Cinderela Surda
Cinderela Surda
Cinderela Surda
Elaborada por
Ana Lucia dos Santos Martins
COMISSÃO EXAMINADORA:
AGRADECIMENTO
A Deus pelo dom da vida, pela força e sabedoria, concedida durante esta trajetória. A
ele seja data toda a honra e glória;
Ao meu esposo e filhos, os quais são: a força, a determinação, a motivação que me
levam a constante busca de vencer.
A meus pais, pelo apoio incondicional em todos os momentos da minha vida e, acima
de tudo, pelo exemplo de vida.
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Anônimo
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RESUMO
ABSTRACT
The paper initially make a discussion about the work of literature child
Cinderella Surda, as in Pounds, showing also that there is a line that suggests the
presentation of a different character.
Since the paths of the search perpassam by analysis of their narratives, their
characters, their language, and the relationship between the text of the socio-cultural.
Bringing interesting thoughts on the subject, where demand show the social
representations and the marks of deaf culture of the past that are still rooted in
inculcadas in speeches of deafness, deaf as representations of the mad, stupid, sick
and disabled, who can not be erased, but lead us to believe that can be modified. Only
thus the deafness can be seen as a different culture, where they interact with the world
from a visual experience, and its instrument of communication to the language of
signals and arise the need of deaf have access to artifacts such as this, in its language,
the language of signs, for access to knowledge, literacy and culture, giving a new look
to some of these subjects.
1. APRESENTAÇÃO
Contar história é um hábito tão antigo quanto à própria civilização, sendo uma
prática que pertence a todas as comunidades, indígenas, ouvintes, surdas, entre
outras. Os surdos por sua vez, na sua comunidade também têm o hábito de contar
suas histórias para outros surdos, com o objetivo de registrá-las para que não se
percam com o tempo, que surgiram as histórias de literatura infantil na versão em
Libras e também como forma de letramento aos surdos e acesso à sua cultura.
instituições da sociedade, nossa discussão vai focalizar que a obra Cinderela Surda é
hoje a pioneira na apresentação da Libras em livros de literatura infantil.
“Nesse sentido, falar de uma língua não significa apenas expressar nossos
pensamentos mais interiores e originais, significa também ativar a imensa gama de
significados que já estão embutidos em nossa língua e em nossos sistemas culturais”
(Hall, 1997, p. 44).
Portanto a comunidade surda não é apenas um lugar onde o surdo pode falar
sua língua, a língua de sinais, um lugar de lazer, ela é marcada pelas lutas, pelos
embates políticos e sociais dos movimentos surdos, na busca do reconhecimento da
surdez como diferença.
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Outro fato que foi observado na obra é o de Cinderela ser diferente e não
conseguir comunicar-se com quase ninguém, por estes não saberem a língua de
sinais, mesmo ela sabendo:
Figura 1
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Com isso podemos observar que Cinderela tinha uma marca surda,
construída socialmente como diferença, mas sua família a tratava como doente.
A respeito das ilustrações que foram feitas pela designer gráfica Carolina
Hessel (2003) a qual diz:
Resolvi que as irmãs da Cinderela não seriam tão feias porque isso é um tipo
de preconceito, achar que as pessoas “malvadas” são sempre “feias”.
Figura 2
Figura 3
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Figura 4
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Hall afirma ainda que seja nas relações de poder que as práticas de
significação estão incluídas.
Este clássico vem sendo recontado há muitos anos, surdos recontam histórias
para outros surdos e através da sua língua e da sua cultura, recriam os sentidos do
texto, inserindo elementos próprios culturais. Para que estes contos não se percam,
cabe ao escritor coletar estas narrativas orais e registra-las.
De repente, Cinderela olhou para o relógio da parede e viu que já era quase
meia-noite. Com medo, ela fez o sinal de TCHAU e saiu correndo. O príncipe
segurou sua mão e ficou com a luva, enquanto ela tentava sair correndo.
(Hessel, Karnopp e Rosa, 2003, p. 24).
Figura 5
24
Figura 6
25
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Cinderela era uma jovem surda, linda e bondosa. Sua mãe morreu quando
ela era criança. O pai de Cinderela casou-se novamente, ficou doente e, em
seguida morreu. A madrasta era malvada e egoísta e tinha duas filhas que só
sabiam mandar e nada fazer. Cinderela era a única que trabalhava. (Hessel,
Karnopp e Rosa, 2003, p. 6).
Figura 10
Cinderela era excluída pela própria família, pois a mesma a julgava incapaz,
diferente, incompleta, por não conseguir comunicar-se com ela, demonstrando a falta
de informação, esclarecimento quanto à surdez.
Figura 11
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto as narrativas dos surdos que dão sentidos a esta experiência, são
motivacionais a acreditar em novas perspectivas e expectativas, por meio destes
materiais de acesso ao conhecimento e a cultura surda.
4. BIBLIOGRAFIA
BISOL, Cláudia. Tibi e Joca - Uma história de dois mundos. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 2001.
CASARIN, Melânia de Mello. A Lenda da Erva mate. Santa Maria: Ed. UFSM, 2006.
LOPES, Antonia Osima. Repensando a didática. 18. Ed. Campinas, SP: Papirus,
2001.
PERLIN, Teresinha Gládis. O lugar da cultura surda. In: THOMA, Adriana da Silva;
LOPES, Maura Corcini (Orgs.). A invenção da surdez: cultura, alteridade, identidades
e diferença no campo da educação. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004.
SILVEIRA, Rosa Hessel. Contando histórias sobre surdos/as e surdez. São Paulo:
Atlas, 2001.