Material Praticagem
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NORMAM-26/DHN
3ª Revisão
2018
FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)
Número da Expediente que a Página (s) afetada (s) Data da introdução Rubrica
modificação determinou e
respectiva data
II REV.3
ÍNDICE
FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM).....................................................................II
Número da modificação Expediente que a determinou e respectiva data Página (s) afetada (s) Data
da introdução Rubrica..........................................................................................................................II
CAPÍTULO 1....................................................................................................................................1-1
0101 - VTS COMO AUXÍLIO À NAVEGAÇÃO.......................................................................1-1
0102 - NECESSIDADE DO SERVIÇO.......................................................................................1-1
0103 - CONCEPÇÃO DO SERVIÇO..........................................................................................1-1
0104 - ARCABOUÇO NORMATIVO.........................................................................................1-2
0105 - PRINCIPAIS CONCEITOS, ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS..................................1-2
CAPÍTULO 2....................................................................................................................................2-1
0201 - PROJETOS DE IMPLANTAÇÃO...................................................................................2-1
0202 - RESPONSABILIDADES.................................................................................................2-1
0203 - CONTROLADOR DO VTS.............................................................................................2-2
0204 - REQUISITOS DE UM VTS.............................................................................................2-2
0205 - PESSOAL.........................................................................................................................2-3
CAPÍTULO 3....................................................................................................................................3-1
0301 - CATEGORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS............................................................................3-1
0302 - SERVIÇO OPERACIONAL.............................................................................................3-2
0303 - PLANOS DE CONTINGÊNCIA......................................................................................3-2
0304 - PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E PROCEDIMENTOS PARA O NAVEGANTE
......................................................................................................................................................3-3
0305 - VISITAS TÉCNICAS.......................................................................................................3-4
CAPÍTULO 4....................................................................................................................................4-1
0401 - INFORMAÇÕES SOBRE VTS........................................................................................4-1
0402 - VTMIS..............................................................................................................................4-2
0403 - LPS....................................................................................................................................4-2
ANEXO A........................................................................................................................................A-1
01- NECESSIDADE DE UM VTS.............................................................................................A-1
02 - AVALIAÇÃO PRELIMINAR..............................................................................................A-1
03 - FATORES CONDICIONANTES.........................................................................................A-2
04 - GERENCIAMENTO DE RISCO NO TRÁFEGO DE EMBARCAÇÕES.........................A-3
05 - TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DAS VIAS NAVEGÁVEIS...................................A-5
ANEXO B........................................................................................................................................B-1
01 - TIPOS DE SERVIÇOS.........................................................................................................B-1
02 - FUNÇÕES DO VTS.............................................................................................................B-2
ANEXO C........................................................................................................................................C-1
01 - PROJETO DE IMPLANTAÇÃO.........................................................................................C-1
02 - CONTROLADOR DO VTS.................................................................................................C-2
03 - PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE UM VTS.......................................................C-3
APÊNDICE AO ANEXO C.................................................................................................C-I-1
01 - PROPÓSITO.................................................................................................................C-I-1
02 - Dados Geográficos (COORDENADAS EM lat/long, datum etc)................................C-I-1
03 - Informações do Porto....................................................................................................C-I-1
III REV.3
04 - APRESENTAÇÃO DOS PARÂMETROS REFERENTES AO VTS A SER
IMPLANTADO....................................................................................................................C-I-1
5 - Requisitos Operacionais..................................................................................................C-I-2
6 - Requisitos Técnicos........................................................................................................C-I-2
7 - Integração com outros Sistemas......................................................................................C-I-2
ANEXO D........................................................................................................................................D-1
01 - NÍVEIS DE DESEMPENHO...............................................................................................D-1
02 - RADAR................................................................................................................................D-2
03 - RADIOCOMUNICAÇÕES.................................................................................................D-2
04 - RADIOGONIÔMETRO......................................................................................................D-3
05 - AIS (Automatic Identification System).................................................................................D-3
06 - CIRCUITO FECHADO DE TV...........................................................................................D-4
07 - SENSORES AMBIENTAIS.................................................................................................D-5
08 - APRESENTAÇÃO DE DADOS..........................................................................................D-5
09 - OUTROS REQUISITOS......................................................................................................D-7
10 - DOCUMENTAÇÃO DE APOIO.........................................................................................D-8
ANEXO E.........................................................................................................................................E-1
01 - PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO............................................................E-1
02 - Avaliação de Aprendizagem Prévia (AAP)...........................................................................E-1
03 - QUALIFICAÇÃO................................................................................................................E-2
04 - LICENÇAS...........................................................................................................................E-3
05 - INSTITUIÇÕES DE ENSINO E TREINAMENTO............................................................E-3
06 - CURSOS MODELO.............................................................................................................E-4
07 - DOCUMENTAÇÃO DE APOIO.........................................................................................E-8
APÊNDICE AO ANEXO E..................................................................................................E-I-1
01 - PROPÓSITO(S) GERAL (AIS) DO CURSO...............................................................E-I-1
02 - DIRETRIZES GERAIS DO CURSO...........................................................................E-I-1
02.1 - QUANTO À ESTRUTURAÇÃO DO CURSO....................................................E-I-1
02.1 - QUANTO À ESTRUTURAÇÃO DO CURSO....................................................E-I-1
02.2 - QUANTO ÀS TÉCNICAS DE ENSINO..............................................................E-I-2
02.2 - QUANTO ÀS TÉCNICAS DE ENSINO..............................................................E-I-2
02.3 - QUANTO À FREQUÊNCIA ÀS AULAS............................................................E-I-2
02.3 - QUANTO À FREQUÊNCIA ÀS AULAS............................................................E-I-2
02.4 - QUANTO À AFERIÇÃO DO APROVEITAMENTO..........................................E-I-3
02.5 - CREDENCIAMENTO DO CURSO.....................................................................E-I-3
03 - (DISCIPLINAS/MÓDULOS) E CARGAS HORÁRIAS...............................................E-I-3
04 - OUTROS ASSUNTOS PERTINENTES JULGADOS DE INTERESSE PELO
PROPONENTE....................................................................................................................E-I-3
ANEXO F.........................................................................................................................................F-1
01 - SERVIÇO OPERACIONAL.................................................................................................F-1
02 - POSIÇÕES OPERACIONAIS E VOLUME DO TRÁFEGO..............................................F-3
03 - RESPONSABILIDADE DE OPERAÇÃO..........................................................................F-5
04 - PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS...............................................................................F-7
05 - PROCEDIMENTOS PARA O NAVEGANTE...................................................................F-11
ANEXO G........................................................................................................................................G-1
01 - INTRODUÇÃO...................................................................................................................G-1
02 - DOCUMENTOS NECESSÁRIOS......................................................................................G-1
IV REV.3
03 - PROCEDIMENTOS PARA AUDITORIA E AVALIAÇÃO DE CENTRO VTS................G-2
APÊNDICE AO ANEXO G................................................................................................G-I-1
01 – INFORMAÇÕES GERAIS.........................................................................................G-I-1
02 - Normas..........................................................................................................................G-I-1
03 - Operação.......................................................................................................................G-I-2
03.1 - Procedimentos............................................................................................................G-I-2
03.2 - Pessoal, formação e qualificação...............................................................................G-I-2
03.3 - Equipamentos.............................................................................................................G-I-3
04 - Sistema de Gestão..............................................................................................................G-I-3
05 - Documentos normativos para pronto uso no Centro VTS.................................................G-I-3
ANEXO H........................................................................................................................................H-1
V REV.3
NORMAM-26/DHN
CAPÍTULO 1
1-1 REV.3
NORMAM-26/DHN
1-2 REV.3
NORMAM-26/DHN
1-3 REV.3
NORMAM-26/DHN
1-4 REV.3
NORMAM-26/DHN
CAPÍTULO 2
IMPLANTAÇÃO DE UM VTS
0202 - RESPONSABILIDADES
À Autoridade Marítima cabe assegurar que:
exista uma base jurídica para a implantação e operação de um VTS, em conformidade com
a legislação nacional e internacional;
o VTS tenha uma autoridade responsável (Controlador) habilitado e formalmente
designado;
sejam estabelecidas as qualificações apropriadas e requisitos de treinamento para o pessoal
que atuará na operação do VTS, em consonância com padrões internacionalmente praticados; e
a eficácia do serviço seja verificada por meio de auditorias e/ou avaliações periódicas, que
poderão ser conduzidas pelo CAMR ou por uma Sociedade Classificadora credenciada pela
Autoridade Marítima que, neste caso, deverá encaminhar relatório detalhado da auditoria para
homologação do Diretor de Hidrografia e Navegação.
2-1 REV.3
NORMAM-26/DHN
2-2 REV.3
NORMAM-26/DHN
a orientar a definição dos “Requisitos Técnicos e Operacionais” que devem ser considerados na
aquisição dos equipamentos e sistemas componentes.
Cabe ressaltar que as especificações dos referidos equipamentos e sistemas constam de
publicações específicas sobre o assunto, devendo a Autoridade VTS estar familiarizada com esse
arcabouço normativo e, na medida do possível, envidar esforços para manter-se atualizada em
relação ao estado da arte dos VTS pelo mundo.
0205 - PESSOAL
O caráter internacional da navegação exige o estabelecimento de padrões para o VTS que
sejam condizentes com a prática universal, de forma a não criar dificuldades para o navegante
estrangeiro e contribuir adequadamente para a segurança da navegação. A seleção e treinamento de
pessoal qualificado é um requisito básico para o correto funcionamento do serviço, uma vez que as
capacitações requeridas para o pessoal do Serviço Operacional (Supervisores e Operadores de VTS)
não são triviais e o seu desempenho operacional terá reflexo direto na confiança do usuário no VTS
como um todo.
Além disso, alguns VTS podem requerer a contratação de agente administrativo para auxiliar
o Controlador do VTS na administração diária e nos demais contatos de rotina. Apesar de não ser
necessário que esse agente possua as mesmas qualificações técnicas de um Supervisor ou Operador
VTS, ele deve conhecer os princípios e práticas aplicados no serviço e estar familiarizado com tudo
que disser respeito à sua categoria, sem, todavia, se envolver diretamente em assuntos operacionais.
O Anexo E apresenta informações detalhadas relacionadas ao pessoal VTS, que podem ser
complementadas por outras publicações sobre o assunto, principalmente:
• Resolução IMO A.857(20) “Guidelines for Vessel Traffic Services”;
• Manual IALA VTS;
• Guideline IALA 1014 “On the Accreditation and Approval Process for VTS Training”; e
• Recomendação IALA R0103 ‘On Standards for Training and Certification of VTS
Personnel” e seus complementos (Cursos Modelo V-103/1, 2, 3, 4 e 5).
2-3 REV.3
NORMAM-26/DHN
CAPÍTULO 3
Disponibilidade do Serviço
Y≠24h/7d
Código numérico Significado
X = 24h/7d 1 24h exceto feriados
2 24h dias de semana somente
3 Horário conforme horas entre parêntesis
Uma notação como Y3(0900-1700) indica um serviço diário disponível somente entre 09h e 17h.
Tipo de Serviço
Serviço de Informação Indicado por INS
Serviço de Assistência à Navegação Indicado por NAS
Serviço de Organização do Tráfego Indicado por TOS
3-1 REV.3
NORMAM-26/DHN
Exemplo de código:
VTS/Y3(0900-1700)/T136/INS+TOS/AS – descreve um VTS disponível das 0900 às 1700
diariamente (no fuso local); que forma sua imagem de tráfego pela composição de sinais de AIS, de
Radar e de Radiogoniômetro; que opera os serviços de informação e organização de tráfego; e que
se comunica com outros VTS ou Serviços Aliados.
O código foi elaborado pela IALA, a fim de estabelecer um critério único para aplicação
internacional. Essa proposta de sistematização não é completa, mas a criação de um sistema
nacional diferente seria contraproducente para o entendimento do navegante estrangeiro.
3-2 REV.3
NORMAM-26/DHN
3-3 REV.3
NORMAM-26/DHN
deles se espera e o quê, onde e quando se comunicar com o Centro VTS. Não obstante, excesso de
comunicação pode sobrecarregar os VTSO e atrapalhar o bom andamento do serviço, para que deve
haver criteriosa seleção das informações, cujo relato seja considerado relevante para o propósito do
VTS.
O Anexo F traz orientações que devem ser observadas pelo Controlador do VTS na
elaboração dos Procedimentos Operacionais e dos Procedimentos para o Navegante na Área VTS.
3-4 REV.3
NORMAM-26/DHN
CAPÍTULO 4
OUTROS SERVIÇOS
4-1 REV.3
NORMAM-26/DHN
0402 - VTMIS
O Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações (VTMIS de Vessel
Traffic Management Information System) é uma ampliação do VTS, na forma de um Sistema
Integrado de Vigilância Marítima, que incorpora outros recursos de telemática a fim de permitir aos
serviços aliados e outras agências interessadas o compartilhamento direto dos dados do VTS ou o
acesso a determinados subsistemas, de forma a aumentar a efetividade das operações portuárias ou
da atividade marítima como um todo, mas que não se relacionam com o propósito do VTS
propriamente dito. Entre os recursos de um VTMIS podem ser citados:
Sistemas de gerenciamento do Porto;
Sistemas dedicados à segurança portuária;
Sistemas de apoio da praticagem;
Sistemas de gerenciamento de carga e da propriedade em geral;
Planejamento de acostagem;
Sistemas de cobrança de taxas portuárias;
Controle de quarentena;
Controle alfandegário; e
Apoio às operações da Polícia Marítima, tais como repressão aos ilícitos contra navios,
contrabando, narcotráfico, etc.
Nos VTMIS, é mandatório que os VTSO não sejam envolvidos na operação do sistema, de
forma que não fiquem sobrecarregados com outras atividades além da operação do VTS. Caso seja
julgado conveniente pelo Controlador do VTS, poderão ser designados e treinados operadores
específicos de VTMIS para atender apenas às necessidades do porto e serviços aliados, sem
interferir com a operação do VTS.
A Autoridade Marítima não tem papel a desempenhar com relação ao VTMIS, sendo sua
atuação direcionada apenas para o “Auxílio à Navegação” representado pelo VTS e os benefícios
que poderá trazer ao navegante em termos de segurança da navegação, ordenamento do tráfego e
proteção ao meio ambiente marinho. Neste escopo, os dados produzidos no VTS deverão ser
disponibilizados com os Agentes locais da AM.
0403 - LPS
O Local Port Service (LPS) é um serviço aplicável a um terminal portuário onde, como
conclusão de estudo preliminar realizado a partir do volume de tráfego e avaliação de risco formal,
foi identificada que a implantação de um VTS é uma medida excessiva ou inadequada,
considerando as especificidades do porto e custos de implantação envolvidos.
Em alguns casos, poderá ser difícil identificar o limiar entre a necessidade de implantação de
VTS ou LPS, o que torna ainda mais importante considerar os fatores envolvidos durante o processo
de avaliação inicial de viabilidade e riscos. Basicamente, as principais diferenças do LPS em
relação ao VTS são:
não necessita ter capacidade e/ou meios para responder ao desenvolvimento de situações
de trânsito e interagir com o tráfego marítimo;
não existe a obrigatoriedade de gerar e gravar uma imagem do tráfego de navios;
menor abrangência no treinamento para seus operadores; e
objetivos do serviço definidos para atender às necessidades locais.
Dessa forma, o LPS é uma ferramenta que, quando implantado, tem como foco melhorar a
coordenação dos serviços portuários, por meio da disseminação de informações voltadas
principalmente para a gestão do porto. A Autoridade Portuária definirá os equipamentos necessários,
4-2 REV.3
NORMAM-26/DHN
o nível de competência desejado para o operador e a complexidade das informações que tramitarão
entre o operador do terminal e usuários.
Uma vez que sua implantação não necessita ser autorizada pela Autoridade Marítima e não
segue padrões internacionais definidos, os LPS estão fora do escopo desta norma, constituindo-se
numa demanda da Autoridade Portuária ou Operador de TUP no sentido de melhorar a segurança e
coordenação dos serviços portuários, podendo servir como uma alternativa mais econômica ao
VTS.
4-3 REV.3
NORMAM-26/DHN
ANEXO A
02 - AVALIAÇÃO PRELIMINAR
A avaliação preliminar deve relacionar os riscos potenciais, a infraestrutura organizacional, as
operações correntes e os procedimentos locais, a fim de identificar a ocorrência de problemas,
atuais ou futuros, cuja solução transcenda a capacidade dos recursos ordinários de auxílios à
navegação, instalados ou não, e indique a necessidade de monitorização ativa.
Para tanto, devem ser observadas as seguintes ações:
Delimitar a área de interesse e definir seus fatores condicionantes;
Examinar como estão organizados os auxílios à navegação e outros serviços;
Examinar como estão dispostas as relações das autoridades, com inclusão das políticas,
procedimentos, prioridades e aspectos da cultura local;
Examinar os aspectos legais envolvidos, incluindo os níveis estaduais e municipais;
Definir as vias marítimas e os esquemas de tráfego na área de interesse;
Identificar os usuários e o público de interesse;
Definir o valor econômico e ambiental das vias marítimas de interesse;
Identificar o tráfego marítimo local;
Levantar os dados locais relativos a acidentes, problemas de tráfego ou outros eventos
congêneres;
Considerar aspectos relativos à segurança do tráfego aquaviário, segurança das instalações e
segurança coletiva na área de interesse; e
Identificar eventuais riscos à navegação para os quais não haja uma estrutura de
gerenciamento ou controle ou que transcendam as capacidades instaladas.
No caso de um VTS de porto, um futuro desenvolvimento da infraestrutura portuária que
resulte em alteração do volume e composição do tráfego marítimo, tal como a inclusão de cargas
perigosas ou acesso de navios com características especiais de operação (ex: propulsão nuclear),
deve ser considerada nesta etapa.
-A-1- REV.3
NORMAM-26/DHN
Um VTS deve conter medidas que contribuam para reduzir conflitos entre as atividades
comerciais e demais atividades marítimas em sua área de atuação. Da mesma forma, um porto deve
operar de forma eficiente para atender as necessidades de seus usuários, sem comprometer a
segurança de suas operações, a segurança da navegação ou o interesse de terceiros.
Assim, é importante considerar a presença da indústria pesqueira, das embarcações de pesca
artesanal, da navegação militar, da navegação de esporte e recreio e das atividades da indústria
dedicada à construção naval, que contribuem para aumentar a complexidade do tráfego marítimo
em uma determinada área.
Na busca por soluções para o gerenciamento do tráfego de embarcações, as Autoridades
Marítima e Portuárias, além das demais autoridades federais e locais, devem atuar de forma
conjunta, uma vez que é provável que haja interseção de áreas de atuação e de responsabilidade, que
podem variar em função das características do lugar. Para tanto, além do disposto nestas normas,
cada porto ou área de interesse deve desenvolver procedimentos próprios, ajustados às suas
especificidades e previamente aprovados pela Autoridade Marítima.
03 - FATORES CONDICIONANTES
Geografia – de forma básica, a geografia definirá a qualidade para a navegação de um dado
porto ou via de acesso. Baías profundas, com amplos canais naturais e acesso desimpedido, são
locais favoráveis para a navegação, que fornecem bom abrigo e que, geralmente, concentram grande
atividade marítima, beneficiada por suas facilidades. Por esse motivo, tais locais tendem a possuir
esquema de tráfego complexo e grande variedade de usuários, o que torna igualmente complexo o
perfil de risco local.
Baías com tais características, no entanto, são raras e a atividade marítima irá se contentar com
o que puder dispor. Dessa forma, é comum a existência de portos em rios, com barras estreitas,
canais tortuosos e águas rasas, ou portos desabrigados, voltados para o oceano e dependentes de
quebra-mares, com eventual presença de obstáculos marinhos como alto-fundos, recifes e outros
perigos isolados. Tais portos possuem complexidades inerentes, que podem ser ampliadas por um
volume de tráfego intenso.
Adicionalmente, a geografia contribuirá para determinar os recursos de navegação necessários
para o acesso aos portos e, principalmente, para a aproximação por cabotagem ou oceânica. A
existência de pontos conspícuos em terra favorece o posicionamento visual ou radar, ao passo que
uma costa baixa, ou distante, pode significar uma dependência ainda maior de auxílios eletrônicos à
navegação, que orientem o navegante nas situações em que seja necessário encontrar o caminho por
águas rasas, sem maiores referências de terra.
Hidrodinâmica – a hidrografia define o comportamento das águas e sua influência para a
navegação na área marítima de interesse. Correntes de maré intensas, assim como a correnteza dos
rios, podem dificultar a manobra das embarcações em águas restritas e empurrar navios para fora
dos canais, com risco de encalhe. Tais correntes podem contribuir para a erosão dos canais, tanto no
sentido positivo, por não permitirem o acúmulo de sedimentos, quanto no sentido negativo, por
produzirem assoreamento que, em última análise, restringirá a navegação.
Grandes amplitudes de maré, além de intensificarem as correntes de maré, também causam
significativa alteração na coluna d'água e, consequentemente, nos calados permitidos, o que pode
requerer maior controle dos navios que trafegam na região afetada.
Áreas com grande incidência de ressacas podem trazer ocasionais problemas para a navegação,
principalmente das embarcações de médio e pequeno porte, além de eventual incremento no
movimento vertical dos grandes navios, devido à ação das ondas, o que tem influência na folga
mínima sob a quilha.
-A-2- REV.3
NORMAM-26/DHN
-A-3- REV.3
NORMAM-26/DHN
As pessoas percebem e aceitam o risco baseadas em fatores diversos, que podem considerar o
custo das perdas com diferentes graus de importância. De uma forma geral, eventos que possam
resultar em consequências catastróficas, ou em que haja perda de vidas humanas, mesmo de
ocorrência remota, não são bem aceitos. Inversamente, se houver benefícios auferidos de alguma
atividade, ou familiaridade com uma determinada prática, a aceitação do risco será maior, mesmo
que a probabilidade de as coisas saírem errado seja mais elevada, uma vez que os indivíduos
aceitam melhor riscos que possam controlar pessoalmente, ou aos quais tenham aderido
voluntariamente. Um fator adicional é que as pessoas tendem a aceitar níveis de risco mais elevados
se o gerente do risco é de sua confiança, o que mostra a importância de se manter comunicações
amplas e efetivas com os usuários para desenvolver e manter tal confiança.
A maioria das abordagens de gerenciamento de risco examinará as incertezas do meio e
proporá estratégias para monitorar os eventos correspondentes, de forma a acompanhar com
tempestividade o desenvolvimento das ações e ajustar as medidas necessárias para contrapor as
ocorrências inesperadas. Uma correta avaliação de risco depende dos dados que se consiga reunir e
da identificação dos potenciais problemas que possam advir com o tempo. O planejamento deve
tentar ser pró-ativo, no sentido de não se limitar a corrigir ocorrências passadas, mas antecipar
procedimentos que contribuam para evitar a ocorrência de eventos novos.
A técnica para a identificação dos riscos combina métodos criativos (subjetivos) e analíticos
(objetivos), na tentativa de se levantar o maior número possível de ameaças relevantes.
Estatísticas sobre acidentes, colisões, abalroamentos e iminentes colisões, encalhes, e avarias
operacionais (ex: fora de leme), entre outras, podem ser importantes para a composição do quadro
de risco para uma determinada área ou atividade, mas é importante uma avaliação criteriosa para
não supervalorizar os dados disponíveis. De uma forma geral, é importante saber que eventos
podem ocorrer, aonde e com que frequência. Modelos matemáticos podem ser utilizados, como os
métodos FTA (Fault Tree Analysis) e ETA (Event Tree Analysis), ou estimativas podem ser obtidas
por consulta a especialistas, na tentativa de se determinar a probabilidade e a regularidade de um
evento dado.
De posse de tal quadro, estima-se o impacto das consequências sobre todos os envolvidos,
incluído o meio ambiente, de forma a identificar a distribuição do risco e permitir maior
concentração de esforços nas áreas de alto risco, além de identificar e avaliar os fatores que
influenciam os níveis de risco. Sistemas bem organizados e balanceados possuem uma ou mais
barreiras para reduzir as consequências de potenciais acidentes. Assim, a probabilidade de que um
dado evento ocasione uma consequência indesejada está relacionada com a adequação e correto
funcionamento de tais barreiras, das quais o VTS é uma delas.
CONSEQUÊNCIA DO EVENTO
Insignificante Mínima Grande Catastrófica
Frequente
FREQUÊNCIA
Provável
DO
Remota
EVENTO
Muito remota
-A-4- REV.3
NORMAM-26/DHN
Ao final, a avaliação do risco irá conduzir a uma das seguintes conclusões, baseada no nível de
risco existente:
• O risco associado à atividade é aceitável no seu nível atual;
• O risco associado à atividade é inaceitável; ou
• O risco associado à atividade é aceitável desde que medidas de segurança (barreiras) sejam
inseridas para seu controle.
No primeiro caso a atividade pode continuar sem qualquer restrição, apenas com monitorização
que permita identificar a alteração dos níveis de risco, caso ocorram. No segundo caso, a atividade
deve ser repensada e a solução pode envolver alterações estruturais muito mais profundas e
complexas, do que a simples instalação de barreiras para o gerenciamento do risco, que é o que se
espera no terceiro caso. O quadro acima combina frequência e consequência de um dado evento de
forma simplificada, mas elucidativa, de forma a associar os níveis de risco com as conclusões vistas
acima. As áreas em cinza claro definem os níveis de risco para os quais é recomendável a instalação
de VTS.
-A-5- REV.3
NORMAM-26/DHN
área estipular as dimensões do domínio para os navios de interesse, quando tal se fizer necessário. O
conceito de domínio é amplamente utilizado para se estabelecer critérios para conflito de tráfego,
largura das linhas de tráfego, planejamento de VTS, avaliação de riscos, procedimentos
operacionais e dimensões das Zonas de Segurança.
Esquemas de Separação de Tráfego – medida de roteamento destinada a separar fluxos de
tráfego opostos pelo estabelecimento de linhas de tráfego, nas quais é permitida a navegação em
apenas um sentido, e separadas por zonas ou linhas de separação, cujo propósito é criar uma
distância segura entre as linhas de tráfego. Os critérios para se definir as dimensões e profundidades
de uma linha de tráfego devem ser os mesmos utilizados para a construção de canais.
Fundeadouros – a existência de fundeadouros pré-definidos é um recurso importante para a
navegação, pois permite aos navios procurar abrigo seguro, em caso de mau tempo ou de avaria, ou
simplesmente ter um local adequado para aguardar sua vez de adentrar um porto. Ao se estabelecer
áreas para fundeio deve ser considerada a proteção oferecida (contra vento, mar e demais
embarcações), a profundidade, a tença e a proximidade dos canais. Fundeadouros especiais devem
ser designados para navios que transportem cargas perigosas ou que tenham algum outro tipo de
restrição (ex: propulsão nuclear).
Gerenciamento de janelas de tráfego – em vias especialmente congestionadas pode ser
necessário estabelecer prazos específicos para que um navio inicie ou complete seu trânsito em
parte ou em todo o canal, de forma a não atrasar ou interromper o tráfego das demais embarcações
que acessem a mesma área. O gerenciamento de janelas de tráfego consiste, portanto, em encaixar o
domínio de um determinado navio entre os domínios dos demais navios em trânsito por um canal,
para o melhor aproveitamento do tempo possível.
Linha recomendada – para trechos de navegação em que não haja canais balizados, mas haja
perigos submarinos a serem evitados, podem ser estabelecidas linhas recomendadas, que definem
uma rota pré-estabelecida e livre de perigos, sobre a qual o navegante deve procurar manter-se todo
o tempo. Essa técnica é mais bem empregada em conjunção com auxílios eletrônicos à navegação,
desde que o navegante também disponha de recursos eletrônicos de navegação a bordo.
Ponto de não retorno – em portos com significativas amplitudes de maré pode ser necessário
identificar “pontos de não retorno” ou “pontos de abortamento”, de forma a permitir que um navio
retorne para águas seguras, fundeadouro ou berço, no caso de algum imprevisto que atrase a
manobra e comprometa o trânsito dentro do prazo de maré favorável.
Tráfego em uma faixa de navegação – para efeito do dimensionamento geométrico, a largura
de um canal é medida entre as soleiras dos taludes laterais na profundidade de projeto do canal. A
largura mínima recomendada é função, entre outros parâmetros, da boca do navio de projeto e se os
taludes são inclinados ou verticais. Para canais estreitos haverá circunstâncias em que só haverá
uma faixa de navegação disponível e o fluxo do tráfego ocorrerá em um único sentido por vez.
Tráfego em duas faixas de navegação – para canais largos ou para embarcações pequenas, o
tráfego de duplo sentido pode ser permitido, o que implica no cruzamento rotineiro de embarcações.
As ultrapassagens podem estar sujeitas a aprovação prévia, caso haja alguma coordenação nesse
sentido, principalmente quando estiverem envolvidos navios que transportem cargas perigosas.
Restrições para cruzamentos e ultrapassagens podem ser expedidas para trechos em curva ou outras
situações específicas.
Zonas de Segurança – são zonas ao redor de um navio em que todas as demais embarcações
se devem manter afastadas, a menos que autorizadas a ingressar. O tamanho da zona de segurança
vai depender dos mesmos critérios adotados para se definir o domínio, em que pese uma zona de
segurança pode ser bem mais extensa, em função dos riscos envolvidos. Considerações sobre
ameaças difusas, em conjunção com a periculosidade da carga, devem compor a avaliação para se
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NORMAM-26/DHN
estabelecer uma zona de segurança. As medidas decorrentes podem, em caso extremo, envolver a
necessidade de se desviar o tráfego aéreo, interromper o tráfego sobre pontes ou desviar ou
interromper o tráfego marítimo em um determinado trecho da via navegável, o que caracterizará
uma zona de exclusão.
Zonas de Exclusão – possuem o caráter temporário e definem uma área geográfica proibida
para toda a navegação, com exceção das embarcações autorizadas a nela ingressar. O tamanho e a
forma da zona variam de acordo com os riscos envolvidos, mas é importante que o planejador seja
criterioso, de forma a propiciar alternativas para o tráfego marítimo. O estabelecimento de zonas de
exclusão é da competência exclusiva da Autoridade Marítima e deve ser limitado ao mar territorial e
águas interiores. No mar territorial e nas águas interiores as Áreas a serem Evitadas e os Esquemas
de Separação de Tráfego são aprovados pela Autoridade Marítima e submetidas à IMO, de modo a
“oficializar” a decisão. Além do mar territorial, é necessário que a adoção seja realizada pela IMO,
de acordo com as orientações contidas na publicação “Ship’s Routeing”, publicada por aquela
organização, uma vez que afetará a navegação internacional. A notação gráfica das técnicas
descritas, para representação cartográfica, consta da Carta 12.000 – Símbolos, Abreviaturas e
Termos, publicada pela DHN.
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NORMAM-26/DHN
ANEXO B
01 - TIPOS DE SERVIÇOS
Os seguintes serviços podem ser prestados por um VTS:
Serviço de Informação (INS, de Information Service)
Provê informações essenciais e tempestivas para assistir os processos de tomada de decisão a
bordo, não participando, em hipótese alguma, da manobra das embarcações. As informações de
caráter genérico são transmitidas a intervalos regulares, ou por solicitação do navegante.
Informações de caráter eventual, que envolvam a segurança da navegação, são transmitidas por
iniciativa do operador de VTS, como no caso de navios que se desviem de suas rotas e se dirijam
para áreas potencialmente perigosas.
Um Serviço de Informação é o mais básico dos serviços prestados por um VTS, sendo
exemplos de informações que poderão tramitar entre o VTSO e usuários no INS:
posição, identificação, intenção de movimentação e destino das embarcações;
alterações e mudanças na área VTS, tais como limites, procedimentos, frequências de
rádio, pontos de notificação etc;
notificação obrigatória da movimentação de navios;
condições meteorológicas e hidrológicas, avisos aos navegantes, estado dos auxílios à
navegação;
limitações das condições de manobrabilidade de navios que podem impor restrições à
navegação; e
outras informações relativas à segurança da navegação.
Serviço de Organização de Tráfego (TOS, de Traffic Organization Service)
É responsável por zelar pela salvaguarda e pelo eficiente movimento do tráfego marítimo,
cuidando do gerenciamento operacional e do planejamento das movimentações, de forma a evitar
congestionamentos e situações potencialmente perigosas para a navegação.
Um Serviço de Organização de Tráfego é o mais elevado dos serviços prestados por um VTS e
é particularmente relevante em situações onde haja grande densidade de tráfego, ou quando a
movimentação de transportes especiais pode afetar o tráfego de outras embarcações. Um TOS provê
informações essenciais e tempestivas para assistir os processos de tomada de decisão a bordo, por
meio de orientações ou instruções para o tráfego como um todo. Um TOS tem autoridade para
dirigir o movimento das embarcações, pela alteração das condições do tráfego, em casos
excepcionais e sempre em prol da segurança da navegação, sendo que as circunstâncias em que isso
pode ocorrer devem estar definidas nos procedimentos operacionais para cada área VTS. A
autoridade de um TOS não supera a competência de um Comandante pela segurança de seu navio.
São exemplos de informações que poderão tramitar entre o VTSO e usuários no TOS:
prioridade na movimentação de navios para evitar o congestionamento ou situações de
perigo;
movimentação de embarcações com cargas perigosas ou poluentes que possam afetar o
fluxo de navios;
autorizações de tráfego ou planos de navegação;
organização do espaço marítimo;
notificação obrigatória de manobras na área VTS;
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NORMAM-26/DHN
02 - FUNÇÕES DO VTS
A eficiência de um VTS dependerá da confiabilidade e continuidade das comunicações, bem
como de sua capacidade de prover informações claras e precisas. A qualidade das medidas de
prevenção de acidentes dependerá da capacidade dos sistemas de detectar uma situação de perigo
iminente e de divulgar avisos tempestivos para contrapô-las. O nível das funções associadas a cada
um dos serviços dependerá das particularidades locais e do volume e características do tráfego
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ANEXO C
01 - PROJETO DE IMPLANTAÇÃO
A solicitação de uma Autoridade Portuária ou Operador de TUP para implantação de VTS
deverá ser acompanhada de um Projeto de Implantação, no qual constarão as informações
necessárias para análise da Autoridade Marítima visando a concessão da Licença de Implantação.
Deverão constar do projeto de implantação:
• Informações de caráter geral sobre o porto, com ênfase naquelas diretamente relacionadas ao
tráfego marítimo;
• Projetos futuros que terão impacto no tráfego marítimo na área de interesse do VTS;
• Delimitações da Área VTS, que é a área formalmente declarada onde se aplica o serviço,
com indicação de subáreas ou setores e dos pontos de notificação, se houver;
• Altura e coordenadas geográficas do Centro de Controle Operacional (CCO) do VTS no
datum WGS-84;
• Análise dos fatores condicionantes e de sua influência sobre a navegação;
• Exemplos de Serviços Aliados na Área VTS;
• Relação dos usuários das vias navegáveis, incluído número estimado de embarcações de
recreio e embarcações de pesca;
• Plano esquemático do tráfego na Área VTS, com as principais rotas de navegação utilizadas
pela navegação local;
• Estimativa da movimentação diária de embarcações com AIS A e AIS B, atual e futura (no
caso de ampliação da capacidade portuária ou construção de novos terminais);
• Horas de Pico e Movimento Médio das Horas de Pico (MHP);
• Estatísticas de acidentes e incidentes documentados, ocorridos na Área VTS nos últimos
cinco anos (podem ser incluídos acidentes notáveis ocorridos em outra época), com indicação dos
locais onde foi observada uma concentração dos eventos;
• Cópia da avaliação de risco utilizada no processo de tomada de decisão para implantação de
um VTS (se houver);
• Categorização do serviço; e
• Relação dos sistemas componentes com os requisitos de alto nível previstos.
O Apêndice a este Anexo apresenta um sumário que poderá servir como orientação para o
trabalho de elaboração do projeto de implantação de VTS. Contudo, o solicitante poderá incluir
outras informações julgadas pertinentes para melhor apresentação do serviço a ser prestado.
Em concomitância, deve ser observado, no que couber, o que dispõem o capítulo 1 das Normas
da Autoridade Marítima para Obras, Dragagens, Pesquisa e Lavra de Minerais Sob, Sobre e às
Margens das Águas Jurisdicionais Brasileiras (NORMAM-11), para a construção das Estações
Remotas e torre para abrigar o CCO.
Para os projetos de implantação de VTS em vias navegáveis compartilhadas por portos
organizados administrados por diferentes Autoridades Portuárias, ou entre estes e TUP isolados, ou
somente entre TUP isolados, deverá ser firmado um Memorando de Entendimento entre a
Autoridade VTS e demais partes envolvidas. Esse documento deverá ser homologado pelo CAMR e
nele deverão constar os objetivos do VTS, nome do Controlador e procedimentos referentes à
utilização das vias navegáveis na área de interesse mútuo.
Caso existam divergências de caráter técnico sobre a atuação do VTS na área de interesse e sua
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NORMAM-26/DHN
interação com os usuários, a questão deverá ser encaminhada oficialmente ao Diretor de Hidrografia
e Navegação (DHN), via CAMR, que analisará os argumentos apresentados pelas partes e emitirá
uma decisão sobre o assunto.
O licenciamento inicial de um VTS será somente para INS. A inserção de NAS ou
reclassificação para TOS poderá ser concedida após um ano do início da operação como INS
(período de adaptação ao serviço e conhecimento das particularidades da área), mediante solicitação
da Autoridade VTS e seguindo o mesmo procedimento adotado para o licenciamento inicial.
A solicitação para concessão da Licença de Implantação deve ser encaminhada por ofício para
o Diretor do Centro de Auxílios à Navegação Almirante Moraes Rego (CAMR), via Agente local da
Autoridade Marítima. O CAMR analisará o projeto e emitirá um parecer para apreciação pelo
Grupo Técnico de Sinalização Náutica (GTSN), órgão assessor do DHN para assuntos dessa
natureza. Após concordância do GTSN o processo segue para apreciação e aprovação do Diretor de
Hidrografia e Navegação (DHN), que emitirá a respectiva Licença de Implantação por meio de uma
Portaria e determinará sua publicação no Diário Oficial da União (DOU).
A licença da Autoridade Marítima para a implantação de VTS não desobriga o proponente de
observar quaisquer aspectos legais pertinentes, incluindo os níveis estaduais e municipais, que não
tenham sido previamente levantados durante a avaliação inicial. É da responsabilidade do
proponente a conformidade legal do processo em todos os seus estágios.
No tempo julgado oportuno, o proponente encaminhará um pedido de licenciamento para
operação do Centro VTS ao CAMR, também por meio de ofício via Agente Local da Autoridade
Marítima, cujo procedimento e documentação necessária constam do Anexo G dessa norma.
Durante a fase de implantação e licenciamento, o futuro Controlador do VTS atuará como
ponto de contato com o CAMR.
02 - CONTROLADOR DO VTS
Compõem as atribuições do Controlador do VTS:
Garantir que o VTS seja operado em conformidade com seu propósito e com estas normas;
Garantir que sejam observados os padrões estabelecidos pela Autoridade Marítima para
qualificação de pessoal, equipamentos e sistemas a serem empregados no VTS;
Garantir a escuta nas frequências de rádio designadas;
Garantir que os serviços a serem prestados na Área VTS estejam disponíveis nos horários de
funcionamento da estação;
Garantir a harmonização do VTS com a rede de Auxílios à Navegação (AtoN) local e
demais serviços aliados;
Conduzir o serviço em conformidade com as Normas emanadas pelas Capitanias dos Portos,
Delegacias ou Agências da sua área;
Providenciar a divulgação em Aviso aos Navegantes das alterações do serviço na Área VTS;
Observar os Avisos aos Navegantes emitidos para sua Área VTS por outras fontes;
Considerar, conforme apropriado, a participação da praticagem local não só como usuário,
mas como fonte de informações para melhoria do serviço;
Estabelecer os Procedimentos Operacionais de rotina e para emergências a serem cumpridos
pelos Operadores de VTS (sujeitos a prévia aprovação da Autoridade Marítima);
Estabelecer os Procedimentos para os Navegantes na Área de VTS (também sujeitos a
prévia aprovação da Autoridade Marítima);
Caso seja de interesse da Autoridade VTS, propor inserção de NAS ou reclassificação para
TOS dos serviços que presta em sua Área VTS; e
Encaminhar para o CAMR as informações do VTS para publicação nos documentos
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NORMAM-26/DHN
VTS não só permite maior acurácia na identificação e no posicionamento das embarcações, como
também contribui para reduzir problemas de “perda de acompanhamento” (quando uma embarcação
acompanhada desaparece do sistema sem razão aparente) e “inversão de alvos” (quando ocorre uma
troca de identificação entre embarcações que naveguem próximas).
Todavia, a contribuição do AIS para o VTS deve ser mantida no devido contexto. Nos sistemas
digitalizados, a quantidade de informação oferecida pelo AIS impõe treinamento específico para os
Operadores de VTS, mas não garante facilidade na troca de comunicações com o navegante, uma
vez que os equipamentos a bordo são usualmente limitados a MKD’s (Minimum Keyboard
Displays).
Da mesma forma, o AIS sozinho não tem capacidade de proporcionar um quadro completo
atualizado do tráfego. É importante ter em mente que, salvo regulamentação nacional específica,
somente as embarcações enquadradas na Convenção SOLAS de 1974 são obrigadas a portar AIS.
Assim, em águas interiores, a maior parte das embarcações não disporá desse sistema. Em
concomitância, uma embarcação pode ter seu AIS desligado ou operando incorretamente, o que
torna inadequado para um VTS contar apenas com sensores desse tipo, com a possível exceção de
casos onde se deseja apenas monitorar o tráfego costeiro (somente trânsito de navios) ou fluvial,
onde a sinuosidade dos rios pode comprometer significativamente a eficácia de um radar. De
qualquer forma, se o objetivo for obter uma imagem completa do tráfego, é necessário integrar o
AIS em um sistema que receba dados de outras fontes.
Em algumas circunstâncias os dados provenientes do AIS – como posição, rumo e velocidade
de uma embarcação – podem ser redundantes ou conflitantes com os dados obtidos por outros
sensores. Ao se avaliar o grau de confiança em uma determinada informação, é importante
considerar o nível de validação que pode ser obtido de cada fonte, de forma que a informação final
apresentada para o Operador de VTS seja a mais apurada possível. Nesses casos o sistema deve
conter dispositivos que permitam analisar e selecionar os dados de maior valor para a geração da
imagem do tráfego, o que deve compor um requisito na seleção dos sistemas comerciais de VTS
disponíveis para aquisição.
Comunicações e pontos de notificação
É importante ter em mente que as comunicações por rádio são parte essencial da monitorização
ativa e têm o potencial de consumir valioso tempo e atenção de um Operador de VTS. Apesar de os
sistemas eletrônicos permitirem grande parte de automação na troca de informações, principalmente
quando se dispõe de AIS como parte componente do VTS, o contato radiotelefônico é o meio pelo
qual se estabelece o vínculo direto entre o navegante e o Operador de VTS. Ademais, a
radiotelefonia é o meio mais expedito de divulgar informações que requeiram conhecimento e
providências imediatas por parte do navegante.
Assim sendo, de forma a contribuir para a eficiência do serviço e para o gerenciamento do
tráfego por parte dos Operadores de VTS, podem ser estabelecidos pontos de notificação
específicos, nos quais uma embarcação participante deva reportar informação relevante para o
tráfego, como entrada ou saída de uma subárea ou setor ou da Área de VTS propriamente dita;
aproximação de Área de Precaução; ingresso ou saída de canal; recebimento de prático; etc. Os
Procedimentos para os Navegantes na Área de VTS estipularão que informações devem ser
prestadas em que circunstâncias. Os pontos de notificação contribuem para a organização das
comunicações, por estabelecerem uma ordem para as chamadas de rotina, o que permite otimizar o
tempo do Operador de VTS e aumentar o número de embarcações monitoradas em um dado
instante.
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NORMAM-26/DHN
Logística
Um planejamento bem elaborado determinará requisitos funcionais adequados, que não
incorram em gastos desnecessários de implantação e operação. O correto dimensionamento entre o
desempenho e o custo, desde a aquisição até a baixa do serviço de um equipamento ou sistema,
deve considerar o apoio logístico em todas as fases do projeto. Quando se faz um estudo do custo de
um equipamento ou sistema, estendido a todo seu período de vida, o apoio logístico usualmente
representa o maior item desse custo.
A utilização de tecnologias disponíveis e testadas contribui para os três grandes atributos do
apoio logístico: oportunidade, pela relação custo/benefício, uma vez que os custos de
desenvolvimento já foram amortizados; amplitude, por ser maior a probabilidade de que tal
tecnologia permaneça disponível por todo o ciclo operativo do equipamento ou sistema; e
integração, pela facilidade de se poder contar com peças de reposição a qualquer tempo.
Isto não só contribuirá para manter elevados os níveis de disponibilidade e confiabilidade, mas
também para aumentar a vida média operativa e facilitar a incorporação de melhorias e
modernizações.
Instalações
Um elemento essencial para as instalações é um sistema de energia elétrica de emergência, que
permita a continuidade das operações em caso de queda do fornecimento da energia elétrica
comercial e contribua para manter elevados os níveis de disponibilidade e confiabilidade.
Outro aspecto importante a ter em mente é que a torre da estação VTS poderá ser também um
posto de observação e, como tal, é desejável que possua visada para a sua área de competência.
Provavelmente, não será possível para uma única torre cobrir visualmente toda a Área de VTS, mas
preferencialmente deverá haver algum contato visual, principalmente com os pontos considerados
mais sensíveis. Nesse sentido, aspectos ergonômicos devem ser levados em consideração na
elaboração do projeto da torre, tais como a incidência da luz solar não deve ofuscar ou dificultar a
visualização das telas do sistema; e para estações que operem no horário noturno deve haver
iluminação encarnada para a torre, de forma a contribuir para facilitar a visão externa.
Por outro lado, é necessário prover as instalações de medidas de segurança para salvaguardar
seu pessoal e seus equipamentos. Especial consideração deve ser dada ao local de construção da
estação e do posicionamento de seus sensores. Uma estação de VTS pode constituir um alvo
potencialmente vantajoso para ameaças difusas, como ações terroristas ou roubo puro e simples, e
nem sempre a melhor posição geográfica é a que oferecerá melhores condições de segurança. Da
mesma forma, a instalação de sensores remotos, sem guarda direta, pode expô-los à ação de
vândalos se não forem tomadas medidas cautelares adequadas.
A escolha do local de construção da estação também deve levar em consideração a facilidade
de acesso, que irá contribuir para a facilidade logística e, de forma indireta, para a segurança do
pessoal. Acessos que atravessem áreas particularmente perigosas, com elevado índice de
criminalidade, podem causar transtornos diversos, principalmente no caso de ser necessária a
rendição de serviço noturno ou o acesso de uma equipe de manutenção a qualquer hora. Localização
distante e vias inadequadamente pavimentadas também podem representar custo adicional para o
esforço logístico.
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NORMAM-26/DHN
APÊNDICE AO ANEXO C
01 - PROPÓSITO
03 - INFORMAÇÕES DO PORTO
• Localização;
• Autoridade Portuária responsável pela implantação do VTS
• Estrutura de Cais e Píeres;
• Área do Porto Organizado;
• Infraestrutura Aquaviária;
• Áreas de Fundeio;
• Características do Tráfego e da Carga (Tipos de Navios e Embarcações que utilizarão o(s)
terminal(ais), tipos de cargas que serão movimentadas, etc);
• Movimentação de Embarcações Militares;
• Ações e Projetos do Porto (atuais e futuros); e
• Outros.
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NORMAM-26/DHN
tráfego;
Estimativa Diária de Embarcações (AIS A e B);
Plano Esquemático do Tráfego;
Horas de Pico e Movimento Médio das Horas de Pico (MHP);
Acidentes e Incidentes (estatística e distribuição dos eventos na área de cobertura VTS);
Avaliação de Risco (se houver); e
Categorização do Sistema VTMIS (de acordo com o subitem 0301 desta norma).
5 - REQUISITOS OPERACIONAIS
Tarefas, Capacidades e Funções previstas para o Serviço.
6 - REQUISITOS TÉCNICOS
Descrição sucinta dos subsistemas componentes previstos para o Serviço.
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NORMAM-26/DHN
ANEXO D
01 - NÍVEIS DE DESEMPENHO
O conjunto dos requisitos necessários para cada sistema pode ter alto impacto no custo de
aquisição e de manutenção de um VTS. Os seguintes níveis devem ser considerados no
planejamento inicial:
Básico – aplicável ao INS, com possibilidade de incluir o NAS;
Padrão – aplicável ao INS, NAS e TOS para áreas com densidade de tráfego médio e sem
grandes riscos à navegação; e
Avançado – aplicável a áreas de VTS com elevada densidade de tráfego ou com grandes riscos
específicos para a navegação ou para o meio ambiente.
Cabe ao Controlador do VTS definir os níveis que serão utilizados em sua área. No caso de
haver subáreas, é possível usar níveis diferentes para cada uma, mas tal opção vai depender de
avaliação operacional específica comparada com os custos e benefícios envolvidos.
Os requisitos operacionais constituem a base para a concepção do sistema a ser implantado e
definição dos requisitos técnicos a serem adotados, devendo ser considerados:
Área de cobertura do VTS e, se for caso, as subáreas ou setores estabelecidos no projeto;
Serviços aliados;
Para o estabelecimento dos requisitos técnicos, definidos a partir dos requisitos operacionais,
deverão ser considerados:
Localização do Centro de Controle VTS;
etc.); e
Outros aspectos julgados de interesse para a implantação, funcionamento e manutenção dos
sistemas.
Os requisitos para radiotelefonia em VHF e HF para um VTS deverão ser estabelecidos de
acordo com o preconizado nas normas nacionais e internacionais. As publicações da IALA,
principalmente a Guideline IALA 1111 “on Preparation of Operational and Technical Performance
Requirements for VTS Systems”, poderão fornecer informações detalhadas para auxiliar na definição
das especificações dos sistemas e equipamentos componentes do VTS.
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NORMAM-26/DHN
02 - RADAR
O planejamento da cobertura radar para um VTS deve ser baseado na contribuição esperada
desse sensor para a geração da imagem de tráfego do VTS (consciência situacional), considerando
os requisitos operacionais estabelecidos e a sua integração com outros sensores componentes.
A cobertura radar para um VTS depende daquilo que se espera do serviço e pode variar entre:
Nula, somente com AIS, sistemas de comunicação e demais sistemas de apoio;
Parcial, com alguns setores cegos previstos;
Total com apenas um radar, sem setores cegos; e
Total com mais de um radar, para Áreas de VTS grandes ou onde um radar apenas seja
inadequado.
A cobertura nula limita bastante o serviço, uma vez que o radar é o sensor ativo mais
importante de um VTS e, sem ele, não será possível gerar uma imagem de tráfego abrangente. A
ausência de radar pode ser justificada para casos particulares como, por exemplo, em uma via
fluvial, onde o benefício e o alcance do radar poderiam ser limitados pelo traçado do rio. Nesse
caso, contudo, recomenda-se adotar a observação visual a partir da torre do Centro VTS (serviço de
vigia ou CFTV), como complemento aos sistemas de comunicação (localização e identificação dos
alvos).
O Sistema Radar de um VTS deve contribuir para a geração da imagem do tráfego por meio
das seguintes funções, de acordo com seu nível de desempenho:
Parâmetros/Capacidades Básico Padrão Avançado
Previsão de derrota X
PMA (ponto de maior aproximação) X X X
Tempo para o PMA X X X
Monitoramento de fundeadouro X
Vetores para as embarcações X X X
Rumo, velocidade e identidade/sintético X X X
Alertas de colisão/abalroamento X X X
Tab. 1: requisitos de funções Radar para a geração da imagem do tráfego.
Em princípio, os radares de VTS funcionam como radares típicos de navios, mas que devem
operar simultaneamente para curtas e longas distâncias, de preferência sem necessidade de ajustes
pelo VTSO. Fenômenos relacionados com as condições do tempo, como mar encrespado (sea
clutter) e formação de dutos (especialmente para antenas baixas), influenciarão mais os radares
baseados em terra que os radares de navios.
Disponibilidade e redundância
A disponibilidade dos sistemas radar é muito importante, uma vez que um radar inoperante
pode comprometer o serviço como um todo. Um VTS pode possuir radares instalados em diferentes
locais, com superposição de cobertura dentro de setores da Área de VTS, ou mais de um radar
instalado em um mesmo local (ou torre), a fim de garantir que haja redundância dos sensores.
03 - RADIOCOMUNICAÇÕES
Comunicações confiáveis são essenciais para um VTS e toda a Área VTS deve estar coberta
por um dos sistemas de radiocomunicação disponíveis no Centro VTS. Tipicamente, a
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NORMAM-26/DHN
04 - RADIOGONIÔMETRO
Outro equipamento passível de emprego por um Centro VTS é o radiogoniômetro (RDF, de
Radio Direction Finding), utilizado para correlacionar a fonte de uma transmissão com um
determinado alvo e, com isso, contribuir para a identificação de embarcações. Como um RDF
isolado consegue captar apenas a marcação da transmissão, é necessário haver duas ou mais
estações de RDF para se conseguir determinar uma posição com razoável precisão. O VTSO deverá
ter a capacidade de suprimir a informação de RDF de sua tela, caso considere oportuno, uma vez
que o sinal de RDF não é adequado para o acompanhamento de alvos.
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NORMAM-26/DHN
06 - CIRCUITO FECHADO DE TV
É função do VTS identificar as embarcações participantes dentro da Área de VTS. Nos casos
em que o AIS esteja disponível tal identificação é facilitada e feita automaticamente, caso contrário
resta o recurso da identificação por radiotelefonia ou visual. Os circuitos fechados de televisão
(CCTV, de Closed Circuit Television) oferecem grande flexibilidade e ampliada cobertura visual, de
forma que um único VTSO possa observar mais de um ponto ao mesmo tempo.
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NORMAM-26/DHN
Dependendo do nível de risco considerado, câmeras podem ser utilizadas em áreas de baixa
densidade de tráfego como uma alternativa de baixo custo a radares, apesar de ser mais comum sua
aplicação conjunta como um sensor adicional.
Nos sistemas de CCTV, uma câmera é capaz de acompanhar automaticamente um alvo
selecionado pelo VTSO a partir de seu monitor (seleção pelo sintético do alvo), o que simplifica
bastante a busca pelo alvo desejado. Da mesma forma, é possível ao VTSO cancelar a seleção e
proceder a uma seleção manual de outro alvo ou de uma área específica do alvo adquirido, para
executar tarefas de monitorização específica, como acompanhar o embarque ou desembarque de
prático. Tal requisito não é obrigatório e deve ser considerado pelo Controlador do VTS ao
especificar o seu sistema de CCTV.
Um CCTV deve ter a capacidade de identificar o tipo e eventualmente o nome da embarcação
observada. Como requisitos mínimos, em boas condições de visibilidade (alcance superior a 10
milhas náuticas – MN) e sem interferência de obstáculos e da topografia, uma câmera deve
possibilitar a identificação do tipo do alvo a uma distância mínima de 3 MN. A identificação do alvo
por forma, cor e outros aspectos, como chaminé, superestrutura, etc., deve ser obtida a uma
distância mínima de 1 MN. A qualidade da imagem e as taxas de atualização devem atender a esses
requisitos. O emprego de dispositivos de visão noturna não é obrigatório, mas o Controlador do
VTS deve considerar sua utilidade no caso do serviço estar disponível no período noturno.
07 - SENSORES AMBIENTAIS
A questão ambiental tem crescido significativamente em importância ao longo dos últimos
anos e o VTS se constitui em uma valiosa ferramenta para prevenção de danos ao meio ambiente na
sua área de responsabilidade. Assim, os sistemas de sensores ambientais em um VTS, também
denominados sistemas hidrológicos e meteorológicos (ou hidrometeo), deverão atender os seguintes
objetivos:
Coleta de dados meteorológicos de interesse da navegação; e
Monitoramento Ambiental, de modo a possibilitar a detecção precoce de quaisquer
incidentes poluentes provocados por embarcações, tais como presença de óleo ou outros poluentes
na água.
O Controlador do VTS deverá dispor de meios para divulgar os dados ambientais coletados
para o navegante dentro da Área de VTS e para serviços aliados interessados. Tipicamente os dados
ambientais transmitidos para o navegante utilizam a mensagem 8 dos AIS AtoN.
No Centro VTS, as informações detectadas referentes a poluição deverão ser disponibilizadas
em formatos gráfico ou numérico para utilização dos VTSOs, de modo a permitir que sejam
adotadas as medidas previstas nos planos de contingência ambiental.
08 - APRESENTAÇÃO DE DADOS
O advento das cartas náuticas eletrônicas trouxe muitos benefícios para o VTS, ao permitir a
superposição da imagem de tráfego sobre um fundo corretamente cartografado.
Todavia, para garantir a confiabilidade de tal representação é necessário que tanto o VTSO
quanto o navegante estejam enxergando a mesma base cartográfica, adequadamente atualizada, sem
o que a segurança da navegação poderia ser comprometida. Para tanto, é requisito mandatório que o
sistema que atenda o VTS seja compatível com as Cartas Náuticas Eletrônicas oficiais, produzidas
pela DHN, e que utilizem o Datum WGS-84.
A compilação de uma imagem de tráfego precisa em um Centro VTS depende
substancialmente de como os dados são apresentados para o VTSO, sem o que pode haver
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09 - OUTROS REQUISITOS
Transmissão de dados
A utilização de estações remotas de radar e AIS implica na necessidade de transmissão de
dados a distância que, provavelmente, necessitarão de um enlace de micro-ondas ou satélite, uma
vez que o Centro VTS trabalha com uma imagem de tráfego em tempo real. Cabe ao Controlador do
VTS definir o tipo de enlace adequado para as necessidades de sua Área de VTS.
No caso do rádio enlace por micro-ondas é necessário encomendar um estudo de
dimensionamento para garantir a integridade dos dados e a qualidade da recepção, com
planejamento de frequências e estudo de interferências, de forma que a transmissão de dados não se
torne um ponto de fraqueza para o correto funcionamento do serviço. Esse tipo de enlace requer
autorização da ANATEL para funcionamento.
Para a transmissão de dados para serviços aliados, que aceitem intermitência na atualização da
imagem de tráfego, podem ser estabelecidas conexões via Internet na forma de Web Services, que
permitam comunicação via TCP/IP por meio do protocolo HTTP/ HTTPS e uma estrutura comum
de troca de dados no esquema XML.
O Controlador do VTS deve estar alerta que, apesar do caráter público do serviço, os dados de
que dispõe têm caráter restrito, devendo sua integridade ser protegida contra acesso indesejado ou
não autorizado, o que vale dizer que a conexão com a Internet, ou qualquer outro sistema externo,
deve ser realizada de forma indireta e cercada com as devidas precauções.
Gravação de dados
Os sistemas de VTS permitem a gravação de dados de forma ampla e completa com benefícios
para a análise e a revisão de eventos passados, não só nos casos de averiguação de acidentes ou
incidentes de navegação, mas também para avaliar alterações no padrão do tráfego e como recurso
de ensino.
A frequência de coleta de dados para gravação deve ser determinada pelo Controlador do VTS
com base nas características de cada equipamento e na capacidade de armazenagem de seu sistema.
Todos os dados devem ser gravados automaticamente com capacidade de serem reproduzidos em
um sistema separado, ou seja, sem necessitar dos equipamentos e sistemas dedicados à operação do
VTS. Tal requisito deve incluir a capacidade de reproduzir os dados de cada sensor individualmente
e de remontar a imagem do tráfego na totalidade, com a fusão dos dados de todos os sensores
contribuintes.
Dados de voz provenientes das radiocomunicações devem ter gravação contínua. Dados da
imagem de tráfego obtidos por radar e AIS podem ser gravados, por exemplo, com base no menor
intervalo de notificação em vigor. Dados de vídeo podem ter intervalos de gravação fixos e
qualidade variável (quadros por segundo, resolução e período, por exemplo), com opção de ajuste
-D-7- REV.3
NORMAM-26/DHN
por parte do VTSO para ocasiões especiais. Dados ambientais podem ter intervalos mais amplos. O
requisito a observar é que todos os dados sejam gravados com base em uma referência de tempo
única, que permita correlacioná-los com facilidade.
O prazo de arquivamento mínimo obrigatório para todos os dados é de 30 dias corridos, exceto
os casos de averiguação de acidentes ou incidentes de navegação, a massa de dados gravados tem
caráter restrito e sua divulgação deve ser revestida de cuidados necessários, a fim de evitar que
sejam utilizados indevidamente.
Sistema operacional
Não há requisitos específicos sobre o sistema operacional computacional a ser utilizado no
Centro VTS, desde que não interfira com os demais requisitos previstos nesta norma.
10 - DOCUMENTAÇÃO DE APOIO
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NORMAM-26/DHN
ANEXO E
PESSOAL
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NORMAM-26/DHN
03 - QUALIFICAÇÃO
Todo pessoal envolvido na operação do VTS necessita possuir uma qualificação especial,
obtida por meio de cursos específicos e treinamentos ministrados por instituições credenciadas junto
à Autoridade Marítima e conduzidos de acordo com os Cursos Modelo IALA V-103/1 (VTS
Operator), V-103/2 (VTS Supervisor), V-103/3 (OJT-On the job training), V-103/4 (VTS On-the-Job
Training Instructor) e V-103/5 (Revalidation Process for VTS Certification). No caso do OJT, este
também poderá ser conduzido pelos próprios Centros VTS, sob a responsabilidade dos respectivos
Controladores e mediante credenciamento do CAMR.
Ao final dos cursos os alunos receberão um certificado de conclusão, tornando-se aptos para a
fase seguinte de OJT, realizada obrigatoriamente nos VTS em que operarão. Concluído o OJT com
aproveitamento, o Diretor do CAMR expedirá, mediante solicitação, uma cédula de habilitação
numerada individualmente, licenciando o seu portador para o Serviço Operacional como Supervisor
e/ou Operador naquele VTS. Os documentos de licenciamento incluirão tradução em inglês em
caixa baixa, por conformidade com a prática internacional.
Os documentos referentes ao VTS, emitidos no exterior por instituições credenciadas de acordo
com as orientações da IALA, deverão ser homologados pelo Diretor do CAMR, a fim de atestar sua
validade no Brasil. Cabe ressaltar que este deverá fazer uma consulta junto à instituição estrangeira
que emitiu o Certificado em análise, com o fito de obter a comprovação da realização do curso.
Uma Caderneta Registro (“log book”) deverá ser expedida pela instituição de ensino
responsável pela formação inicial em VTS (curso de VTSO) e constará de uma folha inicial, com
foto e dados de identificação de seu portador, devendo ser utilizada para o lançamento dos dados
pessoais e conclusões de cursos, treinamentos e avaliações subsequentes, relacionadas com a sua
atividade no VTS, tais como:
• Data de conclusão de curso e instituição de ensino;
• Número da licença;
• Data de conclusão com aproveitamento de OJT para um VTS específico, com nome do
instrutor responsável;
• Data de qualificação para o Serviço Operacional como Operador ou Supervisor;
• Centros VTS para os quais está qualificado;
• Período de afastamento do serviço superior a três meses;
• Período de afastamento do serviço igual ou superior a um ano;
• Resultado das avaliações anuais;
• Data de qualificação para a função de instrutor de OJT e Centros VTS em que pode atuar;
• Data de perda de qualificação; e
• Processo e data da requalificação.
O Controlador do VTS é o responsável pela formação e treinamento do pessoal que atua no
serviço operacional, devendo adotar medidas que assegurem a manutenção do nível de competência
do pessoal e identifique as suas necessidades de treinamento, de forma a proporcionar contínua
atualização e desenvolvimento profissional da equipe.
Desta forma, o Controlador deverá providenciar para que todos os Operadores/Supervisores
sejam submetidos a avaliações periódicas, realizadas por uma organização de treinamento
credenciada ou no próprio Centro VTS, por um instrutor de OJT.
Uma vez determinada a necessidade de treinamento individual, são previstas no Curso Modelo
IALA V-103/5 (Revalidation Process for VTS Certification) a realização de três tipos de reciclagem:
• Treinamento periódico (Recurrent training), que constitui na formação realizada em
intervalos regulares e faz parte de um programa de formação estruturado, permitindo assim o
desenvolvimento profissional contínuo e resultando na manutenção da qualificação VTS;
-E-2- REV.3
NORMAM-26/DHN
04 - LICENÇAS
Cada Supervisor e Operador de VTS recebe uma licença conforme sua qualificação. As
licenças são concedidas pelo Diretor do CAMR e formalizadas por meio da Cédula de habilitação,
que são numeradas de maneira a indicar os elementos básicos de cada qualificação específica, tais
como ano, mês da concessão e função, o que facilita a identificação, de acordo com o seguinte
critério alfanumérico:
AAAAMMNNF, onde:
AAAA – ano da concessão;
MM – mês da concessão;
NN – número de ordem no mês; e
F – inicial da função, “S” para Supervisor e “V” para Operador de VTS.
Por exemplo: 20151101V refere-se a um Operador de VTS cuja licença foi a primeira
concedida em novembro de 2015.
O cancelamento das licenças para Supervisores e Operadores de VTS será feito pelo Diretor do
CAMR mediante solicitação do Centro VTS, de acordo com critérios estabelecidos pelo
Controlador.
-E-3- REV.3
NORMAM-26/DHN
06 - CURSOS MODELO
Formar pessoal dentro dos padrões internacionais necessários ao VTS é uma tarefa que requer
conhecimento específico relacionado com a atividade marítima, cuja complexidade é diretamente
proporcional à sofisticação dos equipamentos e sistemas a serem empregados. De forma a contribuir
para a organização dos cursos e processos voltados para a formação de pessoal do VTS, a IALA
provê cursos modelo para orientar a instrução e o treinamento de Supervisores e Operadores de
VTS.
Os cursos modelo foram elaborados com base na Convenção Internacional sobre Padrões de
Treinamento, Certificação e Serviço de Quarto de Marítimos (Convenção STCW, de Standards of
Training, Certification and Watchkeeping), de 1978, revista em 1995, e no Código para
Treinamento, Certificação e Serviço de Quarto de Marítimos (Código STCW), a partir dos quais a
-E-4- REV.3
NORMAM-26/DHN
IALA adotou sua Recomendação IALA R0103 (V-103) - ”Standards for Training and Certification
of VTS Personnel".
Os cursos são os seguintes:
• Cursos Modelo V-103/1 (VTS Operator);
• Curso Modelo V-103/2 (VTS Supervisor);
• Curso Modelo V-103/3 (OJT-On the job training);
• Curso Modelo V-103/4 (VTS On-the-Job Training Instructor); e
• Curso Modelo V-103/5 (Revalidation Process for VTS Certification).
O propósito dos cursos modelo é auxiliar as instituições de ensino marítimo e Centros VTS a
desenvolverem seus próprios cursos e treinamentos com base em um padrão internacionalmente
aceito. Não é intenção dos cursos modelo apresentarem aos instrutores um pacote de ensino fechado
e rígido.
Pelo contrário, sua estrutura modular permite dividi-los de acordo com a necessidade do ensino
e a profundidade requerida pelo tipo de serviço, o que constitui uma boa flexibilidade. Os quadros
abaixo foram baseados na Recomendação IALA R0103 (V-103) e indicam as competências a serem
perseguidas na formação do pessoal, guardados os níveis de conhecimento relacionados com a
função exercida e a categoria do VTS.
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NORMAM-26/DHN
condições reinantes.
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NORMAM-26/DHN
distância/tempo;
5. Marés e correntes;
6. Padrões de Tráfego; e
7. Correção de Cartas e
publicações.
Regulamento de abalroamentos Exames e avaliação de Saber aplicar as normas relevantes para uma área
Entender o conteúdo, aplicação instruções práticas, em de VTS.
e propósito do RIPEAM. simulador credenciado e OJT.
Auxílios à Navegação Exames e avaliação de Conhecer a influência dos auxílios à navegação
Conhecimento dos vários tipos de instruções práticas, em no fluxo de tráfego em uma Área de VTS.
balizamento flutuante e sistemas simulador credenciado e OJT.
de auxílio eletrônico à navegação.
Equipamentos de Navegação Avaliação de instruções práticas, Conhecer a influência dos auxílios à navegação
Conhecimento básico dos em simulador credenciado e no fluxo de tráfego em uma Área de VTS.
equipamentos de navegação de OJT.
bordo e recursos eletrônicos de
navegação (Radar, agulhas,
ECDIS, etc.).
Conhecimento de Bordo Exames e avaliação de Ter noção básica do projeto de navios e como as
Noções básicas de: instruções práticas, em condições meteorológicas e hidrográficas podem
1.Terminologia de bordo; simulador credenciado e OJT. influenciar o fluxo de tráfego dentro de uma Área
2.Diferentes tipos de navios e de VTS.
carga, inclusive códigos de
material perigoso
3. Estabilidade de navios;
4. Sistemas de propulsão;
5. Forças externas; e
6. Procedimento de passadiço.
Operações de Porto Exames e avaliação de Assimilar todas as informações relevantes para
Conhecimento das operações do instruções práticas, em as operações do porto e para os serviços aliados
porto. Conhecimento e habilidade simulador credenciado e OJT. que podem influenciar o fluxo de tráfego dentro
para coordenar informações de uma Área de VTS.
relativas a:
1.Praticagem;
2. Planos de contingência;
3. Segurança;
4. Rebocadores e reboque;
5. Agentes marítimos; e
6. Outros serviços aliados.
Resposta a situações Resposta a planos de contingência Avaliação de instruções em Identificar corretamente o tipo e a escala da
de emergência Conhecimento das normas simulador credenciado e OJT. emergência.
nacionais aplicáveis relativas a Ativar o plano de contingência adequado.
acidentes, prevenção de poluição e As ações empreendidas asseguram a proteção da
outras circunstâncias especiais e Área de VTS e, na medida do possível, mantêm
demonstrar habilidade para: um fluxo seguro do tráfego marítimo.
1. Priorizar e responder a
situações;
2. Iniciar procedimentos de alerta;
3. Coordenar com serviços aliados;
e
4. Gravar as atividades enquanto
continua a manter as vias
navegáveis seguras em todos os
aspectos.
-E-7- REV.3
NORMAM-26/DHN
conhecimentos de Verificar se: desempenho em simulador implementá-las com a devida presteza, assim
Náutica. 1. Todas as cartas e publicações estão credenciado e OJT. que recebidas.
atualizadas, de forma tempestiva e Identificar com tempestividade o mau
precisa, com coletânea completa da funcionamento de um auxílio à navegação na
documentação relevante; área.
2. As alterações de dados em uso no
VTS são registradas com precisão;
3. Os auxílios à navegação na Área de
VTS estão funcionando dentro de
parâmetros normais.
Organizações Marítimas Exames e avaliação de Conhecer e compreender as responsabilidades e
Conhecer as organizações marítimas instruções práticas, em atividades das organizações.
relacionadas com a navegação e sua simulador credenciado e
área de atuação. OJT.
Gerenciamento do Porto Exames e avaliação de Conhecer as responsabilidades e atividades
Conhecimento sólido das operações do instruções práticas, em relativas aos serviços aliados.
porto e habilidade para coordenar simulador credenciado e Compreender e aplicar os métodos pelos quais as
informações relativas a: OJT. ligações com cada um dos serviços aliados pode
1. Praticagem; ser feita.
2. Planos de contingência;
3. Segurança;
4. Rebocadores e reboque;
5. Agentes marítimos; e
6. Outros serviços aliados.
Resposta a situações Implementar planos de contingência Avaliação do desempenho Tomar ações em situações de emergência de
de emergência relacionados com acidentes, poluição em simulador credenciado e acordo com o previsto nos planos de
e circunstâncias especiais Ter OJT. contingência aprovados.
conhecimento sobre:
1. Procedimentos pré-determinados
relativos a situações de emergência e a
coordenação para sua implementação;
2. A Disponibilidade de recursos
adicionais e as circunstâncias em que
devem ser empregados;
3. As circunstâncias em que pode haver
delegação de competência; e
4. Exercícios de treinamentos relativos
a situações de emergência.
Possuir certos Gerenciamento de Quarto Avaliação do desempenho Conduta conforme princípios e procedimentos
atributos pessoais Demonstrar habilidade para: em simulador credenciado e aceitáveis estabelecidos pela Autoridade
especificamente 1. Efetivar procedimentos para o OJT. Competente interessada.
relacionados com os trabalho de equipe;
deveres de um 2. Administrar e organizar programas
Supervisor de VTS. de trabalho; e
3. Gerenciar um quarto do VTS.
Gerenciamento de estresse Avaliação do desempenho Conduta conforme princípios e procedimentos
Conhecimento eficaz das técnicas de em simulador credenciado e aceitáveis estabelecidos pela Autoridade
gerenciamento de estresse. OJT. Competente interessada.
07 - DOCUMENTAÇÃO DE APOIO
Manual IALA VTS
Guideline IALA 1014 On the Accreditation and Approval Process for VTS Training,
Guideline IALA 1017 Assessment of Training Requirements for Existing VTS
Personnel, Candidate Operators &Revalidation of VTSO
Certificates
Guideline IALA 1027 Simulation in VTS Training
Guideline IALA 1045 Staffing Levels at VTS Centres
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NORMAM-26/DHN
-E-9- REV.3
NORMAM-26/DHN
APÊNDICE AO ANEXO E
-E-I-1-
NORMAM-26/DHN
-E-I-2-
NORMAM-26/DHN
-E-I-3-
NORMAM-26/DHN
ANEXO F
01 - SERVIÇO OPERACIONAL
A disponibilidade de pessoal qualificado para preencher as Posições Operacionais é essencial
para a operação segura de um VTS. Isto está diretamente relacionado com o tipo de serviço que o
VTS pretende oferecer e tem influência no número de turnos diários e na capacitação do pessoal. O
número de Posições Operacionais por turno também dependerá de fatores como:
• Procedimentos operacionais;
• Nível de interação com os Serviços Aliados ou Centros de VTS vizinhos;
• Tecnologia e equipamentos disponíveis;
• Volume de comunicações;
• Incidentes, acidentes e outras emergências;
• Ambiente físico de trabalho;
• Volume do tráfego; e
• Complexidade do esquema de tráfego associado à Área de VTS.
Um extenso conjunto de procedimentos operacionais contribui para aumentar a carga de
trabalho de um VTSO, mas o Controlador do VTS deve ter atenção para não simplificar demais tais
procedimentos, que são importantes para a uniformização do Serviço Operacional. Da mesma
forma, apesar da cooperação com Serviços Aliados ou Centros VTS vizinhos contribuir para
aumentar a segurança e a eficiência do serviço de tráfego, isso representará maior acréscimo na
carga de trabalho e eventual distração por parte dos VTSO nas suas responsabilidades primárias.
Nesse caso, a inclusão de um Supervisor, com a incumbência adicional de gerenciar esse tipo de
contato, poderia representar uma solução.
A tecnologia e os equipamentos utilizados no serviço podem ter impacto tanto positivo, quanto
negativo na carga de trabalho. A complexidade e a sofisticação dos programas e equipamentos que
compõem os modernos sistemas usados no Centro VTS podem requerer altos níveis de atenção e
concentração por parte da Equipe Operacional, especialmente quando novos sistemas ou
modernizações são instalados, o que pode causar estresse ou redução no período de duração de um
turno. Não obstante, o grau de automação das funções de aquisição e acompanhamento de alvos,
registro, gravação de dados, análise de conflito de tráfego, alarme para desvios de rotas, etc.,
permite ao VTSO gerenciar um volume de tráfego muito maior sem sobrecarga, o que contribui
para redução das Posições Operacionais em um dado turno do Serviço Operacional.
As comunicações terra/navio são um elemento essencial do VTS, mas cada comunicação
gerada demanda tempo, interpretações e ações por parte do VTSO, o que pode gerar eventual
sobrecarga de trabalho. O Controlador do VTS deve considerar esse aspecto ao elaborar os
procedimentos para os navegantes e selecionar os pontos de notificação, na tentativa de buscar um
equilíbrio entre as trocas de informações importantes e as dispensáveis. A redução no tráfego rádio
pode ser obtida pela introdução de procedimentos escritos, conforme prescrito pela IMO e pela UIT
(União Internacional de Telecomunicações), que são mais fáceis de entender e reduzem as
dificuldades relacionadas com insuficiente proficiência na língua inglesa, tanto dos VTSO quanto
dos navegantes. Todavia, compor mensagens em texto consome mais tempo, o que influencia a
carga de trabalho dos VTSO e também deve ser levado em conta pelo Controlador do VTS.
As comunicações via rádio devem ser claras, concisas e obedecer a procedimentos corretos, de
forma a reduzir o risco de mal-entendidos. As Frases Padrão para as Comunicações Marítimas
-F-1- REV.3
NORMAM-26/DHN
(SMCP, de Standard Marine Communications Phrases), aprovadas pela Resolução IMO A.918(22),
devem ser utilizadas sempre que possível, pois simplificam as comunicações e reduzem o tempo
para a troca de informações. No entanto, tanto o Controlador do VTS, quanto os VTSO, devem
estar conscientes de que nem todas as embarcações participantes são versadas nesse tipo de
fraseologia. A utilização de outros recursos para a troca de informações com o navegante, como o
VHF/DSC (Chamada Seletiva Digital) e o AIS, pode contribuir para reduzir a carga de trabalho.
Outro aspecto relativo às comunicações exteriores diz respeito à utilização de telefones.
Devido à natureza do VTS e das informações de que dispõe, diante da necessidade e interesse dos
Serviços Aliados e outros usuários, pode haver um significativo afluxo de ligações telefônicas,
rotineiras ou em situações especiais, que irão contribuir para a distração e aumento da carga de
trabalho dos VTSO. Assim sendo, o Controlador do VTS deve adotar procedimentos específicos
com relação à utilização de telefones no Centro VTS, com vistas a aumentar a eficiência do Serviço
Operacional, ou considerar o acréscimo de uma Posição Operacional (possivelmente um
Supervisor) para cuidar desse tipo de contato.
O risco de ocorrerem incidentes, acidentes e outras emergências é algo sempre presente e que
pode causar sobrecarga de trabalho, dependendo da hora da ocorrência e da seriedade do evento. A
existência de planos de contingência pode facilitar o gerenciamento da situação, apesar de que pode
haver circunstâncias não previstas que irão exigir uma boa dose de iniciativa por parte dos VTSO.
O Controlador do VTS deve considerar a adequabilidade de introduzir um Supervisor nos horários
de maior tráfego ou em situações especiais antevistas, de forma a facilitar a transição da operação
de rotina para a operação de emergência, sem descuidar dos demais navegantes dentro da Área de
VTS.
A duração de um turno do Serviço Operacional também pode ser limitada pelo ambiente físico
de trabalho, que inclui fatores ergonômicos relacionados com temperatura, ventilação, iluminação,
dimensões da sala (torre), adaptabilidade das estações de trabalho e assentos para o pessoal. A
constante observação das telas do sistema pode causar fadiga visual e estresse, o que, associado à
necessidade de manter elevados níveis de atenção e concentração por longos períodos,
eventualmente conduz a situações críticas onde o erro humano torna-se mais provável. Pelo mesmo
motivo é importante minimizar o ruído e outras potenciais distrações dentro do Centro VTS.
De posse das considerações acima, o Controlador do VTS irá determinar os turnos do Serviço
Operacional diário, em função da carga de trabalho das Posições Operacionais, do horário de
funcionamento do Serviço Operacional e das características do local. Na elaboração da escala de
serviço para os VTSO e VTSS, deverá ser observado o que estabelece a CLT e demais disposições
legais existentes, sendo desejável a realização de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com o
pessoal VTS.
A composição das Equipes Operacionais deve procurar mesclar, na medida do possível, os
VTSO novos com os de maior experiência. Nos casos de haver somente um VTSO por turno, os
menos experientes devem ser escalados, preferencialmente, nos horários de menor movimento. Os
VTSO em período de adaptação e aprendizado no serviço (on-the-job training, OJT) não são
considerados aptos para o Serviço Operacional e sua participação é restrita à instrução. Férias,
licenças e outros afastamentos do serviço devem ser levados em conta na organização das escalas de
serviço, sendo indispensável que o Controlador do VTS elabore um plano de férias e licenças a fim
de que o efetivo permaneça equilibrado durante o transcorrer do ano.
Por fim, o Controlador do VTS também deverá estar atento aos tipos de estresse relacionados
com cargas de trabalho muito altas ou muito baixas, que podem afetar a eficiência do serviço, a
segurança operacional e a saúde e motivação do pessoal. Ao passo em que cargas de trabalho muito
altas podem causar efeitos mais facilmente compreensíveis, como fadiga e irritabilidade, as cargas
de trabalho muito baixas, ocasionadas por excesso de pessoal, podem levar a longos períodos de
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NORMAM-26/DHN
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NORMAM-26/DHN
especial, o que permite antecipar as medidas a serem adotadas para sua passagem. Isso também é
válido para restrições de tráfego e procedimentos temporários para as vias navegáveis. Em
condições de tráfego reduzido um único VTSO pode cuidar das funções de INS e TOS, a menos que
haja medidas de TOS ativas, quando então é recomendável a presença de um segundo VTSO.
Para estabelecer um critério relativo a volume de tráfego é necessário conhecer os conceitos de
Horas de Pico, Movimento Médio das Horas de Pico e Instantes de Pico. No transcorrer das
atividades marítimas dentro de uma Área de VTS haverá momentos do dia com um significativo
incremento no movimento de embarcações, como no caso do transporte de passageiros para o
trabalho nos períodos matutino e vespertino. Nesses casos haverá um pico de tráfego e é necessário
identificar as horas do dia em que isso acontece. Tais horas são denominadas Horas de Pico (HP),
que são as horas de maior volume de tráfego em um dia. As embarcações consideradas nessa
estimativa são apenas as embarcações de participação obrigatória, que são aquelas para as quais
existe expectativa de troca de comunicações.
As Posições Operacionais serão alocadas em número suficiente para fazer face ao movimento
da HP, quando todas as posições estarão ativadas. No entanto, a quantidade de embarcações pode
variar muito de uma HP para outra, o que torna necessário estabelecer um valor médio, denominado
Movimento Médio das Horas de Pico (MHP), que é a média das HP com maior volume de tráfego.
O MHP não deve ser limitado apenas para os casos de embarcações que se cruzam ou navegam
próximas, uma vez que embarcações mais afastadas também podem solicitar algum serviço do VTS
e ocupar o operador em atendê-las. O MHP pode ter base semanal ou mensal, a critério do
Controlador do VTS, e também pode ter influência na duração dos turnos do Serviço Operacional.
A noção de MHP permite estabelecer uma grandeza para o número de embarcações que podem
ser objeto de controle simultâneo por uma Posição Operacional em um período de tempo dado, no
caso o de uma hora. O MHP é, contudo, um número relativo. No caso de um setor em que a maioria
do tráfego acompanha um plano esquemático simples, a capacidade do VTSO será
consideravelmente superior àquela de um setor que possui vários pontos de notificação, pontos de
cruzamento das vias navegáveis e outras Áreas de Precaução. As complexidades particulares de
cada área devem ser avaliadas pelos respectivos Controladores de VTS, para determinar o número
máximo de embarcações que seus VTSO podem monitorar.
A tabela abaixo sugere o número de VTSO por turno do Serviço Operacional (T), em função
do tipo de serviço prestado, da duração do turno e do MHP, para operação de rotina de planos
esquemáticos de tráfego simples. O preenchimento da posição de Supervisor, quando opcional, é
indicado por “op”, o que também pode significar Supervisor com horário de turno diferenciado (12
ou 24 horas). Tal noção pode trazer alguma contribuição na avaliação da quantidade de postos que
devem compor o Centro VTS, na elaboração do projeto da torre.
MHP
INS op op 1 op 1 op 2 1
+NAS }1 }1 1 2 2
+TOS 1 1 1 1 2
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NORMAM-26/DHN
INS 1 - 1 - 1 - 2 op 2 1
INS - 1 op 1 1 2 1 2 1
+NAS 1 1 2 2 3
6h INS - - 1 1 2 1 2 1
+TOS 1 1 1 2 3
INS op 1 op 1 1 2 1 2 1
}1
+NAS 1 2 2 3
+TOS 1 1 1 2 3
03 - RESPONSABILIDADE DE OPERAÇÃO
A função chave na operação de um VTS é exercida pelo VTSO, que possui as seguintes
responsabilidades:
Monitorar continuamente a imagem do tráfego com todos os sensores disponíveis na Área
de VTS;
Manter comunicação com as embarcações na Área de VTS em conformidade com o tipo de
serviço oferecido, com emprego de todos os recursos disponíveis;
Operar os equipamentos do Centro VTS para comunicações, coleta e análise de dados e
formação da imagem do tráfego;
Quando no INS, prover informações relevantes nos devidos momentos;
Quando no NAS, assistir ao navegante e prover as informações necessárias para auxiliar
uma embarcação em dificuldade de navegação ou meteorológica, ou no caso de defeitos ou
deficiências;
Quando no TOS, planejar e organizar os movimentos das embarcações nas vias navegáveis
para evitar congestionamentos e situações de perigo;
Manter comunicação com os serviços aliados e outras agências conforme o caso;
Agir adequadamente em situações de emergência e contribuir na coordenação dos esforços;
Certificar-se de que os procedimentos operacionais padrão e outras normas em vigor,
relevantes para as vias navegáveis, sejam corretamente observados; e
Manter anotação de todos incidentes e acidentes relacionados com o VTS que ocorram
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NORMAM-26/DHN
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04 - PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
Os SOP devem ser definidos com clareza e constar de um manual disponível para todo pessoal
de serviço, que deve ser revisto e atualizado regularmente para evitar anacronismos. Existe uma
distinção entre os procedimentos conforme sejam internos ou externos. Os procedimentos internos
não dizem respeito ao público e tratam basicamente da operação de sistemas e sensores orgânicos
do Centro VTS e do gerenciamento dos dados (gravação, reprodução, armazenamento e outros). Os
procedimentos externos tratam da interação do VTS com as embarcações participantes e com os
serviços aliados e são aqueles que interessam aos usuários.
Para auxiliar em uma abordagem comum e consistente para a elaboração de SOP e contribuir
para a padronização das comunicações, foi desenvolvida uma terminologia chave para utilização
pelo setor marítimo, que inclui:
Mensagens Orientadas para o Resultado;
Frases Padrão; e
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Footprint). Da mesma forma que as mensagens Curtas, o Rastro VTS pode ser transmitido para um
usuário específico ou para todas as embarcações na área.
As mensagens alvos podem ser preenchidas com informação de até sete alvos, apesar de que,
no momento, a OMI restringe este total para quatro. O Controlador do VTS também deve
acompanhar a evolução desse tema para atualização dos respectivos SOP. As informações
disponíveis para cada alvo são:
Identidade do alvo (MMSI, número da OMI ou indicativo de chamada);
Latitude e Longitude;
Rumo no fundo (COG);
Velocidade no fundo (SOG); e
Marca temporal HMG.
Procedimentos especiais e em emergência
O Controlador do VTS pode elaborar SOP para emergências e para situações especiais que
fogem à rotina, mas que fazem parte do contexto de operação do VTS, de forma a propiciar aos
VTSO os elementos necessários para reagir com presteza e eficiência diante do inusitado.
Algumas dessas situações são listadas a seguir com algumas ações sugeridas:
1) Colisão, Abalroamento, Naufrágio, Emborcação, Fogo a Bordo e Homem ao Mar
Alertar o representante local da Autoridade Marítima ou diretamente ao Comando do
Distrito Naval de sua área (responsabilidade SAR);
Alertar os serviços aliados envolvidos;
Alertar rebocadores e outras unidades de apoio;
Considerar reforço para o pessoal de quarto, conforme a extensão da ocorrência;
Divulgar avisos sobre a ocorrência para as embarcações na Área de VTS; e
Restringir o tráfego nas vizinhanças imediatas da ocorrência.
2) Poluição
• Avaliar a escala da ocorrência e ativar planos de contingência, caso necessário;
• Alertar o representante local da Autoridade Marítima para as providências administrativas
cabíveis;
• Checar se os sistemas de gravação estão aptos a registrar a ocorrência e realizar anotações
adicionais que possam contribuir para as investigações subsequentes;
• Divulgar avisos sobre a ocorrência para as embarcações na Área de VTS; e
• Restringir o tráfego nas vizinhanças imediatas da ocorrência.
3) Emergência Médica
Alertar o representante local da Autoridade Marítima ou diretamente ao Comando do
Distrito Naval de sua área (responsabilidade SAR).
4) Embarcação sem Governo (NUC de Vessel Not Under Command)
Avaliar os perigos imediatos para o NUC e para o tráfego nas vizinhanças;
Tentar contato com a NUC para obter informações sobre a situação a bordo;
Alertar o representante local da Autoridade Marítima ou diretamente ao Comando do
Distrito Naval de sua área, caso haja risco da situação se desenvolver em acidente de grandes
proporções ou se a NUC se configurar em um derrelito perigoso para a navegação (responsabilidade
SAR);
Divulgar avisos sobre a ocorrência para as embarcações na Área de VTS; e
Alertar rebocadores e outras unidades de apoio, conforme o caso.
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NORMAM-26/DHN
5) Incidentes de Segurança
Em função da influência que pode exercer e das informações que pode prestar sobre o tráfego
marítimo local, ou por sua potencial capacidade para servir como centro de coordenação e controle
em situação de crise que envolva o meio marítimo (função de Comando e Controle - C2), o
Controlador do VTS deve considerar a elaboração de procedimentos que confrontem o risco de
ataque terrorista.
De acordo com o Código Internacional para a Segurança de Navios e Instalações Portuárias, ou
Código ISPS, que congrega os procedimentos que a IMO considera apropriados para tratar da
questão da proteção do ambiente marítimo, o Controlador do VTS deve cuidar para que seus
procedimentos contribuam, no que couber, para o Plano de Segurança das Instalações Portuárias
(PFSP de Port Facility Security Plan).
Outro aspecto de segurança que pode causar transtornos para a operação do VTS está
relacionado com o roubo puro e simples de equipamentos, vandalismo e assalto ao Centro VTS,
para o que é adequado haver procedimentos especiais para lidar com tais situações.
6) Ações de Protesto
Eventualmente, alguma embarcação participante pode apresentar um protesto contra o
comportamento de outra embarcação ou sobre uma situação específica qualquer, dentro do contexto
de operação do VTS. Tais protestos não devem ser negligenciados para evitar perda de confiança do
usuário no serviço. Os procedimentos nesses casos podem incluir:
• Manter as ações tomadas em proveito da segurança da navegação, mesmo que o protesto
seja contra elas;
• Divulgar avisos sobre a ocorrência para as embarcações na Área de VTS;
• Alertar oportunamente o representante local da Autoridade Marítima para as providências
administrativas cabíveis;
• Checar se os sistemas de gravação estão aptos a registrar a ocorrência e realizar anotações
adicionais que possam contribuir para as investigações subsequentes; e
• Comunicar a ocorrência imediatamente ao Supervisor do quarto, ou ao Gerente e o
Controlador do VTS quando possível.
- F - 11 - REV.3
NORMAM-26/DHN
- F - 12 - REV.3
NORMAM-26/DHN
ANEXO G
LICENÇA DE OPERAÇÃO
01 - INTRODUÇÃO
A concessão da Licença de Operação é o ato pelo qual a Autoridade Marítima expressa sua
concordância que o VTS foi implantado de acordo com as normas nacionais e internacionais,
estando equipado e guarnecido de modo a contribuir com a segurança do navegante, ordenamento
do tráfego marítimo e proteção do meio ambiente marinho na área considerada.
Para obtenção da Licença de Operação para INS, inclusão de NAS ou reclassificação do
serviço para TOS, é previsto que o CAMR conduza uma Visita Técnica (VISITEC) ao Centro VTS
solicitante, devendo este Anexo e a publicação “IALA Guideline nº 1101 - Auditing and Assessing
VTS”, orientarem a preparação e execução do evento.
A Lista de Verificação em Apêndice constitui numa ferramenta para auxiliar na avaliação do
estágio de prontificação do Centro VTS para prestar o serviço a que se propõe.
02 - DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
Após a prontificação do Centro VTS para iniciar a prestação do serviço (aquisição de
equipamentos, obras, contratação de pessoal etc), a Autoridade Portuária proponente (denominada
Autoridade VTS) deverá encaminhar ao CAMR a seguinte documentação, que servirá de base para
a realização da VISITEC e concessão da Licença de Operação:
• Ato formal que designou o Controlador do VTS;
• Descrição sumária do serviço que será prestado, com a delimitação da Área VTS com
indicação de subáreas ou setores, se houver;
• Altura da torre e coordenadas geográficas do Centro VTS e Estações Remotas;
• Plano esquemático do tráfego nas águas interiores da Área VTS, com as principais rotas
utilizadas pela navegação local, indicação dos pontos de notificação e dos limites da Área VTS e de
subáreas ou setores, se houver;
• Procedimentos Operacionais de rotina e emergência, a serem cumpridos pelos Operadores
de VTS;
• Procedimentos para os Navegantes na Área de VTS, aprovados pelo Agente Local da
Autoridade Marítima;
• Planos de contingências internos e externos;
• Cópia do Memorando de Entendimento, ou documento equivalente, de acordo com o Anexo
C dessa norma;
• Lista de verificação constante no Apêndice a este Anexo, preenchida e assinada pelo
Controlador do VTS; e
• Sugestão das informações que constarão nos documentos náuticos, com texto e figuras no
formato em que serão publicadas.
-G-1- REV.3
NORMAM-26/DHN
02 deste Anexo, sendo que, caso algum documento necessite ser submetido à outro órgão (Capitania
dos Portos, por exemplo), tal providência deverá ser realizada antes do envio ao CAMR.
A fim de conferir celeridade ao processo de licenciamento do VTS, os referidos documentos
deverão ser enviados para apreciação do CAMR na medida em que forem sendo prontificados.
Passo 2 - Avaliação da documentação de pré-auditoria
O CAMR avaliará a documentação de pré-auditoria, verificando sua conformidade com as
normas nacionais e internacionais. Caso seja constatada alguma pendência, o CAMR notificará o
Controlador do VTS, apresentando os motivos e orientações para as ações corretivas necessárias.
Passo 3 - Solicitação
Após aprovação da documentação pré-auditoria, a Autoridade Portuária (AP) responsável pela
implantação solicitará formalmente ao CAMR a realização de Visita Técnica (VISITEC) para a
concessão da Licença de Operação. Como preparação para o evento, o Controlador VTS deverá
conduzir internamente sua própria auditoria, usando a lista de verificação constante do Apêndice.
Passo 4 - Pré-Auditoria
Após definição do período de realização da VISITEC, o CAMR designará formalmente uma
comissão de auditoria e solicitará a publicação em Aviso aos Navegantes da entrada em
funcionamento em caráter provisório do VTS, por um período aceitável para conclusão do
treinamento e condução da VISITEC.
Passo 5 – Realização da VISITEC
O CAMR conduzirá a VISITEC no novo Centro VTS, verificando as instalações,
funcionamento dos equipamentos e o desempenho do pessoal no exercício de suas funções, por
meio da realização de exercícios práticos.
Passo 6 - Pendências
O CAMR notificará o Controlador do VTS sobre os aspectos da VISITEC considerados como
insatisfatórios, caso existam, especificando os motivos e fornecendo subsídios para as ações
corretivas.
Passo 7 - Solução das pendências
O Controlador do VTS realizará as ações corretivas, participando a prontificação ao CAMR.
Passo 8 - Aprovação
O CAMR emitirá um relatório propondo a concessão da licença de Operação para apreciação
do GTSN e aprovação do Diretor de Hidrografia e Navegação (DHN).
Passo 9 - Concessão da Licença de Operação
A DHN emitirá a Licença de Operação, que será publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Caso a VISITEC seja considerada satisfatória pela comissão de auditoria, poderá ser autorizada
a prorrogação do funcionamento do VTS, em caráter excepcional e provisório, até a conclusão das
ações previstas nos Passos 8 e 9.
-G-2- REV.3
NORMAM-26/DHN
APÊNDICE AO ANEXO G
01 - INFORMAÇÕES GERAIS
Nº ASSUNTO
1 Data da auditoria
6 São realizadas auditorias internas? (Fornecer cópias dos relatórios de avaliação / auditoria)
8 Qual a Área VTS? Anexar gráfico que mostra a delimitação da área VTS / setores.
02 - NORMAS
Nº ASSUNTO
11 O VTS é operado em conformidade com as normas nacionais e internacionais sobre VTS?
14 A área VTS se estende além do mar territorial? Caso afirmativo, tal fato está de acordo com
a instrução da IALA sobre o assunto (ref: “IALA Guideline 1071”)?
-G-I-1- REV.3
NORMAM-26/DHN
03 - OPERAÇÃO
03.1 - Procedimentos
Nº ASSUNTO
17 O Centro VTS dispõe de pastas contendo os procedimentos operacionais para consulta?
(ref: “Recomendação IALA V-127”)
18 Como são divulgadas informações relevantes para os usuários do VTS, tais como
aplicabilidade, relatórios necessários, etc? São publicadas na Internet?
19 São estabelecidos procedimentos operacionais para incidentes como colisão, abalroamento,
encalhe, etc? Caso afirmativo, apresentá-los. (ref: “Recomendação IALA V-127”)
20 Existem plano(s) de contingência para garantir a disponibilidade das operações VTS em
casos de emergência (ou seja, redundância de equipamento, local secundário de operar, de
pessoal extra, etc)?
21 Outros assuntos julgados pertinentes à auditoria.
25 Os cursos e treinamentos do pessoal VTS são ministrados por uma organização credenciada
pela Autoridade Marítima de acordo com a NORMAM-26/DHN?
-G-I-2- REV.3
NORMAM-26/DHN
03.3 - Equipamentos
Nº ASSUNTO
29 Os equipamentos operacionais (radar, AIS, CCTV, comunicações) atendem os requisitos
técnicos previstos na NORMAM-26/DHN e “IALA Guideline 1111”?
31 Como está planejado o programa de manutenção dos equipamentos VTS, visando garantir a
confiabilidade do serviço oferecido?
32 Existem sistemas não abrangidos pela Orientação“IALA Guideline 1111”? Caso afirmativo,
apresentar e justificar.
04 - SISTEMA DE GESTÃO
Nº ASSUNTO
34 Existem em vigor medidas para identificar as oportunidades de melhoria? São previstas a
realização de pesquisas de satisfação com os usuários (navegantes e serviços aliados)?
REFERÊNCIAS TÍTULO
NORMAM-26/DHN Serviço de Tráfego de Informações (VTS)
-G-I-3- REV.3
NORMAM-26/DHN
ANEXO H
Recomendações (Recommendations)
O-134 IALA Risk Management Tool for Ports & Restricted Waterways
Orientações (Guidelines)
1052 Use of Quality Management Systems for Aids to Navigation Service Delivery
-H-1- REV.3
NORMAM-26/DHN
1115 Preparing for an IMO Member State Audit Scheme (IMSAS) on VTS
1118 Marine casualty / incident reporting and recording including near-miss situations as it
relates to VTS
Manuais
-H-2- REV.3