Interatividade Na Era Digital
Interatividade Na Era Digital
Interatividade Na Era Digital
Esta se apresenta mais como uma forma Antes de analisar a interatividade inserida
de cultura social, que uma organização social pro- na Era Digital, é mister reconhecer o caráter re-
priamente dita, pois se baseia, à primeira vista, no cente e inovador de ambos. Tanto a interatividade,
individualismo do homem fechado em si, quanto às inovações digitais, são ‘objetos’ recen-
desconecto moralmente do coletivo, sem forças tes e posteriores à comunicação de massa, com
éticas externas coercitivas (Pátria/Nação, Religião raras exceções (telefone, livros que permitiam
etc), enfim, uma cultura cibernética estruturada escolher o final da história e voto popular, no caso
na imagem, na informação, no imediatismo, no da primeira). O termo “interatividade” costuma
liberalismo e na interatividade. Individualista a ser empregado de forma vulgar e distorcido. Con-
prori, pois, se a Pós-Modernidade trata de afastar funde-se interação com interatividade. Ambas
o coletivo e suscitar os individualismos, a respos- possuem a mesma natureza (troca de mensagens,
ta a tanto isolamento aparece na reorganização do emissão/recepção), porém destoam quanto ao al-
próprio coletivo; agora mais específico, diferen- cance e imediatismo de sua ação. Na interatividade
ciado e organizado por interesses pessoais co- o receptor nem sempre será alguém (caso do
muns. Os fenômenos encontrados e difundidos videogame) e pressupõe agilidade, estantaneidade
A humanidade passa por uma fase de con- ___. O Método Seis: Ética. Tradução de Juremir Macha-
juntura mundial em que todas as nações se en- do da Silva. Porto Alegre: Sulina, 2005.
contram entremeadas na aldeia global e condicio- SILVA, Marco. Um convite à interatividade e à comple-
nadas à informação. Em tal contexto, desenvol- xidade: novas perspectivas comunicacionais para a sala
ve-se uma cultura pós-moderna baseada na aces- de aula. Rio De Janeiro: Quartet, 1999.
sibilidade, liberalismo, imagens e na
TAVARES, Monica. Aspectos Estruturais e Ontogênicos
INTERATIVIDADE. Este último conceito apare- da Interatividade. In 10° Encontro Anual da Associação
ce renovando as relações comunicacionais do Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comu-
homem com ele próprio, e do homem com as nicação. Bahia: trabalho expositor.
tecnologias: emissor/receptor confundem-se, e o
próprio sentido da mensagem flexibiliza-se. Tais
realidades costumam suscitar temores e especu-
lações entre os limites tecnológicos e da ética hu-
mana. A junção dos preceitos de McLuham com
a complexidade de Morin permite uma nova vi-
são não-fatalista, que crê na união homem/
tecnologia, numa dialógica antagônica, comple-
mentar e fundamental na manutenção da ordem
mundial desenvolvida entre ‘criador e criatura’.
Termino tal trabalho com a idéia de que os dois
contrapontos (bio x artificial) se encontram em
constante dialógica flutuante: destruição/recons-
trução.
NOTAS