1980 - Catarina Helena Knychala PDF
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1980 - Catarina Helena Knychala PDF
Aprovada por:
VOLUME 1
INTRODUÇÃO, 1
1
O LIVRO, 6
Notas , 15
2
CONCEITO DE LIVRO DE ARTE, 16
Notas. 22
3
O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO DO LIVRO DE ARTE E DE SEU CONJUNTO RECEPTOR
A mensagem múltipla do livro, 24
Mensagens na produção do livro de arte, 24
Notas, 30
Quadro 1 — Mensagens na produção do livro de arte, 35
Quadro 2 — Mensagens na disseminação do livro do arte, 36
Notas, 37
4
OS LIVROS DE ARTE E OUTROS LIVROS QUE SE DESTACARAM NA PRODUÇÃO
EDITORIAL BRASILEIRA, 40
BRASIL-COLONIA E BRASIL-REINO, 40
Período anterior a 1808, 40
A vinda da Família Real e da tipografia oficial para o Brasil, 42
IMPÉRIO, 49
Iniciativas particulares, 49
A litografia, 49
A gravura em metal, 54
A xilogravura, 55
Tipografias e editoras particulares do Rio de Janeiro, 57
Tipografias e editoras nos Estados, 63
A Imprensa Nacional, 66
OS ANOS TRINTA
Produções do Rio de Janeiro, 84
Recife: Os "Guias práticos" de Gilberto Freyre, 89
São Paulo — Juiz de Fora — Petrópolis
CONCLUSÃO, 210
BIBLIOGRAFIA, 214
VOLUME 2
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
que se apresenta como um objeto com valores estéticos tais como boa
qualidade e beleza do papel, dos caracteres tipográficos e da enca-
dernação, arquitetura e diagramação harmoniosas e não necessariamente
ilustrado; mas, se contiver ilustrações, serão consideradas não só as
ilustrações feitas com processos manuais, como a xilogravura, a gra-
vura em metal, a litografia e a serigrafia, como também fotografias
artísticas e reproduções por processos fotomecânicos.
INTRODUÇÃO
O LIVRO
dade e seu alto preço. О alto preço decorria da soma de trabalho que ele
ja que, das copias que se tiravam, nehuma era igual a outra, cada uma
os manuscritos.
largas margens para serem decoradas a mão e grandes vazios nos luga-
res das letras capitulares, рarа que estas pudessem ser fartamente
7
artístico.
a beleza que nao seria esse livro ilustrado por Claude Monet, ou um
artista e ao editor.
as quais "pouco nos importa uma arte que não é accessível a todos".4
Sua arte era consumida por uma minoria privilegiada que podia com-
a mão. Com essa técnica, que ele chamou de illuminated printing (im-
Pelletan e pelo pintor Maurice Denis que, pensando nos antigos mis-
ilustração que não mais fosse escrava do texto, que não tivesse exata
seus projetos.
ção global do livro foi o movimento Art Nouveau, que deu ao livro
sas.
(1963).
A l i n g u a g e m p l á s t i c a , no e n t a n t o , muito i n d e p e n d e n t e , d e s -
v i n c u l o u - s e da a r t e g l o b a l do l i v r o , pois os p i n t o r e s tinham suas
vistas v o l t a d a s i n t e i r a m e n t e para as p r a n c h a s onde trabalhavam.
D a n d o m a i s a t e n ç ã o ao e s p a ç o em b r a n c o e lançando o "livro-
s i m u l t â n e o " , s u r g i r a m os livros de p o e t a s .
quena tiragem) deve ser justificado com uma boa apresentação grafica,
que eleva mais ainda o seu preço e que, as vezes, ate, resulta em
uma edição de luxo ou de arte. 0 livro de arte, dessa maneira, satis-
faz esteticamente a um pequeno grupo, uma elite cultural, sob dois
aspectos: da informação e da materialidade da informação.
NOTAS
1
Como observou Vaucaire, o's primeiros impressores trabalharam
2
Hipólito Escolar Sobrino, Historia do livro em cinco mil pala-
vras (São Paulo: Quíron; Brasília: INL, 1977), p.42.
3
Vaucaire, La Bibliophilie, pp. 61-62.
4
Encyclopaedia Universalis, "Livre".
5
Maurice Denis, "Definición del neo-tradicionalismo", em Maurice
6
Paul Valéry, "Le coup de dec", em Paul Valery, Ecrits divers
sur Stéphane Mallarmé (Paris: Editions de la N.R.F., 1950), p.15.
Trata-se de uma carta publicada na revista Les Marges de fevereiro
de 1920.
16
tan relativa.
houver reimpressão.
ser um livro de arte, e um livro de arte, por sua vez, pode ter uma
lidades do livro artístico e do livro de luxo, mas nem todo livro de.
demais pela sua feitura especial, pela qualidade do papel e pelo méri-
sua edição exige um certo refinamento, o que eleva seu custo, elevan-
ção por um público mais amplo, de poder aquisitivo menor. 0 que de-
vro de arte". Colocou ele, também, uma questão importante: pode ser
que uma publicação modesta seja, pelo espírito renovador, uma obra de
vro de arte deve ser um objeto que gostamos de ver "simplesmente por-
homem, e uma ferramenta que ele maneja como quer. Na sua opinião,
21
"o livro, como toda arte, reflete o gosto e o estilo de seu tempo" e
"voltar ao passado é copiar, imitar e plagiar, não e criar". Essas
imitações de obras antigas são comparadas, por ele, a dinossauros em-
palhados. Quanto ao conceito de livro de arte, ele prefere não es-
tabelecer uma definição, pois definições, conceitos e regras, no seu
entender, só servem para abrirem-se exceções, conforme declarou em
carta de 6 de novembro de 1978, onde, em vez de dar uma definição,
escreveu:
cos.
22
NOTAS
Graphic, 1948), p.5; Raymond Hesse, Le Livre d' art du XIX siécle a
4
Atilio Chiappori, "El libro de arte", em Domingo Buonocore,
5
Ibid., p.131.
6
Ibid., p.130.
pp.68-71,117.
António Houaiss, Elementos de Biblioloqia (Rio de 3aneiro: Ins-
tituto Nacional do Livro, 1967), pp.32,77, com referência a Pierre
Gusman, L'Ilustration du livre français des origines à nous jours
(Paris: Jacques Harmout, 1945) e William M. Ivins Dr., Prints and
visual communication (Cambridge: Harvard University Press, 1953).
Entrevista com Fernando Correia Dias, Brasília, 25 setembro
1978 (fita e transcrição na coleção particular da autora).
12
Entrevista com Mary Catherine Karasch, Brasília, 29 setembro
1978 (fita e transcrição na coleção particular da autora).
23
artística.
comitiva.
BRASIL-COLÔNIA E BRASIL-REINO
que se teve notícia dela na Metrópole, que baixou uma provisão dispon-
imprimam papéis no tempo presente, nem pode ser de utilidade aos im-
demos incluir também 3oão Caetano Rivara, José Joaquim Marques, João
Ferreira, em seu livro Imagem e letra, fornece uma lista dos gravado-
Rubens Borba de Moraes, que aponta três deles, mesmo, como obras-pri-
cia ao livro de Pope: "A edição é executada com o maior esmero e be-
leza".14
e a boa impressão: "A paginação, dificil por causa das notas, tem um
21
que não viu o folheto, mas obteve informação de segunda mão, a folha
essa técnica que era tida, em Portugal, como uma arte do povo. Orlando
brado pelos que até hoje têm escrito a respeito da gravura popular
vinda de gravadores para o Brasil, nas pessoas dos ourives que passa-
de D. Pedro I I " . 2 6
o Brasil em 1811, chamado por Francisco Marques dos Santos de "o Debret
47
Castro Maya. Nas edições de 0 Velho Rio de Janeiro através das gra-
que constituem o álbum comprado por Caio de Melo Franco e que per-
IMPÉRIO
dente, nao lhe consentiu lazeres folgados para espairecer pelas artes
35
gráficas, com que enfeitasse trabalhos de mais fôlego literário."
Iniciativas particulares
A litografia
ter sido feita em sua grande parte fora do Brasil, pois ela não e
Heaton & Rensburg, formada em 1840 por George Mathis Heaton, ,litógra-
pas foram desenhadas pelo pintor francês Louis Auguste Moreau sobre
de 1847.
53
Heaton & Rensburg (1840), Ludwig & B.riggs (1843), Brito & Braga
(1853) e Sisson ( 1 8 5 5 ) . 5 2
aquelas que não trazem a sua assinatura trazem o seu nome impresso em
ço, no Rio de Janeiro, que varia entre Rua da Assembléia, 67 (ou 60),
dimento. 53
54
lis a Juiz de Fora, por Henry Klumb, com 87pp. e 31 litografias, algu-
A gravura em metal
tos dispunha que "os que se dedicarem a gravura em estampa irão gra-
tendo em vista que o abridor, João da Silva Pinto, não pudera entre-
55
gar as chapas das lições de manuscrito gravadas em talho-doce.
francês Dean Louis Duplat (Rio de Daneiro: Тур. de Gueffier & Cia),
56
seguir uma relação das principais, com alguns títulos que publicaram.
Imperial de P. Plancher-Seignot.
riais..
dos Deputados.
58
autor anônimo.
n° 139.
portuguesa.
n° 95.
rosto.
rosto.
Imprensa Americana
n° 13.
mas Paula Brito continuou publicando sob várias firmas , no mesmo ende-
reço;
1859 — D. Marcisa de Villar: legenda do tempo colonial, pela indy-
& Irmão.
F. Maury.
43 e 45.
Isabel...
62
de Almeida.
tografados.
Paula, n° 16.
Bahia
Typographia de Manoel Antonio da Silva Serva, em Salvador. Foi a se-
gunda tipografia do paiz, a primeira de empreendimento particular,
inaugurada a 13 de maio de 1811, dia do aniversario de D. Ooão VI.
Publicou o Idade d'Duro do Brasil, segundo jornal do paiz, de 1811
a 1823. Após a morte de Silva Serva, a Empresa continuou, dirigida
pela viuva, associada a José Teixeira de Carvalho. Alguns livros
da tipografia, ainda da época do Brasil-reino:
1812 — Elementos de osteoloqia pratica, por José de Castro.
1815 — Pratica criminal do foro militar..., por Carlos de Magalhaens
Castelo Branco.
1815 — Manual do engenheiro..., de Mr. Briche.
n° 24.
dega, n° 24.
n° 24.
mo, n° 23.
n° 2.
cercadura floral.
Pernambuco
Typographia do Diário
Minas Gerais
Typographia do Astro de Minas, São João d'El-Rei.
1828 — Carta aos senhores eleitores da Provinda de Minas Gerais,
por Bernardo Pereira de Vasconcellos.
Typographia de Silva, Ouro Preto
São Paulo
Typographia de Costa Silveira, Rua de São Gonçalo, n° 41.
Pará
Typographia Guttemberg
A Inigrensa Nacional
1888 seu serviço foi melhorado com a montagem de duas máquinas recen-
62
temente inventadas, que soltavam tipos perfeitos.
a folha de rosto cada vez mais decorada com desenhos diferentes de le-
A Imprensa Nacional
Rio de Daneiro
Typographia de G. Leuzinger & Filhos
1893 — Carta ao autor das "Festas Nacionais", por Raul Pompeia. O
livro tem uma composição mais moderna.
1899 — Dona Mystica, de Alphonsus de Guimaraens. Folha de rosto
toda impressa com letras góticas e extremamente decorada.
Laemmert & Cia.., Livreiros-Editores (Rio de Janeiro, S.Paulo, Recife).
1896 — Flor de sangue, de Valentim Magalhães. Capa ilustrada a
cores.
vro bonito. Cada conto traz uma folha de título com pequena
decoração vegetal, inicial decorada e pequena vinheta no
final, com desenhos variados, de animais. Todas as páginas
do texto apresentam, no alto, o título do conto, separado
do texto por dois filetes. Papel verge muito bom.
Rio dg Janeiro
Typographia de G. Leuzinger & Filhos
1893 — Carta ao autor das "Festas Nacionais", por Raul Pompeia. 0
vro bonito. Cada conto traz uma folha de título com pequena
decoração vegetal, inicial decorada e pequena vinheta no
final, com desenhos variados, de animais. Todas as páginas
do texto apresentam, no alto, o título do conto, separado
do texto por dois filetes. Papel verge muito bom.
uma das duas partes do livro contém uma folha de título, seguida
de uma folha com dedicatória. Cada poema apresenta, no
e geométricos variados.
Bahia
n° 101.
Pernambuco
Typographia de M. Figueirôa de F. & Filhos
Pernambuco.
S. Paulo
Typographia e Estereotypia King, Rua do Commercio, n° 25, São Paulo.
São Paulo.
etc.
A produção geral de livros no Brasil, no entanto, era fraca.
Grande número de livros eram impressos em tipografias de jornais e re-
vistas, observou Rubens Borba de Moraes, e "imprimir um jornal e fazer
um livro exigem técnicas inteiramente diversas e demandam pessoal dife-
rente". Muitos autores continuavam a ser impressos na Europa.
madeira; cada uma das duas partes em que se divide o livro é precedida
das partes do livro contém uma folha de título; a maioria das páginas
pares estão em branco e, as impressas, apresentam amplas margens; não
contém sumário e nem justificação da tiragem.
A Imprensa Nacional
dois cilindros Marinoni, para trabalhos de luxo e uma para cortar pa-
vermelhas.
rosto bem despojada, bem diagramada, clara, sem mistura de tipos. Mas
apareceram outros livros com a folha decorada no novo estilo, com ve-
páginas do texto.
Reis & Reis, de Salvador, uma luxuosa e bela edição — Carta de Pero
so em papel acetinado muito bom que, depois de tantos anos, está hoje
pel manual com linha d'agua e marca d'agua com as armas da República;
75
deu uma arquitetura leve e feminina, com brancos amplos e bem distri-
bom, com amplos brancos e páginas bem decoradas com faixas e vinhetas.
metia uma edição "de luxo, com páginas decoradas com vinhetas a cores,
Augusto Silva, Praça Visconde Rio Branco, n° 12, Belém do Pará. A no-
edição.
pregou-se papel cada vez pior para atender a demanda.Mas uma parte da
tiragem, pelo menos, devia ser tirada em papel bom e, assim, multipli-
blico, ávido de leitura, esses monstrengos que ainda andavam por aí.
Brasil.
guns livros bonitos, que podemos ver nas seções de obras raras de al-
poema e precedido por uma folha de título, o qúe não acontecia com a
1a edição.
pagina par, sendo cada poema precedido por uma folha de título, o que
gem.
gens brancas sobre fundo roxo. A tiragem foi de apenas 100 exemplares,
rosto, nas capitulares, no alto das paginas iniciais dos poemas (pági-
80
Cada um dos 1G poemas, precedido por uma folha de título com o verso
ragem.
81
edição bem cuidada e decorada com bom gosto. A capa e decorada com
1922, para 344.000 (mais de 1.100 exemplares por dia). Nesse ano con-
foi, pelo que conhecemos, publicada uma obra que com esta se assemelhe.
cunho artístico que reveste o seu todo, fazendo dele um livro útil,
para o livro Arte & Ferro, com serigrafias de Lula Cardoso Ayres, pu-
recifense anônima do ferro, ao lado que que fixa de outras artes anti-
ilegíveis".
OS ANOS TRINTA
Mangabeira.
dio, com uma das folhas do 1° e do último cadernos encapadas com papel
Cristo crucificado, abaixo das palavras Laus Deo, muito empregada, an-
presso com texto e ilustração. Cada uma das três partes em que se di-
pelo autor.
de artística superior.
da tiragem.
88
da Embaixada da França.
vro, que contém 49 folhas não numeradas, não traz sumário. 0 colofão
Guia foi reeditado pela José Olympio em 1942, 1961 e 1968, em edições
revistas e atualizadas.
preta, dentro de uma moldura e com uma decoração que varia em desenho
lha de rosto.
limites convencionais.
Saúde .
um dos autores, cada uma com uma folha de título. Quase todos os poe-
mas, curtos, ocupam duas páginas, iniciando-se ao pé da pagina ímpar e termi-
nando no alto da pagina par; alguns ocupam apenas a página ímpar, dei-
xando o verso em branco. Sete dos poemas são precedidos por um de-
92
posta e impressa por Elvino Pocai, sobre papel de linho fabricado por
le, pequeno desenho a cores de uma estatua de mulher sobre uma coluna,
ta, e seguida por uma folha com dedicatória, esta emoldurada por uma
São Paulo, em diversas cores e dourado. Vem a seguir outra folha com
cores que variam para cada poema, sobreposta a pequeno e delicado de-
poema, sempre Sao Paulo. Essas vinhetas são o que ha de mais bonito no
zem, no branco inferior, uma pequena vinheta de uma so cor, que varia
cor parda clara. As margens são amplas. A tiragem foi de 1.000 exempla-
composto e bem impresso com bom material, com bonitas vinhetas capitu-
Europa, o livro-objeto.
floral nas mesmas cores e marrom. Sobre a grande inicial do título es-
pássaros, tendo aos pés um lobo e uma corça. Todo o livro foi composto
encimados, nas paginas impares, por uma larga faixa decorativa, impres-
página par, com desenho no branco inferior. São desenhos delicados com
torial da Suíça, dizia: "A Suíça foi, de fato, o país que mais inteli-
gente desenvolvimento deu a editorial desde que esta nova guerra alas-
persos, e aproveitou-os."
Sao Paulo e Rio Grande do Sul eram os três maiores mercados de livros.
Clube, e aos sócios era distribuída uma folha impressa com o Menu, em
Japão White Plate Pinisch, fabricado por Rolland Papers Company LD.
de Montreal, Canadá.
numeradas e coladas sobre uma folha branca, precedida por uma folha
por dentro e por fora das letras, e impressas em preto sobre a impres-
Goatskin Parchment.
de Clóvis Graciano.
pre em página ímpar. 0 texto foi composto a mão com tipos Caslon Elze-
vir Romano de 6mm (corpo 20), com inicial maior (l5mm), impressa em
S.A., do Rio de Janeiro, que imprimiu também o texto sob a direção de Luiz
Portinari, por Oswaldo Caetano da Silva e Cleanthes Gravini.
co. O nome ''Cattleya Alba foi escolhido por ser o nome da mais pura
e mais rаrа orquídea do Brasil, e o desejo dos bibliófilos era que seus
sobre papel offVset, protegido por uma folha de papel vegetal. Os de-
lhes, representando cenas descritas nas lendas, com índios, seres mi-
fabricado por Klabin Irmãos & Cia., é bastante poroso e um lado e pou-
co calhandrado do outro.
feitas por Atlas Ltda; a cabeça de cobre que ornamenta a capa foi exe-
poetas com a visão dos seus próprios originais amplia as sugestões li-
criação em que a poesia acaba de ser captada e vai adquirir a sua for-
ma."
trados com desenhos de Luís Jardim, Santa Rosa, Clóvis Graciano, Augus-
Você uai ver todos esses autores, essa fina flor da nove-
mas. Não como tipos. Nao como abstrações. Eles as vêm sur-
vros.
Território humano,de José Geraldo Vieira; Fogo morto, de José Lins do Rego;
Lesger.
ao revisor e ao editor.
Maria Julieta.
no texto.
O livro teve em sua organização artística a cooperação de Santa.
lor, mas não têm a alta qualidade grafica das publicações da Sociedade
nanquim, com fundo preto, como um estudo para xilogravura (13 desenhos).
Beatrix Reynal.
da e impressa com letras góticas. No alto das paginas pares estão im-
nas ímpares, o título de cada uma das 3 partes em que se divide o livro.
Cada parte contem uma folha de título, com o titulo encimado pelo de-
que varia de poema para poema.À maneira dos livros antigos, todas as
peias palavras Laus Deo. 0 livro foi composto e impresso nas oficinas
poemas são compostos em tipos de 3mm, com a inicial bem grande (66mm),
branco final de cada poema contem um pequeno desenho com figuras e sim-
Dose Sciciliano, nas oficinas de B. Bloch & Irmãos, a Rua Frei Caneca,
de em 11 partes, cada uma com uma folha de título com o 1° poema impres-
га. É uma brochura de tamanho medio, com 134 paginas, composta em ti-
pos Caslon itálico. Cada uma das 6 histórias, bem como o texto intro-
dutório, trazem uma folha de título seguida de uma xilogravura fora
do texto, impressa em marrom. Há mais duas xilogravuras, uma depois
da dedicatória e uma intercalada entre as páginas do último conto. In-
felizmente, a tinta das xilogravuras manchou as paginas próximas; a
mancha, porém, coincide exatamente com a mancha tipográfica do texto,
o que atenua um pouco as consequências desastrosas da falha técnica.
Também os títulos da falsa folha de rosto e da folhas de título são
impressos em marrom. As edições foram feitas especialmente para a edi-
ção. A tiragem foi de apenas 100 exemplares, assinados pelo autor, ti-
rada em papel Arches, que conserva as bordas naturais de fabricação.
pel vegetal, contendo 104 páginas, teve uma tiragem de 500 exemplares
lho e preto. Cada uma das 3 partes do livro contém uma folha de título
traz capa ilustrada de Santa Rosa, com o titulo impresso em azul, com
tipo Romano Antigo muito bonito. Contém os poemas de Alguma poesia,
Brejo das almas e de Sentimento do mundo e mais o poema "Dose". Cada
parte contém uma folha de título. Alem da tiragem normal, foram tirados,
fora do comércio, 20 exemplares em papel verge, numerados e assinados
pelo autor. Também A Rosa do povo, com capa ilustrada de Santa Rosa,
teve uma tiragem especial, fora do comercio, de 20 exemplares, em pa-
pel Bouffant. Ambos trazem comentários sobre licros nas orelhas e na
4a capa.
com apenas uma vinheta, de Santa Rosa, e contém 122 páginas e 10 de-
senhos do mesmo artista. Além da falsa folha de rosto, contém uma fo-
uma 2a folha de rosto, com dados mais completos, antecedida por uma
vro pe dividido em 10 partes, cada uma com uma folha de título, prece-
sendo 6 impressos sobre papel Turkey Mill e 350 sobre papel Wester
impresso com estampa de Poty, vem dentro de uma capa solta, com o ti-
mentário.
de texto explicativo de cada uma. Seguem-se uma folha com a lista dos
logradouros em 1819-1820, com o nome correspondente em 1943, uma plan-
ta da cidade do Rio de Janeiro feita em 1818-1820 por Debret, e o tex-
to original inglês, inclusive a folha de rosto, em qualquer modifica-
ção ou emenda tipográfica. Da edição, foi feita uma tiragem especial,
de grande luxo e de formato maior, de 321 exemplares, em papel
Westerpost, encadernados e acondicionados em estojo, com uma gravura
colorida a mão. Os clichês foram gravados por Irmãos Brun, Latt & Cia
Ltda e Ateliers Esto. A impressão foi feita nas Tipografias Carioca,
Irmãos Barthel e Gráfica Barbero, com tintas preparadas por Ch.
Lovilleux & Cia. Ltda. A gravura colorida a mão foi realizada por
F. Moldan e o desenho da capa pela Empresa de Propaganda Época. A en-
cadernação foi feita na Livraria Kosmos.
sil e noutras partes sob _o_ governo do ilustríssimo João Maurício Conde
quais 500 em papel verge alemão e 30, especiais, em papel Ingres, fora
do comercio.
nal, em 1949, deu início a uma nova coleção em seu programa de publi-
Georges Julien e Luis Jardim. 0 texto foi composto em tipos Romano An-
tigo grandes (4,5mm); cada um dos 4 capítulos contém uma folha de títu-
dor da Bahia, lançou Face oculta, de Dose Luiz de Carvalho Filho, com
nos soltos dentro de uma capa solta de tamanho médio. Mafuá do Malungo
cada um, e mais duas folhas brancas iniciais e duas finais, compostos
arte selecionados.
ra. Em 1956 entrou para a Comissão- Roberto Marinho. Em 1959 não mais
para tiragem das litografias, por Ennio Marques Ferreira. O texto foi
granitadas.
pel branco fortemente granulado, contem 118 páginas. Cada uma das 4
sendo que cada estrofe é ilustrada pela gravura que lhe faz frente. Ao
de 4mm, com a inicial bem grande (55mm). 0 livro foi composto a mão e
impresso em prelos manuais na. oficina da Grafica de Artes S.A., sob
a direção de Luiz Portinari, por Oswaldo Caetano da Silva e Cleanthes
Gravini. A tiragem foi de 119 exemplares, em papel Arches, sendo que
as placas de cobre que serviram para a ilustração foram inutilizadas.
рог sua vez, contém uma capa flexível constituída por um papel encor-
pado, fortemente granulado, em cor creme, que encapa uma das folhas do
1° e do último cadernos. Os cadernos soltos, de 2 folhas cada um, to-
talizam 96 folhas. Cada um dos 3 contos contém uma folha de titulo,
seguida de uma água-forte de página inteira, com o verso em branco. 0
texto, composto em tipos Elzevir Século XVII, de 3,5mm, traz capitula-
res grandes (l3mm), impressas nas cores marrom, verde e alaranjado,
respectivamente, para cada conto. 0 branco superior inicial de cada .
conto contém uma água-forte sem contornos definidos e sem marca da
chapa. O 1° conto contém mais 9 águas-fortes no texto, o 2° contém 12
e o 3° contém 10. O papel, Arches, com marca d'água, conserva as bor-
cação, programada para 10 números, pode também ser considerada uma pe-
interna da capa (essa folha de guarda em papel de seda era uma carac-
escrito dentro de uma moldura oval encimada por um grande acento cir-
capada com papel branco revestido com papel vegetal, contendo 44 folhas
foi impressa em cadernos soltos de 4 folhas envoltos por uma capa sol-
No Recife
estrofe precedida pelo sinal de parágrafo (§). 0 livro não traz colo-
bre retângulo preto. O papel, com linha d'agua, GUA RRO, e muito bo-
nito.
ção.
A edição foi dirigida por Raymundo de Castro Maya e Cypriano
Amoroso Costa, composta a mão e impressa em prelos manuais por Osiualdo
Caetano da Silva, Cleanthes Gravini e Darcy Vieira, que também tira-
ram as gravuras, na Gráfica de Artes, Rio de Janeiro. A tiragem foi
de 120 exemplares e as chapas que' serviram para a ilustração foram
inutilizadas.
ra: "Um dia eu vi uma moça nuínha no banho / Fiquei parado o coração
83
literária interpretada em termos gráficos."
Em entrevista a Norma Couri, para o Jornal do Brasil, quando
se comemoravam os dez anos da Alumbramento, os sócios falaram sobre
a origem de seus trabalhos: "Nós dois sempre acreditamos muito, na arte
gráfica e desde o início sabíamos que jamais seria esse o caminho da
fortuna. Ambos trabalhávamos em empresas jornalísticas e sentíamos que
o conhecimento do processo gráfico poderia levar profissionais a re-
criar o texto visualmente. Isso em jornal e revista. Daí partimos para
a idéia do livro artesanal (Salvador Monteiro alguns anos antes de
Leonel Kaz), o livro expressão de arte."84
tão completos.
melho ao pé da página par que lhe faz frente. O livro foi composto e
DE ARTE
Edições Alumbramento
tem alguns dos mais belos poemas de Drummond, até agora ainda não in-
Melo Neto, Jorge Guillen, José Paulo Moreira da Fonseca e Ricardo Reis
1976, foi Amor , canto sequndo, poemas de Augusto Frederico Schmidt, Cas-
siano Ricardo, João Cabral de Melo Neto, Dante Milano, Jorge de Lima,
Lêdo Ivo, Mário Quintana, Murilo Mendes, Paulo Mendes Campos e Péricles
145
capa solta constituída de dois cartões encapados com papel Ingres Cover
manho médio, que se abre como um livro, revestida com papel pardo que
da um, por uma folha de título, com o nome do poeta na face ímpar e o
dernos contêm uma folha comprida, em papel Ingres Fabriano ocre amare-
tas por João Duarte, Eduardo Generoso Gomes e Alfredo Vieira e a im-
do mesmo ano, disse Carybé: "Dos ilustradores das obras de Зогде Amado,
cer bem o texto, reli-o com cuidado especial, escolhendo as cenas que
Teixeira. Mas desenvolvi meu trabalho sem pensar nelas, sem sequer
mércio.
tos: Anna Bella Geiger (Euclides da Cunha), Anna Letycia (Aníbal Macha-
Drummond de Andrade).
Os cadernos, em papel Ingres Fabriano, são envoltos por uma
capa de cartão encapado com papel pardo e revestido internamente com
papel cinza, acondicionada em um estojo grande, revestido de papel
vermelho, que deixa a mostra a sua lombada com o titulo. Na capa estão
impressos o txtulo, os nomes das artistas ilustradores e o nome do
editor, e, na 4a capa, e reproduzido um caligrama árabe do século XIX.
Melo Neto, com serigrafias de Fayga Ostrower, foi de José Mindlin, que
по equilíbrio do colorido. Não se pode falar dos anos 30, como imagem
intérprete de uma época que viu dançar Mata Hari e viu preparar-se a
ria dos Amigos do Livro, em co-edição com Franco Maria Ricci, de Parma,
papel acetinado colado sobre quase todas as paginas pares (45 fotogra-
em um estojo grande que deixa a mostra a sua lombada, contém 162 pá-
Paulo.
sição foi feita na ZEZ Programação Visual Ltda, com fotolitos da Qui-
Edla van Steen, Fausto Cunha, Fernando Sabino, Gilberto Mansur, 3oão
encapada com papel marrom que envolve também uma folha de guarda marrom,
fias de José Luis Garaldi. A impressão foi feita por D. Barbosa &
grande, contém 50 folhas não numeradas. A composição foi feita nos es-
Juscelino depois de sua morte, e uma fot de Vera Brant com Juscelino.
sao vazados sobre fundo preto de uma reprodução a cores de uma foto
1.500 exemplares.
branco o verso da pagina e também a página par que lhe faz frente. Os
tamanho medio, com 32 folhas sem número, traz na capa outra reprodução
Andujar e George Love, Yanomani, por Darcy Ribeiro, ilustrado com foto-
a cores que Maureen Bisiliat tirou dos índios do Xingu, em seu estado
impressão em off-set foram feitos por Lanzara S.A., São Paulo. Foi uti-
186
parecer da comissão julgadora sobre o livro e o seguinte trecho: "(...) está extre-
mamente bem impresso e produzido, transmitindo a qualidade original
dos desenhos e aquarelas do artista, de permeio a excertos de textos
fac-símile; a utilização de papel de cor é particularmente feliz."
de Ursula e Willi Dolder, com texto traduzido por Vera Ellert, do ori-
encadernado, com sobrecapa ilustrada, contem 240 paginas com 213 fotos
Serro do Frio - Vila do Príncipe, São João Del Rey & Tiradentes,
189
do Brasil (1978).
caixa grande (73x53cm), bem forte, com pastas bastante espessas, com
tampa solta, esta coberta com plástico macio azul-claro e branco, imi-
192
populares do Nordeste.
Salvador
blicou Armadura, espada, cavalo e fé, de Cleber Teixeira, com uma li-
O livro foi impresso em prelo manual pelo editor, Cleber Teixeira, com
cou Edgar Рое the ancient raven et moi e outros poemas, de Cleber Tei
jamento gráfico de Maria Laís Fett Lima. O livro foi composto e im-
4.000 exemplares.
197
de 3.600 exemplares.
plares.
NOTAS
1
Gilberto Freyre, "O livro belo", em —, Tempo de aprendiz
2
Rubens Borba de Moraes, O Bibliófilo aprendiz (são Paulo: Na-
3
"Receiava a metrópole que viesse a colônia a auferir extraor-
reitos e gozos de que não lhe era ainda permitido lembrar-se." Alfre-
4
Valle Cabral, Annaes da Imprensa Nacional, p.xi.
5
Borba de Moraes, O Bibliófilo aprendiz, pp.137-138; Carlos
6
Ao limo. e Exmo. Snor. Pedro Maria Xavier de A taide e Mello
1966), p.2.
10
Rizzini, O Livro, p.318; Miranda, Memória histórica, p.60.
11
Costa Ferreira, Imagem e letra, pp.154-155.
12
Miranda, Memória histórica, p.67.
13
Borba de Moraes, O Bibliófilo aprendiz, p.179.
14
Ensaio sobre a crítica de Alexandre Pope traduzido em portu-
17
Valle Cabral, Annaes da Imprensa Nacional; Miranda, Memoria
histórica, pp.153-154.
18
Borba de Moraes, carta a autora, São Paulo, 6 novembro 1978.
19
Memória da vida pública de Lord Wellington, príncipe de Wa-
terloo , duque da Victoria, duque de Wellington, duque de Ciudad Ro-
drigo , marechal general dos exércitos de Portugal contra a invasão
francesa, feld-marechal dos exércitos de s.m.b. , grão -cruz da Ordem
da Torre e Espada, &c. &c. &ç. Por José da Silva Lisboa. Rio de Da-
neiro, na Impressão Regia, 1815. Citado em Valle Cabral, Annaes da
Imprensa Nacional, p.118.
20
Borba de Moraes, O Bibliófilo aprendiz, p.179.
203
grande, uma dita portátil, uma caixa com 76 folhas de zinco, 2 caixi-
39
Souvenirs de Rio de Janeiro, dessins d'après nature. Bale, J.
vistas desenhadas por Steinmann são com certeza tudo o que de melhor
"Há nelas, quase todas assinadas por Lopes, quase todas assi-
e a de Gilberto Ferrez.
47
da baia da Guanabara, ass. pela "Lith. de Ludtuig & Briggs", num curio-
48
reproduzidas em preto-e-branco.
não podemos afirmar com absoluta certeza e convicção qual foi o primei-
uma certa faixa limítrofe pode ser muito subjetivo, até inseguro.
211
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
da, uma minuta para trabalho mais amplo. Infelizmente, dado o pouco
tempo disponível, não foi possível aproveitar todo o material coli-
gido na redação final do trabalho.
Está em fase de datilografia a bibliografia crítica de
mais aproximadamente uns 100 livros de arte.: Em fase de preparação,
está um volume com o estudo de alguns aspectos do livro de arte bra-
sileiro, tais como: concepção do livro, assuntos mais tratados, técni-
cas de ilustração, formas de apresentação e formatos, papeis utiliza-
dos, tipos utilizados, tipos de edição e preços. Também em fase de
preparação esta um glossário de termos gráficos e editoriais e um
dicionário de autores e colaboradores de texto, ilustradores, artistas
gráficos, tipógrafos, editores e colecionadores, bem como editoras,
focalizando suas atividades e participação na produção de livros de'
arte brasileiros.
214
BIBLIOGRAFIA
ALLEN, Agnes. Story of the book. New York: MacMillan Company, 1953.
ALMEIDA, Márcio. "A ilustração do livro: a imagem procura sempre o
encontro com a escrita". Minas Gerais: Suplemento Literário (Belo
Horizonte) 15 set.. 1979.