Estruturas de Concreto 1 Notas de Aulas
Estruturas de Concreto 1 Notas de Aulas
Estruturas de Concreto 1 Notas de Aulas
Bibliografia Básica
Bibliografia Básica:
1. SOUZA, Joao Climaco Carlos Teatini de. Estruturas de Concreto Armado - 2ª Ed. Revisada.
2. CARVALHO, Roberto Chust, Jasson Rodrigues de Figueiredo Filho. Cálculo e
Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado Vol I,
3. FUSCO, Péricles Brasiliense Técnica de Armar as Estruturas de Concreto
Bibliografia Complementar:
LEONHARDT, F., MONNING, E., Construções de Concreto, vol. 1 a 4, Editora Interciência
GUERRIN, A; LAVAUR, Roger-Claude.Tratado de concreto armado. São Paulo: Hemus,
Carvalho, Roberto Chust; Pinheiro, Libânio Miranda Cálculo e Detalhamento de Estruturas
Usuais de Concreto Armado - Volume 2.
FUSCO, Péricles Brasiliense, Tecnologia do Concreto Estrutural PINI
Fusco, Péricles Brasiliense Estruturas de Concreto - Solicitações Tangenciais PINI
Administra Cursos
2
Conceitos fundamentais
3
4
No trecho BC, submetida a flexão pura (Q=0 e M cte),
dependendo da intensidade dos esforços podem ocorrer fissuras (
minúsculas trincas causadas por pequena deformabilidade e baixa
resistência à tração do concreto) na parte inferior, que está submetida a
tensões normais de tração. Essas fissuras fazem com que a capacidade
resistente da viga ao momento fletor seja pequena.
5
Vantagens e desvantagens do Concreto armado
Vantagens:
6
Desvantagens:
7
Características e propriedades do concreto
Concreto fresco
As principais propriedades do concreto fresco são a
consistência, a trabalhabilidade e a homogeneidade.
Consistência:
8
Trabalhabilidade
Um concreto com slump alto é geral fácil de ser lançado e
adensado, sendo considerado, portanto, de boa trabalhabilidade. O
conceito de trabalhabilidade do concreto está ligado basicamente à mineira
de efetuar seu adensamento.
Homogeneidade
9
dispersos na massa, estando totalmente envolvidos em pasta, sem
qualquer degradação, melhor será a qualidade do concreto,
principalmente quanto à permeabilidade e à proteção proporcionada à
armadura, além de resultar em melhor acabamento. Essa distribuição
dos agregados é a homogeneidade, portanto, quanto mais homogêneo
o concreto, melhor será a qualidade da estrutura resultante.
Adensamento
10
Consiste basicamente, em um primeiro momento, na separação dos
diversos compostos para, depois, misturá-los adequadamente,
evitando a formação de bolhas de ar, vazios e segregação dos
materiais.
11
Características e propriedades do concreto
Concreto endurecido
12
Resistência do concreto à compressão
fcj = N rup / A
13
Para avaliar a resistência de um concreto à compressão, é
necessário realizar um certo número de ensaios de corpos de prova.
Os valores da resistência proporcionados pelos distintos corpos de
prova são mais ou menos dispersos, variando de uma obra a outra e
também de acordo com o rigor com que se confecciona o concreto.
14
Entretanto, esse valor não reflete a verdadeira qualidade do
concreto na obra, pois não considera a dispersão dos resultados (entre dois
concretos com a mesma resistência média, é mais confiável o que
representa menor dispersão).
16
Determinação Resistência característica
do concreto à compressão (fck)
Fck=fcm.(1-1,645.δ) ou fck=fcm-
1,645.s
Fcm é a resistência media e δ o
coeficiente de variação, pode ser
expresso:
𝟏 𝒏 𝒇𝒄𝒊−𝒇𝒄𝒎
δ= .σ𝒊=𝟏 ²
𝒏 𝒇𝒄𝒎
Sendo s=fcm.δ, o desvio padrão.
17
DESVIO PADRÃO
Quando não possuímos os dados dos ensaios, apenas
o valor de fcm, o desvio padrão pode ser arbitrado
através de recomendações da Norma, variando de 4
MPa até 7 MPa:
4 MPa: Utilizado quando houver um tecnologista a serviço
da obra, e todos os materiais forem medidos em peso;
5,5 MPa: Utilizado quando houver um tecnologista a serviço
da obra, o cimento for medido em peso, e os demais
agregados em volume. Este volume deve ser corrigido em
função da umidade, previamente determinada, assim como a
quantidade de água;
7 MPa: Utilizado quando o cimento for medido em peso e
os demais agregados em volume, sendo apenas a quantidade
de água corrigida em função de um valor de umidade
estimado.
18
Resistência do concreto à tração
19
Resistência do concreto à tração
20
A resistência do concreto à tração pura é aproximadamente 85%
da resistência à tração por compressão diametral, e 60% da resistência
obtida pelo ensaio de flexotração; este último método não é prático, dada a
dificuldade do ensaio. O Ensaio Brasileiro de Resistência à Tração.
Para concretos de classes até C50: fct=0,3.fck𝟐/𝟑 e C50 até C90: fct=2,12.ln(1+0,11.fck), com fct e
fck em MPa.
21
Retração / expansão
A retração e a expansão são deformações
volumétricas do concreto, independentes de
carregamento e direção. Estas variações ocorrem
devido à perda (retração) ou a absorção
(expansão) de água por parte do concreto. A
intensidade do fenômeno varia de acordo com a
umidade do ambiente, a espessura da peça, e o
fator água/cimento da mesma.
No caso de estruturas com comprimento muito
elevado, somente a cura não é suficiente para se
evitar a retração, devendo então este
comprimento ser reduzido, através de juntas de
concretagem.
22
Variação de temperatura
Para o caso do concreto, a NBR 6118 (2014)
recomenda a adoção do valor de 10-5/ºC para o
coeficiente de dilatação térmica, α. A variação de
temperatura pode ser ocasionada por dois fatores:
Meio ambiente;
Calor de hidratação, em estruturas com grande
volume de concreto, como o caso das barragens.
Para minimizarem-se os efeitos da temperatura, deve-
se:
• Prever juntas de dilatação na estrutura, de tal forma
que as dimensões da estrutura entre as juntas seja
sempre inferior a 30 m;
• Considerar os efeitos de temperatura nos cálculos
da estrutura.
23
Fluência (deformação lenta)
É o aumento da deformação, sem que haja uma mudança no
carregamento da peça.
Consideremos, segundo SÜSSEKIND (1981), a peça de concreto
representada na Figura 2.10, carregada axialmente com uma tensão
de compressão constante ao longo do tempo, de valor σc.
Figura 2.10 - Deformações em uma peça de concreto (SÜSSEKIND,
1981).
24
O comportamento do concreto
Comportamento materiais em geral:
a) Comportamento Elástico (Figura 2.11) Tem a
capacidade de recuperar integralmente a deformação
introduzida. Figura 1.11 - Comportamento elástico.
Ε=Δl/l
25
O comportamento do concreto
b) Elasticamente Perfeito (Figura 2.12) Material
que segue a Lei de Hooke. Figura 2.12 -
Comportamento elasticamente perfeito. σ = ε.E
26
O comportamento do concreto
c) Comportamento Plástico (Figura 2.13)
Quando os efeitos da deformação
introduzida são permanentes.
27
O comportamento do concreto
d) Para o concreto temos (Figura 2.14):
Tipos de deformação
• Que dependem do carregamento
Lenta plástica = Fluência
Lenta elástica
Imediata plástica
Imediata elástica
• Que independem do carregamento
Causadas por variação de temperatura
Causadas por retração/expansão
29
Ensaio de deformação do concreto:
O ensaio representado pelos gráficos a seguir (Figura 2.15)
demonstra o comportamento do concreto ao longo do tempo,
sofrendo cargas e descargas em seqüência.
30
Ensaio de deformação do concreto:
OA Deformação Imediata
O’A Deformação elástica imediata
OO’ Deformação plástica imediata
BC Deformação imediata
CD Deformação lenta (alguns materiais não a
apresentam)
DE Deformação elástica imediata
EF Deformação elástica lenta
BF = Δε Deformação plástica lenta
31
Módulo de elasticidade
E c0 = tgϕ0
32
Módulo de elasticidade
Segundo a NBR 6118 (2004), “quando não
forem feitos ensaios e não existirem dados
mais precisos sobre o concreto usado na
idade de 28 dias, pode-se estimar o valor do
módulo de elasticidade usando a expressão:
Eci = 5600 fck½ (MPa)
O módulo de elasticidade secante a ser
utilizado nas análises elásticas de projeto,
especialmente para determinação de
esforços solicitantes e verificação de estados
limites de serviço, deve ser calculado pela
expressão: Ecs = 0,85 Eci
33
Módulo de elasticidade
Coeficiente de Poisson
O coeficiente de deformação transversal, ou coeficiente
de Poisson (ν) representa a relação entre as
deformações transversais e longitudinais na peça (Figura
2.5).
34
Diagrama Tensão versus Deformação
simplificado
35
Características do aço
36
Limite de resistência (fstk) é a força máxima suportada pelo material ,
e com a qual ele se rompe, ou seja, é o ponto máximo de resistência da
barra, sendo seu valor obtido pela leitura direta na máquina de tração.
Alongamento na ruptura: é o aumento do comprimento do corpo de
prova correspondente à ruptura, expresso em %:
𝒍𝟏−𝒍𝟎
𝜺= .100
𝒍𝟎
37
Onde:
38
VALORES CARACTERÍSTICOS E DE
CÁLCULO (Aço)
39
VALORES CARACTERÍSTICOS E DE
CÁLCULO (Concreto)
fck- resistência característica do concreto à compressão
fcd – resistência de cálculo do concreto à compressão.
40
Dimensionamento (Cálculo) de uma estrutura
41
ELU e ELS
42
ELU
Exemplos:
Colapso
43
- ELS : Conhecidos também como ESTADOS LIMITES DE
UTILIZAÇÃO, são estados que pela sua ocorrência, repetição ou
duração causam efeitos estruturais que não respeitam as condições
especificadas para o uso normal da construção ou que são indícios
de comprometimento da durabilidade da estrutura. A segurança das
estruturas de concreto pode exigir a verificação de alguns dos
seguintes estados limites de serviços:
44
Métodos de cálculo na ruptura
45
Tomar cuidados especiais em relação aos critérios de detalhamentos, ao
controle dos materiais e ao controle de execução da obra.
Rd ≥ Sd
46
Ações e solicitações
A norma brasileira NBR 8681 (Ações e segurança nas estruturas)
define ações como as causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas.
As ações podem ser de três tipos:
47
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
Para cada tipo de construção, as ações a considerar devem respeitar
suas peculiaridades e a norma a ela aplicável. As ações a considerar
classificam-se, de acordo com a NBR 8681, em permanentes, variáveis e
excepcionais.
Ações variáveis:
49
→ Ações variáveis indiretas
→Variações uniformes de temperatura, é a variação da temperatura da
estrutura, causada globalmente pela variação da temperatura da
atmosfera e pela insolação direta, é considerada uniforme.
50
Ações Excepcionais: no projeto de estruturas sujeitas a situações
excepcionais de carregamento, cujos efeitos não possam ser
controlados por outros meios, devem ser consideradas ações
excepcionais com os valores definidos, em cada caso particular.
51
Durabilidade das estruturas de concreto
Em relação à durabilidade, a ABNT NBR 6118:2014, exige que as
estruturas de concreto sejam projetadas e construídas de modo que, sob as
influências ambientais previstas e quando utilizadas conforme estabelecido
em projeto, conservem sua segurança, estabilidade e comportamento
adequado em serviço durante o período correspondente à sua vida útil de
projeto.
53
54
Proteção e Cobrimento
da ação do fogo.
55
O cobrimento mínimo (Cmin) deve ser garantido adotando-se um valor
56
Dimensionamento de vigas (simplesmente
armadas à flexão)
57
Tipos de flexão
58
Processo de colapso de vigas sob tensões
normais
Seja a viga abaixo, onde há flexão pura na região central.
Q=0 e M constante, na seção central, a viga é submetida a
momento fletor M crescente, que varia de 0 até ao valor que a
leve ao colapso.
59
A seção transversal central da viga de concreto armado,
retangular, neste caso, submetida a um momento fletor M
crescente, passa por 3 níveis de deformação, denominados
estágios, os quais determinam o comportamento da peça até a
ruína.
60
Não há fissuras visíveis
61
1 b) Aumentando gradativamente o valor da carga P
63
ESTÁGIO III (Dimensionamento)
64
- Diagrama de tensões tende a ficar vertical (uniforme), com
quase todas as fibras trabalhando com sua tensão máxima, ou
seja, praticamente todas as fibras atingem deformações
superiores a 0,2 % e chegando até 0,35%.
65
- A peça está bastante fissurada, com as fissuras se
aproximando da linha neutra, fazendo com que sua
profundidade diminua e, consequentemente, a região
comprimida do concreto também.
66
O dimensionamento das estruturas de concreto será feito
no ELU (Estágio III), pois o objetivo principal é projetar estruturas
que resistam aos esforços de forma econômica, sem chegar ao
colapso. As situações de serviço são importantes, porém muitas
vezes o próprio cálculo no ELU e o bom dimensionamento
conduzem às verificações dessas situações, que deverão ser
feitas quando necessário.
67
Hipóteses básicas de cálculo
68
A tração nas armaduras é obtida a partir dos diagramas tensão x
69
70
Definições e nomenclaturas
72
Domínio de deformações na seção transversal
73
74
DOMÍNIO 1:
Início: ɛs = 1 % ɛc = 1 % x= -∞
término: ɛs = 1 % ɛc = 0 % x1= 0
A seção transversal está inteiramente tracionada. A seção resistente é
composta pelo aço, não havendo participação do concreto, que se
encontra totalmente fissurado.
75
DOMÍNIO 2:
início: ɛs =1 % ɛc = 0 x1= 1
76
DOMÍNIO 3:(seção subarmada)
Início: ɛs = 1 % ɛc = 0,35 % x= x2= 0,259d
término: ɛs = ɛyd (deformação específica do escoamento do aço) ɛc = 0,35 %
x= x3
77
DOMÍNIO 4 : (seção superarmada)
78
DOMÍNIO 5: 0,2 % ≤ ɛs ≥ 0,35 % ɛs = 0 %
79
Cálculo da armadura longitudinal em vigas
sob flexão normal
O cálculo da quantidade de armadura longitudinal, para
seções transversais retangulares, conhecidos a resistência do
concreto ( fck), a largura da seção (bw), a altura útil (d) e o tipo
de aço (fyd e εyd), é feito, de maneira simples, a partir do
equilíbrio das forças atuantes na seção.
Para proporcionar o adequado comportamento dúctil em
vigas e lajes, a posição da linha neutra no ELU deve obedecer
aos seguintes limites:
x/d ≤ 0,45 para concretos com fck ≤ 50 MPa
x/d ≤ 0,35 para concretos com 50 Mpa < fck ≤ 90 MPa
80
Equacionamento para concretos de classe
até C 50.
Antes de efetuar a dedução das equações para o
dimensionamento para seções sob flexão simples, é conveniente
indicar as possibilidades de comportamento das seções quanto à
ductilidade. Na figura abaixo, é indicada a situação de seção
retangular, submetida à flexão simples, com as deformações
possíveis, para concretos de classe até C50, sem considerar a
ductilidade (x/d depende da deformação específica de cálculo- εyd do
aço).
81
A figura abaixo apresenta a mesma situação, mas no diagrama
82
a) Equilíbrio das seções
Como não há forças externas, a força atuante no concreto (Fc) deve ser igual à
força atuante na armadura (Fs)
ƩF =0
Fs- Fc = 0
Fs= Fc
∑M = ∑Md
Md= Fc. z
83
b) Posição da linha neutra (x): Conhecendo a posição da LN, é possível saber o
domínio em que a peça está trabalhando e calcular a resultante das tensões de
compressão no concreto (Fc) e o braço da alavanca (z):
Fc = fc.A
fc= 0,85 fcd A= bw. 0,8. x
𝐹𝑐 = 0,85. 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . (0,8. 𝑥)
𝑧 = 𝑑 − 0,4𝑥
𝑀𝑑
0.68.𝑑 ± (0,68.𝑑)2 −4.0,272. 𝑏𝑤.𝑓𝑐𝑑
x=
0,544
𝑀𝑑
= 𝐹𝑠 = 𝑓𝑠. 𝐴𝑠
𝑧
𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑧. 𝑓𝑠
84
Admitindo que a peça esteja trabalhando nos domínios 2 e 3, para
um melhor aproveitamento da armadura, tem-se ɛs≥ ɛyd, resultando na
tensão de escoamento da armadura ( fs= fyd) para o caso contrário, tira-se
o valor de ɛsdo diagrama de tensão x deformação do aço e calcula-se fs.
𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝑧. 𝑓𝑦𝑑
85
limites x23 e x 34
86
Determinação dos limite x23
Armadura simples ɛs = 1%
𝑥 0,0035
=
𝑑 0,0035 + 𝜀𝑠
89
Cálculo do máximo momento resistente da
seção
No caso anterior, conhecia-se Md e calculava-se As.
Seja agora um problema diferente: conhecidas as dimensões
das seção transversal (bw e d), o tipo de aço ( fydeɛyd) e a
resistência do concreto (fck) ,em qual domínio se consegue
maior momento resistente, ou seja, qual o maior momento que
a seção dada consegue resistir?
90
O resultado x= 1,25.d (linha neutra fora da seção) não é solução,
pois, para haver flexão simples, é necessária a existência de resultantes
normais de compressão (concreto) e tração (aço) que se anulam
(equilíbrio), isso só é possível nos domínios 2, 3 e 4, em que a linha neutra
corta a seção (no domínio 4, isso também ocorre, mas não é permitido o seu
uso).Como a equação é uma função contínua e crescente, o valor do maior
momento será alcançado quando x for o maior possível, mas limitado pelo
não emprego do domínio 4, também evitado por questões econômicas
(maior consumo de materiais).
91
Exercício 2
92
Cálculo do Mr em que é conhecida a
armadura longitudinal
Conhecidas a largura (bw) e a altura útil (d) de uma seção
transversal retangular, a resistência do concreto à compressão (fck), o tipo
de aço (fyk) e a área da seção transversal (As), qual é o valor do momento
máximo resistido? Neste caso, considerando concretos com resistência
característica à compressão menor que 50 MPa, ao fixar o valor da área
de aço, a posição da linha neutra fica automaticamente determinada, e o
valor encontrado não pode ser maior que x= 0,45. d.
93
Fs= As . fyd
Força do concreto:
Fc= (0,85.fcd ). (bw). (0,8.x)
Como Fc= Fs
(0,85.fcd ). (bw).(0,8.x) = As . fyd
𝐴𝑠. 𝑓𝑦𝑑
𝑥=
0,68. 𝑏𝑤. 𝑓𝑐𝑑
95
Exercício 3
b)As= 2 cm2
96
Cálculo da altura mínima de uma seção
com armadura simples
Seja uma viga, com armadura simples, submetida a um momento
fletor Md em uma determinada seção A. A menor altura necessária (d mín)
para a seção resistir a esse momento é aquela em que a posição da linha
neutra acarreta o maior momento que a viga é capaz de resistir, ou seja, o
momento aplicado será igual ao momento resistente máximo da seção.
97
A partir das equações abaixo, é possível determinar o valor da altura útil d de uma
viga:
𝑀𝑑
𝑑=
𝑏𝑤. 𝑓𝑐𝑑. (0,68. 𝜉 − 0,272. 𝜉 2 )
98
Com a limitação x/d ≤ 0,45 (ξ = x/d ≤ 0,45), de acordo com a ABNT NBR
6118:2014, a altura mínima ocorre quando ξ =0,45, e assim, para
encontrá-la, basta colocar esse valor na equação anterior:
𝑀𝑑 𝑀𝑑 𝑀𝑑
𝑑𝑚í𝑛 = 𝑑𝑚í𝑛 = =2
𝑏𝑤.𝑓𝑐𝑑.(0,68.0,45−0,272.0,452 ) 𝑏𝑤.𝑓𝑐𝑑.0,25092 𝑏𝑤.𝑓𝑐𝑑
99
Exercício 4
100
101
FÓRMULAS ADIMENSIONAIS PARA O DIMENSIONAMENTO
DE SEÇÕES RETANGULARES
Chamando
103
104
105
Exercício 5
106
Cálculo de seções com armadura dupla
107
e uma superior comprimida (armadura dupla). Assim:
108
deformações específicas menores que a região tracionada (até 0,0035,
que é a máxima permitida para o concreto comprimido).
109
O momento Mlim pode ser obtido por:
𝑀𝑙𝑖𝑚 𝑀𝑑 − 𝑀𝑙𝑖𝑚
𝐴𝑠 = +
1 − 0,4. 𝐾𝑋 𝑙𝑖𝑚 . 𝑑. 𝑓𝑦𝑑 𝑑 − 𝑑 ′ . 𝑓𝑦𝑑
111
Finalmente, é preciso conhecer a deformação específica da
armadura comprimida ɛs’, para encontrar a tensão da armadura na
armadura comprimida fs’. O valor de ɛs’ é obtido também a partir da
figura.
112
Exercício 6
Calcular a área de aço para a viga abaixo:
d= 46 cm. Verificar a necessidade do uso da armadura
dupla.
fck= 20 Mpa e aço CA-50
Obs:
Md = M. 1,4
113
EXERCÍCIO 7
114
Cálculo de armaduras em vigas de seção
transversal em forma de T
Em um piso ( laje) de C.A. apoiado no contorno em vigas, as
lajes maciças e as vigas não são independentes umas das outras,
pelo fato de as estruturas de concreto serem monolíticas (a não ser
que, construtivamente, sejam tomadas para que isso ocorra),seus
elementos, lajes e vigas trabalham em conjunto.
115
Nas estruturas de concreto, as vigas de seção T são de
uso corrente, pois, de modo geral, as nervuras (almas) das
vigas estão ligadas às lajes, as quais fornecem a necessária
mesa de compressão. De acordo com os princípios de
notação, as dimensões da mesa são indicadas por bf e hf
(flange), e a largura da alma por bw.
116
Uma viga de concreto armado, formada por uma nervura e duas
abas, só será considerada como de seção “T” quando a mesa e parte
da alma estiverem comprimida; caso contrário, dependendo do sentido
de atuação do momento fletor, apenas a parte superior da mesa ou
inferior da alma estarão comprimidas (essas partes tem forma
retangular), e como as regiões tracionadas de concreto não trabalham,
ou seja, não colaboram na resistência, a viga será calculada como
tendo seção retangular.
figura
117
Outra consequência é que, no caso de momentos
positivos, a viga só será considerada de seção “T” se a linha
neutra estiver passando pela alma; caso contrário, a região de
concreto comprimida será regular, com largura igual a bf e não
haverá colaboração da alma e de parte da mesa, que estarão
tracionadas.
118
Linha neutra (x) < altura do flange (hf)
119
Linha neutra (x) > altura do flange (hf)
120
Nas situações em que a LN passa pela alma da seção, é possível
fazer o cálculo em duas etapas.
- calcula-se inicialmente o momento resistido pelas abas (M1)
ℎ𝑓 ℎ𝑓
𝑀1 = 𝐹𝑐1. 𝑑 − = 0,85. 𝑓𝑐𝑑. ℎ𝑓. 𝑏𝑓 − 𝑏𝑤 . ( 𝑑 − )
2 2
121
A armadura é obtida somando-se a necessária para resistir a
cada um dos momentos:
𝑀1 𝑀2
𝐴𝑠 = +
ℎ𝑓 𝐾𝑍 . 𝑑. 𝑓𝑦𝑑
𝑑 − 2 . 𝑓𝑦𝑑
122
Não é toda a largura da laje adjacente que colabora na
resistência da viga; por absurdo, imagine –se que uma viga central
estivesse a quilômetros das vigas laterais: é evidente que entre
uma viga lateral e a central existiria uma parte da laje que não
ajudaria na resistência nem de uma viga nem de outra, ou seja,
estaria trabalhando realmente apenas como elemento para
transferir cargas à vigas. Conclui-se, portanto, que apenas uma
parte da laje, mais próxima à viga, colabora com ela. A distribuição
de tensões de compressão na parte superior da viga (mesa) não é
uniforme: há concentração de valores junto à parte central da viga
(alma). A determinação da largura da laje que colabora
123
com a viga (largura colaborante ou efetiva bf ) é feita integrando a
distribuições de tensões na altura h e em uma largura até onde as
tensões tendem a zero, a fim de encontrar a resultante; essa
resultante é igualada auma outra, obtida por meio da distribuição
uniforme de tensões , com valor igual a 0,85.fcd, atuando na altura hf
e largura bf (Fc= bf.hf.0,85.fcd).
124
O procedimento apresentado resulta em um cálculo complexo, e,
por esta razão, existem soluções simplificadas a favor da segurança, mas
com bases nos mesmos princípios. Uma delas é a que propõe a ABNT
6118:2014, que, a largura colaborante bf será da viga bw acrescida de no
máximo 10% da distância a entre os pontos de momento fletor nulo, para
cada lado da viga em que houver laje colaborante. A distância a pode ser
estimada em função do comprimento l do tramo considerado.
a= 2l (tramo em balanço)
125
Deverão ser respeitados os limites de b1 e b3:
b1 ≤0,5. b2 b3 ≤ b4
b1 ≤ 0,1. a b3 ≤ 0,1 a
126
Exercício 8
127
EXERCÍCIO 9
128
Cisalhamento: Cálculo da armadura transversal
Até aqui foi estudada uma viga submetida à flexão pura (cortante
nulo) e, neste caso, momento fletor é constante. Assim, atuam na seção
transversal apenas tensões normais que permitem equilibrar o momento fletor.
As tensões normais são resistidas pelo concreto comprimido e pela a
armadura longitudinal tracionada (e por uma armadura longitudinal
comprimida, no caso de armadura dupla). Por esta razão, não foi considerada
anteriormente, o efeito da força cortante.
Na realidade, as vigas submetidas a um carregamento vertical
qualquer, com ou sem força normal, estão trabalhando em flexão simples ou
composta não pura, sendo variável , nesta situação, o momento fletor, e sendo
a força cortante portanto , diferente de zero, surgindo na seção transversal,
além das tensões normais, tensões tangenciais que equilibram o esforço
cortante.
129
Ao contrário da situação em que é possível existir momento
fletor sem força cortante (flexão sem cisalhamento), não é possível
a existência de trechos da viga em que ocorra cortante sem
momento (cisalhamento sem flexão).
130
Para cargas de pequena intensidade, em que as tensões
de tração não superam a resistência de tração do concreto (estádio
I), o problema de análise das tensões tangenciais é simples; quando
se aumenta o carregamento e o concreto torna-se fissurado (estádio
II), é produzido um complexo reajuste de tensões entre o concreto e
a armadura, que podem crescer até chegar à ruptura. Na alma da
viga, as tensões de compressão são resistidas pelo concreto
comprimido , que se mantém íntegro entre as fissuras (bielas de
concreto) e as tensões de tração são resistidas por uma armadura
transversal (armadura transversal).
131
Tensões normais e tangenciais em uma viga
𝑀. 𝑦
𝜎= Tensões normais
𝐼
𝑉𝑀𝑆 Tensões tangenciais
Ƭ=
𝐼. 𝑏𝑤.
M- momento fletor
V- força cortante
bw – largura da seção
132
133
Para uma dada seção, sob força constante V, o valor máximo da tensão
tangencial ocorre, quando o momento estático também for máximo. O momento
estático é determinado pela integral 𝐴𝑑 𝑦 , e para uma viga retangular de seção
transversal (bw, h), obtém-se:
ℎ 𝑘
𝑀𝑠 = 𝑦𝐴 = 𝑦. 𝑏𝑤. 𝑘 = − = 0,5. 𝑏𝑤. (𝑘. ℎ. 𝑘 2 )
2 2
O Valor máximo de Ms é obtido fazendo sua derivada em relação a k ser igual a zero.
𝑑𝑀𝑠
= 0,5. 𝑏𝑤. ℎ − 2𝑘 = 0
𝑑𝑘
ℎ2 ℎ2 1 ℎ2 ℎ3
𝑀𝑠𝑚𝑎𝑥 = 0,5. 𝑏𝑤. ℎ − = 0,5. 𝑏𝑤. = . 𝑏𝑤. = 𝑏𝑤
4 4 2 4 8
134
◦ Finalmente a tensão máxima de cisalhamento tornou-se:
𝑏𝑤. ℎ3
𝑉. 𝑀𝑠, 𝑚á𝑥 𝑉. 8 1,5. 𝑉
Ƭ𝑚𝑎𝑥 = = =
𝑏𝑤. 𝐼 𝑏𝑤ℎ3 𝑏𝑤. ℎ
𝑏𝑤. 12
135
Tensões principais
Em uma viga fletida, sob ação de momento fletor
variável, também atuam forças cortantes, e em toda a altura de
uma seção transversal retangular, ou na alma de outras seções,
surgem tensões, chamadas principais, de tração e compressão
(σ1 e σ2, respectivamente) inclinadas em relação ao eixo da
peça. As tensões principais podem ser decompostas nas
componentes σx (tensão normal segundo x) e σy (tensão normal
segundo y) e Ƭxy (tensão tangencial; em vigas, normalmente , as
tensões σy têm valor muito pequeno , com importância apenas
em pontos de introdução de cargas concentradas, podendo,
portanto, em geral ser desprezadas. Assim σy será considerado
nulo.
136
Em outras palavras, em um elemento solicitado por tensões
normais e tangenciais, sempre é possível encontrar um plano com
inclinação no qual as tensões tangenciais são nulas e as normais
alcancem seus valores máximos e mínimos (tensões principais).
Essas tensões podem ser determinadas em qualquer ponto da
seção da peça, analiticamente ou pelo Círculo de Mohr.
137
◦ Segundo Mohr, as tensões principais podem ser determinadas
analiticamente pelas expressões:
𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 𝜎𝑥 − 𝜎𝑦
𝜎1 = − + Ƭ𝑥𝑦 2
2 2
𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 𝜎𝑥 − 𝜎𝑦
𝜎2 = − + Ƭ𝑥𝑦 2
2 2
138
139
Como em vigas pode-se fazer σy = 0 , e fazendo e Ƭxy= Ƭ , as
equações anteriores tornam-se:
140
141
Conclusões:
142
Analogia de treliça de Morsch
143
Funcionamento básico e elementos
constituintes
144
O conceito de bielas de compressão (concreto íntegro entre as
fissuras) é importante, pois mostra como o aço e o concreto se unem
para transferir as cargas , assim também como o concreto trabalha e
tem participação importante na resistência ao cisalhamento de peças
fletidas.
145
Elementos da
treliça:
a) A treliça é isostática
b) Os banzos são paralelos
c) A inclinação das fissuras, e portanto, das bielas comprimidas é de
45º
d) A inclinação (α) da armadura transversal pode variar entre 45º e 90º .
147
Treliça de Morsch com esforços atuantes e internos em uma seção S
Mas na ruptura,
Fat = Asw . n. fyd
Asw – área da seção transversal de uma barra de cisalhamento
n- número de barras que cruzam uma fissura
fyd- resistência de cálculo do aço à tração.
Substituindo a força cortante por Vsd (Vsd = 1,4 Vs):
Fat .sen α = Vsd
Asw. n.fyd = Vsd/ sen α
149
Barras que cruzam a fissura
150
Porcentagem volumétrica
d= l. sen α
151
Supondo que o braço da alavanca ( z) possa ser tomado
aproximadamente igual a z = 1,10/ d, usando a definição de
porcentagem volumétrica dada pela expressão abaixo, temos:
Chamando:
152
Espaçamento (s) :
α = 45º
153
Assim, conclui-se, sendo a taxa de armadura igual em cada
caso, que o volume de aço é o mesmo nos dois casos, e, portanto, o
custo é igual.
154
Verificação das bielas de concreto comprimida
155
Cálculo das tensões de compressão σc nas bielas de
concreto (Determinado pelo modelo de Montoya et al)
α – inclinação da armadura
β – inclinação da bielas de concreto
156
• Comprimento da seção BC que tem a direção dos estribos
• Substituindo ɸ em AB:
157
Na ruptura a projeção vertical de Fr é a força cortante Vsd atuante na
seção:
Substituindo AB:
158
A tensão tangencial máxima é:
Fazendo z= d/1,10
Lembrando que:
159
Valores de tensão normal na biela de concreto
160
Treliça generalizada de Morsch
161
- Parte do esforço cortante é absorvido na zona de concreto
comprimido (devido à flexão);
162
Todos esses fatores fazem com que a tensão na armadura
transversal seja menor que as obtidas com o esquema da teoria
clássica de Morsch . Entretanto, introduzir todos estes fatores no
cálculo da treliça, levaria a dificuldades matemáticas, e então a
solução foi adotar modelos simplificados, mantendo os princípios do
modelo de treliça, mas também com base em resultados de ensaios,
resultando no que se chama de uma treliça generalizada de Morsch.
163
Estado limite de elementos lineares sob força cortante
Hipóteses básicas:
Vsd ≤ Vrd2
Vrd3= Vc + Vsw
165
Modelo de cálculo I
O modelo de cálculo I admite que as diagonais de compressão são
inclinadas de Ɵ= 45º em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural, e
admite ainda que a parcela complementar Vc tem valor constante, independente
de Vsd. Nesse modelo, a resistência da peça é assegurada por:
Vrd2,I- força cortante resistente de cálculo relativa à ruína das diagonais comprimidas
do modelo I. Essa verificação pode ser feita em função das tensões tangenciais
solicitantes de cálculo e resistente (última).
166
b) Cálculo da armadura transversal
Para o cálculo da armadura transversal, a parcela da força
cortante ( Vsw) a ser absorvida pela armadura, a partir da equação
abaixo: Vsw = Vrd3 – Vc
Vsw = Vsd - Vc
167
Valor de Vc:
fck - (MPa)
168
s- espaçamento entre os elementos da armadura transversal Asw,
medido segundo o eixo longitudinal da peça.
169
c) Força cortante resistida para uma determinada quantidade de
armadura transversal. Conhecida a quantidade de armadura
transversal em uma viga (área Asw e espaçamento s) e a
resistência característica do concreto à compressão, é possível
encontrar a força cortante resistida pela viga.
170
Como
171
Para fywd e fck em MPa, bw e d em metros, teremos:
172
173
Exercício 10
Onde:
V = 1300 kN
bw = 70 cm
d= 200cm
Aço CA-50
ɸ = 12,5 mm
174
Exercício 11
Exemplo anterior em termos de tensões e taxa de armadura
transversal (mesmos dados).
175
Exercício 12
176
177
Modelo de cálculo II
No modelo de cálculo II é admitido que as diagonais de compressão
têm inclinação diferente de 45º em relação ao eixo do elemento estrutural,
podendo ser arbitrada livremente no intervalo 30º ≤Ɵ ≤ 45º ; nesse caso,
considera-se que a parcela complementar Vc sofra redução com o aumento de
Vsd . Nesse modelo, a resistência da peça é garantida por:
Ou em termos de tensão:
178
b) Cálculo da armadura transversal
A força cortante (Vsw = Vsd –Vc) resistida pela armadura
transversal em uma certa seção é dada por:
179
Para o valor de vc (parcela da força cortante absorvida pelos
elementos complementares ao de treliça) na flexão simples e na
flexotração com a linha neutra cortando a seção, deve ser observado:
Vc= 0 quando Vsd= Vrd2, II (em termos de tensão: Ƭsd = Ƭvrd2, II)
interpolando-se linearmente para valores intermidiários.
180
Vc diminui de acordo com Vsd
181
c) Força cortante resistida para determinada quantidade de armadura
transversal
182
Para fywd e Ƭc em Mpa, bw e d em metros, resulta Vr em kN:
183
No modelo II, Ƭc ( ou vc correspondente) varia com Ƭsd (ou
Vsd), e, neste caso, haverá dois valores para a força cortante resistente,
em função dos valores extremos de Ƭc:
184
Exercício 13
Rafazer, com o modelo II da norma, o exemplo 12. Usar Ɵ = 30º
185
Prescrições para detalhamento da armadura
transversal
Quantidade mínima de estribos
𝜌 𝐴 ≥ 𝜌 𝑓𝑐𝑡𝑚 3
𝑠𝑤=𝑠.𝑠𝑒𝑛𝑠𝑤
𝛼.𝑏𝑤 𝑠𝑤𝑚í𝑛 =0,2 𝑓𝑦𝑤𝑘
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3. 𝑓𝑐𝑘 2
fck- em MPa
186
Asw- área da seção transversal dos estribos
s- espaçamentos entre os estribos, medido segundo o eixo
longitudinal da peça
α – inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal da
peça
bw- largura da seção
fywk- valor característico da resistência ao escoamento do aço
da armadura transversal
187
É possível determinar a força cortante resistida correspondente à
taxa de armadura transversal mínima para uma dada seção e
conhecidos o aço e o concreto; isso possibilita armar a viga apenas
com armadura transversal mínima em toda a sua extensão,
complementando-a nos trechos em que a força cortante solicitante for
maior que a resistida. O cálculo pode ser feito a partir das equações
abaixo, para os modelos I e II respectivamente.
Modelo I
188
Para estribos verticais (α= 90)º :
Modelo II
189
VRII,ρmin em kN, bw e d em metros e Ƭc em MPa com valores
extremos de:
190
Características dos estribos
191
Espaçamento entre elementos da armadura transversal
192
Sequência de cálculo com detalhamento
a) Verificação da biela comprimida de concreto
Vsd≤ Vrd2
Caso resulte em Vsd> Vrd2, a viga teria que passar por alguma
modificação de modo a tornar Vsd menor que Vrd2. Geralmente, na prática,
as dimensões pré- determinadas para as vigas resultam valores maiores
que Vsd. Caso isso não ocorra e assumindo que Vsd não possa ser
diminuído, a solução é aumentar Vrd2, o que pode ser obtido aumentando
as dimensões da seção transversal (bw e h ) ou a resistência do concreto.
Geralmente, todos os elementos de um pavimento recebem o mesmo tipo
de concreto, de modo que alterar o tipo de concreto não é indicado. A
largura da viga normalmente depende na largura da parede na qual a viga
está embutida, não podendo ser alterada livremente. Portanto, a
193
solução mais utilizada é o aumento da altura da viga, devendo porém, se o
projeto arquitetônico permite altura maior para a viga.
Modelo I Modelo II
194
c) Detalhamento da armadura
195
196
c2) Espaçamento máximo dos estribos
197
c3) Cálculo da armadura mínima
𝜌 𝐴𝑠𝑤 ≥ 𝜌 𝑓𝑐𝑡𝑚 3
𝑠𝑤=
𝑠.𝑠𝑒𝑛 𝛼.𝑏𝑤 𝑠𝑤𝑚í𝑛 =0,2 𝑓𝑦𝑤𝑘
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3. 𝑓𝑐𝑘 2
fck- em MPa
198
d) Cálculo da força cortante resistida pela armadura mínima
Modelo I
Modelo II
199
e) Comprimento do trecho com armadura mínima
200
Exercício 14
201
Exercício 15
Para uma viga bi- apoiada de 7m de vão e um balanço adicional de
2m com os seguintes dados. (Modelo I)
Calcular:
Cortante máximo com verificação da biela comprimida
Área de aço necessária para armadura transversal relativa ao cortante
máximo 202
Armadura transversal mínima e valor do máximo cortante resistido
por ela
203
Cargas próximas aos apoios
204
Essas reduções não se aplicam à verificação da
resistência à compressão diagonal do concreto, ou seja, para a
comparação de Vsd com Vrd2 nos modelos I e II. No caso de
apoios indiretos, as reduções também não são permitidas.
205
Exercício 16
206
Ancoragem por aderência da armadura
longitudinal
Além do cálculo da área de aço, há a necessidade de transferir
para o concreto as tensões a que eles estão submetidas; para isso, as
barras devem ser providas de um comprimento adicional. A essa
transferência dá-se o nome de ancoragem, e o comprimento adicional
é chamado de comprimento de ancoragem reto (lb).
207
Aderência entre o concreto e o aço
208
O fenômeno da aderência envolve o aspecto mecanismo de
transferência de força da barra de aço para o concreto que a envolve e a
capacidade do concreto resistir às tensões oriundas dessa força.
209
A aderência é composta de três parcelas:
Adesão: de natureza físico- química, com forças capilares na
interface entre os dois materiais, o efeito é de uma colagem
provocada pela nata de cimento na superfície do aço;
210
Atrito: é a força que ocorre na superfície de contato entre os dois
materiais, e se manifesta quando há tendência ao deslocamento
relativo entre a barra de aço e o concreto, impedindo-o ; é variável
com o tipo de superfície das barras e devido à penetração da pasta
de cimento nas irregularidades das mesmas , é tanto maior quanto
maior é a pressão exercida pelo concreto sobre as barras (por
isso o atrito é maior nos apoios e nas curvas das barras).
211
Aderência Mecânica (Engrenamento): resistência mecânica ao
arrancamento devida à conformação superficial das barras. A aderência
mecânica é aquela proporcionada pelas saliências (também chamadas de
nervuras ou mossas) existentes nas superfície das barras de aço de alta
aderência, e as irregularidades da laminação, no caso de barras lisa. As
saliências criam pontos de apoio no concreto, que causam uma resistência ao
escorregamento relativo entre a barra e o concreto, aplicando forças de
compressão no concreto, o que aumenta significativamente a aderência.
212
Determinação da tensão de aderência
213
Ft- força de tração aplicada;
Ƭbm- tensão média de aderência no concreto;
Ƭ 𝐹𝑡 𝐹𝑡
𝑏𝑚= =π.Ф𝑙
á𝑟𝑒𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑏
214
A Figura mostra o diagrama esquemático resistência de
aderência x deslocamento relativo (ou escorregamento) para
uma barra com saliências, determinado em ensaio de
arrancamento. O estágio I (da origem ao início da curva)
corresponde à aderência por adesão, cuja ruptura ocorre com
um deslocamento relativo muito pequeno, o que implica que a
adesão colabora apenas com uma pequena parcela para a
resistência de aderência total.
215
No estágio II, a força de transferência é distribuída
da barra ao concreto adjacente pela ação das saliências, que
causam a formação de fissuras em forma de cone, iniciadas na
parte superior das saliências. Nesse estágio os deslocamentos
relativos ainda são pequenos, ocasionados pela deformação e
esmagamento do concreto sob ação direta das saliências.
216
O estágio III inicia com o surgimento da primeira fissura
217
.
218
219
Tensão de aderência no concreto (Ƭb)
As tensões de aderência (Ƭb) se opõem à tendência de movimento relativo entre a barra
de aço e o concreto e se manifestam na área de contato; elas só existem quando há uma
variação de tensão na barra (se a tração for uniforme, a tensão de aderência será
nula).Na norma, a tensão última (Ƭbu) é chamada de resistência de aderência de cálculo
da armadura passiva ( fbd) dada pela equação abaixo:
220
Comprimento básico de ancoragem
221
Rst= fdb. u.l
222
Exercício 17
223
Gancho de ancoragem nas extremidades das barras
224
◦ Ganchos da armadura de tração
225
226
Nas barras lisas, os ganchos deverão ser semicirculares. O
227
Gancho dos estribos
Os ganchos dos estribos, confeccionados com barras de
diâmetro Фt, poderão ser:
228
229