Apostila de Higiene e Segurança Do Trabalho
Apostila de Higiene e Segurança Do Trabalho
Apostila de Higiene e Segurança Do Trabalho
NI CA
HIGIENE E SEGURANÇA
DO TRABALHO
Indicação de ícones
Referências 90
Aula 1 – Conceituando a higiene ocupacional
Objetivos
1.2 Conceituação
Conceituamos higiene do trabalho como a ciência e arte que se dedica ao
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais (químicos, físicos,
biológicos e ergonômicos) presentes nos locais de trabalho. Abaixo, apresen-
tamos outras definições estabelecidas por importantes órgãos internacionais
de pesquisa na área.
16
midades, prejudicar a saúde e o bem-estar ou desconforto significativo entre
os trabalhadores ou os cidadãos da comunidade.
1.2.1 Antecipação
A antecipação consiste em ações realizadas antes da concepção e instala-
ção de qualquer novo local de trabalho. Envolve a análise de projetos de
novas instalações (impacto ambiental, saúde ocupacional), equipamentos,
ferramentas, métodos ou processos de trabalho, matérias-primas, ou ainda,
de modificações. Visa identificar riscos potenciais, procurando alternativas
de eliminação e/ou neutralização, ainda na fase de planejamento e projeto
(seleção de tecnologias mais seguras, menos poluentes, envolvendo, inclusive,
o descarte dos efluentes e resíduos resultantes). A antecipação constitui-se de
normas, instruções e procedimentos para correto funcionamento dos processos,
visando reduzir ou eliminar riscos que possam surgir, ou seja, assegurar que
sejam tomadas medidas eficazes para evitá-los. Isso pode requerer a criação de
normas ou procedimentos para compradores, projetistas e para a contratação
de prestadores de serviço, de modo a reduzir-se, ao máximo, a probabilidade
de que surjam novos riscos aos processos. Nessa etapa qualitativa pode se
fazer o uso de técnicas de análise de riscos, como por exemplo, a APR (Análise
Preliminar de Riscos) no projeto de novas instalações. Exemplo: na compra
de novos equipamentos podemos especificar níveis de ruído máximos e a
obrigatoriedade de dispositivos de proteção instalados.
18
Figura 1.3: Antecipação – aquisição de grupo gerador com cabine acústica
Fonte: http://www.acusticateoria.com.br/imagem/produtos/geradores.jpg
Lembre-se
Se possível não adicione novos problemas e sim novas soluções.
1.2.2 Reconhecimento
Visa identificar os diversos fatores ambientais relacionados aos processos
de trabalho, suas características intrínsecas (etapas, subprodutos, rejeitos,
produtos finais, insumos) e compreender a natureza e extensão de seus efeitos
no organismo dos trabalhadores e/ou meio ambiente. Analisa as diferentes
operações e processos, identificando a presença de agentes físicos, químicos,
biológicos e/ou ergonômicos que possam prejudicar a saúde do trabalhador,
estimando o grau de risco. O reconhecimento é um levantamento preliminar
qualitativo dos riscos ocupacionais e vai exigir um conhecimento extenso e
cuidadoso de processos, operações, matérias-primas utilizadas ou geradas e
eventuais subprodutos. O PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
– NR 09), o Mapa de Riscos Ambientais (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes – NR 05) e técnicas de análise de riscos industriais são importantes
ferramentas de informação nessa etapa.
1.2.4 Controle
Selecionar meios, medidas e ações (procedimentos de trabalho) para eliminar,
neutralizar, controlar ou reduzir, a um nível aceitável, os riscos ambientais, a
fim de atenuar os seus efeitos a valores compatíveis com a preservação da
saúde, do bem-estar e do conforto.
20
a) Controle na fonte do risco – melhor forma de controle. Deve ser a pri-
meira opção, envolve substituição de materiais e/ou produtos, manuten-
ção, substituição ou modificação de processos e/ou equipamentos.
Além de tudo isso, o profissional higienista deve ser capaz de trabalhar efeti-
vamente em uma equipe multidisciplinar que envolva profissionais de outras
áreas, participando da análise de risco global e gestão de risco. Deve, ainda,
incluir-se nos processos de educação, conscientização, informação e controle
de práticas prevencionistas que envolvam todos os níveis da empresa.
Lembre-se
Para a excelência na área de higiene ocupacional é necessário muito estudo
e constante atualização, associado ao uso de equipamentos e estratégias de
avaliação adequadas.
22
Resumo
Nesta aula, podemos conhecer um pouco sobre a higiene ocupacional, sua
conceituação e a instituições de estudo na área, bem com estudar sobre
as etapas de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos
ocupacionais.
Atividades de aprendizagem
1. Leia atentamente o texto abaixo e identifique ações de antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle em segurança do trabalho. Cada
item recebeu uma numeração para você poder conferir suas respostas.
24
Aula 2 – Avaliação da exposição aos
agentes ambientais
Objetivos
• Riscos físicos.
• Riscos químicos.
• Riscos biológicos.
• Riscos ergonômicos.
26
dos agentes físicos devem ser avaliadas, mediante amostragem nos locais de
trabalho, de maneira tal que elas sejam as mais representativas possíveis da
exposição real do trabalhador a esses agentes agressivos. Esse cuidado na
avaliação, faz-se necessário, pois, muitas variáveis estão envolvidas e influem
diretamente na representatividade. Como exemplo, podemos citar a tempe-
ratura em uma exposição a um determinado agente químico.
2.2.5 Sinergismo
Nos locais de trabalho pode haver a exposição simultânea a mais de um agente, Sinergismo
originando exposições combinadas e interações entre eles, modificando os Ação combinada entre dois
ou mais fatores que contribuem
agentes. As consequências para a saúde da exposição a um determinado para o resultado final de um
agente só pode diferir, consideravelmente, das consequências da exposição a processo.
Lembre-se
O grau de incerteza na avaliação de uma exposição será diminuído com o
aumento no número de avaliações.
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Reconhecer e identificar → qualitativo
Medir → quantitativo
NR
c) Do tempo de amostragem – deve cobrir um ciclo de trabalho (carac- Normas regulamentadoras.
terísticas e variações sobre duração e condições de exposição, tarefas NHO
desempenhadas, tempo de permanência no local contaminado, pausas Normas de Higiene
Ocupacional estabelecidas pela
e movimentos efetuados), isto é necessário para que a amostragem seja FUNDACENTRO.
representativa da exposição (baseado em normas ou estudos qualitativos
da exposição). Pode englobar amostragens instantâneas, de minutos, de
horas, de turnos e, até mesmo, de vários turnos em dias alternados.
30
É importante ressaltar que, devido à susceptibilidade individual, uma pequena
porcentagem de trabalhadores pode apresentar desconforto em relação a certas
concentrações ou intensidades inferiores aos limites de exposição. Portanto, os
limites de exposição são recomendações e devem ser utilizados como guias nas
práticas de avaliação, não devendo ser considerados uma linha divisória entre
concentrações seguras e perigosas. O correto é se manter as concentrações
ou as intensidades de qualquer agente no nível mais baixo possível.
32
A adoção do limite de tolerância propicia que a grande maioria dos traba-
lhadores expostos não tenha afeitos nocivos em valores abaixo dos limites. A
adoção do nível de ação garante uma proteção mais ampla.
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• Medidas de higiene pessoal. Exemplo: alertar para os trabalhadores
lavarem as mãos após manipulação de produtos nocivos.
Resumo
Nesta aula, podemos conhecer um pouco sobre classificação dos agentes
ambientais e conhecer fatores que influenciam na exposição ocupacional,
bem como estratégias de avaliação.
Atividades de aprendizagem
1. Relacione as colunas.
2. Relacione as colunas.
(4) NR 15 ( ) TLV
( ) LT
3. Dadas as afirmativas.
Está(ão) correta(s):
a) II apenas.
b) I e II apenas.
c) I e IV apenas.
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d) II e III apenas.
e) II e IV apenas.
a) Automatização da operação.
b) Treinamento adequado.
c) Enclausuramento do equipamento.
Objetivos
• Pressões anormais.
• Ruído.
• Vibrações.
• Umidade.
Nesta disciplina, você terá noções básicas sobre os riscos físicos. Existem disci-
plinas específicas, ao longo das etapas, que dedicarão atenção mais específica
sobre esses riscos, para que você obtenha os conhecimentos necessários para
tornar-se um bom profissional prevencionista.
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A diminuição da pressão atmosférica provoca a expansão das moléculas de
ar, o que faz com que um determinado volume de ar inspirado tenha menos
moléculas de oxigênio do que ao nível do mar. A porcentagem de oxigênio
mantém-se igual (cerca de 21%). No entanto, a pressão parcial de O2 (quan-
tidade de moléculas deste gás num determinado volume de ar) é menor do
que ao nível do mar.
42
3.1.2 Radiações ionizantes
Caracterizam-se por radiações que produzem a ionização do átomo, ou seja,
a radiação ao atingir um átomo tem a capacidade de subdividi-lo em duas
partes elétricas carregadas, chamadas íons. O perigo das radiações ionizantes
é que o organismo não tem mecanismo de percepção dessas radiações. São
exemplos de radiações ionizantes as partículas alfa, beta (elétrons e prótons),
o nêutron, os raios X e gama (γ).
causar mutações).
Ao desligar uma máquina de raios X, ela deixa de produzir radiação e não torna
o material radioativo, ou seja, os locais onde são realizadas as radiografias
não ficam radioativos. O cuidado deve-se ao caráter acumulativo da radiação
ionizante, por isso não se deve tirar radiografia sem necessidade.
44
Para saber mais sobre
radiação ionizante, acesse:
http://veja.abril.com.br/noticia/
ciencia/entenda-os-niveis-de-
radiacao
Figura 3.5: (a) Dosímetro de radiação – uma espécie de crachá que mede a dose de
radiação absorvida pelo trabalhador e (b) símbolo da radiação ionizante
Fonte: (a) http://radiologistas.blogspot.com.br/2009/02/dosimetro.html
(b) CTISM
46
Figura 3.7: Solda por brasagem
Fonte: CTISM
Um laser comum (os vendidos para apresentações) pode causar lesões nos
olhos, se apontado direta e frontalmente. Quanto maior a potência do laser,
mais perigosa é sua radiação. Os lasers verdes vendidos em camelôs podem
ter potência cem vezes maior que os lasers vermelhos mais comuns.
48
Resumo
Nesta aula, podemos conhecer, de maneira introdutória, um pouco sobre
pressões anormais (hiper e hipobáricas), bem como sobre os tipos de radiações,
suas unidades de medida e legislação básica.
Atividades de aprendizagem
1. Relacione as colunas.
( ) LASER.
( ) VHF.
( ) gray.
( ) Micro-ondas (celular).
( ) Radiografias.
( ) Tomografias.
Objetivos
4.1 Ruído
Talvez o principal risco dos ambientes de trabalho atuais, pois está presente
em qualquer espaço industrial. O som é uma variação da pressão sonora do
ar que conduz a uma sensibilização nos ouvidos. O ruído é um conjunto de
vários sons não coordenados (várias frequências), que causam incômodo e
desconforto.
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Para o estudo de avaliações do ruído, será considerado um ciclo de exposição
onde será avaliada uma dose diária (%) ou um nível equivalente (decibéis)
que serão comparados com critérios de referência estabelecidos em normas.
O ruído pode ter ação sobre o sistema nervoso produzindo fadiga, perda de
memória, irritabilidade, hipertensão, perturbações gastrointestinais, etc. Além
disso, dependendo de sua intensidade, pode causar a perda temporária ou
definitiva da audição.
Onde: M = calor produzido pelo metabolismo, sendo um calor sempre ganho (+)
C = calor ganho ou perdido por condução/convecção (+/-)
R = calor ganho ou perdido por radiação (+/-)
E = calor perdido por evaporação (-)
Q = calor acumulado no organismo
54
O limite de tolerância para exposições ao calor (NR 15, 1978c) é determinado
de dois modos: regime de trabalho com descanso no próprio local de trabalho,
regime de trabalho com descanso em outro local. Em ambos, a quantificação
do calor pelo IBUTG leva em conta a presença, ou não, de carga solar no
momento da medição, sendo calculada tanto em ambientes internos ou
externos sem carga solar IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg como em ambientes
externos com carga solar IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 + 0,1 tbs.
56
4.3 Vibrações
É o movimento oscilatório de um corpo produzido por forças desequilibra-
das de componentes de movimento rotativo ou alternativo de máquinas e
equipamentos. Dependendo da frequência do movimento oscilatório e sua
intensidade, as vibrações podem causar desde desconforto (formigamentos
e adormecimento leves) até comprometimentos no tato e sensibilidade à
temperatura, perda de destreza e incapacidade para o trabalho (problemas
articulares).
Figura 4.4: Exemplos de exposição a vibrações, (a) motosserra e (b) martelete pneumático
Fonte: (a) CTISM
(b) http://www.quickabc.com.br/alguel-de-andaimes-locacao-de-andaimes_marteletes.html
Resumo
Nesta aula, podemos conhecer, de maneira introdutória, um pouco sobre
ruído, temperaturas extremas, vibrações e umidade, bem como suas unidades
de medida e legislação básica.
Atividades de aprendizagem
1. Relacione as colunas.
( ) IBUTG.
( ) Temperatura equivalente.
( ) Acelerômetro.
( ) Sonômetros.
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Aula 5 – Riscos químicos: agentes químicos
Objetivos
60
apropriada. Uma atmosfera é considerada normal quando apresenta um teor
aproximado de oxigênio de 20,9% em volume. Contudo, para fins de proteção
da saúde contra a deficiência de oxigênio nos ambientes de trabalho, normas
brasileiras recomendam um teor mínimo de 18% de oxigênio em volume e,
nos Estados Unidos, um percentual de 19,5% em volume.
Por mais que se tenha um emprego usual das unidades de concentração para
uma determinada classe de agentes químicos, você pode trabalhar também
com a conversão entre as mesmas, ou seja, se achar melhor converter a
concentração de um gás de ppm para mg/m³, só será necessário realizar
uma operação matemática, multiplicando-o por um fator, como segue no
Quadro 5.1.
5.3.1 Aerodispersóides
Os aerodispersóides são definidos como partículas sólidas ou líquidas que
podem estar em suspensão no ar atmosférico. Apresentam, aproximadamente,
tamanho inferior a 150 µm. Estes também são conhecidos como aerossóis.
µm Quanto maior for o tempo de permanência das partículas no ar, maior será a
É uma unidade de medida de possibilidade de serem inaladas pelos trabalhadores. Podem ser classificados
comprimento denominada
de micrometro ou mícron. de acordo com o seu estado físico, assim como, pelos efeitos que provocam
Amplamente usada para no organismo humano, em razão da natureza e da reatividade do material.
expressar distâncias
extremamente pequenas. O tempo para estas partículas permanecerem suspensas depende de sua
Esta pertence ao Sistema
Internacional de Unidades, o densidade, tamanho e da velocidade de movimentação do meio contínuo (o ar).
valor de 1 µm equivale a 0,001
mm, em outras palavras, é a
milésima parte de um milímetro. As informações sobre o tamanho das partículas é de suma importância para as
etapas de estudo da higiene ocupacional, por exemplo, a avaliação quantitativa
em amostragens com o uso de equipamentos específicos e medidas de controle
dos agentes. Os aerodispersóides são resultantes de processos industriais e,
devido à variabilidade de tamanho com que são gerados, a maioria deles não
é possível visualizar com o olho humano. Com base em literatura reconhecida,
podemos classificar o tamanho conforme o Quadro 5.2.
62
No Quadro 5.2, você percebeu que o menor tamanho de particulado é deno-
minado respirável. Estes, nas avaliações de exposição ocupacional, recebe
muita atenção dos profissionais da segurança e higiene ocupacional, pois
apresentam maior capacidade de penetrar no trato respiratório e ficam retidos
nos pulmões e, conforme a concentração e a natureza do particulado, podem
acarretar danos à saúde do trabalhador.
5.3.1.1 Poeiras
As poeiras podem ser entendidas como um conjunto de partículas que são
geradas mecanicamente por procedimento de ruptura ou rompimento, ou
ainda, por uma desagregação de partículas maiores em menores, com diâmetros
produzidos na faixa aproximada de 0,1 µm a 25 µm. Quando expostos a um
longo período de tempo, os trabalhadores podem adquirir doenças do grupo
das pneumoconioses, que oferecem perigo por causar enrijecimento dos
tecidos pulmonares. pneumoconioses
É uma doença que tem como
causa, o acúmulo de poeiras
Pertence a este grupo uma que merece destaque: a pneumoconiose dos nos pulmões e suas reações
trabalhadores do carvão (ou dos mineiros). Esta é uma doença profissional que ocorrem nos tecidos. Estas
podem ser classificadas como
cuja causa é a inalação de poeiras de carvão mineral. Tem como características fibrogênica e não fibrogênica.
A primeira destrói os alvéolos
o depósito destas poeiras nos alvéolos pulmonares e uma reação tissular pulmonares, com lesões
(tecidos) em razão de sua presença. No Brasil, as principais fontes de exposição permanentes para toda a
vida. Na segunda, as reações
são as minas de extração de carvão mineral, localizam-se nos estados do Rio provocadas nos pulmões são
Grande do Sul e de Santa Catarina, onde existe a elevada concentração de mínimas, não oferecendo lesões
permanentes, não alterando os
sílica pela presença de contaminantes minerais nas rochas (BRASIL, 2001). alvéolos pulmonares
(SPINELLI, 2006, p. 95).
Além disso, você pode encontrar as poeiras com sílica em lugares onde se
fazem perfurações de rochas, construção civil, jateamento de areia, produção sílica
É um nome dado aos compostos
de tijolos refratários, fabricação de vidros e cerâmicas. que apresentam na sua
composição o dióxido de silício
(SiO2), formado por um átomo de
silício e dois de oxigênio.
5.3.1.2 Fumos
Este tipo de aerodispersóide é característico de operações que envolvem
fusão de metais, típica de indústrias onde se tem a presença de processos
de soldagens e fundição. Entende-se por fumos, partículas no estado sólido
que são produzidas por uma condensação dos vapores emanados da fusão,
podendo conter metais pesados no ar como o zinco (Zn), por exemplo. Quando
os vapores estão carregados com metais em suspensão são denominados
fumos metálicos. Além do zinco, existem outros que são nocivos a saúde
como os fumos de chumbo (Pb), encontrado em fábricas de baterias e os de
cromo (Cr) e Níquel (Ni) em locais onde se realiza revestimento externos de
peças por estes metais. A respiração destes fumos por um longo tempo e a
não adoção de cuidados pode causar ulcerações do septo nasal.
ulcerações do septo nasal
É uma doença relacionada Durante a fusão é comum termos uma reação de oxidação, quando ocorre a
ao trabalho que resulta
de ação local de aerossóis penetração dos fumos metálicos nas vias respiratórias, na forma de óxidos, que
(aerodispersóides) irritantes, apresentam maior solubilidade nos fluidos do organismo humano, como no
produtores de um processo
inflamatório crônico, podendo exemplo do zinco, nesse caso, tem-se o óxido de zinco (ZnO). Vale lembrá-lo
ser acompanhado de secreção
sanguinolenta, ardor e dor que, na formação do óxido, o estado de oxidação é importante, pois os fumos
nas fossas nasais. Com maior de zinco que aqui mencionamos na verdade é Zn+, estando presente no ar
frequência, pode cursar de forma
assintomática (sem sintomas). sob esta forma.
(BRASIL/MS, 2001. p. 324-325 ).
64
Para saber mais sobre as
doenças relacionadas ao
trabalho, acesse:
http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/doencas_
relacionadas_trabalho1.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/doencas_
relacionadas_trabalho1.pdf
Figura 5.3: Fumos de uma soldagem
Fonte: Adaptado de www.sitedasoldagem.com.br/sms
5.3.1.3 Fumaças
Assim como as poeiras, as fumaças são partículas que resultam de uma reação
química de combustão incompleta. Estas são constituídas de carbono geradas
pela queima de materiais orgânicos.
5.3.1.4 Fibras
As fibras são partículas sólidas que são produzidas por processos de rompi-
mento mecânico, as quais apresentam como característica física um formato
alongado. Para você entender melhor, imagine uma partícula que tenha
como comprimento, uma medida cujo valor seja aproximadamente de 3 a 5
vezes o seu diâmetro, conforme Figura 5.6. Você pode encontrar ambientes
ocupacionais com este agente nas indústrias que trabalham com fibras de lã,
algodão, asbesto, vidro e de cerâmica. No caso de exposição prolongada à
fibra de asbesto, a doença que pode ser desenvolvida é a asbestose, bastante
asbestose agressiva aos pulmões dos trabalhadores.
É uma pneumoconiose que é
causada pela inalação de fibras
de amianto ou asbesto. Locais
em que se utiliza amianto para
a fabricação de artigos à prova
de fogo e fibro-cimento amianto
incluindo o seu manuseio. (BRASIL/
MS, 2001. p. 337). A exposição ao
asbesto, considerando as indústrias
de extração deste minério e de
transformação, envolve cerca de 20
mil trabalhadores. Trabalhando de
forma inadvertida, tem-se de 250
mil a 300 mil trabalhadores, na
indústria da construção e mecânica.
(BRASIL/MS, 2001. p. 15).
Figura 5.6: Exemplo hipotético da dimensão de uma fibra
Fonte: CTISM
5.3.1.5 Neblinas
As neblinas podem ser entendidas como um conjunto de partículas líquidas
que estão suspensas no ar, resultantes da condensação dos vapores oriundos
de substâncias no estado líquido que são voláteis. Em outras palavras, de
66
acordo com a condição térmica que o líquido está submetido (aquecimento),
este tem facilidade de evaporar, com isso, o vapor agrega-se ao ar até atingir a
saturação. Nessa condição não se consegue agregar mais vapor ao ar gerando
excesso de vapor no ambiente e, ao mesmo tempo, há uma diminuição da
temperatura do ar, ocasionando a condensação (mudança do estado físico
de vapor para líquido) do vapor que está saturado no ar ambiente, formando
partículas líquidas ou gotículas.
Figura 5.7: Ilustração da formação de neblina, usando como exemplo a neblina ácida
Fonte: CTISM
5.3.1.6 Névoas
Do mesmo modo como foram definidas as neblinas, as névoas são partículas
líquidas em suspensão no ar. No entanto, ambas diferem quanto ao processo
de geração das partículas. As névoas são produzidas por atomização ou ruptura
mecânica do líquido pressionado. Você pode encontrá-las em procedimen-
tos de trabalho como pinturas na forma de spray, aplicação de agrotóxicos
envolvendo nebulização, uso de óleo de corte formando névoa de óleo, etc.
68
Sob o ponto de vista da higiene ocupacional, os gases e vapores são estudados
em conjunto por apresentarem comportamento no ar de modo similar.
Resumo
Nesta aula, você começou a conhecer a área de riscos químicos para a higiene
ocupacional, já que esta disciplina é introdutória. Iniciamos o nosso estudo
pelas principais unidades de grandeza usadas para quantificar a concentração
de agentes químicos e depois, vimos suas definições e como estão classificados.
70
Atividades de aprendizagem
1. Em uma avaliação instantânea para estimar a concentração de monóxido
de carbono (CO) de um supermercado com garagem coberta, foi detec-
tado, com o uso de um medidor, a concentração de 40 ppm. Qual seria o
valor desta concentração em mg/m³? Faça a conta, sabendo que a massa
molecular deste produto é de 28 g.mol-1 e considerando a temperatura
ambiente de 25°C.
2. Relacione as colunas.
( ) Asbesto.
( ) Neblina.
Objetivos
74
Quadro 6.1: Quadro I do Anexo 11 da NR 15, limites de tolerância para agentes
químicos
Absorção Até 48h/semana Grau de insalubridade a
Agentes
Valor teto também pela ser considerado no caso
químicos ppm mg/m³
pele de sua consideração
Ácido cianídrico + 8 9 Máximo
Ácido clorídrico + 4 5,5 Máximo
Fonte: BRASIL, 1978c
Ao ler o Quadro 6.1, você percebeu que existe uma sinalização na forma “+”,
isto indica, no caso do ácido cianídrico (HCN), que este pode ser absorvido
também pela pele (via cutânea), sendo exigidos equipamentos de proteção
individual para as mãos como luvas adequadas para a sua manipulação, além
de proteção para outras partes do corpo. De modo análogo, para o ácido
clorídrico (HCl), você notou que há uma sinalização colocada na coluna que
menciona “Valor teto”. Este nos mostra que o valor da concentração (no caso,
o LT) não pode ser ultrapassado em momento algum da jornada de trabalho.
76
que o TLV é estabelecido e determinado para o período de trabalho semanal
dos Estados Unidos, de 40 horas. A seguir, você tem à disposição este modelo.
Para você entender melhor, vamos resolver um exercício onde podemos aplicar
o modelo mencionado, passo a passo.
Exercício
Um operário de uma indústria de engarrafamento de solventes executa suas
atividades em uma jornada de trabalho de 44 horas semanais, de acordo com
normas trabalhistas brasileiras. Está exposto a um agente químico “A” cujo
limite de tolerância estabelecido pela ACGIH (2010) é de uma concentração
de 10 ppm, para uma jornada de 40 horas semanais. Calcule o limite de
tolerância apropriado para a jornada de trabalho deste trabalhador.
Solução
1º passo – identifique a quantidade de horas semanais de trabalho real e
aplique a Equação 6.2. Neste caso, o valor da variável é igual a 44 e equivale
ao número de horas que o operário trabalha. Note na expressão, com o
uso de setas na equação que está sendo resolvida, que a parte 1 apresenta
a influência do aumento da jornada de trabalho, enquanto que a parte 2,
representa a parcela do descanso semanal que foi reduzido.
Resumo
Nesta aula, você aprendeu que existem limites de tolerância que servem para
auxiliar o profissional da área de segurança do trabalho a elaborar estudos
em higiene ocupacional a fim de proteger a saúde dos trabalhadores contra a
exposição de agentes químicos nocivos à saúde. Além de serem desenvolvidos
por instituições de renome, também são publicados pela legislação brasileira.
78
Atividades de aprendizagem
1. Leia atentamente as seguinte afirmativas e marque a opção correta.
Está(ão) correta(s):
a) I e II somente.
b) II e IV somente.
c) III e IV somente.
a) 440,34 ppm.
b) 600,2 ppm.
c) 540 ppm.
d) 320 ppm.
e) 20 ppm.
Objetivos
Figura 7.1: Simbologia internacional para riscos biológicos, utilizado também para
transporte de produtos infectantes
Fonte: CTISM, adaptado de www.brasilescola.coom/quimica/simbolos-seguranca-laboratorio.htm
82
HIV (human immunodeficiency virus), o tétano (doença infecciosa e não
contagiosa, causada pela toxina da Clostridium tetani) e a leptospirose.
84
c) Classe de risco 3 – risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doen-
ças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem
meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Exemplos: Mycobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch (bactéria que provoca a maioria dos casos
de tuberculose), e Bacillus anthracis (bactéria que causa a doença deno-
minada carbúnculo em atividades com contato direto com animais ou
cadáveres destes infectados).
T – produção de toxinas.
86
• Hábitos de higiene pessoal.
• Vacinação.
• Treinamento.
histoanatomopatologia
Estudo microscópico de
• Cemitérios (exumação de corpos).
células ou tecidos de partes
do organismo alteradas por
processos patológicos (doenças). • Estábulos e cavalariças.
Resumo
Nesta aula, vimos uma introdução aos riscos biológicos, às formas de trans-
missão, às vias de penetração, às classes de risco e à legislação básica.
88
Atividades de aprendizagem
1. Nos parênteses a seguir assinale V para doenças transmitidas por vírus,
B para doenças transmitidas por bactérias e P para doenças transmitidas
por protozoários.
( ) Catapora
( ) Caxumba
( ) Dengue
( ) Gripe
( ) Hepatite
( ) Cólera
( ) Coqueluche
( ) Leptospirose
( ) Salmonelose
( ) Tétano
( ) Doença de Chagas
( ) Malária
( ) Toxoplasmose
( ) Micoses
http://www.fiocruz.br/
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10152: Níveis de ruído
biosseguranca/Bis/lab_virtual/ para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987.
riscos_biologicos.html
90
__________.Portaria n° 3.214, de 08 de junho de 1978: Aprova as normas
regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do
trabalho. Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17): Ergonomia. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1978d. Disponível em: <http://
portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.pdf>. Acesso
em: 03 ago. 2012.
PIRES, Marco Túlio. Crise nuclear. Entenda os níveis de radiação e seus efeitos. Perigo
invisível. Revista VEJA. Publicação de 16 de março de 2011. Disponível em: <http://veja.
abril.com.br/noticia/ciencia/entenda-os-niveis-de-radiacao>. Acesso em: 03 ago. 2012.
91