimo às exigências do regime do setor
empresarial local, os contratos de gestão delegada a celebrar entre os municípios e as empresas devem definir objetivos,
iniciativas, investimentos e tarifário a seguir por estas, sendo os mesmos sujeitos a revisões de cinco em cinco anos. Sempre que
os municípios pretendam estabelecer uma parceria com privados, deve ser definido um período de permanência mínima do
parceiro privado, assim como opções de compra e de venda das respetivas ações, com vista a permitir a sua saída por iniciativa
própria ou do município. Admite-se expressamente a concessão parcial do serviço delegado. O Decreto-Lei n.º 90/2009, de 9 de
abril, institucionalizou a possibilidade de os municípios estabelecerem parcerias com o Estado para a gestão de serviços de
titularidade municipal. A parceria materializa-se na celebração de um contrato de parceria entre o Estado e os municípios, seguido
de um contrato de gestão entre aqueles e a entidade gestora do sistema, a qual pode ser uma empresa do setor empresarial local
ou estatal. A regulamentação deste modelo de gestão é minimalista, remetendo para o nível contratual a definição das regras de
relacionamento entre os parceiros e entre estes e a entidade gestora.
A Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro 5, que revogou a Lei n.º 159/99, de 14 de setembro, continua a permitir que os municípios,
por via da delegação de competências, transfiram para as freguesias tarefas inseridas no âmbito das suas atribuições 6. Esta
possibilidade explica a manutenção de um número relativamente significativo de pequenos subsistemas de abastecimento de
água geridos por juntas de freguesia (ainda que a delegação nem sempre tenha sido devidamente formalizada).
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A partir do balanço do PEAASAR II e do diagnóstico da situação à data da elaboração do PENSAAR 2020, foram definidos cinco
objetivos estratégicos para o setor – também designados por Eixos – e 19 objetivos operacionais (OP), conforme representado na
Figura 5.
Para cada um dos objetivos operacionais, o PENSAAR 2020 propõe um conjunto importante de indicadores que permitirão avaliar
o progresso do Plano. Para o efeito, para cada indicador foram definidos valores de base e as respetivas metas que se pretende
atingir em 2020. Alguns destes indicadores são apenas utilizados para aferir a evolução do indicador sem estabelecer uma meta.
A maioria dos objetivos operacionais contempla vários indicadores, de forma a avaliar o progresso de uma forma exaustiva.
A avaliação da qualidade do serviço efetuada pela ERSAR desempenha um papel importante na monitorização do PENSAAR 2020,
na medida em que alguns dos seus indicadores e dados, medidos e auditados anualmente, são utilizados no cálculo dos
indicadores do plano estratégico.
Por outro lado, o acompanhamento e o reporte relativo à implementação do PENSAAR 2020 constituem uma atribuição da ERSAR,
tal como previsto na alínea b) do n.º 2 do artigo 5.º dos Estatutos da ERSAR, aprovados pela Lei n.º 10/2014, de 6 de março. Com
vista a promover o acompanhamento e monitorização da implementação do PENSAAR 2020, foi criado, por despacho do
Secretário de Estado do Ambiente (Despacho n.º 6747/2015, de 8 de junho), o Grupo de Apoio à Gestão (GAG) do PENSAAR 2020,
tendo sido definido que a ERSAR acompanhará em permanência os trabalhos desenvolvidos por este Grupo.
A monitorização é um instrumento de apoio à gestão do PENSAAR 2020 que permite validar os objetivos estratégicos e
operacionais, bem como os seus indicadores, ou corrigi-los em função da realidade. Os resultados da monitorização poderão dar
origem a ajustes do Plano de Ação e das suas medidas, de modo a potenciar o cumprimento dos objetivos propostos.
Tal como referido anteriormente, para efeitos de monitorização do PENSAAR 2020 são utilizados os indicadores do sistema de
avaliação da qualidade do serviço implementado pela ERSAR, os quais medem o número de alojamentos, e indiretamente a
população, servidos por entidades gestoras com desempenho bom ou mediano em relação a esses indicadores. Deste modo,
consegue-se medir, de uma forma direta, o impacto da implementação da estratégia na população beneficiada.
Objetivo Operacional 3.1 | Otimização da utilização da capacidade instalada e aumento da adesão ao serviço
M 3.1.1 Promoção da ligação, da adesão e da utilização A ERSAR foi definida como entidade dinamizadora de
dos sistemas públicos de abastecimento de água pelos ação com particular acompanhamento em parceria
utilizadores com as EG
M 3.1.2 Promoção da ligação, da adesão e da utilização A ERSAR foi definida como entidade dinamizadora de
dos sistemas públicos de drenagem e tratamento de ação com particular acompanhamento em parceria
águas residuais pelos utilizadores com as EG
M 3.5.1 Intervenções com vista ao aumento da A ERSAR foi definida como entidade dinamizadora de
utilização de água residual tratada, com viabilidade do ação com particular acompanhamento em parceria
ponto de vista técnico-económico e ambiental com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Águas
de Portugal
M 3.6.3 Criação de um selo de eficiência quanto ao uso A ERSAR foi definida como entidade dinamizadora de
eficiente da água, a atribuir a EG ação com particular acompanhamento
M 4.1.1 Promoção de tarifários que assegurem uma A ERSAR foi definida como entidade dinamizadora de
cobertura sustentável de gastos da EG ação com particular acompanhamento
M 4.1.2 Correção de assimetrias regionais e locais das A ERSAR foi definida como entidade dinamizadora de
tarifas de modo a assegurar a acessibilidade económica ação com particular acompanhamento
M 4.1.3 Garantia do direito humano de acesso aos A ERSAR foi definida como entidade dinamizadora de
serviços de águas ação com particular acompanhamento
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Para minimizar estes impactos, a lei impõe a obrigação de ligação. O Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, veio exigir que
todos os imóveis com rede disponível a uma distância igual ou inferior a 20 metros ao limite da propriedade estejam ligados aos
sistemas públicos7.
Como forma de reforçar esta imposição legal, a ERSAR calcula desde 2011 um indicador de Adesão ao Serviço em baixa – AA07b,
que visa determinar a percentagem do número total de alojamentos localizados na área de intervenção da entidade gestora para
os quais as infraestruturas do serviço de distribuição de água estão disponíveis e têm serviço efetivo (com existência de ramal e
de contrato, mesmo que temporariamente suspenso durante uma parte do ano em análise).
Com este indicador, a ERSAR pretende avaliar o nível efetivo de ligação dos utilizadores à infraestrutura física da entidade gestora,
quantificando situações decorrentes de alojamentos não habitados e de utilização de origens alternativas de água.
Adicionalmente, e como forma de incentivar a ligação e utilização voluntária das redes públicas, a ERSAR tem vindo a recomendar8
a não cobrança autónoma dos custos com a execução dos ramais domiciliários (até 20 metros) e com a ligação, assim como com
a contratação (passando os mesmos a ser recuperados pelas tarifas cobradas mensalmente pela normal prestação do serviço), na
medida em que, para além de constituírem atividades inerentes à normal prestação do serviço, os valores das respetivas tarifas
podem constituir um obstáculo à acessibilidade económica dos serviços.
A eventual implementação de outras soluções carece ainda de análise e discussão mais aprofundada, podendo vir a ser vertidas
na revisão do Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, e no Regulamento Tarifário dos serviços de abastecimento de água e de
saneamento de águas residuais, que se encontra em elaboração pela ERSAR.
M 3.1.2. Promoção da ligação, da adesão e da utilização dos sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas
residuais pelos utilizadores
No âmbito da avaliação da qualidade do serviço prestado aos utilizadores, é abordada a questão da gestão das soluções individuais
de saneamento (fossas séticas individuais) por intermédio do dado de perfil dAR16 – Alojamentos servidos por soluções individuais
de saneamento de águas residuais controladas, definido como o “Número de alojamentos localizados na área de intervenção da
entidade gestora com soluções individuais de saneamento de águas residuais (ex. fossas séticas) para os quais o serviço de
remoção de lamas e ou de efluentes é prestado pela entidade gestora através de meios móveis próprios e ou de terceiros”.
Na 3.ª geração do sistema de avaliação foram ainda criados os dados adicionais dAR14b – Alojamentos servidos por soluções
individuais de saneamento de águas residuais controladas em locais sem rede fixa disponível e dAR15b – Alojamentos servidos
por soluções individuais de saneamento de águas residuais controladas em locais com rede fixa disponível.
Pela análise dos dados recolhidos nos últimos anos de avaliação, e que se apresentam, para 2017, no capítulo 6, verifica-se que
continua a ser insatisfatório o conhecimento e controlo que as entidades gestoras têm relativamente às fossas séticas individuais
existentes na sua área de intervenção.
De acordo com o Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, o serviço de limpeza de fossas séticas constitui uma obrigação de
serviço público, pelo que o n.º 3 do artigo 59.º do mencionado Decreto-Lei impõe que as entidades gestoras do serviço de
saneamento assegurem a limpeza de fossas séticas individuais de imóveis com limite de propriedade localizado a mais de 20
metros da rede pública de saneamento (através de meios próprios ou de terceiros).
Por serem serviços alternativos (na ótica do utilizador), a ERSAR tem vindo a recomendar que a estrutura tarifária a adotar para a
limpeza de fossas séticas individuais esteja integrada no tarifário geral. Nesse sentido, perspetiva-se que este modelo tarifário
possa incentivar o abandono das fossas séticas pelos proprietários de alojamentos com serviço disponível de recolha e tratamento
de águas residuais através de rede.
Por outro lado, o projeto de Regulamento tarifário dos serviços de águas (RTA) que está a ser desenvolvido pela ERSAR estabelece
que pela recolha, transporte e destino final de lamas de fossas sépticas são devidas tarifas fixas de disponibilidade e tarifas
variáveis volumétricas, à semelhança dos demais utilizadores do sistema, como contrapartida da realização de um número de
serviços considerado adequado pelas entidades gestoras, definido nos contratos de recolha, em função dos custos associados a
cada um dos serviços.
O serviço de limpeza de fossas séticas individuais deve ser faturado pela entidade gestora do sistema municipal ao utilizador final,
independentemente do serviço ser efetuado por meios próprios ou por terceiros (subcontratados pela entidade gestora).
7Salienta-se que o Regulamento n.º 594/2018, de 4 de setembro, que publica o Regulamento de Relações Comerciais dos Serviços de Águas e
Resíduos, estabelece no artigo 41.º a obrigatoriedade de ligação aos sistemas públicos de abastecimento de água e aos sistemas públicos de
drenagem de águas residuais urbanas.
8 A este propósito, importa referir que o artigo 43.º do Regulamento de Relações Comerciais dos Serviços de Águas e Resíduos define as
situações em que pode ser faturada a tarifa de execução de ramal de ligação.
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Quadro 3. Requisitos para atribuição do selo de qualidade quanto ao uso eficiente da água
Relativamente ao ano 2017, apenas uma entidade gestora cumpriu de forma cumulativa estes requisitos, tendo recebido o selo
de qualidade nesta vertente. Com a divulgação da iniciativa, que permite às entidades gestoras a adaptação de procedimentos e
a adoção de ações em linha com os requisitos acima mencionados, antecipa-se que em anos futuros possam existir mais entidades
a receber este selo.
M 4.1.1 Promoção de tarifários que assegurem uma cobertura sustentável de gastos da entidade gestora
A ERSAR emitiu ao longo dos últimos anos diversas recomendações sobre a definição de tarifas, visando assegurar um nível de
recuperação de custos sustentável, designadamente a Recomendação IRAR n.º 1/2009, de 28 de agosto (recomendação tarifária),
Recomendação ERSAR n.º 1/2010, de 21 de junho (conteúdos das faturas) e Recomendação ERSAR n.º 2/2010, de 21 de fevereiro
(critérios de cálculo).
Relativamente a esta matéria cumpre assinalar a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 147/2017, de 5 de dezembro, que visa
estabelecer o regime de atribuição de tarifa social para a prestação dos serviços de águas (tarifa social), a atribuir pelo município
territorialmente competente e a aplicar a clientes finais do fornecimento dos serviços de águas. Para facilitar a implementação do
novo regime da tarifa social, de forma harmonizada pelas entidades gestoras, a ERSAR entendeu formular a Recomendação n.º
2/2018 com o objetivo de complementar as disposições legais que o integram.
Os Estatutos da ERSAR definem que o Regulamento Tarifário, que está a ser desenvolvido pela ERSAR, deve obedecer a princípios
de recuperação económica e financeira dos custos dos serviços em cenário de eficiência, preservação dos recursos naturais e
promoção de comportamentos eficientes pelos consumidores, e promoção da acessibilidade económica dos utilizadores finais
domésticos, nomeadamente através de tarifários sociais. O Regulamento Tarifário terá carácter vinculativo e seguirá, em linhas
gerais, os princípios previstos nas referidas recomendações e nos Estatutos da ERSAR, assumindo um papel importante para o
setor na promoção da sustentabilidade económica e financeira dos serviços de águas.
Para a monitorização desta medida, a ERSAR tem em conta os dados dos indicadores Acessibilidade económica do serviço (AA02
e AR02) e Cobertura dos gastos (AA06 e AR05), reportados pelas entidades gestoras no âmbito da avaliação da qualidade do
serviço, que se irá detalhar no capítulo 6.
9 Esta recomendação foi revista e atualizada, tendo sido substituída pela Recomendação n.º 2/2018.
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Quadro 4. Monitorização dos objetivos operacionais do PENSAAR 2020 relativo às medidas e ações sob responsabilidade da
ERSAR – indicação dos valores de 2017
Objetivo
Indicador Valor 2017 Meta 2020
Operacional
1. Água residual reutilizada/ água residual tratada em - alta + baixa : 1,4 Tendência crescente
estações de tratamento (%) (Valor 2016: alta + (Indicador de
((dAR55+dAR56)/(dAR53)) baixa : 1,1) evolução)
Objetivo
Indicador Valor 2017 Meta 2020
Operacional
Numa avaliação global dos valores registados em 2017 face às metas definidas no PENSAAR 2020, considera-se que, de um modo
geral, a evolução dos indicadores é positiva, em linha com o percurso que o setor tem vindo a desenvolver nas últimas duas
décadas. Contudo, o setor da água ainda se depara com algumas situações preocupantes, nomeadamente a nível da adesão aos
serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais, do licenciamento das captações de água e da cobertura
de gastos, cujos valores estão ainda muito aquém das metas traçadas para o ano 2020.
Para além de outras competências mencionadas no Despacho n.º 6747/2015, de 8 de junho, o GAG apresenta relatórios
intercalares semestrais na sequência das reuniões ordinárias ou sempre que ocorra uma reunião extraordinária, os quais devem
incluir ações com vista à promoção das medidas do plano e identificar eventuais bloqueios à sua implementação de acordo com
o calendário previsto. Compete ainda ao GAG apresentar publicamente, e com periodicidade anual, um relatório de avaliação do
PENSAAR 2020, através do qual é efetuada a análise da sua implementação. Este relatório deve ser preparado tomando em
consideração a informação anual disponibilizada pela APA e pela ERSAR no âmbito das suas esferas de competências, relativas ao
setor, em Portugal continental. O segundo relatório de avaliação anual elaborado pelo GAG foi publicado no final de 2017,
encontrando-se atualmente a ser preparado o terceiro relatório de avaliação.
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Aumento da preparação para reutilização, da reciclagem e da qualidade dos recicláveis;
Redução da deposição de resíduos urbanos em aterro;
Valorização económica e escoamento dos recicláveis e outros materiais do tratamento dos resíduos urbanos;
Reforço dos instrumentos económico-financeiros;
Incremento da eficácia e capacidade institucional e operacional do setor;
Reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico, da inovação e da internacionalização do setor;
Aumento do contributo do setor para outras estratégias e planos nacionais.
Foi definido, para cada um dos objetivos atrás enumerados, um conjunto de medidas a desenvolver. Foram ainda definidas as
entidades responsáveis com competências para liderar/promover as referidas medidas, em articulação com as entidades a
envolver igualmente identificadas. A ERSAR foi, assim, identificada no plano como responsável por um conjunto vasto de medidas,
que contribuem em simultâneo para diversos objetivos, e que se prendem essencialmente com:
Reforçar a aplicação do princípio do poluidor-pagador pela diferenciação de sistemas de tarifação (fixo e variável)
consoante produção e destinos (e.g. através do apoio a sistemas Pay As You Throw (PAYT) ou pagamento em função dos
resíduos produzidos) e promoção de projetos de aplicação de tarifação através de medição do peso/volume dos resíduos
urbanos recolhidos, mediante sistemas PAYT;
Estudar novos métodos de tarifação do serviço de gestão de resíduos urbanos (alternativos à indexação ao consumo de
água);
Acompanhar e reforçar, se necessário, o incentivo dado à aplicação do princípio da hierarquia dos resíduos constante no
Regulamento Tarifário dos Resíduos;
Promover a prática de apuramento de custos e proveitos dos serviços por todas as entidades gestoras de resíduos
urbanos, independentemente do modelo de gestão adotado e avaliar e promover a adequação dos custos com o serviço
prestado num cenário de eficiência estrutural e operacional;
Promover a aplicação de tarifários que assegurem a cobertura integral dos custos considerando os critérios de
acessibilidade económica ao serviço e a adoção de tarifários especiais, de acordo com o nível de rendimento e dimensão
do agregado familiar;
Promover a existência de objetivos claros de qualidade de serviço;
Criar mecanismos de incentivo à melhoria da eficiência na prestação do serviço;
Assegurar a existência de instrumentos adequados de proteção dos consumidores;
Prever a inclusão de objetivos, metas e indicadores do nível de atividade nos contratos de gestão de resíduos, que vincule
a atividade num cenário de eficiência e de cumprimento do PERSU 2020;
Incentivar a certificação dos sistemas de gestão de resíduos urbanos e serviços de gestão de resíduos urbanos segundo
normas internacionais de gestão da qualidade (ISO 9001) e gestão ambiental (ISO 14001 ou EMAS);
Promover a avaliação de sinergias da integração da recolha seletiva com a indiferenciada e a partilha de infraestruturas
e serviços;
Agilizar a uniformização contratual, assegurando a existência de contratos de delegação e concessão do serviço de gestão
de resíduos, apoiando os sistemas nesse processo e disponibilizando modelos de contratos-tipo de delegação e
concessão;
Contribuir para a aplicação dos mecanismos previstos na lei para a resolução de dívidas dos utilizadores para com os
sistemas inter e multimunicipais.
A Figura 6 diz respeito às medidas que a ERSAR tem a responsabilidade de coordenar e as que, não tendo a coordenação, é
envolvida na sua execução, encontrando-se representadas, a verde e a cinzento respetivamente.
A Portaria n.º 187-A/2014, de 17 de setembro, que aprova o PERSU 2020, prevê mecanismos de avaliação intercalar, bem como
de monitorização e acompanhamento da execução anual deste Plano.
A monitorização anual do PERSU 2020 é efetuada pela ERSAR, enquanto entidade responsável pela regulação económica e da
qualidade do serviço de gestão de resíduos urbanos, na sua esfera de competências. Para esse efeito, a ERSAR realizou o relatório
anual de acompanhamento do PERSU 2020 elaborado pela Entidade Reguladora referente ao ano de 2017, que constitui o
segundo ano de aplicação das metas intercalares de preparação para reutilização e reciclagem, de deposição de Resíduos urbanos
biodegradáveis (RUB) em aterro e de retoma da recolha seletiva do PERSU 2020.
Como balanço geral relativamente ao setor de gestão de resíduos em Portugal, considera-se de destacar o desenvolvimento de
um conjunto de instrumentos de regulação ambiental e económico-financeira, que se encontram em fase de aplicação. Salienta-se
igualmente o significativo investimento efetuado no setor e a melhoria da cobertura e qualidade do serviço nas últimas décadas,
com impacto muito positivo na qualidade de vida, na saúde pública e no ambiente.
Constata-se que a produção de resíduos urbanos tem vindo a aumentar, contrariando a trajetória prevista no PERSU 2020 e que
apenas três Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (i.e., AMBILITAL, RESINORTE e VALORSUL) alcançaram as correspondentes
metas intercalares de preparação para reutilização e reciclagem, deposição de RUB em aterro e retomas de recolha seletiva
definidas para 2017.
Os resultados apresentados no presente relatório antecipam assim potenciais dificuldades relativamente às metas de 2020. É
ainda de referir a expectativa quanto à entrada em funcionamento pleno de infraestruturas de tratamento, como é o caso das
unidades de TMB da ECOBEIRÃO e da RESITEJO, que certamente contribuirá para o cumprimento das metas destas entidades.
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De realçar ainda que no ano de 2017 se verificou uma dificuldade acrescida no escoamento de plásticos mistos provenientes do
tratamento mecânico simples (TM), na medida em que os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) deixaram de receber
da entidade gestora do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) o valor de informação complementar.
Esta situação traduziu-se, financeiramente, como uma dificuldade acrescida para o escoamento deste material, com reflexos no
seu contributo para o cumprimento da meta de preparação para reutilização e reciclagem.
No que respeita ao cumprimento dos objetivos e metas de recuperação de materiais para valorização, a convergência com as
metas definidas no Plano para 2020 ainda se encontra bastante distante, especialmente no que concerne à produção de composto
e de combustíveis derivados de resíduos (CDR), cujas percentagens de concretização correspondem a 31 % e 6 %, respetivamente.
No caso da produção e escoamento de CDR, dada a reduzida concretização das metas definidas para 2020, importa apurar os
principais constrangimentos associados a este resultado, assim como as mais-valias decorrentes da produção de CDR, numa
análise integrada de custo-benefício, económica e ambiental, e de avaliação de soluções alternativas à produção de CDR.
O quantitativo de materiais recicláveis recuperados em 2017 foi equivalente ao de 2016 e corresponde a 62 % da meta prevista
no Plano para 2020. O resultado obtido encontra-se ainda distante do objetivo de 2020, esperando-se que o reforço de medidas
para a recuperação de materiais da recolha seletiva e indiferenciada possa conduzir à sua concretização.
Relativamente aos indicadores cujo seguimento e monitorização foi cometido à ERSAR pela Declaração Ambiental do PERSU 2020
verifica-se que, no que respeita a queixas em relação a odores, foram identificadas pelos SGRU 39 reclamações. As referidas
reclamações constituem um número relativamente insipiente, uma vez que representam menos de 1 % do universo das
reclamações recebidas pelos SGRU. Contudo, o facto de cerca de 60 % das referidas reclamações se encontrarem focadas em dois
SGRU (i.e., SULDOURO e VALORSUL), sinaliza uma preocupação e reforça a necessidade de análise e acompanhamento.
No caso da excedência dos valores limites de emissão dos lixiviados tratados verificou-se que alguns SGRU ainda apresentam
dificuldades em cumprir os valores limites definidos nas correspondentes licenças, pese embora a maior parte das análises
requeridas, 94 %, esteja conforme com a legislação aplicável.
As emissões de CO2 por tonelada de RU para a atividade de recolha indiferenciada têm-se mantido constantes, ao longo dos
últimos anos, e apresentam um ligeiro acréscimo na atividade de recolha seletiva. Para o ano 2017, foram ainda apuradas as
emissões de CO2 provenientes das atividades de transferência e tratamento de resíduos efetuadas pelas entidades gestoras em
alta, o que permite efetuar a análise global das emissões de gases com efeito de estufa geradas com a atividade de gestão de
resíduos urbanos.
Quanto às medidas, concretizadas nos oito objetivos do Plano, coordenadas pela ERSAR, que se concentram na prevenção da
produção e perigosidade dos RU, na redução da deposição de RU em aterro, no reforço dos instrumentos económico-financeiros
e no incremento da eficácia e capacidade institucional e operacional do setor, é, em termos genéricos, de referir que a ERSAR
continuou a desenvolver diversos instrumentos de regulação estrutural e de avaliação comportamental das entidades gestoras
que permitem, de forma integrada, prosseguir o cumprimento dessas medidas e, consequentemente, contribuir para os objetivos
atrás referidos.
O processo de avaliação de qualidade de serviço prestado pelos SGRU aos utilizadores e a aplicação do Regulamento tarifário
consubstanciam-se como instrumentos muito relevantes para o cumprimento dos objetivos e metas do PERSU 2020. Trata-se de
um processo abrangente, de aplicação a todo o universo dos SGRU, a operar em alta e baixa, em Portugal continental, que se
pretende alinhado com o PERSU 2020 e catalisador de mudanças de comportamento e estruturais nas entidades.
Concretamente, foi efetuada a revisão do Regulamento tarifário, com vista à simplificação, flexibilização e clarificação de algumas
das suas disposições. Nesse sentido estabeleceu-se uma estrutura de regulação aplicável a todo o setor, independentemente da
titularidade do sistema e sem prejuízo das especificidades de cada modelo de gestão. A sua aplicação a todas as entidades
gestoras, potenciará o reforço dos instrumentos económico-financeiros e a promoção da recuperação tendencial dos custos
incorridos com a atividade de gestão de resíduos urbanos num ambiente de eficiência. Trata-se ainda de um instrumento de
incentivo à eliminação progressiva da deposição de RU em aterro e à prevenção da produção de resíduos. Acresce que,
posteriormente, o resultado da adoção destas medidas se reflete no processo de avaliação de qualidade de serviço pela ERSAR,
que integra indicadores, com bandas de referência definidas tendo em vista a sua prossecução.
Acresce que, complementarmente a estes dois instrumentos, a ERSAR desenvolveu um guia técnico de implementação de
sistemas PAYT, que pretende contribuir para o aumento da capacitação técnica e do conhecimento nesta área e como suporte à
tomada de decisão, bem como à divulgação de informação. A ERSAR está igualmente a concluir a elaboração de um estudo de
avaliação de sinergias da integração da recolha seletiva com a indiferenciada e a partilha de infraestruturas e serviços, tendo como
objetivo o incremento da eficácia e capacidade institucional e operacional do setor, nomeadamente a promoção de economias
de escala e de gama. Estes documentos, que foram submetidos à consulta do setor ainda em 2017 e até ao final de janeiro de
2018, revestem-se, complementarmente à avaliação da qualidade de serviço e à aplicação do Regulamento tarifário, de grande
importância para o cumprimento das medidas de prevenção da produção e perigosidade do RU, reforço dos instrumentos
económico-financeiros e incremento da eficácia e capacidade institucional e operacional do setor.
Ainda no que respeita ao objetivo de incremento da eficácia e capacidade institucional e operacional do setor, a ERSAR
desenvolveu e publicou um modelo de regulamento de serviço para a regulamentação da prestação do serviço a utilizadores finais,
2.4. LEGISLAÇÃO
O quadro legal dos modelos de gestão, assim como os planos estratégicos do setor encontram-se descritos nos pontos 2.2 e 2.3,
respetivamente.
Em 2017 concluiu-se o processo, iniciado em 2016, de reversão das agregações dos sistemas multimunicipais, por cisão de dois
dos três sistemas multimunicipais de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais criados em 2015.
O Decreto-Lei n.º 16/2017, de 1 de fevereiro, procedeu à criação do novo sistema multimunicipal de abastecimento de água do
sul do Grande Porto e do novo sistema multimunicipal de saneamento do Grande Porto, por cisão do sistema multimunicipal de
abastecimento de água e saneamento do Norte de Portugal. Simultaneamente, constituiu as sociedades Águas do Douro e Paiva
e SIMDOURO, atribuindo-lhes, respetivamente, a concessão sistema multimunicipal de abastecimento de água do sul do Grande
Porto e do novo sistema multimunicipal de saneamento do Grande Porto.
No decurso da elaboração dos novos diplomas e contratos de concessão, e tendo por base os correspondentes estudos de
viabilidade económico-financeira e no pressuposto que a constituição dos novos sistemas produziria efeitos a 1 de janeiro de 2017
(ainda que viesse a ocorrer em data posterior), o Ministro do Ambiente, na qualidade de representante do Estado concedente e
fazendo uso de uma faculdade consagrada no Decreto-Lei n.º 72/2016, de 4 de novembro, definiu através dos Despachos n.º
15300-B/2016, de 20 de dezembro, e n.º 1547/2016, de 30 de dezembro, as tarifas que seriam aplicáveis a partir de 1 de janeiro
de 2017 aos utilizadores municipais a integrar nos novos sistemas, assim como o valor da componente tarifária acrescida (CTA), a
suportar por alguns daqueles municípios no sentido de contribuir para a sustentabilidade dos sistemas multimunicipais do Norte
e de Lisboa e Vale do Tejo.
No mesmo sentido vem o Decreto-Lei n.º 34/2017, de 24 de março, criar o novo sistema multimunicipal de saneamento de águas
residuais da Grande Lisboa e Oeste e o sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da Península de Setúbal, ambos
os casos por cisão do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento de Lisboa e Vale do Tejo. São também
constituídas duas novas sociedades, a Águas do Tejo Atlântico e a SIMARSUL, com a atribuição à primeira sociedade a concessão
da exploração e da gestão do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da Grande Lisboa e Oeste e à segunda a
concessão da exploração e da gestão do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da península de Setúbal.
Os sistemas multimunicipais de gestão de resíduos geridos por concessionárias de capitais maioritariamente privados
(participadas pela EGF), foram sujeitos em 2016 ao primeiro ano de aplicação do novo modelo de regulação económica decorrente
do Regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos urbanos (RTR) da ERSAR (aprovado pela Deliberação n.º 928/2014,
publicada na 2.ª série do Diário da República, de 15 de abril).
O calendário de definição dos proveitos e tarifas para o primeiro período regulatório (2016-2018), que havia sido reajustado em
2015 (através do aditamento do artigo 95.º-A ao Regulamento tarifário, alteração aprovada pela Deliberação n.º 1152/2015,
publicada na 2.ª série do Diário da República, de 19 de junho de 2015), em consequência do atraso verificado na conclusão do
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processo de privatização, foi cumprido até à fase de apreciação preliminar sobre as propostas de investimento apresentadas pelas
concessionárias. A ERSAR elaborou, nos termos previstos no artigo 99.º do RTR, o documento complementar com o modelo de
contas reguladas, o qual foi aprovado por deliberação do Conselho de Administração de 7 de março de 2016. Porque foram
levantadas dúvidas pelas concessionárias sobre a validade formal do procedimento seguido, o Conselho de Administração da
ERSAR reiniciou o procedimento, de forma a conceder novo período de audiência às concessionárias, o que implicou, porém, a
necessidade de nova alteração dos prazos das fases seguintes, designadamente o reporte de contas previsionais por parte das
entidades gestoras através do Regulamento n.º 816/2016, de 18 agosto. O Documento complementar ao Regulamento tarifário
do serviço de gestão de resíduos urbanos, referido, foi sequentemente publicado através do Regulamento n.º 817/2016, publicado
na 2ª série do Diário da República de 18 de agosto, sendo aplicável a todas as entidades gestoras de sistemas de titularidade
estatal abrangidas, pelo Regulamento Tarifário. Este Documento estabelece o conteúdo das contas reguladas para facilitar o
reporte de informação num formato harmonizado, suficientemente detalhado para reduzir ou minimizar assimetrias de
informação entre o regulador e as entidades reguladas. O modelo de contas reguladas assim definido é disponibilizado pela ERSAR
num ficheiro em suporte digital para a realização do reporte pelas entidades gestoras, aumentando assim a eficiência do processo
de análise e a transparência da informação, por forma a cumprir a obrigação de remissão da informação previsional sobre as
atividades reguladas e não reguladas da entidade gestora, para com a ERSAR, estabelecida nos termos do o artigo 86.º do RTR.
Foram publicados em 2017 o 2.º e 3.º documentos complementares ao Regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos
urbanos. O Regulamento n.º 201/2017, de 19 de abril (constitui o 3.º documento complementar), é relativo à reposição no saldo
regulatório do valor das mais valias da alienação dos bens das atividades não reguladas, por forma a que as mais-valias criadas,
em caso de alienação de tais bens, revertam para a tarifa. O Regulamento n.º 202/2017, de 19 de abril, (constitui o 2.º documento
complementar) respeita à apresentação de contas reais e definição dos movimentos de reconciliação entre contas estatutárias e
contas reguladas, de forma a que o reporte de informação seja harmonizado e suficientemente detalhado para reduzir assimetrias
de informação entre o regulado e o regulador e a aumentar a eficiência do processo de análise dos proveitos permitidos e
respetivas tarifas, sendo aplicável a todas as entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal abrangidas pelo RTR.
A regulação do setor é assegurada pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, cujos atuais estatutos constam em
anexo à Lei n.º 10/2014, de 6 de março, que são detalhadamente analisados no ponto 3.1 do presente relatório.
Dadas as funções atribuídas à ERSAR de autoridade competente para a qualidade da água para consumo humano junto de todas
as entidades gestoras de abastecimento de água, salienta-se a publicação em 2017, do Decreto-Lei n.º 152/2017, de 7 de
dezembro, que altera o regime legal constante do Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de agosto (alterado pelo Decreto-Lei
n.º 92/2010, de 26 de julho), que transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º (EU) 2015/1787 da Comissão, de 6 de
outubro de 2015 e da Diretiva n.º 2013/51/EURATOM do Conselho, de 22 de outubro de 2013. Esta segunda alteração ao regime
da qualidade da água para consumo humano, visa uma revisão decorrente de dez anos de vigência e que se afigurou necessária,
em resultado do progresso científico e técnico. Salienta-se a obrigatoriedade da introdução da avaliação do risco na definição e
aprovação dos Programas de Controlo da Qualidade da Água (PCQA).
Salienta-se ainda a publicação do regime de atribuição da tarifa social para a prestação dos serviços de abastecimento de água e
de saneamento de águas residuais, constante do Decreto-Lei n.º 147/2017 de 5 de dezembro, relevante para a promoção da
acessibilidade económica dos serviços, desenvolvido no título referente à legislação sobre a defesa do consumidor.
A titularidade dos recursos hídricos encontra-se definida na Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro (alterada pela Lei n.º 78/2013,
de novembro, pela Lei n.º 34/2014, de 19 de junho e pela Lei n.º 31/2016, de 23 de agosto que a republica), que delimita o domínio
público hídrico, o domínio público marítimo, o domínio público lacustre e fluvial e respetivas titularidades, bem como o
estabelecimento de servidões administrativas sobre parcelas privadas de leitos e margens de águas públicas.
O diploma fundamental nesta matéria é a Lei da Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, alterada pela Lei
n.º 42/2016, de 28 de dezembro, a qual, procedendo à transposição para a ordem jurídica nacional da Diretiva n.º 2000/60/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, veio estabelecer as bases para a gestão sustentável das águas e definir o respetivo quadro
institucional.
A Lei da Água foi complementada por um conjunto de diplomas, de entre os quais se destaca o Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31
de maio. Partindo do princípio estabelecido na Lei da Água, de que todas atividades que tenham um impacte significativo no
estado das águas só podem ser desenvolvidas desde que ao abrigo de título de utilização, este Decreto-Lei regulamenta as
condições em que é atribuída a autorização, licença ou concessão e as utilizações privativas do domínio hídrico que carecem de
cada um daqueles títulos. Este diploma criou ainda o Sistema Nacional de Informação dos Títulos de Utilização dos Recursos
Hídricos, um inventário atualizado das utilizações existentes gerido pelo então Instituto Nacional da Água, que foi entretanto
integrado na Agência Portuguesa no Ambiente (APA), passando as entidades competentes para a emissão dos títulos de utilização
a estar obrigadas a proceder ao seu registo.
No que respeita ao tratamento de águas residuais, e igualmente em transposição de uma diretiva europeia (Diretiva
n.º 91/271/CEE do Conselho, de 21 de maio de 1991), importa ter presente o Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de junho, que definiu
as exigências ao nível da recolha, do tratamento e da descarga das águas residuais urbanas no meio aquático, dividindo as massas
O atual regime geral de resíduos, contante do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de setembro, foi extensamente alterado pelo
Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho, que o republicou. Esta alteração visou reforçar a prevenção da produção de resíduos e
fomentar a sua reutilização e reciclagem com vista a prolongar o seu uso na economia antes de os devolver em condições
adequadas ao meio natural. Esta alteração legislativa decorreu da necessidade de transpor a Diretiva n.º 2008/98/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro de 2008, que substituiu a Diretiva n.º 2006/12/CE, de modo a clarificar
conceitos-chave como a definição de resíduo, valorização e eliminação, a reforçar as medidas que devem ser tomadas em matéria
de prevenção de resíduos, a introduzir uma abordagem que tenha em conta todo o ciclo de vida dos produtos e materiais e não
apenas a fase de resíduo, e ainda a pôr a tónica na redução dos impactos ambientais da geração e gestão de resíduos, reforçando
assim o seu valor económico. Seguiram-se mais seis alterações, sendo que a última, realizada através do Decreto-Lei n.º 71/2016
de 4 de novembro, introduziu alterações referentes às prestações e contrapartidas financeiras de modo a refletirem o justo valor
despendido por todos os intervenientes no ciclo de vida dos produtos abrangidos pelo sistema integrado e revogou o Anexo III,
na sequência da publicação do Regulamento n.º 1357/2014, da Comissão, de 18 de dezembro de 2014, relativo às caraterísticas
dos resíduos que os tornam perigosos. Revogou também a Portaria n.º 209/2004, de 3 de março, respeitante à Lista Europeia de
Resíduos (LER) na sequência da publicação da Decisão da Comissão 2014/955/EU de 18 de dezembro. Este diploma alterou ainda
o Decreto-Lei n.º 366-A/97 de 20 de dezembro relativo aos princípios e normas aplicáveis à gestão de embalagens e resíduos de
embalagens, que se manteve vigente ao longo de 20 anos, tendo sido revogado pelo Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de
dezembro.
O Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC) foi aprovado através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 190-A/2017, de
11 de dezembro, que preconiza uma nova politica pública que assenta na prevenção, redução, reutilização, recuperação e
reciclagem de materiais e energia. Trata-se de uma estratégia inovadora que tem por objetivo substituir o conceito de "fim de
vida" da economia linear por novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação num processo integrado. Este Plano
apresenta três níveis de ações para serem implementadas no prazo de três anos; ações de cariz transversal nacionais, agendas
setoriais e agendas regionais que devem ser adaptadas às especificidades socioeconómicas de cada região.
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A reorganização deste novo modelo económico passa pela coordenação dos sistemas de produção e consumo em circuito fechado
sendo estabelecidos objetivos e indicadores que se encontram contemplados no Compromisso para o Crescimento Verde e que
são preconizados no âmbito do Plano Nacional de Reformas. São estabelecidas várias metas para 2020 e 2030 designadamente o
aumento dos quantitativos dos resíduos urbanos preparados para reciclagem de 50 % e 65 % e a redução da deposição dos
resíduos urbanos biodegradáveis em aterro de 35 % e 10 %, respetivamente. Com o objetivo de promover a eficiência no uso dos
recursos, são também fixadas metas para a incorporação de resíduos na economia de 68 % e 86 % para o horizonte de 2020 e
2030, respetivamente.
Em alinhamento com o PAEC foi aprovado o Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de dezembro, também designado por Unilex, que
procedeu à revogação dos diplomas relativos à gestão dos fluxos específicos de resíduos de embalagens, de óleos usados, de
pneus usados, de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos de resíduos de pilhas e acumuladores e de veículos em fim de
vida e legislação regulamentar, concentrando num diploma único o regime jurídico de seis fluxos específicos de resíduos
(embalagens e resíduos de embalagens, óleos e óleos usados, pneus e pneus usados, equipamento elétrico e eletrónico e resíduos
de equipamentos elétricos e eletrónicos, pilhas e acumuladores e resíduos de pilhas e acumuladores; veículos e veículos em fim
de vida) que assentam no princípio da responsabilidade alargada do produtor.
Esta consolidação visa sistematizar num único diploma as obrigações e os procedimentos aplicáveis em matéria de fluxos
específicos de resíduos, introduzindo um conjunto de normas comuns à gestão destes fluxos e de normas que refletem a natureza
especifica de cada um desses fluxos de resíduos. Reforça a corresponsabilização de todos os intervenientes no ciclo de vida dos
produtos, nomeadamente dos produtores, embaladores, distribuidores, comerciantes e utilizadores e em especial os operadores
diretamente envolvidos na recolha e tratamento de resíduos de fluxos específicos com a introdução de fatores que visam
potenciar o seu desempenho ambiental. Este regime jurídico assenta, como referido, no princípio da responsabilidade alargada
do produtor e promove a conceção e o fabrico de produtos que facilitem e otimizem a reutilização, o desmantelamento, a
reciclagem e outras formas de valorização.
A responsabilidade pelo financiamento da gestão dos resíduos é do produtor ou do embalador relativamente aos resíduos da sua
proveniência, podendo optar por cumprir esta obrigação através de um sistema individual de gestão de resíduos sujeito a
autorização atribuída por despacho dos membros do governo responsáveis pelas áreas de economia e do ambiente, por um
período não superior a 5 anos, prorrogado por um ano, em conformidade as condições a especificar e mediante a prestação de
caução a favor da APA. Em alternativa pode optar por um sistema integrado de gestão de fluxos específicos de resíduos, através
do qual o produtor do produto, o embalador ou fornecedor de embalagens de serviço, transfere a responsabilidade pela gestão
do resíduo para uma entidade gestora licenciada para o efeito, mediante o pagamento dos valores de prestação financeira para a
entidade gestora licenciada para o efeito.
O Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de agosto, fixa o regime jurídico da deposição de resíduos em aterro (que estabelece as
caraterísticas técnicas e os requisitos a observar na conceção, licenciamento, construção, exploração, encerramento e
pós-encerramento de aterros), que reforça a aplicação do princípio da hierarquia de gestão de resíduos, prevendo a minimização
da deposição em aterro de resíduos que tenham potencial de reciclagem e valorização, através de restrições à admissão de
resíduos a incluir na respetiva licença em prazo predeterminado. A meta de redução dos resíduos urbanos biodegradáveis em
aterro para 35 % da quantidade total, em peso, dos resíduos urbanos biodegradáveis produzidos em 1995 foi adiada para 2020.
Foram ainda introduzidas alterações ao nível do procedimento de licenciamento dos aterros e da sua articulação com os regimes
relativos à avaliação de impacte ambiental e à prevenção e controlo integrados da poluição.
Também de 2009 é o atual regime de utilização de lamas de depuração em solos agrícolas (constante do Decreto-Lei n.º 276/2009,
de 2 de outubro), cuja inovação mais significativa foi a simplificação e agilização do procedimento de licenciamento da atividade,
o qual passa a ter por base o plano de gestão de lamas que, entre outros aspetos, identifica as explorações onde se prevê realizar
as respetivas aplicações.
A publicação do regime de constituição, gestão e funcionamento do mercado organizado de resíduos foi feita através do
Decreto-Lei n.º 210/2009, de 3 de setembro, entretanto alterado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho. Seguindo o
enquadramento fixado pelo regime geral da gestão de resíduos (Decreto-Lei n.º 178/2006), o mercado organizado de resíduos é
delineado como um espaço de negociação que agrega as várias plataformas onde se processam as transações de resíduos que
sejam reconhecidas pela APA como reunindo condições de sustentabilidade e segurança. Define, ainda, mecanismos de incentivo
financeiro e administrativo à adesão ao mercado organizado de resíduos.
No âmbito da Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro, designada por Fiscalidade Verde, foi igualmente revisto o regime da taxa de
gestão de resíduos (TGR), sendo incrementado o valor desta taxa, que visa refletir a hierarquia de gestão de resíduos, assim como
introduzida uma penalização (não repercutível nos utilizadores) respeitante aos desvios relativos ao cumprimento das metas
definidas no PERSU 2020 e intercalares definidas para os anos de 2016 a 2020 através do Despacho n.º 3350/2015, de 1 de abril.
Passou ainda a prever-se a afetação de parte das receitas da TGR a favor dos municípios que tiverem cumprido integralmente as
suas obrigações financeiras para com as entidades, sujeitos passivos de TGR, o que veio a ser regulamentado através da Portaria
n.º 278/2015, de 11 de setembro. A Lei do Orçamento de Estado para 2016 (Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março) introduziu
alterações no regime da fiscalidade verde, designadamente no valor mínimo a pagar de acordo com os rendimentos provenientes
das vendas e serviços prestados obtidos pelas entidades gestoras resultantes da sua atividade.
A Lei n.º 19/2014, de 14 de abril, definiu as bases da política de ambiente, revogando a anterior Lei de Bases do Ambiente (Lei
n.º 11/87, de 7 de abril), aprovada 27 anos antes. A Nova Lei de Bases do Ambiente carateriza-se por uma significativa simplificação
e sistematização em comparação com a anterior lei, adaptando-se à legislação publicada nas últimas décadas e atualizando
conceitos, princípios e instrumentos da política de ambiente. Nos termos da nova lei, a política de ambiente, cuja realização
compete ao Estado, visa a efetivação dos direitos ambientais através da promoção do desenvolvimento sustentável, suportada na
gestão adequada do ambiente, contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade de baixo carbono e uma “economia
verde”, racional e eficiente na utilização dos recursos naturais, que assegure o bem-estar e a melhoria progressiva da qualidade
de vida dos cidadãos.
Ao nível dos instrumentos transversais de gestão ambiental, importa efetuar uma breve referência aos regimes legais da avaliação
de impacto ambiental, do licenciamento ambiental, das contraordenações ambientais e da responsabilidade ambiental. Todos
estes instrumentos estavam já preconizados na Lei de Bases do Ambiente (Lei n.º 11/87, de 7 de abril), o primeiro diploma
estratégico no setor do ambiente em Portugal, carecendo, porém, de regulamentação que os implementasse, o que só veio a
acontecer (exceto no que respeita à Lei-Quadro das Contraordenações Ambientais) por impulso de diretivas comunitárias.
O regime concernente às contraordenações ambientais (previsto na Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto, alterado pela Lei
n.º 89/2009, de 31 de agosto, Lei n.º 114/2015, de 28 de agosto, e Decreto-Lei n.º 42-A/2016, de 12 de agosto) criou um regime
específico para estas infrações, que até então se regiam pelo regime geral das contraordenações (constante do Decreto-Lei
n.º 433/82, de 1 de novembro), distinguindo-se deste, entre outros aspetos, pela possibilidade de responsabilização dos sócios,
administradores ou gerentes de pessoas coletivas, bem como pelo limite das coimas, substancialmente superior em caso de
contraordenações ambientais consideradas muito graves.
É de referir, ainda, o regime da responsabilidade por danos ambientais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de julho,
que transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2004/35/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de outubro,
que aprovou, com base no princípio do poluidor-pagador, o regime relativo à responsabilidade ambiental aplicável à prevenção e
reparação dos danos ambientais. As atividades suscetíveis de gerarem responsabilidade ambiental incluem a exploração de
instalações sujeitas a licença ambiental, operações de gestão de resíduos e descargas de poluentes em águas de superfície ou
subterrâneas. Os operadores que exerçam estas atividades são obrigados, desde 1 de janeiro de 2010, à constituição de garantias
financeiras que lhes permitam assumir a responsabilidade ambiental inerente à atividade que desenvolvem.
Salienta-se a criação através do Decreto-Lei n.º 42-A/2016, 12 de agosto, do Fundo Ambiental, como fundo único que sucede aos,
então existentes, Fundo Português de Carbono, Fundo de Intervenção Ambiental, Fundo de Proteção dos Recursos Hídricos e
Fundo para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade. Visa o financiamento transversal de politicas ambientais em ordem a
atingir metas e objetivos a que Portugal está internacionalmente vinculado, designadamente aos objetivos de desenvolvimento
sustentável da agenda 2030, nos domínios da água potável e saneamento, das cidades e comunidades sustentáveis, da produção
e consumo sustentáveis e da ação climática. São estabelecidas regras de atribuição dos apoios financeiros, constantes na definição
do plano anual que integra o programa de avisos de apresentação de candidaturas.
O Fundo Ambiental tem por finalidade financiar entidades, atividades ou projetos que cumpram objetivos do uso eficiente da
água, proteção dos recursos hídricos, de sustentabilidade dos serviços de águas, ou que cumpram objetivos e metas nacionais e
comunitárias de gestão de resíduos urbanos entre outros, no domínio do ambiente. Constituem receitas deste fundo, entre outras
neste identificadas, uma parcela da cobrança da taxa de recursos hídricos e da taxa de gestão de resíduos, ou contribuições que,
nos termos da lei e regulamentação aplicáveis, visem a sustentabilidade dos serviços urbanos de águas. O plano anual de
atribuição de apoios e utilização das receitas é definido por despacho do membro do Governo responsável pela área do ambiente.
Neste seguimento, o Despacho n.º 538-B/2017, de 9 de janeiro, prevê o orçamento do Fundo Ambiental para 2017, com o total
de receitas no valor de cerca de 154 milhões de Euros. Define os valores da aplicação das receitas e descrição dos compromissos
já assumidos do Fundo Ambiental, bem como o apoio aos projetos definidos pelo Ministério do Ambiente, designadamente para
a área temática do apoio aos serviços das águas dirigido a entidades gestoras de serviços de abastecimento de água e saneamento.
No âmbito do regime jurídico dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) para o período de programação
2014-2020, relativamente ao Regulamento Especifico do Domínio da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, aprovado
pela Portaria n.º 57-B/2015, de 27 de fevereiro, são estabelecidos através da Portaria n.º 124/2017, de 27 de março, alguns
ajustamentos, que respeitam às condições de acesso e às regras gerais de financiamento para as operações apresentadas ao
abrigo das Prioridades de Investimento e Áreas de Intervenção do Domínio SEUR (Sustentabilidade e Eficiência no Uso de
Recursos), visando beneficiar as entidades recentemente criadas no âmbito da gestão eficiente do ciclo urbano da água,
nomeadamente as que resultaram da agregação das entidades gestoras de abastecimento de água e saneamento de águas
residuais. Salientam-se as alterações aos critérios de elegibilidade dos beneficiários, relativos aos candidatos que não evidenciem
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a existência do cadastro das infraestruturas existentes, mas que apresentem candidatura específica aprovada para o efeito e
introduz novos critérios para os beneficiários constituídos há menos de um ano, ou beneficiários cuja abrangência territorial ou
atividade tenha sido alterada também há menos de um ano, face à data da apresentação da candidatura os critérios de
elegibilidade, passam a ser comprovados através da ficha de avaliação individual da ERSAR que vier a ser publicitada no sítio
eletrónico desta entidade reguladora, no máximo até ao final do segundo ano, após a aprovação da candidatura. Depois desta 3.ª
alteração ao Regulamento Específico em referência, ocorreu a 4.ª alteração através da Portaria n.º 260/2017, de 23 de agosto,
que passa a contemplar, para além das autarquias locais e suas associações, o Setor Empresarial Local, a título de beneficiários
elegíveis para as operações relativas aos objetivo especifico “Concessão de apoio ao investimento para a adaptação às alterações
climáticas, incluindo abordagens baseadas nos ecossistemas”.
O PAEC, conforme anteriormente referido, vem configurar o elemento-chave para promover uma nova reorganização do modelo
económico, focado na coordenação dos sistemas de produção e consumo em circuito fechado por forma a contribuir para os
objetivos e metas estabelecidos nos planos de resíduos, planos da água e do saneamento, da ação climática e da energia a nível
nacional e também para os objetivos preconizados a nível europeu e internacional (diretivas setoriais, Portugal 2020, Acordo de
Paris e objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas). Neste Plano encontram-se os objetivos estratégicos macro
e respetivas metas para 2020 e 2030 a que Portugal se encontra vinculado, estabelecidos no "Compromisso para o Crescimento
Verde" (salientam-se os indicadores relativos ao aumento da produtividade de recursos na economia nacional e aumento da
incorporação de resíduos na economia, objetivos constantes no Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR), bem como o
indicador respeitante ao aumento da eficiência hídrica, que está em conformidade com o objetivo definido no PENSAAR 2020) e
preconizados no âmbito do Programa Nacional de Reformas (designadamente os indicadores relativos ao aumento de resíduos
urbanos preparados para a reciclagem e o da redução da deposição de resíduos urbanos biodegradáveis em aterro).
A Lei n.º 23/96, de 26 de julho, também chamada Lei dos Serviços Públicos Essenciais, prevê mecanismos destinados a proteger o
utente de serviços públicos essenciais, considerando ”utente“, para os efeitos deste diploma, a pessoa singular ou coletiva a quem
o prestador do serviço se obriga a prestá-lo. Trata-se de um conceito mais amplo do que o de “consumidor” dado pela também
importante Lei de Defesa dos Consumidores (Lei n.º 24/96, de 31 de julho), no qual apenas se inclui aquele a quem sejam
fornecidos bens, prestados serviços ou transmitidos quaisquer direitos, destinados a uso não profissional, por pessoa que exerça
com caráter profissional uma atividade económica que vise a obtenção de benefícios.
Na redação inicial da Lei n.º 23/96, o elenco dos serviços públicos essenciais apenas abrangia o fornecimento de água, de energia
elétrica, de gás e de telefone. Só em 2008, através da alteração que lhe foi feita pela Lei n.º 12/2008, de 26 de fevereiro, os serviços
de recolha e tratamento de águas residuais e de gestão de resíduos urbanos passaram igualmente a estar sujeitos a este regime.
Merece, ainda, destaque a quinta alteração à Lei dos Serviços Públicos Essenciais, operada pela Lei n.º 10/2013, de 28 de janeiro,
que altera o prazo de antecedência mínima para o envio do aviso prévio de interrupção de serviços públicos essenciais, que passou
de 10 para 20 dias.
Por seu lado, a Lei n.º 47/2014, de 28 de julho, procedeu à quarta alteração à Lei n.º 24/96, de 31 de julho, e à primeira alteração
ao Decreto-Lei n.º 24/2014, de 14 de fevereiro, que estabelece o regime legal aplicável aos contratos celebrados à distância e aos
contratos celebrados fora do estabelecimento comercial. As alterações de maior relevo na Lei n.º 24/96 dizem respeito às
obrigações de informação dos fornecedores, à entrega dos bens e à transferência do risco.
No domínio do direito de queixa dos utentes dos serviços é importante referir o regime do livro de reclamações criado pelo
Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro, o qual tornou obrigatória a existência do livro de reclamações (denominado Livro
Vermelho) para todos os fornecedores de bens e prestadores de serviços que tenham contacto com o público, com exceção dos
serviços e organismos da Administração Pública, que apenas passaram a também ser abrangidos por este regime após a publicação
do Decreto-Lei n.º 317/2007, de 6 de novembro. Este regime foi substancialmente alterado pelo o Decreto-Lei n.º 74/2017, de 21
de junho, que o republica, destacando-se a faculdade do exercício do direito de queixa por via eletrónica, tornando obrigatório
para os prestadores de serviços públicos essenciais possuírem o livro de reclamações em formato eletrónico. Foi ainda definido
um prazo máximo de resposta de 15 dias úteis a contar da data da apresentação da reclamação na plataforma digital, o qual é
igualmente aplicável às reclamações lavradas no livro de reclamações em formato físico. Passou igualmente a admitir-se o envio
por via eletrónica das folhas de reclamação às entidades reguladoras, podendo estas, solicitar esclarecimentos considerados
adequados sobre a reclamação. Por último destaca-se a alteração que visa assegurar aos utentes vulneráveis o pleno exercício do
direito de queixa, impondo ao prestador de serviço, o dever de auxílio no preenchimento da reclamação.
Em 2009 foi criada, através da Portaria n.º 866/2009, de 13 de agosto, a Rede Telemática de Informação Comum, um portal na
internet no qual as entidades reguladoras registam as reclamações recebidas e o respetivo procedimento de análise e tratamento.
Esta plataforma substitui a obrigação de reporte periódico de informação das entidades reguladoras à Direção-Geral do
Consumidor (DGC) sobre as reclamações recebidas pelas primeiras, permitindo à DGC aceder a esta informação em tempo real e
dispor de dados estatísticos sobre as reclamações. Permite, simultaneamente, aos reclamantes e às entidades reclamadas
consultarem on-line o percurso e o estado de tratamento das reclamações apresentadas.
A revisão do regime jurídico da concorrência, em 8 de maio de 2012, e a aprovação da lei-quadro das entidades reguladoras, em
28 de agosto de 2013, determinaram a necessidade de se proceder à adaptação dos estatutos da Autoridade da Concorrência,
harmonizando-os com a respetiva legislação de enquadramento e racionalizando a intervenção da Autoridade, em reflexo da
experiência e do balanço da atividade desenvolvida no domínio da promoção e defesa da concorrência. Neste contexto, foi
publicado o Decreto-Lei n.º 125/2014, de 18 de agosto (estatutos da Autoridade da Concorrência), o qual clarificou aspetos
respeitantes às atribuições e poderes da Autoridade da Concorrência e às competências dos respetivos órgãos, enfatizando a sua
independência, reforçando simultaneamente as garantias de transparência, cooperação, controlo e responsabilidade da respetiva
atuação.
A Lei n.º 19/2012, de 8 de maio, regula as condições e procedimentos da Autoridade da Concorrência no que respeita à fiscalização
dos acordos de empresas, dos abusos de posição dominante e da concessão de auxílios do Estado, bem como à apreciação prévia
de operações de concentração de empresas. Refletindo o direito comunitário da concorrência, este diploma continua a considerar
que as empresas públicas e as empresas às quais o Estado tenha concedido direitos especiais ou exclusivos estão sujeitas ao
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regime da concorrência na medida em que a aplicação destas regras não constitua obstáculo ao cumprimento, de direito ou de
facto, da missão particular que lhes foi confiada.
É de referir, por último, a legislação sobre contratação pública, a qual, tendo um objeto e objetivo mais vasto, constitui igualmente
um instrumento que visa garantir a concorrência no mercado da contratação pública. O Código dos Contratos Públicos foi
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, entrou em vigor em junho de 2008 e já foi objeto de várias alterações e
de regulamentação (através da Portaria n.º 959/2009, de 21 de agosto, e Portarias n.º 371/2017 e n.º 372/2017, ambas de 14 de
dezembro).
Lei n.º 88-A/97, de 25 de julho: regula o acesso da iniciativa económica privada a determinadas atividades económicas.
Alterada pela Lei n.º 35/2013, de 11 de junho.
Decreto-Lei n.º 92/2013, de 11 de julho: define o regime de exploração e gestão dos sistemas multimunicipais de captação,
tratamento e distribuição de água para consumo público, de recolha, tratamento e rejeição de efluentes e de recolha e tratamento
de resíduos sólidos.
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 72/2016 de 4 de novembro.
Decreto-Lei n.º 294/94, de 16 de novembro: estabelece o regime jurídico da concessão de exploração e gestão dos sistemas
multimunicipais de tratamento de resíduos urbanos.
Alterado pelos Decretos-Lei n.º 221/2003, de 20 de setembro, e n.º 195/2009, de 20 de agosto (este último procedeu à
sua republicação).
Decreto-Lei n.º 319/94, de 24 de dezembro: estabelece o regime jurídico da construção, exploração e gestão dos sistemas
multimunicipais de captação e tratamento de água para consumo público, quando atribuídos por concessão, e aprova as
respetivas bases.
Alterado pelos Decretos-Lei n.º 222/2003, de 20 de setembro, e n.º 195/2009, de 20 de agosto (este último procedeu à
sua republicação).
Decreto-Lei n.º 162/96, de 4 de setembro: consagra o regime jurídico da concessão da exploração e gestão dos sistemas
multimunicipais de recolha, tratamento e rejeição de efluentes.
Alterado pelos Decretos-Lei n.º 223/2003, de 20 de setembro, e n.º 195/2009, de 20 de agosto (este último procedeu à
sua republicação).
Decreto-Lei n.º 96/2014, de 25 de junho: estabelece o regime jurídico da concessão da exploração e da gestão, em regime de
serviço público, dos sistemas multimunicipais de tratamento e de recolha seletiva de resíduos urbanos, atribuída a entidades de
capitais exclusiva ou maioritariamente privados.
Decreto-Lei n.º 90/2009, de 9 de abril: estabelece o regime das parcerias entre o Estado e as autarquias locais para a exploração
e gestão de sistemas municipais de abastecimento público de água, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de
resíduos urbanos.
Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto : estabelece o regime jurídico dos serviços municipais de abastecimento público de
água, de saneamento de águas residuais e de gestão de resíduos urbanos.
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho e pela Lei n.º 12/2014, de 6 de março.
Lei n.º 10/2014, de 6 de março: aprova os Estatutos da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos.
Deliberação n.º 928/2014, de 15 de abril de 2014 (2.ª série), da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, IP: aprova
o Regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos urbanos.
Alterado pela Deliberação n.º 1152/2015, de 19 de junho (2.ª série), e pelo Regulamento n.º 816/2016, de 18 de agosto
(2.ª série), ambos da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, que, respetivamente, aditou e alterou a
redação do artigo 95.º-A.
Regulamento n.º 817/2016, de 18 de agosto (2.ª série), da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos: documento
complementar ao RTR que estabelece o conteúdo das contas reguladas.
Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto: aprova o regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de
água e drenagem de águas residuais.
Retificado pela Declaração de Retificação n.º 153/95, de 30 de novembro.
Lei n.º 79/2017, de 18 de agosto Decreto-Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro: procede à décima oitava alteração do Decreto-Lei
n.º 555/99, de 16 de dezembro, que estabelece o regime jurídico da urbanização e edificação.
Decreto-Lei n.º 71/2011, de 16 de junho: atualiza os requisitos essenciais dos instrumentos de medição, transpondo a Diretiva n.º
2004/22/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de março, e a Diretiva n.º 2009/137/CE da Comissão, de 10 de
novembro.
Portaria n.º 21/2007, de 5 de janeiro: aprova o regulamento aplicável aos contadores de água limpa, fria ou quente, para uso
doméstico, comercial ou da indústria ligeira.
Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de agosto: estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, revogando
o Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5 de setembro.
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 152/2017, de 7 de dezembro.
Portaria n.º 357/2015, de 14 de outubro, fixa o valor das taxas a cobrar pela administração rodoviária pelos usos privativos do
domínio público rodoviário.
Decreto-Lei n.º 23/2016 de 3 de junho: estabelece os requisitos para a proteção da saúde do público em geral no que diz respeito
às substâncias radioativas presentes na água destinada ao consumo humano, fixando os valores paramétricos, frequências e
métodos aplicáveis para o seu controlo.
Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro: estabelece o regime jurídico das autarquias locais, aprova o estatuto das entidades
intermunicipais, estabelece o regime jurídico da transferência de competências do Estado para as autarquias locais e para as
entidades intermunicipais e aprova o regime jurídico do associativismo autárquico.
Alterada pela Lei n.º 69/2015, de 16 de julho.
Lei n.º 169/99, de 18 de setembro: estabelece o quadro de competências, assim como o regime jurídico dos órgãos dos municípios
e das freguesias.
Alterada e republicada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, e revogação de alguns artigos pela Lei n.º 67/2007, de 31 de
dezembro, e pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro.
Lei n.º 53-E/2006, de 29 de dezembro: aprova o regime geral das taxas das autarquias locais.
Alterada pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro, e pela Lei n.º 117/2009, de 29 de dezembro.
Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro: estabelece o regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais.
Foi objeto de retificação pela Declaração de Retificação n.º 46-B/2013, 1 de novembro.
Alterada pela Lei n.º 69/2015, de 16 de julho.
Setor público empresarial
Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro: aprova o Regime Jurídico do Setor Público Empresarial.
Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto: aprova o regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais, revogando a
Lei n.º 53-F/2006, de 29 de dezembro, e a Lei n.º 55/2011, de 15 de novembro.
Alterada pela Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto, e pela Lei n.º 69/2015, de 16 de julho.
46 | 2018 VOL. 1
Gestão de recursos hídricos
Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de junho: transpõe para o direito interno a Diretiva n.º 91/271/CEE, do Conselho, de 21 de maio de
1991, relativamente ao tratamento de águas residuais urbanas.
Alterado pelos Decretos-Lei n.º 348/98, de 9 de novembro, 261/99, de 7 de junho, 172/2001, de 26 de maio, 149/2004,
de 22 de junho, e 198/2008, de 8 de outubro e 133/2015, de 13 de julho.
Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de abril: aprova o Plano Nacional da Água.
Lei n.º 54/2005, de 15 de novembro: estabelece a titularidade dos recursos hídricos.
Alterada pela Lei n.º 78/2013, de 21 de novembro, pela Lei n.º 34/2014, de 19 de junho e Lei n.º 31/2016 de 23 de agosto.
Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro: aprova a Lei da Água, transpondo para a ordem jurídica nacional a Diretiva 2000/60/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro, estabelecendo as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável
das águas.
Retificada pela Declaração de Retificação n.º 11-A/2006, de 23 de fevereiro.
Alterada pelo Decreto-Lei n.º 130/2012, de 22 de junho, e Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, e pela Lei n.º 44/2017 de
19 de junho.
Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio: estabelece o regime de utilização dos recursos hídricos.
Alterado pelos Decretos-Lei n.º 391-A/2007, de 21 de dezembro, n.º 93/2008, de 4 de junho, n.º 107/2009, de 15 de
maio, e n.º 245/2009, de 22 de setembro, Decreto-Lei n.º 82/2010, de 2 de julho e pela Lei n.º 44/2012, de 29 de agosto.
Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de junho: estabelece o regime económico e financeiro dos recursos hídricos.
Alterado pela Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro: procede à alteração das normas fiscais ambientais nos setores da
energia e emissões, transportes, água, resíduos, ordenamento do território, florestas e biodiversidade, introduzindo
ainda um regime de tributação dos sacos de plástico e um regime de incentivo ao abate de veículos em fim de vida, no
quadro de uma reforma da fiscalidade ambiental.
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 42-A/2016, de 16 agosto e pelo Decreto-Lei n.º 46/2017, de 3 de maio, que o republica.
Decreto-Lei n.º 103/2010, de 24 de setembro: estabelece as normas de qualidade ambiental no domínio da política da água e
transpõe a Diretiva n.º 2008/105/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro, e parcialmente a Diretiva
n.º 2009/90/CE, da Comissão, de 31 de julho.
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 218/2015, de 7 de outubro.
Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2017, de 7 de junho: cria a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e
Acompanhamento dos Efeitos da Seca.
Gestão de resíduos
Gestão ambiental
48 | 2018 VOL. 1
Alterada pela Portaria n.º 404-A/2015, de 18 de novembro, pela Portaria n.º 238/2016, de 31 agosto, que o republicou,
assim como pelas Portarias n.º 124/2017, de 27 de março e n.º 260/2017, de 23 de agosto .
Decreto-Lei n.º 42-A/2016, de 12 de agosto: cria o Fundo Ambiental, estabelecendo as regras para a respetiva atribuição, gestão,
acompanhamento e execução e extingue o Fundo Português de Carbono, o Fundo de Intervenção Ambiental, o Fundo de Proteção
dos Recursos Hídricos e o Fundo para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
Despacho n.º 538-B/2017, de 9 de janeiro: Define o plano anual de atribuição de apoios e utilização das receitas do Fundo
Ambiental
Resolução do Conselho de Ministros n.º 190-A/2017, de 11 de dezembro de 2017: aprova o Plano de Ação para a Economia Circular
em Portugal.
Defesa do consumidor
Decreto-Lei n.º 446/85, de 25 de outubro: institui o regime jurídico das cláusulas contratuais gerais.
Alterado pelos Decretos-Lei n.º 220/95, de 31 de agosto, n.º 114-B/95, de 31 de agosto, n.º 249/99, de 7 de julho, e
n.º 323/2001, de 17 de dezembro.
Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de agosto: aprova o regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de
água e drenagem de águas residuais.
Retificado pela Declaração de Retificação n.º 153/95, de 30 de novembro.
Lei n.º 23/96, de 26 de julho: cria no ordenamento jurídico alguns mecanismos destinados a proteger o utente de serviços públicos
essenciais.
Alterada pela Lei n.º 12/2008, de 26 de fevereiro (que a republicou), pela Lei n.º 24/2008, de 2 de junho, pela Lei
n.º 6/2011, de 10 de março, pela Lei n.º 44/2011, de 22 de junho, e pela Lei n.º 10/2013, de 28 de janeiro.
Lei n.º 24/96, de 31 de julho: estabelece o regime legal aplicável à defesa dos consumidores.
Alterada pelo Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de abril, e pelas Leis n.º 10/2013, de 28 de janeiro de 2013 e n.º 47/2014, de
28 de julho.
Decreto-Lei n.º 195/99, de 8 de junho: estabelece o regime aplicável às cauções nos contratos de fornecimento aos consumidores
dos serviços públicos essenciais previstos na Lei n.º 23/96, de 26 de julho.
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 100/2007, de 2 de abril, pelo Decreto-Lei n.º 2/2015 e pelo Decreto-Lei n.º 7/2016, de 22
de fevereiro.
Despacho n.º 4185/2000 (2.ª série), de 22 de fevereiro de 2000: aprova o Plano de Devolução de Cauções no Serviço Público de
Fornecimento de Água.
Despacho n.º 4186/2000 (2.ª série): define a fórmula de cálculo das cauções a prestar nas situações definidas no artigo 2.º do
Decreto-Lei n.º 195/99, de 8 de junho.
Despacho n.º 18578/2007, de 6 de Julho de 2007: procede à fixação do prazo e das condições a observar na elaboração da lista
dos consumidores do serviço público de fornecimento de água a quem a caução não foi restituída.
Lei n.º 25/2004, de 8 de julho: transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º 98/27/CE do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 19 de maio, relativa às ações inibitórias em matéria de proteção dos interesses dos consumidores.
Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro: estabelece a obrigatoriedade de disponibilização do livro de reclamações a todos
os fornecedores de bens ou prestadores de serviços que tenham contacto com o público em geral.
Alterado pelos Decretos-Lei n.º 317/2007, de 6 de novembro n.º 118/2009, de 19 de maio, n.º 317/2009 de 30 de
outubro, n.º 242/2012, de 7 de novembro, e n.º 74/2017 de 21 de junho.
Regulamentado pela Portaria n.º 866/2009, de 13 de agosto.
Decreto-Lei n.º 134/2009, de 2 de junho: estabelece o regime jurídico aplicável à prestação de serviços de promoção, informação
e apoio aos consumidores e utentes através de centros telefónicos de relacionamento (call centers).
Portaria n.º 34/2011, de 13 de janeiro: estabelece o conteúdo mínimo do regulamento de serviço relativo à prestação dos serviços
de abastecimento público de água, de saneamento de águas residuais e de gestão de resíduos urbanos aos utilizadores.
Decreto-Lei n.º 114/2014, de 21 de julho: estabelece os procedimentos necessários à implementação do sistema de faturação
detalhada previsto na Lei n.º 12/2014, de 6 de março, que procedeu à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de
agosto, relativamente aos serviços públicos de abastecimento público de água, de saneamento de águas residuais e de gestão de
resíduos urbanos.
Concorrência
50 | 2018 VOL. 1
3. PRINCIPAIS INTERVENIENTES
3.1. ENTIDADE REGULADORA
Com a aprovação da Lei n.º 67/2013, de 28 de agosto, que institui a Lei-Quadro das entidades administrativas independentes com
funções de regulação da atividade económica dos setores privado, público e cooperativo, a ERSAR passou a estar integrada no
conjunto das entidades administrativas independentes. A Lei n.º 10/2014, de 6 de março, aprovou os Estatutos da ERSAR,
operando a transformação desta entidade de instituto público para entidade administrativa independente. De acordo com os
novos estatutos, a ERSAR mantém-se adstrita ao ministério com atribuições na área do ambiente, dotada de autonomia de gestão,
administrativa e financeira e de património próprio, não estando sujeita a superintendência ou tutela governamental no âmbito
do exercício das suas funções de regulação e de supervisão. Os membros do Governo não podem dirigir recomendações ou emitir
diretivas aos órgãos dirigentes da ERSAR sobre a sua atividade reguladora nem sobre as prioridades a adotar na respetiva
prossecução. Sempre que tal lhe seja solicitado, os membros do conselho de administração (órgão dirigente da entidade,
responsável pela definição e implementação da atividade da entidade, bem como pela direção dos respetivos serviços) devem
apresentar-se perante a comissão parlamentar competente, para prestar informações ou esclarecimentos sobre a respetiva
atividade. O mandato dos membros do órgão de direção da entidade tem um período único de seis anos, não renovável.
Estes aspetos consubstanciam algumas das principais caraterísticas que permitem afirmar a independência da ERSAR na
prossecução das suas funções e são fundamentais para o reconhecimento da sua equidistância face aos interesses representados
pelos diversos intervenientes no setor.
A ERSAR tem por missão a regulação dos setores dos serviços de abastecimento público de água, de saneamento de águas
residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos, bem como as funções de autoridade competente para a coordenação e
fiscalização do regime da qualidade da água para consumo humano.
A ERSAR visa assegurar a sustentabilidade global do setor, intervindo a três níveis:
1. Sustentabilidade social dos serviços, garantindo a proteção dos interesses dos utilizadores através do acesso ao serviço,
da sua adequada qualidade e da razoabilidade do preço.
2. Sustentabilidade económica, infraestrutural e de recursos humanos das entidades gestoras.
3. Sustentabilidade ambiental na utilização de recursos ambientais e na prevenção da poluição, a nível dos impactos dos
serviços na água, no ar e no solo.
A Figura 7 apresenta a evolução institucional da regulação dos serviços de águas e resíduos em Portugal.
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Promoção de uma nova politica
pública para os Serviços de águas
e resíduos em Portugal
Funcionamento da Comissão de
acompanhamento das concessões
Funcionamento do Observatório
Nacional dos Sistemas
Multimunicipais e Municipais
Acumulação da responsabilidade
de autoridade competente para a
qualidade da água
Criação da Entidade Reguladora
dos Serviços de Águas e Residuos
(ERSAR)
Vigência da primeira lei orgânica da
ERSAR (Decreto-Lei n.º 277/2009,
de 2 de outubro)
Funcionamento da Entidade
Reguladora dos Serviços de Águas
e Resíduos dos Açores (ERSARA)
Aprovação dos Novos Estatutos da
ERSAR (Lei n.º 4/2014, de 6 de
março)
Figura 7. Principais marcos da evolução institucional da regulação dos serviços de águas e resíduos em Portugal
A atividade regulatória assenta num modelo de regulação desenvolvido em 2003 para o Instituto Regulador de Águas e Resíduos
(IRAR), que tomou em consideração o quadro de empresarialização definido pelo Decreto-Lei n.º 379/93, de 5 de novembro, que
atribuiu ao Estado a responsabilidade da prestação dos serviços de águas e resíduos, no caso dos sistemas multimunicipais,
prevendo a possibilidade da sua concessão a empresas de capitais maioritariamente públicos, assim como a concessão de sistemas
municipais a empresas, independentemente da titularidade dos seus capitais ser pública ou privada.
A evolução da legislação conduziu ao progressivo alargamento do âmbito de atuação e dos poderes do regulador, tendo o desenho
do quadro legal ficado completo com o Decreto-Lei n.º 277/2009, de 2 de outubro, que alargou a regulação a todas as entidades
gestoras destes serviços, independentemente do modelo de gestão, passando a existir maior uniformidade de procedimentos por
51 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
parte da entidade reguladora junto de todas elas. Assim, além da regulação estrutural do setor, focada na criação de organização,
regras e instrumentos para o bom funcionamento do setor, a ERSAR prossegue atribuições de regulação das áreas económica, da
qualidade do serviço, da interface com os utilizadores e de regulação legal e contratual, exercendo também as funções de
autoridade competente para a qualidade da água para consumo humano relativamente às entidades gestoras de abastecimento
de água (Quadro 5).
Quadro 5. Âmbito de atuação da ERSAR por modelo de gestão e número de entidades gestoras reguladas
Regulação comportamental
Regulação legal e
- 1 21 281 100 32
contratual
Regulação da
- 1 21 281 100 32
qualidade do serviço
Regulação da
qualidade da água para - 1 6 205 92 29
consumo humano
Regulação da interface
- 1 21 281 100 32
com os utilizadores
Modelo de regulação
O modelo de regulação observou um processo de consolidação a partir de 2003. A sua estratégia é definida por dois grandes
planos de intervenção: num primeiro plano, pela regulação estrutural do setor; num segundo plano, pela regulação dos
comportamentos das entidades gestoras (Figura 8)10.
10O modelo de regulação seguido pela ERSAR é descrito em detalhe na publicação “Uma abordagem regulatória integrada (ARIT-ERSAR) para
os serviços de águas e resíduos”, da autoria de Jaime Melo Baptista, publicado pela ERSAR em setembro de 2014 e disponível em
www.ersar.pt.
52 | 2018 VOL. 1
Figura 8. Modelo de regulação da ERSAR
A regulação estrutural, dirigida genericamente aos setores no seu todo, consiste na contribuição para uma melhor organização do
setor, para a clarificação das suas regras de funcionamento, para a elaboração e divulgação regular de informação e para a
capacitação e inovação dos setores. Este plano de intervenção corresponde, portanto, a uma macro intervenção regulatória, uma
vez que a entidade reguladora não está focada numa entidade gestora em particular, mas no conjunto do setor.
Na contribuição regulatória para a organização do setor, a ERSAR coopera para a formulação de melhores políticas públicas, para
a racionalização e resolução de disfunções respeitantes aos serviços regulados e para a organização do setor, promovendo, por
exemplo, o aumento da eficiência e eficácia dos serviços de águas e resíduos e a procura de economias de escala, de gama e de
processo. Complementarmente, a ERSAR monitoriza as estratégias nacionais adotadas para os setores de águas e resíduos
acompanhando a sua implementação e reportando periodicamente as evoluções e condicionamentos.
Na contribuição regulatória para a regulamentação do setor, a ERSAR elabora propostas de nova legislação ou de alteração da
legislação existente, por exemplo, a nível dos regimes jurídicos dos sistemas de águas e resíduos, da legislação técnica sobre estes
serviços e do regime jurídico da regulação, contribuindo, assim, para a clarificação das regras de funcionamento destes serviços.
Esta contribuição passa também pela emissão de regulamentos e recomendações e pelo acompanhamento da aplicação da
legislação em vigor e desses regulamentos e recomendações, avaliando a sua eficácia e a eventual necessidade de melhorias ou
de substituição.
Na contribuição regulatória para a informação do setor, a ERSAR disponibiliza e divulga regularmente informação rigorosa e
acessível a todos os intervenientes, através da coordenação e realização da recolha, validação, processamento e divulgação da
informação relativa ao setor e às entidades gestoras; da disponibilização dessa informação e consequente promoção de um maior
interesse público na sua consulta. A ERSAR contribui desta forma para consolidar uma cultura de informação concisa, credível e
de fácil interpretação por todos, garantindo o direito fundamental de acesso à informação que assiste a todos os utilizadores e à
sociedade em geral.
Finalmente, na componente de contribuição regulatória para a capacitação dos setores, a ERSAR apoia tecnicamente as entidades
gestoras através da elaboração de publicações técnicas em parceria com centros de investigação e conhecimento, da promoção
direta e indireta de seminários e conferências, do apoio a eventos de terceiros, da realização de estudos de opinião e promoção
da investigação e do desenvolvimento no setor. A ERSAR está também disponível para dar resposta a questões diversas colocadas
pelos intervenientes do setor. Neste sentido, esta entidade reguladora contribui para a melhoria da capacitação técnica das
entidades gestoras e para o incentivo da consolidação do tecido empresarial nacional.
A regulação comportamental das entidades gestoras é complementar à regulação estrutural e consiste nas vertentes de
monitorização legal e contratual ao longo do ciclo de vida, na regulação económica, da qualidade do serviço e da qualidade da
água para consumo humano, e na interface com os utilizadores. Este plano de intervenção corresponde a uma operação
regulatória ao nível micro, uma vez que, ao contrário da regulação estrutural, a entidade reguladora está focada em cada uma das
entidades gestoras a atuar neste setor.
53 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Na componente de regulação legal e contratual a ERSAR assegura a monitorização legal e contratual das entidades gestoras ao
longo do seu ciclo de vida, nomeadamente através da análise de processos de concurso e contratualizações, modificação e
resolução dos contratos, fazendo o acompanhamento da sua execução e intervindo quando necessário na conciliação entre as
partes. Intervém ainda nas reconfigurações e fusões de sistemas. Esta componente deve contribuir para a garantia do interesse
público e da legalidade.
Na componente de regulação económica das entidades gestoras, a ERSAR promove a regulação de preços para garantir tarifas
eficientes e socialmente aceitáveis para os utilizadores sem prejuízo da necessária sustentabilidade económica e financeira das
entidades gestoras, num ambiente de eficiência e eficácia na prestação do serviço. A regulação económica também inclui a
avaliação dos investimentos a realizar pelas entidades gestoras. Na medida em que os preços de monopólio tendem a ser mais
elevados que os resultantes de mercados concorrenciais, a obtenção dos preços mais baixos que permitam a viabilidade
económica e financeira das entidades gestoras e que correspondam à situação mais justa para os utilizadores exige uma forte
intervenção da entidade reguladora. Assim, a regulação económica deve contribuir para promover a sustentabilidade económica
e financeira dessas entidades, sem prejuízo da necessária acessibilidade económica aos serviços pelos utilizadores.
A regulação da qualidade do serviço, pressupõe que a ERSAR assegure avaliação do desempenho das entidades gestoras em
termos da qualidade do serviço prestado aos utilizadores, comparando-as entre si através da aplicação de um sistema de
indicadores adequadamente selecionados, de forma a promover a eficácia e a eficiência, ou seja, a melhoria dos seus níveis de
serviço. Em 2004 foi dado um passo importante na regulação da qualidade do serviço com a implementação de um sistema de
avaliação de desempenho que tem vindo a registar sucessivas evoluções para um processo de avaliação da qualidade do serviço
prestado aos utilizadores dos serviços de águas e resíduos, independentemente do modelo de gestão da entidade gestora. Este
sistema de avaliação assenta na análise de um conjunto de indicadores de qualidade do serviço, calculados para cada entidade,
permitindo assim monitorizar a evolução e comparar o desempenho entre entidades gestoras com caraterísticas semelhantes. Os
mecanismos de avaliação adotados pela ERSAR e a sua comparação com os resultados das outras entidades gestoras similares
atuando em zonas geográficas distintas constituem uma medida objetiva de benchmarking que reflete uma lógica de pedagogia
e valorização.
A regulação da qualidade do serviço é uma forma de regulação dos comportamentos indissociável da regulação económica,
condicionando os comportamentos permitidos às entidades gestoras em relação à qualidade do serviço que prestam aos
utilizadores, direcionando as entidades gestoras no sentido da eficácia e eficiência e assim materializando um direito fundamental
que assiste a todos os utilizadores. Deve, portanto, contribuir para promover a melhoria dos níveis de serviço aos utilizadores.
Na componente da regulação da qualidade da água para consumo humano, a ERSAR avalia a qualidade da água fornecida aos
utilizadores pelas entidades gestoras de abastecimento de água em Portugal continental, comparando as entidades gestoras entre
si e acompanhando os incumprimentos em tempo real. Esta competência constitui um caso particular da qualidade do serviço
que contribui para promover a melhoria da qualidade da água e a saúde pública, sendo a informação mais relevante apresentada
anualmente no Volume 2 do RASARP.
Finalmente, na componente da regulação da interface com os utilizadores dos serviços, a ERSAR verifica o cumprimento pelas
entidades gestoras da legislação de defesa dos utilizadores e, nomeadamente, realiza a análise das reclamações e promove a sua
resolução entre utilizadores e entidades gestoras prestadoras do serviço. A ERSAR promove ainda a participação dos utilizadores
dos serviços criando mecanismos de aconselhamento e divulgação de informação.
Todos estes componentes do modelo de regulação devem ter uma articulação perfeita entre si, constituindo um modelo coerente
e integrado cuja eficácia beneficia das sinergias entre esses componentes.
Em síntese, a consolidação da regulação deste mercado em Portugal surge como instrumento imprescindível ao seu
desenvolvimento harmonioso, especialmente num cenário de abertura ao setor privado, em que é necessário acautelar os
interesses dos utilizadores. É, assim, indispensável que a ERSAR disponha do enquadramento, dos meios, das capacidades e das
competências necessários para o exercício da sua atividade com isenção e transparência. Neste sentido, é importante superar
constrangimentos, em especial a carência de recursos humanos, criando condições para manter e atrair em número e qualificação
os profissionais melhor preparados disponíveis no mercado.
A existência de uma entidade reguladora efetivamente atuante é um verdadeiro sinal de passagem no País de uma fase
essencialmente de desenvolvimento infraestrutural para uma fase de estabilização e de elevada qualidade do serviço do setor.
54 | 2018 VOL. 1
Quadro 6. Outros organismos da Administração Central com relevância para o setor
55 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Quadro 6. Outros organismos da Administração Central com relevância para o setor (continuação)
56 | 2018 VOL. 1
O Quadro 7 disponibiliza o número total de entidades gestoras que compõem o panorama geral de entidades gestoras do universo
regulado pela ERSAR a 31 de dezembro de 2017.
Quadro 7. Panorama geral das EG que compõem os serviços de abastecimento público de água, saneamento de águas
residuais urbanas e gestão de resíduos urbanos
Concessões
6 1 6 8 0 8 12 0 12 21
multimunicipais
Gestão
concessionada
Concessões
1 28 29 2 23 25 0 0 0 32
municipais
Delegações estatais 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1
Parcerias
1 2 3 1 2 3 0 0 0 3
Estado/municípios
Gestão
delegada
Empresas municipais
1 23 24 0 23 23 8 18 25 36
ou intermunicipais
Juntas de freguesia 0 61 61 0 0 0 0 0 0 61
Associações de
0 0 0 1 0 1 3 2 5 6
municípios
Serviços
Gestão direta
municipalizados ou 1 20 20 0 19 19 0 7 7 20
intermunicipalizados
A Figura 9 apresenta a distribuição geográfica das entidades gestoras do serviço de abastecimento público de água em alta, por
submodelo de gestão a 31 de dezembro de 2017.
11Note-se que existem entidades gestoras que nalguns municípios prestam serviços em alta e noutros prestam serviços em baixa (por exemplo
a EPAL). Assim, a coluna “Total” não é a soma das colunas “Alta” e “Baixa”.
57 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
* Nos concelhos abrangidos por mais de uma
entidade representa-se o submodelo de gestão que
abrange mais população.
Figura 9. Distribuição geográfica das entidades gestoras de serviços de abastecimento de água em alta
Em Portugal continental, a maior parte do serviço é executada por entidades concessionárias (a verde no mapa da Figura 9). Estas
entidades abrangem cerca de 72 % da população e 79 % do número de municípios abrangidos por entidades gestoras que prestam
o serviço de abastecimento público de água em alta, com especial enfoque para o submodelo das concessionárias multimunicipais.
A análise do mapa da Figura 9 permite também verificar a existência de municípios em que o serviço de abastecimento é
verticalizado, ou seja, as entidades que realizam o abastecimento público de água têm toda a cadeia de valor incorporada nas
suas operações, realizando a captação e o tratamento de água assim como a sua distribuição ao utilizador final (consumidor). Em
Portugal continental a verticalização do serviço abrange um universo de 120 municípios e um total de 3 milhões de habitantes,
concentrando-se sobretudo no Centro e Norte do País. Para mais pormenores sobre a integração vertical dos serviços consultar o
ponto 3.3.5.
Na Figura 10 estão representados os indicadores gerais do setor de abastecimento público de água em alta, apresentando-se o
número de entidades gestoras envolvidas, os concelhos abrangidos e a sua abrangência em termos territoriais e populacionais 12,
informação que se encontra pormenorizada no Quadro 7.
12Os dados referentes à população dizem respeito aos habitantes potencialmente abrangidos pelas entidades gestoras que prestam o serviço
de abastecimento público de água em alta. Acresce ainda dizer que estes dados correspondem aos valores recolhidos nos Censos 2011, da
responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística, referindo-se apenas a Portugal continental. Nesse sentido, importa sublinhar que
constituem uma aproximação à realidade.
58 | 2018 VOL. 1
Entidades gestoras Concelhos abrangidos Área abrangida População abrangida
Figura 10. Indicadores gerais do setor de abastecimento de água em alta, por submodelo de gestão
População Densidade
Entidades Concelhos Área abrangida
Submodelo de gestão abrangida populacional
gestoras abrangidos (km2)
(milhares de hab.) (hab./km2)
Concessões
6 174 51 863 5 105 98
multimunicipais
Parcerias
1 20 15 533 245 16
Estado/municípios
Empresas municipais
1 1 435 49 112
ou intermunicipais
Serviços
municipalizados ou 1 1 22 0,27 12,2
intermunicipalizados
Observa-se que as concessões multimunicipais são o submodelo de gestão predominante no setor em alta, abrangendo um total
de 174 municípios e mais de 5,1 milhões de habitantes. As delegações estatais têm também algum peso no setor. Embora só com
uma entidade (EPAL), a grande concentração de população existente na sua área de intervenção torna este submodelo no segundo
mais relevante do setor em alta, com 25 municípios e uma população de aproximadamente 1,8 milhões de habitantes. Os restantes
submodelos têm uma representatividade mais baixa.
De referir ainda que as parcerias Estado/município prestam o serviço a aproximadamente 250 mil habitantes e têm uma área de
intervenção que abrange grande parte do Alentejo, cerca de 21 % do território de Portugal continental (Águas Públicas do
Alentejo) com o serviço de abastecimento em alta. Esta relação traduz-se numa fraca densidade populacional (16 hab./km2),
caraterística da tipologia de área de intervenção da entidade gestora (área predominantemente rural).
Note-se que as duas entidades com modelo de gestão direta (SM de Alcobaça e CM de Golegã) prestam o serviço de abastecimento
de água em alta em franjas dos municípios vizinhos.
A Figura 11 apresenta a evolução do setor do abastecimento público de água em alta desde o ano de 1993.
59 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Figura 11. Evolução do setor relativo ao abastecimento público de água em alta
Em 2017, registou-se uma cisão do sistema gerido pela Águas do Norte (Concessão multimunicipal). A Águas do Douro e Paiva
passou, assim, a gerir o novo sistema resultado desta desagregação, ficando responsável pelo abastecimento público de água em
alta de 20 municípios, que na sua maioria localizam-se na área metropolitana do Porto. Em relação à Águas do Norte (Concessão
multimunicipal), esta entidade ficou responsável pelo abastecimento público de água em alta dos restantes 53 municípios que
continuaram afetos ao seu sistema.
Refira-se ainda que em relação à evolução do setor, o tecido empresarial começou a ganhar peso na segunda metade da década
de 90. A 1.ª geração correspondeu maioritariamente aos sistemas situados nas regiões litorais e mais densamente povoadas, ao
passo que a 2.ª geração correspondeu, no geral, aos sistemas situados no interior do País. Neste momento, a totalidade das
entidades que fazem o abastecimento de água em alta é de natureza empresarial, sendo o modelo de gestão concessionada
aquele que claramente domina o setor.
A Figura 12 apresenta a distribuição geográfica das entidades gestoras do serviço de abastecimento público de água em baixa, por
submodelo de gestão, a 31 de dezembro de 2017.
60 | 2018 VOL. 1
* Por motivos de simplificação, as áreas cobertas por
cada entidade gestora de serviços municipais e
serviços municipalizados ou intermunicipalizados não
são evidenciadas neste mapa.
** Nos concelhos abrangidos por mais de uma
entidade representa-se o submodelo de gestão que
abrange mais população.
Figura 12. Distribuição geográfica das entidades gestoras de serviços de abastecimento de água em baixa
O abastecimento de água em baixa é marcado pelo elevado número de entidades gestoras, 319, na sua maioria com uma área de
intervenção igual ou menor do que a municipal. O modelo de gestão direta é aquele que mais se destaca (a cinzento no mapa da
Figura 12), abrangendo 70 % do total de municípios e aproximadamente 52 % da população de Portugal continental. Os restantes
modelos de gestão localizam-se predominantemente no litoral ou nos grandes centros urbanos.
Na Figura 13 estão representados os indicadores gerais do setor de abastecimento público de água em baixa, apresentando-se o
número de entidades gestoras envolvidas, os concelhos abrangidos e a sua abrangência em termos territoriais e populacionais 13,
informação que se encontra pormenorizada no Quadro 9.
13Os dados referentes à população dizem respeito aos habitantes potencialmente abrangidos pelas entidades gestoras que prestam o serviço
de abastecimento público de água em baixa. Estes dados correspondem aos valores recolhidos nos Censos 2011, da responsabilidade do
Instituto Nacional de Estatística, referindo-se apenas a Portugal continental. Nesse sentido, importa sublinhar que constituem uma
aproximação à realidade.
61 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Entidades gestoras Concelhos abrangidos Área abrangida População abrangida
Figura 13. Indicadores gerais do setor de abastecimento de água em baixa, por submodelo de gestão
População Densidade
Entidades Concelhos Área abrangida
Submodelo de gestão abrangida populacional
gestoras abrangidos (km2)
(milhares de hab.) (hab./km2)
Concessões
1 1 75 11 142
multimunicipais
Parcerias
2 15 2 702 479 177
Estado/municípios
Empresas municipais ou
23 28 8 888 1 793 202
intermunicipais
Serviços municipalizados
20 22 7 688 2 316 301
ou intermunicipalizados
Verifica-se que os serviços municipais são o submodelo de gestão com maior representatividade, com 183 municípios e
abrangendo 2,9 milhões de habitantes. Embora com o maior número de população, esta tipologia é predominante em zonas rurais
com menor densidade populacional (juntamente com as juntas de freguesia, este é o submodelo com menor densidade
populacional, 47 hab./km2). Esta caraterística pode ser confirmada no mapa da Figura 12, onde se observa que a maior parte dos
serviços municipais se localiza no interior do País, em áreas tipicamente com menor população. Por outro lado, na situação oposta
surgem as delegações estatais (EPAL), com uma densidade populacional de 5,5 mil hab./km2, prestando o serviço na área urbana
do concelho de Lisboa.
As concessionárias municipais, as empresas municipais ou intermunicipais e os serviços municipalizados ou intermunicipalizados
são também submodelos de gestão com peso no setor do abastecimento de água em baixa, abrangendo 2,0 milhões de habitantes,
1,8 milhões de habitantes e 2,3 milhões de habitantes, respetivamente. Apesar de abrangerem muito menos municípios que os
serviços municipais, as caraterísticas mais urbanas das suas áreas de intervenção justificam o elevado número de habitantes
abrangidos por estes modelos de gestão.
Conforme foi referido, o abastecimento de água em baixa é um setor fragmentado, marcado pela existência de um elevado
número de entidades, facto que é explicado em parte pela maioria do serviço estar a ser assegurado por serviços municipais mas
62 | 2018 VOL. 1
também pela existência de micro entidades que são compostas por juntas de freguesia. Nos últimos anos tem havido um esforço
no sentido de formalizar a relação contratual entre estas entidades e os respetivos municípios, abrangendo em 2017 um universo
de 41 mil habitantes e sendo responsável pela maioria dos casos em que se verifica mais do que uma entidade gestora a operar
no mesmo concelho.
A Figura 14 apresenta a evolução do setor do abastecimento público de água em baixa desde o ano de 1993.
Como foi referido, as entidades gestoras com modelo de gestão direta dominam o abastecimento de água em baixa. No entanto,
nas duas últimas décadas assiste-se a uma tendência de empresarialização crescente do setor. No início da década de 2000 os
modelos de gestão concessionada e delegada representavam apenas 20 % da população, ao passo que na atualidade representam
quase metade (48 %), mais que duplicando o seu peso no setor.
No cômputo geral, à imagem do que se observou em 2016, no ano de 2017 não se registou qualquer alteração ao número de
entidades que compõem o setor e consequentemente à população respetivamente abrangida
A Figura 15 apresenta a distribuição geográfica das entidades gestoras do serviço de saneamento de águas residuais em alta, por
submodelo de gestão, a 31 de dezembro de 2017.
63 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
* Nos concelhos abrangidos por mais de uma
entidade representa-se o submodelo de gestão que
abrange mais população.
Figura 15. Distribuição geográfica das entidades gestoras de serviços de saneamento de águas residuais urbanas em alta
A maior parte deste serviço continua a ser assegurado por entidades concessionárias, abrangendo cerca de 96 % da população e
90 % do número de municípios abrangidos por entidades gestoras que prestam o serviço de saneamento de águas residuais em
alta.
Relativamente à verticalização do serviço, esta é inferior ao que se regista no abastecimento. De facto, a verticalização do
saneamento, ou seja, a incorporação por parte de uma entidade gestora de todas as fases do processo produtivo do serviço de
saneamento de águas residuais (realizando as operações que vão desde a recolha e drenagem do efluente até ao seu tratamento
e destino final), abrange 150 municípios e aproximadamente 2,7 milhões de habitantes (consultar o ponto 3.3.5).
De referir ainda que os municípios de Guimarães, Santo Tirso, Trofa, Vila Nova de Famalicão e Vizela são igualmente abrangidos
por uma concessão multimunicipal, gerida pela Águas do Norte (Concessão multimunicipal), e uma concessão municipal, gerida
pela TRATAVE. Não obstante a existência de negociações em curso com vista à resolução desta sobreposição de sistemas, no
período de referência a TRATAVE mantinha a responsabilidade formal pelo saneamento de águas residuais em alta nestes
municípios por ainda se manter em vigor, inalterado, o contrato de concessão municipal outorgado em 1998 entre a AMAVE e a
TRATAVE.
64 | 2018 VOL. 1
Na Figura 16 estão representados os indicadores gerais do setor de saneamento de águas residuais em alta, apresentando-se o
número de entidades gestoras envolvidas, os concelhos abrangidos e a sua abrangência em termos territoriais e populacionais 14,
informação que se encontra pormenorizada no Quadro 10.
Figura 16. Indicadores gerais do setor de saneamento de águas residuais urbanas em alta, por submodelo de gestão
Quadro 10. Panorama dos serviços de saneamento de águas residuais urbanas em alta
População Densidade
Entidades Concelhos Área abrangida
Submodelo de gestão abrangida populacional
gestoras abrangidos (km2)
(milhares de hab.) (hab./km2)
Concessões
8 202 47 245 6 957 147
multimunicipais
Parcerias
1 20 15 533 245 16
Estado/municípios
Associações de
1 4 176 93 530
municípios
O submodelo de gestão predominante no serviço de saneamento de águas residuais em alta é o das concessões multimunicipais,
que abrange aproximadamente 7,0 milhões de habitantes e um total de 202 municípios, 90 % e 87 % do universo pertencente ao
serviço de saneamento em alta, respetivamente. O submodelo das parcerias Estado/municípios tem, ainda assim alguma
representatividade em termos da área abrangida, com 24 % do total. Este facto está em linha com o que foi registado no
abastecimento de água em alta relativamente à Águas Públicas do Alentejo. O serviço prestado por esta entidade abrange grande
parte do Alentejo e localiza-se sobretudo em áreas predominantemente rurais.
A Figura 17 mostra a evolução do setor do saneamento de águas residuais urbanas em alta desde o ano de 1993.
14Os dados referentes à população dizem respeito aos habitantes potencialmente abrangidos pelas entidades gestoras que prestam o serviço
de saneamento de águas residuais em alta. Acresce ainda dizer que estes dados correspondem aos valores recolhidos nos Censos 2011, da
responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística, referindo-se apenas a Portugal continental. Nesse sentido, importa sublinhar que
constituem uma aproximação à realidade.
65 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Figura 17. Evolução do setor relativo ao saneamento de águas residuais urbanas em alta
Como se pode observar através da Figura 17, as entidades gestoras com modelo empresarial constituem a praticamente a
totalidade do setor, sendo a gestão concessionada o modelo predominante. Esta tendência começou a evidenciar-se nos anos de
2000 e 2001, quando foram criadas 11 concessões. Atualmente o modelo abrange quase a totalidade da população afeta ao
serviço de saneamento em alta.
Tal como registado no setor do abastecimento público de água em alta, 2017 foi marcado pela cisão de vários sistemas
multimunicipais. A Norte, a Simdouro passou a gerir o saneamento de águas residuais em alta de sete municípios anteriormente
afetos ao sistema da Águas do Norte (Concessão multimunicipal). A Sul, a Águas do Tejo Atlântico e a Simarsul passaram a ser,
respetivamente, responsáveis pelo saneamento em alta de 23 e 8 municípios, que em 2016 estavam sob a responsabilidade da
Águas do Vale do Tejo. Em relação à Águas do Norte (Concessão multimunicipal) e à Águas do Vale do Tejo, estas entidades ficaram
responsáveis pelo saneamento de águas residuais em alta dos 61 e 55 municípios que, respetivamente, continuaram a pertencer
os seus sistemas.
A Figura 18 apresenta a distribuição geográfica das entidades gestoras do serviço de saneamento de águas residuais em baixa, por
submodelo de gestão, a 31 de dezembro de 2017.
66 | 2018 VOL. 1
* Por motivos de simplificação, as áreas cobertas por
cada entidade gestora de serviços municipais e
serviços municipalizados não são evidenciadas neste
mapa.
** Nos concelhos abrangidos por mais de uma
entidade representa-se o submodelo de gestão que
abrange mais população.
Figura 18. Distribuição geográfica das entidades gestoras de serviços de saneamento de águas residuais urbanas em baixa
Apesar de não apresentar o nível de fragmentação verificado no abastecimento de água, o setor das águas residuais em baixa é
também dominado pela existência de um número elevado de entidades gestoras, 257. Estas entidades são na sua maioria de
pequena dimensão, sendo o seu âmbito de atuação o próprio município em que estão inseridas.
À semelhança do que acontece no abastecimento de água, o modelo com maior preponderância na prestação deste serviço é o
da gestão direta, com 75 % dos municípios e cerca de 59 % da população de Portugal continental a ser abrangida por esta categoria
(ligeiramente mais do que se verifica no abastecimento de água). Os modelos de gestão delegada ou concessão são sobretudo
predominantes no litoral ou nos grandes centros urbanos.
67 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Na Figura 19 estão representados os indicadores gerais do setor de saneamento de águas residuais em baixa, apresentando-se o
número de entidades gestoras envolvidas, os concelhos abrangidos e a sua abrangência em termos territoriais e populacionais15,
informação que se encontra pormenorizada no Quadro 11.
Serviços municipais
Figura 19. Indicadores gerais do setor de saneamento de águas residuais urbanas em baixa, por submodelo de gestão
Quadro 11. Panorama dos serviços de saneamento de águas residuais urbanas em baixa
População Densidade
Submodelo de Concelhos Área abrangida
Entidades gestoras abrangida (milhares populacional
gestão abrangidos (km2)
de hab.) (hab./km2)
Concessões
23 23 6 262 1 714 274
municipais
Parcerias
2 18 3 129 642 205
Estado/municípios
Empresas
municipais ou 23 28 8 961 1 796 200
intermunicipais
Os serviços municipais têm a maior representatividade na prestação do saneamento de águas residuais em baixa, abrangendo
cerca de 3,6 milhões de habitantes e 190 municípios. Este tipo de entidades atua por norma em meios com pouca densidade
populacional (57 hab./km2), com caraterísticas rurais, o que vai de encontro ao observado no mapa da Figura 18, onde se pode
verificar que a distribuição dos serviços municipais se encontra sobretudo no interior do País e, consequentemente, em zonas
menos povoadas.
Em relação aos restantes submodelos verifica-se que, apesar de não terem a mesma preponderância que os serviços municipais,
as concessões municipais, as empresas municipais ou intermunicipais e os serviços municipalizados ou intermunicipalizados
abrangem 1,7 milhões de habitantes, 1,8 milhões de habitantes e 2,3 milhões de habitantes, respetivamente.
A Figura 20 representa a evolução do setor do saneamento de águas residuais em baixa desde o ano de 1993.
15Os dados referentes à população dizem respeito aos habitantes potencialmente abrangidos pelas entidades gestoras que prestam o serviço
de saneamento de águas residuais urbanas em baixa. Acresce ainda dizer que estes dados correspondem aos valores recolhidos nos Censos
2011, da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística, referindo-se apenas a Portugal continental. Nesse sentido, importa sublinhar
que constituem uma aproximação à realidade.
68 | 2018 VOL. 1
Figura 20. Evolução do setor relativo ao saneamento de águas residuais urbanas em baixa
A gestão direta é predominante no setor, representando cerca de 59 % da população. Por outro lado, e um pouco à imagem do
que se observa no abastecimento de água, existe uma tendência de empresarialização do setor. No espaço de aproximadamente
dez anos (1999-2009) este tipo de entidades passou de 10 % a quase 40 % da população abrangida pelo serviço, representando
no final de 2017 cerca de 41 % do setor.
No geral, o ano de 2017 foi marcado pela estabilização do setor das águas residuais em baixa. A única exceção registou-se no
município de Portalegre, em que estes serviços transitaram da CM de Portalegre para os SMAT de Portalegre.
A Figura 21 apresenta a distribuição geográfica das entidades gestoras do serviço de gestão de resíduos urbanos em alta, por
submodelo de gestão, a 31 de dezembro de 2017.
69 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Figura 21. Distribuição geográfica das entidades gestoras de serviços de gestão de resíduos urbanos em alta
O serviço é prestado na sua maioria por entidades concessionárias (a verde no mapa da Figura 21). Aproximadamente 6,7 milhões
de habitantes são servidos por este tipo de entidades, totalizando 180 municípios.
De acordo com a Figura 21 pode-se aferir que em apenas nove municípios localizados no Nordeste Transmontano o serviço é
verticalizado, ou seja, a recolha, o tratamento e o destino final dos resíduos são executados pela mesma entidade, a Resíduos do
Nordeste. Para mais pormenores sobre a verticalização dos serviços de águas e resíduos consultar o ponto 3.3.5.
Na Figura 22 são apresentados os indicadores gerais do setor de resíduos urbanos em alta, apresentando-se o número de
entidades gestoras envolvidas, assim como os concelhos e a sua abrangência em termos territoriais e populacionais16, informação
que se encontra pormenorizada no Quadro 12.
16Os dados referentes à população dizem respeito aos habitantes potencialmente abrangidos pelas entidades gestoras que prestam o serviço
de gestão de resíduos urbanos em alta. Estes dados correspondem aos valores recolhidos nos Censos 2011, da responsabilidade do Instituto
Nacional de Estatística, referindo-se apenas a Portugal continental. Nesse sentido, importa sublinhar que constituem uma aproximação à
realidade.
70 | 2018 VOL. 1
Entidades gestoras Concelhos abrangidos Área abrangida População abrangida
Empresas municipais ou
Concessões multimunicipais Associação de municípios
intermunicipais
Figura 22. Indicadores gerais do setor de gestão de resíduos urbanos em alta, por submodelo de gestão
População Densidade
Entidades Concelhos Área abrangida
Submodelo de gestão abrangida populacional
gestoras abrangidos (km2)
(milhares de hab.) (hab./km2)
Concessões
12 180 49 211 6 672 136
multimunicipais
Empresas municipais
8 66 29 969 2 041 68
ou intermunicipais
Associações de
3 23 4 860 1 220 251
municípios
Em termos gerais, uma das principais condicionantes na gestão dos 23 sistemas em alta existentes no território continental
prende-se com a dificuldade em estabelecer uma escala que os viabilize economicamente, fruto das elevadas assimetrias patentes
no País entre o interior e a zona litoral.
Sobre esta questão, os cinco sistemas geridos pelas entidades AMARSUL, LIPOR, SULDOURO, TRATOLIXO e VALORSUL representam
apenas 8 % da área do território com serviço de gestão de resíduos em alta, concentrando no entanto aproximadamente 46 % do
total da população abrangida por este tipo de serviço. Por outras palavras, nos restantes 92 % da área do território continental
dispersam-se os demais 54 % da população servida pelos outros 18 sistemas de gestão de resíduos urbanos.
Para vincar esta situação atenda-se a que os cinco sistemas de gestão de resíduos urbanos do Alentejo, AMBILITAL, Associação de
Municípios do Alentejo Central, GESAMB, RESIALENTEJO e VALNOR, que no seu conjunto representam praticamente 37 % da área
do território de Portugal continental com o serviço, apenas concentram 7 % dos potenciais utilizadores dos 23 sistemas de gestão
de resíduos urbanos.
Na Figura 23 mostra-se a evolução do setor da gestão de resíduos urbanos em alta.
71 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Figura 23. Evolução do setor relativo à gestão de resíduos urbanos em alta
Em 2017, toda a população de Portugal continental era abrangida por entidades gestoras de serviços de gestão de resíduos
urbanos responsáveis pelo tratamento, tendo o setor uma forte componente empresarial, uma vez que as entidades
concessionárias e em gestão delegada abrangem quase 90 % da população do território.
Esta tendência surgiu na segunda metade da década de 90 e concentrou-se sobretudo no período entre 1995 e 2001. Este período
coincidiu com o encerramento de todas as lixeiras em Portugal e a construção de infraestruturas adequadas de gestão de resíduos
urbanos, registando-se a partir daí uma estabilização do setor. Mais recentemente assistiu-se à fusão de algumas entidades do
setor em alta, permitindo no geral um aumento de escala por parte das entidades que realizam estes serviços. Desde 2010 que se
assiste a uma estabilização do setor, não se registando qualquer alteração ao tecido de entidades que realizam o serviço de gestão
de resíduos urbanos em alta.
A Figura 24 apresenta a distribuição geográfica das entidades gestoras responsáveis pelo serviço em baixa, por submodelo de
gestão, a 31 de dezembro de 2017.
72 | 2018 VOL. 1
* Por motivos de simplificação, as áreas cobertas por
cada entidade gestora de serviços municipais e
serviços municipalizados não são evidenciadas neste
mapa.
** Nos concelhos abrangidos por mais de uma
entidade representa-se o submodelo de gestão que
abrange mais população.
Figura 24. Distribuição geográfica das entidades gestoras de serviços de gestão de resíduos urbanos em baixa
Como se pode observar na Figura 24, a gestão direta é o modelo predominante nos serviços de gestão de resíduos urbanos em
baixa. Este modelo abrange quase todo o território de Portugal continental, encontrando-se em 91 % dos municípios, o que
representa cerca de 84 % da população do território. Os serviços de gestão de resíduos em baixa são também bastante
fragmentados. A maioria das 255 entidades gestoras é de pequena dimensão, restringindo-se ao município.
Na Figura 25 são apresentados os indicadores gerais do setor de resíduos urbanos em baixa, apresentando-se o número de
entidades gestoras envolvidas, assim como os concelhos e a sua abrangência em termos territoriais e populacionais 17, informação
que se encontra pormenorizada no Quadro 13.
17Os dados referentes à população dizem respeito aos habitantes potencialmente abrangidos pelas entidades gestoras que prestam o serviço
de gestão de resíduos urbanos em baixa. Acresce ainda dizer que estes dados correspondem aos valores recolhidos nos Censos 2011, da
responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística, referindo-se apenas a Portugal continental. Nesse sentido, importa sublinhar que
constituem uma aproximação à realidade.
73 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Entidades gestoras Concelhos abrangidos Área abrangida População abrangida
Figura 25. Indicadores gerais do setor de gestão de resíduos urbanos em baixa, por submodelo de gestão
População Densidade
Entidades Concelhos Área abrangida
Submodelo de gestão abrangida populacional
gestoras abrangidos (km2)
(milhares de hab.) (hab./km2)
Empresas municipais
18 24 8 400 1 572 187
ou intermunicipais
Associações de
2 20 5 941 348 59
municípios
Serviços
municipalizados ou 7 8 3 419 962 282
intermunicipalizados
A Figura 25 e o Quadro 13 demonstram que o submodelo com maior relevância no setor dos resíduos em baixa é o dos serviços
municipais: 228 municípios, compreendendo aproximadamente 7,2 milhões de habitantes, a grande maioria da população de
Portugal continental. Além dos serviços municipais, as empresas municipais ou intermunicipais também têm algum peso no setor,
abrangendo 24 municípios e uma população de cerca de 1,6 milhões de habitantes.
Na Figura 26 mostra-se a evolução do setor de gestão de resíduos urbanos em baixa.
74 | 2018 VOL. 1
Figura 26. Evolução do setor relativo à gestão de resíduos urbanos em baixa
A empresarialização do setor não acompanha a tendência registada nos serviços das águas, abarcando apenas 16 % da população
de Portugal continental e sendo totalmente composta por entidades gestoras com submodelo de gestão do tipo empresa
municipal ou intermunicipal.
Em 2017 as únicas alterações registadas no setor prendem-se com o aparecimento de uma nova empresa municipal responsável
pela gestão de resíduos urbanos no Porto, a EMAP, e a passagem do sistema gerido pela FCC Environment para a Resíduos do
Nordeste que ficou responsável pela recolha de resíduos urbanos na região da Terra Quente Transmontana, compreendendo os
municípios de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor.
75 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Do ponto de vista do seu impacto, os fluxos das E&RE, dos REEE, das pilhas e acumuladores, dos OAU e dos RCD são os que têm
impactos evidentes na gestão de resíduos urbanos.
O Quadro 14 sintetiza toda a informação sobre os fluxos específicos e respetivas entidades gestoras.
18 Em 2018 surgiu uma nova entidade gestora do fluxo específico dos REEE, a WEEECYCLE — Associação de Produtores de EEE.
19 A partir de 2018, os REEE passaram a classificar-se em 6 categorias.
76 | 2018 VOL. 1
Quadro 14. Panorama das entidades gestoras de fluxos específicos em Portugal (continuação)
Amb3E Coletivo
Ecopilhas Coletivo
Responsabilidade
Resíduos de pilhas e
alargada do ERP Portugal Coletivo Resíduos de pilhas e acumuladores.
acumuladores
produtor
GVB Coletivo
VALORCAR Coletivo
Responsabilidade
Óleos usados alargada do SOGILUB Coletivo Óleos usados.
produtor
Responsabilidade
Pneus usados alargada do VALORPNEU Coletivo Pneus usados.
produtor
Responsabilidade
Veículos em fim de
alargada do VALORCAR Coletivo Veículos em fim de vida.
vida
produtor
Municípios
Coletivo
(<1100 litros/dia)
Responsabilidade
Óleos alimentares
pela gestão do Óleos alimentares usados.
usados Produtores dos
resíduo
resíduos Individual
(≥1100 litros/dia)
- Dono de obra
- Detentor do RCD
no caso de se Individual
Resíduos de Responsabilidade desconhecer o seu
construção e pela gestão do produtor Resíduos de construção e demolição.
demolição resíduo
Municípios no
caso de obras
Coletivo
particulares
isentas de licenças
A integração horizontal pode ser entendida como a integração de vários concelhos num só sistema gerido por uma única entidade,
como forma de aproveitamento e maximização de economias de escala. O aproveitamento de economias de escala, através da
integração horizontal de sistemas, tem como intuito rentabilizar os investimentos no setor, contribuindo para uma maior
eficiência estrutural na prestação dos serviços.
Na Figura 27 apresenta-se a percentagem de concelhos e de população (com base nos últimos Censos 2011) integrados em
sistemas que abrangem mais de um concelho, por serviço e vertente, como forma de avaliar o grau de integração horizontal destes
serviços em Portugal continental. Os resultados aqui observados são facilmente explicados quando analisada a informação
presente nos subcapítulos 3.3.1, 3.3.2 e 3.3.3 deste volume.
Figura 27. Percentagem de concelhos e de população integrados em sistemas abrangendo mais de um concelho
No que se refere ao serviço de abastecimento público de água, vertente em alta, observa-se que praticamente a totalidade dos
municípios e população abrangida por este tipo de serviço encontra-se servida por sistemas que abrangem mais do que um
município. Por outras palavras, 99,5 % dos municípios e 95,8 % da população (217 municípios e 7,0 milhões de habitantes,
respetivamente) abrangida pelo abastecimento público de água em alta é servida por sistemas que compreendem mais do que
um município. Por outro lado, para a vertente em baixa, observam-se valores bastante baixos, correspondendo a 12,6 % dos
municípios e 16,6 % da população abrangida por este tipo de serviço (35 municípios e 1,7 milhões de habitantes, respetivamente),
facto expectável, atendendo à elevada fragmentação que o setor em baixa regista.
Para o serviço de saneamento de águas residuais urbanas, a vertente em alta apresenta percentagens muito significativas de
integração horizontal, sendo que 99,6 % dos municípios e 93,2 % da população (224 municípios e 7,3 milhões de habitantes,
respetivamente) abrangida por este tipo de serviço encontra-se servida por sistemas que compreendem mais do que um
município. No que diz respeito à vertente em baixa, estas percentagens são reduzidas tal como verificado no abastecimento de
água, representando 11,2 % dos concelhos e 16,6 % da população (31 municípios e 1,7 milhões de habitantes) com o serviço.
Como no abastecimento, esta realidade é facilmente justificável pela dimensão das entidades gestoras do serviço em baixa,
predominantemente ao nível municipal.
Quanto ao serviço de gestão de resíduos urbanos, para a vertente em alta, a integração horizontal é total, encontrando-se 100 %
dos municípios e da população (269 municípios e 10,0 milhões de habitantes) com este tipo de serviço integrados em sistemas
que abrangem mais do que um município. Ao contrário da componente do serviço em alta, na vertente em baixa somente 11,2 %
dos concelhos e 8,0 % da população (31 municípios e cerca de 800 mil habitantes) se encontram servidos por sistemas que
abrangem mais do que um concelho.
78 | 2018 VOL. 1
Assim, em termos gerais, verifica-se que os serviços em alta são, na sua maioria, compostos por entidades de maior dimensão,
que abrangem um maior número de municípios, ao passo que os serviços em baixa por norma abrangem apenas um município
ou inclusivamente parte deste. Esta conclusão pode ser facilmente observada pela média de municípios abrangidos por entidade
gestora. Nos serviços em alta, regista-se que, em média, uma entidade abrange 17 municípios, ao passo que nos serviços em baixa,
uma entidade abrange pouco mais que 1 município. Deste modo, ainda subsiste um largo espaço para a rentabilização de
economias de escala em Portugal continental, essencialmente nas vertentes em baixa, no sentido de uma maior redução de custos
e garantia de maior eficiência estrutural e operacional na prestação dos serviços de águas e resíduos.
O nível de integração vertical num serviço traduz a incorporação numa mesma entidade gestora das várias fases da cadeia de
valor da prestação de um serviço, de forma integrada e sequencial, com o objetivo de possibilitar a fruição de economias de
processo.
A Figura 28 representa a percentagem de concelhos de Portugal continental onde as vertentes dos serviços de abastecimento
público de água, de saneamento de águas residuais urbanas ou de gestão de resíduos urbanos se encontram verticalizadas, ou
seja, onde todas as fases da cadeia de valor de cada um dos três serviços são executadas pela mesma entidade gestora na
totalidade do concelho (verticalização total), ou quando tal ocorre apenas em parte do território do concelho (verticalização
parcial), em contraponto com a percentagem de concelhos em que as vertentes dos serviços de águas e resíduos são executadas
por entidades gestoras distintas (serviço sem verticalização).
Figura 28. Percentagem de concelhos de Portugal continental com serviços de águas e resíduos verticalizados
Para o serviço de abastecimento público de água verifica-se que em 43 % dos municípios (120 municípios) de Portugal continental
a captação e o tratamento de água, assim como a sua distribuição ao utilizador final são realizadas pela mesma entidade gestora,
existindo, no entanto, graus distintos de verticalização.
De forma análoga ao serviço de abastecimento público de água, as fases do processo produtivo do serviço de saneamento de
águas residuais urbanas são geridas de forma integrada em 54 % dos municípios de Portugal continental (150 municípios).
No que se refere à integração das fases do processo produtivo do serviço de gestão de resíduos urbanos, verifica-se que, dos 278
municípios de Portugal continental, em apenas 9, a fases do processo produtivo do serviço de gestão de resíduos urbanos são
realizadas na integra pela mesma entidade gestora.
No geral, verifica-se a existência de um número ainda baixo de municípios com serviços verticalizados, o que poderá ser explicado
pela existência de um número elevado de sistemas plurimunicipais em alta, enquanto os serviços em baixa se têm mantido na
esfera municipal, conforme se pode verificar pela análise nos subcapítulos 3.3.1, 3.3.2 e 3.3.3 deste volume.
A Figura 29 apresenta a distribuição geográfica dos concelhos de Portugal continental com serviços de águas e resíduos
verticalizados.
79 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
A B
C
Figura 29. Distribuição geográfica dos concelhos com serviços de águas e resíduos verticalizados: (A) abastecimento público
de água, (B) saneamento de águas residuais urbanas, (C) gestão de resíduos urbanos
A prestação de serviços de atividades distintas, porém relacionadas, por uma mesma entidade, tem frequentemente associados
ganhos de eficiência estrutural comparativamente à prestação dos diferentes serviços por entidades distintas. Estes ganhos de
eficiência designam-se economias de gama.
Na Figura 30, como forma de analisar o nível de integração entre os diferentes serviços prestados no setor das águas, apresenta-se
a percentagem de concelhos de Portugal continental em que os serviços de abastecimento público de água e saneamento de
águas residuais urbanas se encontram integrados numa mesma entidade gestora, ou seja, em que as mesmas vertentes dos
diferentes serviços relacionados são prestadas pela mesma entidade.
80 | 2018 VOL. 1
Figura 30. Percentagem de concelhos de Portugal continental com integração de serviços de águas relacionados
Observa-se um elevado nível de integração de serviços de abastecimento público de água e de saneamento de águas residuais
urbanas em baixa (97 % dos concelhos de Portugal continental, traduzidos em 269 concelhos). De facto, estes constituem serviços
em rede, em que as sinergias ao nível da estrutura necessária para operação e manutenção e, por conseguinte, as economias de
gama, acabam por ser mais evidentes.
Apesar de esta integração ser superior nos serviços em baixa, é possível observar para os serviços de abastecimento público de
água e de saneamento de águas residuais urbanas em alta também um nível significativo de integração, superior a metade dos
concelhos de Portugal continental (56 %, 157 concelhos).
Desenvolvimento empresarial
Conforme já percecionado nos subcapítulos 3.3.1, 3.3.2 e 3.3.3 deste volume, o desenvolvimento empresarial nos serviços de
águas e resíduos em Portugal continental encontra-se ainda numa fase de crescimento e expansão. De facto, com a primeira fase
da criação dos sistemas multimunicipais de águas e resíduos e das concessões municipais, nos últimos anos tem-se verificado uma
evolução crescente da empresarialização dos serviços de águas e resíduos, em especial nas componentes em baixa, através da
criação de concessões municipais e empresas municipais. Na Figura 31 apresenta-se a percentagem da população, por tipo de
serviço de águas e resíduos, em alta e em baixa, abrangida por entidades gestoras com modelo de gestão empresarial.
81 | PRINCIPAIS INTERVENIENTES
Figura 31. Percentagem da população, por tipo de serviço, abrangida por entidades gestoras com modelo de gestão
empresarial
Ao nível dos serviços em alta verifica-se que a percentagem de população abrangida por entidades gestoras com modelo de gestão
empresarial é elevada, sempre superior a 87 %. No que se refere à prestação dos serviços em baixa a população abrangida por
entidades gestoras de modelo empresarial é bastante inferior, sendo apenas 48 %, 41 % e 16 % para os serviços de abastecimento
público de água, saneamento de águas residuais urbanas e gestão de resíduos urbanos, respetivamente. Verifica-se que nos
serviços em baixa o envolvimento empresarial na gestão dos serviços é ainda reduzido, algo justificado pela predominância das
entidades gestoras associadas a um modelo de gestão direta.
Para concretizar a intenção preconizada na estratégia nacional para o setor das águas de dinamização do tecido empresarial do
setor é expectável que no futuro próximo se mantenha um crescimento do número de empresas concessionárias municipais e de
empresas municipais e intermunicipais.
82 | 2018 VOL. 1
4. RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
4.1. NOTA INTRODUTÓRIA
Neste capítulo é apresentada a síntese dos recursos infraestruturais de abastecimento de água, de saneamento de águas residuais
urbanas e de gestão de resíduos urbanos, reportados no âmbito da avaliação da qualidade do serviço prestado aos utilizadores
pelas entidades gestoras sujeitas a regulação.
83 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
A Figura 32, Figura 33 e Figura 34 disponibilizam a informação sobre o desempenho das entidades gestoras de abastecimento
público de água no Índice de conhecimento infraestrutural, no ano de 2017.
Figura 32. Índice de conhecimento infraestrutural no serviço de abastecimento público de água em alta
Figura 33. Índice de conhecimento infraestrutural no serviço de abastecimento público de água em baixa
84 | 2018 VOL. 1
Serviço em alta Serviço em baixa
5 10 3
24 5
29
10 7
8 6
36
53
58
51
Relativamente às entidades gestoras do serviço de abastecimento de água em alta, verifica-se que os valores do ICI variaram entre
124 e 191, apresentando um valor médio de 171 (mais 25 pontos face ao ano de 2016). Estes valores são o reflexo de entidades
com recursos técnicos e financeiros acima da média do panorama nacional para o setor.
No que respeita às entidades gestoras do serviço de abastecimento de água em baixa, verifica-se que os valores do ICI variaram
entre 0 e 197, apresentando um valor médio de 133 (mais 11 pontos face ao ano de 2016). Estes valores são o reflexo do
investimento que tem vindo a ser efetuado no serviço de abastecimento de água nas últimas décadas, incluindo no seu cadastro.
Por fim, em relação às classes do Índice de conhecimento infraestrutural, observa-se que quer no setor em alta, quer no setor em
baixa, as classes cuja pontuação é maior são a "A" e a "B", significando que é sobre a planta das infraestruturas e as condutas e
ramais de ligação que as entidades têm mais informação.
A Figura 35, Figura 36 e Figura 37 disponibilizam a informação sobre o desempenho das entidades gestoras de saneamento de
águas residuais urbanas no Índice de conhecimento infraestrutural, no ano de 2017.
Figura 35. Índice de conhecimento infraestrutural no serviço de saneamento de águas residuais em alta
85 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
Figura 36. Índice de conhecimento infraestrutural no serviço de saneamento de águas residuais em baixa
5 17 1 5
27 7
8 5
7 5
31
52
55
45
Classe Figura
A 37.BPontuação
Classe Classe C média
Classepor
D classe
Classe Edo Índice
Classe Fde conhecimento
Classe GA
Classe infraestrutural
Classe B Classe C no serviço
Classe D de saneamento
Classe E Classe F de águas
Classe G
residuais urbanas
Na vertente em alta do serviço de saneamento de águas residuais urbanas, verifica-se que os valores do ICI variaram entre 90 e
188, apresentando um valor médio de 161 (mais 10 pontos em relação a 2016). Estes valores são o reflexo de entidades gestoras
com recursos técnicos e financeiros acima da média do panorama nacional para o setor.
Relativamente ao serviço em baixa, verifica-se que os valores do ICI variaram entre 0 e 200, apresentando um valor médio de 109
(mais 6 pontos face a 2016). Estes valores são o reflexo do investimento que tem vindo a ser efetuado no serviço de saneamento
de águas residuais nas últimas décadas, incluindo no seu cadastro, embora a um ritmo inferior ao registado no serviço de
abastecimento de água.
Adicionalmente, em relação às classes do Índice de conhecimento infraestrutural, constata-se que tanto em alta, como em baixa,
as classes com a maior pontuação são a "A" e a "B", o que significa que é sobre a planta das infraestruturas e os coletores e ramais
de ligação que as entidades têm mais informação.
86 | 2018 VOL. 1
Índice de gestão patrimonial de infraestruturas
O Índice de gestão patrimonial de infraestruturas é determinado através da soma da pontuação atribuída a um conjunto de
questões com vista à avaliação da gestão patrimonial de infraestruturas na entidade gestora, podendo variar entre 0 e 200.
Para os serviços de abastecimento de água e saneamento de águas residuais, em alta e em baixa, as classes avaliadas são as
seguintes:
Enquadramento de GPI na entidade gestora;
Documentação e comunicação;
Planeamento estratégico;
Planeamento tático;
Planeamento operacional.
Este índice foi implementado pela primeira vez no ano 2016, encontrando-se atualmente em fase de testes.
Na Figura 38 e Figura 39 apresenta-se a informação, para o ano de 2017, sobre o desempenho das entidades gestoras de
abastecimento público de água no Índice de gestão patrimonial de infraestruturas.
Figura 38. Índice de gestão patrimonial de infraestruturas no serviço de abastecimento público de água em alta
87 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
Figura 39. Índice de gestão patrimonial de infraestruturas no serviço de abastecimento público de água em baixa
No que respeita às entidades gestoras do serviço de abastecimento público de água em alta, regista-se que os valores de IGPI
variaram entre 0 e 198, apresentando um valor médio de 143 (mais 47 pontos face a 2016). Na vertente em baixa, verifica-se que
os valores de IGPI variaram entre 0 e 200, apresentando um valor médio de 65 (mais 3 pontos em relação a 2016).
A análise dos resultados deve ter em consideração que se trata de um índice muito recente, ainda em fase de testes. Apesar desta
ressalva, pode-se observar pelos resultados apresentados que, apesar de já haver um conhecimento considerável das
infraestruturas, dado pelo ICI, o investimento na gestão patrimonial das infraestruturas tem ainda margem para melhorar.
Na Figura 40 e Figura 41 apresenta-se a informação, para o ano de 2017, sobre o desempenho das entidades gestoras de
saneamento de águas residuais urbanas no Índice de gestão patrimonial de infraestruturas.
Figura 40. Índice de gestão patrimonial de infraestruturas no serviço de saneamento de águas residuais urbanas em alta
88 | 2018 VOL. 1
Figura 41. Índice de gestão patrimonial de infraestruturas no serviço de saneamento de águas residuais urbanas em baixa
No serviço de saneamento de águas residuais urbanas em alta, observa-se que os valores de IGPI variaram entre 0 e 196,
apresentando um valor médio de 107 (menos 36 pontos em relação a 2016, apresentando uma evolução negativa, que, em linhas
gerais, traduz o facto de as novas entidades gestoras, SIMARSUL e SIMDOURO, terem reportado 0 neste índice). Na vertente em
baixa, os valores de IGPI variaram entre 0 e 200, apresentando um valor médio de 56 (mais 4 pontos relativamente a 2016).
A análise dos resultados deve ter em consideração que se trata de um índice muito recente, ainda em fase de testes. Apesar desta
ressalva, pode-se observar que, apesar de já haver um conhecimento considerável das infraestruturas, dado pelo ICI, o
investimento na gestão patrimonial dessas infraestruturas tem ainda margem para melhorar, à semelhança do serviço de
abastecimento de água.
89 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
Classe A – Medições nas redes;
Classe B – Medições nas estações elevatórias;
Classe C – Medições nas Estações de Tratamento de Águas Residuais;
Classe D – Medições para efeitos de faturação e em outros pontos de entrada de água residual no sistema (para sistemas
em alta)
Na Figura 42 e Figura 43 apresenta-se a informação, para o ano de 2017, sobre o desempenho das entidades gestoras de
abastecimento público de água no índice de medição de caudais.
Figura 42. Índice de medição de caudais no serviço de abastecimento público de água em alta
Figura 43. Índice de medição de caudais no serviço de abastecimento público de água em alta
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No serviço em alta, os valores do IMC variaram entre o valor mínimo de 119 e o valor máximo de 200, registando-se um valor
médio de 164 (mais 7 pontos face a 2016). Na vertente do serviço em baixa, verifica-se que os valores do IMC variaram entre o 0
e 200, apresentando um valor médio de 132 (menos 5 pontos em relação ao ano transato).
Na Figura 44 e Figura 45 apresenta-se a informação, para o ano de 2017, sobre o desempenho das entidades gestoras de
saneamento de águas residuais urbanas no Índice de medição de caudais.
Figura 44. Índice de medição de caudais no serviço de saneamento de águas residuais urbanas em alta
Figura 45. Índice de medição de caudais no serviço de saneamento de águas residuais urbanas em baixa
Na vertente em alta do serviço de saneamento de águas residuais urbanas, regista-se que os valores do IMC variaram entre 31 e
171, apresentando um valor médio de 98 (menos 18 pontos face a 2016). No que se refere ao serviço em baixa, observa-se que
os valores do IMC variaram entre 0 e 182, apresentando um valor médio de 41 (mais 5 pontos em relação a 2016).
91 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
Estes valores tornam evidente a necessidade de investimento por parte das entidades gestoras no âmbito da medição de caudais
dos sistemas de saneamento, fundamental para uma gestão e controlo de afluências indevidas adequados.
A determinação deste dado é feita pela ERSAR, sendo que para tal a entidade gestora fornece a informação relativa à extensão,
material, diâmetro e ano de instalação dos ativos.
Também a vida útil e os custos unitários de referência das infraestruturas são fornecidos pela ERSAR, sendo apresentados no Guia
Técnico intitulado "Custos de construção de infraestruturas associadas ao ciclo urbano da água", atualmente em desenvolvimento,
estando prevista a sua publicação para o início de 2019.
A vida útil remanescente de cada ativo é calculada pela diferença entre a vida útil técnica e a sua idade (ano de referência menos
o ano de instalação).
Já no que diz respeito ao custo de substituição (€), este corresponde ao custo de substituir a rede por outra com as mesmas
caraterísticas:
N
∑ CSi
i=1
em que,
N – número total de ativos (-)
CSi – custo de substituição do ativo i (€)
O custo de substituição é calculado através do equivalente moderno, em que o ativo é valorizado com base no preço que a
entidade gestora teria que pagar para o substituir por um ativo equivalente ou mais moderno.
Uma vez que a 3.ª geração dos indicadores da qualidade do serviço prestado aos utilizadores foi aplicada pela primeira vez aos
dados relativos ao ano de 2016, reportados em 2017, e uma vez que o documento "Custos unitários de referência de
infraestruturas" se encontra atualmente em fase de conclusão, o IVI tem sido avaliado a título experimental e com algumas
alterações. Neste sentido, utilizou-se na presente análise um IVI "aproximado" que consiste numa aproximação da fórmula do
índice mas sem a utilização dos custos de referência, ou seja, apenas com recurso à vida útil remanescente dos ativos e à sua vida
útil técnica, ambos expressos em anos.
O IVI varia entre 0 e 1, conforme apresentado na Figura 46.
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1,0
0,6
Rede estabilizada
0,4
0,0
A Figura 47 disponibiliza a informação sobre o índice "aproximado" de valor da infraestrutura da rede de abastecimento público
de água em alta, para o ano de 2017 (esta análise abrange 99 % da rede).
Figura 47. Extensão de rede de abastecimento público de água em alta por intervalos de IVI "aproximado" (99 % da rede)
Regista-se que cerca de 69 % da rede apresentava um IVI "aproximado" superior ou igual a 0,6, sendo 0,64 o valor médio do IVI,
que, por isso, se encontra na zona de estabilidade. Estes valores refletem uma rede relativamente nova e estabilizada, resultado
do esforço que as entidades gestoras têm realizado na expansão das suas redes, conforme se pode observar pela evolução da
acessibilidade física do serviço (AA01).
Na Figura 48 apresenta-se a informação sobre o índice "aproximado" de valor da infraestrutura da rede de abastecimento público
de água em baixa, para o ano de 2017 (esta análise abrange 79 % da rede).
93 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
Figura 48. Extensão de rede de abastecimento público de água em baixa por intervalos de IVI "aproximado" (79 % da rede)
Em relação ao serviço em baixa, verifica-se que cerca de 35 % da rede apresentava um IVI "aproximado" superior ou igual a 0,6,
sendo o valor médio do IVI de 0,5, portanto na zona de estabilidade. Estes valores refletem uma rede que, em média, está a
metade da sua vida útil, no entanto, é necessário ter em consideração que cerca de 25 % da rede tem um IVI inferior a 0,4, logo,
a carecer em breve de investimentos por parte das entidades gestoras.
Na Figura 49 apresenta-se a informação sobre o índice "aproximado" de valor da infraestrutura da rede de saneamento de águas
residuais urbanas em baixa, para o ano de 2017 (esta análise abrange 100 % da rede).
Figura 49. Extensão de rede de saneamento de águas residuais urbanas em alta por intervalos de IVI "aproximado"
(100 % da rede)
No serviço de saneamento em alta, regista-se que cerca de 85 % da rede apresentava um IVI "aproximado" igual ou superior a 0,6,
sendo o valor médio do IVI de 0,69. Neste sentido, constata-se que, em 2017, a rede apresentava alguma estabilidade, no entanto,
no futuro terão que existir investimentos de manutenção em simultâneo.
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A Figura 50 disponibiliza a informação sobre o índice "aproximado" de valor da infraestrutura da rede de saneamento de águas
residuais urbanas em baixa, para o ano de 2017 (esta análise abrange 80 % da rede).
Figura 50. Extensão de rede de saneamento de águas residuais urbanas em baixa por intervalos de IVI "aproximado"
(80 % da rede)
Relativamente ao serviço de saneamento de águas residuais em baixa, observa-se que cerca de 47 % da rede apresentava um IVI
"aproximado" igual ou superior a 0,6, sendo o valor médio do IVI de 0,58, tratando-se, igualmente, de uma rede que apresenta
alguma estabilidade, mas que no futuro irá obrigar a investimentos de manutenção simultâneos.
20A terminologia anglo-saxónica de asset management tem sido traduzida em Portugal para “gestão patrimonial de infraestruturas” no setor
da água e por “gestão de ativos” na generalidade dos demais setores, nomeadamente no dos resíduos.
95 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
Classe C – Infraestruturas:
Classe C1 – Informações registadas sobre ecocentros e/ou estações de transferência;
Classe C2 – Informações registadas sobre infraestruturas de tratamento de resíduos;
Classe D – Sistemas de medição e monitorização:
Classe D1 – Informações registadas sobre os equipamentos de medição (contentores);
Classe D2 – Informações registadas sobre os equipamentos de medição (viaturas);
Classe E – Estado de conservação:
Classe E1 – Informações registadas sobre o estado de conservação dos contentores;
Classe E2 – Informações registadas sobre o estado de conservação das viaturas;
Classe E3 – Informações registadas sobre o estado de conservação dos ecocentros e estações de transferência;
Classe E4 – Informações registadas sobre o estado de conservação das infraestruturas de tratamento de resíduos.
O cálculo do ICAF resulta da soma ponderada de cada caraterística em análise, sendo atribuído um número predefinido de pontos
a cada classe e subclasse.
A Figura 51 e Figura 52 apresentam a informação, para o ano de 2017, sobre o desempenho das entidades gestoras de gestão de
resíduos urbanos no Índice de conhecimento de ativos físicos.
Figura 51. Índice de conhecimento de ativos físicos no serviço de gestão de resíduos urbanos em alta
96 | 2018 VOL. 1
Figura 52. Índice de conhecimento de ativos físicos no serviço de gestão de resíduos urbanos em baixa
A informação reportada pelas entidades gestoras em alta permite verificar que estas entidades apresentam, em geral, um nível
de conhecimento infraestrutural bastante razoável. No que respeita às entidades gestoras em baixa, verifica-se ainda algumas
lacunas na recolha de informação e no tipo de suporte da informação utilizado, bem como na frequência de atualização da mesma.
97 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
Figura 53. Distribuição do número de captações por submodelo de gestão
As entidades gestoras do serviço de abastecimento de água reportaram, em 2017, um total de 5842 captações de água
subterrânea e de 289 captações de água superficial. Conforme se pode observar através da Figura 53, verifica-se que são os
serviços municipais o submodelo de gestão com o maior número de captações, explorando cerca de 67 % do total das captações
subterrâneas e 43 % do total das captações superficiais.
Na Figura 54 expõem-se a evolução do número de captações para abastecimento público de água existentes em Portugal
continental entre os anos de 2013 e 2017.
Figura 54. Evolução do número de captações para abastecimento público de água em Portugal continental
A evolução do número de captações entre 2013 e 2017 permite observar que no último ano existiu um ligeiro decréscimo do
número de capações de água subterrânea nos sistemas em alta, verificando-se igualmente que o valor de 2017 mantém-se
superior aos restantes valores da série (2013-2015). No que respeita ao serviço em baixa, observa-se também um decréscimo do
número de captações subterrâneas, que, excetuando o ano de 2015, regista uma tendência de decréscimo. Por outro lado, no que
respeita às captações superficiais, verifica-se que, desde 2015, existe uma ligeira tendência de crescimento deste tipo instalações.
A Figura 55 apresenta, por submodelo de gestão, a informação sobre o peso que as captações licenciadas têm no volume total de
água captada em Portugal continental, no ano de 2017.
98 | 2018 VOL. 1
Figura 55. Peso das captações licenciadas no volume total de água captada em Portugal continental, por submodelo de gestão
Como se pode constatar, existe ainda uma percentagem bastante assinalável de água captada em instalações não licenciadas,
com particular destaque para os serviços municipais e serviços municipalizados ou intermunicipalizados, onde se verificam taxas
de água captada em infraestruturas não licenciadas que se aproximam dos 90 %. Em contrapartida, nas delegações estatais,
concessões multimunicipais, concessões municipais e empresas municipais ou intermunicipais regista-se a maior percentagem de
água captada com origem em captações licenciadas, com taxas de volume de água captado superiores a 80 %.
Na Figura 56 apresenta-se a evolução, entre os anos de 2013 a 2017, do peso que a água obtida em captações licenciadas tem no
volume captado pelas entidades gestoras.
Figura 56. Evolução do peso que a água das captações licenciadas tem no volume total captado pelas entidades gestoras
Observa-se que a percentagem de água captada em captações licenciadas é ainda reduzida nos sistemas em baixa, havendo
também margem para melhoria nos sistemas em alta. Em relação à evolução registada nos últimos 5 anos, tem vindo a verificar-se
uma ligeira tendência de melhoria em ambos os sistemas, apesar de ter estabilizado nos últimos 3 anos.
99 | RECURSOS INFRAESTRUTURAIS
Infraestruturas de tratamento de água
Além da construção de redes de abastecimento e reservatórios, que asseguram a cobertura em quantidade, muito tem sido
investido nos sistemas de tratamento de água. Neste campo, registou-se no passado um histórico de problemas na qualidade da
água abastecida, situação que tem vindo a sofrer uma clara evolução positiva e atinge hoje uma excelente posição. As instalações
de tratamento mais do que duplicaram na última década, o que em parte justifica a boa evolução registada para a qualidade da
água abastecida.
A nível tecnológico, as soluções variam consoante se trate de águas subterrâneas ou superficiais. No caso das primeiras têm sido
utilizadas com sucesso soluções simples de arejamento, filtração e desinfeção, ou mesmo apenas desinfeção. No caso das
segundas as exigências de tratamento são maiores, incluindo usualmente pré-oxidação, correção de pH, coagulação/floculação,
decantação, filtração e desinfeção.
Na Figura 57 disponibiliza-se a informação, por submodelo de gestão, sobre o número de estações de tratamento de água e
pequenas instalações de tratamento existentes em Portugal continental, no ano de 2017.
Figura 57. Estações de tratamento de água e pequenas instalações de tratamento existentes em Portugal continental
O setor do abastecimento de água encontra-se infraestruturado com um total de 3560 instalações de tratamento, das quais 267
são estações de tratamento de água e 3293 são instalações que efetuam apenas operações de desinfeção e/ou correção de
agressividade. Em relação à distribuição destas infraestruturas pelos vários submodelos de gestão, constata-se que são os serviços
municipais que detêm a esmagadora maioria das pequenas instalações de tratamento. No que concerne às estações de
tratamento de água, verifica-se que as concessões multimunicipais, os serviços municipais e as parcerias Estado/municípios gerem
a maior parte deste tipo de infraestruturas.
A Figura 58 apresenta a evolução do número de estações de tratamento de água e pequenas instalações de tratamento existentes
em Portugal continental entre os anos de 2013 e 2017.
Com exceção de 2016, verifica-se uma tendência de crescimento do número de estações de tratamento de água dos setores em
alta e em baixa, contrastando de algum modo com a oscilação verificada nos últimos dois anos no que concerne às pequenas
instalações de tratamento.
Regista-se que o setor do abastecimento público de água em Portugal continental dispõe de um total de 111 864 km de condutas,
dos quais 9773 km foram reportados pelas entidades gestoras em alta e 102 091 km pelas entidades gestoras em baixa,
observando-se ainda uma tendência de aumento contínuo do comprimento total de condutas nos últimos cinco anos.
Na Figura 61 e Figura 62 disponibilizam-se, por submodelo de gestão, o número de estações elevatórias existentes em Portugal
continental, em 2017, bem como a respetiva evolução desde 2013.
Em 2017, as entidades gestoras do serviço de abastecimento de água reportaram um total de 2362 estações elevatórias, das quais
568 são geridas por entidades gestoras em alta e 1794 por entidades gestoras em baixa. Em termos globais, verifica-se um
decréscimo progressivo deste tipo de infraestruturas no setor em baixa, contrastando com a evolução registada no setor em alta,
que, nos últimos dois anos, aumentou em 74 unidades este tipo de instalações.
A Figura 63 e Figura 64 expõem os dados relativos aos reservatórios e sua capacidade de armazenamento de água tratada no setor
da alta e da baixa, em Portugal continental, para o ano de 2017.
Figura 63. Número de reservatórios e respetivas capacidades de armazenamento de água tratada no setor em alta, por
submodelo de gestão
Observa-se que a capacidade de reserva de água tratada para consumo humano em Portugal continental se encontra em cerca
de 5,2 milhões de metros cúbicos, estando o País equipado com 8712 reservatórios de água, o que corresponde a um significativo
esforço de investimento na melhoria da fiabilidade dos serviços de abastecimento público de água. Em termos médios, o País
apresenta 1,4 dias de capacidade de reserva de água tratada para consumo humano. Significa isto que, na eventualidade de haver
um problema no sistema de abastecimento a jusante de um reservatório, em geral é possível manter o abastecimento de água às
populações durante 1,4 dias.
Na Figura 65 e Figura 66 são disponibilizadas as evoluções, desde 2013, do número de reservatórios existentes nos setores em
alta e em baixa e respetiva capacidade de armazenamento de água tratada.
Figura 65. Evolução do número de reservatórios e respetivas capacidades de reserva de água tratada no setor em alta
De acordo com as figuras acima expostas, é possível constatar que, para o setor em alta, o número de reservatórios e a capacidade
de reserva aumentaram de um modo generalizado entre 2013 e 2017. Por outro lado, para o mesmo período, observa-se alguma
oscilação de valores no número de reservatórios e capacidade de armazenamento de água tratada por parte das entidades
gestoras em baixa. Em 2017, verifica-se para o setor em baixa uma redução do número de reservatórios, acompanhado de um
aumento da respetiva capacidade de reserva de água.
Verifica-se que o setor de saneamento de águas residuais urbanas dispõe de 63 791 km de coletores, dos quais 5478 km foram
reportados pelas entidades gestoras em alta e 58 314 km pelas entidades gestoras em baixa. Para o período de tempo
compreendido entre 2013 e 2017, regista-se um aumento generalizado do comprimento total de coletores. A única exceção ocorre
no setor em alta, onde no ano de 2017 se registou um decréscimo de 333 km, muito provavelmente resultado da melhoria da
fiabilidade da informação cadastral reportada pelas entidades gestoras.
No que diz respeito às estações elevatórias, as Figura 69 e Figura 70 apresentam a informação, por submodelo de gestão, sobre o
número de estações elevatórias em Portugal continental, no ano de 2017, e respetiva evolução nos últimos cinco anos,
respetivamente.
Conforme o observado nas figuras anteriores, em 2017, as entidades gestoras do serviço de saneamento de águas residuais
urbanas reportaram um total de 5641 estações elevatórias, das quais 1451 são geridas por entidades gestoras em alta e 4322 por
entidades gestoras em baixa. Entre 2013 e 2017, registou-se um aumento generalizado de estações elevatórias, tanto nas
entidades em alta como nas entidades em baixa.
Através da análise à figura anterior, verifica-se que os serviços municipais destacam-se no número de infraestruturas de
tratamento de águas residuais, possuindo cerca de 60 % do total de instalações existentes no setor. Devido à natureza do serviço
prestado pela totalidade das concessões multimunicipais, este submodelo de gestão tem também um número bastante
significativo de instalações de tratamento de águas residuais, mas neste modelo de gestão destacam-se claramente as ETAR, ao
contrário dos serviços municipais.
É também possível observar a percentagem de licenciamento das instalações de tratamento, evidenciando-se neste caso as
associações de municípios, as concessões multimunicipais e as empresas municipais ou intermunicipais, que cujas infraestruturas
estão licenciadas em 100 %, 83 % e 67 %, respetivamente. Por outro lado, no campo oposto, verifica-se que os serviços municipais,
os serviços municipalizados ou intermunicipalizados e as parcerias Estado/municípios operam infraestruturas que na sua
esmagadora maioria não estão licenciadas, tendo apenas 23 %, 26 % e 36 % das suas instalações licenciadas, respetivamente, que
constitui um indicador negativo e que deve ser corrigido.
Na Figura 72 apresenta-se a evolução, nos últimos cinco anos, do número de instalações de tratamento e respetivo peso das
infraestruturas licenciadas para tratamento de águas residuais urbanas em Portugal continental.
Regista-se que, entre 2013 e 2017, o número de instalações de tratamento de águas residuais urbanas aumentou, bem como a
proporção de instalações com licença de descarga válida. Assim, face a 2013, existem mais 93 instalações, tendo o nível de
licenciamento aumentado de 34 % para 39 %, em 2017.
Nas Figura 73 e Figura 74 pode observar-se a evolução do número de instalações de tratamento, bem como da água residual
recolhida entre 2013 e 2017, em alta e em baixa, respetivamente. A partir de 2014 é também possível visualizar a água residual
tratada em estações de tratamento, que passou a ser reportada pelas entidades gestoras a partir desse ano.
Figura 73. Evolução do número de instalações de tratamento, do volume de água residual recolhida e do volume de água
residual tratada em estações de tratamento do setor em alta
Entre 2013 e 2017, verificou-se um aumento generalizado das instalações de tratamento de águas residuais urbanas, espelhando
a continuação do investimento no setor e permitindo uma diminuição do volume de água residual que é descarregada no meio
hídrico sem qualquer tipo de tratamento.
Adicionalmente, no que diz respeito aos valores apresentados nos sistemas em baixa, deve ser tido em conta que as águas
residuais recolhidas são em grande parte tratadas por sistemas em alta. Não obstante, os valores apresentados refletem também
a existência de infiltrações, exfiltrações e afluências indevidas em ambos os sistemas.
Por último, verifica-se que a necessidade de implementação de sistemas de reutilização de águas residuais tratadas assume cada
vez maior importância. Em Portugal continental ainda são poucos os sistemas onde é efetuada a reutilização. Todavia, a crescente
pressão sobre as massas de água e a ocorrência de períodos de seca prolongada vêm reforçar a necessidade de procurar
alternativas ambientalmente mais adequadas e financeiramente mais atrativas. Em 2017, apenas 30 entidades gestoras, das quais
21 em baixa e 9 em alta, reutilizaram água, correspondendo a 8,5 milhões de metros cúbicos, ou seja, a cerca de 1,4 % da água
residual tratada em estações de tratamento.
A Figura 75 disponibiliza a informação relativa a 2017 sobre o destino dado à água residual tratada que depois é reutilizada, dadas
pelo dados "Água residual tratada exportada" (dAR55) e "Água residual tratada utilizada para uso próprio" (dAR56) do sistema de
avaliação da qualidade do serviço.
Observa-se assim, que, em 2017, a maior parte da água residual tratada foi utilizada pelas entidades gestoras para uso próprio e
que apenas 14 % foi fornecida a outras entidades para serem reutilizadas.
Como resultado da construção de novas estações de tratamento de águas residuais e tratamento de volumes cada vez maiores,
verifica-se a produção de quantidades progressivamente maiores de lamas, que necessitam de ser encaminhadas para destino
final adequado. As opções disponíveis são preferencialmente a agricultura, com vantagens na melhoria das propriedades físicas e
químicas do solo, ou, em alternativa, o aterro, opção que implica custos elevados de deposição e contribui para o esgotamento
da capacidade dessas infraestruturas. O problema do destino final das lamas foi agravado devido às restrições ao seu uso na
agricultura e, por outro lado, ao excesso de matéria orgânica que necessita de ser encaminhada para destino adequado, fruto do
aumento do número de estações de tratamento de águas residuais em Portugal continental.
De facto o Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de Outubro, veio alterar procedimentos e criar novos condicionamentos,
nomeadamente ao nível de necessidade de tratamento (higienização) e armazenamento de lamas, assim como a necessidade de
um Plano de Gestão de Lamas. Este plano identifica, entre outros aspetos, as explorações onde se prevê realizar as aplicações das
lamas bem como o seu planeamento anual. A fiscalização do cumprimento dos referidos documentos fica a cargo de um técnico
responsável acreditado, obviando, desta forma, a multiplicidade de licenciamentos por proveniência e destino. Além da vantagem
referida, este modelo de licenciamento permite assegurar e prevenir antecipadamente situações de deposição incompatíveis com
os objetivos de salvaguarda do ambiente e saúde pública.
Na Figura 76 apresenta-se a situação relativa ao encaminhamento adequado de lamas de tratamento de águas residuais urbanas,
em 2017. Ressalva-se que se trata de informação que foi reportada à ERSAR pelas entidades gestoras, isto é, não corresponde aos
destinos finais efetivamente dados às lamas.
Verifica-se que, de acordo com a informação reportada pelas entidades gestoras no âmbito do ciclo anual da avaliação da
qualidade do serviço, a maioria evidencia preocupação com o encaminhamento adequado das lamas produzidas nas respetivas
instalações de tratamento, havendo no entanto oportunidade de melhoria no caso dos serviços municipais.
21Refira-se que um ecoponto é a unidade de contentores de proximidade que agrega os contentores de deposição seletiva do vidro,
papel/cartão e embalagens colocada na via pública ou outro espaço público. O contentores integrados em circuitos porta-a-porta não estão
abrangidos nesta definição de ecoponto.
Conforme se pode verificar, o número de ecopontos tem vindo a aumentar progressivamente ao longo dos anos, nas duas
tipologias de sistema, que reflete um investimento das entidades gestoras para aumentar as quantidades de embalagens
recolhidas seletivamente. Regista-se igualmente que as entidades gestoras dos sistemas em alta gerem um número claramente
maior de ecopontos face às entidades dos sistemas em baixa, o que se justifica pelo facto de abrangerem 66 % da população
servida.
Na Figura 78 apresenta-se o panorama, organizado por submodelo de gestão, de ecocentros e estações de transferência existentes
no setor de gestão de resíduos urbanos em alta, no ano de 2017.
O número global de ecocentros e estações de transferência, cuja gestão está atribuída sobretudo às entidades gestoras em alta,
não sofreu, praticamente, alterações nos últimos cinco anos, somando um total de 195 e 88 unidades em 2017, respetivamente.
Tendo em consideração o submodelo de gestão das entidades gestoras, observa-se que as concessões multimunicipais são o tipo
de entidade que gere o maior número destas infraestruturas, o que se encontra em linha com o número de entidades gestoras
existentes neste setor, que representam 52 % do total de entidades que realizam a gestão de resíduos urbanos em alta.
Figura 79. Número de ecopontos e população servida pelas entidade gestoras, por submodelo de gestão
Figura 80. Número de ecopontos e população servida pelas entidade gestoras, por tipologia de área de intervenção
No primeiro caso, verifica-se que as concessões multimunicipais são o submodelo de gestão que apresenta o maior número de
equipamentos de deposição seletiva, como seria expectável face à maior quantidade de população por si servida (54 %). No que
se refere à análise por tipologia de área de intervenção, o maior número de ecopontos encontra-se nas áreas predominantemente
urbanas (17 944), seguido muito de próximo pelo número de ecopontos existentes nas áreas mediamente urbanas (17 632). Este
facto pode ser explicado por alguns municípios com área predominantemente urbana, como Lisboa e Maia, efetuarem
maioritariamente recolha seletiva porta a porta.
114 | 2018 VOL. 1
Na Figura 81 realiza-se a comparação entre a quantidade de resíduos urbanos recolhidos seletiva e indiferenciadamente, nos
sistemas em alta e em baixa, em 2017.
Regista-se que a quantidade de resíduos urbanos resultantes da recolha seletiva multimaterial corresponde a cerca de 9,5 % da
quantidade total de resíduos urbanos recolhidos (recolha indiferenciada e seletiva), um valor que está longe dos objetivos
definidos no PERSU 2020. No que se refere à comparação entre a recolha seletiva efetuada pelas entidades gestoras em alta e a
que é efetuada pelas entidades gestoras em baixa com igual responsabilidade nessa atividade, constata-se que as entidades
gestoras em alta recolhem a maioria deste tipo de resíduos, o que se justifica pela maior quantidade de ecopontos geridos e pela
maior abrangência ao nível dos alojamentos e população servidos.
Na Figura 82 expõem-se os quantitativos médios de resíduos recolhidos seletivamente, em 2017, por ecoponto e nas várias
tipologias de área de intervenção.
Figura 82. Média anual de resíduos recolhidos seletivamente por ecoponto e por tipologia de área de intervenção
No que respeita à quantidade média anual de resíduos de embalagem e de papel/cartão não embalagem (recolha seletiva
multimaterial) recolhida por ecoponto, verifica-se que a mesma é proporcional à tipologia de área de intervenção, sendo os
Figura 83. Média anual de resíduos urbanos recolhidos indiferenciadamente, por capacidade instalada de contentores de
deposição indiferenciada e por tipologia de área de intervenção
Verifica-se que existe uma relação direta entre a tipologia de área de intervenção e o rácio dos resíduos urbanos recolhidos
indiferenciadamente pela capacidade instalada de contentores de deposição indiferenciada. As entidades gestoras cujos
territórios de intervenção se classificam como áreas predominantemente urbanas, embora tenham uma capacidade instalada de
contentores inferior relativamente às restantes tipologias, são as que recolhem a maior quantidade de resíduos urbanos. No caso
das entidades gestoras das áreas predominantemente rurais, a maior capacidade instalada de contentores retrata um número
superior de equipamentos devido à maior dispersão do território, não obstante de a quantidade de resíduos recolhidos ser menor,
o que, possivelmente, implica ajustamentos na gestão do serviço de resíduos urbanos, nomeadamente ao nível da frequência de
recolha.
Observa-se que a quantidade de viaturas afetas à recolha de resíduos urbanos é relativamente semelhante nas várias tipologias
de área de intervenção, registando-se uma ligeira redução à medida que a área é cada vez menos densamente povoada.
Verifica-se igualmente que existe uma relação direta entre a quantidade de resíduos recolhidos por viatura e a tipologia de área
de intervenção, sendo a variação mais acentuada nas áreas predominantemente rurais, em que o seu valor é menor. Embora as
áreas predominantemente rurais correspondem a 63 % das entidades gestoras em baixa, estas apenas abrangem 20 % da
população de Portugal continental.
A Figura 85 sintetiza a informação sobre a renovação do parque de viaturas afeto à recolha de resíduos urbanos seletivos e
indiferenciados em 2017, por tipologia de área de intervenção.
Numa primeira abordagem, verifica-se que existe uma grande discrepância no número de viaturas afetos a sistemas em alta e
baixa, algo que tem que ver com a própria natureza do serviço. As entidades gestoras em alta apenas têm a cargo o serviço de
recolha seletiva, ao passo que as entidades gestoras em baixa, para além de serem responsáveis pelo serviço de recolha
indiferenciada, acumulam em 27 entidades a atividade de recolha seletiva, pelo que é a baixa que gere a larga maioria do parque
nacional de viaturas de recolha de resíduos urbanos.
Figura 86. Emissão de gases com efeito de estufa das recolhas seletiva e indiferenciada
Constata-se que a emissão de gases com efeito de estufa da recolha seletiva corresponde a cerca de 23 % da quantidade total
emitida com a realização da recolha de resíduos urbanos e que na atividade de recolha seletiva há uma maior emissão de
quilogramas de dióxido de carbono por tonelada de resíduos urbanos recolhidos face à recolha indiferenciada. Esta variação
prende-se, naturalmente, com a diferença de peso específico dos materiais recicláveis recolhidos seletivamente face à dos
resíduos urbanos indiferenciados e o maior distanciamento entre equipamentos de recolha seletiva.
A Figura 87 apresenta a relação entre a emissão de gases com efeito de estufa e os resíduos recolhidos seletivamente, em 2017,
pelos sistemas em alta e em baixa.
Figura 88. Principais unidades de triagem e tratamento de resíduos urbanos em Portugal continental
Nos últimos anos, verifica-se uma tendência para a estabilização das unidades de destino final, fruto de uma maior aposta no
desvio de resíduos do aterro, o que tem contribuído para o prolongamento da vida útil destas infraestruturas. Com efeito,
perspetiva-se que nos próximos anos continue a verificar-se um aumento da entrada em exploração de unidades de valorização
orgânica, estando neste momento já em exploração 23 unidades, das quais 5 são unidades de tratamento biológico simples
(VALORSUL, LIPOR e três unidades de compostagem de resíduos verdes da ALGAR). Assim, através do aumento da reciclagem
multimaterial, da entrada em exploração de novas unidades de tratamento mecânico e de valorização orgânica e da plena
utilização da capacidade de tratamento disponível, perspetiva-se uma tendência para a redução do quantitativo de resíduos
enviado para aterro.
A incineração dedicada de resíduos urbanos é recomendada para a fração que não pode ser reutilizada ou reciclada, tendo como
vantagem o aproveitamento do potencial energético dos resíduos urbanos. Em Portugal continental existem duas centrais de
incineração em funcionamento, as centrais de tratamento de resíduos urbanos da VALORSUL e da LIPOR. A primeira entrou em
exploração em 15 de dezembro de 1999, com uma capacidade nominal de processamento de 662 mil t/ano, produzindo energia
elétrica com uma potência máxima de cerca de 50 MW. A central da LIPOR teve início de atividade em janeiro de 2000, com uma
capacidade de tratamento de cerca de 380 mil t/ano, alimentando um gerador elétrico com uma potência aproximada de 26 MW.
Este tipo de tratamento permite assim a obtenção de energia elétrica, que é escoada através da rede elétrica nacional, bem como
de escórias de materiais ferrosos e não ferrosos para reciclagem, além de propiciar reduções significativas no volume dos resíduos
finais a depositar em aterro, com a inerente economia de espaço nestas infraestruturas de deposição.
A Figura 89 apresenta a distribuição do destino dado aos resíduos urbanos em Portugal continental. De referir que os valores
apresentados baseiam-se nos dados validados no âmbito do ciclo anual da Qualidade do serviço de 2017, nos quais são
considerados para efeitos da categoria "Reciclagem material" o dado "Volume de atividade para reciclagem" (dRU38a), para a
"Valorização orgânica" o dado "Resíduos enviados para incineração" (dRU43a), para a "Incineração" o dado "Resíduos enviados
para incineração" (dRU43a) e para a categoria "Aterro" o dado "Resíduos urbanos depositados em aterro" (dRU48a). Os valores
totais apurados tiveram ainda em consideração a partilha de infraestruturas entre as várias entidades gestoras em alta.
Tendo em consideração a eficiência das diferentes unidades de tratamento de resíduos urbanos já em funcionamento, em 2017,
mais de metade dos resíduos urbanos tratados em Portugal continental tiveram ainda como destino final o aterro, sendo que a
percentagem de resíduos urbanos enviados diretamente para aterro, sem tratamento, foi significativamente inferior (31 %).
Refira-se ainda que, embora cerca de 39 % do quantitativo de resíduos urbanos recolhidos em Portugal continental tenha dado
entrada em unidades de tratamento mecânico, mecânico e biológico e valorização orgânica, apenas 17 % foram encaminhados
para tratamento biológico (TB). Esta situação reflete-se também no quantitativo de resíduos depositados em aterro atrás referido.
A Figura 90 apresenta o destino dado aos resíduos urbanos nos vários sistemas em alta de Portugal continental, em 2017.
Figura 90. Destino dos resíduos urbanos nos vários sistemas em alta de Portugal continental
Embora o aterro seja ainda o destino preferencial dado aos resíduos urbanos, observa-se que em mais de dois terços das entidades
gestoras em alta já se utilizam opções de valorização na gestão de resíduos urbanos em detrimento da eliminação em aterro.
Salienta-se que os quantitativos por sistema constantes da figura anterior já refletem o encaminhamento de resíduos para
processamento em infraestruturas de outros sistemas, nomeadamente dos resíduos da TRATOLIXO, RESINORTE E AMBISOUSA
para incineração na VALORSUL e LIPOR e dos resíduos da ECOLEZÍRIA, RESIALENTEJO e Associação de Municípios do Alentejo
Central para tratamento mecânico e/ou biológico na RESITEJO e GESAMB, entre outros.
Figura 91. Origem dos resíduos depositados em aterros geridos por entidades gestoras de resíduos urbanos
Verifica-se que mais de metade dos resíduos depositados são provenientes de entregas diretas dos municípios. Por outro lado,
cerca de 43 % dos resíduos que dão entrada em aterro são refugos e rejeitados provenientes das unidades de triagem, tratamento
mecânico e tratamento biológico.
16,2
15,6
15
13,9
12,7 12,4
10,8 11,1
10
9,4 9,2
8,9
7,6
5,8
5
2,3 2,7
1,9 1,8 1,6
1,5
0,4 0,9
0 0,2
-0,9 -1,1
-1,8
-3,0
-4,0
-5 -5,1
-7,6
-10
-12,5
-15
-16,6
-20
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
O investimento acelerou de forma muito expressiva em 2017. A recuperação do investimento em construção surge após um longo
período de ajustamento estrutural do setor, que se acentuou durante a crise. A construção beneficiou de condições favoráveis de
acesso a financiamento, do aumento da procura por parte de não residentes e do forte crescimento do turismo e das atividades
imobiliárias relacionadas. No mercado de trabalho, a população ativa cresceu após seis anos consecutivos de queda. O emprego
aumentou 3,3 %, o crescimento anual mais elevado desde o início da área do euro. A taxa de desemprego reduziu-se de 11,1 %
para 8,9 %, um valor que é ligeiramente inferior ao da média da área do euro. A destruição de emprego, medida pelo número de
indivíduos que transitam do emprego para o desemprego ou para a inatividade em percentagem da população ativa, continuou a
reduzir-se acentuadamente, mas observa-se também uma tendência decrescente, menos acentuada, na criação de emprego. A
ligeira aceleração das remunerações face ao ano anterior reflete alguma pressão no mercado de trabalho, em particular
decorrente da diminuição significativa do desemprego. 23
13,1
10
7,3
6,3 6,5 6,5
6,0
5,7
5 5,2 5,1
4,0 4,1
3,9 4,1
3,6 3,7
2,8 2,8 3,0 2,8
2,7 2,5
2,2
1,8
1,4 1,4
0,4 0,5 0,6
0 -0,2
-0,9
-5
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
IHPC - Índice global (Taxa de variação anual) (%) Taxa de Rendibilidade das Obrigações do Tesouro a 10 anos
Taxa de juro de novas operações (Sociedades Não Financeiras)
Em 2017, a taxa de inflação em Portugal, medida pela variação do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), situou-se
nos 1,4 %, representando um acréscimo de 0,8 pontos percentuais. face ao valor observado em 2016. No que respeita às empresas
não financeiras, as taxas de juro de novas operações continuaram a registar em 2017 uma ligeira descida face ao valor de 2016,
em sintonia com o comportamento das taxas Euribor. A taxa de rendibilidade das Obrigações do Tesouro a 10 anos, principal
indexante da taxa de remuneração dos acionistas das concessionárias multimunicipais, atinge em 2017 o valor de 1,83 %,
invertendo a trajetória de aumento verificada em 2016.
Caraterização geral
Para efeitos de caraterização económica e financeira das entidades gestoras que prestam serviços de águas e resíduos, a forma
de obtenção de informação relevante para esse efeito difere consoante se trate de entidades gestoras com natureza empresarial
(que aplicam o Sistema de Normalização Contabilística) ou de entidades gestoras com natureza não empresarial ou de gestão
direta (que aplicam o Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais), sendo que ambas podem exercer atividades só em
alta, só em baixa ou ao longo de toda a cadeia de valor da prestação dos serviços.
A informação apresentada neste capítulo abrange um universo de 374 entidades gestoras, sendo 93 de natureza empresarial e
281 de natureza não empresarial ou gestão direta.
Nas entidades gestoras de natureza empresarial, a informação apresenta-se dividida entre entidades de sistemas de titularidade
estatal (concessionárias multimunicipais e empresa estatal) e entidades gestoras de sistemas de titularidade municipal
(concessionárias municipais/ intermunicipais, empresa municipal ou intermunicipal e parceria Estado/ municípios).
Apresentam-se de seguida os valores globais verificados em 2017, em rúbricas consideradas fundamentais, para o universo das
entidades gestoras e cujos dados foram validados (não foram validados dados do reporte de contas de 36 entidades gestoras de
sistemas municipais, nomeadamente 2 de natureza empresarial e 34 de natureza não empresarial).
Capital social
No final de 2017, existiam no setor de águas e resíduos em Portugal continental um conjunto de 93 entidades gestoras de natureza
empresarial, detentoras de capital social, das quais 32 prestam serviços em alta, 3 prestam serviços em alta e baixa e 58 prestam
serviços em baixa.
O conjunto de entidades gestoras de natureza empresarial que presta serviços de águas a outras entidades gestoras (atividades
em alta25) é constituído por 15 empresas, sendo: 10 são do setor empresarial do Estado (9 concessionárias de sistemas
multimunicipais de águas e 1 empresa estatal, a EPAL, cujo capital é detido maioritariamente pela AdP – Águas de Portugal [SGPS]),
2 são concessionárias de sistemas municipais (detidas maioritariamente pelos grupos privados AGS – Administração e Gestão de
Sistemas de Salubridade, SA e Aquapor), 1 é concessionária de sistema intermunicipal também pertencente ao grupo Aquapor, 1
é empresa municipal delegatária e, finalmente, 1 é empresa constituída em parceria entre o grupo Águas de Portugal, que detém
a maioria do capital, e os municípios abrangidos pelo respetivo sistema, que detêm a parte remanescente do capital social,
configurando esta parceria o modelo de gestão delegada.
O conjunto de entidades gestoras de natureza empresarial que presta serviços de resíduos a outras entidades gestoras (atividades
em alta) é constituído por 20 empresas, sendo que: 12 representam concessões multimunicipais, das quais 11 são concessões
multimunicipais controladas pela EGF – Empresa Geral do Fomento, SA (adquirida em 2015 pelo Grupo Mota-Engil e Urbaser ao
Estado Português) em mais de 50 % do capital social de cada entidade, sendo o restante capital detido pelos municípios abrangidos
pelos respetivos sistemas e apenas 1 concessão multimunicipal, a BRAVAL, é integralmente detida pelos municípios da sua área
de intervenção, maioritariamente pela Câmara Municipal de Braga, através da empresa pública municipal AGERE – Empresa de
Águas, Efluentes e Resíduos de Braga, EM, e 8 são empresas intermunicipais, a operar em modelo de gestão delegada.
O conjunto de entidades gestoras que prestam serviços a utilizadores finais (atividades em baixa) é constituído por 61 empresas,
das quais 29 são concessões municipais atribuídas a empresas privadas, 28 são delegações em empresas municipais e
intermunicipais, 1 é concessionária de sistema multimunicipal, 2 foram constituídas como parceria entre o Estado através do
grupo Águas de Portugal, que detém a maioria do capital social, e vários municípios servidos pelo sistema, e 1 outra é empresa
estatal.
Entre as entidades privadas que operam neste setor em Portugal, destacam-se os seguintes grupos económicos: o Grupo
Mota-Engil e Urbaser (através da EGF – Environmental Global Facilities), o Grupo Somague Ambiente (através da AGS e da
HIDURBE), o Grupo Aquapor, o Grupo Indaqua (com participação no capital social de 6 concessões municipais e uma parceria
público-privada), o Grupo FCC / Aqualia, que detém o controlo acionista em 6 entidades gestoras, das quais 3 com 100 % do capital
e o Grupo BEWG / Be Water,SA.
25No abastecimento de água, sistemas em alta são os que integram as componentes de captação, tratamento e adução e, por vezes, os
depósitos de entrega.
2 000
Milhões de euros
1 208
1 000
587 539
82
0
1
EG de sistemas de titularidade estatal (águas)
EG de sistemas de titularidade estatal (resíduos)
EG de sistemas de titularidade municipal (águas e resíduos, empresas)
Total
Figura 94. Capital social das entidades gestoras de natureza empresarial que prestam serviços de águas e resíduos
Investimento acumulado
Em 2017, o investimento acumulado efetuado no setor de águas e resíduos em Portugal continental atingiu 15,6 mil milhões de
euros.
20 000
Milhões de euros
15 642
15 000
10 000
7 956
7 177
6 071
5 000 4 328
3 787 3 358
2 882 2 394
1 8881 502 1 8121 378
1 287
629 478
0
AA AR RU Total
EG de sistemas de titularidade estatal
EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta)
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
Total
Figura 95. Investimento acumulado das entidades gestoras que prestam serviços de águas e resíduos, por tipo de serviço e
total
2 000
Euros/ Alojamento
1 236
1 000 891
777 751
696 658 660
579 586 556
498
401
337
227 220
127
0
AA AR RU Total
EG de sistemas de titularidade estatal
EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta)
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
Total
Figura 96. Investimento acumulado por alojamento existente das entidades gestoras que prestam serviços de águas e
resíduos
No serviço de abastecimento de água, o investimento por alojamento atinge em média 891 euros, sendo mais elevado nas
entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal e mais baixo nas entidades gestoras de titularidade municipal (empresas).
No serviço de saneamento de águas residuais, o investimento por alojamento atinge em média 660 euros, sendo mais elevado
nas entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal e mais baixo nas entidades gestoras de titularidade municipal (gestão
direta).
No serviço de gestão de resíduos urbanos, o investimento por alojamento atinge em média 220 euros, sendo mais elevado nas
entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal e mais baixo nas entidades gestoras de titularidade municipal (gestão
direta).
26
O investimento por alojamento existente é dado pela divisão entre o investimento acumulado e o número de alojamentos existentes na
área de intervenção das entidades gestoras, para cada um dos serviços.
129 | ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA
Nível de atividade
Em 2017, o nível de atividade global (volumes faturados) do conjunto de entidades gestoras que prestam o serviço de
abastecimento de água em Portugal continental atingiu 1206 milhões de metros cúbicos de água, o nível de atividade do conjunto
das entidades gestoras que prestam o serviço de saneamento de águas residuais atingiu 924 milhões de metros cúbicos de água,
e por último, o nível de atividade do conjunto de entidades gestoras que prestam serviços de resíduos atingiu 9,3 milhões de
toneladas de resíduos urbanos.
1 400 10 9,3
1 206
Milhões de toneladas
Milhões de m3
1 200
8
1 000 924
6
800
660
4,1
600 4 3,4
418
400 286 298 1,8
260 2
209
200
0
0
RU
AA AR
EG de sistemas de titularidade estatal
EG de sistemas de titularidade estatal
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta) EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta)
Total Total
Figura 97. Nível de atividade das entidades gestoras que prestam serviços de águas e resíduos
Do volume total de atividade das entidades gestoras que prestam serviços de águas, 1078 milhões de metros cúbicos (51 %)
provêm de entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal, enquanto que 1052 milhões de metros cúbicos (49 %) provêm
de entidades gestoras de sistemas de titularidade municipal.
Da quantidade total da atividade das entidades gestoras que prestam serviços de resíduos, 3,4 milhões de toneladas (37 %)
provêm de entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal e 5,9 milhões de toneladas (63 %) provêm de entidades gestoras
de sistemas de titularidade municipal.
Nível de emprego
Em 2017, o conjunto de entidades gestoras que prestam serviços de águas e resíduos em Portugal continental empregaram um
total de 29,7 milhares de trabalhadores, sendo 23,6 mil empregos diretos e 6,1 mil empregos indiretos. O serviço de
abastecimento de água representa 9,5 mil empregos, o serviço de saneamento de águas residuais representa 6,7 mil empregos e
o serviço de resíduos urbanos representa 13,5 mil empregos.
29,7
Milhares de trabalhadores
30
23,6
20
13,5
9,5 9,7
10 8,4
6,7 6,1
5,4
3,7
1,1 1,2
0
Direto
Direto
Direto
Direto
Outsourcing
Outsourcing
Outsourcing
Outsourcing
Total
Total
Total
Total
AA AR RU TOTAL
Figura 98. Nível de emprego das entidades gestoras que prestam serviços de águas e resíduos
Do total de empregos no setor de águas e resíduos, 3,2 milhares de trabalhadores (11 %) estão ao serviço de entidades gestoras
de sistemas de titularidade estatal que prestam serviços de águas, 2,5 milhares de trabalhadores (8 %) estão ao serviço de
entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal que prestam serviços de resíduos urbanos e 24,0 milhares de trabalhadores
(81 %) estão ao serviço de entidades gestoras de sistemas de titularidade municipal que prestam serviços de águas e resíduos.
Refira-se ainda que, do total de empregos da responsabilidade de entidades gestoras de sistemas de titularidade municipal,
7,6 milhares de trabalhadores (32 %) estão ao serviço de entidades de natureza empresarial e 16,3 milhares de trabalhadores
(68 %) estão no conjunto de entidades que operam em gestão direta.
Tarifas
Nos serviços de águas, a média ponderada das tarifas aplicadas em 2017 nos sistemas em alta 27 foi de 0,4920 €/m3 para a atividade
de abastecimento de água e de 0,5094 €/m3 para a atividade de saneamento de águas residuais, representando variações
de -0,4 % e de 1,3 %, respetivamente, face às médias verificadas no exercício anterior.
27 Até 2008, os valores apresentados apenas refletem as tarifas praticadas nas entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal.
Euros/ m3
1,0
0,8
0,5746
0,6 0,4528 0,5034 0,5215 0,5419
0,4812 0,5059 0,5110 0,5028 0,5094
0,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Figura 99. Evolução das tarifas aprovadas nas entidades gestoras que prestam serviços de águas em alta
Conforme se observa, existe um crescimento em termos nominais das tarifas aplicadas pelas entidades gestoras dos sistemas em
alta no serviço de abastecimento de água até 2014 e no serviço de saneamento de águas residuais até 2013, refletindo, em alguns
casos, a maturidade das entidades gestoras deste setor em termos de consolidação de investimentos. As reduções tarifárias
verificadas em 2015 ficam sobretudo a dever-se aos efeitos das agregações de várias entidades gestoras na Águas do Norte, na
Águas de Lisboa e Vale do Tejo e na Águas do Centro Litoral.
Em 2017, verifica-se que houve um ligeiro crescimento na tarifa média do serviço de saneamento de águas residuais e uma ligeira
redução na tarifa média do serviço de abastecimento de água, em termos nominais. De notar que as tarifas das entidades gestoras
de sistemas de titularidade estatal encontram-se definidas nos diplomas que constituíram os sistemas e que vigorarão até à
entrada em vigor do RTA. A ERSAR ratifica anualmente as atualizações tarifárias efetuadas com base na variação do índice
harmonizado de preços ao consumidor (IHPC).
Na maioria destes sistemas ainda se praticam tarifas abaixo das necessárias à cobertura integral dos custos incorridos, gerando
desvios de recuperação de gastos que são anualmente avaliados e definidos pela ERSAR para efeitos de incorporação nas contas
anuais de cada entidade gestora.
No serviço de gestão de resíduos urbanos, a média ponderada das tarifas praticadas em 2017 nos sistemas em alta atingiu
32,38 €/t, representando uma redução de 0,8 % face ao ano anterior.
40
32,44 33,19 32,87 32,63 32,38
30,79
28,66 29,22 30,20
30
24,69
20
10
0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Figura 100. Evolução das tarifas aprovadas nas entidades gestoras que prestam serviços de resíduos em alta
A evolução das tarifas praticadas nos sistemas de gestão de resíduos em alta tem refletido, desde 2013, uma expectativa de
estabilidade da estrutura operacional das empresas, que poderá ser atribuída a um reduzido enfoque em investimentos de
expansão, à estabilização dos quantitativos de resíduos tratados ou ainda à ausência de implementação de medidas de eficiência.
No entanto, será de realçar que o modelo de regulação atual atribui à ERSAR competências para promover uma maior estabilidade
das trajetórias tarifárias. Assim, flutuações típicas de ciclos económicos ou de investimento poderão ser atenuadas por ação
regulatória, contribuindo para uma maior confiança de entidades reguladas e utilizadores nas tarifas a praticar no futuro.
Preço médio do serviço nas entidades gestoras que prestam serviços aos utilizadores finais
Em 2017, o preço médio do serviço de abastecimento de água atingiu 1,28 €/m3, enquanto que o preço médio do serviço de
saneamento de águas residuais atinge 0,87 €/m3.28
28
O preço médio do serviço de abastecimento é obtido pela relação entre o volume de negócios do serviço (€/ano) e o volume de água faturada
(m3/ano). Por sua vez, no serviço de saneamento o preço médio do serviço é obtido pela relação entre o volume de negócios do serviço (€/ano)
e o volume de água residual faturada (m3/ano).
133 | ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA
4
Euros/m3 3,33
3,11
3
2,62
2,00
2
1,71
1,28 1,26
1,16
1 0,87
0,77
0,53 0,47
0,35 0,38
0,12 0,09
0
Máximo Média Mínimo Desvio Máximo Média Mínimo Desvio
padrão padrão
AA AR
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta)
Portugal continental
Figura 101. Preço médio do serviço praticado pelas entidades gestoras que prestam serviços de águas
Ambos os serviços de águas registam uma grande amplitude entre preços mínimos e preços máximos, sendo de salientar que, em
média, os preços cobrados pelos serviços são superiores nas entidades gestoras de natureza empresarial. Esta diferença pode
dever-se, entre outros aspetos, ao facto de nem todos os custos com a provisão dos serviços serem reconhecidos
contabilisticamente em grande parte das entidades gestoras que operam em gestão direta, e, por outro lado, ao facto das tarifas
praticadas normalmente nestas entidades serem inferiores aos custos médios registados. Acresce ainda referir que a variabilidade
dos valores face à média é significativa em ambos os serviços e também nos dois grupos de entidades gestoras (natureza
empresarial e gestão direta) que prestam serviços em baixa.
Em 2017, o preço médio do serviço de gestão de resíduos urbanos atingiu 71,0 €/t29.
29O preço médio do serviço de gestão de resíduos urbanos é obtido pela relação entre o volume de negócios do serviço (€/ano) e a
quantidade de resíduos urbanos recolhidos pela entidade gestora (t/ano).
400
300
200
155,5
142,8
97,9
100 64,3 71,0
29,6 28,4
0
Máximo Média Mínimo Desvio padrão
RU
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta)
Portugal continental
Figura 102. Preço médio do serviço praticado pelas entidades gestoras que prestam serviços de gestão de resíduos urbanos
No serviço de gestão de resíduos urbanos, verifica-se igualmente uma grande amplitude entre o preço mínimo e o preço máximo
cobrado pelo serviço, e simultaneamente, que o preço é muito superior nas entidades gestoras de natureza empresarial, pelas
mesmas razões apontadas no preço médio dos serviços de águas. Acresce ainda referir que a variabilidade dos valores face à
média é significativa nos dois grupos de entidades gestoras (natureza empresarial e gestão direta) que prestam serviços em baixa,
sendo superior nas entidades gestoras de natureza empresarial.
Volume de negócios
Em 2017, o volume de negócios do setor de águas e resíduos em Portugal continental atingiu 2439 milhões de euros.
3 000
Milhões de euros
2 439
2 500
2 000
1 500
1 084
1 000 813 749 877
735
620
500 389 374 321
244 229 262 295
180 145
0
AA AR RU Total
EG de sistemas de titularidade estatal
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta)
TOTAL
Figura 103. Volume de negócios das entidades gestoras que prestam serviços de águas e resíduos
3 500
2 846
2 742
Milhões de euros
3 000
2 500
2 000
1 225
1 500
1 093
1 066
972
893
990
883
890
791
884
759
728
1 000
434
442
387
370
329
325
312
369
293
354
350
294
287
236
221
500
270
162
151
0
AA AR RU Total AA AR RU Total
Rendimentos e ganhos totais Gastos totais
EG de sistemas de titularidade estatal
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta)
Total
Figura 104. Rendimentos e ganhos totais e gastos totais das entidades gestoras que prestam serviços de águas e resíduos
Ao nível dos rendimentos e ganhos totais, 1225 milhões de euros (43 %) decorrem do serviço de abastecimento de água,
893 milhões de euros (31 %) do serviço de saneamento de águas residuais e 728 milhões de euros (26 %) do serviço de gestão de
resíduos urbanos. Refira-se, ainda, que as entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal contribuem com 990 milhões de
euros (35 %) e as entidades gestoras de sistemas de titularidade municipal com 1855 milhões de euros (65 %).
Ao nível dos gastos totais, 1093 milhões de euros (40 %) decorrem do serviço de abastecimento de água, 890 milhões de euros
(32 %) do serviço de saneamento de águas residuais e 759 milhões de euros (28 %) do serviço de gestão de resíduos urbanos.
Refira-se ainda que as entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal contribuem com 884 milhões de euros (32 %) e as
entidades gestoras de sistemas de titularidade municipal com 1857 milhões de euros (68 %).
Salienta-se contudo que, não obstante em termos globais e por serviço estas duas variáveis evidenciarem apenas um ligeiro
desequilíbrio, importa referir que em termos individuais foram identificadas várias situações de desequilíbrio, designadamente
pelo facto de algumas entidades gestoras não cobrarem o serviço prestado ou cobrarem tarifas que não recuperam os custos com
a prestação do mesmo.
150 %
50 %
0%
AA AR RU Total
Figura 105. Cobertura dos gastos das entidades gestoras que prestaram serviços de águas e resíduos
O serviço de abastecimento de água é o que apresenta melhores níveis de cobertura dos gastos nos grupos de entidades gestoras
de titularidade considerados30.
O conjunto de entidades gestoras de titularidade municipal (empresas) apresenta um nível de cobertura dos gastos superior a
100 % nos serviços de abastecimento de água, saneamento de águas residuais e de gestão de resíduos urbanos, ou seja, nestes
serviços os rendimentos globais são superiores aos gastos globais. Por outro lado, o conjunto de entidades gestoras de sistemas
de titularidade municipal (gestão direta) apresenta um nível de cobertura dos gastos inferior a 100 % em todos os serviços, ou
seja, o nível de rendimentos totais é inferior ao nível de gastos totais.
Para efeitos de interpretação dos resultados do indicador deve ter-se presente algumas especificidades subjacentes às entidades
gestoras de natureza empresarial, nomeadamente ao facto de estarem sujeitas ao pagamento de imposto sobre rendimento (IRC)
e as demais entidades que operam em modelo de gestão direta não incluírem esta obrigatoriedade no apuramento de resultados,
bem como ao facto do apuramento dos rendimentos e gastos totais para efeitos de cálculo da cobertura dos gastos nas entidades
de natureza empresarial serem consideradas rúbricas que decorrem do normativo das International Financial Reporting Standards
(IFRS), como os rendimentos e os gastos dos serviços de construção.
Em 2017, é ainda de salientar o facto da maioria das entidades gestoras que não recuperam os custos com a prestação dos serviços
de águas e resíduos operarem em regime de gestão direta, conforme se verifica na figura seguinte.
30No grupo de EG de sistemas de titularidade estatal apenas estão considerados os dados na EPAL e da AdSAndré, na vertente em baixa da
cadeia de valor do serviço de abastecimento de água. A vertente em alta das entidades gestoras de sistemas de titularidade estatal não foi
objeto de avaliação devido às especificidades do modelo regulatório.
153
139
132
100
83
50
40 36
26 26 22
15 19
5 7 8 12 10 6
1 1 1 2 2
0
AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU
Gestão Direta Concessionária Municipal Concessionária Multimunicipal Empresa Municipal ou Parceria Estado/Municípios Portugal Continental
Intermunicipal
Figura 106. Número de entidades gestoras com cobertura dos gastos >= 100 % e <100 %, por modelo de gestão
A nível global, verifica-se que no serviço de abastecimento de água 139 entidades gestoras (63 %) não recuperam os custos com
a prestação do serviço, sendo que no serviço de saneamento de águas residuais aquelas se elevam a 174 entidades gestoras (78 %)
e no serviço de gestão de resíduos urbanos são 190 as entidades gestoras (84 %) que não recuperam os custos com a prestação
do serviço.
Em termos regionais, a cobertura dos gastos apresenta resultados distintos nos três serviços regulados, conforme se verifica na
figura seguinte.
Nº
200 190
174
139
100
83
72
64 61
58
49 52 50
40 36
27 28 32
25
12 12 15 12 7
9 8 11 11 11 10 5 8 3 5 6 8 9
2
0
AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Portugal Continental
Figura 107. Número de entidades gestoras com cobertura dos gastos >= 100 % e <100 %, por região
No serviço de abastecimento de água, a maioria das entidades gestoras das regiões Norte, Centro e Alentejo não recupera os
custos com a prestação do serviço, enquanto que nas regiões de Lisboa e do Algarve a maioria das EG recupera os custos.
No serviço de saneamento de águas residuais, e no serviço de gestão de resíduos urbanos, verifica-se que em todas as regiões a
maioria das entidades gestoras não recupera os custos com a prestação do serviço.
50
18 17 15 11
3
0
-4
-150
EG de sistemas de titularidade estatal
EG de sistemas de titularidade municipal (empresas)
EG de sistemas de titularidade municipal (gestão direta)
Total
Figura 108. Resultados líquidos agregados gerados nas atividades de águas e resíduos prestadas pelas entidades gestoras
Do total de resultados gerados no setor, 133 milhões de euros decorrem do serviço de abastecimento de água, 3 milhões de euros
resultam do serviço de saneamento de águas residuais e 32 milhões de euros negativos têm origem no serviço de gestão de
resíduos, sendo de registar que é nas entidades que operam em regime de gestão direta que se encontram os piores resultados,
sempre negativos nos três tipos de serviços.
O serviço de abastecimento de água, atingindo resultados globais positivos, apresenta resultados positivos no conjunto das
entidades gestoras de natureza empresarial, quer nos sistemas de titularidade estatal, quer nos sistemas de titularidade municipal,
mas apresenta resultados globais negativos no conjunto de entidades de titularidade municipal que operam em gestão direta.
O serviço de saneamento de águas residuais, atingindo resultados globais positivos, apresenta também resultados globais
positivos nas entidades gestoras de natureza empresarial, quer nos sistemas de titularidade estatal, quer nos sistemas de
titularidade municipal, mas apresenta resultados globais negativos no conjunto das entidades gestoras de sistemas de titularidade
municipal que operam em gestão direta.
O serviço de resíduos urbanos, sendo deficitário na globalidade, apresenta resultados globais positivos nas entidades gestoras de
natureza empresarial, quer seja em sistemas de titularidade estatal quer em sistemas de titularidade municipal, mas apresenta
resultados negativos no conjunto de entidades gestoras de titularidade municipal que operam em gestão direta.
31 Guia de avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos utilizadores – 3.ª geração do sistema de avaliação.
Este sistema constitui uma peça fundamental do modelo de regulação que tem vindo a ser implementado desde 2004,
nomeadamente no que respeita à componente da regulação da qualidade do serviço prestado pelas entidades gestoras, de forma
a tornar possível a sua avaliação quantificada, sendo um poderoso instrumento promotor de uma maior eficácia e eficiência na
atividade das entidades gestoras do setor e permitindo materializar um direito fundamental dos utilizadores destes serviços, que
é o de terem acesso a informação fiável e de fácil interpretação sobre o serviço que lhes é prestado.
Salienta-se que este capítulo está centrado na “qualidade do serviço prestado aos utilizadores” e não na “avaliação de
desempenho das entidades gestoras”, o que resulta da observação de que um número ainda relevante de situações de qualidade
do serviço insatisfatória não pode ser imputado às entidades gestoras mas a outros intervenientes, como as entidades
concedentes ou mesmo a Administração Pública. Sempre que se verificam, essas situações são explicitamente referidas na coluna
de observações das fichas individuais de avaliação das entidades gestoras. Ainda o que respeita às fichas individuais de avaliação,
nomeadamente, das EG que prestam o serviço de gestão de resíduos em alta, e relativamente ao indicador de perfil dRU10,
procedeu-se à revisão da meta de retomas de recolha seletiva, conforme previsto no Anexo III do PERSU 2020.
No presente capítulo são apresentados os resultados do sistema de avaliação da qualidade do serviço prestado pelas entidades
gestoras para o ano de 2017, referenciados a 31 de dezembro. As fichas individuais de avaliação das entidades gestoras
encontram-se disponíveis no sítio da ERSAR (www.ersar.pt). A distribuição geográfica da avaliação de cada um dos indicadores e
a avaliação comparada (benchmarking) das entidades gestoras dos serviços em baixa e em alta, podem ser consultadas no Anexo I.
Nota introdutória
O processo de reporte de dados decorreu de forma muito satisfatória, com a resposta da totalidade das entidades gestoras,
permitindo a avaliação da qualidade do serviço por parte da ERSAR. A avaliação dos serviços em alta e em baixa decorreu mais
uma vez com grande espírito de colaboração por parte das entidades gestoras avaliadas. Foram realizadas auditorias presenciais
às entidades gestoras selecionadas, realizadas por técnicos da ERSAR ou por auditores subcontratados com formação para o
efeito. As entidades gestoras auditadas foram selecionadas com base numa matriz de seleção com critérios definidos pela ERSAR,
de forma a garantir que, ao longo dos anos, todas as entidades são auditadas presencialmente. Com esta avaliação ficou
demonstrado que uma parte significativa destas entidades possui um nível elevado de organização e uma postura muito
profissional e competente, apesar de se registarem, naturalmente, diferenças entre entidades gestoras na organização da
informação necessária, principalmente com diferentes modelos de gestão.
Nos capítulos seguintes é apresentada a síntese dos resultados da qualidade do serviço de abastecimento público de água, de
saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos prestado aos utilizadores pelas entidades gestoras
sujeitas a regulação, durante o ano de 2017. Numa primeira parte, apresentam-se os resultados englobados por
atividade – abastecimento, saneamento e gestão de resíduos urbanos, a sua evolução desde 2013 e a média ponderada dos
indicadores para 2017 (ficha de avaliação global do serviço), e numa segunda parte apresenta-se, nos capítulos 6.3 a 6.5, a
avaliação indicador a indicador.
Mesmo tendo em conta os elevados níveis de exigência definidos pela ERSAR para as entidades gestoras de sistemas de
abastecimento público de água, os resultados do ano 2017 demonstraram uma qualidade do serviço global positiva que se traduziu
em:
61 % de avaliações boas e medianas no abastecimento público de água em baixa e 31 % de avaliações insatisfatórias,
havendo ainda 8 % sem avaliação, conforme se apresenta na Figura 110.
100 % 1 1 1
9 8
14 15 16
80 %
31 31
32 31 30
60 %
19 19
18 18 17
40 %
20 % 41 42
35 35 36
0%
2013 2014 2015 2016 2017
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu Alerta
77 % de avaliações boas e medianas no abastecimento público de água em alta e 23 % de avaliações insatisfatórias, não
existindo este ano nenhuma sem avaliação, conforme se apresenta na Figura 111.
21 23
27 30 30
80 %
19 16
60 % 19 21
22
40 %
58 61
47 50 48
20 %
0%
2013 2014 2015 2016 2017
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu Alerta
Conclui-se que as avaliações boas e medianas representam mais de metade na vertente em baixa e mais de dois terços na vertente
em alta, enquanto as avaliações insatisfatórias representam cerca de um terço na vertente em baixa e cerca de um quinto na
vertente em alta.
De forma semelhante, mesmo tendo também em conta os elevados níveis de exigência definidos à partida pela ERSAR para as
entidades gestoras de sistemas de saneamento de águas residuais, os resultados do ano 2017 demonstraram uma qualidade do
serviço global também positiva, apesar de menos evidente que no abastecimento, que se traduziu em:
57 % de avaliações boas e medianas no saneamento de águas residuais em baixa e 32 % de avaliações insatisfatórias,
havendo ainda 11 % sem avaliação, conforme se apresenta na Figura 112.
100 %
12 11
21 21 19
80 %
32
37
30
34 33
60 %
12
10 11
40 % 9 9
45
20 % 41 40
36 37
0%
2013 2014 2015 2016 2017
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
27 26 29
33
80 % 39
60 % 22 23
27
25 14
40 %
49 50
46 43
20 % 42
0%
2013 2014 2015 2016 2017
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
Com base na avaliação efetuada pela ERSAR às entidades gestoras de resíduos urbanos a prestar serviço em alta, e no reporte de
informação das entidades gestoras de resíduos urbanos a prestar serviço em baixa, mesmo tendo em conta os elevados níveis de
exigência definidos à partida pela ERSAR, podemos dizer que os resultados demonstraram uma qualidade do serviço global
positiva, que se traduziu em:
61 % de avaliações boas e medianas na gestão de resíduos urbanos em baixa e 37 % de avaliações insatisfatórias. Para
além disso, verifica-se que 2 % dos indicadores não foram avaliados devido a falta de capacidade de reporte dos dados
de acordo com as especificações definidas pela ERSAR, conforme se apresenta na Figura 114.
100 % 3 2
6 9
10
3
80 % 35 37
34
33 32
60 %
17 20 20
14
17
40 %
20 % 43 43 42 41
39
0%
2013 2014 2015 2016 2017
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana Qualidade do serviço Insatisfatória Não Respondeu Alerta
64 % de avaliações boas e medianas na gestão de resíduos urbanos em alta e 29 % de avaliações insatisfatórias, conforme
se apresenta na Figura 115. Verifica-se, ainda, 7 % de alertas, correspondentes ao indicador "Capacidade de encaixe de
aterro" que se encontra em fase de testes.
100 % 2 3
5 7
24 22
27 33
80 %
30
15 17
60 % 12
16
19
11
40 %
56 59 58
45
20 % 40
0%
2013 2014 2015 2016 2017
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana Qualidade do serviço Insatisfatória Não Respondeu Alerta
Conclui-se que as avaliações boas e medianas representam cerca de metade das situações no serviço em alta e no serviço em
baixa, sendo que as avaliações insatisfatórias representam um terço da avaliação destes serviços.
Salienta-se que:
no caso do abastecimento público de água, estes valores dizem respeito a 10 entidades gestoras em alta e a 256 entidades
em baixa;
no caso do saneamento de águas residuais urbanas, estes valores dizem respeito a 12 entidades gestoras em alta e a 257
entidades em baixa;
no caso da gestão de resíduos urbanos, estes valores dizem respeito a 23 entidades gestoras a prestar serviço em alta e
a 255 entidades a prestar serviço em baixa.
Na globalidade da avaliação efetuada ao setor de águas e resíduos conclui-se que as avaliações boas e medianas ocorrem em mais
de metade das situações.
No Quadro 16 apresenta-se a média ponderada dos indicadores para as entidades gestoras no que respeita ao abastecimento de
água em baixa. Sem prejuízo do trabalho positivo que estas entidades gestoras têm vindo a realizar, a ERSAR identifica e
recomenda uma especial atenção para os aspetos em que se considera haver claras oportunidades de melhoria, de acordo com
as observações que constam do quadro abaixo, nomeadamente a adesão ao serviço, a água não faturada e a reabilitação de
condutas.
99 %
área predominantemente
urbana
[95;95
100
- - - - - -
% %]
AA01 – Acessibilidade física do serviço área mediamente urbana
[90; 100 %] - - - - - -
92 %
área predominantemente rural
[80; 100 %] - - - - - -
- - - - -
90 % Considera-se haver oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
AA05 – Resposta a reclamações e sugestões 100 %
gestoras acionem procedimentos internos de modo a assegurar a resposta escrita à
totalidade das reclamações e sugestões escritas.
AA07 - Adesão ao serviço [95,0; 100 %] - - - - - gestoras mantenham o esforço de promoção da efetiva adesão dos utilizadores, de modo a
garantirem não apenas a sustentabilidade do sistema, mas também a efetiva utilização de um
serviço com forte impacto na qualidade de vida dos cidadãos e na saúde pública.
30,2 %
- - - - -
Algumas entidades gestoras apresentam uma percentagem elevada de água não faturada.
AA08 – Água não faturada [0,0; 20,0 %]
Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
reforcem o aproveitamento da água entrada no sistema.
- - - - -
0,6 %/ano
Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades
AA09 – Reabilitação de condutas gestoras avaliem a necessidade de implementação de programas de reabilitação de condutas.
[1,0; 4,0 %/ano]
Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
42/(100 km.ano)
AA10 – Ocorrência de avarias em condutas [0; 30/(100 km.ano)]
3,6/1000 ramais
- - - - - aumentem o esforço de investimento na reabilitação de condutas, contribuindo para uma
redução do número de avarias e promovendo deste modo a sustentabilidade operacional do
sistema.
- - - - -
A maioria dos valores das entidades gestoras da área predominantemente urbana situa-se
área predominantemente acima ou abaixo do valor de referência. Considera-se importante que as entidades gestoras
procurem adequar permanentemente os recursos humanos.
urbana
[2,0; 3,0/1000 ramais]
2,0/1000 ramais
AA11 – Adequação dos recursos humanos área mediamente urbana
[2,0; 3,5/1000 ramais] - - - - - -
1,7/1000 ramais
- - - - -
Algumas entidades gestoras da área predominantemente rural apresentam valores que se
área predominantemente rural situam acima ou abaixo do valor de referência. Considera-se importante que as entidades
gestoras procurem adequar permanentemente os recursos humanos.
[2,0; 4,0/1000 ramais]
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
137 l/(ramal.dia)
-----
(densidade de ramais inferior a
Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
20/km de rede) implementem metodologias de redução das perdas de água.
3
[0,0; 3,0 m /(km.dia)]
-----
Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
AA13 – Eficiência energética de instalações elevatórias [0,27; 0,40 kWh/(m 3 .100 m)]
promovam um esforço no aumento da eficiência energética das instalações elevatórias com o
objetivo de atingirem um nivel ótimo de sustentabilidade em termos ambientais.
No Quadro 17 apresenta-se a média ponderada dos indicadores para as entidades gestoras no que respeita ao abastecimento de
água em alta. Sem prejuízo do trabalho positivo que estas entidades gestoras têm vindo a realizar, a ERSAR identifica e recomenda
uma especial atenção para os aspetos em que se considera haver claras oportunidades de melhoria, de acordo com as observações
que constam do quadro abaixo, destacando-se a resposta a reclamações e sugestões, a adesão ao serviço e a reabilitação de
condutas.
- - - - -
0,01/(ponto de entrega.ano)
Considera-se haver oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
AA03 – Ocorrência de falhas no abastecimento 0,00/(ponto de entrega.ano) gestoras promovam um maior esforço na operacionalidade e reabilitação de infraestruturas.
- - - - -
94 % Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
AA05 – Resposta a reclamações e sugestões 100 %
gestoras acionem procedimentos internos de modo a assegurar a resposta escrita à
totalidade das reclamações e sugestões escritas.
- - - - -
94,2 % Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
AA07 – Adesão ao serviço 100 %
gestoras promovam a ligação dos municípios utilizadores de acordo com contrato de
concessão.
- - - - -
4,9 % Algumas entidades gestoras apresentam uma percentagem elevada de água não faturada.
AA08 – Água não faturada [0,0; 5,0 %]
Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
reforcem o aproveitamento da água entrada no sistema.
- - - - -
0,3 %/ano Um número significativo de entidades gestoras apresenta uma insatisfatória reabilitação de
AA09 – Reabilitação de condutas [1,0; 4,0 %/ano]
condutas, que pode estar relacionada com o facto de algumas entidades apresentarem planos
de investimentos concentrados num determinado período de tempo.
2,8/(10 6 m3 /ano)
AA11 – Adequação dos recursos humanos área mediamente urbana
[1,0; 2,5/(10 6 m3 .ano)]
- - - - - -
4,9/(10 6 m3 /ano)
- - - - -
A maioria dos valores das entidades gestoras da área predominantemente rural situa-se acima
área predominantemente rural
6 3
ou abaixo do valor de referência. Considera-se importante que as entidades gestoras
procurem adequar permanentemente os recursos humanos.
[1,0; 3,0/(10 m .ano)]
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
6,2 m3 /(km.dia)
AA12 – Perdas reais de água [0,0; 5,0 m 3 /(km.dia)] ----- Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
implementem metodologias de redução das perdas de água.
No Quadro 18 apresenta-se a média ponderada dos indicadores para as entidades gestoras no que respeita ao saneamento de
águas residuais em baixa. Sem prejuízo do trabalho positivo que estas entidades gestoras têm vindo a realizar, a ERSAR identifica
e recomenda uma especial atenção para os aspetos em que se considera haver claras oportunidades de melhoria, de acordo com
as observações que constam do quadro abaixo, destacando-se a ocorrência de inundações, a adesão ao serviço e a reabilitação
de coletores.
Quadro 18. Ficha de avaliação global do serviço de saneamento de águas residuais em baixa
Média Ponderada Histórico
Indicador Avaliação Observações
(Valor de referência) 2013-2017
ADEQUAÇÃO DA INTERFACE COM O UTILIZADOR 2.ª geração 3.ª geração
97 %
área predominantemente urbana
[90; 100 %] - - - - - -
82 %
AR01 – Acessibilidade física do serviço através de redes
fixas área mediamente urbana
[85; 100 %] - - - - - Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo necessário que as entidades gestoras
mantenham o esforço de investimento em infraestruturas.
70 %
área predominantemente rural
[70; 100 %] - - - - - -
- - - - -
88 % Considera-se haver oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
AR04 – Resposta a reclamações e sugestões 100 %
gestoras acionem procedimentos internos de modo a assegurar a resposta escrita à
totalidade das reclamações escritas.
AR06 – Adesão ao serviço 100 % - - - - - gestoras mantenham o esforço de promoção da efetiva adesão dos utilizadores, de modo a
garantirem não apenas a sustentabilidade do sistema, mas também a efetiva utilização de um
serviço com forte impacto na qualidade de vida dos cidadãos e na saúde pública.
- - - - -
0,3 %/ano
Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades
AR07 – Reabilitação de coletores gestoras avaliem a necessidade de implementação de programas de reabilitação de coletores.
[1,0; 4,0 %]
1,6/(100 km.ano) Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
AR08 – Ocorrência de colapsos estruturais em coletores 0,0/(100 km.ano) - - - - - adequem o esforço de manutenção e, quando necessário, aumentem o esforço de investimento
na reabilitação de coletores, contribuindo para uma redução de ocorrência de colapsos,
evitando a progressiva degradação do serviço.
15,9/100 km/ano
- - - - -
A maioria dos valores das entidades gestoras da área predominantemente urbana situa-se
área predominantemente urbana acima ou abaixo do valor de referência. Considera-se importante que as entidades gestoras
procurem adequar permanentemente os recursos humanos.
[5,0; 10,0/(100 km.ano)]
7,4/100 km/ano
AR09 – Adequação dos recursos humanos área mediamente urbana
[5,0; 11,0/(100 km.ano)] - - - - - -
5,7/100 km/ano
área predominantemente rural
[5,0; 12,0/(100 km.ano)] - - - - - -
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
0,64 kWh/(m3 .100 m)
---- -
Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
AR10 – Eficiência energética de instalações elevatórias [0,27; 0,45 kWh/(m 3 .100 m)]
promovam um esforço no aumento da eficiência energética das instalações elevatórias com o
objetivo de atingirem um nivel ótimo de sustentabilidade em termos ambientais.
99 %
---- -
Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
AR11 – Acessibilidade física ao tratamento 100 %
promovam a ligação efetiva das redes de drenagem a sistemas de tratamento de águas
residuais.
---- -
41 % Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades
AR12 – Controlo de descargas de emergência ]90; 100 %]
gestoras adotem metodologias que permitam o registo sistemático e o controlo de
ocorrências de descarga de emergência para o meio recetor.
86 %
- -
Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades
AR13 – Cumprimento da licença de descarga 100 %
* * * gestoras tomem medidas em termos de operação das instalações de tratamento, de forma a
proporcionar o tratamento adequado.
---- -
AR14 – Encaminhamento adequado de lamas do 99 %
Considera-se haver oportunidades de melhoria, devendo as entidades gestoras promover
tratamento 100 % continuamente o encaminhamento adequado das lamas.
Simbologia: qualidade de serviço boa; qualidade de serviço mediana; qualidade de serviço insatisfatória; alerta; n.a.: não aplicável; n.r.: não respondeu
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Cumprimento da licença de descarga" corresponde ao produto dos indicadores da 2.ª geração do sistema de avaliação AR14b - "Análises de águas residuais realizadas" e
AR15b - "Cumprimento dos parâmetros de descarga", pelo que não se apresenta histórico relativamente a esse período
No Quadro 19 apresenta-se a média ponderada dos indicadores para as entidades gestoras no que respeita ao saneamento de
águas residuais em alta. Sem prejuízo do trabalho positivo que estas entidades gestoras têm vindo a realizar, a ERSAR identifica e
recomenda uma especial atenção para os aspetos em que se considera haver claras oportunidades de melhoria, de acordo com
as observações que constam do quadro abaixo, destacando-se a ocorrência de inundações, as respostas a reclamações e sugestões
e a reabilitação de coletores.
Quadro 19. Ficha de avaliação global do serviço de saneamento de águas residuais em baixa
Média Ponderada Histórico
Indicador Avaliação Observações
(Valor de referência) 2013-2017
ADEQUAÇÃO DA INTERFACE COM O UTILIZADOR 2.ª geração 3.ª geração
- - - - -
87 % Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
AR04 – Resposta a reclamações e sugestões 100 %
gestoras acionem procedimentos internos de modo a assegurar a resposta escrita à
totalidade das reclamações escritas.
- - - - -
91,6 % Considera-se haver oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
AR06 – Adesão ao serviço 100 %
gestoras promovam a ligação dos municípios utilizadores de acordo com o contrato de
concessão.
0,3 %/ano
- - - - -
Um número significativo de entidades gestoras apresenta uma insatisfatória reabilitação de
AR07 – Reabilitação de coletores [1,0; 4,0 %/ano] coletores que pode estar relacionada com o facto de algumas entidades apresentarem planos
de investimentos concentrados num determinado período de tempo.
1,0/(100 km.ano) Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades
2,6/(10 6 m3 .ano)
área predominantemente urbana
[3,0; 4,0/(10 6 m3 .ano)] - - * *
- Considera-se importante que as entidades gestoras procurem adequar permanentemente os
recursos humanos.
4,3/(10 6 m3 .ano)
AR09 – Adequação dos recursos humanos área mediamente urbana
[3,0; 4,5/(10 6 m3 .ano)] - - - - - -
4,4/(10 6 m3 .ano)
área predominantemente rural
[3,0;5,0/(10 6 m3 .ano)]
- - - - - -
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
- - - - -
Considera-se haver oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades gestoras
0,56 kWh/(m3 .100 m)
AR10 – Eficiência energética de instalações elevatórias [0,27; 0,45 kWh/(m 3 .100 m)]
promovam um esforço no aumento da eficiência energética das instalações elevatórias com o
objetivo de atingirem um nivel ótimo de sustentabilidade em termos ambientais.
- - - - -
71 % Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades
AR12 – Controlo de descargas de emergência ]90; 100 %]
gestoras adotem metodologias que permitam o registo sistemático e o controlo de
ocorrências de descarga de emergência para o meio recetor.
- -
Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades
97 %
AR13 – Cumprimento da licença de descarga 100 %
** ** ** gestoras tomem medidas em termos de operação das instalações de tratamento, de forma a
proporcionar o tratamento adequado.
* Em 2015 e 2016 não existiam entidades gestoras a operarem em áreas predominantemente urbanas
** Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Cumprimento da licença de descarga" corresponde ao produto dos indicadores da 2.ª geração do sistema de avaliação AR14a - "Análises de águas residuais realizadas" e
AR15a - "Cumprimento dos parâmetros de descarga", pelo que não se apresenta histórico relativamente a esse período
No Quadro 20 apresenta-se a média ponderada dos indicadores para as entidades gestoras no que respeita à gestão de resíduos
urbanos em baixa. Sem prejuízo do trabalho positivo que estas entidades gestoras têm vindo a realizar, a ERSAR identifica e
recomenda uma especial atenção para os aspetos em que se considera haver claras oportunidades de melhoria, de acordo com
as observações do quadro abaixo, destacando-se a acessibilidade ao serviço de recolha seletiva e a cobertura de gastos.
Quadro 20. Ficha de avaliação global do serviço de gestão de resíduos urbanos em baixa
Média Ponderada Histórico
Indicador Avaliação Observações
(Valor de referência) 2013-2017
ADEQUAÇÃO DA INTERFACE COM O UTILIZADOR 2.ª geração 3.ª geração
96 %
Área predominantemente urbana
[95; 100]
- - - - -
85 % Considera-se haver oportunidades de melhoria para algumas entidades gestoras, pelo que
80 %
Área predominantemente rural
[80; 100]
- - - - -
74 %
Área predominantemente urbana
[90; 100]
- - - - - Apenas 27 das 254 entidades gestoras em baixa detêm a responsabilidade sobre a recolha
47 %
- - - - -
seletiva multimaterial. Para as restantes entidades gestoras, a responsabilidade pela atividade
RU02 - Acessibilidade do serviço de recolha seletiva Área mediamente urbana de recolha seletiva de resíduos de embalagem é da entidade gestora em alta. De acordo com
os resultados obtidos em 2017, considera-se que há uma grande oportunidade para melhoria,
[80; 100] nomeadamente através da densificação dos equipamentos de deposição seletiva.
43 %
Área predominantemente rural
[70; 100]
- - - - -
RU03 - Acessibilidade económica do serviço
0,17 %
[0; 0,50] - - - - - Considera-se que os tarifários não induzem problemas de acessibilidade económica ao
serviço indiciando espaço para a adaptação tarifária a uma tendencial recuperação de custos.
- - - - -
Considera-se haver claras oportunidades de melhoria, sendo importante que as entidades
4,9 (-)
RU04 - Lavagem de contentores [6,0; 24,0[
gestoras incrementem rotinas de lavagem destes equipamentos. A banda de referência deste
indicador sofreu alterações no âmbito da 3ª geração do sistema de avaliação.
- - - - -
Considera-se haver oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
85 %
RU05 - Resposta a reclamações e sugestões [100]
gestoras acionem procedimentos internos de modo a assegurar a resposta escrita à
totalidade das reclamações e sugestões escritas.
- - - - -
No âmbito da 3.ª geração do sistema de avaliação procedeu-se à alteração da metologia de
Área predominantemente rural cálculo e das respetivas bandas de referência deste indicador para os sistemas em baixa, em
função da atividade desenvolvida. Apenas 27 das 256 entidades gestoras em baixa detêm a
[1,5; 3,5] responsabilidade sobre a recolha seletiva multimaterial. Considera-se importante que as
1,7 n.º/1000 t entidades gestoras com responsabilidade na recolha seletiva das áreas predominantemente
2,0 n.º/1000 t
RU13 - Recursos humanos (sistemas sem recolha seletiva) Área mediamente urbana
[1,0; 2,5]
- - - - -
2,3 n.º/1000 t
Área predominantemente rural
[1,0; 3,0]
- - - - -
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
5,1 tep/ 1000 t
Área predominantemente urbana
[0; 4,5]
- - -
5,1 tep/ 1000 t
RU14 - Utilização dos recursos energéticos Área mediamente urbana
[0; 5,5]
-- - - - -
-- - - -
desenvolver esforços no sentido de uma melhor utilização dos recursos energéticos,
RU16 - Emissão de gases com efeito de estufa
Área mediamente urbana
nomeadamente promovendo a otimização de circuitos de recolha assim como o ajustamento
da frequência dos circuitos de recolha à produção de resíduos urbanos indiferenciados da
[0; 14] sua área de intervenção.
18 kg CO₂/t
Área predominantemente rural
[0; 15]
-- - - -
Simbologia: ˜ qualidade de serviço boa; ˜ qualidade de serviço mediana; ˜ qualidade de serviço insatisfatória; alerta; n.a.: não aplicável; n.r.: não respondeu
No Quadro 21 apresenta-se a média ponderada dos indicadores para as entidades gestoras no que respeita à gestão de resíduos
urbanos em alta. Sem prejuízo do trabalho positivo que estas entidades gestoras têm vindo a realizar, a ERSAR identifica e
recomenda uma especial atenção para os aspetos em que se considera haver claras oportunidades de melhoria, de acordo com
as observações que constam do quadro abaixo, destacando-se a acessibilidade ao serviço de recolha seletiva, a lavagem de
contentores, a reciclagem de resíduos de recolha indiferenciada, a valorização de resíduos por TMB e a renovação do parque de
viaturas.
Quadro 21. Ficha de avaliação global do serviço de gestão de resíduos urbanos em alta
Média Ponderada Histórico
Indicador Avaliação Observações
(Valor de referência) 2012-2016
ADEQUAÇÃO DA INTERFACE COM O UTILIZADOR 2.ª geração 3.ª geração
- - - - -
A 3ª geração do sistema de avaliação introduziu alterações de metodologia de cálculo deste
RU02 - Acessibilidade física do serviço de recolha seletiva Área mediamente urbana indicador pelo que em 2016 não foi sujeito a avaliação. Em 2017, a avaliação demonstra que
existe oportunidade para melhoria do valor do indicador.
[80; 100]
48 %
Área predominantemente rural
[70; 100]
- - - - -
RU03 - Acessibilidade económica do serviço
0,11 %
[0; 0,25]
- - - - - Considera-se que os tarifários não induzem problemas de acessibilidade económica ao
serviço.
- - - - -
Considera-se haver, ainda, oportunidades de melhoria, pelo que é importante que as entidades
97 %
RU05 - Resposta a reclamações e sugestões [100]
gestoras acionem procedimentos internos de modo a assegurar a resposta escrita à
totalidade das reclamações escritas.
- - - - -
105 %
RU06 - Cobertura dos gastos [100; 110]
-
- - - - -
Considera-se haver oportunidades de melhoria, pelo que as entidades gestoras deverão
363 844 km/viatura
RU11 - Renovação do parque de viaturas [0; 250 000]
desenvolver esforços no sentido de aferir o estado de conservação das viaturas e a
necessidade de substituição.
0,5 n.º/1000 t
Área predominantemente urbana
[0,3; 0,6]
- - - - - No âmbito da 3.ª geração do sistema de avaliação procedeu-se à alteração da metologia de
0,8 n.º/1000 t
- - - - -
RU13 - Adequação dos recursos humanos (sistemas com cálculo e das respetivas bandas de referência deste indicador para os sistemas em alta, em
recolha seletiva) Área mediamente urbana função da atividade desenvolvida. Das 23 entidades gestoras em alta, 4 não detêm a
responsabilidade sobre a recolha seletiva multimaterial. Considera-se importante que as
[0,3; 0,7] entidades gestoras sem responsabilidade na recolha selectiva assim como as que detém
1,0 n.º/1000 t
- - - - -
responsabilidade na recolha seletiva nas áreas mediamente urbanas e predominantemente
Área predominantemente rural rurais procurem adequar permanentemente os recursos humanos ao nível de atividade dos
seus serviços.
[0,3; 0,8]
RU13 - Adequação dos recursos humanos (sistemas sem
recolha seletiva)
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
0,7 n.º/1000 t
[0,3; 0,5] - - - - -
RU14 - Utilização dos recursos energéticos
- 133 kwh/t
<=6
- - - - - -
42 kg CO₂/t
Área predominantemente urbana
[0; 40]
- - - - -
48 kg CO₂/t
- - - - -
Considera-se haver oportunidades de melhoria para algumas entidades gestoras, pelo que
RU16 - Emissão de gases com efeito de estufa Área mediamente urbana estas deverão desenvolver esforços no sentido de uma melhor utilização dos recursos
energéticos, nomeadamente promovendo a otimização de circuitos de recolha seletiva.
[0; 50]
49 kg CO₂/t
Área predominantemente rural
[0; 60]
- - - - -
Simbologia: ˜ qualidade de serviço boa; ˜ qualidade de serviço mediana; ˜ qualidade de serviço insatisfatória; alerta; n.a.: não aplicável; n.r.: não respondeu
Qualidade do serviço prestado aos utilizadores dAA09 – Pessoal afeto ao serviço de abastecimento de água
(n.º)
AA03 – Ocorrência de falhas no abastecimento
[n.º/(1000 ramais.ano)] ou [n.º/(ponto de entrega.ano)] dAA10 – Pessoal em outsourcing afeto ao serviço de
abastecimento de água (n.º)
AA04 – Água segura (%)
dAA11 – Alojamentos com serviço efetivo (n.º)
AA05 – Resposta a reclamações e sugestões (%)
dAA12 – Alojamentos com serviço disponível não efetivo (n.º)
Sustentabilidade da gestão do serviço dAA13 – Alojamentos existentes (n.º)
AA06 – Cobertura dos gastos (%) dAA15 – Comprimento total de condutas (km)
AA07 – Adesão ao serviço (%) dAA16 – Comprimento médio de condutas (km)
AA08 – Água não faturada (%) dAA17 – Condutas reabilitadas nos últimos cinco anos (km)
80
60
40
20
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA01a - Média do indicador (%) 93 93 92 94 93
N.º de EG com resposta 13 13 7 7 8
N.º total de EG 13 13 7 7 8
Fiabilidade dos dados *** (%) 67 67 57 48 50
Fiabilidade dos dados ** (%) 2 0 0 0 8
Fiabilidade dos dados * (%) 31 33 43 52 42
1,00
O indicador é definido como o peso do encargo médio, para
um consumo de 120 m3/ano, com o serviço de abastecimento 0,75
0,00
2013* 2014* 2015* 2016 2017
Quadro 26. AA02 baixa – Valores de referência (%) AA02b - Média do indicador
0,40 0,40 0,40 0,40 0,38
(%)
Qualidade do serviço boa [0; 0,50] N.º de EG com resposta 260 260 256 256 256
Qualidade do serviço mediana ]0,50; 1,00] N.º total de EG 260 260 256 256 256
Fiabilidade dos dados *** (%) 100 100 100 100 100
Qualidade do serviço insatisfatória ]1,00; +∞[
Fiabilidade dos dados ** (%) 0 0 0 0 0
Fiabilidade dos dados * (%) 0 0 0 0 0
Quadro 29. AA02 alta – Avaliação global (para 100 % de EG) 0,50
ALTA 7 3
Objetivo e valores de referência
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
Pretende-se avaliar a frequência de interrupções que se Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana
Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
verificam no serviço prestado pela entidade gestora.
O indicador é definido como o número de falhas no Figura 122. AA03 – Número de EG por intervalo de
abastecimento por 1000 ramais (conceito a aplicar a EG de referência
sistemas em baixa) ou o número médio ponderado de falhas
por ponto de entrega, sendo o fator de ponderação o número Evolução do indicador
de alojamentos com serviço em alta efetivo que dependem
Apresenta-se seguidamente a evolução da média ponderada
de cada ponto de entrega (conceito a aplicar a EG de sistemas
deste indicador, bem como a indicação do número de
em alta).
entidades gestoras avaliadas anualmente no período
2013-2017, para os serviços em baixa e em alta.
Quadro 30. AA03 baixa – Valores de referência
[n.º/(1000 ramais.ano)] 5,0
1,0
Quadro 31. AA03 alta – Valores de referência
(n.º/(ponto de entrega.ano)] 0,0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA03b - Média do indicador
Qualidade do serviço boa 0,00 [n.º/(1000 ramais.ano)]
0,9 0,9 0,9 0,8 0,9
Qualidade do serviço mediana ]0,00; 0,20] N.º de EG com resposta 183 201 212 229 238
N.º total de EG 260 260 256 256 256
Qualidade do serviço insatisfatória ]0,20; +∞ [
Fiabilidade dos dados *** (%) 54 55 72 54 58
Fiabilidade dos dados ** (%) 13 14 16 32 29
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA03a - Média do indicador
0,05 0,13 0,02 0,02 0,01
[n.º/(ponto de entrega.ano)]
N.º de EG com resposta 15 15 9 9 10
N.º total de EG 15 15 9 9 10
Fiabilidade dos dados *** (%) 63 63 61 61 55
Fiabilidade dos dados ** (%) 10 7 6 6 10
Fiabilidade dos dados * (%) 27 30 33 33 35
20,00
Quadro 35. AA04 baixa – Avaliação global
(para 100 % de EG) 0,00
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA04b - Média do indicador
98,41 98,63 98,78 98,88 98,90
Análises obrigatórias realizadas à qualidade da água 487 097 (%)
N.º de EG com resposta 260 260 256 256 256
Análises realizadas aos parâmetros com valor
380 972 N.º total de EG 260 260 256 256 256
paramétrico
Fiabilidade dos dados *** (%) 100 100 100 100 100
Análises obrigatórias regulamentares à qualidade da água 487 120 Fiabilidade dos dados ** (%) 0 0 0 0 0
Análises realizadas em cumprimento do valor Fiabilidade dos dados * (%) 0 0 0 0 0
376 815
paramétrico
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Água segura" corresponde à
AA04b – Água segura 98,90 %33 definição do indicador AA04b da 2.ª geração do sistema de avaliação.
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA04a - Média do indicador
99,81 99,82 99,84 99,75 99,77
(%)
N.º de EG com resposta 15 15 9 9 10
N.º total de EG 15 15 9 9 10
Fiabilidade dos dados *** (%) 100 100 100 100 100
Fiabilidade dos dados ** (%) 0 0 0 0 0
Fiabilidade dos dados * (%) 0 0 0 0 0
Avaliação a nível de Portugal continental * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Cobertura dos gastos"
corresponde à definição do indicador AA06b da 2.ª geração do sistema de
avaliação.
Quadro 42. AA06 baixa – Avaliação global
(para 88 % de EG) ** A partir de 2015 o indicador AA06 passou a ser apresentado em
percentagem, pelo que os valores dos anos anteriores foram adaptados de
Rendimentos e ganhos totais 770 348 081 €/ano modo a permitir a comparação no período 2013-2017.
Outros rendimentos 64 149 717 €/ano
Figura 132. AA06 baixa – Evolução da média do indicador
Subsídios ao investimento 18 685 728 €/ano
cobertura dos gastos
Gastos totais 781 015 180 €/ano
AA06b – Cobertura dos gastos 109 %
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
média do indicador para o serviço em baixa apresenta uma
Quadro 43. AA06 alta – Avaliação global (para 100 % de EG) evolução positiva durante os anos em análise, verificando-se
Rendimentos e ganhos totais 17 731 669 €/ano igualmente uma variação do número de entidades gestoras
Outros rendimentos 5 260 501 €/ano com resposta, em particular em 2017. Quanto à fiabilidade
Subsídios ao investimento 2 021 125 €/ano dos dados, verifica-se uma diminuição ao longo dos anos.
Gastos totais 23 727 268 €/ano
140
AA06a – Cobertura dos gastos 105 %
120
100
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a cobertura
dos gastos é boa no serviço em baixa e no serviço em alta. 80
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Cobertura dos gastos"
Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu corresponde à definição do indicador AA06a da 2.ª geração do sistema de
avaliação.
Figura 131. AA06 – Número de EG por intervalo de ** A partir de 2015 o indicador AA06 passou a ser apresentado em
referência percentagem, pelo que os valores dos anos anteriores foram adaptados de
modo a permitir a comparação no período 2013-2017.
ALTA 1 3 4
Objetivo e valores de referência
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
Pretende-se avaliar o nível efetivo de ligação dos utilizadores Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana
Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
à infraestrutura física disponibilizada pela entidade gestora,
quantificando situações decorrentes de alojamentos não Figura 134. AA07 – Número de EG por intervalo de
habitados e de existência de origens alternativas de água. referência
O indicador é definido como a percentagem do número total
de alojamentos localizados na área de intervenção da Evolução do indicador
entidade gestora para os quais as infraestruturas do serviço
Apresenta-se seguidamente a evolução da média ponderada
de distribuição de água estão disponíveis e têm serviço
deste indicador, bem como a indicação do número de
efetivo – com existência de ramal e de contrato mesmo que
entidades gestoras avaliadas anualmente no período
temporariamente suspenso durante uma parte do ano em
2013-2017, para os serviços em baixa e em alta.
análise – (conceito a aplicar a EG de sistemas em baixa), ou
para os quais as infraestruturas de serviço em alta previstas 100
estão disponíveis e têm serviço efetivo (conceito a aplicar a
80
EG de sistemas em alta).
60
Quadro 44. AA07 baixa – Valores de referência (%)
40
Quadro 46. AA07 baixa – Avaliação global Figura 135. AA07 baixa – Evolução da média do indicador
(para 98 % de EG) adesão ao serviço
Alojamentos com serviço efetivo 4 623 423 Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
Alojamentos com serviço disponível não efetivo 693 513 média do indicador para o serviço em baixa apresenta uma
AA07b – Adesão ao serviço 87,0 % evolução favorável desde 2013, apesar de se manter com
uma avaliação insatisfatória. Verifica-se um aumento do
Quadro 47. AA07 alta – Avaliação global (para 100 % de EG) número de entidades gestoras com resposta entre 2013 e
2015, com um ligeiro decréscimo em 2016, voltando a
Alojamentos com serviço efetivo 2 544 155
aumentar em 2017. Quanto à fiabilidade dos dados,
Alojamentos com serviço disponível não efetivo 157 313
verifica-se alguma estabilidade ao longo dos anos em análise.
AA07a – Adesão ao serviço 94,2 %
80
60
40
20
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA07a - Média do indicador
91,5 91,8 92,9 93,8 94,2
(%)
N.º de EG com resposta 14 13 7 7 8
N.º total de EG 14 13 7 7 8
Fiabilidade dos dados *** (%) 50 50 36 21 25
Fiabilidade dos dados ** (%) 4 0 0 0 12
Fiabilidade dos dados * (%) 46 50 64 79 63
0,0
Qualidade do serviço boa [0,0; 20,0] 2013* 2014* 2015* 2016 2017
Qualidade do serviço mediana ]20,0; 30,0] AA08b - Média do indicador
30,9 30,1 29,8 29,8 30,2
(%)
Qualidade do serviço insatisfatória ]30,0; 100] N.º de EG com resposta 249 253 234 233 241
N.º total de EG 260 260 256 256 256
Fiabilidade dos dados *** (%) 66 69 77 85 75
Quadro 49. AA08 alta – Valores de referência (%) Fiabilidade dos dados ** (%) 16 15 16 10 16
Fiabilidade dos dados * (%) 18 16 7 5 9
Qualidade do serviço boa [0,0; 5,0]
Qualidade do serviço mediana ]5,0; 7,5]
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Água não faturada" corresponde à
Qualidade do serviço insatisfatória ]7,5; 100] definição do indicador AA08b da 2.ª geração do sistema de avaliação.
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Água não faturada" corresponde à
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana
Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
definição do indicador AA08a da 2.ª geração do sistema de avaliação.
1,0
Quadro 52. AA09 baixa e alta – Valores de referência
0,0
(%/ano) 2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA09b - Média do indicador
1,0 0,6 0,8 0,6 0,6
(%/ano)
Qualidade do serviço boa [1,0; 4,0] N.º de EG com resposta 158 151 150 174 188
Qualidade do serviço mediana [0,8; 1,0[ ou ]4,0; 20,0] N.º total de EG 260 260 256 256 256
Fiabilidade dos dados *** (%) 75 80 82 83 85
Qualidade do serviço insatisfatória [0,0; 0,8[
Fiabilidade dos dados ** (%) 1 2 3 2 2
Fiabilidade dos dados * (%) 24 18 15 15 13
condutas. 2,0
40
Quadro 55. AA10 baixa – Valores de referência
[n.º/(100 km.ano)] 20
0
Qualidade do serviço boa [0; 30] 2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA10b - Média do indicador
Qualidade do serviço mediana ]30; 60] 40 37 41 40 42
[n.º/(100 km.ano)]
Qualidade do serviço insatisfatória ]60; +∞[ N.º de EG com resposta 214 231 240 246 249
N.º total de EG 260 260 256 256 256
Fiabilidade dos dados *** (%) 57 57 57 55 59
Quadro 56. AA10 alta – Valores de referência Fiabilidade dos dados ** (%) 5 5 5 7 6
Fiabilidade dos dados * (%) 38 38 38 38 35
[n.º/(100 km.ano)]
Qualidade do serviço boa [0; 15] * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Ocorrência de avarias em
Qualidade do serviço mediana ]15; 30] condutas" corresponde à definição do indicador AA11b da 2.ª geração do
sistema de avaliação.
Qualidade do serviço insatisfatória ]30; +∞[
Figura 144. AA10 baixa – Evolução da média do indicador
Avaliação a nível de Portugal continental ocorrência de avarias em condutas
Quadro 57. AA10 baixa – Avaliação global Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
(para 97 % de EG) média do indicador para o serviço em baixa apresenta alguma
estabilidade, com ligeiras variações ao longo dos anos em
Avarias em condutas 42 424
análise. Verifica-se um aumento do número de entidades
Comprimento total de condutas 101 075 km
gestoras com resposta. A fiabilidade dos dados apresenta
AA10b – Ocorrência de avarias em condutas 42/(100 km.ano)
estabilidade ao longo dos anos em análise.
BAIXA 118 76 55 7
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Ocorrência de avarias em
condutas" corresponde à definição do indicador AA11b da 2.ª geração do
ALTA 9 1 sistema de avaliação.
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
Figura 143. AA10 – Número de EG por intervalo de Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
referência média do indicador no serviço em alta apresenta uma
evolução desfavorável até 2015, melhorando desde 2016.
Verifica-se a resposta pela totalidade das entidades gestoras
em todos os anos, exceto em 2013. A fiabilidade dos dados
reportados apresenta um decréscimo em 2014, valor que se
manteve até 2016, e um aumento em 2017.
Área predominantemente urbana [0; 1,5[ ou ]3,5; +∞[ Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA11a - Média de indicador
2,4 2,4 2,2 2,1 2,1
[n.º/(106 m3.ano)]
AA11a - Média do indicador
1,6 1,6 1,5 1,3 1,3
[n.º/(106 m3.ano)] - APU
AA11a - Média do indicador
2,6 2,6 2,5 2,4 2,8
[n.º/(106 m3.ano)] - AMU
AA11a - Média do indicador
5,7 5,3 4,8 5,1 4,9
[n.º/(106 m3.ano)] - APR
N.º de EG com resposta 15 15 9 9 10
N.º total de EG 15 15 9 9 10
Fiabilidade dos dados *** (%) 85 85 96 93 97
Fiabilidade dos dados ** (%) 13 13 4 7 3
Fiabilidade dos dados * (%) 2 2 0 0 0
Perdas reais 171 163 043 m3/ano Figura 150. AA12 baixa – Evolução da média do indicador
Ramais de ligação 3 422 293 perdas reais de água (densidade de ramais igual ou
AA12b – Perdas reais de água 137 l/(ramal.dia) superior a 20/km de rede)
Densidade de ramais inferior a 20/km de rede: Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
Perdas reais 3
8 559 834 m /ano média do indicador para o serviço em baixa, nos casos em que
Comprimento total de condutas 5 841 km a densidade de ramais é igual ou superior a 20/km de rede,
AA12b – Perdas reais de água 4,0 m3/(km.dia) apresenta uma evolução favorável, entre 2013 e 2016, e uma
evolução desfavorável em 2017. Verifica-se uma diminuição
Quadro 67. AA12 alta – Avaliação global (para 100 % de EG) do número de entidades gestoras com resposta entre 2014 e
2016. Quanto à fiabilidade dos dados, regista-se alguma
Perdas reais 22 128 520 m3/ano estabilidade até 2014, seguida de uma melhoria significativa
Comprimento total de condutas 9 773 km em 2015 e um decréscimo em 2016.
AA12a – Perdas reais de água 6,2 m3/(km.dia)
4,0
2,0
0,0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA12b - Média do indicador
1,8 2,1 2,3 3,6 4,0
[m3/(km.dia)]
N.º de EG com resposta 11 14 11 15 15
N.º total de EG 15 19 14 18 17
Fiabilidade dos dados *** (%) 36 35 50 32 38
Fiabilidade dos dados ** (%) 14 4 9 14 7
Fiabilidade dos dados * (%) 50 61 41 54 55
10,0
7,5
5,0
2,5
0,0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AA12a - Média do indicador
5,8 6,1 6,3 6,6 6,2
[m3/(km.dia)]
N.º de EG com resposta 15 15 9 9 10
N.º total de EG 15 15 9 9 10
Fiabilidade dos dados *** (%) 63 57 67 61 60
Fiabilidade dos dados ** (%) 30 20 11 17 15
Fiabilidade dos dados * (%) 7 23 22 22 25
[kWh/(m3.100m)] 0,00
2013* 2014* 2015* 2016 2017
Quadro 69. AA13 baixa – Avaliação global * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Eficiência energética de
instalações elevatórias" corresponde à definição do indicador AA15b da 2.ª
(para 64 % de EG)
geração do sistema de avaliação.
Consumo de energia para bombeamento 215 289 380 kWh/ano
Figura 154. AA13 baixa – Evolução da média do indicador
Fator de uniformização 451 667 520 m3/ano.100 m
eficiência energética de instalações elevatórias
AA13b - Eficiência energética de
0,48 kWh/(m3.100 m)
instalações elevatórias
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
média do indicador para o serviço em baixa apresenta uma
Quadro 70. AA13 alta – Avaliação global (para 100 % de EG)
evolução desfavorável em 2015, com uma ligeira evolução
Consumo de energia para bombeamento 358 533 574 kWh/ano favorável desde 2016. Verifica-se alguma variação do número
Fator de uniformização 917 117 702 m3/ano.100 m de entidades gestoras com resposta, com um decréscimo em
AA13b - Eficiência energética de 2016. Quanto à fiabilidade dos dados, existe uma melhoria ao
0,39 kWh/(m3.100 m)
instalações elevatórias longo dos anos em análise.
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a eficiência 1,00
Quadro 72. AA14 baixa – Avaliação global * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Encaminhamento adequado de
lamas do tratamento" corresponde a uma atualização da definição do
(para 77 % de EG) indicador AA16b da 2.ª geração do sistema de avaliação.
Lamas desidratadas entregues a operador licenciado 654 t Figura 157. AA14 baixa – Evolução da média do indicador
Lamas desidratadas escoadas das instalações de encaminhamento adequado de lamas do tratamento
664 t
tratamento
Lamas secas entregues a operador licenciado 0t
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
Lamas secas escoadas das instalações de tratamento 0t
média do indicador para o serviço em baixa apresenta alguma
AA16b – Encaminhamento adequado de lamas do
98 % variação, com uma evolução favorável desde 2016. Verifica-
tratamento
se alguma variação do número de entidades gestoras com
resposta, tendo a totalidade respondido apenas em 2016.
Quadro 73. AA14 alta – Avaliação global (para 100 % de EG)
Quanto à fiabilidade dos dados, verifica-se alguma variação,
Lamas desidratadas entregues a operador licenciado 9 118 t registando-se uma melhoria significativa em 2016 e 2017.
Lamas desidratadas escoadas das instalações de
9 118 t 100
tratamento
Lamas secas entregues a operador licenciado 6 425 t
80
Lamas secas escoadas das instalações de tratamento 6 425 t
AA16a – Encaminhamento adequado de lamas do 60
100 %
tratamento
40
ALTA 7
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Encaminhamento adequado de
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 % lamas do tratamento" corresponde a uma atualização da definição do
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana indicador AA16a da 2.ª geração do sistema de avaliação.
Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
Figura 158. AA14 alta – Evolução da média do indicador
Figura 156. AA14 – Número de EG por intervalo de encaminhamento adequado de lamas do tratamento
referência
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
Quadro 75. AR01 alta – Valores de referência (%) AR01b - Média do indicador
83 83 83 83 84
(%)
Qualidade do serviço boa 100 AR01b - Média do indicador
97 97 97 97 97
Qualidade do serviço mediana [85; 100[ (%) - APU
AR01b - Média do indicador
Qualidade do serviço insatisfatória [0; 85[ (%) - AMU
76 78 80 81 82
%
40
20
0 20
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AR01a - Média do indicador
88 89 89 90 94 0
(%)
N.º de EG com resposta 19 19 9 9 12 Média APU AMU APR
N.º total de EG 19 19 9 9 12 Acessibilidade física do serviço através de redes fixas e meios móveis
Fiabilidade dos dados *** (%) 75 74 59 89 69 AR01 - Acessibilidade física do serviço através de redes fixas
Fiabilidade dos dados ** (%) 0 0 4 0 0
Fiabilidade dos dados * (%) 25 26 37 11 31
Figura 162. Comparação da Acessibilidade física do serviço
com a Acessibilidade física do serviço através de redes fixas
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Acessibilidade física do serviço"
corresponde à definição do indicador AR01a da 2.ª geração do sistema de e meios móveis
avaliação.
Conclui-se que o valor da média do indicador para o serviço
Figura 161. AR01 alta – Evolução da média do indicador
em baixa nas áreas predominantemente rurais é apenas 1 %
acessibilidade física do serviço
superior ao valor do AR01, o que seria de esperar,
considerando que é nesta tipologia de áreas onde se registam
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
mais fossas sépticas individuais, igualando-se o valor dos dois
média do indicador para o serviço em alta registou uma
indicadores em Portugal continental nas áreas
evolução favorável entre 2013 e 2017, com especial
predominantemente urbanas e nas áreas mediamente
relevância em 2017. Verifica-se que todas as entidades
urbanas.
gestoras responderam a este indicador no período em
análise. Quanto à fiabilidade dos dados, verifica-se uma
diminuição da fiabilidade dos dados entre 2013 e 2015,
aumentando em 2016 e voltando a diminuir em 2017.
Objetivo
0,00
Quadro 78. AR2 baixa – Valores de referência (%) 2013* 2014* 2015* 2016 2017
AR02b - Média do indicador
0,27 0,28 0,30 0,29 0,29
(%)
Qualidade do serviço boa [0; 0,50]
N.º de EG com resposta 264 264 257 257 257
Qualidade do serviço mediana ]0,50; 1,00] N.º total de EG 264 264 257 257 257
Qualidade do serviço insatisfatória ]1,00; +∞[ Fiabilidade dos dados *** (%) 100 100 100 100 100
Fiabilidade dos dados ** (%) 0 0 0 0 0
Fiabilidade dos dados * (%) 0 0 0 0 0
Quadro 79. AR2 alta – Valores de referência (%)
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Acessibilidade económica do
Qualidade do serviço boa [0; 0,25] serviço" corresponde à definição do indicador AR02b da 2.ª geração do
Qualidade do serviço mediana ]0,25; 0,50] sistema de avaliação.
Qualidade do serviço insatisfatória ]0,50; +∞[
Figura 164. AR02 baixa – Evolução da média do indicador
acessibilidade económica do serviço
Avaliação a nível de Portugal continental
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
Quadro 80. AR02 baixa – Avaliação global média do indicador para o serviço em baixa apresenta uma
(para 100 % de EG) evolução desfavorável até 2015 e uma evolução favorável em
Encargo médio com o serviço de saneamento de 2016. Verifica-se que, a partir de 2013, todas as entidades
98,36 €/ano
águas residuais gestoras responderam com fiabilidade máxima a todos os
Rendimento médio disponível familiar 34 326 €/ano dados.
AR02b – Acessibilidade económica do serviço 0,29 %
0,75
0,00
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a 2013* 2014* 2015* 2016 2017
acessibilidade económica do serviço em baixa e em alta é boa. AR02a - Média do indicador
(%)
0,21 0,20 0,18 0,18 0,17
Salienta-se, no entanto, que o nível dos tarifários atualmente N.º de EG com resposta 19 18 8 9 12
praticados requer uma necessária adaptação tarifária com N.º total de EG 19 18 8 9 12
Fiabilidade dos dados *** (%) 100 100 100 100 100
vista a uma tendencial recuperação de custos.
Fiabilidade dos dados ** (%) 0 0 0 0 0
Fiabilidade dos dados * (%) 0 0 0 0 0
A síntese da qualidade de serviço, por intervalos de
referência, é:
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Acessibilidade económica do
serviço" corresponde à definição do indicador AR02a da 2.ª geração do
BAIXA 246 11
sistema de avaliação.
ALTA 10 2
Figura 165. AR02 alta – Evolução da média do indicador
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
acessibilidade económica do serviço
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana
Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
Figura 163. AR02 – Número de EG por intervalo de média do indicador para o serviço em alta apresenta uma
referência ligeira evolução favorável a partir de 2013. Verifica-se que
todas as entidades gestoras responderam com fiabilidade
máxima a todos os dados em todos os anos do período em
análise.
Quadro 85. AR03 alta – Avaliação global (para 100 % de EG) 3,0
2,0
Inundações 432 1,0
40
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a resposta das
entidades a reclamações e sugestões é mediana no serviço 20
em baixa e insatisfatória no serviço em alta, indiciando
0
potencial de melhoria nos procedimentos internos de gestão 2013* 2014* 2015* 2016 2017
de reclamações por parte das entidades gestoras, que ainda AR04a - Média do indicador
(%)
64 84 87 84 87
BAIXA 77 23 72 2
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Resposta a reclamações e
ALTA 5 3 2 sugestões" corresponde à definição do indicador AR04a da 2.ª geração do
sistema de avaliação.
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
60
O indicador é definido como o rácio (em percentagem) entre
40
os rendimentos tarifários, outros rendimentos e subsídios ao
20
investimento e os gastos totais (conceito a aplicar a entidades
0
gestoras de sistemas em baixa e em alta). 2013* ** 2014* ** 2015* 2016 2017
AR05b - Média do indicador
84 85 90 91 96
(%)
Quadro 90. AR05 baixa e alta – Valores de referência (%) N.º de EG com resposta 250 245 245 242 225
N.º total de EG 264 264 257 257 257
Qualidade do serviço boa [100; 110] Fiabilidade dos dados *** (%) 53 54 35 34 31
Qualidade do serviço mediana [90; 100[ ou ]110; 120] Fiabilidade dos dados ** (%) 42 36 56 57 54
Fiabilidade dos dados * (%) 5 10 9 9 15
Qualidade do serviço insatisfatória [0; 90[ ou ]120; +∞[
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Cobertura dos gastos"
Avaliação a nível de Portugal continental corresponde à definição do indicador AR05b da 2.ª geração do sistema de
avaliação.
Quadro 91. AR05 baixa – Avaliação global ** A partir de 2015 o indicador AR05 passou a ser apresentado em
(para 87 % de EG) percentagem, pelo que os valores dos anos anteriores foram adaptados de
modo a permitir a comparação no período 2013-2017.
Rendimentos tarifários 471 238 529 €/ano
Figura 173. AR05 baixa – Evolução da média do indicador
Outros rendimentos 45 759 975 €/ano
cobertura dos gastos
Subsídios ao investimento 30 166 300 €/ano
Gastos totais 569 120 767 €/ano
AR05b – Cobertura dos gastos 96 %
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
média do indicador para o serviço em baixa apresenta uma
evolução favorável ao longo dos anos em análise. Verifica-se
Quadro 92. AR05 alta – Serviço em alta (para 100 % de EG)
uma diminuição do número de entidades gestoras com
Rendimentos tarifários 19 739 234 €/ano resposta ao longo dos anos em análise. Quanto à fiabilidade
Outros rendimentos 9 599 786 €/ano dos dados, verifica-se alguma variação ao longo dos anos,
Subsídios ao investimento 724 686 €/ano com uma diminuição desde 2015.
Gastos totais 26 331 909 €/ano
140
AR05a – Cobertura dos gastos 114 %
120
0
A síntese da qualidade de serviço, por intervalos de 2013* ** 2014* ** 2015* 2016 2017
AR05a - Média do indicador
referência, é: (%)
105 103 94 111 114
entidades gestoras de sistemas em alta). N.º de EG com resposta 232 250 247 249 249
N.º total de EG 264 264 257 257 257
Fiabilidade dos dados *** (%) 67 64 67 90 67
Quadro 93. AR06 baixa – Valores de referência (%) Fiabilidade dos dados ** (%) 2 1 1 1 1
Fiabilidade dos dados * (%) 31 35 32 9 32
Qualidade do serviço boa [95,0; 100,0]
Qualidade do serviço mediana [90,0; 95,0[ * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Adesão ao serviço" corresponde à
Qualidade do serviço insatisfatória [0,0; 90,0[ definição do indicador AR06b da 2.ª geração do sistema de avaliação.
Quadro 96. AR06 alta – Avaliação global (para 100 % de EG) 60,0
4,0
Objetivo e valores de referência
3,0
reabilitados nos últimos cinco anos (conceito a aplicar a N.º de EG com resposta 157 138 135 174 177
N.º total de EG 263 264 257 257 257
entidades gestoras de sistemas em baixa e em alta).
Fiabilidade dos dados *** (%) 76 80 82 97 84
Fiabilidade dos dados ** (%) 2 0 0 1 2
Quadro 97. AR07 baixa e alta – Valores de referência (%) Fiabilidade dos dados * (%) 22 20 18 2 14
Quadro 98. AR07 baixa – Avaliação global Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
(para 69 % de EG) média do indicador para o serviço em baixa manteve-se
Comprimento médio de coletores 31 056 km estável entre 2013 e 2016, seguida de uma evolução
Coletores reabilitados nos últimos cinco anos 515 km ligeiramente desfavorável em 2017. Verifica-se alguma
AR07b – Reabilitação de coletores 0,3 %/ano alteração do número de respostas por parte das entidades
gestoras, com uma diminuição entre 2014 e 2015 e um
Quadro 99. AR07 alta – Avaliação global (para 100 % de EG) aumento significativo em 2016. Relativamente à fiabilidade
dos dados, verifica-se uma evolução favorável até 2016,
Comprimento médio de coletores 3 341 km seguida de uma diminuição em 2017.
Coletores reabilitados nos últimos cinco anos 45 km
AR07a – Reabilitação de coletores 0,3 %/ano 5
4
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a reabilitação
de coletores apresenta nível insatisfatório no serviço em 3
Apresenta-se seguidamente a evolução da média ponderada Relativamente ao serviço em alta, conclui-se que, a nível de
deste indicador, bem como a indicação do número de Portugal continental, o valor da média do indicador apresenta
entidades gestoras avaliadas anualmente no período uma evolução desfavorável desde 2013, com uma ligeira
2013-2017, para os serviços em baixa e em alta. melhoria em 2016. Verifica-se que todas as entidades
gestoras responderam a este indicador em todos os anos em
análise. Quanto à fiabilidade dos dados, regista-se alguma
variação, com uma evolução desfavorável em 2015, tendo no
entanto atingido a fiabilidade máxima em 2016 e em 2017
apresenta uma diminuição significativa.
Qualidade do serviço insatisfatória ]2,0; +∞[ N.º de EG com resposta 179 210 231 236 241
N.º total de EG 264 264 257 257 257
Fiabilidade dos dados *** (%) 74 75 76 79 76
Quadro 101. AR08 alta – Valores de referência Fiabilidade dos dados ** (%) 8 8 10 9 7
Qualidade do serviço boa 0,0 * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Ocorrência de colapsos estruturais
Qualidade do serviço mediana ]0,0; 1,0] em coletores" corresponde à definição do indicador AR09b da 2.ª geração
Qualidade do serviço insatisfatória ]1,0; +∞[ do sistema de avaliação.
Quadro 102. AR08 baixa – Avaliação global Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
(para 94 % de EG) média do indicador para o serviço em baixa apresenta uma
evolução favorável até 2015, piorando no entanto em 2016.
Colapsos estruturais em coletores 895
Verifica-se um aumento do número de entidades gestoras
Comprimento total de coletores 57 239 km
com resposta e da fiabilidade dos dados ao longo dos anos
AR08b – Ocorrência de colapsos estruturais em
1,6/(100 km.ano) em análise, com exceção de uma ligeira diminuição em 2017.
coletores
2,0
Quadro 103. AR08 alta – Avaliação global (para 100 % de
EG) 1,5
A síntese da qualidade de serviço, por intervalos de * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Ocorrência de colapsos estruturais
referência, é: em coletores" corresponde à definição do indicador AR09a da 2.ª geração
do sistema de avaliação.
BAIXA 167 41 33 16
Figura 183. AR08 alta – Evolução da média do indicador
ALTA 3 5 4 ocorrência de colapsos estruturais em coletores
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AR09a - Média de indicador
3,5 3,3 3,4 3,0 3,5
[n.º/(106 m3.ano)]
AR09a - Média do indicador
2,5 2,3 - - 2,6
[n.º/(106 m3.ano)] APU
AR09a - Média do indicador
4,1 4,0 3,5 3,1 4,3
[n.º/(106 m3.ano)] AMU
AR09a - Média do indicador
4,9 4,5 3,2 3,2 4,4
[n.º/(106 m3.ano)] APR
N.º de EG com resposta 19 19 9 9 12
N.º total de EG 19 19 9 9 12
Fiabilidade dos dados *** (%) 60 70 56 67 75
Fiabilidade dos dados ** (%) 18 23 26 18 17
Fiabilidade dos dados * (%) 22 7 18 15 8
0,40
Pretende-se avaliar o nível de utilização dos recursos
0,20
energéticos pelas entidades gestoras enquanto bem escasso
que exige uma gestão racional. 0,00
2013* 2014* 2015* 2016 2017
AR10b - Média do indicador
O indicador é definido como o consumo de energia médio (kWh/(m3.100 m))
0,56 0,58 0,66 0,65 0,64
[kWh/(m3.100m)]
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Eficiência energética de
Qualidade do serviço boa [0,27; 0,45]
instalações elevatórias" corresponde à definição do indicador AR11b da
Qualidade do serviço mediana ]0,45; 0,68] 2.ª geração do sistema de avaliação.
Qualidade do serviço insatisfatória ]0,68; 5[
Figura 188. AR10 baixa – Evolução da média do indicador
eficiência energética de instalações elevatórias
Avaliação a nível de Portugal continental
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
Quadro 109. AR10 baixa – Avaliação global
média do indicador para o serviço em baixa apresenta uma
(para 44 % de EG)
evolução desfavorável desde 2013, melhorando ligeiramente
Consumo de energia para bombeamento 14 746 303 kWh/ano desde 2016. Verifica-se uma diminuição do número de
Fator de uniformização 22 963 551 m3/ano.100 m entidades gestoras com resposta em 2014 e em 2016 e uma
AR10b – Eficiência energética de melhoria da fiabilidade dos dados desde 2013.
0,64 kWh/(m3.100 m)
instalações elevatórias
1,00
0,00
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a eficiência 2013* 2014* 2015* 2016 2017
A síntese da qualidade de serviço, por intervalos de * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Eficiência energética de
referência, é: instalações elevatórias" corresponde à definição do indicador AR11a da
2.ª geração do sistema de avaliação.
BAIXA 7 25 47 100
Figura 189. AR10 alta – Evolução da média do indicador
ALTA 1 5 4 2 eficiência energética de instalações elevatórias
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana Para o serviço em alta, conclui-se que, a nível de Portugal
Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu
continental, o valor da média do indicador apresenta uma
Figura 187. AR10 – Número de EG por intervalo de evolução desfavorável desde 2013 e uma evolução favorável
referência em 2017. Verifica-se alguma variação do número de
entidades gestoras com resposta, tendo todas as entidades
Evolução do indicador respondido em 2015. Quanto à fiabilidade dos dados,
verifica-se alguma variação, com um aumento significativo
Apresenta-se seguidamente a evolução da média ponderada desde 2015.
deste indicador, bem como a indicação do número de
entidades gestoras avaliadas anualmente no período
2013-2017, para os serviços em baixa e em alta.
80
Objetivo e valores de referência
60
Pretende-se avaliar a descarga de águas residuais recolhidas
40
e não tratadas para o meio recetor.
20
O indicador é definido como a percentagem do número de
alojamentos localizados na área de intervenção da entidade 0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
gestora para os quais as redes públicas de drenagem se AR11b - Média do indicador
98 99 99 99 99
(%)
encontram disponíveis e ligadas a instalações de tratamento
N.º de EG com resposta 228 249 246 247 247
(conceito a aplicar a entidades gestoras de sistemas em baixa N.º total de EG 264 264 257 257 257
e em alta). Fiabilidade dos dados *** (%) 74 73 66 91 75
Fiabilidade dos dados ** (%) 1 1 1 1 0
Fiabilidade dos dados * (%) 25 26 33 8 25
Quadro 111. AR11 baixa e alta – Valores de referência (%)
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Acessibilidade física ao
Qualidade do serviço boa 100
tratamento" corresponde à definição do indicador AR12b – "Destino
Qualidade do serviço mediana [95; 100[ adequado de águas residuais recolhidas" da 2.ª geração do sistema de
Qualidade do serviço insatisfatória [0; 95[ avaliação.
BAIXA 219 15 13 10
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Acessibilidade física ao
ALTA 11 1
tratamento" corresponde à definição do indicador AR12a – "Destino
adequado de águas residuais recolhidas" da 2.ª geração do sistema de
0% 10 % 20 % 30 % 40 % 50 % 60 % 70 % 80 % 90 % 100 %
avaliação.
Qualidade do serviço boa Qualidade do serviço mediana
Qualidade do serviço insatisfatória Não respondeu Figura 192. AR11 alta – Evolução da média do indicador
acessibilidade física ao tratamento
Figura 190. AR11 – Número de EG por intervalo de
referência
Evolução do indicador
Quadro 115. AR12 baixa – Avaliação global * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Controlo de descargas de
(para 92 % de EG) emergência" corresponde à definição do indicador AR13b da 2.ª geração do
sistema de avaliação.
Descarregadores de emergência 835
Figura 194. AR12 baixa – Evolução da média do indicador
Descarregadores de emergência não monitorizados 478
controlo de descargas de emergência
Descarregadores de emergência com funcionamento
14
insatisfatório
AR12b – Controlo de descargas de emergência 41 %
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
média do indicador para o serviço em baixa apresenta alguma
estabilidade até 2015 e uma evolução favorável desde 2016.
Quadro 116. AR12 alta – Avaliação global
Verifica-se alguma variação do número de entidades gestoras
(para 100 % de EG)
com resposta, registando-se uma diminuição desde 2015, a
Descarregadores de emergência 766 par da diminuição do número total de entidades gestoras.
Descarregadores de emergência não monitorizados 203 Quanto à fiabilidade dos dados, verifica-se alguma
Descarregadores de emergência com estabilidade entre 2013 e 2015, com uma melhoria
17
funcionamento insatisfatório significativa desde 2016.
AR12a – Controlo de descargas de emergência 71 %
100
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o controlo de
descargas de emergência no serviço em baixa e no serviço em 80
Quadro 118. AR13 baixa – Avaliação global * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Cumprimento da licença de
(para 93 % de EG) descarga" corresponde ao produto dos indicadores da 2.ª geração do
sistema de avaliação AR14b – "Análises de águas residuais realizadas" e
Análises requeridas 33 168 AR15b – "Cumprimento dos parâmetros de descarga".
Análises realizadas 31 944 Figura 197. AR13 baixa – Evolução da média do indicador
Equivalente de população com tratamento cumprimento da licença de descarga
2 176 319 e.p.
satisfatório
Equivalente de população servido por instalações de
2 429 346 e.p. Conclui-se que, a nível de Portugal continental, entre 2013 a
tratamento
2015, o valor da média do produto dos indicadores da 2.ª
AR13b – Cumprimento da licença de descarga 86 %
geração, análises de águas residuais realizadas e
cumprimento dos parâmetros de descarga, para o serviço em
Quadro 119. AR13 alta – Avaliação global
baixa, apresenta alguma estabilidade. Em 2016, o valor do
(para 100 % de EG)
indicador da 3.ª geração, cumprimento da licença de
Análises requeridas 55 152 descarga, apresenta um valor significativamente superior à
Análises realizadas 55 095 média dos indicadores atrás referidos nos anos anteriores, no
Equivalente de população com tratamento entanto, em 2017, o valor diminui. Verifica-se que o número
6 897 766 e.p.
satisfatório de entidades gestoras com resposta evoluiu positivamente de
Equivalente de população servido por instalações 2016 para 2017, tendo-se mantido o nível da fiabilidade dos
7 088 366 e.p.
de tratamento dados.
AR13a – Cumprimento da licença de descarga 97 %
100
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o
80
cumprimento da licença de descarga é insatisfatório no
serviço em baixa e mediano no serviço em alta, indiciando 60
potencial de melhoria com a adoção de medidas,
40
nomeadamente em termos de operação e, quando
necessário, de reforço dos investimentos em estações de 20
tratamento de forma a proporcionar o adequado tratamento
0
das águas residuais. 2013* 2014* 2015* 2016 2017
AR13a - Média do indicador
94 96 93 92 97
A síntese da qualidade de serviço, por intervalos de (%)
N.º de EG com resposta 18 19 9 9 12
referência, é: N.º total de EG 19 19 9 9 12
Fiabilidade dos dados *** (%) 89 92
BAIXA 22 14 72 8 Fiabilidade dos dados ** (%) 6 4
Fiabilidade dos dados * (%) 5 4
ALTA 3 7 2
RU02 – Acessibilidade do serviço de recolha seletiva (%) dRU13 – Pessoal afeto ao serviço de gestão de resíduos (n.º)
Qualidade do serviço prestado aos utilizadores dRU14 – Pessoal em outsourcing afeto ao serviço de gestão
de resíduos (n.º)
RU04 – Lavagem de contentores (-)
dRU15 – Alojamentos com serviço de recolha indiferenciada
RU05 – Resposta a reclamações e sugestões (%) (n.º)
Sustentabilidade da gestão do serviço dRU16 – Alojamentos com serviço de recolha seletiva (n.º)
dRU17 – Alojamentos existentes (n.º)
Sustentabilidade económica
dRU18 – Ecopontos (n.º)
RU06 – Cobertura dos gastos (%)
dRU19 – Oleões (n.º)
Sustentabilidade infraestrutural
dRU20 – Ecocentros (n.º)
RU07 – Reciclagem de resíduos de recolha seletiva (%)
dRU21 – Estações de transferência (n.º)
RU08 – Reciclagem de resíduos de recolha indiferenciada (%)
dRU22 – Estações de triagem (n.º)
RU09 – Valorização de resíduos por TMB (%)
dRU23 – Unidades de TM (n.º)
RU10 – Capacidade de encaixe de aterro disponível (meses)
dRU24 – Unidades de TMB (n.º)
RU11 – Renovação do parque de viaturas (km/viatura)
dRU25 – Unidades de TB (n.º)
RU12 – Rentabilização do parque de viaturas (kg/m3.ano)
dRU26 – Unidades de produção de CDR (n.º)
Sustentabilidade ambiental dRU27 – Unidades de incineração (n.º)
Eficiência na utilização de recursos ambientais dRU28 – Aterros (n.º)
RU14 – Utilização de recursos energéticos (kWh/t) ou dRU29 – Capacidade instalada de incineração (t/ano)
(tep/1000 t)
dRU30 – Capacidade instalada de contentores (m3)
Eficiência na prevenção da poluição
dRU31 –Entidades gestoras com acessibilidade acima dos
RU15 – Qualidade dos lixiviados após tratamento (%) 25 km (n.º)
RU16 – Emissão de gases com efeito de estufa (kg CO2/t) dRU32 – Índice de conhecimento de ativos físicos (-)
dRU33 – Resíduos urbanos recolhidos (t/ano)
Para o cálculo destes indicadores e para a caraterização dos dRU34 – Resíduos urbanos recolhidos pela entidade gestora
sistemas físicos, as entidades gestoras enviaram à ERSAR um (t/ano)
conjunto de dados que seguidamente se listam:
dRU35 – Resíduos urbanos recolhidos indiferenciadamente
dRU01 – Identificação da entidade gestora (-) (t/ano)
dRU02 – Modelo de gestão (-) dRU36 – Resíduos recolhidos para reciclagem (t/ano)
dRU04 – Tipologia da área de intervenção (-) dRU37 – Resíduos retomados para reciclagem (t/ano)
Alta 15 5 3
Qualidade do serviço boa
Área predominantemente urbana [95; 100] 0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 %
Área mediamente urbana [90; 100] Avaliação boa Avaliação mediana Avaliação insatisfatória Não respondeu
80
60
40
20
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU01b - Média do indicador (%) 93 89 86 87 87
RU01b - Média do indicador (%) -
99 97 96 96 96
APU
RU01b - Média do indicador (%) -
90 87 82 84 85
AMU
RU01b - Média do indicador (%) -
88 80 77 79 80
APR
N.º de EG com resposta 179 191 224 234 243
N.º total de EG 259 259 258 256 255
Fiabilidade dos dados (%) - *** 80 88 91 92 90
Fiabilidade dos dados (%) - ** 14 10 8 7 6
Fiabilidade dos dados (%) - * 6 2 1 1 4
80 80 80
60 60 60
40 40 40
20 20 20
0 0 0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU01a - Média do indicador (%) 100 100 100 86 86
N.º de EG com resposta 23 23 23 23 23
N.º total de EG 23 23 23 23 23
Fiabilidade dos dados (%) - *** 96 100 100 96 100
Fiabilidade dos dados (%) - ** 4 0 0 4 0
Fiabilidade dos dados (%) - * 0 0 0 0 0
80
60
40
20
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU02ab - Média do indicador (%) 84 72 71 54 55
RU02ab - Média do indicador (%) -
86 89 89 70 71
APU
RU02ab - Média do indicador (%) -
82 57 57 40 41
AMU
RU02ab - Média do indicador (%) -
79 59 56 48 48
APR
N.º de EG com resposta 9 17 23 23 23
N.º total de EG 19 20 23 23 23
Fiabilidade dos dados (%) - *** 72 88 72 72 83
Fiabilidade dos dados (%) - ** 28 9 24 26 17
Fiabilidade dos dados (%) - * 0 3 4 2 0
0,25
Quadro 130. RU03 baixa – Valores de referência (%) 0,20
Qualidade do serviço boa [0; 0,25] * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Acessibilidade económica do
Qualidade do serviço mediana ]0,25; 0,50] serviço" corresponde à definição do indicador RU03 baixa da 2.ª geração do
sistema de avaliação.
Qualidade do serviço insatisfatória ]0,50; +∞[
Figura 209. RU03 baixa – Evolução da média do indicador
Avaliação a nível de Portugal continental acessibilidade económica do serviço
Quadro 132. RU03 baixa – Avaliação global Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
(para 100 % de EG) média do indicador mantém-se estável e a acessibilidade
económica mantém-se na zona de conforto. O número de
Encargo médio com o serviço de gestão de
59 €/ano entidades gestoras com resposta mantém-se estável e a
resíduos urbanos
Rendimento médio disponível familiar 34 326 €/ano
fiabilidade dos dados é máxima.
RU03 baixa – Acessibilidade económica do serviço 0,17 % 0,75 0,75
10 10,0
Qualidade do serviço boa [1,5; 4,0[
5 5,0
Qualidade do serviço mediana [0,5; 1,5[ ou [4,0; 6,0[
0 0,0
Qualidade do serviço insatisfatória [0; 0,5[ ou [6,0; +∞[ 2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU04b - Média do indicador (-) 5,3 5,0 4,9 4,8 4,9
N.º de EG com resposta 237 239 244 247 245
Quadro 136. RU04 baixa – Avaliação global Fiabilidade dos dados (%) - * 7 5 8 7 8
10 10,0
8 8,0
6 6,0
4 4,0
2 2,0
0 0,0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU04a - Média do indicador (-) 0,5 0,2 0,2 0,3 0,2
N.º de EG com resposta 18 19 19 19 19
N.º total de EG 19 19 19 19 19
Fiabilidade dos dados (%) - *** 72 69 68 53 75
Fiabilidade dos dados (%) - ** 28 26 29 45 22
Fiabilidade dos dados (%) - * 0 5 3 3 3
Salienta-se que existe um conjunto de entidades gestoras Apresenta-se seguidamente a evolução da média ponderada
para as quais não é aplicável este indicador, uma vez que deste indicador, bem como a indicação do número de
declararam não ter recebido qualquer reclamação durante o entidades gestoras avaliadas anualmente no período
ano de avaliação. 2013-2017 para os serviços em baixa e em alta. É ainda
indicada a fiabilidade dos dados utilizados para o cálculo do
Quadro 138. RU05 baixa – Valores de referência (%) indicador.
100
Qualidade do serviço boa 100
Qualidade do serviço mediana [85; 100[ 80
20
Qualidade do serviço boa 100
Qualidade do serviço mediana [95; 100[ 0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
Qualidade do serviço insatisfatória [0; 95[ RU05ab - Média do indicador (%) 73 86 85 86 85
N.º de EG com resposta 165 180 184 169 167
N.º total de EG 198 200 194 180 173
Avaliação a nível de Portugal continental Fiabilidade dos dados (%) - *** 73 75 74 73 78
Fiabilidade dos dados (%) - ** 17 16 18 21 14
Fiabilidade dos dados (%) - * 10 9 8 7 7
Quadro 140. RU05 baixa – Avaliação global
(para 97 % de EG) * Para os anos 2013 a 2015, o indicador " Resposta a reclamações e
sugestões " corresponde à definição do indicador RU05 baixa da 2.ª geração
Reclamações e sugestões 14 332 do sistema de avaliação.
Respostas a reclamações e sugestões 12 118 Figura 215. RU05 baixa – Evolução da média do indicador
RU05 baixa – Resposta a reclamações e sugestões 85 % resposta a reclamações e sugestões
Quadro 141. RU05 alta – Avaliação global Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
(para 100 % de EG) média do indicador mantém-se relativamente estável, com
uma qualidade do serviço mediana, registando-se uma
Reclamações e sugestões 2 522
redução do número de entidades gestoras com resposta.
Respostas a reclamações e sugestões 2 454
Quanto à fiabilidade dos dados, verifica-se um aumento da
RU05 alta – Resposta a reclamações e sugestões 97 %
mesma, em relação ao ano anterior.
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a resposta a
reclamações e sugestões é mediana nos serviços em baixa e
boa nos serviços em alta. O valor do indicador em baixa
reflete o facto de a resposta a reclamações e sugestões ser
aferida através do intervalo dias úteis definido como o prazo
legal limite para emissão de resposta escrita e não apenas a
confirmação de envio de resposta ao reclamante.
80
60
40
20
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU05ab - Média do indicador (%) 98 95 93 99 97
N.º de EG com resposta 19 20 20 21 21
N.º total de EG 20 21 20 21 21
Fiabilidade dos dados (%) - *** 95 95 88 85 88
Fiabilidade dos dados (%) - ** 5 5 12 5 8
Fiabilidade dos dados (%) - * 0 0 0 10 5
e em alta). 20
ERSAR define a tarifa do serviço de gestão de resíduos N.º de EG com resposta 245 240 246 237 228
N.º total de EG 259 259 258 253 255
urbanos. Fiabilidade dos dados (%) - *** 53 54 30 27 24
Fiabilidade dos dados (%) - ** 43 38 62 62 61
Fiabilidade dos dados (%) - * 4 8 8 11 15
Quadro 142. RU06 baixa e alta – Valores de referência (%)
Qualidade do serviço boa [100; 110] * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Cobertura dos gastos"
corresponde à definição do indicador RU06 baixa da 2.ª geração do sistema
Qualidade do serviço mediana [90; 100[ ou ]110; 120[
de avaliação.
Qualidade do serviço insatisfatória [0; 90[ ou ]120; +∞[
** A partir de 2015 o indicador RU06 passou a ser apresentado em
percentagem, pelo que os valores dos anos anteriores foram adaptados de
Avaliação a nível de Portugal continental modo a permitir a comparação no período 2013-2017.
Quadro 143. RU06 baixa – Avaliação global Figura 218. RU06 baixa – Evolução da média do indicador
(para 89 % de EG) cobertura dos gastos
Rendimentos tarifários 329 399 723 €/ano Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
Outros rendimentos 18 481 639 €/ano média do indicador aumentou positivamente, continuando,
Subsídios ao investimento 2 269 953 €/ano no entanto, a evidenciar uma qualidade do serviço
Gastos totais 405 627 859 €/ano insatisfatória. Existem ainda muitas entidades gestoras que
RU06 baixa – Cobertura dos gastos 86 não respondem a este indicador. Quanto à fiabilidade dos
dados, verifica-se uma ligeira diminuição da mesma.
Quadro 144. RU06 alta – Avaliação global 1,4 140
1,0 100
Rendimentos tarifários 110 182 118 €/ano
0,8 80
Outros rendimentos 15 216 314 €/ano
0,6 60
Subsídios ao investimento 14 507 650 €/ano
0,4 40
Gastos totais 133 013 493 €/ano
RU06 alta – Cobertura dos gastos 105 0,2 20
0,0 0
2013* ** 2014* ** 2015* ** 2016 2017
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a cobertura RU06ab - Média do indicador (%) 110 110 108 104 105
Alta 8 8 7
Pretende-se avaliar o contributo das entidades gestoras para 0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 %
a reciclagem de resíduos de embalagem e de papel/cartão Avaliação boa Avaliação mediana Avaliação insatisfatória Não respondeu
não embalagem.
Figura 220. Número de EG por intervalo de referência
O indicador é definido como a percentagem de resíduos de
embalagem e de papel/cartão não embalagem recolhidos
Evolução do indicador
seletivamente na área de intervenção da entidade gestora
face à meta de recolha seletiva de resíduos definida (conceito Apresenta-se seguidamente a evolução da média ponderada
a aplicar a EG de sistemas em baixa), ou como a percentagem deste indicador, bem como a indicação do número de
de resíduos de embalagem e de papel/cartão não embalagem entidades gestoras avaliadas anualmente no período
recolhidos na área de intervenção da entidade gestora e 2013-2017 para os serviços em baixa e em alta. É ainda
retomados para reciclagem face à meta de retoma de recolha indicada a fiabilidade dos dados utilizados para o cálculo do
seletiva definida (conceito a aplicar a EG de sistemas em alta). indicador.
125
Quadro 145. RU07 baixa e alta – Valores de referência (%)
100
Qualidade do serviço boa [100; +∞[
Qualidade do serviço mediana [90; 100[ 75
25
Avaliação a nível de Portugal continental
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
Quadro 146. RU07 baixa – Avaliação global RU07b - Média do indicador (%) 89 90 113 101 98
N.º de EG com resposta 257 258 258 256 255
(para 100 % de EG) N.º total de EG 259 259 258 256 255
Fiabilidade dos dados (%) - *** 97 98 99 96 96
Resíduos recolhidos para reciclagem 386 899 t/ano Fiabilidade dos dados (%) - ** 2 1 1 4 4
Fiabilidade dos dados (%) - * 1 1 0 0 1
Meta de recolha seletiva de resíduos 395 630 t/ano
RU07 baixa – Reciclagem de resíduos de recolha
98 % * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Cobertura dos gastos"
seletiva
corresponde à definição do indicador RU07 baixa da 2.ª geração do sistema
de avaliação.
Quadro 147. RU07 alta – Avaliação global
Figura 221. RU07 baixa – Evolução da média do indicador
(para 100 % de EG)
reciclagem de resíduos de recolha seletiva
Resíduos retomados para reciclagem 362 111 t/ano
Meta de retoma de recolha seletiva de resíduos 367 958 t/ano Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
RU07 alta – Reciclagem de resíduos de recolha
98 %
média do indicador apresenta uma evolução desfavorável,
seletiva resultando numa diminuição da avaliação da qualidade do
serviço de boa para mediana, um resultado que é
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a reciclagem
preocupante mas que resulta, também, da alteração das
de resíduos de embalagem é mediana nos serviços em baixa
metas estabelecidas para a retoma de resíduos de recolha
e em alta.
seletiva – que ficaram mais exigentes, tendo-se alterado os
Em 2017, a avaliação teve por base as metas intercalares de valores de referência para a qualidade de serviço mediana e
retomas de recolha seletiva estabelecidas no Despacho boa, na 3ª geração de indicadores. Verifica-se ainda que o
n.º 3350/2015, de 1 de abril, para cada sistema em alta. Para número de entidades gestoras com resposta mantém-se
os serviços em baixa, foi efetuada uma extrapolação das estável. Quanto à fiabilidade dos dados, verifica-se uma
metas intercalares tendo em consideração o ponderador de estabilidade próxima do nível máximo.
0,93.
100
75
50
25
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU07a - Média do indicador (%) 90 89 98 103 98
N.º de EG com resposta 23 23 23 23 23
N.º total de EG 23 23 23 23 23
Fiabilidade dos dados (%) - *** 100 100 100 100 96
Fiabilidade dos dados (%) - ** 0 0 0 0 4
Fiabilidade dos dados (%) - * 0 0 0 0 0
7
O indicador é definido como a percentagem de resíduos 6 EM TESTE
provenientes da recolha indiferenciada e enviados para 5
reciclagem multimaterial com origem na(s) unidade(s) de 4
tratamento mecânico (TM) e/ou tratamento mecânico e 3
sistemas em alta). 1
0
2016 2017
Salienta-se que existem seis entidades gestoras com serviço RU08a - Média do indicador (%) 3 2
em alta para as quais não é aplicável este indicador uma vez N.º de EG com resposta 17 17
N.º total de EG 17 17
que não dispõem deste tipo de infraestrutura. Fiabilidade dos dados (%) - *** 100 100
Fiabilidade dos dados (%) - ** 0 0
Fiabilidade dos dados (%) - * 0 0
Quadro 148. RU08 alta – Valores de referência (%)
Qualidade do serviço boa [7; +∞[ Figura 224. RU08 alta – Evolução da média do indicador
Qualidade do serviço mediana [4; 7[ reciclagem de resíduos de recolha indiferenciada
Qualidade do serviço insatisfatória [0; 4[
Apesar do indicador estar em teste em 2016, em 2017,
Avaliação a nível de Portugal continental verifica-se um decréscimo da média do indicador a nível de
Portugal continental. Este decréscimo poderá estar
Quadro 149. RU08 alta – Avaliação global relacionado com os fatores de contexto desfavoráveis à
(para 100 % de EG) retoma de recicláveis provenientes do TMB. Por outro lado, o
número de entidades gestoras com resposta, assim como a
Resíduos entrados no TM/TMB 1.741 935 t/ano
fiabilidade dos dados, apresentam-se no nível máximo.
Recicláveis recuperados do TM/TMB 39 587 t/ano
RU08 alta – Reciclagem de resíduos de recolha
2%
indiferenciada
Alta 5 12
0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 %
Avaliação a nível de Portugal continental * Para os anos 2013 a 2015, o indicador “Valorização de resíduos por TMB”
corresponde à definição do indicador RU09 alta da 2.ª geração do sistema
Quadro 151. RU09 alta – Avaliação global de avaliação.
(para 100 % de EG) Figura 226. RU09 alta – Evolução da média do indicador
Resíduos entrados no TMB 1 664 840 t/ano valorização de resíduos por TMB
Refugos e rejeitados do TMB 1 011 190 t/ano
RU09 alta – Valorização de resíduos por TMB 39 %
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
média do indicador apresenta uma evolução bastante
Ocorreu uma redefinição do indicador na 3.ª geração do desfavorável face ao ano de 2015, o que poderá ser
sistema de avaliação, pelo que, em 2016, a avaliação do justificado pela alteração da metodologia no apuramento do
indicador encontrava-se em fase de testes e consolidação. Em indicador, em 2016. A percentagem de entidades gestoras
2017, a avaliação já foi aplicada de acordo com as bandas de com resposta mantém-se estável e a fiabilidade dos dados
referência estipuladas, verificando-se que a valorização de apresenta-se no nível máximo.
resíduos por TMB é insatisfatória no serviço em alta, em
Note-se que o indicador não é aplicável a seis entidades
Portugal continental, ficando a 6 pontos percentuais da
gestoras com serviço em alta, uma vez que não dispõem
avaliação mediana.
deste tipo de infraestrutura.
A síntese da qualidade do serviço, por intervalos de
referência, é:
Alta 3 1 13
0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 %
Alta Em teste
0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 %
Alerta
350
Pretende-se avaliar o grau de utilização do parque de viaturas 300 300 000
150
O indicador é definido como a distância média acumulada 100 100 000
Avaliação a nível de Portugal continental Figura 230. RU11 baixa – Evolução da média do indicador
renovação do parque de viaturas
Quadro 155. RU11 baixa – Avaliação global
(para 98 % de EG) Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
média do indicador apresenta uma evolução ligeiramente
Quilómetros percorridos pelas viaturas de desfavorável, até 2016, sendo que em 2017 este valor diminui
628 290 022 km
recolha
ligeiramente, mantendo-se dentro da banda de qualidade do
Viaturas afetas à recolha seletiva 106
serviço mediana. Verifica-se, ainda, que o número de
Viaturas afetas à recolha indiferenciada 1 526
entidades gestoras com resposta mantém-se estável,
Viaturas afetas à recolha seletiva e
405 enquanto a fiabilidade dos dados apresenta uma evolução
indiferenciada
favorável.
RU11 baixa – Renovação do parque de
308 439 km/viatura
viaturas 400 400 000
350
300 300 000
Quadro 156. RU11 alta – Avaliação global
250
(para 100 % de EG)
200 200 000
melhoria com investimentos na renovação das frotas de Fiabilidade dos dados (%) - * 3 3 3 3 0
recolha seletiva. * Para os anos 2013 a 2015, o indicador "Renovação do parque de viaturas"
corresponde à definição do indicador RU11 alta da 2.ª geração do sistema
A síntese da qualidade do serviço, por intervalos de
de avaliação.
referência, é:
Figura 231. RU11 alta – Evolução da média do indicador
Baixa 64 84 101 6 renovação do parque de viaturas
Alta 3 8 8
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 %
Quadro 158. RU12 baixa – Avaliação global * Para os anos 2013 a 2015, o indicador “Rentabilização do parque de
(para 99 % de EG) viaturas” corresponde à definição do indicador RU12 baixa da 2.ª geração
do sistema de avaliação.
Resíduos urbanos recolhidos
3 748 058 t/ano
indiferenciadamente Figura 233. RU12 baixa – Evolução da média do indicador
Capacidade instalada de viaturas de recolha de
9 062 457 m3/ano
capacidade de encaixe de aterro disponível
resíduos
RU12 baixa – Rentabilização do parque de Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
414 kg/m3
viaturas
média do indicador apresenta-se estável, bem como o
Conclui-se que, a nível de Portugal continental, a número de entidades gestoras com resposta. Por sua vez, a
rentabilização do parque de viaturas, ao nível do serviço em fiabilidade dos dados apresenta uma ligeira melhoria.
baixa, é boa.
A síntese da qualidade do serviço, por intervalos de
referência, é:
Baixa 103 73 76 3
0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 %
Quadro 159. RU13 baixa – Valores de referência para Pessoal afeto ao serviço de gestão de resíduos 3 083
sistemas com recolha seletiva (n.º/1000 t) Pessoal em outsourcing afeto ao serviço de gestão
950
de resíduos
Qualidade do serviço boa Resíduos urbanos recolhidos pela entidade gestora 1 580 883
Área predominantemente urbana [1,5; 2,5] RU13 baixa – Adequação dos recursos humanos 2,6 /1000 t
Área mediamente urbana [1,5; 3,0] Área predominantemente urbana 2,7 /1000 t
Área predominantemente rural [1,5; 3,5] Área mediamente urbana 1,7 /1000 t
Qualidade do serviço mediana Área predominantemente rural 4,4 /1000 t
Área predominantemente urbana [1,0; 1,5[ ou ]2,5; 3,0]
Área mediamente urbana [1,0; 1,5[ ou ]3,0; 3,5] Sistemas sem recolha seletiva
Área predominantemente rural [1,0; 1,5[ ou ]3,5; 4,0]
Qualidade do serviço insatisfatória Pessoal afeto ao serviço de gestão de resíduos 3 634 t/ano
Área predominantemente urbana [0,0; 1,0[ ou ]3,0; +∞[ Pessoal em outsourcing afeto ao serviço de
1 890
Área mediamente urbana [0,0; 1,0[ ou ]3,5; +∞[ gestão de resíduos
Área predominantemente rural [0,0; 1,0[ ou ]4,0; +∞[ Resíduos urbanos recolhidos pela entidade
2 695 666/1000 t
gestora
RU13 baixa – Adequação dos recursos humanos 2,1 /1000 t
Quadro 160. RU13 baixa – Valores de referência para Área predominantemente urbana 1,7 /1000 t
sistemas sem recolha seletiva (n.º/1000 t) Área mediamente urbana 2,0 /1000 t
Área predominantemente rural 2,3 /1000 t
Qualidade do serviço boa
Área predominantemente urbana [1,0; 2,0]
Área mediamente urbana [1,0; 2,5]
Área predominantemente rural [1,0; 3,0]
Qualidade do serviço mediana
Área predominantemente urbana [0,5; 1,0[ ou ]2,0; 2,5]
Área mediamente urbana [0,5; 1,0[ ou ]2,5; 3,0]
Área predominantemente rural [0,5; 1,0[ ou ]3,0; 3,5]
Qualidade do serviço insatisfatória
Área predominantemente urbana [0,0; 0,5[ ou ]2,5; +∞[
Área mediamente urbana [0,0; 0,5[ ou ]3,0; +∞[
Área predominantemente rural [0,0; 0,5[ ou ]3,5; +∞[
1,0
A síntese da qualidade do serviço, por intervalos de
referência, é: 0,0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU13b - Média do indicador
2,2 2,2 2,1 2,1 2,0
(n.º/1000 t)
Baixa 167 31 54 3
RU13b - Média do indicador
2,5 2,2 2,4 1,9 1,7
(n.º/1000 t) - APU
Alta 8 3 12 RU13b - Média do indicador
1,8 1,8 1,8 2,0 2,0
(n.º/1000 t) - AMU
0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 % RU13b - Média do indicador
2,5 2,3 2,3 2,4 2,3
Avaliação boa Avaliação mediana Avaliação insatisfatória Não respondeu (n.º/1000 t) - APR
N.º de EG com resposta 242 242 252 224 225
N.º total de EG 259 259 258 229 228
Figura 234. RU13 – Número de EG por intervalo de Fiabilidade dos dados (%) - *** 63 60 61 63 68
Fiabilidade dos dados (%) - ** 26 29 28 27 23
referência Fiabilidade dos dados (%) - * 11 11 11 10 9
Evolução do indicador * Para os anos 2012 a 2015, o indicador “Renovação do parque de viaturas”
corresponde à definição do indicador RU11 baixa da 2.ª geração do sistema
de avaliação.
Apresenta-se seguidamente a evolução da média ponderada
deste indicador, bem como a indicação do número de Figura 236. RU13 baixa sem recolha seletiva– Evolução da
entidades gestoras avaliadas anualmente no período média do indicador adequação dos recursos humanos
2013-2017 para os serviços em baixa e em alta. É ainda
indicada a fiabilidade dos dados utilizados para o cálculo do Conclui-se que, a nível de Portugal continental, o valor da
indicador. média do indicador mantém-se estável, não obstante a
alteração da metodologia no apuramento do indicador.
Verifica-se que o número de entidades gestoras com resposta
se mantém igualmente estável, bem como a fiabilidade dos
dados.
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU13a - Média do indicador
0,7 0,8 0,8 0,7 0,7
(n.º/1000 t)
RU13a - Média do indicador
0,6 0,6 0,6 0,5 0,5
(n.º/1000 t) - APU
RU13a - Média do indicador
0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
(n.º/1000 t) - AMU
RU13a - Média do indicador
1,0 1,1 1,1 1,0 1,0
(n.º/1000 t) - APR
N.º de EG com resposta 23 23 23 19 19
N.º total de EG 23 23 23 19 19
Fiabilidade dos dados (%) - *** 78 77 78 82 86
Fiabilidade dos dados (%) - ** 16 20 16 17 13
Fiabilidade dos dados (%) - * 6 3 6 1 1
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
2016 2017
RU13a - Média do indicador (n.º/1000 t) 0,7 0,7
N.º de EG com resposta 4 4
N.º total de EG 4 4
Fiabilidade dos dados (%) - *** 75 81
Fiabilidade dos dados (%) - ** 19 19
Fiabilidade dos dados (%) - * 6 0
Quadro 165. RU14 baixa – Valores de referência Figura 239. Número de EG por intervalo de referência
(tep/1000 t)
Evolução do indicador
Qualidade do serviço boa
Área predominantemente urbana [0; 4,5] Apresenta-se seguidamente a evolução da média ponderada
Área mediamente urbana [0; 5,5] deste indicador, bem como a indicação do número de
Área predominantemente rural [0; 6,5] entidades gestoras avaliadas anualmente no período
Qualidade do serviço mediana 2013-2017 para os serviços em baixa e em alta. É ainda
Área predominantemente urbana ]4,5; 5,5]
indicada a fiabilidade dos dados utilizados para o cálculo do
Área mediamente urbana ]5,5; 6,5]
Área predominantemente rural ]6,5; 7,5]
indicador.
Qualidade do serviço insatisfatória 8
3
Quadro 166. RU14 alta – Valores de referência (tep/1000 t)
2
0
Qualidade do serviço mediana ]6; 7] 2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU14b - Média do indicador
Qualidade do serviço insatisfatória ]7; +∞[ (tep/1000 t)
5 5 5 5 5
Quadro 168. RU14 alta – Avaliação global A partir de 2015, a avaliação do indicador passou a ter em
(para 100 % de EG) conta a tipologia da área de intervenção, verificando-se que
Resíduos entrados nas infraestruturas de
o valor da média do indicador se mantém estável. Verifica-se
5 112 140 t/ano também estabilidade no número de entidades gestoras com
processamento em alta
Energia consumida da rede exterior 77 652 247 kWh/ano resposta. Quanto à fiabilidade dos dados, verifica-se um
Energia vendida obtida por valorização aumento da mesma.
757 649 781 kWh/ano
energética
RU14 alta – Utilização de recursos
-133 kWh/t
energéticos
0% 20 % 40 % 60 % 80 % 100 %
RU16 baixa – Emissão de gases com efeito de N.º de EG com resposta 245 254 254 252 252
16 kg CO2/t N.º total de EG 259 259 258 256 255
estufa
15 kg CO2/t Fiabilidade dos dados (%) - *** 80 77 75 72 80
Área predominantemente urbana Fiabilidade dos dados (%) - ** 17 18 17 20 15
16 kg CO2/t
Área mediamente urbana Fiabilidade dos dados (%) - * 3 5 8 7 6
18 kg CO2/t
Área predominantemente rural
* Para os anos 2013 a 2015, o indicador “Emissão de gases com efeito de
estufa” corresponde à definição do indicador RU16 baixa da 2.ª geração do
sistema de avaliação.
60
40
20
0
2013* 2014* 2015* 2016 2017
RU16a - Média do indicador (kg
49 47 47 46 47
CO2/t)
RU16a - Média do indicador (kg
42 42 40 41 42
CO2/t) - APU
RU16a - Média do indicador (kg
49 47 49 48 48
CO2/t) - AMU
RU16a - Média do indicador (kg
57 53 52 49 49
CO2/t) - APR
N.º de EG com resposta 19 19 19 19 19
N.º total de EG 19 19 19 19 19
Fiabilidade dos dados (%) - *** 95 84 87 95 89
Fiabilidade dos dados (%) - ** 5 13 10 3 8
Fiabilidade dos dados (%) - * 0 3 3 3 3
30 200 %
25,4
23,8 23,9 24,5 24,0
25
25
Encargos tarifários (Euro/ 10 m3 mês)
20 18,3
115 % 112 % 20
110 % 107 % 106 % 106 %109 %
104 % 104 %
0 0%
AA AR RU Total AA AR RU Total AA AR RU Total AA AR RU Total AA AR RU Total AA AR RU Total
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Portugal continental
Abastecimento de água Saneamento de águas residuais Resíduos urbanos Total
Figura 8. Níveis médios de encargos tarifários e cobertura dos gastos por serviço e região de Portugal continental
Encargos tarifários domésticos e nível de rendimento por agregado familiar em Portugal continental
Em 2017, verificou-se a existência de uma significativa amplitude do peso do conjunto dos encargos suportados pelas famílias com
os três serviços regulados, nomeadamente abastecimento de água para consumo humano, saneamento de águas residuais e
gestão de resíduos urbanos, relativamente ao rendimento por agregado familiar médio por concelho, variando entre 0,5 % e 4,7 %.
Esta amplitude é resultado das assimetrias verificadas entre concelhos, designadamente rurais e urbanos, quer em termos de
rendimento, quer ao nível do valor dos tarifários praticados.
Corroborando a análise, a figura seguinte apresenta a correlação existente entre o nível de encargos tarifários com o consumo
mensal doméstico dos serviços de águas e resíduos e o rendimento médio mensal disponível por agregado familiar em Portugal
continental em 2017.
50 5 000
40 4 000
30 3 000
20 2 000
10 1 000
Encargos tarifários para um consumo mensal doméstico de 10 m3 Rendimento médio mensal disponível por agregado familiar
Figura 247. Encargos tarifários domésticos mensais e rendimento mensal por agregado familiar em Portugal continental
Não obstante verificar-se que as duas variáveis evoluem genericamente no mesmo sentido, o nível de rendimento médio mensal
das famílias não exerce influência predominante na definição dos tarifários pelas entidades gestoras, situação demonstrada pela
fraca correlação (0,46) entre nível de encargos suportados pelos utilizadores domésticos dos serviços de águas e resíduos e o
rendimento médio mensal disponível por agregado familiar e por concelho.
Com efeito, não existindo relação de causalidade entre as duas variáveis (R 2=0,1274), um concelho com um nível de rendimento
mensal por agregado familiar mais elevado não implica necessariamente maiores encargos mensais com os serviços, conforme
ilustra a figura seguinte.
40
y = 0,012x + 9,7572
30 R² = 0,1274
(Euro /mês)
20
10
0
0 1 000 2 000 3 000 4 000 5 000
Rendimento médio mensal familiar (Euro)
Figura 248. Diagrama de dispersão e reta de regressão: rendimento médio familiar versus encargos tarifários para um
consumo doméstico mensal de 10 m3
A influenciar a definição das tarifas, deverá então existir uma maior correlação dos encargos tarifários em cada município com o
nível de gastos totais decorrentes da prestação do serviço, justificada pela preocupação crescente em assegurar o financiamento
do serviço por via tarifária, conforme decorre do artigo 21.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro. Admite-se que a tendência
futura seja igualmente neste sentido.
25
Euro/ mês
20
15
10
0
Tarifa fixa Tarifa variável Total
3º Quartil 1º Quartil Outliers
Figura 249. Diagrama de extremos e quartis – distribuição dos encargos tarifários por componente tarifária no serviço de
abastecimento de água
25
Euro/ mês
20
15
10
0
Tarifa fixa Tarifa variável Total
Figura 250. Diagrama de extremos e quartis – distribuição dos encargos tarifários por componente tarifária no serviço de
saneamento de águas residuais
No que respeita ao serviço de gestão de resíduos urbanos, os encargos tarifários cobrados ao consumidor final em 2017, relativos
a um consumo mensal de 10 m3 de água, apresentam a seguinte distribuição:
25
Euro/ mês
20
15
10
0
Tarifa fixa Tarifa variável Total
Figura 251. Diagrama de extremos e quartis – distribuição dos encargos tarifários por componente tarifária no serviço de
gestão de resíduos urbanos
Neste enquadramento, apresenta-se na figura seguinte o nível de encargos médios para um consumo mensal de 10 m 3 por
componente tarifária, por serviço e em cada uma das cinco regiões de Portugal continental.
10,55
Euro/ mês
10,10
9,89
8,75
8,53
8,20
10
7,82
7,24
6,84
6,79
6,80
6,60
6,56
6,38
5,55
5,47
5,10
4,96
4,61
4,46
4,36
4,04
4,01
3,61
3,57
3,50
3,31
3,05
3,05
5
2,95
2,85
2,82
2,68
2,65
2,56
2,29
2,23
2,20
2,14
2,13
2,07
1,78
1,67
1,53
1,26
0
Tarifa fixa Tarifa variável Total Tarifa fixa Tarifa variável Total Tarifa fixa Tarifa variável Total
AA AR RU
Norte 3,05 6,84 9,89 2,20 4,36 6,79 2,23 1,78 4,04
Centro 3,31 7,24 10,55 2,29 4,61 6,80 2,07 1,67 3,61
Lisboa 3,50 6,60 10,10 2,85 5,47 8,75 2,13 2,56 5,10
Alentejo 2,14 6,38 8,53 1,53 3,57 4,96 1,26 2,68 4,01
Algarve 2,65 5,55 8,20 2,95 4,46 7,82 2,82 3,05 6,56
36 Para os sistemas em baixa, considera-se uma acessibilidade económica boa quando o resultado do indicador fica situado no intervalo [0; 0,50];
uma acessibilidade económica mediana quando o resultado do indicador fica situado no intervalo ]0,50; 1,00] e uma acessibilidade económica
insatisfatória quando o resultado do indicador fica situado no intervalo ]1,00; +∞[.
0,00
AA
AR
AA
AA
AR
AR
AA
AR
AA
AR
AA
AR
RU
RU
RU
RU
RU
RU
Total
Total
Total
Total
Total
Total
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Portugal
continental
Figura 253. Nível médio de acessibilidade económica em cada serviço e região de Portugal continental
Em termos regionais, verifica-se que é nas regiões do Centro e do Algarve que o encargo total dos três serviços tem maior peso
no rendimento médio disponível familiar. O encargo com o serviço de abastecimento de água representa um maior peso no
rendimento das famílias da região do Centro, o encargo com os serviços de saneamento representa um maior peso no rendimento
das famílias da região do Centro e Algarve, e o encargo com os serviços de resíduos urbanos representa um maior peso no Algarve.
Importa referir, no entanto, que a boa acessibilidade económica nem sempre garante a sustentabilidade das entidades gestoras,
num contexto em que a maioria dos tarifários aplicados são insuficientes para atingir a total cobertura dos gastos incorridos com
a prestação dos serviços.
No serviço de abastecimento de água, os níveis de acessibilidade económica apresentam uma distribuição assimétrica em todas
as regiões:
1,00
%
0,75
0,50
0,25
0,00
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve
1,00
%
0,75
0,50
0,25
0,00
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve
3º Quartil 1º Quartil Outliers
Boa acessibilidade económica do serviço
Figura 255. Diagrama de extremos e quartis – acessibilidade económica no serviço de saneamento de águas residuais por
região
Verifica-se que é na região do Alentejo que a prestação do serviço de saneamento de águas residuais é mais acessível face ao
rendimento das famílias, sem prejuízo dos níveis de acessibilidade económica registarem uma menor amplitude entre o valor
mínimo e o valor máximo na região de Lisboa. Os tarifários praticados traduzem na maioria dos casos uma boa acessibilidade
económica, existindo casos em que a acessibilidade é mediana.
No serviço de gestão de resíduos urbanos, os níveis de acessibilidade económica apresentam uma distribuição assimétrica em
todas as regiões:
1,00
%
0,75
0,50
0,25
0,00
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve
3º Quartil 1º Quartil Outliers
Boa acessibilidade económica do serviço
Figura 256. Diagrama de extremos e quartis – acessibilidade económica no serviço de gestão de resíduos urbanos por região
Tarifários sociais
Com o propósito de facilitar o acesso económico aos serviços por parte de famílias mais carenciadas, as entidades gestoras dos
serviços de águas e resíduos devem incorporar uma componente social nos seus tarifários para consumidores domésticos.
Nos serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais, a Recomendação n.º 1/2009 do IRAR defende que
as tarifas destes serviços sejam reduzidas para consumidores domésticos cujo agregado familiar possua um rendimento bruto
englobável para efeito de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) que não ultrapasse determinado valor, a fixar
pela entidade titular, o qual não deve exceder o dobro do valor anual da retribuição mínima mensal garantida. Nestes serviços, a
redução deve concretizar-se através da isenção das tarifas fixas e da aplicação ao consumo total do utilizador das tarifas variáveis
do primeiro escalão, até ao limite mensal de 15 m3. As tarifas destes serviços podem igualmente ser reduzidas para consumidores
não domésticos, nomeadamente instituições particulares de solidariedade social, organizações não-governamentais sem fim
lucrativo ou outras entidades de reconhecida utilidade pública cuja ação social o justifique.
Foi entretanto publicado o Decreto-Lei n.º 147/2017, de 5 de dezembro que visa estabelecer o regime de atribuição de tarifa
social para a prestação dos serviços de águas, a atribuir pelo município territorialmente competente e a aplicar a clientes finais do
fornecimento dos serviços de águas.
No serviço de resíduos urbanos, o "Regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos urbanos" estabelece que as entidades
gestoras disponibilizam tarifários sociais aplicáveis a: i) Consumidores domésticos que se encontrem numa situação de carência
económica comprovada pelo sistema de segurança social; ii) Consumidores não-domésticos que sejam pessoas coletivas de
declarada utilidade pública. Considera-se situação de carência económica o benefício de, pelo menos, uma das seguintes
prestações sociais: a) Complemento Solidário para Idosos; b) Rendimento Social de Inserção; c) Subsídio Social de Desemprego;
d) 1.º Escalão do Abono de Família e e) Pensão Social de Invalidez. O tarifário social para consumidores domésticos consiste na
isenção das tarifas de disponibilidade. O tarifário social para consumidores não-domésticos consiste na aplicação da tarifa de
disponibilidade e da tarifa variável aplicáveis a consumidores domésticos.
Em 2017, na maioria dos concelhos de Portugal continental são praticados tarifários sociais, conforme ilustra a figura seguinte:
250
205
Nº
200 192
178
150
104
100 90
78
72
64
58
48 48 47 52 48
50 38 38 39 42 42
36
28
17 17 16 17 16 15 15
8 11
1 1 2 3 4 4
0
AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Portugal continental
Figura 257. Número de municípios de Portugal continental onde são praticados tarifários sociais por serviço e região
250
Nº
150
113
100 99
100
69 66
60 62
47 4541
50 39 38 34 36 40
31 3227
26 24
17 17 19 14
8 10 13 12 7
1 1 5 6
0
AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU AA AR RU
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Portugal continental
Figura 258. Número de municípios de Portugal continental onde são praticados tarifários familiares por serviço e região
37 Consideram-se membros do agregado familiar todos os residentes com domicílio fiscal na habitação servida.
38Em: a) 9 kg ou 60 l no 1.º escalão (até 36 kg ou 240 l) e b) 18 kg ou 120 l nos 2.º (superior a 36 kg ou 240 l e inferior a 108 kg ou 720 l) e 3.º
escalões (superior a 108 kg ou 720 l e inferior a 108 kg ou 1200 l).
39 Foram considerados 283 situações devido à existência de municípios onde o serviço de abastecimento de água é assegurado por mais que
uma entidade gestora, nomeadamente em Grândola (duas EG), Loulé (quatro EG) e Santiago do Cacém (duas EG);
40 Foram considerados 282 situações devido à existência de municípios onde o serviço de saneamento de águas residuais é assegurado por mais
que uma entidade gestora, nomeadamente em Grândola (duas EG) e Loulé (quatro EG);
41 Foram consideradas 282 situações devido à existência de municípios onde o serviço de gestão de resíduos urbanos é assegurado por mais que
uma entidade gestora, nomeadamente em Grândola (duas EG) e Loulé (quatro EG);
42 Este procedimento ficou, de igual forma, vertido no artigo 45.º do Regulamento de Procedimentos Regulatórios (Regulamento n.º 446/2018,
publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 140, de 23 de julho, com entrada em vigor no dia 22 de agosto de 2018), bem como no artigo
109.º do Regulamento de Relações Comerciais dos Serviços de Águas e Resíduos (Regulamento n.º 594/2018, publicado no Diário da Republica,
2.ª série, n.º 170, de 4 de setembro, com entrada em vigor no dia 3 de dezembro de 2018).
Figura 259. Reclamações escritas referentes a entidades gestoras dos serviços de águas e resíduos sujeitas ao sistema de
avaliação da qualidade do serviço, recebidas pelas entidade gestoras e pela ERSAR no ano
No que respeita às reclamações recebidas na ERSAR, a grande maioria (83 %) corresponde às que são apresentadas nos livros de
reclamações das entidades gestoras.
Apesar do número de reclamações recebidas e, assim, apreciadas pela ERSAR, ser consideravelmente inferior ao universo total
das reclamações apresentadas pelos utilizadores dos serviços de águas e resíduos, importa notar que até 2010 se verificou um
aumento expressivo das reclamações recebidas pelo regulador. Com efeito, entre 2000 e 2005 o regulador recebia em média 45
reclamações por ano, situação que se alterou significativamente com a entrada em vigor, em janeiro de 2006, do Decreto-Lei
n.º 156/2005, de 15 de setembro, que criou a obrigação de as empresas concessionárias e as empresas municipais, responsáveis
pela prestação do serviço de abastecimento de água aos utilizadores finais, disporem de um livro de reclamações e enviarem ao
regulador dos serviços os originais das respetivas folhas. A partir do início de 2008, e por força da alteração ao regime do livro de
reclamações, introduzida pelo Decreto-Lei n.º 371/2007, de 6 de novembro, aquela obrigação estendeu-se a todas as entidades
gestoras responsáveis pela prestação dos serviços de águas e resíduos a utilizadores finais, independentemente do modelo de
gestão (serviços municipais ou municipalizados, empresas municipais e concessionárias), o que explica o aumento acentuado de
reclamações recebidas nesse ano. Até 2016, o ano com mais reclamações foi 2012 (cerca de 4500), tendo depois disso o valor
estabilizado nas cerca de 4000, com exceção de 2014 que registou um valor mais baixo.
Por sua vez, no ano de 2017, as reclamações recebidas na ERSAR atingiram o seu maior número, mais especificamente 4975, facto
que poderá estar relacionado, entre outros, com a implementação do livro de reclamações eletrónico. Em concreto, no ano de
2017 foram apresentadas no livro de reclamações em formato físico 3414 reclamações e no livro de reclamações em formato
eletrónico 717 reclamações (disponível apenas a partir de 1 de julho de 2017).
Esta evolução, particularmente o alargamento das entidades obrigadas a disponibilizar o livro de reclamações, fez-se sentir
igualmente na distribuição do número de reclamações em função dos modelos de gestão das entidades gestoras reclamadas,
conforme evidenciado na Figura 261.
Sendo certo que até 2011 o maior número de reclamações recebidas na ERSAR respeitava a entidades gestoras de serviços
concessionados, a partir de 2012 o volume das reclamações relativas a entidades gestoras em gestão direta cresceu
continuadamente até 2016. Por sua vez, em 2017 verificou-se uma discreta inversão desta tendência, tendo o número de
reclamações referentes a entidades gestoras de serviços concessionados sido ligeiramente superior às reclamações relativas a
entidades gestoras em gestão direta.
Figura 261. Evolução da distribuição de reclamações recebidas na ERSAR por modelo de gestão
Acresce que, se tivermos em conta a população servida pelos diferentes modelos de gestão, a gestão direta não é o modelo com
maior rácio de reclamações por alojamento servido. Com efeito, tendo por base a totalidade das reclamações reportadas pelas
entidades gestoras no âmbito do sistema de avaliação da qualidade do serviço prestado em 2017 e comparando-as, em função
do modelo de gestão da entidade gestora reclamada (apenas para os serviços em baixa) com os alojamentos servidos
(considerando os diferentes serviços prestados), constata-se que a gestão concessionada é também o modelo de gestão objeto
de mais reclamações por alojamento, seguido da gestão delegada, conforme apresentado na Figura 262, o que pode refletir um
maior grau de exigência dos utilizadores perante entidades gestoras de natureza empresarial.
Por outro lado, calculando o mesmo rácio (n.º de reclamações por 10 mil alojamentos servidos) agora em função do tipo de serviço
prestado, conforme ilustrado na Figura 263 verifica-se que o abastecimento de água é o serviço que gera mais reclamações, o que
se explicará por ser aquele cujas condições de prestação são diretamente sentidas pelos utilizadores. Desagregando essa análise
em função da tipologia da área de intervenção das entidades gestoras, as áreas predominantemente urbanas apresentam uma
maior incidência de reclamações nos três serviços (abastecimento, saneamento e gestão de resíduos urbanos), o que se prenderá
mais com as características das populações do que com as condições de prestação do serviço nessas regiões.
Figura 263. Rácio de reclamações por alojamento servido em função do serviço prestado e da área de intervenção das
entidades gestoras reclamadas
Quando a análise é desagregada por modelos de gestão das entidades reclamadas, a distribuição relativa dos assuntos mantém-se
muito similar, sendo de destacar apenas um maior peso das reclamações sobre leitura, faturação e cobrança na gestão
concessionada, conforme se apresenta na Figura 265.
Figura 265. Distribuição das reclamações recebidas na ERSAR por assunto em função do modelo de gestão
A intervenção da ERSAR ao nível das reclamações recebidas consiste na procura de uma resolução voluntária dos conflitos entre
os utilizadores e as respetivas entidades gestoras, não interrompendo nem suspendendo quaisquer prazos legalmente
estabelecidos para recurso a outras instâncias.
Quando recebe uma reclamação, a ERSAR procede à sua análise, recolhendo, quando necessário, junto da entidade gestora e/ou
junto do reclamante, os elementos relevantes para o esclarecimento da situação. Com base nos factos e argumentos apresentados
pelas partes, a ERSAR emite um parecer ou recomendação, que remete a ambas as partes caso considere justificar-se uma
alteração do procedimento da entidade gestora. Se, pelo contrário, considerar que o procedimento da entidade gestora foi
Figura 266. Apreciação das reclamações recebidas na ERSAR e respetivo resultado (reclamações com análise concluída em
2017)
Analisando a evolução da apreciação da ERSAR às respostas dadas pelas entidades às reclamações apresentadas, conforme
ilustrado na Figura 267, verifica-se uma tendência de redução das reclamações com fundamento, o que revela uma progressiva
melhoria dos procedimentos por parte das entidades gestoras, mas ainda uma oportunidade em matéria de esclarecimento dos
utilizadores.
Desagregando o resultado da apreciação das reclamações analisadas em 2017 pela ERSAR, tendo em conta o assunto das mesmas,
verifica-se que o atendimento, a qualidade do serviço e contratação são as questões relativamente às quais a ERSAR mais vezes
deu razão aos reclamantes (os resultados observados relativamente à qualidade da água não assumem a mesma relevância pois
durante 2017 apenas se concluiu a análise de 73 reclamações sobre esta questão), sendo o tarifário, a leitura e a faturação e
cobrança os assuntos em que a ERSAR considerou haver mais reclamações sem fundamento, conforme ilustrado na Figura 268.
Estas conclusões refletem algumas deficiências nos serviços de atendimento (principalmente o tempo de espera), bem como as
dificuldades de os utilizadores em aceitarem os tarifários aprovados e compreenderem as faturas recebidas ou procederem ao
seu pagamento atempado.
Figura 268. Apreciação das reclamações em função do respetivo assunto (reclamações com análise concluída em 2017)
Comparando, por outro lado, o mesmo parâmetro agora em função do modelo de gestão das entidades gestoras reclamadas,
verifica-se não haver uma diferenciação muito significativa dos resultados entre os três tipos de modelo de gestão, embora se
observe um maior peso relativo das reclamações com fundamento relativamente ao serviço prestado pelas entidades gestoras
em modelo de gestão delegada e em modelo de gestão direta, conforme se apresenta na Figura 269.
Nota introdutória
A satisfação dos utilizadores finais dos serviços constitui uma importante ferramenta de diagnóstico do modo como as entidades
gestoras e os serviços regulados pela ERSAR funcionam, permitindo identificar potenciais problemas na prestação destes serviços.
Neste sentido, a ERSAR realizou no final do ano de 2017 uma sondagem em Portugal continental com o objetivo de cumprir com
o estipulado no número 5 do Artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, ou seja, de “medir, avaliar e divulgar os
níveis de satisfação dos utilizadores dos serviços”, neste caso em particular dos utilizadores finais dos serviços. Com a execução
deste exercício, o ciclo de avaliação da qualidade do serviço fica praticamente fechado, pois para além dos dados que anualmente
são comunicados à ERSAR pelas entidades gestoras e divulgados desde 2004 neste relatório, a ERSAR tem a oportunidade de
auscultar a perspetiva do utilizador final.
O estudo de 2017 deu continuidade ao trabalho realizado pela ERSAR, que em 2016 publicou o primeiro estudo de satisfação dos
utilizadores dos serviços de águas e resíduos em Portugal continental. Este primeiro documento analisou um universo de
2246 inquiridos, distribuídos por dois tipos de amostragem: a do território de Portugal continental e a municipal, composta por 6
municípios escolhidos para a realização deste estudo. No que diz respeito ao exercício de 2017, este focou-se apenas na amostra
de Portugal continental, no entanto, procurou-se aumentar sua representatividade ao nível regional (NUTS II), o que implicou a
realização de mais entrevistas (5340).
Nas secções seguintes disponibilizar-se-á a informação sobre os principais resultados do “Estudo de satisfação dos utilizadores
dos serviços de águas e resíduos em 2017” (ESUAR 2017). Acrescente-se ainda que se utilizou uma escala idêntica do estudo de
2016 para se aferir a satisfação e perceção sobre os serviços. Esta considera que a categoria “1” corresponde ao polo negativo da
avaliação, enquanto o “7” se encontra no polo positivo.
Satisfação global
Na Figura 270 disponibiliza-se a informação sobre a média das respostas dadas no que respeita à satisfação global dos utilizadores
finais dos serviços de águas e resíduos em Portugal continental.
Observa-se assim que os utilizadores finais dos serviços de águas e resíduos de Portugal continental estão globalmente satisfeitos
com o serviço que lhes é prestado. O abastecimento público de água é o serviço onde se regista maior satisfação, com 5,83 pontos,
ao passo que a recolha seletiva é o que apresenta menor satisfação, embora o valor de 5,36 pontos que correspondem à banda
de valores relativa à avaliação positiva.
A Figura 271 apresenta a informação sobre a satisfação global sobre os serviços de águas e resíduos detalhada ao nível das regiões
NUTS II.
Saneamento de águas
Abastecimento de água Resíduos indiferenciados Recolha seletiva
residuais
Escala de avaliação
Satisfação específica
Nesta secção apresentam-se os resultados do estudo que se focam na satisfação dos serviços de abastecimento público de água,
saneamento de águas residuais e gestão de resíduos urbanos, no que respeita a questões específicas colocadas para cada tipo de
serviço.
Na Figura 272 e Figura 273 disponibiliza-se a informação sobre a média global do nível de satisfação de acordo com as respostas
dadas nos vários tópicos de satisfação específica do serviço de abastecimento público de água e respetiva distribuição pelas várias
NUTS II de Portugal continental.
Figura 272. Médias das respostas dadas no âmbito da satisfação global e específica do serviço de abastecimento público de
água em Portugal continental
Escala de avaliação
Regista-se que todos os itens analisados são avaliados positivamente em todas as regiões de Portugal continental. A qualidade e
a pressão da água, a frequência de interrupções e a rapidez na sua resolução são assim avaliadas de forma positiva. O Norte é a
região com melhores índices de satisfação e o item melhor avaliado é o da "Frequência de interrupções no abastecimento de
água".
Na comparação entre as respostas dadas na satisfação global e nos tópicos da satisfação detalhada, constata-se que à exceção da
“Qualidade da água” e da "Rapidez na resolução de interrupções/ avarias no abastecimento de água", todos os outros itens estão
acima da média verificada na satisfação global.
A Figura 274 e Figura 275 apresentam a informação sobre a média global do nível de satisfação das respostas dadas nos vários
tópicos de satisfação específica do serviço de saneamento de águas residuais urbanas e respetiva distribuição pelas várias NUTS II
de Portugal continental.
Escala de avaliação
Os itens "Frequência de situações em que se vê o esgoto a escorrer na via pública" e "Rapidez da intervenção em caso de haver
esgoto a escorrer na via pública" são avaliados positivamente em todas as regiões de Portugal continental, sendo a região Norte
a que apresenta a melhor avaliação em ambos os casos.
Em relação à satisfação global, os dois itens têm avaliações superiores em comparação com o cenário global, levando a pressupor
que existem outros fatores que influenciam negativamente a perceção geral que os utilizadores finais têm sobre os serviços de
saneamento de águas residuais urbanas.
A informação sobre a média global do nível de satisfação das respostas dadas nos vários tópicos de satisfação específica do serviço
de gestão de resíduos urbanos e respetiva distribuição pelas várias NUTS II de Portugal continental é disponibilizada na Figura 276
e Figura 277, respetivamente.
Figura 276. Médias das respostas dadas no âmbito da satisfação global e específica do serviço de gestão de resíduos urbanos
em Portugal continental
Escala de avaliação
Perceção e confiança
Nesta secção apresentam-se os resultados do estudo referentes às componentes da perceção e confiança dos utilizadores nos
serviços de abastecimento público de água, saneamento de águas residuais e gestão de resíduos urbanos.
Na Figura 278 e Figura 279 apresenta-se os resultados obtidos na questão relacionada com a facilidade de acesso à informação
sobre a qualidade da água.
% de NS/NR na pergunta sobre a facilidade de aceder
Facilidade de acesso à informação sobre a qualidade da água
à informação sobre a qualidade da água
Legenda:
Figura 278. Resultados sobre a facilidade de acesso à informação sobre a qualidade da água
Escala de avaliação
[10 %; 20 %[ [20 %; 30 %[ 30 %; 40 %[
Figura 279. Distribuição geográfica das respostas e não respostas dadas na pergunta sobre a facilidade de acesso à
informação sobre a qualidade da água
Regista-se que, em termos globais, a informação sobre a qualidade da água é de fácil acesso para os utilizadores interessados
sobre esta temática. Excetuando a região de Lisboa, onde os utilizadores avaliam esta questão de forma razoável, todas as
restantes regiões apresentam níveis de elevada concordância com o facto de este tipo de informação ser de fácil acesso. Sobre
esta temática, conclui-se que existem igualmente lacunas na disseminação de informação relacionada com a qualidade da água,
uma vez que se registou uma elevada taxa de inquiridos a responder "Não sabe/Não responde" (NS/NR) à pergunta.
As Figura 280 e Figura 281 apresentam os resultados obtidos na questão relacionada com a informação prestada aos utilizadores
antes da interrupção do serviço de abastecimento público de água por parte da respetiva entidade gestora.
Escala de avaliação
Embora no cômputo geral, os utilizadores de Portugal continental avaliem positivamente a informação fornecida pelas entidades
gestoras antes do serviço ser interrompido, verifica-se que esta avaliação é sobretudo inflacionada pelos resultados registados na
região Norte. De facto, o Norte é a única região que apresenta avaliação positiva, contrastando com a avaliação razoável registada
nas restantes regiões do País.
Na Figura 282 e Figura 283 são disponibilizados os resultados sobre se o utilizador bebe ou não água da torneira.
Observa-se assim que a maioria (69 %) dos utilizadores de Portugal continental assume beber água da torneira. As regiões Norte,
Lisboa e Centro registam um maior hábito no consumo de água da torneira, ao passo que no Alentejo e Algarve, o consumo de
água da torneira é assumido por pouco mais de metade dos seus utilizadores.
A Figura 284 e Figura 285 apresentam a informação sobre os itens relacionados com a perceção e confiança dos utilizadores nos
serviços de saneamento de águas residuais em Portugal continental.
Escala de avaliação
Verifica-se que os utilizadores finais dos serviços de águas residuais em Portugal continental consideram que a rede não liberta
odores desagradáveis e que não há descargas diretas nos rios, ribeiras e/ou praias nos seus concelhos, revelando confiança
elevada no processo de tratamento de águas residuais. O único item onde a avaliação não é positiva em todas as regiões NUTS II
é o da libertação de odores desagradáveis da rede, onde os utilizadores da região de Lisboa avaliam de forma razoável este item.
A Figura 286 e Figura 287 apresentam a informação sobre os itens relacionados com a perceção e confiança dos utilizadores nos
serviços de gestão de resíduos urbanos em Portugal continental.
Figura 286. Médias das respostas dadas no âmbito da perceção e confiança dos utilizadores dos serviços de gestão de
resíduos urbanos
Escala de avaliação
Na gestão de resíduos urbanos, os utilizadores de todas as regiões revelam ter elevada confiança nos processos de tratamento e
valorização dos resíduos urbanos. A única exceção ocorre no Algarve, onde estes avaliam razoavelmente o tratamento dos
resíduos urbanos indiferenciados.
Na Figura 288 e Figura 289 disponibiliza-se a informação sobre a recomendação dos serviços de águas e resíduos por parte dos
seus utilizadores.
Figura 288. Médias das respostas dadas no âmbito da pergunta sobre se os utilizadores recomendariam os serviços de águas e
resíduos a outrem
Escala de avaliação
Conforme se pode observar, a generalidade dos utilizadores dos vários serviços de Portugal continental recomendaria os serviços
prestados pela respetiva entidade, com maior destaque para o abastecimento público de água, seguido do saneamento de águas
residuais urbanas e por último da gestão de resíduos urbanos. Do ponto de vista da avaliação registada por região NUTS II,
Figura 290. Médias das respostas dadas no âmbito da avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos indiferenciados
face aos preços praticados pelas entidades gestoras
Escala de avaliação
Figura 292. Médias das respostas dadas no âmbito da perceção que os utilizadores têm dos custos dos serviços de águas e
resíduos face a outros de caráter essencial
Escala de avaliação
Constata-se que, em Portugal continental, os utilizadores avaliam de forma razoável os custos com os serviços de águas e resíduos
face a outros de caráter essencial. Este comportamento é replicado em todas as regiões, exceto, no Norte, onde essa relação é
positiva, ou seja, os utilizadores do Norte consideram que os serviços são substancialmente mais baratos que, por exemplo, os
serviços de eletricidade, de comunicações eletrónicas e/ou comunicações postais. Em contraste com a região Norte, verifica-se
que o Algarve é a região que regista a avaliação menos favorável nos três serviços em análise, sendo que no saneamento de águas
residuais urbanas e na gestão de resíduos urbanos indiferenciados, os utilizadores, em média, consideram que estes serviços são
ligeiramente mais caros que os restantes de caráter essencial.
Número de
Objeto dos regulamentos analisados regulamento Entidades gestoras
analisados
CM de Arouca, CM de Borba, CM do
Cartaxo, CM de Moimenta da Beira, CM
Serviço de gestão de resíduos urbanos 9 do Montijo, CM de Oleiros, CM de Ponte
Sor, CM Vila Nova de Gaia e AM da Região
do Planalto Beirão.
CM da Nazaré, CM de Oleiros, CM de
Serviço de abastecimento de água e de Ponte de Sor, CM de Sernancelhe, CM de
7
saneamento de águas residuais Vila Nova da Barquinha, CM de Vila Nova
de Cerveira e CM de Vila Nova de Gaia.
Finalmente, a ERSAR é responsável pela aplicação de sanções no caso de incumprimento das obrigações legais a que as entidades
gestoras estão sujeitas e que compete a esta entidade fiscalizar. Em 2017, a ERSAR instaurou 57 processos de contraordenação,
tendo encerrado neste período 96 processos, com a aplicação de sanções pecuniárias (coimas) em 20 processos, de sanções não
pecuniárias (admoestações) em 53 processos e arquivamento de 23 processos que corresponderam na sua maioria a processos
relativos ao regime do controlo da qualidade da água (Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de agosto) e a um reduzido número de
processos que respeitam à violação de regras constantes do livro de reclamações (Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro),
qualidade de serviço e direito de informação (Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto).