Modulo I Matrizes 1 PDF
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2. Consideremos a matriz A de dimensão 2 × 3 cujas entradas são dadas por
aij = (−1)i+j j. Temos então
a11 a12 a13 (−1)1+1 1 (−1)1+2 2 (−1)1+3 3 1 −2 3
A= = = .
a21 a22 a23 (−1)2+1 1 (−1)2+2 2 (−1)2+3 3 −1 2 −3
Definição 1.3 Seja A = [aij ] uma matriz m × n.
1. Se m = n, então diz-se que A é uma matriz quadrada.
2. Chama-se diagonal principal de A às entradas aii com 1 ≤ i ≤ m.
3. Uma matriz 1 × n diz-se uma matriz linha e uma matriz m × 1 uma matriz
coluna.
Definição 1.4 Seja A = [aij ] uma matriz quadrada.
1. Diz-se que A é triangular superior se todas as entradas da matriz que estão
abaixo da diagonal principal são iguais a zero, i.e., aij = 0 para todo o i > j.
2. Diz-se que A é triangular inferior se todas as entradas da matriz que estão
acima da diagonal principal são iguais a zero, i.e., aij = 0 para todo o i < j.
3. Diz-se que A é diagonal se todas as entradas da matriz que estão abaixo e
acima da diagonal principal são iguais a zero, i.e., aij = 0 para todo o i 6= j.
1 −3
Exemplo 1.5 é uma matriz triangular superior.
0 0
4 0 0
−1 0 0 é uma matriz triangular inferior.
√
π 0 9
3 0 0 0
0 1 0 0
0 0 9 0 é uma matriz diagonal.
0 0 0 5
Seja Mm×n (R) o conjunto de todas as matrizes de dimensão m × n com entradas
reais. Neste conjunto pode-se definir uma operação de adição e multiplicação por
um número real.
Definição 1.6 Sejam A = [aij ] e B = [bij ] duas matrizes m × n e α um número
real. As matrizes A + B e αA são dadas por:
A + B = [aij + bij ] αA = [αaij ].
Exemplo 1.7 Considere as matrizes
1 2 −2 −3
A= 4 5 B= 3 1 .
0 6 7 −6
Tem-se
−1 −1 3 6
A+B = 7 6 3A = 12 15 .
7 0 0 18
2
Note-se que as operações acima definidas não alteram a dimensão das matrizes. No
entanto, veremos que o mesmo não acontece quando definirmos a multiplicação de
duas matrizes.
Observação 1.8 A soma de matrizes só é possı́vel se ambas as matrizes tiverem a
mesma dimensão.
Teorema 1.9 Sejam A, B, C ∈ Mm×n (R) e α, β ∈ R. As seguintes propriedades
são válidas:
1. Comutatividade da adição: A + B = B + A;
2. Associatividade da adição: A + (B + C) = (A + B) + C;
3. Existência de elemento neutro: existe uma única matriz, designada por O
(matriz nula, i.e., todas as suas entradas são iguais a zero) tal que A+O = A;
4. Existência de simétrico: para cada matriz A tem-se A + (−A) = O;
5. Associatividade da multiplicação por números reais: α(βA) = (αβ)A;
6. Distributividade: α(A + B) = αA + αB e (α + β)A = αA + βA;
7. Existência de identidade: 1A = A.
As propriedades enunciadas no teorema anterior, mostram que o conjunto Mm×n (R)
é um espaço vectorial sobre R.
Um outro exemplo de espaço vectorial sobre R é o conjunto Rn formado pelos
vectores com n coordenadas u = (u1 , u2 , . . . , un ) em que cada entrada é um número
real. Em Rn as operações de adição e multiplicação por um número real são definidas
da seguinte forma:
u + v = (u1 , u2 , . . . , un ) + (v1 , v2 , . . . , vn ) := (u1 + v1 , u2 + v2 , . . . , un + vn )
e
αu = α(u1, u2 , . . . , un ) := (αu1 , αu2, . . . , αun ).
Se no Teorema 1.9 substituirmos as matrizes por vectores de Rn , continuam a ser
válidas aquelas propriedades.
Ao longo da cadeira, muitas vezes iremos representar os vectores u de Rn como
uma matriz coluna, i.e.,
u1
u2
u = .. .
.
un
Definição 1.10 Seja A = [aij ] uma matriz m × n e u ∈ Rn . O produto ou
multiplicação de A com u é definido da seguinte forma:
a11 a12 · · · a1n u1 a11 u1 + a12 u2 + · · · + a1n un
a21 a22 · · · a2n u2 a21 u1 + a22 u2 + · · · + a2n un
Au = .. .. .. .. = .. .
. .
. . . . . .
am1 am2 · · · amn un am1 u1 + am2 u2 + · · · + amn un
3
Observação 1.11 De acordo com a definição anterior, o produto Au só tem signi-
ficado se o número de colunas de A for igual ao número de coordenadas de u. Neste
caso, Au é um vector com m coordenadas, i.e., um vector de Rm .
Definição 1.13 Sejam A = [aij ]m×n e B = [bij ]n×p duas matrizes. Então o produto
C = AB é uma matriz m × p com
n
X
cik = aij bjk
j=1
para todo 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ k ≤ p.
4
2. O produto
π 2 −1 7 e
7
9 10 1 2×3
6 5 2×2
é 2 + 4 + 0 − 3π = 6 − 3π.
Então AI = A e IB = B.
Então temos
2 1 1 1
AB = BA =
1 1 1 2
de onde concluı́mos AB 6= BA.
An = AAn−1 .
5
1 1
Exemplo 1.18 Consideremos a matriz A = . Calculemos A3 . Temos
2 1
2 1 1 1 1 3 2
A = AA = = .
2 1 2 1 4 3
Portanto
3 2 1 1 3 2 7 5
A = AA = = .
2 1 4 3 10 7
Temos
4 9 2 1 5 0 −3 5
AT = 2 10 BT = 1 0 4 CT = 3 0 −4 .
−1 1 5 4 −6 −5 4 0
1. (A + B)T = AT + B T ;
2. (αA)T = αAT ;
3. (AB)T = B T AT ;
4. (AT )T = A.
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Exercı́cios:
1. Sendo A e B duas matrizes 7 × 7 tais que todas as entradas de A são iguais a 1
e todas as entradas de B são iguais 3, calcule AB. Se estas matrizes tivessem
dimensão n × n, quais seriam as entradas da matriz AB.