TCC Andre Bonetto Trindade Turma15
TCC Andre Bonetto Trindade Turma15
TCC Andre Bonetto Trindade Turma15
FACULDADE UNISOCIESC
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO
TRABALHO
Joinville, SC
2018
ANDRÉ BONETTO TRINDADE
Joinville, SC
2018
DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO DE DIAGNÓSTICO ERGONÔMICO
DAS SOBRECARGAS EM MEMBROS SUPERIORES PARA USO EM
DISPOSITIVOS MÓVEIS — MÉTODO RULA.
.............................................................................................
Coordenador (a) de Curso
.............................................................................................
Prof.Orientador(a)
.............................................................................................
Prof. Banca Examinadora
A todos que colocam a segurança e saúde em primeiro lugar.
AGRADECIMENTOS
1
McAtamney, L. and Corlett, E.N. (1993) RULA: A survey method for the investigation of work-related
upper limb disorders. Applied Ergonomics, 24 (2), 91-99
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
1.2.2 Específicos
Para alcançar o objetivo geral é necessário que sejam atingidos os seguintes objetivos
específicos:
Realizar estudo e revisão de literatura sobre o histórico, desenvolvimento e aplicação de
ergonomia;
Verificar e apresentar os requisitos da Norma Regulamentadora NR-17 sobre ergonomia do
MTE;
Apresentar a revisão de literatura sobre o histórico e aplicação da ferramenta ergonômica
fundamentada no método RULA;
Apresentar histórico e relevância do uso de aplicativos em dispositivos móveis;
Selecionar e descrever e a linguagem de programação para sistema operacional de
dispositivos móveis;
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2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ERGONOMIA
O termo Ergonomia foi cunhado em 1857, quando o cientista polonês Wojciech Jastrzebowski
em seu artigo intitulado “Ensaios de Ergonomia, ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da
ciência sobre a natureza”, juntou os termos gregos ergon = trabalho e nomos = leis e estabeleceu que
a Ergonomia como uma ciência do trabalho requer que entendamos a atividade humana em termos
de esforço, pensamento, relacionamento e dedicação (WOJCIECH, 1857, apud MÁSCULO, 2011).
A ergonomia é algo que acompanha a evolução do homem. Melhoramentos das ferramentas
manuais pré-históricas, os primeiros estudos de fatores ambientais feitos por Armanda de Villeneuve
na idade média, a descrição de problemas de saúde relacionados a 52 ocupações, feita por
Ramazzini no século XVIII são alguns marcos dos primeiros passos desta ciência.
Na primeira metade do século XX, as novas divisões de trabalho oriundas da revolução
industrial e as novas técnicas de produção criaram novos ambientes e condições de trabalho para o
homem. Neste período equipamentos para mensurar o desempenho físico humano e pesquisas sobre
o desgaste fisiológico e desgaste muscular estavam se tornando realidade e a ergonomia já se
tornava o embrião do que atualmente se considera ergonomia.
Durante o período da segunda grande guerra, foram formados tanto na Inglaterra como nos
Estados Unidos, grupos interdisciplinares com objetivo de elevar a eficácia combativa dos soldados,
marinheiros e aviadores. O trabalho destes grupos foram voltados para adaptação de equipamentos
militares às características físicas e psicológicas dos soldados, sobretudo em situações de
emergência e pânico (MÁSCULO, 2011).
No pós-guerra, os esforços de adaptações dos equipamentos bélicos foram migrados para a
produção civil e em 1947 é formada a Ergonomics Research Society, sendo a primeira associação
sobre ergonomia do planeta (MÁSCULO, 2011). Também, em 1949, outra vertente da ergonomia
aparece devido à necessidade da reconstrução do parque fabril Europeu, tendo como modelo a
montadora de automóveis Renault, dando origem a escola francesa de ergonomia, que tenta
conceber adequadamente novos postos de trabalho a partir do estudo da situação existente
(MÁSCULO, 2011).
Em 1967, a International Ergonomics Association – IEA, a qual o Brasil faz parte através da
ABERGO, se tornou uma associação de sociedades federadas em todo o mundo, e tem como
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definição de ergonomia a disciplina científica preocupada com a compreensão das interações entre
os seres humanos e outros elementos de um sistema e a profissão que aplica teoria, princípios,
dados e métodos a serem projetados para otimizar o bem-estar humano e o sistema geral
desempenho. Os praticantes de ergonomia, os ergonomistas, contribuem para a concepção e
avaliação de tarefas, empregos, produtos, ambientes e sistemas para torná-los compatíveis com as
necessidades, habilidades e limitações das pessoas (http://www.iea.cc/whats/index.html, 05/02/2018).
De acordo com a IEA, pode-se dividir os estudos ergonômicos em três grandes domínios de
fatores humanos: a ergonomia física, a ergonomia cognitiva e a ergonomia organizacional.
A ergonomia física, lida com as respostas do corpo humano à carga física e psicológica.
Preocupa-se, principalmente com os aspectos físicos de interface homem – máquina, objetivando
dimensionar a estação de trabalho, facilitar discriminação de informações e manipulação de controles
(MÁSCULO, 2011).
Como os processos mentais, tais como percepção, cognição, atenção, controle motor e
armazenamento e recuperação de memória, afetam a interação dos seres humanos com outros
elementos de um sistema é conhecida como ergonomia cognitiva (MÁSCULO, 2011).
Por último, a ergonomia organizacional refere-se diretamente a organização do trabalho em
si, como por exemplo: turnos, programação de trabalho, satisfação no trabalho, teria motivacional,
trabalho em equipe e ética, que são fatores que afetam o trabalhador no desenvolvimento de suas
tarefas (MÁSCULO, 2011).
No Brasil, a Ergonomia tem sua obrigatoriedade de aplicação a partir da Norma
Regulamentadora NR 17, do Ministério do Trabalho e Emprego. Esta norma traz recomendações da
estrutura de itens que devem obrigatoriamente ser desenvolvidos em uma avaliação ergonômica, tais
como a análise e levantamento, transporte e descarga individual de materiais, mobiliário dos postos
de trabalho, equipamentos dos postos de trabalho, condições ambientais de trabalho e a organização
do trabalho. Observa-se, entretanto, que a NR 17 não discorre sobre metodologias de avaliações
posturais para que o avaliador possa analisar os aspectos físicos, posturais e seus respectivos riscos
biomecânicos e de sobrecargas nos trabalhadores.
Portanto, o objetivo deste trabalho relaciona-se principalmente com a ergonomia física, na
qual a carga física e o modo de interação do trabalhador pode resultar em lesões, caso não sejam
manipuladas dentro de certos limites e neste sentido, os diferentes métodos disponíveis ajudam o
avaliador na determinação dos riscos posturais em membros superiores dos trabalhadores.
No decorrer da história da ergonomia, diversas ferramentas de ergonomia física foram
desenvolvidas, entre elas o método Ovako Working Posture Analysing System (OWAS), Occupational
Repetitive Actions (OCRA), a equação do NIOSH para levantamento de cargas e o Rapid Upper Limb
Assessment (RULA).
O método OWAS foi desenvolvido na Finlândia por Karhu, Kansi e Kuorinka, entre 1974 e
1978 em conjunto com o instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, com intuito de gerar informações
para melhorar os métodos de trabalho pela identificação de posturas corporais prejudiciais durante a
realização das atividades e a partir de análises fotográficas, foram colecionadas 72 posturas típicas
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que ocorrem em uma indústria pesada (Karhu; Kansi; Kuorinka 1977; Joode; Verspuy; Burdof, 2004
apud MÁSCULO, 2011).
O método OCRA foi desenvolvido pelos Drs. Enrico Occhipinti e Daniela Colombini, a pedido
da Associação Internacional de Ergonomia (IEA) a partir de 1996. O objetivo deste método é
identificar um procedimento para calcular um índice quantitativo, que represente os riscos associados
aos movimentos repetitivos dos membros superiores e estabelecer um número recomendado de
movimentos por minuto, considerando algumas variáveis, tais como esforço físico, posturas dos
membros superiores e pausas durante a jornada de trabalho (MÁSCULO, 2011).
A equação do NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Heath) para
levantamento de cargas é uma equação amplamente utilizada para determinar a carga máxima a ser
levantada em um posto de trabalho e depende de fatores de caráter biomecânico, fisiológico e
psicofísico (MÁSCULO, 2011)
O método RULA é um método ou ferramenta desenvolvida por Mc Attameny e Corlett (1993)
que objetiva avaliar o risco do trabalhador à exposição de posturas e atividades musculares
inadequadas e aquisição de LER ou DORT. Este método é o que fundamenta o aplicativo
desenvolvido neste trabalho e terá um capítulo dedicado para seu detalhamento. Analisando os
objetivos dos diferentes métodos, observa-se que cada qual é específico em sua análise,
proporcionando diagnósticos que favorecem a categorização de risco das atividades desenvolvidas
pelos trabalhadores. Neste estudo priorizou-se o método RULA por ser generalista e diagnosticar
principalmente as sobrecargas em membros superiores que é o principal segmento corporal
demandado nos trabalhos executados pelo ser humano.
As relações de trabalho no Brasil estão sob o ordenamento jurídico que começam pela nossa
Lei maior, a constituição federal, e dela partem as outras normas que servem para melhor detalhar e
regulamentar o que o legislador propôs.
As normas previdenciárias tratam do acidente e das doenças do trabalho, suas definições e
classificações e as repercussões para o empregador e empregado. Do ponto de vista sanitário, as
empresas também estão submetidas às obrigações de manter os locais de trabalho e as situações de
interesse para a saúde humana em condições sanitárias condizentes com as normas federais,
estaduais e municipais da saúde (MÁSCULO, 2011).
No âmbito trabalhista, nossa legislação está assentada na consolidação das leis trabalhistas
(CLT), na qual o capítulo V trata da Segurança e Medicina do Trabalho, e para especificar o que a Lei
trata, são emitidas Normas Regulamentadoras que atualmente são totalizam 36 normas nos mais
variados temas pertinentes a SST, entre elas a NR-17 trata especificamente da ergonomia do
trabalho.
A Norma Regulamentadora 17 visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (NR 17.1,1990).
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superior em abdução.
Tendinite do Supra – Elevação com abdução dos ombros Carregar pesos sobre o ombro,
Espinhoso associada a elevação de força.
Tenossinovite de De Estabilização do polegar em pinça Apertar botão com o polegar
Quervain seguida de rotação ou desvio ulnar
do carpo, principalmente se
acompanhado de força.
Tenossinovite dos Fixação antigravitacional do punho. Digitar, operar mouse
extensores dos dedos Movimentos repetitivos de flexão e
extensão dos dedos.
Fonte: RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders (1993).
Fonte: RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders (1993).
Fonte: RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders (1993).
Fonte: RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders (1993).
23
Se houver desvio lateral radial ou ulnar conforme figura 05, acrescenta-se 1 ponto. A rotação
dos punhos também é avaliada de acordo com a amplitude do movimento. Para grandes amplitudes
adiciona-se 2 pontos e para médias rotações adiciona-se um ponto.
Fonte: RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders (1993).
Fonte: Adaptado de RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
(1993).
A avaliação do grupo B começa com a postura do pescoço que é avaliada conforme a figura
06. A pontuação possível é 1,2,3 ou 4. Se houver rotação do pescoço ou se o mesmo estiver
inclinado lateralmente adiciona-se mais 1 ponto.
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Fonte: RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders (1993).
O tronco é avaliado como segue na figura 07. Se o tronco for bem suportado enquanto o
trabalhador estiver sentado ou se o tronco estiver alinhado com a linha vertical que passa pela coluna
vertebral, a pontuação é 1. Será pontuado em 2 pontos até 20 graus em relação à linha vertical, 3
pontos de 20 a 60 graus e 4 pontos acima de 60 graus. Se houver rotação ou inclinação lateral do
tronco, adiciona-se 1 ponto.
Fonte: RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders (1993).
As pernas e pés são pontuados em 1 ponto caso estejam bem apoiadas e balanceadas, caso
contrário a pontuação é 2.
Determinados os valores para pescoço, tronco, pernas e pés, utiliza-se a tabela 04 para
determinar a pontuação do grupo B.
Fonte: Adaptado de RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
25
(1993).
Fonte: Adaptado de RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
(1993).
Fonte: Adaptado de RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
(1993).
Por fim, após determinar os valores do grupo A e B e feita as correções conforme a contração
muscular, força e carga, utiliza-se a tabela 07 para encontrar a pontuação final da análise e as
recomendações de ação para o posto de trabalho analisado.
Fonte: Adaptado de RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
(1993).
As possíveis ações a serem tomadas de acordo com o determinado pela tabela 07 estão
descritas na tabela 08.
Pontuação Recomendação
1 ou 2 A atividade não oferece riscos posturais, se não for mantida ou repetidas por longos
períodos.
3 ou 4 A atividade deve ser melhor investigada, pois pode oferecer riscos posturais.
Mudanças podem ser necessárias.
5 ou 6 A atividade deve ser melhor investigada, pois oferece riscos posturais. Mudanças
devem ser feitas em breve.
7 Investigação e mudanças devem ser realizadas imediatamente.
Fonte: Adaptado RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
(1993).
Estima-se que praticamente metade da população mundial possui um aparelho celular e que
cada vez os usuários comuns procuram dispositivos que contenham recursos sofisticados além da
função básica de telefone. O mercado corporativo também cresce em ritmo acelerado. Diversas
empresas estão buscando agregar seus serviços e em sua forma de operar aos dispositivos móveis.
(Lecheta, 2013).
Desde pequenas aplicações que nos ajudam a lembrar da lista do supermercado até
aplicações criptografadas que nos permitem realizar transações comerciais na palma de nossa mão
em qualquer local que tenha conexão com a internet são alguns exemplos do que os dispositivos
móveis como smartphones e tablets podem oferecer.
Para cumprir suas funções, os aplicativos necessitam de um sistema operacional que os
hospedem nos dispositivos móveis e que lhes deem condições de acesso e controle das
funcionalidades do dispositivo, por exemplo, teclado, memória, processador lógico e display.
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O sistema operacional para dispositivos móveis Android é uma plataforma para aplicativos
móveis desenvolvida pela Google, baseada no sistema operacional Linux, com diversas aplicações já
instaladas e um ambiente de desenvolvimento bastante flexível e poderoso, além de ser uma
plataforma livre e de código aberto. O fato do Android ser uma plataforma aberta contribui muito para
seu aperfeiçoamento, uma vez que desenvolvedores de todo planeta podem ajudar adicionando ou
corrigindo funcionalidades da plataforma (Lecheta, 2013).
Pela popularidade, acessibilidade e disponibilidade de várias ferramentas do sistema Android,
o aplicativo resultante deste trabalho foi desenvolvido especificamente para operar neste sistema
operacional.
Fonte: www.android.com.
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Pela razão de ser um ambiente aberto, gratuito e disponível para os usuários dos serviços da
Google, e também pela facilidade de programação, o ambiente de programação do MIT App inventor
foi escolhido como a base para o desenvolvimento do aplicativo objetivo deste trabalho.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O aplicativo para dispositivo móvel resultante deste trabalho foi batizado pelo nome RULApp,
que é a junção da sigla RULA – Rapid Upper Limb Assessment com o início da palavra inglesa
application.
O desenvolvimento do RULApp foi divido em duas partes principais: a interface gráfica e a
lógica de programação.
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Executados todos os passos da análise RULA, o aplicativo indica o nível de ação que se deve
tomar e disponibiliza a opção para gerar o relatório final da análise. Ao selecionar a opção de gerar o
relatório, uma tela para inserção de informações pertinentes à análise é apresentada ao usuário,
como é visto na figura 14.
Inseridas as informações que se deseja mostrar no relatório final, o usuário clica no botão de
gerar relatório e as pontuações de todos os passos da análise RULA realizada é disposta com a
recomendação final, exemplificado na figura 15.
As partes do corpo que são analisadas pelo método RULA são demonstradas visualmente
através da rotação da parte do corpo em análise na tela do dispositivo móvel, exemplificada na figura
17, pela rotação do pescoço.
Em termos gráficos, existem duas imagens com fundo transparente sobrepostas sendo
mostradas simultaneamente ao usuário, uma fixa e uma rotativa, que geram a sensação de apenas
uma imagem. O controle da rotação da imagem rotativa é feita através de um botão deslizante. Na
lógica de programação do botão deslizante é determinado o valor mínimo e máximo que o botão
deslizante pode alcançar. Desta maneira, para todos os passos que representam o movimento de
alguma parte do corpo, os limites do botão deslizante é configurado com os valores limites propostos
pelo método RULA.
Figura 18: Rotação de imagens.
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Utilizando o exemplo da rotação do pescoço mostrada na figura 17, o método RULA indica
quatro níveis de pontuação para o pescoço: +4 pontos caso o pescoço esteja rotacionado para trás
da linha vertical que passa pela coluna vertebral, +1 ponto para rotação até 10 graus para a frente da
linha vertical, +2 pontos de 10 a 20 graus para frente e +3 pontos para casos acima de 20 graus.
Assim, para traduzir estes valores na linguagem de programação, foi montado o bloco de lógica de
programação para o botão deslizante demonstrado na figura 19.
Este bloco verifica a posição que o botão deslizante se encontra e faz uma comparação
condicional. Se a posição do botão for maior e igual que -40 e menor que 0, o texto no superior da
tela será “Menor que 0 grau: +4 pontos”. Se a posição for maior e igual a 0 e menor que 10, o texto no
superior da tela será “De 0 a 10 graus: +1 ponto”. Se a posição for maior e igual a 10 e menor que 20
graus, o texto no superior da tela será “De 10 a 20 graus: +2 pontos”. E por último, se a posição for
maior que 20 graus e menor que 50, o texto no superior da tela será “Maior que 20 graus: +3 pontos”.
Neste último caso, foi escolhido o valor de 50 apenas para colocar um limite de rotação na figura
rotativa, pois ela poderia rotacionar indefinidamente e dar a sensação ao usuário que a cabeça
poderia ultrapassar a caixa torácica. Além da definição do texto, a posição do botão deslizante define
o ângulo de direção da figura rotativa, assim todas as vezes que o botão deslizante é arrastado, a
direção da imagem rotativa é atualizada dando a sensação de movimento.
Quando o usuário estiver satisfeito com a posição do pescoço e clicar no botão “OK”, a
imagem é congelada e o valor do botão deslizante é armazenado na memória do dispositivo para
mais tarde ser utilizado na determinação dos valores tabelados pelo método RULA.
No exemplo, o número concatenado é 6132. Este número de 4 dígitos é obtido com a união
dos valores individuais de cada passo sequencialmente, 6-1-3-2.
Com a determinação deste número de quatro dígitos, a comparação condicional é feita
através das combinações possíveis dos valores concatenados da tabela do método RULA para o
grupo A e seus possíveis resultados que variam de 1 a 9, conforme a tabela 11.
Fonte: Adaptado de RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
(1993).
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Tabela 12: Exemplo de concatenação das possíveis pontuações do grupo A com resultado 8.
Figura 20: Bloco parcial de programação para combinações do grupo A com resultado 8.
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O grupo B, conforme o método RULA, é formado pelo pescoço, tronco, pernas e pés. A
pontuação para este grupo é determinada conforme mostra a tabela 15. As possíveis pontuações do
pescoço e tronco partem de 1 e pode chegar até 6. As pernas e pés podem ser pontuadas em 1 ou 2.
Similar ao procedimento de determinação da pontuação do grupo A, a pontuação do grupo B
é baseada na concatenação dos valores individuais de cada passo e feita uma comparação
condicional do número concatenado com os valores determinados na tabela de pontuação do grupo B
descrito no método RULA.
A principal diferença entre a lógica entre o grupo A e o grupo B é o número de dígitos da
concatenação, pois o número gerado pelo grupo A tem 4 dígitos e no grupo B apenas 3. Novamente,
para facilitar o compreendimento, segue um exemplo hipotético.
No exemplo, o número concatenado é 211. Este número de 3 dígitos é obtido com a união
dos valores individuais de cada passo sequencialmente, 2-1-1.
Determinado este número de três dígitos, a comparação condicional é feita através das
combinações possíveis dos valores concatenados da tabela do método RULA para o grupo B e seus
possíveis resultados que podem ser de 1 a 9, conforme a tabela 15.
Fonte: Adaptado de RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
(1993).
Figura 21: Bloco parcial de programação para combinações do grupo B com resultado 2.
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Fonte: Adaptado de RULA: a survey method for the investigation of work-related upper limb disorders
(1993).
Ao verificar o nível alcançado, o RULApp disponibiliza para o usuário as ações a serem
tomadas, conforme a figura 22.
A versão de testes beta do aplicativo RULApp foi disponibilizada por 4 semanas para
testadores a fim de recolher comentários e sugestões sobre a interface e eventuais problemas de
lógica de programação e mau desempenho de processamento. Para acessar a versão beta do
aplicativo, o usuário buscava na loja virtual Google Play Store por RULApp e a versão antecipada era
disponibilizada, como é visto na figura 23.
Um formulário digital foi disponibilizado para recolhimento de feedbacks dos usuários e era
composto por oito perguntas diretas e um espaço para escrita livre de comentários. As respostas
recebidas através do formulário digital estão dispostas na figura 24.
A figura 25 mostra uma vista parcial do formulário digital enviado aos testadores da versão
beta do aplicativo Rulapp.
Ao disponibilizar uma versão beta de aplicativo, a loja virtual Google Play Store fornece
algumas estatísticas sobre o aplicativo, dentre as quais salienta-se o relatório de falhas, desempenho,
segurança e compatibilidade.
O relatório de falhas mostra o teste automático feito em 10 dispositivos de marcas e versões
de Android diferentes, a fim de verificar o comportamento em diversas situações.
Por fim, o catálogo de dispositivos mostra todos os dispositivos que rodam a plataforma
Android e que os fabricantes disponibilizaram informações suficientes para a determinação de
incompatibilidades com o aplicativo. Isto ajuda o desenvolvedor a apenas disponibilizar o aplicativo
apenas para aqueles que possam rodar o aplicativo com o menor risco de travamentos, evitando
aborrecimentos aos usuários.
Durante o teste Beta existiam 15.483 dispositivos de diversos fabricantes no catálogo, dentre
os quais 201 não eram compatíveis com o RULApp.
Este erro poderá ser minimizado alterando parte da interface gráfica em futuras versões,
reduzindo o consumo de memória durante a execução do aplicativo.
utilizando o aplicativo RULApp teve como objetivo corroborar ou não com o diagnóstico prévio já
existente neste posto de trabalho.
A tarefa realizada pelo trabalhador consiste no aperto dos parafusos da barra de proteção do
cofre do motor de um veículo de passeio. Para fazer o aperto, o trabalhador se curva sobre o veículo
para alcançar os parafusos e encaixar a ferramenta de torque. Após o encaixe, o trabalhador
rotaciona a ferramenta até chegar ao torque nominal. O tempo total da tarefa é de 30 segundos e ela
é repetida a cada 5 minutos, na produção diária normal. A figura 34 mostra o operador executando a
tarefa.
A posição do braço foi considerada maior que 90 graus, o antebraço posicionado entre 60 e
100 graus e a posição do punho menor que 15 graus, como pode ser observado na figura 35, que
mostra as capturas de tela destes passos do método RULA.
Desenvolvimento do aplicativo para outros sistemas operacionais como por exemplo iOS e
Windows aumentaria a gama de usuários;
Melhorar exibição dos controles e figuras em dispositivos móveis do tipo Tablets, pois foi
verificado que a resolução e posicionamento das imagens e controles do aplicativo em
smartphones atenderam as expectativas, porém em tablets a exibição do aplicativo não ficou
a contento, conforme comentário de usuário.
6 REFERÊNCIAS
McAtamney, L. and Corlett, E.N. (1993) RULA: A survey method for the investigation of work-
related upper limb disorders. Applied Ergonomics, 24 (2), 91-99
MÁSCULO, Francisco Soares; VIDAL, Mario Cesar (Org.). Ergonomia: trabalho adequado e
eficiente. Rio de Janeiro: Elsevier: ABEPRO, 2011. 606 p. (Campus - ABEPRO: Engenharia de
Produção).
Ministério da Fazenda [et al.]. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho : AEAT 2015 / – vol. 1
(2009). Brasília : MF, 2015. 991 p.
LECHETA, Ricardo R. Google Android: aprenda a criar aplicações para dispositivos móveis
com o Android SDK. 3. ed. São Paulo: Novatec, 2013. 824 p., il.
GARTNER. Gartner Says Worldwide Traditional PC, Tablet, Ultramobile and Mobile Phone
Shipments On Pace to Grow 7.6 Percent in 2014. Disponível em
<https://www.gartner.com/newsroom/id/2645115>. Acesso em: 17 mar. 2018.