Plantas Medicinais
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Plantas Medicinais
e Fitoterapia na Política
Nacional de Saúde |
Do Contexto
Internacional ao Nacional
papel nas negociações ocorridas no comércio mundial, principalmente no âmbito do GATT (Acordo
Geral sobre Tarifas e Comércio). A partir desse momento ocorreu uma intensificação do processo de
internacionalização da economia.
cA concepção do Complexo Industrial da Saúde fundamenta-se na dinâmica da estrutura técnico-pro-
dutiva em saúde, composta pelos segmentos industrial, comercial, de serviços, formativo e de pesquisa
e desenvolvimento.
2 Fitoterapia Contemporânea
farmacêuticad com o provimento do acesso aos Em 1978, essa organização e o Fundo das Nações
medicamentos alopáticos como proposto por Unidas para a Infância (Unicef) promoveram
este modelo assistencial da saúde.1 a Conferência Internacional sobre Atenção
No Brasil, houve, a partir de 1940, uma re Primária em Saúde, em Alma-Ata, ex-URSS,
dução drástica da participação das indústrias ressaltando a necessidade de ação urgente dos
farmacêuticas nacionais no mercado devido ao governos, dos profissionais de saúde, bem como
alto custo gerado pela dependência tecnológica e da comunidade mundial de proteger e promover
pela importação de insumos farmacêuticos com a saúde dos povos no mundo. Fundamentada
importante reflexo na saúde pública e na econo nessa Conferência, a OMS criou o Programa
mia brasileira, ocorrendo, entre 1958 e 1972, a de Medicina Tradicional (PMT),e segundo o
transferência do controle acionário de 43 empre qual o uso integrado da medicina tradicional e
sas, sendo 39,5% das mesmas para capital norte- de plantas medicinais passaria a ser objeto de
americano.1,2 formulação e implantação de políticas públicas
Nesse contexto, a Organização Mundial da nos sistemas nacionais de atenção à saúde e do
Saúde (OMS) diagnosticou o decréscimo da qua desenvolvimento de estudos científicos visando
lidade no atendimento médico e nos serviços de a segurança, eficácia e qualidade dos tratamen
saúde pública, principalmente nos países em tos. Para regulamentar essas diretrizes, criou as
desenvolvimento, constatando, na década de Resoluções WHA 31.33 (1978) e 40.33 (1987),
1990, uma distribuição extremamente perversa que reafirmam a importância das plantas medi
dos medicamentos, uma vez que 23% da popu cinais nos cuidados com a saúde e recomendam,
lação mundial consomem 60% da produção. entre outros aspectos, a criação de programas
Este dado mostra que uma grande parcela da amplos, relativos a identificação, avaliação, pre
população não tem acesso à assistência à saúde e paro, cultivo e conservação de plantas usadas em
muito menos à farmacêutica. Isso mostra que as medicina tradicional, bem como assegurar a qua
recomendações da OMS, debatidas, desde 1975, lidade dos produtos derivados de medicamentos
durante a 28a Assembleia Mundial de Saúde, não tradicionais, extraídos de plantas, pelo uso de
produziram os resultados esperados na qualida técnicas modernas e aplicações de padrões apro
de do sistema médico, tendo em vista que a falta priados e de boas práticas de produção.4,5
de assistência farmacêutica é fruto da ausência A partir da 4a Conferência Internacional
de políticas públicas sólidas para a construção de sobre a Regulação de Medicamentos (ICDRA)f
políticas farmacêuticas.1,3 no Japão, em 1986, as plantas medicinais foram
Por outro lado, foi criada uma lacuna no sis incluídas como elemento importante na formu
tema oficial, permitindo aos usuários e profissio lação de uma política de assistência farmacêuti
nais de saúde incorporar alternativas ao sistema ca. No decorrer dessa conferência, foi definida
oficial hegemônico para atender à demanda de uma relação de drogas vegetais mais usadas no
saúde, principalmente na atenção básica. Assim, mundo, a qual serviria como base para a elabo
uma situação frequentemente observada pela ração de regulamentos técnicos (monografias).
OMS era o uso das plantas medicinais e outras Durante a 6a ICDRA, em 1991, no Canadá, as
terapias complementares na periferia do sistema monografias, elaboradas sob a coordenação do
oficial de saúde com o objetivo de suprir as ca PMT, foram apresentadas e aprovadas para uso
rências no atendimento básico à saúde de com nos sistemas de saúde dos Estados-membros
petência do Estado. Dessa forma, a OMS resolveu sob o nome de Monografias sobre Plantas
avaliar e criar regulamentos para recomendar Medicinais Selecionadas.g
aos Estados-membros diretrizes para que agre Além disso, a OMS reforçou o compromis
gassem a medicina tradicional ao sistema ofi so de estimular o desenvolvimento de políticas
cial de saúde como forma de ampliar o acesso públicas a fim de inseri-las no sistema oficial de
à atenção básica e à assistência farmacêutica. saúde dos seus Estados-membros. Em 2005, a en
tidade publicou o documento Política Nacional
dConjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico tendo o
medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao ePara acessar o portal do referido programa use o link: http://
uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a pro-
www.who.int/medicines/areas/traditional/en/
dução de medicamentos e insumos, bem como sua seleção,
fInternational Conference on Drug Regulatory Authorities
programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da
qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avalia- (ICRDA).
ção de sua utilização, na perspectiva de obtenção de resultados gPara acessar as monografias da OMS, veja no Apêndice B
Pesquisa de Plantas Medicinais (PPPM), como A partir de 1980, o mundo passou por uma
fruto do Encontro sobre Plantas Medicinais rea profunda reestruturação econômica, sustentada
lizado naquele ano em Brasília, promovido pela na revolução da informática e das comunicações.
própria CEME, visando à autonomia do setor.2,6 Essa nova configuração mundial levou os paí
Uma das ações do PPPM era agregar compe ses desenvolvidos a liderarem a implantação de
tência científica e tecnológica para a pesquisa em um novo sistema internacional de propriedade
plantas medicinais com a finalidade de oferecer intelectual/industrial (PI), que culminou com a
uma opção terapêutica aos sintéticos pela pro criação da Organização Mundial do Comércio
dução de fitoterápicos, com base em pesquisas (OMC)j e o reconhecimento de patentes pelos
etnofarmacológicas de preparações de uso po países-membros. O Brasil, como signatário da
pular, à base de plantas medicinais.2,7 OMC, passou a reconhecer patentes para o setor
A estratégia de ação do PPPM consistiu em farmacêutico a partir de 1997.3,9
submeter as plantas medicinais oriundas do co Nesse mesmo período, no Brasil, ocorreu a
nhecimento popular a uma série de testes far extinção da CEME, cujo episódio é apontado
macológicos, toxicológicos, pré-clínicos, para como um fator que dificultou a implantação da
confirmar, ou não, as propriedades terapêuticas fitoterapia no país, na medida em que a institui
a elas atribuídas. As preparações que recebessem ção apoiava um programa de desenvolvimento e
a confirmação da ação medicamentosa seriam produção de fitoterápicos.
pesquisadas até a produção de um fitoterápico. Podemos assinalar a importância do PPPM
Assim, as diretrizes adotadas pelo PPPM se para o desenvolvimento científico do segmento
guiam as recomendações da OMS e estimulavam por causa do financiamento de várias pesquisas.
Entretanto, nunca houve implantação de uma
o desenvolvimento da indústria farmacêutica
política governamental que articulasse a área
nacional, constituindo-se no mais importante
como um todo, tanto no que diz respeito ao co
incentivo à pesquisa na área farmacêutica, con
nhecimento científico quanto à fabricação de
substanciado em forma de programa nacional. medicamentos de origem vegetal.2
Entre os anos de 1983 e 1996, o Programa fi Desta forma, podemos considerar que a ins
nanciou 110 projetos, envolvendo 24 instituições titucionalização da fitoterapia teve início a partir
de ensino e pesquisa e empresas, conseguindo de 1980 com a criação do PPPM/CEME que con
reunir mais de 50 pesquisadores, tendo sido rea siderava as plantas medicinais importantes para
lizadas análise de 74 plantas, das quais 10 apre intensificar a assistência farmacêutica, a produ
sentavam investigação avançada. Estas pesquisas ção e o mercado de produtos farmacêuticos. Ao
promoveram a realização de trabalhos multidis mesmo tempo, com a nova Constituição Federal,
ciplinares, estratégicos para desenvolvimento e produziu-se uma intensa atividade regulatória,
produção de fitoterápicos.6,7 aliada, ainda, à criação do Mercado Comum
As propostas da CEME estavam articu do Cone Sul (Mercosul) que demandou intenso
ladas com as orientações preconizadas na 8a trabalho para a harmonização de normas para o
Conferência Nacional de Saúde, realizada em setor farmacêutico. A institucionalização do SUS
1986, que, em seu relatório final, propunha a promoveu a participação popular e a ampliação
maior presença estatal na produção farmacêuti da autonomia municipal com políticas voltadas
ca, a proibição da propaganda comercial de me para a descentralização da saúde, permitindo
dicamentos, fiscalização rigorosa da qualidade e que secretarias de saúde estaduais e municipais
comercialização pela vigilância sanitária. Dois reconhecessem a fitoterapia como parte do sis
anos depois, a CEME organizou o I Encontro tema oficial de saúde em resposta às reivindica
Nacional de Assistência Farmacêutica e Política ções de usuários e profissionais de saúde.10,11
de Medicamentos, que propiciou a elaboração É também interessante verificar que as mu
de um diagnóstico da situação do setor, em que danças na normatização foram impulsionadas
a nacionalização, a viabilidade tecnológica do pelos novos pressupostos da saúde pública que
desenvolvimento industrial, as práticas merca exigiram que os fitoterápicos, que eram ignora
dológicas da indústria farmacêutica, o papel dos dos e/ou reconhecidos sob o rótulo de “oficinais”,
diferentes segmentos na produção de medica
mentos, as práticas alternativas (grifo nosso), jDurante as negociações do Acordo Geral sobre Tarifas e Co-
o não reconhecimento de patentes, a ampliação mércio (GATT), no Uruguai, houve a assinatura do Acordo so-
bre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Rela-
da pesquisa e da assistência farmacêutica foram cionados ao Comércio (Acordo TRIPS), que, em abril de 1994,
apontados como questões relevantes.8 culminou com a criação da OMC.
Apêndice A • Plantas Medicinais e Fitoterapia na Política Nacional de Saúde 5
final, que serviria como importante subsídio na Civil e dos ministérios da Integração Nacional; Desenvolvimen-
elaboração de uma política específica para o setor. to, Indústria e Comércio Exterior; Desenvolvimento Agrário;
Ciência e Tecnologia; Meio Ambiente; Agricultura, Pecuária e
Em agosto de 2003, durante o Seminário Abastecimento; Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Nacional de Plantas Medicinais, Fitoterápicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Fundação
e Assistência Farmacêutica, realizado pelo Oswaldo Cruz e foi instituído pelo Decreto no 10.447, em
17/2/2005.
Departamento de Assistência Farmacêutica e mBrasil, 2006b. Decreto no 5.813 de 22/6/2006. Aprova a Polí-
Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde tica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Diário Ofi-
cial da União, Brasília, 22/6/2006.
kA Portaria no 3.919, de 30/10/1998, que a estabeleceu a Po- nBrasil, 2006a. Portaria no 971 de 3/5/2006. Aprova a Política
lítica Nacional de Medicamentos, representou a consolidação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)
formal de diretrizes norteadoras para o SUS e a incorporação no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília,
das expectativas temporais de diferentes segmentos. 3/5/2006.
Apêndice A • Plantas Medicinais e Fitoterapia na Política Nacional de Saúde 7
Rasura
Moagem
Solvente
Spray drier
Padronização
Álcool + água
(maceração ou
percolação)
Extrato seco padronizado
Figura A.1 Etapas envolvidas na cadeia produtiva e os possíveis produtos que podem ser gerados a partir da planta medicinal. Esse esquema serve para ilustrar que, de
acordo com o produto a ser obtido, a complexidade do sistema é ampliada.
Apêndice A • Plantas Medicinais e Fitoterapia na Política Nacional de Saúde 9
10 Fitoterapia Contemporânea
Nível 4
Nível 3
Nível 2
Nível 1
Figura A.2 Esquema mostrando os níveis de complexidade da cadeia de plantas medicinais de acordo com as ca-
racterísticas de cada segmento.
As plantas mapeadas podem ser identificadas estudo, pode-se proceder à instalação de um ban
e classificadas pela natureza do seu emprego. co de dados informatizado, organizado com re
Plantas de uso tradicional daquela região, gistros de estudos científicos sobre essas espécies.
cujas informações científicas ainda inexistam Hoje em dia, grande parte das informações
ou sejam incipientes, carecem de mais estudos pode ser coletada com auxílio da internet, e os
para se afirmar a segurança de uso ou a própria endereços eletrônicos citados no Apêndice B,
eficácia. Somente com a identificação corre “Pesquisa na Internet”, servem como fontes de
ta é possível recorrer a pesquisas bibliográficas pesquisa segura. Os dados obtidos podem ser
para certificar o seu uso (mais informações no organizados na forma de memento para que os
Capítulo 3 referente à botânica). Nessa etapa, é profissionais de saúde orientem e indiquem aos
fundamental que um botânico assegure a identi usuários como usar as plantas.
dade das espécies vegetais. Caso alguma espécie Deve-se adquirir plantas medicinais de hortos
em questão não seja devidamente identificada, oficiais (universidades, centros de pesquisa, jardim
recomenda-se não introduzi-la oficialmente botânico) já identificadas, pois são oficialmente
para utilização terapêutica na unidade de saúde. aceitas como medicinais, incluídas, portanto, na
Essa medida visa proteger os usuários do uso de farmacopeia brasileira e códigos farmacêuticos
plantas potencialmente tóxicas. análogos, para cuja atividade farmacológica os seus
A partir da identificação das espécies utiliza constituintes químicos ativos sejam conhecidos.
das pela população, devemos proceder a um estu Atenção especial deve ser dada para a im
do bibliográfico para a certificação de segurança plantação e a manutenção de hortos oficiais de
e propriedades terapêuticas. Aproveitando esse espécies medicinais, pois a manutenção deve
Apêndice A • Plantas Medicinais e Fitoterapia na Política Nacional de Saúde 11
seguir a garantia de boas práticas de cultivo or Daí a importância da secagem, um método de
gânico, preservando a qualidade do ar, do solo e conservação bastante eficaz quando bem condu
da água. A horta também serve de espaço para zido. A desidratação inibe a atividade enzimática,
discutir temas ligados à saúde, à alimentação e retardando a deterioração e, consequentemente,
ao meio ambiente. preservando características como cor e aroma
O elenco de plantas selecionadas deve ser de que indicam boa qualidade da droga vegetal. O
espécies agronomicamente compatíveis com as processo pode ocorrer por métodos naturais em
condições ecológicas da região, partindo-se para nível doméstico, ou artificiais, com fins de co
o cultivo dessas espécies em sistema orgânico ou mercialização ou para uso na unidade de saúde.
agroflorestal, com objetivo de produção de plantas A matéria-prima vegetal deve ser processada
medicinais com teores homogêneos de princípios de acordo com as boas práticas de beneficiamen
ativos e livres de qualquer componente tóxico. to, oriunda de hortos oficiais de espécies medi
O cultivo de espécies medicinais tem par cinais, obtida de cooperativas, de associações de
ticularidades. É comum a produção de vegetais produtores, de extrativismo sustentável ou de
sem a quantidade de princípios ativos desejada, outros, com alvará ou licença dos órgãos com
por alguns possíveis erros cometidos no manejo petentes para tal. O horto e o beneficiamento de
da planta medicinal; isto é, cultivo, colheita, se vem contar com um responsável técnico.
cagem etc. Assim, na implantação de uma horta O período de armazenamento da droga vege
medicinal, deve-se estar atento a algumas pecu tal deve ser o menor possível, visando reduzir as
liaridades inerentes ao metabolismo vegetal, pois perdas de princípios ativos; preferencialmente o
certas plantas só produzem princípios ativos local deve ser escuro, arejado, seco, limpo e com
quando cultivadas a pleno sol, algumas a meia controle de umidade. O material armazenado
sombra e outras à sombra constante. A época de deve ser inspecionado com frequência e, no caso
plantio, o espaçamento e a época de colheita das do ataque de insetos ou fungos, recomenda-se
espécies também são variáveis importantes. Para eliminá-lo.
esse trabalho, deve-se contar com auxílio técnico As hortas têm alguns objetivos: serem utili
de um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola zadas como espaços educativos e objeto de pro
capacitado na equipe. moção de saúde. Já as plantas podem ser empre
Na colheita, deve-se estar ciente da parte da gadas frescas, ou enviadas para secagem e serem
planta a ser utilizada, bem como da época e do manipuladas em oficinas farmacêuticas por pro
horário mais indicados para colher. Como regra fissionais habilitados e depois serem receitadas
geral, devemos colher partes de plantas adultas, por profissionais capacitados. Aqui, o memento
com desenvolvimento vegetativo pleno e com elaborado serve de guia para orientar os prescri
bom aspecto fitossanitário. Devemos sempre co tores acerca de indicações, doses, modo de prepa
lher com tempo seco, de preferência pela manhã ro e possíveis reações adversas e efeitos colaterais
(após a evaporação do orvalho) ou no final da quando conhecidos. É importante que o serviço
tarde, quando o dia não estiver muito quente, estimule a criação de protocolos de atendimen
por causa da facilidade de evaporação de algu to em que os resultados terapêuticos possam ser
mas substâncias da planta. Não se recomenda avaliados e servir como fonte de conhecimento
colheita após um período prolongado de chuvas, para o desenvolvimento de novos produtos.
pois o teor de princípios ativos pode diminuir Os hortos são fundamentais também como
em função do aumento do teor de umidade. Esta banco de mudas identificadas botanicamente
umidade pode, também, prejudicar a secagem que podem ser distribuídas com segurança para
e facilitar o aparecimento de microrganismos a implantação ou manutenção de hortas institu
(fungos e bactérias) no material colhido, que cionais, comunitárias ou caseiras.
deve ser acomodado com cuidado em recipien
tes limpos, como cestas, caixas ou sacos, para ser Fitoterápico industrializado
transportado para a secagem. No que se refere aos industrializados, a Anvisa
criou, por meio da RDC 26/2014, duas catego
Planta medicinal seca (droga vegetal) rias: medicamentos fitoterápicos (MF) e produ
Nem sempre é possível o consumo de plantas tos tradicionais fitoterápicos (PTF). Conforme
medicinais frescas, principalmente de espécie essa resolução, a indústria farmacêutica deve
que apresente como droga vegetal a flor e que seguir regras específicas para registro e/ou noti
somente floresça em determinada época do ano. ficação desses produtos.
12 Fitoterapia Contemporânea
Deste modo, a RDC 26/2014 definiu como MF com fins medicinais. As diferenças entre os pro
os que passaram por testes clínicos padronizados dutos foram resumidas na Tabela A.1.
para avaliação de segurança e eficácia. Já os PTF Ainda, como forma de estimular a produção
são estabelecidos por meio da comprovação do re industrial foi criada instrução normativa (IN) no
gistro da eficácia e do uso seguro no ser humano 02/2014, como anexo à RDC 26/2014, que define
em literatura por um período de 30 anos. Ressalta- duas listas: a primeira com uma “lista de medi
se que produtos elaborados por comunidades tra camentos fitoterápicos de registro simplificado”
dicionais não são passíveis de registro ou notifi e a outra uma “lista de produtos tradicionais fi
cação conforme os princípios da RDC no 26/2014 toterápicos de registro simplificado”, conforme
e, por sua vez, não devem ser comercializados Tabelas A.2 e A.3.
Tabela A.1 Diferenças entre as categorias: medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico.
Medicamento fitoterápico Produto tradicional fitoterápico
Diferenças
(MF) (PTF)*
Comprovação de Segurança e Por estudos clínicos Por demonstração de tempo de uso
Eficácia/Efetividade (SE) (tradicionalidade)
Boas Práticas de Fabricação (BPF) Segue a RDC no 17/2010 Segue a RDC no 13/2013
Informações do fitoterápico para o Disponibilizadas na Bula Disponibilizadas no Folheto informativo
consumidor final
Formas de obter a autorização de Registro ou Registro Registro, Registro simplificado*** ou
comercialização junto à Anvisa simplificado** Notificação
*PTF são uma nova classe de medicamentos criada pela Anvisa com o intuito de deixar mais claro para a população se o
produto que ela está utilizando passou por todos os testes clínicos de segurança e eficácia ou se foi aprovado por tempo de
uso tradicional seguro e efetivo. ** Os de registro simplificado obedecem à Tabela A.2. *** Os de registro simplificado obe-
decem à Tabela A.3.
Tabela A.4 Lista de espécies que não podem ser utilizadas na composição de produtos tradicionais
fitoterápicos.
Nomenclatura
Família botânica Nome popular Justificativa
Acoraceae 1. Acorus calamus Cálamo Devido ao seu teor de b-asarona, foi
considerada imprópria para consumo
humano por ser cancerígeno
Tabela A.4 Lista de espécies que não podem ser utilizadas na composição de produtos tradicionais
fitoterápicos. (continuação)
Nomenclatura
Família Nome popular Justificativa
botânica
Apocynaceae 9. Cryptostegia Criptostégia, unha-de- Contém substancias tóxicas que
grandiflora moça, viúva-alegre provocam disritmia cardiovascular,
extrassístole prematura, diminuição
da frequência cardíaca, fibrilação
10. Thevetia Chapéu-de-napoleão Contém glicosídeos cardiotônicos com
peruviana efeitos similares aos digitálicos
11. Haemadictyon - Espécies desse gênero contêm
spp. dimetiltriptamina (DMT), a qual
pertence ao grupo da triptamina e
causa intensos efeitos no SNC
Araceae 12. Dieffenbachia Comigo-ninguém-pode Contém cristais de oxalato de cálcio e
seguine substâncias lipofílicas insaturadas
presentes em torno desses cristais
que são tóxicos
Aristolochiaceae 13. Aristolochia spp. - Espécies desse gênero contêm ácidos
aristolóquicos que são potentes
agentes nefrotóxicos e
carcinogênicos
14. Asarum sp. Cop. - Espécies desse gênero contêm ácidos
aristolóquicos que são potentes
agentes nefrotóxicos e
carcinogênicos
Asteraceae 15. Ageratum Camará-opela, catinga-de- Contém alcaloides pirrolizidínicos que
conyzoides barrão, catinga-de-bode, são hepatotóxicos
catinga-de-borrão
16. Baccharis Miomio Contém tricotecenos macrocíclicos que
coridifolia provocam hipotermia, dor
abdominal, diarreia, anorexia,
desidratação, taquicardia, agitação e
morte
17. Petasites spp. Petasites Contém alcaloides pirrolizidínicos que
são hepatotóxicos
18. Senecio spp. Erva-de-são-tiago, tasna, Contém alcaloides pirrolizidínicos que
tasneira são hepatotóxicos
19. Tussilago farfara Tussilago Contém alcaloides pirrolizidínicos que
são hepatotóxicos
Boraginacea 20. Heliotropium Algumas espécies desse Espécies que pertencem a esse gênero
spp. gênero são conhecidas possuem em sua constituição
como borragem-brava, química alcaloides do tipo
cravo-de-urubu, crista- pirrolizidínico que são hepatotóxicos
de-galo, crista-de-peru,
fedegoso, gervão-branco,
dentre outros nomes
21. Cynoglossum Língua-de-cão Contém alcaloides pirrolizidínicos que
officinale são hepatotóxicos
Cactaceae 22. Lophophora spp. Peiote As espécies desse gênero contêm
mescalina que atua no SNC
provocando náuseas, vômitos,
depressão, pânico, confusão, medo
etc.
23. Opuntia Cacto Contém mescalina que atua no SNC
cylindrica provocando náuseas, vômitos,
depressão, pânico, confusão, medo
etc.
(continua)
Apêndice A • Plantas Medicinais e Fitoterapia na Política Nacional de Saúde 25
Tabela A.4 Lista de espécies que não podem ser utilizadas na composição de produtos tradicionais
fitoterápicos. (continuação)
Nomenclatura
Família Nome popular Justificativa
botânica
Campanulaceae 24. Lobelia inflata Lobelia Contém alcaloides com núcleo
piperidina (lobelina, isolobelina) que
atuam no SNC, cujos efeitos tóxicos
incluem sudorese, náuseas, vômitos,
diarreia, tremores, taquicardia,
confusão mental, convulsões,
hipotermia, coma e morte
Cannabaceae 25. Cannabis sp. Maconha, diamba Espécie criminalizada no Brasil. Contém
substâncias psicoativas
Celastraceae 26. Catha edulis Khat Contém o alcaloide catinona, um
estimulante similar à anfetamina, que
causa excitação e euforia
Colchicaceae 27. Gloriosa superba Gloriosa Contém alcaloide colchicina que é
altamente tóxico
Combretaceae 28. Combretum Sipaúba, cipaúba Contém substâncias nefrotóxicas
glaucocarpum
Convolvulaceae 29. Ipomoea carnea Algodão-bravo, canudo Contém alcaloides psicoativos que
subsp. fistulosa causam náuseas, midríase,
alucinações, redução dos reflexos,
30. Ipomoea Flor-da-virgem, glória-da-
diarreia, hipotensão
burmanni (Rivea manhã
corymbosa)
31. Ipomoea Campainha, corda-de-viola
hederacea
32. Ipomoea violacea Glória-da-manhã
(Ipomoea
tricolor)
33. Argyreia nervosa Cordão de seda
Dennstaedtiaceae 34. Pteridium Samambaia Contém substâncias carcinogênicas
aquilinum (ptaquilosídeo)
Erythroxylaceae 35. Erythroxylum Coca Contém alcaloide cocaína
coca
Euphorbiaceae 36. Aleurites fordii Árvore-do-tungue, Contém toxialbumina e saponinas que
castanha-purgativa, tung provocam náuseas, vômitos, cólicas
abdominais e diarreia, seguidos de
sede, secura
37. Aleurites Nogueira-brasileira, -
moluccanus nogueira-de-iguape,
noz-da-índia
38. Jatropha curcas Mandubiguaçu, pinha-de- Contém jatrofina (curcina) que provoca
purga, pinhão-bravo irritação das mucosas de estômago e
intestino, causando náuseas, diarreia
39. Manihot Mandioca-brava, Contém glicosídeos cianogênicos que
esculenta mandioca-mulatinha, interferem na condução de oxigênio
mandioca-preta, para as células. Provoca vômitos,
manipeba diarreia, sonolência, dores
abdominais, convulsões musculares,
torpor e coma
40. Pedilanthus Dois-irmãos, picão, Contém ésteres de forbol e outros
tithymaloides sapatinho-de-judeu, diterpenoides que são cáusticos,
sapatinho-do-diabo, irritantes e carcinogênicos
sapatinho-dos-jardins
(continua)
26 Fitoterapia Contemporânea
Tabela A.4 Lista de espécies que não podem ser utilizadas na composição de produtos tradicionais
fitoterápicos. (continuação)
Nomenclatura
Família Nome popular Justificativa
botânica
Euphorbiaceae 41. Cnidoscolus Favela Contém substâncias cianogênicas
phyllacanthus
42. Euphorbia Avelox Contém látex tóxico
tirucalli
Fabaceae 43. Abrus precatorius Alcaçuz-da-américa, cipó- Contém toxialbuminas, especialmente
L. de-alcaçuz, grãos-de- abrina, nas sementes e raízes
rosário, jequiriti, juqueriti,
olho-de-cabra
44. Anadenanthera Angico Contém alcaloides, especialmente
macrocarpa bufotenina que é uma triptamina
relacionada ao neurotransmissor
45. Anadenanthera Angico-de-curtume, serotonina
peregrina angico-vermelho
46. Crotalaria sp. Crotalária Contém alcaloides pirrolizidínicos que
são hepatotóxicos
47. Piptadenia Angico Contém alcaloides, especialmente
macrocarpa bufotenina, que é uma triptamina
relacionada ao neurotransmissor
48. Piptadenia Angico serotonina
peregrina
49. Sophora Feijão-mescal Contém mescalina que atua no SNC
secundiflora provocando náuseas, vômitos,
depressão, pânico, confusão, medo
etc.
50. Spartium Giesta-dos-jardins Contém alcaloides quinolizidínicos
junceum (esparteína e citisina) que atuam no
sistema nervoso simpático e
parassimpático
Lamiaceae 51. Salvia divinorum Sálvia Contém salvinorina A que é
responsável por seus efeitos
alucinógenos e que, dependendo do
modo e da quantidade consumida,
provoca alucinações,
despersonalização e desrealização
Loganiaceae 52. Spigelia Arapabaca, espigélia, erva- Contém alcaloide espigelina, o qual
anthelmia lombrigueira e tem efeito semelhante à estricnina
lombrigueira
53. Strychnos - Contém estricnina
gauthierana
54. Strychnos ignatii -
(Ignatia amara)
Malpighiaceae 55. Banisteriopsis Cabi, caupuri, jagupe, mariri Contém alcaloides do grupo das
caapi b-carbolinas (harmina, harmalina)
que são estimulantes do SNC
(inibidores da monoaminaoxidase A)
Malvaceae 56. Sida acuta Guanxuma, vassoura Contém alcaloides psicoativos
Meliaceae 57. Melia azedarach Cinamomo, cardamomo, Contém alcaloide neurotóxico
jasmim-de-cachorro, (azaridina) que provoca náuseas,
jasmim-de-soldado vômitos, cólicas e diarreia, que
podem evoluir para confusão mental,
torpor e coma
(continua)
Apêndice A • Plantas Medicinais e Fitoterapia na Política Nacional de Saúde 27
Tabela A.4 Lista de espécies que não podem ser utilizadas na composição de produtos tradicionais
fitoterápicos. (continuação)
Nomenclatura
Família Nome popular Justificativa
botânica
Moraceae 58. Ficus pumila Fícus Contém substâncias tóxicas que
causam fotodermatite grave
Myristicaceae 59. Virola sebifera Pau-de-sebo, virola, ucuuba Contém substâncias psicoativas
(alcaloides indólicos triptaminérgicos)
Phytolaccaceae 63. Petiveria alliacea Amansa senhor, guiné, pipi, Contém substâncias tóxicas para o SNC
tipi
71. Nicotiana glauca Charuteira, charuto-do-rei, Contém alcaloide (nicotina) que age
tabaco-arbóreo sobre os sistemas cardiovascular,
endócrino e nervoso central
72. Nicotiana Tabaco
tabacum
Na Tabela A.4 encontram-se as espécies vege Tabela A.6 Lista de espécies vegetais com restrições
tais organizadas por ordem alfabética de famí para o registro/notificação de medicamentos
lia botânica. Observa-se que as famílias com fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos.
maior número de espécies que não podem ser Espécie Restrição
utilizadas são: Apocynaceae e Fabaceae, am
Arnica spp. O IFAV só pode ser utilizado
bas com 8, seguidas de Euphorbiaceae com 7, para uso externo
Asteraceae e Convolvulaceae, ambas com 5 es
Espécies com A exposição diária de
pécies. A Tabela A.5 contém as espécies de fun alcaloides alcaloides pirrolizidínicos
gos. A Tabela A.6 cita as espécies com restrição pirrolizidínicos não pode ser superior a
de uso. 1 ppm, ou seja, 1 mg/g
Mentha pulegium Só pode ser utilizado se a
posologia proposta para o
Tabela A.5 Espécies de fungos que não podem ser produto não exceder uma
utilizadas na composição de produtos tradicionais dosagem diária de tujona de
fitoterápicos. 3 a 6 mg
Tabela A.7 Espécies, partes utilizadas, formas farmacêuticas e indicações contidas na 1a edição do FFFB.
Forma
Nome científico Nome popular Parte usada Indicação
farmacêutica
1 Achillea millefolium L. Mil-folhas e Partes aéreas Infusão Aperiente, antidispéptico,
(Sinonímia Achillea mil-em-rama secas Tintura anti-inflamatório e
alpicola (Rydb.) Rydb.) antiespasmódico
2 Achyrocline satureioides Macela, marcela Sumidades Infusão Antidispéptico,
(Lam.) DC. (Sinonímia e marcela-do- floridas antiespasmódico e anti-
Achyrocline candicans campo secas inflamatório
(Kunth) DC.)
3 Arctium lappa L. Bardana Raízes secas Decocto Antidispéptico, diurético e
(Sinonímia Arctium anti-inflamatório
chaorum Klokov e Lappa
major Gaernt.)
4 Arnica montana L. Arnica Flores secas Infusão – uso Anti-inflamatório em
externo contusões e distensões,
Gel nos casos de equimoses e
Pomada hematomas
5 Baccharis trimera (Less.) Carqueja e Partes aéreas Infusão Antidispéptico
DC. (Sinonímia Baccharis carqueja- secas
genistelloides var. trimera amarga
(Less.) Baker e Molina
trimera Less.)
6 Calendula officinalis L. Calêndula Flores secas Infusão – uso Anti-inflamatório e
externo cicatrizante
Tintura – uso Anti-inflamatório em
externo afecções da cavidade oral
Gel Antisséptico e cicatrizante
Creme
7 Casearia sylvestris Sw. Guaçatonga, Folhas secas Infusão Antidispéptico
(Sinonímia Anavinga erva-de-bugre
samyda C. F. Gaernt., e erva-de-
Casearia affinis Gardner lagarto
in Hooker e Casearia
attenuata Rusby)
8 Cinnamomum verum J. Canela e canela- Cascas secas Infusão Aperiente, antidispéptico,
Presl (Sinonímia do-ceilão antiflatulento e
Camphora mauritiana antiespasmódico
Lukman., Cinnamomum
zeylanicum Blume e
Laurus cinnamomum L.)
9 Citrus aurantium L. Laranja-amarga Flores secas Infusão Ansiolítico e sedativo leve
(Sinonímia
Citrus aurantiifolia
(Christm.) Swingle e
Citrus vulgaris Risso.)
10 Cordia verbenacea DC. Erva-baleeira Folhas secas Infusão – uso Anti-inflamatório
(Sinonímia Varronia externo Anti-inflamatório em dores
curassavica Jacq.) Pomada associadas a músculos e
tendões
11 Curcuma longa L. Cúrcuma, açafroa Rizomas Infusão Antidispético e anti-
(Sinonímia e açafrão-da- secos Tintura inflamatório
Amomum curcuma Jacq. terra Colerético, colagogo,
e Curcuma domestica hipolipemiante,
Valeton) antiespasmódico,
antiflatulento e anti-
inflamatório
(continua)
Apêndice A • Plantas Medicinais e Fitoterapia na Política Nacional de Saúde 31
Tabela A.7 Espécies, partes utilizadas, formas farmacêuticas e indicações contidas na 1a edição do FFFB.
(continuação)
Forma
Nome científico Nome popular Parte usada Indicação
farmacêutica
12 Cymbopogon citratus (DC.) Capim-santo, Folhas secas Infusão Antiespasmódico,
Stapf (Sinonímia capim-limão, ansiolítico e sedativo leve
Andropogon cerifer capim-cidró,
Hack., Andropogon capim-cidreira
citratus DC. e e cidreira
Andropogon citriodorum
hort. ex Desf.)
13 Cynara scolymus L. Alcachofra Folhas secas Infusão Antidispéptico
(Sinonímia Cynara Tintura Antidispéptico,
cardunculus L.) antiflatulento,
antiemético, diurético e
antiaterosclerótico.
Coadjuvante no
tratamento de
hipercolesterolemia leve a
moderada e da síndrome
do intestino irritável
14 Echinodorus macrophyllus Chapéu-de- Folhas secas Infusão Diurético leve e anti-
(Kunth) Micheli couro inflamatório
(Sinonímia
Alisma macrophyllum
Kunth e Echinodorus
scaber Rataj.)
15 Hamamelis virginiana L. Hamamélis Cascas secas Decocção Anti-hemorroidal
(Sinonímia – uso
Hamamelis androgyna externo
Walter, Hamamelis
corylifolia Moench e
Hamamelis dioica
Walter.)
16 Illicium verum Hook F. Anis-estrelado Frutos secos Infusão Expectorante e
(Sinonímia Illicium san-ki antiflatulento
Perr.)
17 Justicia pectoralis Jacq. Chambá, Partes aéreas Infusão Expectorante
(Sinonímia chachambá e secas
Dianthera pectoralis trevo-cumaru
(Jacq.) J.F. Gmel.,
Ecbolium pectorale
(Jacq.) Kuntze e Justicia
stuebelii Lindau.)