Afeto e Emoção Na Educação
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Afeto e Emoção Na Educação
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A educação afetiva envolve o conhecimento da emoção, incluindo:
intensidade emocional, emoções e gatilhos universais, e emoções positivas;
consciência emocional para incluir conhecimento lexical e identificação verbal de
emoções; expressão verbal e não verbal da emoção, incluindo o conhecimento
das regras de exibição; e regulação emocional que merece discussão separada.
Pesquisas que sustentam a necessidade de abordar esses aspectos da educação
afetiva nas escolas são descritas neste tópico, assim como serão apresentadas
áreas em que houve pesquisa significativa. Além disso, a determinação dos
componentes apropriados da educação afetiva, para o que iremos chamar de
Níveis 1, 2 e 3, será abordada, juntamente com vários métodos para identificar
as necessidades dos alunos para trabalho adicional na área da educação afetiva.
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3 EDUCAÇÃO AFETIVA
Voltemos nossa atenção, agora, à Educação Afetiva. A suposição da
educação afetiva é que a alfabetização emocional é composta de habilidades
que podem ser aprendidas ou habilidades que podem ser desenvolvidas ou
aprimoradas. Saarni (2002) considerou competência emocional um conjunto
de habilidades emocionais que poderiam ser aprendidas. Essas habilidades,
consideradas amplamente para discussão, incluíam:
• Consciência emocional.
• Compreender as emoções de outras pessoas com base no contexto e nas su-
gestões.
• Competência no uso do vocabulário emocional de sua cultura.
• Empatia.
• Compreender os efeitos ou consequências do comportamento emocional.
• Uso de estratégias de regulação emocional.
• Expressar e compartilhar exibições apropriadas de emoções em relaciona-
mentos interpessoais.
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4 CONHECIMENTO EMOCIONAL
O conhecimento emocional é importante e está relacionado a um melhor
funcionamento social. Temos evidências consideráveis para indicar que crianças
e adolescentes com mais conhecimento emocional funcionam melhor que seus
pares neste aspecto. O conhecimento das crianças pequenas sobre emoções afeta
a qualidade de suas interações sociais, e está ligado à sua competência social.
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Crianças com alto nível de conhecimento emocional tendem a ter mais habilidades
verbais do que seus colegas e demonstram um melhor ajuste. Importante
ressaltar que existe uma conexão entre conhecimento emocional e desempenho
acadêmico (MACHADO et al., 2008; EISENBERG; SADOVSKY; SPINRAD, 2005).
Quando os alunos não são competentes em conhecimento emocional, eles podem
experimentar sentimentos e comportamentos em reação a sugestões sociais que
não se encaixam adequadamente no contexto (ACKERMAN; IZARD, 2004).
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tempo do surgimento pode ser muito lento ou muito rápido. Não apenas o tempo
do surgimento, mas a altura da emoção ou o nível de intensidade com que os
indivíduos experimentam várias emoções, podem variar muito de aluno para
aluno. Algumas crianças e adolescentes podem atingir um nível de intensidade
da emoção que os coloca em alto risco de reagir de forma a se arrependerem
posteriormente, ou os colocarão em apuros. O período, ou duração temporal, que
os indivíduos experimentam uma emoção, também varia. Alguns alunos atingem
altos níveis de emoção e permanecem lá por mais tempo que seus pares. Não só
eles estão em risco de tendências de ação inadequadas, mas, também, não podem
pensar bem durante a intensidade emocional de pico. Estes alunos podem sentir
muita emoção quando estão em festas, em brincadeiras no recesso ou quando
estão em parques de diversões. Depois de experimentar uma emoção intensa,
precisamos nos recuperar fisiologicamente, pois nosso coração, e corpo, não
podem manter, com segurança, níveis muito altos de estimulação.
Quando o medo deixa o aluno tão ansioso que ele não consegue ter um
bom desempenho em um teste, ou falar na frente da turma, ou ter iniciativa
de ir em direção a um pequeno grupo de alunos, certamente não é útil. Mas,
quando o medo nos impede de correr riscos desnecessários, ou tolos, quando nos
atrevemos a fazer algo perigoso, porque colegas nos desafiaram, o medo é uma
emoção útil. O medo nos ajuda a recuar quando precisamos fazê-lo para nossa
própria segurança; a raiva facilita nossa capacidade de nos proteger e aos outros.
A raiva nos ajuda a deixar que os outros saibam que houve uma violação.
Quando nossas emoções não estão funcionando beneficamente para nós, isto é,
nos causam problemas, nos impedem de ter um bom desempenho na escola,
interferem no estabelecimento de amizades ou na manutenção de amizades, elas
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outra pessoa, a repentina perda de apoio, algo que se aproxima de nós a grande
velocidade, e percebemos o perigo e somos incapazes de fazer algo a respeito,
são gatilhos adicionais para a raiva. A tristeza é desencadeada por perdas como a
rejeição, quando a nossa autoestima é atacada ou quando sentimos uma perda de
saúde. A perda específica, em vez da perda em si mesma, pode diferir de pessoa
para pessoa, situação para situação e cultura para cultura.
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6 CONSCIÊNCIA EMOCIONAL
Os alunos precisam aprender a processar, efetivamente, as emoções para:
identificá-las em si mesmos e nas outras pessoas; comunicar necessidades; exibir
emoção ou optar por não o fazer; rotular emoção para obter ajuda para lidar com
o estresse; e sinalizar aos outros que eles podem estar atingindo intensidades
críticas de emoção. A expressão emocional serve como um sinal destes modos
(SOUTHAM-GEROW; KENDALL, 2002). Pesquisadores recentemente
propuseram, e realmente forneceram, algumas evidências para apoiar a ideia
de que o processamento de emoções em crianças ocorre ao longo de duas vias:
léxico-semântico e visuoespacial. Esses caminhos exploram diferentes habilidades
cognitivas (HERBA et al., 2006). Um padrão processa informação lexical ou
conhecimento verbal, e o outro processa aspectos visuoespaciais de expressões
faciais. Ambas as vias têm a ver com identificação emocional e expressão.
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ano para explorar o uso de regras de exibição da raiva pelos alunos. Aos dez
anos, os alunos costumavam usar regras de exibição mais do que os estudantes
mais jovens. As meninas usavam regras de exibição para a raiva mais do que os
meninos, embora os meninos aumentassem o uso de regras de exibição à medida
que cresciam. As meninas afrodescendentes, no início da adolescência, usavam
menos regras de exibição do que as meninas mais jovens e eram mais diretas e
assertivas em situações sociais. Houve uma tendência de os estudantes agressivos
usarem menos regras de exibição que seus pares. Os alunos usaram mais regras
de exibição ao interagir com os professores do que com os colegas. Em vez de
expressar raiva contra os professores, alguns alunos não demonstraram nenhuma
emoção, ou disseram que ficaram tristes. Pesquisadores sugeriram que quando
as crianças mascaram as emoções, elas tendem a mascarar mais de uma emoção
negativa. As crianças acham mais fácil aprender a mascarar o comportamento do
que expressões faciais.
As crianças aprendem a usar regras de exibição logo aos dois ou três anos
de idade (PARKER et al., 2001). Josephs (1994) investigou o uso e a compreensão
das regras de exibição em crianças de quatro a seis anos. Aquelas com seis anos
de idade foram mais capazes de identificar a diferença entre emoção real e
exibida. Curiosamente, em um estudo de acompanhamento, pré-escolares foram
capazes de usar regras de exibição antes que pudessem distinguir a diferença
entre emoções reais e exibidas.
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A ASE não está sem seus críticos, pois é, na verdade, um termo que
abrange uma ampla gama de programas com abordagens e focos divergentes.
Hoffman (2009) relatou que existem mais de 200 tipos de programas em uso nos
EUA. A implementação de programas da ASE varia muito. Os programas variam
de complementos, há intervenções escolares completas que afetam o clima de
todos os membros da comunidade escolar (TACLA et al., 2014).
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uma necessidade de mudança de foco, da busca por encontrar déficits nas crianças
para mudar contextos sociais e culturais, para que climas emocionais positivos
possam ser obtidos.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você aprendeu que:
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• Os alunos que entendem que podem aprender estratégias para interferir nos
ciclos emocionais tendem a funcionar melhor.
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