Direito Processual Do Trabalho
Direito Processual Do Trabalho
Direito Processual Do Trabalho
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4. AUDIÊNCIA E PROVAS ............................................................... 28
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COSTA, Thaianne Lara Batista. Jurisdição e competência no processo
penal. 2014. Disponivel em: Retirado em: 18/04/2017 ..................................... 69
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1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL
Fonte: direitosbrasil.com
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exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que
lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico.
Considerados como precedente a tudo, os princípios não se limitam
somente à ciência jurídica, estendendo-se a toda a essência do Direito, em
termos gerais, totais, extrapolando as fronteiras do sistema jurídico de cada ente
estatal. Sendo considerados fonte do direito, os Princípios abrangem os
fundamentos da ciência jurídica, onde os preceitos originários ou as normas
científicas do Direito, que projetam as concepções estruturais, encontram
suporte.
No direito processual, como em toda a área da ciência jurídica autônoma,
os princípios norteadores estão definidos na Constituição da República,
circunstância que determina a sua observância na elaboração das normas
infraconstitucionais e na aplicação do direito processual, sob pena de violação
da própria Constituição.
Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma. A
desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico
mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave
forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio
atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de
seus valores fundamentais.
No direito processual, os princípios são reputados como regras de Direito
qualificadas, em torno das quais se localizam as normas jurídicas de grau
inferior. Os Princípios inseridos na constituição Federal estão presentes em todo
e qualquer processo judicial, devendo ser seguidos pelas partes e por todos os
demais participantes da relação jurídica processual.
Chegamos à concepção de que o princípio – sua ideia ou conceituação –
vem a ser a fonte, o ponto de partida que devemos seguir em todo o percurso;
ao mesmo tempo em que é o início, também é o meio a ser percorrido e o fim a
ser atingido. Dessa forma, todo o ordenamento jurídico deve estar de acordo
com os princípios, pois só eles permitem que o próprio ordenamento jurídico se
sustente, se mantenha e se desenvolva.
Assim, a importância do assunto em referência, concorre para que o
estudo dos princípios traga à baila debates relacionados com sua estrutura, suas
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funções no ordenamento jurídico, sua origem e fundamento, etc. Portanto, este
trabalho trata dos princípios pertinentes ao direito processual, insculpidos na
Constituição Federal de 1988, realizando uma análise dos mesmos diante das
situações jurídicas vivenciadas no cotidiano do estado e da sociedade de modo
geral, sem levar em conta a que ramo do Direito eles se encontram relacionados.
Ao lado da jurisdição e da ação, o processo é instituto fundamental do
direito processual. Estão interligados e dão forma e estrutura ao processo
judicial. A jurisdição, que é o poder de dizer o direito, não funciona sem a
provocação dos interessados. É realizada com o ajuizamento da ação, que tem
como primeiro ato a distribuição de petição inicial. Uma vez provocada, a
jurisdição é movimentada. Os atos processuais não são praticados livremente,
pois devem obedecer aos critérios estabelecidos por lei. Assim, apesar de deter
o monopólio da função jurisdicional, o Estado, por meio do Poder Judiciário, não
pode atuar de forma discricionária. Para tanto, submete-se a método de atuação
previamente definido, que é o processo (JÚNIOR, MUNIZ, 2016). Para a doutrina
processual moderna o processo não é apenas instrumento da jurisdição, mas
seu elemento validador e disciplinador. A prestação jurisdicional só terá validade
se forem respeitados os preceitos processuais vigentes.
Assim, o processo deve ser visto como instrumento da Justiça para aplicar
o direito ao caso concreto. Tem princípios e regras próprios, que decorrem do
conjunto de normas jurídicas que formam o direito processual. Este ramo do
direito tem a missão de instrumentalizar a composição dos litígios que são
levados ao Poder Judiciário. Deve garantir a aplicação dos princípios
constitucionais do devido processo legal, da celeridade processual, do
contraditório, da ampla defesa e da publicidade, além dos princípios decorrentes
das leis infraconstitucionais (DONIZETTI, 2014).
O direito processual constitucional exterioriza-se mediante (a) a tutela
constitucional do processo, que é o conjunto de princípios e garantias vindos da
Constituição (garantias de tutela jurisdicional, do devido processo legal, do
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contraditório, do juiz natural, exigência de motivação dos atos judiciais etc.) e (b)
a chamada jurisdição constitucional das liberdades, composta pelo arsenal de
meios predispostos pela Constituição para maior efetividade do processo e dos
direitos individuais e grupais.
O processo judicial é o instrumento utilizado pelo Estado para a prestação
da tutela jurisdicional. O processo judicial eletrônico tem a mesma função, mas
prescinde do papel e usa recursos de informática em suas fases. De qualquer
modo, deve obediência aos mesmos princípios constitucionais do processo
tradicional.
Os princípios são orientações de caráter geral e direcionam o
entendimento racional da norma que compõe, em dado momento histórico, a
estrutura do ordenamento jurídico. O princípio deve ser visto como:
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sentido, os doutrinadores afirmam que órgão jurisdicional deve ser
subjetivamente capaz.
Sendo imparcial, o juiz é isento e, a isenção tanto em relação às partes
quanto aos fatos da causa, é condição indeclinável do órgão da relação
jurisdicional, para a realização de um julgamento justo. Nesse contexto, o juiz
deve transcender as partes, colocando-se entre e acima dos contendores: é a
primeira condição para que possa exercer sua função dentro do processo.
O juiz capaz não tem sua imparcialidade colocada em risco pelo
impedimento ou pela suspeição. Essa imparcialidade do juiz dimana em garantia
de ordem pública, não apenas das partes (que terão a lide solucionada com
justiça), mas do próprio Estado (que quer que a lei seja aplicada corretamente),
e, do próprio juiz (que terá seus atos resguardados de qualquer suspeita –
arbítrio ou parcialidade). Para garantir a imparcialidade do juiz, as Constituições
lhe estipulam (a) garantias (CF/88, art. 95); prescrevem-lhe (b) vedações (CF/88,
art. 95, § único; e, proíbem (c) juízos e tribunais de exceção (CF/88, art. 5º, inc.
XXXVII).
Como a imparcialidade do juiz é uma certeza de justiça para as partes,
elas têm o direito de exigir a satisfação dessa condição, e o Estado, que reservou
para si o exercício da função jurisdicional, como contrapartida, tem o dever de
agir com imparcialidade na solução das causas que lhe são submetidas.
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Direito, o sistema normativo concebeu fórmula hábil que interdita o quanto
possível, tais resultados, posto que, exigindo igualdade, assegura que os
preceitos genéricos, os abstratos e os atos concretos colham a todos sem
especificações arbitrárias, assim mais proveitosas que detrimentosas para os
atingidos.
O conceito primitivo de igualdade, formal e negativa (todos são iguais
perante a lei), não concorre para um tratamento justo, razão pela qual os
operadores do Direito reivindicaram pela passagem à igualdade substancial,
evoluindo-se para o conceito realista, que pugna pela igualdade proporcional,
que significa, em suma, tratamento igual aos substancialmente iguais e desigual
aos desiguais.
Fonte: www.careeraid.org
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Sobre o princípio do contraditório, insere-se, a seguir a garantia
fundamental da Justiça e regra essencial do processo é o princípio do
contraditório, segundo este princípio, todas as partes devem ser postas em
posição de expor ao juiz as suas razões antes que ele profira a decisão. As
partes devem poder desenvolver suas defesas de maneira plena e sem
limitações arbitrárias, qualquer disposição legal que contraste com essa regra
deve ser considerada inconstitucional e por isso inválida.
Pelo menos duas partes se fazem presentes nos processos contenciosos,
que são: autor e réu. O primeiro instaura a relação processual, invocando a tutela
jurisdicional. No entanto, só há complementação da relação processual e está
só provê a preparação do provimento judicial, com o réu sendo chamado a juízo.
O juiz, por força de seu dever de imparcialidade, se situa entre das partes,
mas equidistante delas, portanto, transcendente a elas, outorgando-lhes direitos
e deveres, sempre na busca de um tratamento igualitário entre elas, objetivando
possibilitar que possam esclarecer suas razões, mostrar suas provas, influindo
no convencimento do julgador.
Em um processo dialético, o juiz corporifica a síntese, mediante a soma
da parcialidade das partes (uma representando a tese e a outra, a antítese). Em
razão disso, alguns doutrinadores dizem, em relação ao juiz, que as partes não
têm papel de antagonistas, mas de “colaboradores necessários”: cada qual dos
contendores age no processo tendo em vista o próprio interesse, mas a ação
combinada dos dois serve à justiça na eliminação do conflito ou controvérsia que
os envolve.
O contraditório e ampla defesa foram definidos pela Constituição Federal
em um mesmo dispositivo, determinando, expressamente, sua observância nos
processos de qualquer natureza, judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral: “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes” (CF/88, art. 5º, LV).
Conforme André Ramos Tavares (2006), é necessário que se dê ciência
a cada litigante dos atos praticados pelo juiz e pelo adversário, efetivando-se o
contraditório e possibilitando a ampla defesa. A ciência dos atos processuais
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pode ser dada, dependendo da espécie do ato, através da citação, da intimação
e da notificação.
Na lição de Gabriel de Rezende Filho (1963, p. 33), notificação “notus
ficare”, “é o conhecimento que se dá a alguém, para praticar ou deixar de praticar
algum ato, sob certa cominação”.
Ainda, segundo a doutrina, a distinção básica entre a notificação e
intimação é que aquela tem como causa final a determinação da autoridade para
a prática ou a abstenção de um ato que o notificado deva fazer ou deixar de
fazer. Já a intimação consiste na informação de um ato já praticado, um
despacho ou uma sentença.
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No processo penal, o fenômeno é semelhante e o que vincula o juiz,
delimitando o seu poder de decisão, não é o pedido de condenação por uma
determinada infração penal, mas a determinação do fato submetido à sua
indagação.
Este princípio garante o direito das partes de exercer ou não seus direitos
por meio do acesso ao Poder Judiciário. Esse procedimento é denominado poder
dispositivo a liberdade que as pessoas têm de exercer ou não seus direitos.
Em direito processual tal poder é configurado pela disponibilidade de
apresentar ou não sua pretensão em juízo, da maneira que melhor lhes aprouver
e renunciar a ela ou a certas situações processuais. Trata-se do princípio da
disponibilidade processual.
Esse poder de dispor das partes é quase que absoluto no processo civil,
mercê da natureza do direito material que se visa fazer atuar. As limitações a
esse poder ocorrem quando o próprio direito material é de natureza indisponível,
por prevalecer o interesse público sobre o privado.
O inverso acontece no direito penal, em que prevalece o princípio da
indisponibilidade (ou da obrigatoriedade). O crime é sempre considerado uma
lesão irreparável ao interesse público e a pena é realmente reclamada, para a
restauração da ordem jurídica violada.
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ou inconveniência, de demonstrar a veracidade dos fatos alegados. Em regra, o
juiz deve deixar às partes o ônus de provar o que alegam.
No entanto, diante da concepção publicista do processo, não é mais
possível manter o juiz como mero espectador da batalha judicial. Afirmada a
autonomia do direito processual em relação ao direito material, e enquadrado
como ramo do direito público, e verificada a sua preponderante finalidade sócio-
política, a função jurisdicional evidencia-se como um poder-dever do estado, em
torno do qual se reúnem os interesses dos particulares e os do próprio estado.
Assim, paulatinamente, os poderes com função de instrução, foram
aumentando, passando de espectador inerte à posição ativa, cabendo-lhe não
só impulsionar o andamento das causas, mas também determinar provas,
conhecer de ofício de circunstâncias que até então dependiam de alegações das
partes, dialogar com elas, reprimir lhes eventuais condutas irregulares etc.
De acordo com André Ramos Tavares (2006), no campo penal sempre
predominou o sistema da livre investigação de provas. Mesmo quando, no
processo cível, se confiava exclusivamente no interesse das partes para o
descobrimento da verdade, tal critério não poderia ser seguido nos casos em
que o interesse público limitasse ou excluísse a autonomia privada. Isso porque,
enquanto no processo civil, em princípio, o juiz pode satisfazer-se com a verdade
formal, no processo penal, o juiz deve averiguar o descobrimento da verdade
real, como fundamento da sentença.
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O princípio não vigora para processo penal. Havia uma exceção no art. 77
do CP, quando o juiz reconhecia a periculosidade real do réu. Contudo, essa
figura da medida de segurança real foi revogada pela Lei 7.209/84.
Fonte: amatra10.org.br
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Isso quer dizer que, após instalado o processo, o juiz detém a
incumbência exclusiva de prosseguir com o mesmo, evoluindo sua marcha etapa
por etapa, até o esgotamento da função jurisdicional (esgotamento de ações que
o poder judiciário pode exercer).
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Essa liberdade de convicção, contudo, sofre temperamento pelo próprio
sistema que exige a motivação do ato judicial (CF/88, art. 93, IX; CPP, art. 381,
III; CPC, art. 131, 165 e 458, II etc.).
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Deve ser ressaltado, todavia, que a garantia da publicidade não se traduz
na exigência da efetiva presença do público e/ou dos meios de comunicação aos
atos em que o procedimento se desenrola, não obstante reclame mais do que
uma simples ´potencialidade´ abstrata (como quando, por exemplo, não se tem
conhecimento da data, horário e do local da realização de determinado ato:
publicidade deste reduz-se, então, a um nível meramente teórico).
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Importante corolário da economia processual é o princípio do
aproveitamento dos atos processuais. Por outro lado, não se pode perder de
vista que a perspectiva instrumentalista (instrumento é meio; e todo meio só é
tal e se legitima, em função dos fins a que se destina) do processo é por definição
teleológica e o método teleológico conduz invariavelmente à visão do processo
como instrumento predisposto à realização dos objetivos eleitos.
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2. COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO
Fonte: grradvogados.com.br
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b) O princípio da inércia coíbe que o magistrado atue de ofício. Deve atuar
somente quando devidamente invocado pelo Ministério Público com o
oferecimento da denúncia, ou pelo querelante, com a oferta da queixa.
c) O princípio da imparcialidade significa que o magistrado não pode julgar
com interesse na lide posta em juízo, beneficiando qualquer das partes. No
âmbito processual, deve existir a isonomia processual entre acusação e defesa.
A imparcialidade, segundo Alry, não significa neutralidade e para ele o julgador
não deve determinar provas em detrimento de uma das partes, por exemplo, pois
isso pode contaminar a sua imparcialidade.
d) O princípio da indeclinabilidade, por último, implica na proibição que
tem o magistrado de não se desobrigar da ação penal; uma vez provocado pela
inicial acusatória, dela não pode se recusar, deixando que outra pessoa a julgue.
A justiça negociada, a exemplo dos institutos dos Juizados Especiais Criminais,
como a transação, vem relativizando esse princípio, posto que o acordo se dá
entre promotor e acusado, restando ao juiz apenas homologá-lo.
Para aplicar a sanção penal aos casos a ele levados, o Poder Judiciário
utiliza-se de um conjunto de regras para eleger, para cada matéria, um órgão ou
Justiça “natural”, por assim dizer. É justamente a competência, por meio de
regras e critérios que definirá o local, Juízo e órgão onde a lide tramitará.
Consoante aos critérios, estes podem ser em razão da matéria, pessoa e
lugar. A competência, a seu turno, se classifica em absoluta, sempre que puder
ser declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes em qualquer tempo
ou grau de jurisdição no processo, ou relativa, quando o réu deva alega-la no
prazo de resposta, sob pena de preclusão e prorrogação da competências.
Mesclando-se os critérios com a classificação, tanto no processo civil como no
penal, considera-se a competência em razão da matéria e da pessoa, absoluta,
não podendo ser modificada. Já a competência em razão do lugar, ao seu modo,
é considerada relativa, posto que uma vez não impugnada, pode ser prorrogada;
quanto a elas as partes podem escolher, alterar.
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Essa concepção, para Alry, é deveras errada e perigosa, posto que
civilista, somente se coadunando com o espírito cível, já que aqui não raro as
partes escolhem o foro competente no âmbito de sua autonomia privada.
No processo penal, entretanto, deve (deveria) imperar, sempre a
competência absoluta. É princípio garantidor do status libertatis do sujeito, o
princípio da legalidade, posto que toda e qualquer disposição que interfira na sua
liberdade, sanção de caráter mor dentro do ordenamento jurídico, deva ser
expressamente previsto, seja no Código Penal, seja no Código de Processo
Penal ao qual incube a aplicação daquele.
Assim, justamente por ter a natureza de última ratio do ordenamento, o
Direito Penal só pode ser aplicado por um juiz competente para tanto, assim
designado pelas regras de competência, que devem ser expressa. Se ao
Ministério Público, por exemplo, que é quem escolhe o foro competente, depois
de devidamente escolhida órgão e o juízo competente, pode fazer isso ao seu
livre talante, bastando observar o local de consumação da infração, é no mínimo
perigoso que exista essa opção processual, E nisso reside a crítica de Alry Lopes
Jr., sendo que para ele, por razões de legalidade, a concepção de competência
relativa em razão do lugar é ultrapassada, civilista e não se coaduna com o
Processo penal, vez que pode representar uma ameaça aos seus princípios,
sobretudo o do juiz natural.
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ou Federal, sendo que a diferença reside no tocante aos crimes e as pessoas.
Os crimes militares Federais vêm expressos; a Militar Estadual é residual em
relação a Militar Federal. A Militar sempre julga os crimes os crimes militares,
previstos no Código Penal Militar, mais precisamente no art. 9º do CPM. Ela
nunca julga os crimes conexos a ela, que devem ser separados.
A Militar Federal se difere da Estadual porque a primeira deve julgar os
crimes cometidos por militares das forças armadas que atuem em todo o território
nacional nos casos em que um interesse militar for violado. A Justiça Militar
Estadual, por sua vez, será competente para julgar, por sua vez, os crimes
cometidos por um militar do Estado como os bombeiros, policiais militares
estaduais e polícia rodoviária estadual, devendo-se sempre, segundo Alry,
observar-se o interesse militar violado, requisito de suma importância.
A Justiça Eleitoral tem a sua competência prevista nos arts. 118 a 121 da
Constituição Federal e Lei n. 4737/65. Assim, deve julgar os crimes eleitorais e
a conexa a ela. No primeiro grau, tem-se os juízes eleitorais; no segundo,
Tribunal Regional Eleitoral e o Supremo Tribunal Eleitoral, acima daquele.
A justiça Comum Federal é sempre residual em relação à Justiça Especial:
incide sempre que a lide não for da esfera especial e deve sempre estar prevista
expressamente na Constituição Federal. Incide sempre que o crime envolva
bens, serviços ou interesses da União, autarquias ou empresas públicas. É
composta pelos seguintes órgãos: os Juizados Especiais Criminais Federais,
Juízes Federais e Tribunal do Júri. Os Tribunais Regionais Federais fazem parte
do seu segundo grau. Os Juizados Especiais Criminais deverão julgar crimes de
menor potencial ofensivo (pena máxima não superior a dois anos) relativos à
Justiça Federal.
A Justiça Comum Estadual sempre residual às demais. Só incide depois
que a “peneira” da competência já tiver passado pelas demais. No primeiro grau
temos o Tribunal do Júri, Juízes de Direito e Juizados Especais Criminais. Já no
segundo grau ela é composta pelos Tribunais de Justiça.
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2.2.2. Foro competente
Fonte: i.huffpost.com
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Squitine, Islla et al. (2016) diz que o processo civil brasileiro, que utiliza-
se do regime do contraditório por força de norma Constitucional expressa (art.
5º, LV). Sendo assim, nenhuma definição judicial pode ser obtida através da
versão unilateral dos fatos levados a juízo por meio da ação do autor. Por esta
razão, deve-se conferir ao demandado a oportunidade de manifestar nos autos
a sua tese, uma vez que o processo contém a verdade de ambas as partes e, a
sentença, “a verdade do juiz”.
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O prazo para apresentação de resposta do réu regra geral é de 15 dias,
dentro do qual deve o réu apresentar, querendo, contestação, exceção,
reconvenção. Sendo vários réus com procuradores diferentes, o prazo será em
dobro (art. 191 do CPC), começando a contar, regra geral, da juntada aos autos
do último mandado de citação devidamente cumprido. (Art. 241, III, do CPC).
Todavia Squitine, Islla et al. (2016) confirma que todo réu tem garantia ao
direito da ampla defesa e, assim sendo, possui a oportunidade de apresentar
sua resposta no processo civil. Neste guia de estudos do DireitoNet você poderá
observar detalhes de cada uma das modalidades de defesa, quais sejam
contestação, exceção e reconvenção, bem como verificar seus prazos,
peculiaridades e hipóteses de cabimento. Ao final da leitura do material deste
guia, você poderá responder questões dissertativas e ser avaliado
individualmente pela equipe DireitoNet. Inscreva-se já e inicie seus estudos
acerca das modalidades de resposta do réu previstas no Código de Processo
Civil.
Em um primeiro momento, o réu deve fazer uma defesa processual
relacionada aos pressupostos processuais. A defesa processual sempre é uma
defesa indireta, pois o réu não está negando o direito, mas indicando um defeito
processual, como, por exemplo, as condições da ação. Assim, a primeira coisa
que o réu deve fazer é analisar os pressupostos processuais e as condições da
ação. Sendo considerada a primeira espécie de defesa processual e indireta,
pois o réu está alegando um problema na petição inicial. Ou seja,
preliminarmente, o réu alegará as objeções do art. 301, CPC.
Squitine, Islla et al. (2016) afiança que passada a defesa processual, o
réu fará a defesa material, que é direta, negando os fatos e o direito. Essa defesa
é conhecida como defesa de mérito e é quando o autor está negando o direito.
Contudo, ele também pode fazer uma defesa material indireta. Neste caso, sem
negar o direito do autor, o réu impõe um fato extintivo, modificativo ou impeditivo
do direito. Na defesa de mérito indireta, o réu não nega o fato, mas fala sobre
outro fato existente que impede, modifica ou extingue o direito do autor. Assim,
sempre que houver fatos extintivos, modificativos ou impeditivos de um direito
estamos diante de uma defesa de mérito indireta.
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Para que o réu faça defesa processual e material direta e indireta, ele se
utilizara de três espécies de defesa: a contestação, a exceção e a reconvenção.
A exceção é uma espécie de defesa que serve especificamente aos
pressupostos processuais relativos ao juiz. Esses pressupostos são jurisdição,
competência e imparcialidade. Assim, pela via da exceção, a incompetência
relativa, o impedimento ou a suspeição do juiz devem ser alegados
preliminarmente. A reconvenção é uma forma de defesa usada para contra-
ataque. Enquanto na contestação o réu se defende, na reconvenção ele contra-
ataca. Assim, existem duas ações: uma movida contra o réu e outra contra o
autor.
4. AUDIÊNCIA E PROVAS
Fonte: www.correiodosmunicipios-al.com.br
A CLT não trata de maneira aprofundada do tema e, por isso, usa-se como
base o CPC. Conceito: Provar é convencer alguém sobre alguma coisa. É
convencer o juiz a respeito dos fatos da causa.
Art. 131, CPC: faz referência ao princípio do livre convencimento ao juiz e
diz que o juiz é livre na apreciação da prova, porém, deve motivar a sua decisão.
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4.1. Princípios específicos aplicáveis às provas:
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para outro. É difícil dizer o que seria um fato notório numa região com
relação a outra, por exemplo.
Confissão: fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte
contrária. Ex.: o reclamante alega um horário na inicial, a empresa
contesta, mas o admite em depoimento pessoal.
Fatos incontroversos: na petição inicial se faz uma afirmação e na
contestação se confirma essa informação. Ex.: o reclamante alega ter
trabalhado em determinado horário, a empresa concorda com o
horário, sendo, portanto, incontroverso.
Presunção de existência ou veracidade: ex. A confissão judicial
feita pelo confitente é uma presunção legal.
Ônus da prova: ônus não é uma obrigação, mas um encargo ue a
parte deve-se desincumbir para provar suas alegações. É a
Necessidade de demonstração de fatos de acordo com um certo
critério que a lei faz a respeito da prova para efeito do convencimento
do juiz. A necessidade de provar é estabelecida por lei. Nesse ponto,
a CLT não é omissa (art. 818, CLT), diz que quem alega prova. Porém,
embora não haja omissão da CLT, é o caso de se observar o art. 333
do CPC que distribui o ônus da prova. Esse artigo completa a CLT.
Para o autor: deve haver a prova dos fatos constitutivos do seu
direito. Ex. Existência de relação de emprego; o trabalho em horas
extras).
Ao réu: se estabelece a prova dos fatos impeditivos, modificativos
e extintivos do direito do autor. Ex. Fatos extintivos (pagamento das
horas extras, dos feriados trabalhados de maneira dobrada),
impeditivos (o reclamante alega na inicial ter sido despedido, pedindo
o pagamento de verbas rescisórias; o reclamado alega que as verbas
não foram pagas em razão de justa causa - a justa causa é um fato
impeditivo da continuidade do vínculo), ou modificativos (o reclamante
pede o pagamento imediato de comissões e a reclamada alega que
as comissões eram devidas, mas de forma parcelada; o reclamante
pede o pagamento de feriados dobrados e a empresa pondera que foi
concedido outro dia da semana para folga do reclamante).
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OBS: não se aplica o in dubio pro operário em se tratando de prova, mas
verifica-se quem tem o ônus da prova. OBS. Art. 389, CPC: determina que o
ônus da prova incumbe:
À parte que arguir o documento falso
À parte que produziu o documento, em se tratando de contestação
de assinatura.
Meios de prova: Se as partes não celebrarem acordo, iniciar-se-á a
instrução do processo (art. 848, CLT). Todos os meios de provas são legítimos,
ainda que não expressos no CPC. A CLT não trata de todos eles, e aí, quando
não tratar, aplica-se o CPC (MARTINS, 2015).
São meios de prova: depoimento pessoal das partes, as testemunhas, os
documentos e a inspeção judicial. O depoimento pessoal é meio de prova e não
prova. A prova é a confissão da parte por intermédio do depoimento pessoal.
Depoimento pessoal: arts. 848 e 820, CLT. A CLT não fala em depoimento
pessoal, mas sim interrogatório. O juiz toma de oficio, enquanto que no
depoimento, há o requerimento. Não há requerimento de depoimento, uma vez
que é o juiz que toma de ofício. Intepretação do TST - Sum. 74, I: contrário ao
entendimento da CLT que privilegia o sistema de interrogatório. O TST Interpreta
como depoimento pessoal e não como interrogatório, pois caso contrário, não
ouvir o reclamante ou reclamado, quando há requerimento da parte para esse
fim, constituiria cerceamento da prova das partes (MARTINS, 2015).
Início dos depoimentos: começam pelo autor e depois o réu, mas nada
impede que o juiz verifique de quem é o maior ônus da prova e comece o
depoimento de quem tem esse maior ônus. As partes devem ser isoladas na
hora do depoimento, pois o objetivo é a confissão (art. 344, CPC). O depoimento
precisa ser espontâneo: a parte não pode trazer um depoimento escrito para
depor, mas podem trazer pequena anotações (art. 346, CPC). Perguntas
protelatórias, irrelevantes, ou inúteis formuladas pelas partes serão indeferidas
pelo juiz.
Poderá ser usado intérprete nomeado pelo juiz, ainda que este conheça
a língua estrangeira. As custas deverão ser pagar por aquele que tem interesse
no depoimento. Não há necessidade de tradutor juramentado, o que é menos
oneroso. Terminando os depoimentos das partes, estas podem se retirar da
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audiência, desde que tenham advogados. Terminados os depoimentos pessoais,
o juiz fixa os pontos controvertidos e este será o objeto da prova. Preposto pode
ser advogado? Sobre o ponto de vista processual, o TST (súm. 377) adotou a
ideia de que o preposto tem que ser empregado e se o adv. É empregado, nada
impede que ele seja preposto. Sobre o ponto de vista da OAB: pode haver rum
procedimento administrativo por motivo de ética, já que não pode ser advogado
e preposto ao mesmo tempo (MARTINS, 2015).
O preposto tem de ter conhecimento dos fatos e não presta compromisso
de dizer a verdade. Não precisa ser empregado ao tempo dos fatos narrados
pelo reclamante, basta ter conhecimento de tais fatos. Confissão: art. 348, CPC.
Quanto ao âmbito que a confissão pode ser obtida: Judicial: aquela feita em
juízo. Ex. Como o efeito da revelia.
Extrajudicial: não é comum. Ex. Empregador confessa dívida em
documento. Quanto à possibilidade de produção de prova em contrário: Real:
aquela realizada expressamente pela parte. Implica em presunção absoluta.
Ficta: é uma presunção relativa que pode ser modificada por documentos
constantes no processo. Ex. Se há cartões de ponto nos autos, a confissão ficta
elidida, caso o preposto não compareça para prestar depoimento. Obs.: não se
admite confissão em se tratando de direitos indisponíveis (MARTINS, 2015).
É irrevogável, mas pode ser anulada, se pendente o processo em que foi
feita ou rescindida, se houver trânsito em julgado da decisão. Pode ser obtida
em depoimento pessoal ou feita por procurador com poderes expressos para
tanto. Art. 844, CLT: o não comparecimento do reclamado, na audiência para
apresentar defesa importa em revelia, além da confissão quanto à matéria de
fato. Confissão é um dos efeitos da revelia.
Documentos: art. 830, CLT. O advogado deve declarar a autenticidade
dos documentos sob a sua responsabilidade. E, se houve impugnação, existe a
necessidade da apresentação dos originais. Art. 464, CLT: trata do recibo de
pagamento. Prova de pagamento de salário é feita mediante recibo ou depósito
bancário e não se admite essa prova por meio de testemunha. Necessariamente
escritas: só pode ser comprovado mediante prova escrita, o pagamento de
salários, acordo de prorrogação da jornada de trabalho e acordo de
compensação. Art. 372, CPC: prazo de 10 dias para a parte impugnar os
32
documentos apresentados. Súm. 8 TST: são admitidos documentos novos ou
supervenientes à sentença (MARTINS, 2015).
Exibição de documentos (arts. 355/359, CPC): o juiz poderá determinar
que a parte exiba documento ou coisa em juízo, desde que se ache em seu
poder. Deve haver um requerimento de que a parte tenha o documento e que
ele deva ser juntado. Se não houver juntado, há presunção relativa daquilo que
se pretendia provar por intermédio desse documento. Ex. Empresa que tem mais
de 10 empregados e teria que ter os controles de ponto e o juiz determina que
se junte e, se não forem juntados, presume-se verdadeiro a jornada de trabalho
dita na inicial. Súm. 338, I - TST. Incidente de falsidade: poderá ser suscitado a
qualquer tempo. Será suscitado com a contestação ou no prazo de 10 dias a
contar da juntada do documento. O processo ficará suspenso para decisão que
decidirá sobre a necessidade de perícia. A sentença que resolver o incidente
será declaratória e, declarando a falsidade ou autenticidade do documento, não
caberá recurso, por se tratar de decisão interlocutória.
Testemunhas: é o terceiro ao processo que tem conhecimento aos fatos
da causa. A CLT não tem muitas regras e, novamente, usa-se o CPC. 829, CLT:
Não pode ser testemunha o parente até o 3o grau e o amigo, porém ainda que
a testemunha detenha dessas características, pode ser ouvida como informante
e o juiz dá o valor motivado desse depoimento. (Contradita à testemunha):
Testemunhas incapazes: menor de 16, doença mental.
Testemunhas suspeitas: condenado por falso testemunho, inimigo
capital e o que tiver interesse no litígio.
Testemunhas impedidas: cônjuge, quem é parte ou pessoa que
intervém em nome de uma parte.
Número de testemunhas.
Rito sumário: são nas causas de até 40 salários mínimos, até 2
testemunhas para cada parte.
Rito ordinário: até 3 testemunhas para cada parte e não 3 para cada
fato, como ocorre no CPC.
Inquérito para apuração de falta grave: até 6 para cada parte.
Rol de testemunhas: não existe rol, a regra, é de que a prova será
produzida em audiência, por tanto, leva-se as testemunhas à
33
audiência e aí, caso elas não compareçam, serão intimadas. Exceção:
no sumaríssimo também não há rol, mas existe a necessidade de
prova de que a testemunha foi convidada e com a prova ela será
intimada para uma audiência, caso falte na primeira.
Se a parte se comprometer em levar e ela não aparecer, presume-se
desistência. As partes devem ser isoladas na hora da oitiva. Pode-se dispor de
tradutor juramentado, mas hoje é utilizado intérprete. Não necessariamente as
testemunhas do autor precisam ser ouvidas primeiro (depende do ônus).
Contradita à testemunha: deverá ser feito antes de esta estar compromissada e
não após o compromisso. Assim a testemunha deve ser contraditada logo após
a qualificação, mas antes do compromisso (MARTINS, 2015).
Perícia: é um outro meio de prova. A CLT não tem muito artigos sobre
perícia, apenas um ou outro que diz sobre o comparecimento da perícia e
assistentes na audiência. Portanto, se aplica o CPC, mas dependendo do caso,
há certas particularidades. Na vigência do CPC de 39: já dizia que o perito é do
juízo e as partes indicam assistentes técnicos. O perito presta compromisso de
dizer a verdade e os assistentes não, pois têm interesse de auxiliar as partes.
Características: exame (do lugar), avaliação (de bens) e vistoria/inspeção
(de prédios).
Peculiaridades: Arguida a insalubridade ou periculosidade, o juiz nomeará
perito (art. 195, CLT) - insalubridade medico e periculosidade, engenheiro. Se a
perícia vai ser feita num aspecto de contabilidade, espécie de auditoria, somente
o contador pode fazer. Em relação a cálculo, qualquer pessoa pode fazer, porém,
se houver necessidade de exame de contabilidade, só o contador poderá fazer.
Os peritos devem ter conhecimentos técnicos e devem,
preferencialmente, ter nível universitário. Substituição de perito: Se o perito não
tem condições de se manifestar/emitir laudo do caso, então é o caso de
substituição. Assim como o juiz, o perito está sujeito a impedimento ou
suspensão.
Dispensa de perícia: Poderá ser indeferida quando não precisar de
conhecimentos técnicos, quando é desnecessária ou impraticável. Carta
precatória: é possível fazer perícia por carta precatória para que se identifique,
por exemplo, as condições de trabalho que não era o mesmo local onde foi
34
proposta a ação, ou quando há mudança no local de trabalho. As partes têm 5
dias para apresentar quesitos e apresentar assistentes técnicos (no CPC é de
15 dias). Ao juiz caberá indeferir quesitos impertinentes. A perícia será
designada pelo juiz e não é possível exigir honorários prévios, principalmente
com relação ao empregado, por sua falta de condição (MARTINS, 2015).
As partes podem comparecer à diligência em relação ao qual será feita a
perícia. Esse comparecimento serve como espécie de esclarecimentos quando
ao local de trabalho, etc. O perito pode ouvir pessoas, mas não pode se investir
da condição de juiz para ouvir testemunhas. Ele pode se orientar com as
informações prestadas pelas pessoas, mas as testemunhas continuarão serem
ouvidas pelo juiz. Fixação para laudo: quem faz é o juiz no prazo para
apresentação do laudo. Os assistentes técnicos têm o mesmo prazo. 20 dias.
Art. 3o, par. Único, CLT: os trabalhos dos assistentes devem ser
apresentados no mesmo prazo fixado pelo juiz.
Art. 472, CPC: se as partes apresentarem pareceres técnicos, o juiz, a
seu critério, pode dispensar a perícia. Ex. Uma perícia grafotécnica pode indicar
que existe alteração de documentos, mas já existe parecer técnico de um
grafotécnico sobre o tema, portanto, o juiz pode dispensar.
Art. 431-A, CPC: Partes terão ciência do dia, hora e local da perícia.
Perícia complexa: é possível que seja feita mais de uma perícia.
Art. 437, CPC: realização de segunda perícia seria complementar para
tentar esclarecer a questão.
Art. 837, CLT: quesitos complementares ao perito e de sua convocação
para audiência.
Honorários periciais - 790-B, CLT: aquele sucumbente ao objeto da
perícia, exceção da Justiça Gratuita, que é o caso do empregado.
Súm. 341 TST: Os honorários dos assistentes técnicos ficam a parte de
cada parte.
Art. 789, CLT - Custas: são devidas pelo vencido.
Inspeção judicial: não tem previsão na CLT. Será feita quando o juiz não
tiver conhecimentos suficientes de um certo fato e tiver que comparecer em
determinado local para fazer a constatação. Ele não substituirá o perito, mas
pode comparecer ao local juntamente com o perito para que este esclareça
35
determinados aspectos. Finalidade: esclarecer o juiz a respeito de fatos e coisas.
Art. 440 até 443, CPC. As partes podem comparecer à diligência (MARTINS,
2015).
Ao concluir a inspeção, deve ser lavrado um auto circunstancial para se
descrever o que foi constatado. Substituindo o juiz, o oficial de justiça, por ter fé
pública pode comparecer e fazer as constatações. O juiz pode decidir com
fundamento nas máximas de experiência, mas também que podem ser em
decorrência de indícios ou presunções.
Art. 844, CLT: não comparecimento das partes na audiência:
Autor: se for a primeira audiência, importa o arquivamento da reclamação.
Réu: importa em revelia e confissão.
Procedimento sumaríssimo - perícia: causas de até 40 salários mínimos
> ideia de dar mais celeridade nesses processos.
Pericia: dificuldade de cumprir o prazo de 30 dias se audiência for adiada.
O prazo para conclusão do processo deve ser de 30 dias quando adiada
audiência. Laudo: Após o laudo, há prazo comum de 5 dia sara cada parte. Se o
laudo é simples, o prazo consegue ser observado para o processo acabar em 30
dias. Mas se o laudo é complexo, há necessidade de fixação de novo prazo,
estendendo o curso para conclusão do processo (MARTINS, 2015).
36
5. SENTENÇAS, COISAS JULGADAS E EMBARGOS DECLARATÓRIOS
Fonte: www.cnj.jus.br
37
Recorrendo ao Processo Civil comum, verificamos que o CPC definia a
sentença, na redação original do art. 162, § 1º, como sendo “o ato pelo qual o
juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa.” Essa definição,
nem de longe, tinha a simpatia da doutrina. De fato, a impropriedade técnica era
tão grande quanto as críticas que lhe eram atribuídas. O processo, do ponto de
vista técnico, não se exaure com a sentença, basta pensar na decisão que
recebe ou não o recurso de apelação; é o próprio juiz atuando após a prolação
da sentença. Essa evidência já era óbvia, também, nos processos em que é
imposta ao condenado cumprimento de obrigação de fazer, não fazer ou
entregar coisa. A execução nesses processos, nos termos do art. 461 e 61-A do
Código de Processo Civil, inicia-se por ato do juiz, trata-se das chamadas
sentenças executivas, de que se falará mais adiante. Mais tarde, por meio da lei
11.232 de 22 de dezembro de 2005, foi introduzido o art. 475-I e seguintes no
Código de Processo Civil, que estendeu este mesmo procedimento executivo
também para as sentenças condenatórias a obrigação de pagar quantia certa;
nesse caso, o procedimento foi denominado “cumprimento da sentença”. Agora,
a execução da sentença condenatória se faz na mesma cadeia procedimental
em que fora proferida, o que levou a doutrina a dizer que o processo civil se
tornou um processo misto ou sincrético, em que o juiz exerce, sucessivamente,
atividade de conhecimento e de execução; porém, frise-se, trata-se de um
mesmo processo, aboliu-se, nesses casos, a tradicional dicotomia entre
processo de conhecimento e processo autônomo de execução. Essas mudanças
no processo civil, demonstram bem que as críticas dirigidas ao antigo conceito
de sentença eram de todo procedentes.
Sensível às críticas e para adaptar o conceito à moderna técnica
processual, a mesma lei 11.232 alterou o § 1º do art. 162 do Código de Processo
Civil para estabelecer que “sentença é o ato do juiz que implica alguma das
situações previstas nos arts. 267 e 269 do CPC”. Esses artigos tratam dos casos
que implica o exaurimento da atividade cognitiva do juiz de primeira instância
com ou sem a resolução do mérito da demanda. O atual conceito, além de mais
afinado com a técnica processual permite fácil distinção, a partir do conteúdo da
decisão, dos demais atos processuais praticados pelo juiz: as decisões
interlocutórias e os despachos (ALMEIDA, 2012).
38
5.2. Classificação Das Sentenças
39
constitutiva. O que a distingue das demais é a imposição de uma obrigação ao
vencido. A doutrina costuma dizer que o efeito principal desse tipo de sentença
é permitir a instauração da execução forçada de um crédito, o que se denominou
eficácia executiva.[1]No processo do trabalho podemos citar como exemplos: a
sentença que declara a existência da relação de emprego, mandando pagar as
verbas rescisórias, é uma decisão declaratória num primeiro plano, e
condenatória num segundo plano; a sentença que reconhece a equiparação
salarial e manda pagar as diferenças resultantes da equiparação é constitutiva
num primeiro momento e também condenatória (ALMEIDA, 2012).
Essa é a classificação tradicional das sentenças, denominada de
classificação trinaria, e por assim ser, é a que encontra maior aceitação na
doutrina processualista. No entanto, há que se fazer referência a outra
classificação, essa criada por Pontes de Miranda, denominada de classificação
quinária. Nessa classificação são acrescidos outros dois tipos de sentença: as
“Seriam executivas as sentenças que apreciam e decidem sobre a
relação existente entre o demandado e os bens que seriam objetos de futura
atividade executória, de modo a cortar a base de legitimidade, antes da sentença
existente, entre o réu e o objeto da demanda. Ao tornar ilegítima a posse da
coisa que tem o demandado, essa espécie de sentença permitiria a execução no
mesmo processo em que foi proferida, ao contrário da sentença condenatória,
que exigiria processo de execução autônomo, ou, em outras palavras, uma nova
relação processual, distinta daquela em que se formou o provimento
condenatório.
Já as sentenças mandamentais poderiam ser definidas como aquelas que
têm por fim obter, como eficácia preponderante, que o juiz emita uma ordem a
ser observada pelo demandado, em vez de limitar-se a condená-lo a fazer ou
não fazer alguma coisa. Seria de sua essência, pois, conter uma ordem para que
fosse expedido um mandamento, donde a designação “sentença mandamental.”
Aqui, também, haveria exercício da atividade jurisdicional posterior à sentença,
na mesma relação processual, sem que se fizesse necessária a instauração de
nova relação processual.”
No entanto, em que pese a adesão de processualistas como Ovídio
Baptista da Silva, a chamada classificação quinária não logrou êxito, de forma
40
que prevalece no Processo Civil brasileiro a classificação tradicional da sentença
em declaratória, constitutiva e declaratória, sendo que as executivas e
mandamentais foram entendidas como sendo espécies da sentença definitiva
condenatória (ALMEIDA, 2012).
41
homologado, inclusive o limite da responsabilidade de cada parte pelo
recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.” (§2º e §3º do art.
832). (ALMEIDA, 2012).
Fonte: www.sintraems.org.br
42
852-I, § 1º da CLT); em outras palavras, esse dispositivo autoriza o juiz
trabalhista a decidir por equidade, de maneira a decidir a questão da forma mais
justa possível. Dispositivo semelhante encontra-se no art. 766 da CLT em
relação aos dissídios sobre estipulação de salários. É de ressaltar que o juiz
somente pode decidir por equidade nos casos previstos em lei, conforme
disposição do art. 127 do CPC. Na CLT, além dos casos já mencionados, o art.
8º permite ao juiz decidir por equidade na falta de disposições legais ou
contratuais, e que nenhum interesse particular prevaleça sobre o interesse
público (ALMEIDA, 2012).
Em que pese o § 2º do art. 852-I, que proibia a sentença condenatória por
sentença ilíquida, na prática, a sentença deverá se sempre líquida, pois o pedido
tem que ser certo ou determinado, indicando os valores correspondentes (art.
852-B, I da CLT).
As partes deverão ser intimadas da sentença na própria audiência em que
for proferida. Na sendo possível proferir sentença na audiência, em razão da
complexidade da causa, o juiz deverá designar audiência para publicação da
decisão no prazo máximo de 15 dias ou 30 dias na hipótese de interrupção da
audiência. Nesse caso, não sendo a sentença juntada no prazo máximo de 48
horas após a data marcada para a publicação, as partes deverão ser intimadas
da decisão. (ALMEIDA, 2012).
43
que não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do juiz.
Mas, já bem antes, a Súmula 222 do STF dizia que “o princípio da identidade
física do juiz não é aplicável às Juntas de Conciliação e Julgamento, da Justiça
do Trabalho.” (ALMEIDA, 2012).
44
autoridade da coisa julgada. Parece-nos, pois, que a coisa julgada é esta nova
situação jurídica, antes inexistente, que surge quando a decisão se torna
irrecorrível.” (ALMEIDA, 2012).
45
da sentença; a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
e a apreciação de questão prejudicial, decidida incidentalmente no processo”.
Já o art. 470 inclui na proteção da coisa julgada “a resolução de questão
prejudicial se a parte o requerer (na forma dos arts. 5º e 325), o juiz for
competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o
julgamento da lide.” (ALMEIDA, 2012).
Inclui-se, também nos limites objetivos da coisa julgada, o chamado
“julgamento implícito” ou “eficácia preclusiva da coisa julgada”. Esse fenômeno
vem estabelecido no art. 474 do CPC, segundo o qual “passada em julgado a
sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e
defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do
pedido.” (ALMEIDA, 2012).
Em relação aos limites subjetivos da coisa julgada, o que se busca é
verificar quem são as pessoas atingidas pela coisa julgada. Também parece um
problema de fácil elucidação, já que o art. 472 do CPC estabelece que “a
sentença faz coisa julgada entre as partes em que é dada, não beneficiando,
nem prejudicando terceiros.” Dessa forma, quem não participou do processo, ou
de qualquer forma, não é parte na relação jurídica posta sob apreciação judicial,
não será afetado pelo manto da coisa julgada, podendo rediscutir, em outro
processo, os fatos decididos.
Contudo, algumas questões merecem reflexão. Primeiramente, nos casos
de legitimação extraordinária, em que alguém, nos casos permitidos por lei,
defende direito alheio em nome próprio. Ocorre nesses casos a substituição
processual. Em que pese a especificidade da situação, a doutrina parece
pacífica, a coisa julgada se forma tanto para o substituto como para o substituído;
isto porque o substituído não é um terceiro na acepção da palavra, já que é ele
o titular do direito substancial levado a juízo. Em relação à sucessão, seja entre
vivos ou mortis causa, há que se aplicar o mesmo raciocínio e a coisa julgada
impedirá nova discussão do que já foi decidido, também para o sucessor
(ALMEIDA, 2012).
46
5.9. Embargos De Declaração,
47
6. AÇÃO RESCISÓRIA E AÇÃO ANULATÓRIA NA JUSTIÇA DO
TRABALHO
Fonte: www.correiodosmunicipios-al.com.br
48
Segundo o entendimento de Manoel Antônio Teixeira Filho, a ação
rescisória é aquela por meio da qual se pede a desconstituição, da coisa julgada,
nos casos previstos em lei, podendo haver novo julgamento da causa. Por sua
vez, José Carlos Barbosa Moreira compreende a ação rescisória como a ação
por meio da qual se pede a desconstituição de sentença transita em julgado, com
eventual rejulgamento, a seguir, da matéria nela julgada.
Para os processualistas Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart,
a ação rescisória é aquela destinada precipuamente a obter a anulação (e não a
declaração de nulidade) da coisa julgada formal sobre a decisão judicial,
permitindo, então, por conseguinte, a revisão do julgamento. Complementando,
ressaltam que o objetivo da ação rescisória é desconstituir a força da coisa
julgada (eficácia preponderante anulatória), já que a sentença transitada em
julgado presume-se, até prova em contrário, válida e eficaz.
No que tange à natureza jurídica da ação rescisória, Vicente Greco Filho
afirma que se trata de uma ação de natureza constitutiva negativa porque
modifica o mundo jurídico, desfazendo a sentença transitada em julgado,
podendo conter também outra eficácia quando a parte novo julgamento em
substituição do rescindido. Segundo Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade
Nery, trata-se a ação rescisória de uma ação autônoma de impugnação, de
natureza constitutiva negativa quanto ao juízo rescindendo, dando ensejo à
instauração de outra relação processual distinta daquela em que foi proferida a
decisão rescindenda.
Acerca desta questão, reconhecendo a natureza de decisão constitutiva,
Humberto Theodoro Júnior ressalta que a ação rescisória visa a rescindir, a
romper, a cindir a sentença como ato jurídico viciado, mas, neste caso, o termo
‘nulidade’, usualmente empregado pelos processualistas para caracterizar a
sentença rescindível, tem, na verdade, um significado diferente daquele que se
atribui aos vícios dos demais atos jurídicos. Afirma, também, que não se trata
nem de sentença nula nem de sentença anulável, mas de sentença que, embora
válida e plenamente eficaz, porque recoberta pela coisa julgada, pode ser
rescindida. Menciona, porém, que rescindir, em técnica judiciária, não pressupõe
defeito invalidante, mas é simplesmente romper ou desconstituir ato jurídico, no
49
exercício de faculdade assegurada pela lei ou pelo contrato (direito potestativo)
(AMARAL, 2012).
Encerrando a questão sobre a natureza jurídica da ação rescisória, José
Frederico Marques afirma que a sentença transitada em julgado é válida e eficaz,
ainda que contenha ‘errores in procedendo’ ou ‘errores in judicando’, e também
é imutável entre as partes. Sustenta que é válido e irrevogável o julgamento que
passou em julgado, e, diante disso, a ação rescisória que se propuser para
invalidá-lo, tem caráter constitutivo. Afirma que ela destina-se a anular ato estatal
plenamente eficaz e com força de lei entre as partes, e não a declará-lo nulo,
pois o julgamento coberto pela ‘res judicata’ será tão somente anulável.
Embora possa ocorrer eventual divergência terminológica, no que tange
à anulação ou rescisão do julgado, o que seria facilmente esclarecido num
estudo mais aprofundado, trata-se, na verdade, apenas de controvérsia quanto
ao termo adequado para designar a pretensão deduzida em sede de ação
rescisória, mas, quanto a esta não existe dissonância, tendo em vista que esta
modalidade de ação visa desconstituir uma decisão anterior, já com o trânsito
em julgado.
Verificado o objeto da ação rescisória, e, lembrando-se que a rescisão ou
desconstituição do julgado se trata de uma hipótese excepcional, e não regra,
somente em decorrência de situações devidamente especificadas na legislação
é que será admitido o manejo desta espécie de ação. Devem ser observados,
portanto, os pressupostos genéricos e específicos para o ajuizamento da ação
rescisória (AMARAL, 2012).
Em sede doutrinária, quando se trata de pressupostos genéricos, não há
divergência quanto ao fato de que somente pode ser objeto de desconstituição
a sentença de mérito, consubstanciada naquela que acolhe ou rejeita o pedido
formulado na petição inicial (CPC, art. 269, inciso I), tendo em vista que, não se
tratando de sentença desta natureza, visto que eivada de algum vício (CPC, art.
267), salvo em determinados casos – como, por exemplo, a litispendência e a
coisa julgada –, poderá perfeitamente ocorrer a renovação da instância, com o
ajuizamento de nova ação visando a discussão anterior, visto que a extinção do
processo anterior não obsta esse direito (CPC, art. 268). É imprescindível,
porém, que a sentença já tenha tido o trânsito em julgado, não mais sendo
50
passível de impugnação mediante recurso no âmbito do mesmo processo (TST,
Súmula n° 299).
Por outro lado, os pressupostos específicos para a utilização da ação
rescisória são aquelas hipóteses descritas nos incisos do art. 485 do CPC, tais
como: I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do
juiz; II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente; III - resultar
de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre
as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar literal
disposição de lei; VI - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em
processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória; VII - depois da
sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que
não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em
que se baseou a sentença; IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou
de documentos da causa.
Ao tratar das hipóteses de cabimento e da excepcionalidade da ação
rescisória, Cândido Rangel Dinamarco sustenta que os nove incisos do art. 485
do Código de Processo Civil revelam o juízo do legislador acerca desses vícios
excepcionais, que justificam a quebra da coisa julgada material apesar do valor
que ela tem. Prosseguindo, ressalta que fora dos casos ali indicados, é
‘juridicamente impossível’ eventual demanda de rescisão, pois se trata de
situações em que, independentemente das particularidades concretas ou
mesmo do modo como a sentença ou acórdão haja julgado a causa, a couraça
da coisa julgada é mantida invulnerável pelo legislador (AMARAL, 2012).
Também neste sentido, entendendo pela taxatividade das hipóteses de
cabimento da ação rescisória, Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart
sustentam que há situações (excepcionalíssimas, aliás) em que tornar
indiscutível uma decisão judicial, por meio da coisa julgada, representa injustiça
tão grave, e solução tão ofensiva aos princípios que pautam o ordenamento
jurídico, que é necessário prever mecanismos de revisão da decisão transitada
em julgado. Ocorre, porém, que o cabimento da ação rescisória limita-se a casos
extraordinários, expressamente enumerados em lei, através do art. 485 do CPC.
51
Em sua lição, José Carlos Barbosa Moreira sustenta que as hipóteses
descritas no art. 485 do CPC são taxativas, tendo em vista que a enumeração
‘exaure’ as hipóteses de rescindibilidade, sendo que não é possível cogitar-se
de outras quaisquer, nem mediante recurso à analogia. Adverte, porém, que é
lícita a interpretação extensiva, que se limita a revelar o verdadeiro alcance da
norma, quando a lei ‘minus dixit quam voluit’: assim, por exemplo, /.../, a
referência à ‘confissão’ abrange também o reconhecimento do pedido.
Por sua vez, em que pese entenda que também seja taxativo o rol das
hipóteses previstas nos incisos do art. 485 do CPC, não sendo possível a ação
rescisória fora de alguma destas situações, Manoel Antônio Teixeira Filho
sustenta que este ponto de vista não deve, porém, ser interpretado como
obstativo da possibilidade de buscar-se descobrir o verdadeiro sentido do
preceito legal (incisos I a IX), podendo-se, nesta investigação, ampliar-se a
‘mens legis’ para revelar-lhe o real alcance, deixando bem claro que sem que
isso implique em alargamento das causas enumeradas pelo citado dispositivo.
Note-se, portanto, que é praticamente inexistente divergência doutrinária
acerca da taxatividade das hipóteses previstas nos incisos do art. 485 do CPC
como pressupostos específicos para o ajuizamento da ação rescisória, mas, por
outro lado, não se pode tê-los de maneira absoluta, sendo que, mesmo não
possuindo um caráter exemplificativo – mas descrição taxativa –, as situações
fáticas do cotidiano podem ser interpretadas de maneira a se amoldarem àquelas
vislumbradas pela lei, na busca da efetividade da intenção do legislador quando
tratou da matéria (AMARAL, 2012).
Outro aspecto importante a ser observado gira em torno do prazo para a
propositura da ação rescisória, sendo que, acerca disso, a lei dispõe que o direito
de propor ação rescisória se extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito em
julgado da decisão (CPC, art. 495). Tanto em sede doutrinária como
jurisprudencial, compreende-se que o prazo para o ajuizamento da ação
rescisória é decadencial, contado do dia imediatamente subsequente ao trânsito
em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não, e, ainda,
prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subsequente, o prazo
decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias
52
forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente
forense (TST, Súmula n° 100, itens I e IX).
De acordo com Amaral (2012) diz que a Súmula n° 194 do Tribunal
Superior do Trabalho dispunha que as ações rescisórias ajuizadas na Justiça do
Trabalho serão admitidas, instruídas e julgadas conforme os arts. 485 "usque"
495 do Código de Processo Civil de 1973, sendo, porém, desnecessário o
depósito prévio a que aludem os respectivos arts. 488, II, e 494. No que tange
ao depósito prévio, o art. 836 da CLT também dispunha acerca de sua
desnecessidade. Era pacífica, portanto, a dispensa da realização de depósito
prévio previsto na legislação processual comum.
Ocorre, entretanto, que, com a promulgação da Lei 11.495, de 22 de junho
de 2007, com vacatio legis de 90 (noventa) dias, alterou-se a redação do art. 836
da CLT, passando a exigir a realização do depósito prévio de 20% (vinte por
cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. A nova
disposição legal já acarretou o cancelamento da Súmula 194 do Tribunal
Superior do Trabalho – Resolução n° 142, de 15 de outubro de 2007 –, tendo em
vista que, agora, por expressa disposição de lei, passa a ser exigível a realização
do depósito para a propositura da ação rescisória.
Por fim, é importante mencionar que, em regra, a competência originária
para conhecer e julgar a ação rescisória é do tribunal imediatamente superior ao
órgão prolator da decisão questionada. A súmula n° 192 do Tribunal Superior do
Trabalho traz algumas diretrizes no que tange à competência originária em
matéria de ação rescisória.
Tendo em vista o objeto do presente estudo – ação rescisória e ação
anulatória como meios de impugnação de decisões em fase de execução –, e,
considerando-se a grande extensão da matéria ora abordada, em síntese,
seriam estes os aspectos gerais mais importantes relativos à ação rescisória,
com o intuito de servir de subsídio para as questões que serão mais adiante
tratadas (AMARAL, 2012).
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6.1 Ação anulatória – aspectos gerais
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Sendo assim, verificado o seu objeto, pode-se concluir que a ação
anulatória é o meio processual adequado para a obtenção da declaração de
nulidade de ato jurídico praticado pelas partes no âmbito de um processo, com
fundamento na legislação de quaisquer dos ramos de direito material,
independentemente de haver ou não uma sentença homologatória quanto ao
referido ato. A ação anulatória, em face da sua finalidade, tem nítido caráter
constitutivo-negativo (AMARAL, 2012).
Ocorre, entretanto, que, de maneira evidente, existem certas dificuldades
para a identificação dos casos em que deverá haver o manejo da ação
anulatória, e os casos em que há de ser utilizada a ação rescisória,
especialmente pelo fato de que o art. 486 do Código de Processo Civil faz
menção à sentença meramente homologatória. Certamente não seria objeto de
controvérsia a questão, caso a legislação não tivesse mencionado esta espécie
de sentença. Vejamos.
Não há controvérsia, porém, quando o objeto da anulação é um ato
jurídico que não necessitou de manifestação do juiz para a produção dos seus
efeitos, porquanto não haverá sentença, o que afasta a ideia de ajuizamento de
ação rescisória como meio de impugnação do referido ato, pois, como já visto,
esta depende necessariamente da existência de uma sentença com trânsito em
julgado e, por conseguinte, a presença da coisa julgada material. A dificuldade
está naqueles casos em que se busca a anulação de ato jurídico que teve a sua
validade reconhecida por uma sentença meramente homologatória.
A doutrina salienta que nem mesmo neste caso deverá haver controvérsia
acerca do manejo do adequado remédio processual, tendo em vista que, embora
o ato jurídico praticado pelas partes possua um invólucro sentencial, não há
óbice à sua impugnação de forma direta, sem que haja a necessidade de
rescisão da sentença prolatada. É importante mencionar que não é a ‘sentença’,
mas o ‘ato homologado’, que constitui objeto do pedido de anulação – o que não
quer dizer que a eventual queda do segundo deixe em pé a primeira (AMARAL,
2012).
Neste sentido, Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart
mencionam que a sentença homologatória, porque não é capaz de examinar o
conteúdo do conflito, não é apta a criar a lei do caso concreto. Ressaltam, ainda,
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que não tem a sentença homologatória carga declaratória suficiente para
certificar a vontade da lei no caso concreto, limitando-se a reconhecer que,
formalmente, o ato realizado amolda-se aos ditames legais. Em face disso, toda
a força decorrente das sentenças homologatórias, em verdade, não está
precisamente na sentença, mas sim no ‘ato jurídico perfeito’ que ela reconhece,
sendo que, diante dessa situação, o que se torna imutável, em razão da sentença
homologatória, não é, exatamente, a sentença, mas o ato jurídico realizado, que,
por enquadrar-se na categoria de ato jurídico perfeito, recebe o mesmo ‘status’
que a coisa julgada (art. 5°, XXXVI, da CF).
Por sua vez, Cândido Rangel Dinamarco sustenta que embora o Código
de Processo Civil inclua as sentenças que extinguem o processo ‘com
julgamento do mérito’ aquelas que se limitam a homologar certos atos negociais
celebrados entre as partes (transação, reconhecimento do pedido, renúncia ao
direito – CPC, art. 269, incisos II, III e V), na realidade essas são ‘falsas
sentenças de mérito’, porque o conteúdo substancial que apresentam é dado
pelas próprias partes, não pelo juiz. Ressalta, ainda, que do juiz é apenas a
própria homologação, com a qual empresta ao ato das partes a autoridade do
Estado e o habilita a ter eficácia de título executivo (AMARAL, 2012).
Tratando da questão de maneira diversa, trazendo como exemplo a
transação, Humberto Theodoro Júnior afirma que naquelas ocasiões em que a
vontade das partes importa na resolução de uma lide existente no âmbito de um
procedimento contencioso cuja ação se encontra em curso, não haveria que se
falar em sentença meramente homologatória, tendo em vista que importa
encerramento do processo com ‘julgamento do mérito’ (art. 269, n° III), e,
consequentemente, produz a ‘coisa julgada material’ (arts. 467 e 468). Sustenta
o autor que, neste caso, a auto composição da lide é jurisdicionalizada pela
homologação do juiz, que a encampa e chancela como se fora uma solução dada
pela própria sentença.
Note-se, portanto, que não se trata de questão das mais fáceis a detecção
de quando se trata de uma sentença meramente homologatória – por exemplo,
a desistência da ação ou homologação de ato em jurisdição voluntária –, ou
quando se trata de sentença propriamente dita, onde a resolução do mérito se
deu com fundamento em ato jurídico praticado pelas partes. Na primeira
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hipótese, o remédio adequado será a ação anulatória, ao passo que, no segundo
caso, a única forma de desconstituir o julgado será por meio de ação rescisória.
A questão relativa à transação, entretanto, poderá ser abordada com
maior profundidade e especificidade em item próprio, tendo em vista que o
presente estudo pretende tratar exatamente sobre os meios de impugnação das
decisões em processo de execução, dentre elas a transação (AMARAL, 2012).
Regra geral, o prazo para o ajuizamento da ação anulatória tem natureza
decadencial e será de 4 (quatro) anos, contado (a) do dia em que cessar a
coação, (b) do dia em que se realizou negócio jurídico fundado em erro, dolo,
fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, e, ainda, (c) do dia em que
cessar a incapacidade, no caso de atos de incapazes (CC/2002, art. 178, incisos
I, II e III). Em outros casos, quando a lei dispuser que determinado ato é anulável,
sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a
contar da data da conclusão do ato (CC/2002, art. 179).
Por fim, é importante mencionar que, tratando da questão de maneira
específica em matéria trabalhista, nos termos da Orientação Jurisprudencial n°
129, da Seção de Dissídios Individuais II do Tribunal Superior do Trabalho, em
se tratando de ação anulatória, a competência originária se dá no mesmo juízo
em que praticado o ato supostamente eivado de vício (AMARAL, 2012).
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7. EXECUÇÃO: PARTE GERAL
Fonte: www.seebfloripa.com.br
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7.1. Embargos à execução
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7.3. Embargos a arrematação e a adjudicação
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aplicando subsidiariamente a Lei de Execuções Fiscais (Lei nº 6.830/80) e no
que couber o Código de Processo Civil.
Acontece que a CLT e a LEF tratam somente das execuções judicial e
extrajudicial por quantia certa, sendo estas omissas quanto às execuções de
fazer e não fazer, obrigando a aplicação subsidiária do CPC em seus artigos 461
e 461-A.
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se
procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1o A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor
o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do
resultado prático correspondente.
§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa
(art. 287).
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado
o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a
qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença,
impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se
for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo
razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado
prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento,
determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa
por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e
coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se
necessário com requisição de força policial.
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da
multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva.
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Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao
conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. §
1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o
credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao
devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
§ 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á
em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na
posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.
§ 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o
do art. 461
Ocorre que a Lei nº 8.952/94 alterou o CPC para a execução de título
judicial que contem obrigação de fazer e não fazer, não prevendo mais um
processo separado e sim o cumprimento da tutela específica destas obrigações
(sentença ou antecipação de tutela).
Com isso percebe-se que houve um sincretismo processual, na medida
em que não há mais a necessidade de se criar um novo processo, podendo o
juiz praticar atos no mesmo processo cognitivo visando o cumprimento das
obrigações.
Para a efetivação da tutela específica ou para a obtenção do resultado
prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
determinar as medidas necessárias, tais como a busca e apreensão, remoção
de pessoas e coisas, desfazimento de obras, impedimento de atividade nociva,
além da requisição de força policial (provimento judicial mandamental).
Caso o devedor não satisfaça a obrigação o credor poderá exigir perdas
e danos, ficando à seu critério exigi-la ou não e também nos casos de
impossibilidade da tutela específica ou obtenção do resultado prático que
corresponde a obrigação. De acordo com o art. 287 do CPC a indenização por
perdas e danos se dá sem o prejuízo da multa.
Art. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática
de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá
requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da
sentença ou da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § 4o, e 461-A).
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Na CLT as perdas e danos são convertidas em indenização de acordo
com o art. 729. (O empregador que deixar de cumprir decisão passada em
julgado sobre a readmissão ou reintegração de empregado, além do pagamento
dos salários deste, incorrerá na multa de 3/5 (três quintos) a 3 (três) valores de
referência por dia, até que seja cumprida a decisão).
Nada impede que o juiz na sentença condenatória imponha multa diária
ao devedor se for compatível com a obrigação e fixando um prazo razoável para
o cumprimento da mesma, não necessitando do pedido do autor.
Fonte: www.odefensorcosmearaujo.com.br
Como todo rito processual tem em regra início com a petição inicial, nada
melhor do que começarmos falando que a execução das multas impostas pelos
órgãos de fiscalização do trabalho tem disposição legal na Lei de Execuções
Fiscais em seu art. 6º, com relação à indicação se tem apenas o juiz a quem ela
deve ser dirigida, deve conter também o pedido que é o objeto da causa e o
requerimento para a citação.
No tocante aos documentos que a mesma deve conter encontramos nos
parágrafos do já mencionado art. 6º da LEF, quais são certidão da dívida ativa a
qual determina a lei que esteja presente de forma transcrita, devendo está e a
petição ser um único documento como determina o §2º do já mencionado artigo,
temos ainda a desnecessidade de pedido na inicial para que a fazenda pública
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possa produzir provas e o valor da causa será o contido na decisão acrescido
dos encargos legais.
Em momento posterior ao deferimento da inicial, temos o despacho do
juiz, “É um ato judicial complexo, pois implica a um só tempo, ordem de citação,
penhora arresto e/ou registro da penhora e do arresto, independentemente do
pagamento de custas”, como brilhantemente demonstra o doutrinador temos
dessa forma as hipóteses previstas no art. 7º da LEF, além de uma avaliação
dos bens que sofreram arresto ou sequestro.
Após o despacho do juiz, temos o ato de penhora dos bens, que ao
contrário do que pensamos não deve seguir a ordem do art. 882 da CLT, mas
sim do art. 11 da LEF, que tem essa ordem: dinheiro, título da dívida pública e
de crédito, pedras e metais preciosos, imóveis, navios, aeronaves, veículos,
moveis ou semoventes e por fim direitos e ações.
Com relação à alienação, adjudicação e arrematação dos bens do
executado têm que “Devem observar os arts. 21 a 24 da LEF. Nos termos da
Súmula n.121 do STJ: “Na execução fiscal o devedor deverá ser intimado, do dia
e hora da realização do leilão”, isso ocorre pelo fato de ser interesse jurídico dar
preferência para que o executado possa readquirir seu próprio bem, já que
muitas vezes este tem para o sujeito além do valor monetário, o valor
sentimental.
É permitido a fazenda pública adquirir tais bens, de acordo com o art. 24
e incisos, mediante adjudicação que pode ocorrer em diversos momentos,
começaremos é obvio pela adjudicação em momento posterior ao leilão, caso
em que será pago o valor da avaliação, hipótese que somente ocorrerá em não
incidência de embargos ou se os mesmos forem rejeitados, na sequência pode
ser após o leilão, em casos de não existência de licitantes será pago o valor da
avaliação e por fim havendo licitantes a fazenda pública tem preferência em que
haverá igualdade de condição com a melhor oferta apresentada.
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8.2. Os reflexos do novo CPC na execução trabalhista
Fonte: alexandrepazgarcia.com.br
Valente (2016) afirma que o novo CPC, em vigor desde março de 2016,
dentre muitas alterações e inovações, trouxe para a seara processual, a
tendência do processo contemporâneo chamada de "neoprocessualismo". O
"neoprocessualismo" consiste em interpretar e aplicar o regramento processual
sob a ótica da CF, em especial da efetividade às garantias constitucionais do
jurisdicionado em uma demanda processual. A partir de então, as garantias
constitucionais como o devido processo legal, direito à ampla defesa com todos
recursos inerentes, duração razoável do processo, direito de petição e outras,
antes previstas no texto constitucional, passam a ser positivadas no novo CPC.
Com base nessas singelas considerações, abordaremos alguns reflexos
do NCPC na execução trabalhista, que devem ser analisados sob o ângulo do
constitucionalismo processual. Logo após a entrada em vigor do NCPC, o TST
editou a IN 39/16, com o intuito de dar segurança jurídica ao jurisdicionado e aos
aplicadores do direito. É obvio que a referida Instrução Normativa não conseguiu
de forma plena exaurir todos os dispositivos do NCPC, fixando em linhas gerais
os artigos não aplicáveis ao Processo do Trabalho e os aplicáveis diante da
omissão e compatibilidade com as normas do Direito do Trabalho.
Quanto a execução trabalhista, a IN 39/16 estabeleceu a aplicação do
artigo 805 e seu parágrafo único, que trata da obrigação do executado de indicar
outros meios mais eficientes e menos onerosos para promover a execução.
Assim, caberá ao executado ao alegar que o meio executivo é oneroso, indicar
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outro meio menos oneroso e mais eficiente para que se efetive a execução.
Desta forma, afasta-se do procedimento de execução requerimentos
irresponsáveis, alcançando a efetividade da execução, como também, a garantia
constitucional da duração razoável do processo.
Valente (2016) diz que no que concerne ao instituto da Fraude à
Execução, prevista no art. 792 do NCPC e aplicável ao Execução Trabalhista,
permanece a condição de haver no registro do bem alienado a averbação da
pendência de processo de execução ou de hipoteca judicial e constrição.
Contudo, a inovação diz respeito aos bens que, em razão de suas
características, não são sujeitos a registro, como o caso de bens semoventes.
Assim, nesses casos, caberá ao terceiro adquirente comprovar que agiu de boa-
fé, por meios objetivos, demostrando seu desconhecimento sobre a execução,
invertendo-se o ônus, que antes cabia ao credor comprovar a má-fé do terceiro
adquirente.
Inovou-se, também, a ordem preferencial de bens a serem penhorados,
preservando em primeiro lugar no rol de bens, a penhora em dinheiro e
acrescentou a essa relação, a penhora de bens semoventes e direitos aquisitivos
derivados da promessa de compra e venda ou de alienação fiduciária. A ordem
de bens a serem penhorados pode ser alterada pelo magistrado a depender do
caso em questão. Fato é que a nova ordem de bens penhoráveis arrola
primeiramente bens de maior liquidez a fim de garantir ao jurisdicionado
celeridade no trâmite da execução, uma vez que esses bens dispensam o
procedimento burocrático dos atos de expropriação.
Valente (2016) do mesmo modo afirma que a IN 39/16 conferiu
aplicabilidade do artigo 854 §1º e 2º, que regulamenta a penhora on-line
chamada de BACENJUD, à Execução Trabalhista. O referido artigo dispõe que
a indisponibilidade dos valores será concedida em 24 horas e sem o
conhecimento do executado. Somente após a indisponibilidade, o executado
será informado da penhora on-line para se manifestar. Com exceção do prazo
do executado para se manifestar sobre a penhora, todos os outros prazos
concernentes a penhora on-line (BACENJUD) ocorrerão em 24 horas, haja vista,
as garantias constitucionais de celeridade e efetividade do processo judicial.
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Há ainda outros dispositivos fixados pela Instrução Normativa que devem
ser aplicados ao Processo do trabalho, em especial à execução trabalhista, a
título de exemplo, estão o artigo 916, que trata do parcelamento do crédito
exequendo, o artigo 918 que regulamenta a rejeição dos embargos à execução,
dentre outros. Contudo, é importante salientar o artigo 6º da IN 39/16, que
estabelece a aplicação no Processo do Trabalho do Incidente de
Desconsideração da Personalidade Jurídica regulamentado no novo CPC,
precisamente nos artigos 133 a 137.
A desconsideração da personalidade jurídica, em suma, visa satisfazer o
direito do terceiro lesado, nos casos de fraude, atos ilícitos e abusos cometidos
pela pessoa jurídica, assim sendo, na ocorrência de tais situações, os sócios
responderão com seus bens particulares pelo dano causado a terceiro. O NCPC
inovou ao regulamentar o procedimento do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica, antes previstos no CDC e CC.
Valente (2016) ao mesmo tempo assegura que agora, o NCPC dispõe,
além de outras peculiaridades, que o pedido de desconsideração deve ser
formulado por petição fundamentada nos requisitos legais e documento
probatório e poderá ser formulado tanto na fase de conhecimento quanto na de
execução. Em seguida, os sócios serão citados para manifestar e produzir
provas, tendo em vista a garantia constitucional processual do contraditório. Na
Justiça do Trabalho, o incidente de desconsideração da pessoa jurídica é
aplicado na maioria das vezes pelo simples fato de não localizar bens
penhoráveis do executado, não oferecendo a este o direito de se defender,
violando as garantias constitucionais referidas acima.
Com a regulamentação e aplicação do NCPC, a desconsideração de
pessoa jurídica no Processo do Trabalho divide opiniões, uma vez que, para
alguns, essa regulamentação fere o princípio da celeridade da Justiça do
trabalho ao determinar o contraditório para os sócios e ao estabelecer um
procedimento próprio para tal desconsideração. Para outros, essa
regulamentação evitará injustiças, pois para se promover a desconsideração da
pessoa jurídica deve-se observar os pressupostos e requisitos para instauração
do incidente, o que antes não ocorria.
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Desta feita, a IN 39/16 foi significativa ao traçar os pontos aplicáveis à
Execução Trabalhista. Agora devemos aguardar o posicionamento dos nossos
tribunais a fim de consolidar o entendimento sobre os novos dispositivos legais
do CPC/15, para dar ao jurisdicionado uma execução efetiva, respaldada nas
garantias constitucionais da duração razoável do processo, do direito de petição
e do direito ao contraditório e da ampla defesa.
Fonte: footage.framepool.com
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de urgência no processo do trabalho -- As tutelas de urgência e a sistemática do
novo CPC -- A incoação do juiz do trabalho nas tutelas de urgência.
10. BIBLIOGRAFIAS
DONIZETTI, E.. Curso didático de direito processual civil, 18ª ed, São Paulo:
Atlas, 2014, 1612 p.
JR., Alry Lopes. Direito Processual Penal. 9ªed. São Paulo: Saraiva, 2012. Cap.
JÚNIOR, Hélcio Luiz Adorno; MUNIZ, Ramiro Vasconcelos. Nova leitura dos
princípios de direito processual constitucional no processo judicial eletrônico.
UNIVERSITAS, n. 17, 2016.
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MARTINS, Sergio Ponto. Direito do Trabalho, 31ª edição. São Paulo: Atlas, 2015.
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