Relatório Final Hidratante
Relatório Final Hidratante
Relatório Final Hidratante
FACULDADE DE TECNOLOGIA
LABORATÓRIO DE PROCESSOS
MANAUS – AM
2019
CLARIANE DE NISSA PALHARES GALVÃO – 21452440
DAIANY S. S. ARAÚJO – 21201329
GEAN CARLOS COSTA E COSTA – 21454700
LOUISE VITÓRIA MELO DA SILVA – 21550262
NICOLY DE OLIVEIRA DIDONÉ – 21457408
MANAUS – AM
2019
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 9
2.1. Objetivo geral ................................................................................................. 9
2.2. Objetivos específicos ...................................................................................... 9
3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 10
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 11
4.1. Caracteristicas fisiológicas de hidratação da pele .......................................... 11
4.2. Cosméticos hidratantes ................................................................................. 11
4.3. Formulações e composições .......................................................................... 12
4.4. Fitocósmeticos .............................................................................................. 12
4.5. Manteigas vegetais ........................................................................................ 13
4.5.1. Manteiga karité ...................................................................................... 13
4.5.2. Manteiga cacau ...................................................................................... 13
4.5.3. Óleo de buriti ......................................................................................... 13
4.5.4. Essência de camomila ............................................................................ 13
4.6. Estudos de estabilidade e qualidade............................................................... 13
4.6.1. Determinação do ph ............................................................................... 14
4.6.2. Determinação da densidade .................................................................... 15
4.6.3. Determinação da viscosidade ................................................................. 15
4.6.4. Testes dermatológicos ............................................................................ 16
5. METODOLOGIA ................................................................................................ 17
5.1. Materiais utilizados ....................................................................................... 17
5.2. Reagentes utilizados...................................................................................... 17
5.3. Procedimento para a produção do creme hidratante ....................................... 17
5.4. Determinação do potencial hidrogeniônico (pH) ........................................... 18
5.5. Determinação da densidade ........................................................................... 18
5.6. Teste da viscosidade ..................................................................................... 18
6. LEGISLAÇÃO DO HIDRATANTE .................................................................... 20
7. LEGISLAÇÃO DE ROTULAGEM ..................................................................... 20
7.1. Legislação de produto ................................................................................... 21
8. FLUXOGRAMA DO PROCESSO ...................................................................... 22
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 24
9.1. Balanço de massa .......................................................................................... 24
9.1.1. Escala de bancada .................................................................................. 24
9.1.2. Escala industrial ..................................................................................... 25
9.2. Balanço de energia ........................................................................................ 26
9.2.1. Escala de bancada .................................................................................. 26
9.2.2. Escala industrial ..................................................................................... 27
9.3. Caracterização do hidratante ......................................................................... 28
9.3.1. Densidade .............................................................................................. 28
9.3.2. pH ......................................................................................................... 30
9.3.3. Viscosidade ........................................................................................... 30
9.4. Análise de custos .......................................................................................... 32
10. CONCLUSÃO ................................................................................................. 36
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
LISTA DE FIGURAS
A utilização de produtos naturais para fins medicinais é algo quase tão antigo
quanto à própria existência do homem. De acordo com Braga (2011), a primeira forma
possível de utilização de plantas com esta finalidade que se tem registro na história
reporta-se a China Imperial, onde utilizavam o ginseng para aumentar a longevidade dos
adeptos desta prática.
8
Com o aumento da utilização de produtos naturais para tratamentos das
enfermidades, foram-se desenvolvendo pesquisas dos potenciais farmacológicos
específicos para cada vegetal, e, à medida que estes conhecimentos foram avançando (em
conjunto com a demanda dos produtos de origem natural) principalmente na Europa,
surgiu à necessidade do estabelecimento de métodos científicos e da padronização dos
procedimentos empregados para a produção dos vegetais, tais como cultivo, coleta, forma
de preparo e aplicação (BRAGA, 2011).
2. OBJETIVOS
9
3. JUSTIFICATIVA
A conscientização das pessoas em relação aos perigos do uso de produtos
constituídos de componentes nocivos à saúde e ao meio ambiente vem gerando uma busca
por produtos alternativos de origem natural. Em virtude disto, a busca por cosméticos
constituídos somente de matérias-primas de origem mineral e vegetal apresenta
crescimento constante (AGUILAR, 2017).
Devido a sua composição, produtos de origem natural não agridem o corpo
humano, não agridem o meio ambiente ao serem descartados, não contém substâncias
químicas/toxicas, não contém derivados do petróleo, corantes ou fragrâncias sintéticas,
metais pesados e conservantes sintéticos.
O mercado de produtos que evitam a utilização de materiais de origem animal,
tem se popularizado largamente ao longo dos últimos anos, devido ao aumento da
consciência ambiental, e, portanto, dos impactos que o ser humano gera sobre o meio
ambiente e os demais seres vivos.
Com o propósito de difundir estes ideais, o presente trabalho procura como
forma alternativa na produção do hidratante, utilizar-se de material vegetal, tal como óleo
vegetal do buriti, a fim de que possa contribuir efetivamente para a fabricação do produto
almejado.
A Amazônia apresenta uma biodiversidade única, sendo uma das mais ricas do
mundo, possuindo cerca de um milhão de espécies animais e vegetais, o que representa a
metade das espécies registradas em todo planeta (LYRIO, 2011). Os produtos
provenientes da biodiversidade amazônica estão atualmente em processo de expansão,
acompanhando uma tendência mundial de substituição de produtos sintéticos por
produtos naturais. Esta demanda por produtos de bases sustentáveis tem promovido novas
oportunidades na Amazônia brasileira (MIGUEL, 2009).
Em virtude disto, o objetivo deste trabalho é desenvolver um hidratante a base de
matérias-primas naturais provenientes da Amazônia, dentro das normas de qualidade,
dando visibilidade ao potencial econômico presente nas matérias-primas da região.
10
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
11
Uma pele hidratada, macia e suave é sinônimo de uma pele saudável. Uma pele
seca sempre está mais suscetível às irritações e infecções (MURAD, 2012). Assim, o
desenvolvimento de um produto hidratante deve privilegiar o processo de hidratação e
ação de seus ativos em um veículo de aceitação do consumidor, que na maioria dos casos,
o de primeira escolha é a emulsão.
4.3. FORMULAÇÕES E COMPOSIÇÕES
Podemos definir emulsão como a mistura de dois líquidos imiscíveis, sendo um
dos quais dispersos em glóbulos (fase dispersa) no outro líquido (fase contínua) (HILL,
1996). As emulsões são as formas farmacêuticas mais utilizadas para fórmulas
hidratantes, uma vez que conseguem ultrapassar as barreiras superficiais da epiderme,
carregando os ativos que irão recompor as estruturas higroscópicas da pele e manter a sua
hidratação (SAMPAIO, 1996).
A viscosidade das emulsões pode variar bastante dependendo de seus
constituintes, podendo ser preparações mais fluidas, denominadas loções (via oral, tópica
ou parenteral), ou semissólidas, denominadas cremes e unguentos (uso tópico) (ALLEN
JR, 2007; SINKO, 2008).
No desenvolvimento de uma emulsão cosmética, além do aspecto estético da
formulação, deve se garantir a eficácia e segurança do produto, bem como delineamento
das propriedades físicas e da estabilidade (LIMA et al., 2008). Para desenvolver um
cosmético que tenha boa aceitação pelo consumidor, deve-se buscar um produto que seja
consistente, com textura agradável, aparência atrativa, que seja facilmente aplicado e
removido e que não deixe resíduo na pele (DAUDT, 2016).
4.4. FITOCÓSMETICOS
Nota-se uma tendência crescente na utilização de produtos naturais na
cosmetologia, que busca o desenvolvimento desses produtos, explorando de forma
racional a exuberante biodiversidade brasileira (IHA et al., 2008).
A fitocosmética é o ramo da cosmetologia que se dedica ao estudo da ação e a
aplicação de princípios ativos vegetais em proveito da higiene, da estética e da
manutenção e correção do estado sadio da pele e cabelos (BORGES et al., 2013). O
crescimento desse setor se deve, não só pelo avanço na investigação cientifica, mas
também pelas reais vantagens na aplicação de produtos vegetais relativamente a alguns
produtos sintéticos, e pela sociedade que vem exigindo a adoção de tecnológicas de
produção econômicas, ecológicas e seguras, que por sua vez, requerem um enorme
12
esforço por parte dos investigadores na pesquisa de compostos distintos, naturais e
competitivos (DRAELOS, 2001; KOLE et al., 2005).
13
comportamento de fases da dispersão. A instabilidade física do sistema manifesta
principalmente através dos seguintes fenômenos (TOPAN, 2012):
Cremeação ou sedimentação (causada pela gravidade): processo em que os
glóbulos tendem a se separar da fase externa da emulsão, emergindo (cremeação) ou
sedimentando (sedimentação), dependendo da diferença de densidade entre as duas fases.
A emulsão resultante terá duas porções uma contendo maior volume de fase externa e
outro maior volume de fase interna (TOPAN, 2012);
Floculação (causada pelas forças de atração de Van der Waals): processo onde
ocorre a agregação reversível das gotículas, com manutenção do filme interfacial,
formando uma rede bidimensional, sem coalescência; (TOPAN, 2012);
Coalescência (induzida pelo afinamento e ruptura do filme entre as gotículas):
processo onde duas ou mais gotículas da fase dispersa aproximam-se uma da outra com
energia suficiente para fundirem-se e formarem uma gotícula maior. Este processo é
irreversível e resultará na separação de fases da emulsão (TOPAN, 2012).
Importantes passos durante o desenvolvimento de formulações dermatológicas
devem ser considerados como a espalhabilidade e os aspectos físicos do produto a longo
prazo. Testes devem ser realizados durante o desenvolvimento para que se consiga chegar
num produto final que atenda as especificações esperadas no estudo. Ensaios de textura e
espalhabilidade são essenciais para analisar a influência dos componentes da formulação
nas suas propriedades mecânicas (SHIRATA, CAMPOS, 2016). Também são
empregados testes reológicos, de centrifugação, ciclos de estresse térmico, avaliação da
viscosidade e fluxo e testes de estabilidade acelerada. A aplicabilidade destes testes
contribui para que se desenvolva um produto estável e de qualidade (DAUDT, 2016;
SHIRATA, CAMPOS, 2016).
4.6.1. DETERMINAÇÃO DO PH
O termo pH (potencial hidrogeniônico) é usado universalmente para expressar o
grau de acidez ou basicidade de uma solução. É a medida da concentração de íons
hidrogênio H+ (em escala antilogarítmica). O conceito foi introduzido por S. P. L.
Sørensen em 1909 definindo-o como:
𝑝𝐻 = −log[𝐻 + ] (2)
14
íons OH- e seu pH é neutro, ou seja, igual a 7. Os principais fatores que determinam o pH
da água são o gás carbônico dissolvido e a alcalinidade. A escala de pH é constituída de
uma série de números variando de 0 a 14, os quais denotam vários graus de acidez ou
alcalinidade. Valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam aumento de acidez,
enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade (MIERZWA e HESPANHOL,
2005).
4.6.2. DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE
A densidade é uma propriedade da matéria intimamente relacionada com a
temperatura e a pressão. A densidade dos óleos vegetais é uma grandeza que está
relacionada com as interações intermoleculares. Estas interações são decorrentes do
tamanho da cadeia carbônica e do número e conformação das insaturações (ligações pi).
A variação é pequena, mas geralmente a densidade aumenta com o aumento do número
de átomos de carbono presentes na cadeia carbônica e decresce com o aumento do número
de insaturações do tipo cis (IHA, 2010).
Densidade é a relação direta entre a massa de uma amostra e seu volume
específico, medido em proveta graduada. E pode ser expressa de acordo com a Equação
3.
𝑚
𝑑𝐴 = 𝑉
( 3)
Onde:
dA = densidade aparente em g/ml;
m = massa da amostra em gramas;
V = volume final em mililitros.
15
4.6.4. TESTES DERMATOLÓGICOS
A empresa preza pelo bem-estar de todos os seres vivos, sendo assim, os testes
dermatológicos são realizados in vitro e agrupam-se assim, informações que oferecem
subsídios para garantir a segurança do produto a nível ocular.
16
5. METODOLOGIA
Amostra 1
Amostra 2
17
Depois de resfriado, foi levado a um misturador na qual agitou-se até atingir uma
consistência lisa e cremosa semelhante ao chantilly.
Amostra 3
Para o Creme hidratante foi utilizado um papel indicador universal no qual cada
amostra foi colocada em contato com papel e comparado a coloração com a referência do
fabricante.
𝑚𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 (𝑔)
𝜌𝑚 =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑑𝑎𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑡𝑎(𝑐𝑚³)
18
A partir dos dados obtidos foi possível determinar a viscosidade cinemática do
produto utilizando a equação:
V = K( t – v)
Onde,
V: Viscosidade cinemática
K: Constante do capilar
t: Tempo de escoamento
v: Correção
19
6. LEGISLAÇÃO DO HIDRATANTE
7. LEGISLAÇÃO DE ROTULAGEM
20
Para a aprovação de um produto para uso pessoal e sua comercialização, este
produto necessita estar em acordo com as normas regulamentadoras conforme o seu grau
de aplicabilidade.
As listas de produtos são classificadas por grau, sendo eles dois: Produtos de Grau
1 e Produtos de Grau 2. Produtos de Grau 1 caracterizam por possuírem propriedades
básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não
requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso,
devido às características intrínsecas do produto. Já os Produtos de Grau 2 possuem
21
indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou
eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso.
Na RDC Nº 7/2015 (Anvisa) creme, loção, gel e óleo para o corpo (exceto os com
finalidade específica de ação antiestrias, ou anticelulite, sem ação fotoprotetora da pele e
com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância) estão classificados como
Produtos de Grau 1.
8. FLUXOGRAMA DO PROCESSO
22
Para análise dos dados obtidos, utiliza-se as formulas para determinação dos
parâmetros de qualidade, disposta na tabela abaixo.
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
𝑝 =
Densidade 𝑉𝑝 g / cm³
V = K( t – v)
Viscosidade Cinemática m²/s
23
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO
9.1. BALANÇO DE MASSA
9.1.1. ESCALA DE BANCADA
Com os insumos adquiridos para a produção de hidratante, foram realizadas três
amostras com composições diferentes de matérias-primas e obtiveram-se diferentes
massas finais para cada tipo de hidratante produzido (Figuras 1, 2 e 3).
No hidratante 1 a massa inicial de materiais foi de 92,19 g, no hidratante 2 a massa
foi de 89,02 g e no hidratante 3 foi 65,24 g. Em todos os tipos de hidratantes houveram
perdas de massa, e essas diferenças entre a massa do produto final e inicial, ocorreu
principalmente por manuseios de equipamentos, armazenamento do material e a
transferência do material para diferentes recipientes durante todo o processo.
24
Figura 3 - Balanço de massa do tipo 3 de hidratante em escala de bancada.
25
Figura 5 - Balanço de massa do tipo 2 de hidratante em escala industrial.
Como não haverá reação química e acúmulo, nosso balanço de energia ficará:
Entrada = Saída
26
Utilizando um agitador mecânico simples de bancada, teremos basicamente:
50 W = 300 rpm
𝑊ℎ 𝑘𝑊ℎ
50𝑊 × 4ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 = 200 = 0,2
𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑖𝑎
𝑘𝑊ℎ
Consumo = 0,2 × 22𝑑𝑖𝑎𝑠 = 4,4𝑘𝑊/𝑚ê𝑠
𝑑𝑖𝑎
𝑘𝑊
Consumo = 44,4 𝑚ê𝑠 × 1,07𝑅$ = 4,71𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 / mês
NÃO
SIM
Embalagem C.Q. Envase
NÃO
SIM
C.Q. Expedição
27
Tendo em vista que o processo não terá tantas mudanças, então a necessidade de
maquinários diversos é dispensada, sendo utilizado somente um tanque com agitador,
máquinas para envasamento, esterilizador e uma seladora. Porém, para o balanço de
energia no processo, leva-se em conta apenas a operação unitária de agitação, que apesar
de ser em larga escala, o valor de rotações por minuto deve ser a mesma que a da escala
laboratorial, para não ocorrer a quebra das moléculas do hidratante, logo o balanço de
energia será basicamente o mesmo que o de pequena escala.
Como não haverá reação química e acúmulo, nosso balanço de energia ficará:
Entrada = Saída
𝑊ℎ 𝑘𝑊ℎ
700𝑊 × 4ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 = 2800 = 2,8
𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑖𝑎
𝑘𝑊ℎ
Consumo = 2,8 𝑑𝑖𝑎
× 22𝑑𝑖𝑎𝑠 = 61,6𝑘𝑊/𝑚ê𝑠
𝑘𝑊
Consumo = 461,6 𝑚ê𝑠 × 1,07𝑅$ = 65,91𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 / mês
9.3.1. DENSIDADE
28
A densidade aparente das amostras foi medida de acordo com o Guia de
Estabilidade de produtos Cosméticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, onde,
foi medida a massa de cada proveta separadamente. Depois foi introduzido pequenas
quantidades de hidratante até próximo marca de 10 ml de cada proveta de modo a
compactar o máximo possível cada amostra como é mostrado na figura 7.
Por fim foi medida a massa novamente de cada proveta e realizando a diferença
de massas foi obtida a massa de cada hidratante. Usando a equação a seguir foram obtidos
os valores de densidade.
𝑚
𝑑=
𝑉
29
De acordo com a literatura pesquisada os valores de densidades variam entre 0,8
a 1,0 g/ml, sendo assim, os valores obtidos não estão condizentes com a literatura isso
pode ter sido ocasionado por proporções inadequadas na formulação, não observância aos
ingredientes básicos ditos na categoria de creme formulado, erro do experimentador ao
manusear as amostras e na escolha do método para medição do parâmetro.
9.3.2. pH
Segundo (ISAAC, 2008) no ensaio físico-químico de ph é recomendável realizar
uma dispersão aquosa 10 % (p/p) da amostra ensaiada e utilizando um peagâmetro digital
imergindo-o diretamente na dispersão aquosa, os valores obtidos são mostrados na tabela
2.
Tabela 2- Valores de pH.
Hidratante pH
1 5,65
2 5,55
3 5,05
Fonte: Os autores, 2019.
No preparo das dispersões foi utilizado aproximadamente 10 g de cada hidratante
e 100 ml de água destilada, no entanto, devido a composição dos mesmos serem
basicamente de cera e óleo ocorreu imiscibilidade na mistura por isso optou-se por levar
ao banho termostático a 40 º C por mais ou menos 15 min que foi quando o hidratante
formava uma “camada” fina e maleável em cima da água destilada. De acordo com
(ISAAC, 2008) o pH de cosméticos fitoquímico deve variar entre 5,5 e 6,5 devido a
compatibilidade com o pH cutâneo, assim sendo, os valores obtidos são condizentes com
a literatura especializada.
9.3.3. VISCOSIDADE
Segundo o manual Farmacopeia Brasileira da Agencia Nacional de Vigilância
Sanitária 5ª edição a viscosidade é definida como a expressão de resistência de líquidos
ao escoamento, de modo que diz respeito ao deslocamento de suas moléculas. Ainda neste
manual é descrito sobre tipos de viscosímetros e suas funcionalidades de acordo com o
tipo de amostra, de forma que, por exemplo para semissólidos e substâncias viscosas e
tixotrópicas é ideal a análise da viscosidade por meio do viscosímetro de Brookfield
também conhecido como viscosímetro rotacional. O “Brookfield” mede a viscosidade
dinâmica por meio da força necessária para girar o spindle (haste com disco na ponta) na
30
amostra analisada no ensaio, e a unidade do parâmetro é cP (centipoise) equivalente a um
milipascal segundo (m.Pa.s) no SI.
O viscosímetro rotacional utilizado na análise foi o da marca Toki com o spindle
nº 2, a figura 8 mostra a tabela de conversão utilizada para converter os valores de
viscosidades encontrados pelo equipamento em em cP.
Figura 8 - Tabela de conversão do viscosímetro.
Foram feitas três medições para cada amostra em duas velocidades diferentes (60
e 30 rpm), com os valores obtidos foi feita a média das viscosidades e depois foi
multiplicado pelo fator de conversão da tabela, os dados obtidos são mostrados na tabela
3.
31
Os valores de viscosidade foram diferentes para diferentes velocidades angulares
isto ocorre pois os hidratantes são fluidos não newtonianos. Importante acrescentar que o
ensaio foi feito após cada amostra ter sido submetida ao banho termostático de 40 ºC
durante 15 minutos como é recomendado pela literatura especializada. Os resultados de
viscosidade são condizentes apenas no âmbito de classificação de fluido não newtoniano
pois a literatura relata que sofre variação em diferentes condições.
Escala de Bancada
Valores
Insumos Quantidade
(R$)
M.Karité
500 40
(g)
E.Camomila
100 9
(mL)
Óleo de
40 10
Buriti (mL)
Total 99
Fonte, autores, 2019
32
Tabela 5 - Quantidades de insumo para a formulação dos hidratantes.
M.Karité (g) 50 30 50
M.Cacau (g) 25 45 -
E.Camomila
5 5 4
(mL)
Óleo de Buriti
15 15 10
(mL)
Fonte: autores, 2019
Tomando como base as composições de cada insumo, foi adotado uma margem
de lucro de 300% para a verificação do valor final do produto. No entanto, cada produto
é destinado a embalagens de 60g, logo é necessário converter o valor final para o valor
de mercado da quantidade produzida, conforme mostra a Tabela 6.
Escala industrial
33
Tabela 7 - Valores e quantidades de insumo em 1000g (1 kg).
Valores
Insumos Quantidade
(R$)
M.karité
1000 80
(g)
M.Cacau
1000 100
(g)
Essência
camomila 1000 90
(mL)
Óleo de
Burti 1000 250
(mL)
Fonte: autores, 2019
quantidade de insumo
amostra 1 amostra 2 amostra 3
30000 50000 50000
45000 25000 0
34
Tabela 9 - Valores finais para o produto.
Conforme a Tabela 7, o valor total para uma amostra é inferior ao valor gasto.
Entretanto em dois lotes de produção consegue-se suprir os valores gastos em matéria-
prima. A produção final será toda destinada a embalagens de 60 g. Para as amostras 1 e 2
serão 1583 embalagens, enquanto para a amostra 3 1166 embalagens.
35
10. CONCLUSÃO
36
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, S.P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S.M.; RIBEIRO, J.F. Cerrado: espécies
37
BORGES, R. C. G.; GARVIL, M. P.; ROSA, G. A. A.. Produção de fotocosméticos e
cultivo sustentável da biodiversidades no Brasil. E-RAC: Reunião Anual de Ciências,
Centro Universitário do Triângulo (Unitri), v. 3, n. 1, 2013. Disponível em: Acesso em:
26 de Junho de 2019.
HILL, S. E. Emulsions. In: HALL, G.M. Methods of testing protein functionality. 1. ed.
London: Chapman e Hall, 1996. p. 153-185.
IHA, Silvia M. et al. Estudo fitoquímico de goiaba (Psidium guajava L.) com potencial
antioxidante para o desenvolvimento de formulação fitocosmética. Revista Brasileira de
Farmacognosia, João Pessoa, v. 18, n. 3, set. 2008. Disponível em: Acesso em: novembro
2018.
KOLE, P. et all. Cosmetics Potential of Herbal Extracts. Natural Product Radiance, 4, pp.
315-321 – 2005
38
MORSELLI, L. N. S. Estudos de pré-formulação e desenvolvimento de cosméticos
Dimora Del Sole. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” – 2014.
SALAMON I 1992. Chamomile: a medicinal plant. The Herb, Spice and Medicinal Plant
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SHAMES, I.H. Mecânica dos Fluidos – volume 1. São Paulo: Editora Edgard Blücher,
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líquido: avaliação das propriedades físico-químicas e atividade cosmética , Ribeirão Preto
, 2012.
40