A Fotografia Na Imprensa Brasileira PDF
A Fotografia Na Imprensa Brasileira PDF
A Fotografia Na Imprensa Brasileira PDF
Rio de Janeiro
2009
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Monografia apresentada à
Universidade Candido Mendes para
a conclusão do curso de Pós-
Graduação em Comunicação
Empresarial.
Rio de Janeiro
2009
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AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
RESUMO
METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 45
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
É preciso ver a cousa com seus próprios olhos para se fazer idéia da
rapidez e do resultado da operação. Em menos de nove minutos o
chafariz do Largo do Paço, a Praça do Peixe, o mosteiro de São
Bento, e todos os outros objetos circunstantes se acharam
reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem
se via que a cousa tinha sido feita pela própria mão da natureza, e
quase sem a intervenção do artista. (LEITE, Enio. História da
fotografia no Brasil. Disponível em:
http://www.ofoco.natalrn.net/profenio3.htm. Acessado em 29 Mai.
2009).
1.2. O fotojornalismo
maior tiragem e distribuição. Foi fundado por republicanos, mas não tinha uma
função política determinada, era comprometido com o jornalismo. No ano da
proclamação da República o veículo mudou de nome para O Estado de S.
Paulo. Do mesmo ano de criação, o Diário de Notícias, de Salvador, também
circula até hoje1.
Diz-se que o ano de 1880 encerra a primeira fase da imprensa no Brasil;
a partir de então o jornalismo deixa de ser uma atividade panfletária e não
muito organizada para se transformar em um mercado. O avanço das técnicas
de impressão deu, verdadeiramente, um ar de indústria e empresa para essa
atividade; a substituição de folhas cortadas previamente em formato de jornal
pelas grandes bobinas de papel das máquinas rotativas, permitiu a impressão
de grandes tiragens dos exemplares.
No final do século XIX, surge mais um grande jornal, em 1891 é fundado
o Jornal do Brasil. Rodolfo de Souza Dantas e Joaquim Nabuco criaram um
jornal intelectualizado, que questionava o regime republicano em vigor no país.
Problemas com o governo e com a sociedade fizeram com que o jornal
parasse de circular por algumas vezes: a primeira quando Joaquim Nabuco
escreveu uma série de artigos que criticavam os adesistas do novo governo e
intensificava o descontentamento dos republicanos, causando uma agitação
que colocou a opinião pública contra o jornal e o próprio Nabuco.
1
Segundo Juarez Bahia em seu livro Jornal, história e técnica, p. 34
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CAPÍTULO 2
A FOTOGRAFIA DO SÉCULO XX
Dos últimos anos do século XIX aos primeiros períodos do novo século,
a imprensa não passou por mudanças muito expressivas. O movimento de
transformação dos jornais em empresas foi ganhando forma, tendo lugar e
funções definidas; atraindo capital e investimento para as indústrias que
produziam os periódicos de grandes tiragens e circulação. “Os pequenos
jornais, de estrutura simples, as folhas tipográficas, cedem lugar às empresas
jornalísticas, com estrutura específica, dotadas de equipamento gráfico
necessário ao exercício de sua função” (SODRÉ, 1999, p. 275).
Grande jornal que nasceu nessa época foi o Correio da Manhã, no Rio
de Janeiro, fundado por Edmundo Bittencourt, em 1901. Voltado para as
questões de interesse popular, sofreu muita pressão dos governos autoritários
brasileiros; mesmo assim teve longa duração, 73 anos, saindo em oito de julho
de 1974 a sua última edição. Por ser avesso ao governo, o periódico sofreu
com represálias e por vezes foi impedido de circular. “Em agosto de 1924, o
jornal teve sua circulação suspensa a pretexto de estar imprimindo em suas
oficinas o folheto clandestino denominado Cinco de Julho, que supostamente
divulgaria as propostas tenentistas” (LEAL, Carlos Eduardo. Correio da Manhã.
Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/dhbb/verbetes_htm/5814_1.asp.
Acessado em: 28 Mai. 2009).
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Juarez Bahia relata que “no período de 12 a 20, surgiram alguns jornais
que se tornaram influentes: A Noite, do Rio (1912); A Tarde, de Salvador
(1912); Jornal do Comércio, de Recife (1918); O Jornal, do Rio (1919)”
(1967, p. 57 – Destaques do autor).
Ainda são lembrados, por Juarez Bahia, alguns outros jornais que
nasceram e circularam pelo país nessa primeira metade do século XX; como a
Folha da Manhã (1925) e o Diário da Noite (1926), de São Paulo; o Jornal do
Comércio, de Mato Grosso do Sul (1921); O Estado (1915), de Florianópolis; e
O Povo (1928), de Fortaleza (1967, p. 62).
O jornal foi criado para dar apoio ao governo de Getúlio Vargas. Wainer
inseriu em seu periódico “série de técnicas de comunicação de massa até
então desconhecidas no Brasil” (LEAL, Carlos Eduardo. Última Hora.
Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/dhbb/verbetes_htm/6400_1.asp.
Acessado em: 28 Mai. 2009). Em 1953, o jornal de Wainer lançou um tablóide
chamado Flan; era uma publicação ilustrada em cores, para disputar mercado
com O Cruzeiro. Enfrentando problemas de cunho político, Samuel Wainer
vendeu o jornal; que circulou ainda até o ano de 1991.
As guerras também são temas muito reproduzidos por essa nova forma
de noticiar. É durante a I Guerra Mundial que surgem as fotos de maior impacto
dessa época, aumentando a demanda por fotógrafos nos locais de combate.
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Os veículos que não tinham equipes disponíveis para ir para o front, recorriam
às agências de fotos (SOUSA, 2002, p. 21).
As agências de fotografias internacionais, por volta de 1930, vão
ganhando importância na distribuição de imagens pelos países, contam com
equipes espalhadas por diferentes regiões e transmitem fotografias por via
telegráfica – Telefoto (ZANCHETTA JÚNIOR, 2004, p. 79).
As revistas ilustradas têm um público diferenciado, são pessoas que
buscam uma “análise dos acontecimentos e uma forma mais extensa para ler
as notícias” (LIMA, 1989, p. 79); diferente das rádios – a primeira transmissão
ocorreu em setembro de 1922 - e dos jornais diários, que davam a notícia pura,
simples e, no caso dos periódicos, por vezes sem imagens do acontecido; as
revistas traziam fotos e informações mais apuradas e interpretadas sobre os
fatos. Essa nova movimentação da imprensa em favor da informação,
deixando de ser um espaço dominado por gêneros literários, fez aumentar a
demanda por fotos factuais dos acontecimentos; que sintetizavam a notícia.
Mas sem deixar de lado a parte cultural e humorística, afinal, um dos papéis
das revistas ilustradas era divertir e entreter o leitor.
A imprensa no Brasil foi se “regularizando”; em 1943, é criado o curso
superior de jornalismo; Tal atividade era exercida por uma “elite de
profissionais formada, principalmente nas Faculdades de Direito, mas a grande
maioria era mal preparada, não tendo sequer concluído o ensino médio”
(RIBEIRO, Ana Paula Goulart. Jornalismo, literatura e política: a modernização
da imprensa carioca. Disponível em:
http://64.233.169.104/search?q=cache:p5tFLfQ_A4YJ:www.cpdoc.fgv.br/revista
/arq/345.pdf+reforma+da+imprensa+1950&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=2&gl=br.
Acessado em 28 Mai. 2009).
Uma série de mudanças foram sendo implementadas na impressa a
partir dos anos 1950, caracterizando assim a reforma da imprensa. Novidade
significativa foi a utilização do Lead (modelo americano para a estruturação do
texto noticioso) e a instalação do Copy Desk nas redações – “grupo de
redatores, cuja função era revisar e, se necessário, reescrever as matérias
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CAPÍTULO 3
REVISTA REALIDADE
O fundador da Editora Abril foi Victor Civita. Italiano, viveu a maior parte
de sua vida nos Estados Unidos, onde era empresário do ramo das indústrias
gráficas. Incentivado por seu irmão César, que trabalhava para a Walt Disney
na América Latina, resolveu vir conhecer o Brasil; chegou no Rio de Janeiro em
setembro de 1949, mas optou por São Paulo para montar seu
empreendimento. E não voltou mais para Nova Iorque; enviou uma carta à sua
esposa, Sylvana, dizendo que arrumasse a mudança e viesse para o Brasil
com seus dois filhos, Roberto e Richard Civita.
Em 12 de julho de 1950, saia a primeira publicação da Editora Abril: O
Pato Donald. Focando-se no mercado da literatura infantil, lançou vários títulos
como “‘Mickey’, ‘Tio Patinhas’, ‘Luluzinha’, ‘Zé Carioca’, ‘Super Homem’,
‘Turma da Mônica’ e ‘Recreio’” (Disponível em:
http://www.centenariovictorcivita.com.br. Acessado em 28 Mai. 2009). Em
1952, introduz no país uma novidade na área do entretenimento, a fotonovela.
A nova moda era editada na revista Capricho, que chegou a atingir a marca
dos 500 mil exemplares.
A empresa de Civita criava publicações especializadas – como
Manequim (1960) e Quatro Rodas (1961) - e assim foi ganhando espaço no
mercado editorial. Novidade dessa época foi o lançamento da revista Cláudia,
uma publicação feminina diferente das que existiam; a revista “enveredava por
temas ainda tabus, como sexo e contracepção” (Idem).
Expandindo-se no mercado, “Os números da Editora Abril vão de 7
títulos entre 1950 e 1959; subindo para 27 no período de 1960 a 1969 e
alcançando 121 títulos entre 1970 e 1979” (VILLALTA, Daniella. O surgimento
da revista Veja no contexto da modernização brasileira. Disponível em:
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http://reposcom.portcom.intercom.org.br/dspace/bitstream/1904/18628/1/2002_
NP2VILLALTA.pdf. Acessado em 28 Mai. 2009); além de produzir fascículos
em seu parque gráfico; e, Civita, ainda se desdobra em negócios em outros
campos, como hoteleiro e frigorífico.
Com a chegada dos anos de chumbo, a editora lança mais uma
publicação; a revista Realidade.
ano de 1973, já havia perdido muito do seu fôlego, com o surgimento de outros
títulos e o início do processo de massificação da televisão.
(Fig. 1)
(Fig. 2)
(Fig. 3)
(Fig. 4)
(Fig. 5)
A palavra inverno na Amazônia,
significa a época das chuvas – e das
enchentes, que já fizeram o
Amazonas e seus principais
afluentes, em certos anos, subirem
quase 30 metros, desabrigando mais
de 50 000 pessoas. O inverno vai de
novembro a maio do ano seguinte.
De junho a outubro é verão, ou seja,
chove menos e o rio se estreita.
Nessa paisagem mudada, a
população das margens planta e
colhe, aproveitando o solo fertilizado
pelas águas. Em duas viagens ao
município paraense de Prainha, na
margem esquerda do baixo
Amazonas, em maio e outubro do
ano passado, o fotógrafo Walter
Firmo procurou, nos mesmos locais, os
mesmos personagens, documentando
os dois cenários da vida amazônica.
(Fig. 6) (Fig. 7)
Nas duas páginas seguintes a abertura (fig.. 6 e 7), com apenas uma foto
em cada uma – as demais páginas da matéria apresentam duas fotos cada,
exceto as duas últimas, que repetem o padrão das duas primeiras, com apenas
uma foto – apresenta a mesma família, em sua casa, no verão e no inverno;
dispostas de forma quase idêntica, as pessoas são as mesmas em ambas as
fotos. As fotografias deixam claras as proporções da enchente, já que com a
quase exatidão de elementos a comparação se torna óbvia. A legenda situa o
leitor sobre a família, que mostra sua crença. “Paraíba, dono da palafita,
conforma-se com a sorte e diz que Jesus não permitirá que as águas levem
sua casa” (FIRMO, idem). A mensagem transmitida por esse conjunto de
fotografias é direta e objetiva, comparando a mesma localidade nos diferentes
períodos. A legendas transmite um certo sentimentalismo, esperança de quem
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CONCLUSÃO
da revista Realidade, vê-se que todas as matérias tinham, pelo menos, uma
imagem ilustrando o texto.
Mesmo a partir dos anos 1970, com a chegada da televisão como uma
outra fonte informativa com imagens, o fotojornalismo ainda teve seu espaço
garantido nas bancas. Houve o desaparecimento de revistas voltadas para as
fotorreportagens, como é o caso de Realidade, mas a importância das
fotografias jornalísticas mantém seu lugar assegurado nas páginas.
Esse trabalho quis mostrar como foi importante o uso de fotografias pela
imprensa para transmitir informações; capaz de despertar no leitor sentimentos,
emoções, impressões e consciência sobre a realidade que não podia ser vista
pela janela. Apresentando um mundo desconhecido, mas que se tornou
próximo, palpável e inteligível através das imagens. Colaborando para o
aumento das publicações e disseminação da cultura entre a população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
20do%20Jornalismo%20como%20formadora%20de%20consci%EAncia%20cr
%EDti.doc. Acessado em 28 Mai. 2009.
SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.