A Importancia Da Literatura Na Educao Infantil PDF
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Artigo elaborado com o resultado de pesquisa desenvolvida como requisito parcial para obtenção do título de
especialista em Educação Infantil, pela Faculdade Assis Gurgazc, orientada pela Professora Patrícia Radaelli.
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Aluna do curso se especialização em Educação Infantil da FAG, graduada em Pedagogia pela mesma
instituição.
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1-INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo salientar a importância da leitura na vida do ser
humano, buscando abordar de que maneiras essa relação da leitura com o indivíduo acontece,
o quanto é importante para uma vivência deste na sociedade. O primeiro contato da criança
com a literatura infantil é quando ela ouve histórias contadas pelos adultos, e através de seus
olhares para as ilustrações, ela interpreta e fantasia aquilo que está escutando.
as obras dos seguintes autores: Abramovich (1997), Evangelista (2001), Lajolo e Zilberman
(2003), Zilberman (1998), e o acesso de alguns sites da internet. Realizando as leituras foi
Literatura infantil na escola, pois é na escola que muitas crianças têm o primeiro contato com
o livro. É importante que a escola não utilize a leitura como uma atividade dada a ser
vista político, que salienta a valorização da literatura de instrução moral, abragendo também
classes da sociedade mais abastadas, deixando óbvias as diferenças de classes. E como ainda
hoje a utilização da literatura infantil é transmitida muitas vezes de maneira que não condiz
com o que se espera da literatura. O escritor Monteiro Lobato viu a necessidade de estabelecer
uma proposta renovadora no tratamento das relações familiares e do lugar da criança no seu
contato com o mundo exterior e com os adultos. É indispensável para a formação de uma
criança, ouvir histórias, para quando iniciar a aprendizagem ser um bom leitor.
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2- A LEITURA DA LITERATURA INFANTIL SOB O PONTO DE VISTA POLÍTICO
Por mais que a leitura seja uma vontade própria do indivíduo querer ou não
aprender, se não souber ler nem escrever, passa a ter dificuldades para conquistar seu espaço
tem passado pela aquisição pública de livros para as escolas públicas, esses livros são, muitas
vezes, de gênero didático. Para a autora a leitura, no entanto, não deve ser pensada somente
como procedimento cognitivo ou afetivo, mas sim como ação cultural historicamente
leitura se torna um ato político, e quanto mais consciência o sujeito tiver, mais independente
será sua leitura. Em toda história deve-se reconhecer o “valor” que cabe á ela, articulando
Zilberman (1998, p.85), coloca que até os anos setenta, havia uma valorização de
reprodução ideológica, que predominava nos livros didáticos. A autora relata que durante
muito tempo a leitura e escrita foram consideradas práticas diferenciadas, isto se deve à
O ato de aprender a ler é totalmente associado ao ato de escrever, mas aos poucos
mesma forma que redação é diferente de produção de texto. Ainda hoje, é fácil encontrar
bibliotecas vazias de alunos e também de professores, e devido aos baixos salários dos
professores, esses não podem adquirir livros. Os livros não podem ser vistos acima e além do
leitor, um objeto intocável, mas sim, entendido como um produto cultural ativo, integrado ao
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sistema de trocas da comunidade, desde sua criação até seu consumo, passando pelas
ingerências de edição e circulação. Toda escola e professor devem saber que é direito do
aluno ter acesso a livros, professores devem incentivar seus alunos a freqüentarem e ajudarem
organizavam de modo a atender somente aos alunos que correspondessem aos estreitos limites
de uma normalidade interessante aos parâmetros sociais vigentes. Por isso, as experiências
escolares acabavam afastando os alunos das camadas populares, por não terem condições
financeiras, e nem sempre conseguirem cumprir as tarefas propostas nem dar a elas o
significado que lhes é atribuído. Infelizmente, algumas escolas não estavam preparadas para
lidar com a diferença, com o novo, com o inusitado, não sabendo transformar e criar, não se
projetava para o futuro. Assim, essa escola tradicional, opunha-se a escola aberta à
vão entrar em contato com objetos culturais múltiplos, entre eles, o livro de literatura infantil.
O autor Umberto Eco (ECO apud ZILBERMAN, 1998, p.242) relata: “... o texto
ação, e delega ao leitor a tarefa de completá-lo.”. Nesse processo, ler é ampliar horizontes e a
literatura será melhor quanto mais provocar o leitor, e se tornar muito eficiente: Para tanto,
deve acontecer contendo por foco textos que estejam entrelaçados ao horizonte de
expectativas do sujeito.
Toda a criança ao nascer convive com adultos falando a sua volta. Quando bebês
as músicas de ninar fazem parte de sua vida, e conforme vão crescendo as histórias infantis
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vão adquirindo espaço em suas vidas, porém nem toda a criança tem esses privilégios, e
mundo exterior, muitas vezes até tem que assumir o papel da família, que é o de educar.
Muitas famílias atribuem esse papel para a escola por falta de tempo ou de uma estrutura
Algumas crianças ao iniciar sua vida escolar, nunca tiveram acesso a qualquer tipo
de livro infantil. Vê-se que é indispensável para a formação de uma criança, ouvir histórias. É
assim que se inicia a aprendizagem para ser um leitor, e sendo um leitor compreenderá com
dirigem. No entanto, as obras infantis apresentam um mundo encantado, onde a criança pode
fantasiar várias coisas com seu enredo e personagens. É possível através de um livro realizar
atividades diversas, nas quais a criança coloca sua imaginação e toda sua criatividade em
prática, despertando muitas vezes um artista que está escondido dentro de si.
Em algumas escolas a leitura dos livros é realizada sobre pressão, uma tarefa a ser
cumprida, com uma análise a ser feita após a leitura, esses livros são impostos pela professora
que também muitas vezes não escolhe, apenas segue a da escola. Zilberman (1998, p.22)
considera difícil dessa maneira estabelecer uma relação boa com a literatura que promova seu
espírito crítico, fazendo com que a criança pense sobre o que foi lido, se espante com o
maravilhoso ou até mesmo se irrite com a história, ao invés de fazer algumas perguntas iguais
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para toda turma. Ficando assim um trabalho realizado mecanicamente, sem que a criança
Ler, pra mim, sempre significou abrir todas as comportas para entender o mundo
através dos olhos dos autores e da vivência dos personagens... Ler foi sempre
maravilha, gostosura, necessidade primeira e básica, prazer insubstituível... E
continua, lindamente, sendo exatamente isso! (ABRAMOVICH, 1997, p.14).
criança.
Para Magda Soares, literatura e escola são duas instituições, portanto devem estar
em constante interação, dessa maneira em algumas ocasiões é a escola que mata a literatura.
Para a autora Zilberman (1998, p. 52), quando os textos são dados aos alunos para a
realização de uma leitura, não devem ser dados de maneira obrigatória, pois o leitor a fará
com pressa em saber o que vem a seguir, sem querer parar de ler, reler e aprender. Ler, não é
memorizar, é descobrir, é compreender cada linha escrita. A leitura para as crianças deve ser
feita em voz alta, tanto na escola ou na família, pois assim que se inicia uma trilogia que
promete ter uma longa duração: amar a leitura, os saberes e a língua nacional.
Abramovich (1997, p.17), afirma que as literaturas Infantis, não conhecem limites
definidos, e assim fica difícil estabelecer suas linhas de ação, podendo englobar histórias reais
ou fantásticas, reconhecer gente ou animais, simbolizar situações humanas, e tudo isso junto
em um mesmo texto. Ao ler uma história, é possível sorrir ou chorar junto às situações dos
personagens que suscitam o imaginário, sugerem outras idéias. Muitas vezes o leitor se
identifica com os personagens por suas características. Para se ler um livro a uma criança, é
necessário que seja passado à emoção verdadeira conforme a história. Assim será atribuída a
As ilustrações contidas nos livros também são muito importantes. Segundo Lajolo
(2004, p.13) toda literatura infantil se destina às crianças, e acreditando na qualidade dos
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desenhos como elemento a mais para reforçar a história e a atração que o livro pode exercer
sobre as crianças, ficando patente a importância da ilustração nas obras a elas dirigidas.
A ensaísta cubana Alga Marina Elizagary, (El poder de La literatura para niños y
jovenes) afirma que ao contar uma história o narrador deve: “O narrador tem que transmitir
confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a situação como se
fosse um virtuose que sabe seu texto, que o tem memorizado que pode permitir-se o luxo de
A pessoa que irá contar a história deve conhecer bem a mesma, levando em
consideração o momento em que aquelas crianças estão vivendo. Ao ler uma história, devem-
se evitar as descrições imensas e cheias de detalhes, pois se deve deixar o campo aberto para o
imaginário da criança; usar as possibilidades da voz, falar baixinho quando o personagem fala
também; aumentar a voz quando houver algazarra, enfim, valorizar cada momento da história
escolar, na educação infantil, ainda não sabe ler e escrever, aí entra o papel do professor que
realiza a leitura. Quando a criança lê ou escuta uma história, está desenvolvendo seu senso
crítico, ela quer perguntar criticar, elogiar... O professor deve constatar de que cada aluno se
ele gostou ou não da história. Com a literatura é possível realizar várias perguntas, a criança
pode escrever sobre tudo, de maneira muito especial, e pessoal. A leitura do livro infantil não
deve estar inserida no currículo escolar somente por estar, pois pode interferir na escolha da
criança a vir ser um bom leitor. Com os livros é possível realizar várias atividades. Existem
aqueles que não contêm textos, somente ilustrações, desenhos divertidos, coloridos, esses
livros são experiências de olhar, de olhares múltiplos, pois enxergam os personagens de modo
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Para Abramovich (1997, p.140) as escolas devem possuir uma biblioteca, um
lugar escolar a que se atribui um estatuto simbólico que constrói uma relação escolar com o
muitas as questões que põem em evidência a propalada tensão entre discurso pedagógico e o
trabalhar textos literários na escola, de contribuir para que os alunos se tornem leitores
voluntários e autônomos, e o fato de que a avaliação de leitura passa a ser uma cobrança com
ameaças, acontecendo assim o desgosto no ato de ler, deixando de lado as práticas sociais de
leitura.
uma atuação dos sujeitos mediante o discurso pedagógico, nas práticas de leitura dos
a- São vários os autores que relatam sobre o tema diferencialmente, Magda Soares considera o
b- Algum texto enfatiza a idéia de que a leitura, além de sua dimensão cognitiva e afetiva,
c- Apresentar vários tipos de leituras para que os professores reflitam, são vários textos
d- Procurar partilhar com os professores uma fundamentação teórica, elaborar questões que
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Essas perspectivas foram elaboradas por especialistas do campo da leitura, a fim
de buscar alternativas para uma escolarização possível da leitura e da literatura. Muitas vezes
desvirtuado, falsificado, perdendo seu verdadeiro sentido, e com isso é o aluno que sai
prejudicado. Zilberman, (1998, p.30), afirma que o texto que é sugerido nos livros didáticos,
sempre vem acompanhado de exercícios de análise ao texto, deixando de lado o essencial que
assim o livro de literatura deixa de ser um livro para emocionar, divertir, e passa ser um texto
Nesse sentido, Zilberman (1998, p.47), afirma que a obra literária é desvirtuada,
quando se torna parte do material didático, em que escola transforma o texto formativo,
usando os textos para a elaboração de exercícios, e na maioria das escolas é isso que
mais no enredo, no fio da história, que na aprendizagem científica, desta maneira a autora
Marie Chartier, propõe: “... é necessário levarmos em conta as diferenças entre as leituras, por
sua vez vinculadas às diferenças entre os textos. Sem negar as misturas, que fazem o possível
trânsito entre os diversos tipos de textos e de leituras, incomodando tanto alguns pedagogos
quanto os bibliotecários que insistem nas classificações simplistas de leitores e livros, ela
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destaca os limites entre a leitura para estudo e a leitura para entretenimento.” (CHARTIER
de leitura literária que ocorrem no contexto social e às atitudes e valores próprios do ideal de
leitor que se quer formar. A literatura e a escola estão em constante interação, apesar de que
uma maneira inadequada. A escola deve formar um leitor, que instigado pelo texto, produz
4-CONSIDERAÇÕES FINAIS:
analítico. Quando a criança, desde pequena tem contato com o livro infantil aprende a viver
deve-se estabelecer discussões que estimulem a criticidade infantil, fazendo com que as
crianças exponham suas produções, formando-se bons leitores. A escola deve ser formadora
história.
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Como seria bom e gratificante se todas as crianças, mas todas mesmo tivessem
conhecimento; provavelmente seriam formados adultos mais conscientes do valor que tem
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5-Referências Bibliográficas:
ZILBERMAN, Regina. “A Literatura Infantil na escola”. 10ª edição - São Paulo: Global,
1998.
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