Reumatologia (P1+P2) - 6°P
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Reumatologia – P1
AULA 1 – INTRODUÇÃO À REUMATOLOGIA
Definição de reumatologia: é o estudo do fluxo de humores de um corpo. Não tem nada
a ver com estudo da articulação (desmologia). Estuda humor (umidade, umedecere), ou seja, o
líquido do corpo. Onde está o fluxo de humores do corpo? Está junto do sangue, é a “parte
amarela do sangue”. Está dentro dos vasos e em todo o corpo. Então na reumatologia estuda-se
o corpo todo, sendo a mais completa das especialidades. Envolve, por exemplo, a dor de cabeça
da arterite temporal, a gota que dá no dedão do pé, a alopécia do lúpus, a psoríase que ataca a
unha, a vasculite do pulmão, cerebrite pelo lúpus, disfagia baixa da esclerose sistêmica, disfagia
alta da dermatomiosite, etc. Apesar de ser a especialidade mais difícil você não pede mais exames,
você usa mais o raciocínio clínico.
O que estudamos nesse líquido? Todos esses marcadores FAN, anti-DNA, anti-SM,
anti-CCP, FR anti-RO, anti-LA, HLA-B27, HLA-B51, anti-histona, ASO, anti-GBM, anca-P, anca-C,
anti-cardiolipina, anticoagulante lúpico, anti-centrômero, anti-SCLL-70, anti-JO1, ácido úrico,
anti-RNP, VHS, PCR, ASCA, ferritina, crioglobulinas e outros. O que comprova que a reumatologia
é muito abrangente e tem que pensar, você não faz o diagnóstico através do exame, é só um
complemento.
Termos reumatológicos:
• Omalgia = dor no ombro
• Esquelalgia = dor na perna
• Pigalgia = dor na nádega
• Meralgia = dor na coxa
• Gonalgia = dor no joelho
• Podagra = podo (gota) agra (armadilha) “gota é uma doença que ataca o
homem pelo pé”.
• Espondiloartropatia = doença articular vertebral
• Panarício/paroníquia = infecção de dedo qualquer infecção de dedo.
• Fleimão = infecção profunda pode ser de coxa, mão, etc.
• Esclerodactlia = dedo duro
• Espondilodiscite = infecção do disco e corpo vertebral ex: mal de Pott na
tuberculose é uma espondilodiscite crônica.
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CAROLINA MONTENEGRO – TURMA 74
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quando inflama chama-se sinovite. A sinovite é sinônimo de artrite. Então artrite é uma sinovite,
e a sinovite muda o exame de sangue porque ela é grande, pega toda a articulação, mesmo que
seja uma monoartrite (temos processo inflamatório). Temos uma cápsula da articulação que ajuda
a sustentar esses elementos.
** Entender os elementos que compõe e se a dor do paciente é na articulação ou
fora dela. Tem que colocar o dedo no tendão, apertar o tendão, fazer as manobras
(para ver se tem espaço porque se aumentou muito líquido não dobra). Então
tenho que examinar o paciente para saber o que está acontecendo.
** Ombro, cotovelo, joelhos, tornozelos, punho são grandes articulações. O
restante são pequenas articulações. A bactéria se cria onde tem líquido. Então
pensamos em artrite infecciosa quando é em articulação grande. É na articulação
grande que temos infecção. Não pensamos em infecção quando ataca as
articulações da mão (geralmente é artrose, artrite reumatoide que atacam essas
pequenas articulações).
Artralgia x artrite:
• Artralgia: apenas dor.
• Artrite: dor, calor, rubor (eritema), aumento de volume e/ou impotência
funcional (efusão = derrame articular) só o aumento do líquido (efusão) já é
artrite, não precisa ter calor, rubor, etc. Então toda vez que tem processo de
efusão articular tem artrite.
Artrite x artrose:
• Artrite: chamada também de sinovite. Na artrite temos manifestações sistêmicas
presentes (febre, mal-estar, astenia) – é inespecífico. Quando tem artrite você tem
muito líquido então não tem crepitação porque se afasta um osso do outro, por
exemplo, mas tem eritema, edema, calor local e impotência funcional. O final da
artrite quando desinflama é um processo destrutivo/hipotrófico da articulação
(vai diminuir a articulação). Ex: artrite reumatoide. Há provas de atividade
inflamatória alterada, a VHS e a PCR estão aumentadas.
• Artrose: destruição da cartilagem articular. Chamada também de osteoartrite ou
osteoartrose. A lesão principal é na cartilagem articular. Aproxima um osso do
outro osso então tem crepitação. Mobilidade passiva indolor (quando médico
movimenta doente pode não sentir dor, mas quando ele movimenta sente dor).
Na artrose não tem sinais inflamatórios, é um processo mais ou menos frio. Não
tem nada de manifestações sistêmicas. As provas de atividades inflamatórias são
normais. O diagnóstico é feito pelo raio-X (vai ter diminuição do espaço,
esclerose óssea = ossos bem fortes, osteófito = crescimento ósseo,
pseudocistos/geodos = buraquinhos no osso). Artrose é um processo
hipertrófico. A dor da artrose é protocinética (no início dos movimentos – ex:
senhora que levanta da cadeira e sente dor, depois que aquece fica melhor).
Então a dor aparece no início dos movimentos, melhorando com mobilidade e
desaparecendo com o repouso. Quem tem artrose dorme super bem à noite, não
tem dor nenhuma. Se paciente tem artrose e tem dor noturna provavelmente tem
algo mais junto da artrose. Resumindo: artrose é um processo de crescimento.
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Imagem 2: esse osso está mais branco. Quando é osso branco é artrose. A artrose deixa
os ossos bem fortes (esclerose óssea/eburnificação óssea). Vemos que o compartimento lateral
desapareceu, a cartilagem foi embora, então isso é uma artrose. Artrose é diminuição do espaço
articular.
Na artrose primária não tem doença de base, ela vem com a idade, com o sobrepeso do
paciente. O paciente é obeso então exige muito do joelho. O único tratamento que tem para
artrose é perder peso, não existe remédio para artrose. Então quando é primário é pela idade, um
desgaste natural. Se o paciente tiver uma infecção bacteriana ela destrói a cartilagem fazendo
uma artrose secundária (ex: infecção, hemofilia de repetição, artrite reumatoide destroem a
articulação fazendo artrose secundária).
Imagem 3: o espaço diminui. Vemos uma osteoporose bilateral. Esse paciente tem uma
artrose secundária a uma artrite reumatoide (pegou simetricamente os dois joelhos) pois tem
osteoporose também. Na artrose primária não existe osteoporose, na artrose secundária tem
osteoporose e é bilateral.
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Imagem 10: psoríase. Temos uma pitting nail (unha em dedal) são os furinhos. A
psoríase é uma doença de estresse. Para ser pitting nail tem que ser no mínimo 20 furinhos.
Lúpus eritematoso sistêmico: poliartrite com muita dor e pouco derrame articular, com
serosite (derrame pleural e pericárdico), geralmente sexo feminino, fotossensibilidade (lesão
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PÉROLAS EM REUMATOLOGIA
1. Uma boa história e um bom exame físico, com conhecimento anatômico
músculoesquelético, é o mais importante para avaliar e acompanhar os pacientes com
desordens reumáticas.
2. Não pedir exame laboratorial se você não souber o que fazer se vier anormal.
3. Toda inflamação aguda, monoarticular, necessita de punção aspirativa para afastar artrite
séptica ou cristalina. Tem que fazer punção e mandar para análise paciente com joelho
inflamado você vai fazer punção para fazer diagnóstico, você não vai se preocupar em
dizer qual o diagnóstico agora. Claro que monoartrite já suspeita de trauma, infecção,
microcristais (gota/pseudogota). Lembrar que: monoartrite aguda = agulha (puncionar).
4. Qualquer paciente com inflamação crônica monoarticular com mais de 6 semanas de
duração, cuja evolução tem falhado no diagnóstico, para definir a etiologia da artrite
necessita de biópsia sinovial. Lembrar que: monoartrite crônica = biópsia.
5. Gota geralmente não ocorre em mulheres em pré-menopausa e não afeta a coluna. Lúpus
acomete a mulher em idade fértil (lúpus é doença de jovem, 15 a 25 anos, mulher).
Lembrar: não pensar em gota em mulher que menstrua de jeito nenhum.
6. Dor em ombro é principalmente de causa periarticular (bursite, tendinite, ruptura de
tendão) e muitas dores lombares baixas, não é cirúrgico. O melhor remédio para ombro
é fisioterapia, não importando muito qual seja o diagnóstico.
7. Paciente com artrose em articulações não normalmente afetadas pela artrose primária
(como metacarpofalangeanas exceto a primeira, punhos, cotovelos, tornozelos) necessita
pesquisar causa secundária de artrose (osteoartrite). Se tiver destruição dessas
articulações tem que ter alguma doença que causou essa artrose secundária tem que
ter uma artrite reumatoide, uma gota que está destruindo a articulação.
8. LES e febre reumática nunca destroem articulação.
9. Fibromialgia reumática não ocorre pela primeira vez em pacientes com idade superior a
55 anos (é uma doença de jovem), principalmente com exames laboratoriais alterados. A
fibromialgia reumática não destrói articulação, os exames são todos normais, o
diagnóstico é feito pela anamnese e exame físico (tender points). Além da depressão,
cefaleia, distúrbio do humor, ansiedade que vem junto. Lembrar: a fibromialgia reumática
é uma doença de jovem, quando é idoso tem que buscar outras doenças (polimialgia,
dermatomiosite, tumores paraneoplásicos, etc.).
10. Todo paciente com fator reumatoide positivo não tem artrite reumatoide até que se prove
o contrário. Todo paciente com anticorpo antinuclear (ANA/ FAN) positivo não tem lúpus
eritematoso sistêmico. É o corpo que dá o diagnóstico, não o exame.
11. Exame na reumatologia não faz diagnóstico, é apenas um complemento.
12. No paciente com história de doença reumática sistêmica (LES, artrite reumatoide) que
apresenta febre ou queixas multissistêmicas, excluir infecção e possivelmente outra
etiologia não reumática (prostatite, tumor de ovário), antes de atribuir os sintomas e
sinais à doença de base. Infecção causa morte em pacientes com doenças reumáticas
mais frequentemente do que a própria doença reumática. Lembrar: história de doença
reumática com febre buscar afastar infecção porque infecção mata.
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13. Dosagem de ácido úrico em check-up não está indicada. Ácido úrico vai servir nem para
o diagnóstico e sim para controle da gota, tendo que estar abaixo de 5 na gota e abaixo
de 4 na gota crônica. Além disso não tratamos o ácido úrico alto porque a gota ocorre
em apenas 5% das hiperurecemias, em 95% não acontece nada.
14. Artrite crônica com radiografia óssea normal é lúpus ou febre reumática. Lúpus e febre
reumática não fazem deformidades articular. Já doença de Jaccoud deforma partes moles.
15. Exames laboratoriais normais são obrigatórios na fibromialgia reumática e osteoartrite
(artrose). Buscar outras doenças quando tem exames alterados.
16. Os exames de imagem (radiografias, tomografia, RNM) só terão valor se correlacionarem
com os sintomas e sinais clínicos.
17. Em Reumatologia não se trata exame, nem de imagem nem laboratorial. Trata-se o
paciente individualmente cada caso em particular.
18. Na Reumatologia e em Medicina todo diagnóstico é provisório, nunca definitivo.
19. Reumatismo não é diagnóstico, é falta de diagnóstico.
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• Pancreatite
• Colite
• Peritonite
Clínica vascular:
• Vasculite
• Anti-fosfolipídica chamada de síndrome fosfolipídica.
• Aterosclerose decorrente do tratamento com corticoide.
Clínica cardíaca:
• Pericardite – 8 a 48%
• Sopro – 23% - endocardite de Libman-Sacks (essa endocardite não é bacteriana,
é verrucosa, por um processo autoimune que faz insuficiência mitral, fazendo
sopro sistólico em foco mitral).
** PROVA: endocardite de Libman-Sacks pertence ao lúpus.
** Dois exames que medem inflamação são VHS e PCR. Quando tem VHS
muito alto e PCR baixa o processo é inflamatório. Quando tem PCR muito
alta e VHS baixa é infecção (bactéria).
Clínica articular: é o que menos interessa. O quadro articular não deforma, então não
tem valor nenhum.
• Poliarticular simétrica grandes e pequenas articulações. Pouco líquido e muita
dor. A radiografia da parte óssea é normal (Jaccoud). São as partes moles que
deformam, isso foi descrito por Jaccoud. A febre reumática e o lúpus fazem
deformidades de partes moles, em que o dedo é moldável, você estica ele fácil,
diferente da artrite reumatoide em que você não consegue esticar. Só que a
porcentagem de Jaccoud é pequena.
Imagem 5: mostrando as vegetações verrucosas nas setas. Dá nas bases das cordoalhas
enquanto endocardite bacteriana dá na válvula inteira.
Diagnóstico laboratorial:
• Inespecíficos:
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Imagem 6: foi feita a biópsia renal. Vemos fibroblastos, há fibrose. Faz um processo
inflamatório e depois cicatricial e vai fazendo isso em todos os néfrons até levar o paciente à
insuficiência renal e diálise.
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Verificar também a severidade (gravidade) e grau de disfunção dos órgãos (quando a doença é
grave faz disfunção de todo o órgão, principalmente o rim). O tratamento depende do órgão e
do sistema acometido (por exemplo, se acometeu articulação às vezes não fazer nada está bom
ou então faz um AINE que é simples).
• Medidas gerais:
- Proteção solar FPS >=30
- Dieta rica em cálcio (para evitar osteoporose dos remédios
- Combater tabagismo, dislipidemia e obesidade
** O corticoide aumenta colesterol e faz necrose óssea asséptica.
- Atividade física (após controle das inflamações)
- Restrição física (na fase ativa da doença)
- Condicionamento cardiovascular
- Trofismo muscular
- Manter a massa óssea
• Tratar:
- Hipertensão (usar IECA).
- Dislipidemia (usar estatinas).
- Fenômeno de Raynaud (usar luva, AAS, cachecol, bonés, nifedipina =
bloqueador de canal de cálcio).
• Antimaláricos: há indicação para todos os pacientes com LES. Reduz a atividade
da doença. Poupador de corticoide. Benéfico na dislipidemia (pois diminui a
hipercolesterolemia do corticoide). Tem efeito antiagregante plaquetário (+
antifosfolipídeo se tiver síndrome antifosfolipídica vai ter que usar mesmo).
• Tratamento articular:
- AINE – evitar se tiver nefrite, HAS, queda da função renal então se
tiver creatinina alterada tem que diminuir.
- Prednisona – 7,5 a 15mg/dia corticoide em dose baixa não faz mal.
- Antimaláricos
- Metotrexate
- Infiltração – quando é monoartrite mas nem precisa porque não
deforma.
** Lembrar que corticoide faz necrose óssea e infecção.
• Esquema para tratar nefrite Classe III/IV:
- Mycophenolato mofetil (MMF) 2 a 3g/dia por 6 meses.
- Acrescentar pulso de Metilprednisolona 3g por 3 dias seguidos ou
alternados (então 1g hoje, 1g amanhã e 1g depois). Aí depois mantém
0,5 ou 1mg/kg de Prednisolona por 6 semanas.
** Tem que usar dose alta no início porque se usar dose baixa
não vai funcionar. Então é obrigatório fazer essa pulsoterapia.
- Se melhorou: manter MMF 1 a 2 g/dia ou trocar por Azatioprina
2mg/kg/dia + Prednisolona em dose baixa (5mg por semana).
- Se não melhorar: Ciclofosfamida + pulso Metilprednisolona.
- Se melhorou: manter o esquema com dose baixa de corticoide. Mantém
a dose baixa de corticoide por anos.
** Lúpus mata, artrite reumatoide não mata. Lúpus não deforma,
artrite reumatoide deforma.
- Se não melhorou: fazer Rituximab (é um biológico).
** Não cai cobrar esse tratamento específico. Vai cobrar se usa corticoide em dose
baixa ou em dose alta. Então lúpus é corticoide em DOSE ALTA se não o paciente
morre (PROVA). Dose alta é 0,5mg/kg ou 1mg/kg por dia. Dose baixa é quando
abaixo de 20mg.
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• Renais – amiloidose.
• Musculares – acometimento secundário à doença ou pelas drogas que usamos.
Pode acontecer miopatia esteroide.
Síndrome de Sjogren: é uma doença sistêmica autoimune. Há secura na boca, olhos e
outras mucosas. Aumento de parótidas bilateral. Há um teste em que se coloca um papelzinho
de 5cm na conjuntiva chamado de Teste de Schirmer, em 5 minutos tem que umedecer pelo
menos 0,5cm. Em 30% dos casos de AR há Sjogren. Há FR positivo, crioglobulinas aumentadas,
FAN positivo, anti-SSA-RO, anti-SSA-LA. O diagnóstico de Sjogren é por biópsia labial ou parótida.
** Então boca seca em paciente com artrite reumatoide deve ser Sjogren.
Imagem 1: há uma flexão na interfalangeana distal e uma extensão da interfalangeana
proximal. Isso é chamado de aspecto de pescoço de cisne. Essa deformidade da mão com aspecto
de pescoço de cisne é clássica da artrite reumatoide. Em uma prova de residência se cair isso
pensamos em AR. O pescoço de cisne é uma flexão da distal e extensão da proximal, ao contrário
do dedo em botoadura.
Imagem 2: há um desvio dos dedos para o lado ulnar. Vemos uma atrofia e isso se chama
mão em sela (a mão em sela é pelo desuso e pelo processo inflamatório crônico das
metacarpofalangeanas). E no polegar houve a extensão da interfalangeana distal e flexão da
interfalangeana proximal, isso se chama dedo em botoadura.
Imagem 3: radiografia mostrando desvio para o lado ulnar. Houve uma alteração dos
espaços com subluxação, diminuiu o espaço. Se você ver uma gaivota voando é sinal de artrose.
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Imagem 8: é uma artrose primária. O osso está bem branco, denso, com espaço
diminuído. Na artrose primária não há osteoporose (pegadinha de prova de residência), há espaço
diminuído, osso bem denso e às vezes tem osteófito e pseudocisto.
Imagem 9: espaço está mais ou menos bem. Tem osteoporose muito importante, não
tem condensação. Vemos uma calcificação na cartilagem. Há um espaço mantido com cartilagem
calcificada. Cartilagem calcificada se chama condrocalcinose. Então esse paciente deve ser bem
idoso. A condrocalcinose é feita pelo pirofosfato de cálcio (se puncionar e sair pirofosfato de
cálcio estamos diante de uma pseudogota). Temos que saber diferenciar condrocalcinose porque
ela é apenas uma imagem, isso pode ter clínica ou não por isso aquela regra: monoartrite
aguda = agulha. Paciente idoso com essa imagem você não fez o diagnóstico ainda, tem que
puncionar.
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Imagem 11: caso muito antigo, não tinha tratamento. Artrite reumatoide geralmente não
acomete grande articulação, mas esse caso é grave porque pegou grande articulação. Aqui tem
que fazer prótese. Artrite reumatoide quando não tratada pode acometer grande articulação.
Imagem 12: há uma epiesclerite, parte inferior cheia de vasos. Artrite reumatoide faz isso.
Imagem 13: a esclera aqui ficou muito fina, os vasos bem proeminentes. É uma
escleromalácia perfurante (vemos a esclera quase perfurada).
Imagem 19: vemos um nódulo que foi drenado. Temos aqui Síndrome de Caplan.
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Imagem 20: úlcera arterial é fácil, é bem nítida, bordos cortantes, é bem
limpa, profundas, muito dolorosas, pequenas. Toda úlcera depois do tornozelo é
arterial, a úlcera venosa é proximal ao tornozelo, mas aqui temos uma doença de
base então é uma vasculite secundária.
Laboratório:
• Hemograma tem anemia e plaqueta aumentada.
• VHS e PCR
• Anti-CCP
• Fator Reumatoide em títulos altos também mostra atividade da doença.
• FAN 30% é positivo.
• Antígeno HLA-DR4 não pedimos.
• RX de mãos
• Líquido sinovial análise. O aspecto que vem é inflamatório. Também não
fazemos aspiração.
Melhor prognóstico:
• Início agudo e grave quando o início é agudo e grave e paciente toma remédio.
• Início palindrômico quando vem e vai embora.
• Quando tem remissões quando ela não permanece.
Pior prognóstico:
• Início insidioso pode dar menos dor e o paciente não cuida.
• Nódulos subcutâneos
• Fator reumatoide – títulos elevados
• PCR positivo
• Trombocitose
• Vasculite
• Felty (esplenomegalia, leucopenia e AR)
• Grandes articulações
• Sem remissão
• Hipocomplementemia
Tratamento: visa combater a inflamação crônica, melhorando a função articular e
propiciando melhor qualidade de vida. A ideia é vocês não usarem analgésico, porque tira a dor,
mas a inflamação continua. Você tem que combater a inflamação com anti-inflamatório.
• Esclarecimento da doença para paciente e familiar
• Fisioterapias quando a articulação está fria.
• Terapia ocupacional
• Órteses
** Lembrar que a doença vai embora. Toda doença auto-imune pode ter remissão.
• Medicamentos:
- AINE professor nunca usa AINE porque ele não resolve tanto. Está
escrito no livro, mas todos os pacientes que tratam com AINE não
melhoram. Professor faz AINE se necessário, ele usa sempre o corticoide
em dose baixa.
- Corticoide via oral em dose baixa 7,5mg a 10mg. Já fazendo cálcio
e vitamina D (profilaxia de osteoporose).
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Para ter espondiloartrite você tem que saber o que é uma lombalgia de caráter
inflamatório, porque lombalgia por si só todo mundo tem.
Lombalgia de caráter inflamatório: TEM QUE TER PELO MENOS 4 DESSES 5 ITENS para
ser considerada lombalgia inflamatória.
É lenta, de início insidioso.
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** É uma doença oculta, paciente vem sem lesão de pele nenhuma. Do time de
doenças é a única que não acomete pele.
Laboratório:
• VHS
• PCR
• HLA-B27 – positivo em 90%
• Imagem da sacroilíaca – RM, cintilografia, tomografia, RX a RM e a cintilografia
inicialmente mostram inflamação. A tomografia e o RX mostram alterado, mas
apenas mais tarde. O que mostra mais precoce é a RM. Pede uma RM da
sacroilíaca e vai ter edema ósseo. Sínfise púbica também pode estar inflamada
(chamado de pubite). O RX na fase crônica vai dar positivo, mas para diagnóstico
é melhor fazer RM.
O diagnóstico é baseado no acometimento das sacroilíacas. De acordo com RX da
espondilite:
• Grau 0 = normal
• Grau 1 = suspeita
• Grau 2 = mínima
• Grau 3 = moderada
• Grau 4 = fusão
Critério diagnóstico:
• Sacroileíte no RX ou RM:
- Acometimento bilateral GRAU 2, 3 OU 4 + 1 DADO CLÍNICO = fecha
diagnóstico.
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Critérios clínicos:
1. Lombalgia por mais de 3 meses de caráter inflamatório (ITE).
2. Limitação lombar – anterior, posterior, lateral (um desses é
suficiente).
** Teste de Schober positivo.
3. Diminuição da expansibilidade torácica no IV arco menor que
2,5cm.
Imagem 2: perdeu toda a linha da articulação sacroilíaca, ficou soldado. Há uma fusão
da sacroilíaca, ficou tudo branco, “ossificado”.
RX da espondilite anquilosante:
• Quadratura – Sinal de “Romanus” vértebra em moldura. A vértebra
normalmente tem 4 concavidades. Nessa doença ela fica reta, perdendo suas
concavidades. Na quadratura vertebral faz uma vértebra bem quadradinha.
Aparece em uma fase mais crônica da doença.
• Sacroiliíte bilateral
• Sindesmófitos – Coluna com aspecto em cana de bambu aparece em uma fase
mais crônica da doença.
** Então Sinal de Romanus e Coluna em Bambu são achados mais tardios
da doença.
• Subluxação – Atlas/Axis
• Esporões do calcâneo
Imagem 4: vértebra está quadrada, perdeu a concavidade. Seta está mostrando um leve
sindesmófito.
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Imagem 5: coluna com aspecto em cana de bambu. Está passando uma linha calcificada
unindo as vértebras bilateralmente. Isso é uma fase crônica da espondilite anquilosante.
Tratamento:
• Alívio da dor e rigidez
• Manter boa postura
• Capacidade funcional
• Medidas fisioterápicas
• Moduladores do TNF – Etanercepte, Infliximabe, Adalimumabe.
• AINE responde bem a qualquer AINE. Uso crônico, de 3 a 6 meses. O que o
professor usa é o Diclofenaco. Fazemos Diclofenaco para ver resposta, se
funcionar bem fazemos a Butasona Cálcica, é o segredo do professor, é um anti-
inflamatório antigo que não entra na Europa porque faz imunossupressão da
medula e anemia, sendo usado devido eficácia e custo.
** A psoriática e a reativa respondem bem ao AINE, já a enteropática é
melhor corticoide.
• Sulfassalazina – principalmente quando axial quando há acometimento com
lombalgia.
• Metotrexate e Sulfassalazina – quando periférico ou axial.
• Azatioprina
• Corticoide em baixa dose – se AINE for contraindicado. Mas o ideal é usar AINE,
vai usar 3 meses de anti-inflamatório.
• Infiltração articular – corticoide quando é 1 ou 2 articulações apenas que não
resolveu.
Sugestão de tratamento:
- AINE indefinidamente.
- Exercício para todos.
- Glicocorticoide intra-articular.
- Metotrexate, Sulfassalazina (se tiver lombalgia é obrigatória),
Leflunomide – usado mais na periférica, não na axial.
- Se doença axial não responde ao AINE usar anti-TNF.
- AINE não responde e anti-TNF é contraindicado, fazer Sulfassalazina
e/ou Metotrexate. Daí tem que usar sempre, contínuo.
Imagem 6: índice occipício/parede. A tendência da doença é deixar o paciente em
posição fetal. Conforme evolução vai afastando a cabeça da parede. A distância vai aumentando
conforme evolução da doença não tratada.
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Imagem 7: a doença vai inclinando o paciente. Se dobrar o joelho acaba olhando para
frente, sendo isso chamado de “posição de esquiador”. Então na fase crônica da doença chama-
se “posição de esquiador”.
ARTRITE PSORIÁTICA
Psoríase na população 1 a 2%. Artrite na população com psoríase 5 a 25%. Artrite aparece
comumente 2 décadas depois da psoríase.
Imagem 8: psoríase que se chama gutata. Em forma de gota. Às vezes é bem
pequenininha.
Imagem 9: está fácil dizer que está errado. É uma psoríase chamada inversa, interglúteo.
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Imagem 10: faz pitting nail, chamada de unha em dedal. Precisa ter pelo menos 20
furinhos, se não é constitucional do próprio paciente. Ataca todas as unhas, umas fazem pitting
nail, outras destruídas, outras amareladas.
Imagem 12: esse pé faz o diagnóstico. Há uma dactilite, o dedo em salsicha, com as
unhas alteradas. Se as unhas fossem normais o diagnóstico seria artrite reativa.
Critério diagnóstico:
• INFLAMAÇÃO MUSCULOESQUELÉTICA QUALQUER DAS 3 SEGUINTES: ARTRITE,
ENTESITE OU LOMBALGIA + 3 PONTOS.
- Psoríase presente = 2 pontos.
- História familiar = 1 ponto.
- Psoríase prévia = 1 ponto.
- Lesão unha = 1 ponto.
- Dactilite = 1 ponto.
- Fator reumatoide negativo = 1 ponto.
Imagem 13: psoríase inversa da axila. Psoríase inversa porque dá na sombra, na escuridão
do corpo (axila, interglútea, inguinal).
Imagem 15: unhas alteradas e inflamação da interfalangeana distal. Mão de jovem com
artrite distal pensar em psoríase. Psoríase de unha com artrite fecha o diagnóstico.
Laboratório:
• Fator Reumatoide negativo.
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Tratamento:
• Banho de mar é um dos melhores tratamentos. O Sol tira a dor, ao contrário
do lúpus em que o Sol fazia a doença. O Sol melhora tanto a lesão da pele como
a artrite.
• Moduladores TNF – Etanercepte, Infliximabe, Adalimumabe, Golimumabe.
• AINE
• Antimalaláricos – é controverso.
• Metotrexate é esse que preferimos. A dose de 17,5mg por semana é o ideal.
** Se fizer AINE + metotrexate você trata a articulação e a psoríase.
• Sulfassalazina
• Azatioprina / Leflunomide
• Tacrolimus (protopic) – não adianta, já até tiraram do comércio.
** NÃO USAR CORTICOIDE ORAL pois faz um efeito rebote e piora a psoríase. Então
não fazer corticoide oral em paciente com psoríase.
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Antígeno das bactérias podem ser encontrados no líquido articular e na biópsia sinovial.
Como tem antígeno das bactérias ficou conhecida como artrite reativa pós-infecciosa/pós-
bacteriana. Então esse antígeno das bactérias é que desenvolve a artrite reativa/Síndrome de
Reiter.
Patogenia (não cai na prova): só tem artrite reativa quem pode, não é quem quer.
Precisa ser portador de HLA-B27, depois tem que adquirir a infecção e aí desenvolve a artrite.
Tem que ter um terreno propício para ter a artrite reativa, e esse terreno é o HLA-B27 positivo. Aí
depende da virulência, da persistência da bactéria, para desenvolver.
• A presença do HLA-B27 prolonga a sobrevida intracelular de Yersínia e
Salmonelas.
• Leucócitos infectados do sítio primário trafegam nas articulações, onde células T
respondem a persistência do antígeno bacteriano, e vai promover a artrite.
** Então a bactéria apresenta lá na membrana sinovial, isso vai estimular
as células T e aí vai promover uma sinovite (sinovite = artrite).
• Fragmentos de bactérias persistem por longo tempo nas células dos mamíferos
e poderá ser detectado: biópsia sinovial, líquido sinovial, monócitos circulantes,
RNA e DNA de Chlamydia – biópsia sinovial.
** Aqui vamos falar da Chlamydia, não estamos falando de E. coli. A
Chlamydia vai ser o maior agente da infecção GU.
Agentes etiológicos:
• Gastrointestinal Shigella, Salmonella, Yersínia, Campylobacter
• Genitourinária Chlamydia (faz uretrite ou vulvovaginite).
• Outras bactérias Clostridium difficile (no caso de respiratória ou
gastrointestinal. Vem após o uso de antibiótico por muito tempo, faz a
pseudocolitemembranosa, é tratado com Vancomicina e Metronidazol).
Diagnóstico:
• Oligoartrite assimétrica em MMII
• Faz entesites achilles dor no retrocalcâneo.
• Fasciíte plantar dor no pé, geralmente esporão do calcâneo.
• Dactilite – inflama periósteo, estruturas periarticulares, enteses e cápsulas a
dactilite (inflamação do dedo) é presente na artrite reativa e artrite psoriática
(PROVA de residência).
• Uretrite
• Artrite (predomina de preferência sacroileíte) dor na sacroilíaca.
• Conjuntivite
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• Lesões mucocutâneas
** Tríade de Reiter: uretrite, artrite e conjuntivite. Quem vem primeiro é
a uretrite (PROVA). Essa uretrite pode ser a infecção na uretra que vem
antes, trata, cura e aí depois de 4 semanas é que vem a artrite.
** Tétrade de Reiter: uretrite, artrite, conjuntivite e lesões mucocutâneas.
• Úlceras orais
• Hiperceratose subungueal
• Disúria
• Clássicas lesões de pele mucocutâneas = só ocorrem no Reiter.
- Keratodermia blenorrágica palmo-plantar – pápulo-escamosa, erupção.
- Balanitis circinada – ulcerações na glande.
Imagem 1: aumento de volume no joelho esquerdo. Aumento de volume já é artrite, não
precisa estar vermelho. Com essa artrite você vai procurar se tem uretrite ou algum outro sintoma.
Se tiver balanite circinada ou ceratodermia palmoplantar é Reiter.
Imagem 2: vemos uma entesite, onde o tendão se insere está bem aumentado. Se não
for por trauma você procura outros sinais e sintomas, vê se tem lombalgia, olhos vermelhos. Então
aqui há um grande aumento de volume no calcâneo direito. Se tiver outro dado fecha a artrite
reativa.
Imagem 3: há uma vesícula no lado esquerdo e no lado direito tem uma bolha com
centro depressivo, que parece estar necrosando. Que doença que vocês aprenderam até agora
que faz uma papila necrótica? Artrite gonocóccica. Então isso é por gonococco. Isso é uma papila
umbilicada, não tem nada a ver com artrite reativa, é uma artrite infecciosa, para mostrar a
diferença.
Imagem 4: língua saburrosa. Tem úlcera da língua. É artrite reativa. Essa doença faz úlcera
oral. Pode aparecer na bochecha também.
Imagem 6: unhas descamando, com necrose. Temos o segundo dedo inflamado. Então
aqui temos uma dactilite com unhas comprometidas, aí o diagnóstico é artrite psoriática.
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Imagem 8: é uma hiperceratose plantar. Essa pele é dura. Esse paciente não pisou em
brasa, nem nada, isso aparece espontaneamente. É uma ceratodermia blenorrágica palmo-
plantar.
Imagem 11: balanitis circinada. As setas estão mostrando que houve uma erupção, uma
lesão circinada (as bordas muitas vezes não são redondas). É confundido com micose, às vezes
paciente pensa que é fungo. Pele seca, descamativa.
Radiologia:
• Artrite periférica
• Edema de partes moles
• Osteopenia justa articular quando demora muito.
• Periostite que faz a dactilite.
• Sacroiliíte assimétrica
• Sindesmófitos
** Então essa clínica de sindesmófito, dactilite (que é a periostite) e sacroileíte faz
parte de todo o time das espondiloartrites.
** O RX vai mostrar osteopenia justa articular e edema de partes moles quando
demora muito para tratar, caso não demore não dá deformidade, é diferente da
artrite reumatoide que deforma. Aqui é mais branda a doença.
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** Então a radiologia não tem vai ter grande deformidade, diferente da artrite
psoriática que tinha o “pencil in cup”.
Imagem 12: vemos uma calcificação do ligamento. É um sindesmófito. Une o centro de
uma vértebra ao centro de outra vértebra.
Imagem 13: entesófito, é onde a entese do tendão se insere no osso. Temos o tendão
calcificado. Isso se chama vulgarmente de esporão do calcâneo. Dor na sola do pé do paciente
com a idade. Faz dx de esporão do calcâneo com raio-X do pé. O que fazer com o esporão do
calcâneo? Usar salto alto para tirar a dor, pode infiltrar quando está em uma fase inflamatória e
se não resolver com isso pode fazer cirurgia também. Então pode fazer essas 3 coisas.
Laboratório:
• VHS >60mm
• PCR elevada
• HLA-B27 = 50 a 85%
• Faz a cultura do sítio primário quando tem uma artrite reativa? Isso é discutível.
Fazem swab uretral, swab anal, swab da cérvix uterina, até de faringe. Vale a pena
buscar o agente causal?
Diagnóstico diferencial:
• Artrite séptica – Yersínia e Salmonella (diferenciar elas da artrite séptica).
• Curso variável: 2 a 3 meses – sinovite crônica (artrite mais que 6 semanas é
crônico).
HIV: quando o paciente tem HIV ele tem muita infecção GI então pode fazer artrite reativa
mais frequente. É um quadro mais agressivo, mais refratário. Formas: (1) poliartrite aditiva
assimétrica e (2) oligoartrite assimétrica de MMII.
** Então Reiter com HIV correm juntos, porque são doenças sexualmente
transmissíveis.
Tratamento:
• AINE – Indometacina 75 a 150mg/dia.
• Corticoide intra-articular
• Cultura uretral pode mostrar Chlamydia – tratamos a Chlamydia com Doxiciclina
100mg 12/12horas
• Sulfassalazina até 3 g/dia – para lombalgia.
• Azatioprina 1 a 2mg/kg/dia ou Metotrexate 7,5 a 15mg/semanal.
** Começar com anti-inflamatório, só ele às vezes pode resolver. Ainda mais que é
uma artrite que não é deformante. Mas pode usar também Sulfassalazina, Azatioprina
e Metotrexate.
ARTRITES ENTEROPÁTICAS
Envolvimento articular é a manifestação extra-intestinal das doenças intestinais. Início da
artrite concomitante com a doença inflamatória intestinal pode ocorrer em 65% (você pode ter
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artrite e essa doença inflamatória intestinal (DIII) pode ser assintomática ainda). As mais
importantes são doença de Crohn (10 a 20% dos casos fazem artrite) e doença retocolite ulcerativa
inespecífica (2 a 7% dos casos fazem artrite). Pode ter remissão após colectomia no caso da
retocolite ulcerativa inespecífica, já na doença de Crohn não tem remissão.
Imagem 14: parece paralelepípedo. É uma doença inflamatória intestinal, é a Doença de
Crohn.
Imagem 15: vemos nódulos. Onde tem nódulo não capta o contraste e aí fica mais
escuro. Essa imagem é de um enema opaco, um exame mais antigo, hoje em dia faz mais
colonoscopia.
Patogenia (não vai cobrar isso): processo inflamatório intestinal faz aumento da
permeabilidade da mucosa do intestino, vai ter maior absorção de diversos antígenos mais
complexos imunes circulantes, depósito material antigênico vai passar na articulação (então vai
depositar na articulação um monte de resto de bactérias, antígenos, tudo) estimula linfócito
TCD4 ativa processo inflamatório sinovial faz artrite/sinovite.
Clínica extra-articular ocorre junto da doença intestinal:
• Eritema nodoso diarreia com eritema nodoso temos que pensar em retocolite
ou doença de Crohn.
• Pioderma gangrenoso diarreia com pioderma gangrenoso temos que pensar
em retocolite ou doença de Crohn.
• Irites (olho vermelho) diarreia com olho vermelho temos que pensar em
retocolite ou doença de Crohn.
Imagem 18: eritema nodoso. Geralmente na região da canela, entre o
tornozelo e o joelho. Pode ser atrás ou na frente. É avermelhado e duro. É uma
imagem “tipo moeda”. Não é só presente na artrite enteropática, acontece
também em outras doenças crônicas como estreptococo, hanseníase, sarcoidose,
tuberculose, também pílula anticoncepcional, etc. É um sinal, quando tem
eritema nodoso tem que buscar doença.
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Imagem 19: pioderma gangrenoso. A biópsia é que faz o diagnóstico. É uma necrose que
dá na pele e embaixo da pele. Pode aparecer na tuberculose também, mas buscar doença
inflamatória intestinal.
Imagem 20: vemos olhos vermelhos, apenas isso. Só para mostrar que a artrite
enteropática faz irite. Os vasos estão proeminentes.
Clínica articular:
• Artrite não erosiva
• Oligoartrites de grandes articulações
• Artrite periférica – depende da doença intestinal ativa (paciente tem que estar
com diarreia).
• Sacroileíte e espondilite – independe da doença intestinal ativa (não precisa ter
diarreia no momento da clínica lombar).
** Na artrite enteropática o paciente tem artrite e diarreia ao mesmo tempo. Na artrite
reativa o paciente teve diarreia, não tem mais, mas tem artrite.
Imagem 21: coluna com aspecto em “cana de bambu”. Há sindesmófito no centro.
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ESPOONDILITE INDIFERENCIADA
Quando clínica e radiologia não preenchem a enfermidade do grupo. Então não faz
diagnóstico nem de psoríase nem de Reiter. E tem que ter lombalgia inflamatória. É uma
lombalgia inflamatória que não se faz o diagnóstico.
Suposições (não tem valor, não precisava nem anotar isso):
1. Seria um estágio precoce da doença tornando-a diferenciada (tornando-se um
Reiter, uma psoríase, uma espondilite?
2. Seria uma forma frusta (branda) de uma espondilitite definida que não fará o
quadro clássico futuro?
3. Seria uma sub-categoria de espondilite ainda indefinida?
4. Seria uma síndrome de sobreposição não diferenciada em apenas uma doença
definida?
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é reativa e enteropática (não dão deformidade, articulação fica íntegra), curso crônico é
espondilite reumatoide e psoriática (essas duas é que dão deformidades).
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Imagem 7: neutrófilo que “se deu mal”: foi fagocitar o cristal de ácido úrico e ficou um
pedaço para fora. Esses cristais fagocitados por neutrófilos que confirmam o diagnóstico de gota.
Imagem 8: mais nódulos: o perigo é infectar por causa das portas de entrada (círculo
azul), causando um processo crônico, pois os tofos diminuem o aporte sanguíneo para o local, e
a bactéria entra facilmente.
** PERGUNTA: quando infectar trata como? Com antibiótico que cubra gram
positivos – o professor gosta muito de utilizar a claritromicina, mas pode usar
amoxicilina e cefalosporinas também (qualquer um que cubra gram positivo).
Imagem 9: sombra branca: é um tofo. Há irregularidade óssea associada.
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Imagem 10: parece hiperceratose solar, mas a hiperceratose ocorre mais na parte externa
da orelha. Nesse caso as lesões estão mais na curva, na sombra da orelha – são tofos gotosos.
Laboratório:
• Sangue:
- Hemograma: para afastar infecção.
** Pode ter uma artrite infecciosa no joelho e está em dúvida se
é gota ou infecção.
- Ácido úrico: aumentado em 99% dos casos.
** Porém, o ácido úrico sérico pode estar normal durante uma
crise de gota! Pois nessa situação o ácido úrico vai “sair do
sangue” e se depositar na articulação. Por isso que o ácido úrico
não é pedido durante a crise de gota e nem em check up – ele
pode estar normal, aumentado ou diminuído.
** Pede o ácido úrico fora da crise de gota para controle e ele
tem que ficar abaixo de 4 mg/dL ou no máximo abaixo de 5
mg/dL, pois abaixo de 5 mg/dL o ácido úrico não causa crise de
gota.
- Ureia
- Creatinina
• Uricúria de 24 horas: não é muito prático, mas é uma forma de saber se o paciente
é normo, hipo ou hiperexcretor.
• Artrocentese = punção do líquido sinovial.
- Quando a articulação acometida for a primeira metatarsofalangeana
nós não iremos puncionar, pois é uma articulação muito pequena e o
paciente sente dor. Punciona mais quando o problema for no joelho –
tem mais líquido e dói menos
- Análise do líquido sinovial: pesquisa de monorato de sódio, através
de duas formas:
o Microscopia simples: forma de agulhas.
o Microscopia por luz polarizada: birrefringência negativa
(importante, porque diferencia do pirofosfato de cálcio, que tem
birrefringência positiva).
** O achado dos cristais intracelulares (fagocitados pelos neutrófilos) define o
diagnóstico de gota (demonstrado na imagem 7). Importante porque no joelho
podemos encontrar depósitos de cristais de ácido úrico, mas eles não estão
fagocitados!
Diagnóstico diferencial: “parece gota, mas não é”:
• Gota aguda (crise): artrite traumática e artrite infecciosa (são causas de
monoartrite aguda).
• Gota crônica: artrite reumatoide ou outra doença que faça destruição óssea
– lúpus não entra, porque não faz destruição óssea.
** Lembrando que a gota tofácea, ou seja, a formação de tofos vai ocorrer
depois de mais de 10 anos de evolução da doença, devido às crises
repetidas de gota.
Radiografia:
• Gota aguda: vai ter aumento de partes moles – não será demonstrável pela
radiografia.
• Gota crônica: vai haver alterações definitivas áreas císticas e leões em saca
bocado, secundárias a destruição óssea (osteólise).
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- No dia da crise:
o Diclofenaco 50 mg VO de 8/8h.
o Colchicina 2x 0,5 mg (= 1mg) “agora” + 0,5 depois de 8h
(também VO).
o Protetor gástrico (por causa do diclofenaco): ranitidina,
pantoprazol
- Do mês (ou da quinzena)/paciente assintomático (sem dor):
o Colchicina: 0,5 mg VO 1x ao dia (na realidade, como vimos
anteriormente, vai usar durante 6 meses).
o Alopurinol: 300 mg 1x ao dia
- 300 mg a princípio, mas se dosar o ácido úrico e estiver alto
tem que aumentar a dosagem, vai aumentando mês a mês
conforme a necessidade. Pode usar até 1,2 g por dia.
- O alopurinol é usado no tratamento crônico da gota, não
na fase aguda. Na fase aguda ele está proibido! Por isso que
são 3 receitas, para o paciente não misturar.
2. FASE INTERCRISE:
- Inibidor de produção:
• Alopurinol (zyloric) – inibidor da produção.
- Indicação: todos – produção excessiva, cálculos renais, forma
secundária, gota tofácea.
- Dose diária: 300 mg a 1,2 g (aumenta mês a mês conforme a
necessidade)
• Febuxostat: droga nova, não funciona muito bem, professor não usa.
- Aumento da excreção:
• Uricosúricos:
- Usados principalmente em pacientes normo/hipoexcretores,
mas pode usar em outras circunstâncias – quando não tem como
usar alopurinol, por exemplo.
- Benzobromarona (narcaricina): 200 a 300 mg/dia. Os
comprimidos são de 100 mg.
- Não usar em paciente com litíase e insuficiência renal
• Fenofibrato (usado no tratamento de dislipidemias), losartana e
indapamida (diurético): drogas uricosúricas de menor ação. Se o paciente
tiver hipertensão arterial, por exemplo, e gota podemos receitar
losartana, pois estaremos tratando duas doenças com um medicamento.
- Essas drogas não serão as únicas utilizadas no tratamento
desses pacientes, elas são apenas opções que colaboram no
tratamento da gota para pacientes com outras comorbidades.
Profilaxia da crise:
• Colchicina oral 0,5 mg/dia
• Tratamento contínuo e vitalício da doença
** PERGUNTA: se o paciente abusar da alimentação, o que acontece? Ele pode ou não
ter crise de gota, se o ácido úrico ficar abaixo de 4 mg/dL não vai ter crise – lembrem que
a dieta só aumenta 1mg/dL de ácido úrico. E o paciente pode usar algum medicamento
profilático para não ter crise? Sim, quando chega primeiro de dezembro, os pacientes já
começam a tomar colchicina para poder beber e comer bastante no final do ano – apesar
da dieta ter pouca influência, é melhor o paciente prevenir a crise.
** PARA EVITAR A CRISE:
- Sangue: manter ácido úrico < 4mg.
- Dieta: tem pouco valor, evitar whisky somente. A não ser que o paciente não
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melhore de jeito nenhum, daí tentaremos fazer uma dieta um pouco mais restrita.
Imagens do paciente com gota: típico paciente em crise de gota paciente andando
de chinelo bem lentamente em direção ao pronto socorro em um domingo de manhã
(provavelmente jantou fora no sábado) – faz o diagnóstico de longe.
Imagem 11: o que a gota faz? Erosão em saca bocado, cistos, tofos, espessamento da
sonóvia, imagem em concha, esclerose óssea (pode ter pelo processo inflamatório, mas às vezes
não aparece porque o osso é reabsorvido antes de ter esclerose), osteólise e neoformação óssea
superperiostal. O espaço articular está preservado.
Imagem 14: orelha com tofos gotosos: não estão tão brancos, tão evidentes quanto a
outra imagem, mas também são tofos.
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ficam retos ou caem? O dedo fica reto, pois o nódulo segura. E depois de tratar?
Pode ter deformidades e até dor crônica por destruição da articulação.
PSEUDOGOTA
Características:
• “Falsa gota”: é uma doença de início agudo (ocorre em pós-operatório, traumas),
que atinge idosos (mais de 65 anos).
• Localização: punho, joelho (principalmente), metacarpofalangeanas.
• Cristais: pirofosfato de cálcio – romboides (não são tão finos), birrefringência
positiva, radiopacos.
• Extra-articular: não acomete.
Imagem 17: condrocalcinose (calcificação da cartilagem – é um dado
radiográfico). Se esse joelho inflamar iremos puncionar (monoartrite aguda =
agulha) e nessa punção podemos encontrar: S. aureus, pirofosfato de cálcio (=
pseudogota) e monorato de sódio (= gota). Mesmo com radiografia mostrando
condrocalcinose devemos puncionar em caso de monoartrite aguda.
Imagem 18: muita osteoporose, não tem artrose (primária) e há calcificação da
cartilagem (condrocalcinose) – com a idade calcifica tudo. Se isso inflamar e na punção vier
pirofosfato de cálcio, o diagnóstico é pseudogota.
Tratamento:
• Só trata a crise:
- Indometacina ou Diclofenaco 50 mg de 8/8h, por 7 a 10 dias.
- Da mesma forma como ocorre na gota, se não puder usar anti-
inflamatório, usa corticoide.
- O bom mesmo é fazer uma injeção de corticoide que resolve o
problema.
• Não é necessária a profilaxia das crises.
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Reumatologia – P2
AULA 7 – MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS IDIOPÁTICAS
As miopatias inflamatórias idiopáticas são um grupo heterogêneo de doenças
adquiridas, imunomediadas, caracterizadas por inflamação não supurativa da musculatura
estriada com consequente fraqueza muscular proximal (coxa, braço, cintura pélvica, cintura
escapular), redução da força muscular e dor.
** Para avaliar a dor muscular, temos que fazer uma apreensão do músculo a ser
examinado – com a mão aberta, apertamos a musculatura envolvendo-a
completamente. Por exemplo, se formos aferir a pressão arterial e com o
manguito pressionado o paciente queixar de dor, isso é uma dor muscular.
Quando o paciente for idoso, iremos pensar em polimialgia reumática, se o
paciente for jovem, vamos pensar em dermatomiosite ou polimiosite.
** Já para avaliar fraqueza muscular temos que pedir para que o paciente faça
alguma atividade – pedir para o paciente levantar os braços e segurar algo, ou
pedir para ele pender a cabeça para traz, ou deitado pedir para ele levantar a
perna.
** A fraqueza muscular é diferente de fadiga, fraqueza significa força diminuída,
e fadiga é a exaustão muscular por atividade. O paciente com fraqueza á acorda
com isso, mas na perda de força, o paciente entrou em atividade e cansou.
** Na miopatia inflamatória, a fraqueza tende a piorar, o paciente começa ficando
em pé, com o tempo, não consegue, aí ele começa a ficar sentado, mas passa um
tempo ele também não consegue mais ficar sentado e fica só deitado, e por fim,
a musculatura do tórax paralisa e o paciente não consegue respirar.
Escala de avaliação da força muscular:
• Grau 0 = nenhum movimento no músculo.
• Grau 1 = esboço de contração muscular.
• Grau 2 = movimento completo quando se elimina a força da gravidade.
• Grau 3 = movimento que vence a gravidade um pouco, mas não vence
resistência.
• Grau 4 = vence certa resistência.
• Grau 5 = normal.
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isquemia e vai ter atrofia perifascicular, isso que vai caracterizar a dermatomiosite.
Na biópsia vai mostrar isso. Então vai ter uma hipoperfusão endofascicular e uma
atrofia perifascicular. Os vasos vão estar em número reduzido.
** Então, nessa doença, o problema está na irrigação, na nutrição do
músculo, no feixe vasculonervoso, essa é a base da fisiopatologia.
** Exemplo com imagem: as células TCD4 não vão atacar onde tem
músculo, vai atacar onde tem vaso, então fica um ninho verde de células
TCD4 mais onde estão os vasos, junto do feixe vasculonervoso. Então
aqui faz uma vasculopatia para fazer uma miopatia.
Imagem 1: foi dito que a doença pega cintura escapular e cintura pélvica.
Mas vamos olhar essa desenho. Tem algo estranho nesse desenho. A seta está
mostrando o que? O que é branco é processo inflamatório. E embaixo o que
acontece, por que não tem? Está assimétrico. Mas por que está assimétrico se a
doença é simétrica? Aqui há uma atrofia muscular e uma prótese de fêmur. Houve
uma atrofia muscular, perdeu músculo, porque não precisa mais irrigar o osso já
que tem ferro no lugar. Então houve uma atrofia muscular com prótese de fêmur
no lado direito, houve um processo assimétrico.
Epidemiologia das miopatias inflamatórias:
• Dermatomiosite e polimiosite:
- Pico de acometimento em crianças: 10 a 15 anos.
- Pico de acometimento em adultos: 45 a 60 anos.
- Mulheres são 2x mais acometidas.
• Associada a corpúsculo de inclusão:
- Ocorre em idade >50 anos.
- Homens 2x mais acometidos.
** Não tem nada a ver com a dermatopolimiosite, acontece com mais de
50 anos e acomete mais homem. É uma doença mais rara.
• Associada com neoplasia:
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Imagem 5: vemos aqui o eritema facial da dermatomiosite que difere muito do LES
porque ele acomete o sulco nasolabial (vemos lesão em asa de borboleta com invasão do sulco
nasolabial). Lembrem que a fotossensibilidade do LES é especial, diferente daqui que é
abrangente, pega tudo, não poupa sulco nasolabial. Então a diferença da fotossensibilidade do
LES é fácil porque ele não acomete sulco nasolabial.
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Imagem 11: lesões de pele em cotovelos. A lesão lembra Psoríase, mas nesse caso, o
paciente vai ter outros sinais, como fraqueza e manchas/pápulas de Gottron, então pensamos em
Dermatomiosite e não em Psoríase. As lesões de Psoríase, quando muito extensas dão prurido e
são dolorosas, mas no caso da Dermatomiosite isso não ocorre, não tem dor.
Imagem 13: pele fica descascada, áspera, quebradiça, fissurada. É a famosa mão de
mecânico sem o paciente ser mecânico. A mão de mecânico é diferente da ceratodermia
blenorrágica do Reiter, não forma aquelas cascas.
Imagem 14: eritema sobre a articulação. Aqui pensaríamos em psoríase, mas não é. É
dermatomiosite. A psoríase faz lesão eritematosa descamativa, aqui há lesão eritematosa menos
descamativa. Isso aqui fica na dúvida. Então lembra lesões de Psoríase, assim como no cotovelo,
mas é Dermatomiosite porque o paciente tem sintomas de fraqueza, etc.
Imagem 15: paciente de cor mais escura, mostrando que houve as pápulas de Gottron
nas metacarpofalangeanas e nas interfalangeanas.
Imagem 17: mancha lateralmente a coxa chama-se sinal de Holster. O sinal de Holster
é típico da dermatomiosite. Esse sinal também é patognomônico de dermatomiosite, mas quando
falar patognomônico melhor pensar em heliótropo e pápula de Gottron. Então fraqueza muscular
+ mancha lateral na coxa = dermatomiosite.
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Imagem 20: sinal do V torácico (eritema anterior do tórax, pode ser em “V ou em “U”.
Fotossensibilidade fazendo V torácico.
Imagem 21: alopécia. Essa alopécia é localizada. Lembra o LES, mas aqui é
dermatomiosite, faz uma alopécia areata (em uma área).
**O professor conta um caso sobre um paciente que demoraram muito para fazer o
diagnóstico de Polimiosite e que acabou indo a óbito porque tinha uma disfagia muito
grave. Ele explica para atentarmos para o diagnóstico precoce dessas doenças porque a
descoberta tardia é uma das maiores causas de insucesso do tratamento e/ou de óbito
por tratamento da doença em fase tardia. Além disso, quanto mais tarde, mais difícil fica
fazer o diagnóstico, porque o paciente perde muita musculatura e as enzimas vem com
resultado normal depois de um tempo, “mascarando” a doença
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Eletroneuromiografia: para você ver força muscular tem que fazer uma
eletroneuromiografia. O resultado dessa eletroneuromiografia é a tríade clássica (não vai
cobrar): descargas bizarras de alta frequência + aumento de atividades insercional com
fibrilações e ondas positivas + potenciais de unidade motora polifásicos, de baixa amplitude e
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- POLIMIOSITE:
✓ Definida = todos de 1 a 4.
✓ Provável = 3 critérios de 1 a 4.
✓ Possível = 2 critérios de 1 a 4.
- DERMATOMIOSITE:
✓ Definida = RASH + 3 critérios de 1 a 4.
✓ Provável = RASH + 2 critérios de 1 a 4.
✓ Possível = RASH + 1 critério de 1 a 4.
• Novos (revisados):
1. Fraqueza muscular proximal simétrica.
2. Aumento de enzimas – CPK, AST, ALT e DHL.
3. Anormalidade em eletroneuromiografia – miopatia motora, fibrilação,
ondas positivas e aumento de irritabilidade insercional.
4. Biópsia muscular com infiltrado inflamatório e degeneração, regeneração
ou atrofia perifascicular.
5. Qualquer auto-anticorpos miosite-específicos – Anti-sintetase (Anti-Jo1),
Anti-Mi2 OU Anti-SRP.
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- POLIMIOSITE:
✓ Definida = 4 critérios de 1 a 5.
- DERMATOMIOSITE:
✓ Definida = RASH + 3 critérios de 1 a 5.
.
Tratamento: individualizar.
• PASSO 1: corticoide em altas doses.
- Dose de 1mg/kg/dia de Prednisona até a força muscular normalizar e
CPK ficar em níveis normais. Em média 30 dias ou 6 semanas (tem
pacientes que melhoram muito rápido, cada caso é um caso). Em seguida
você vai diminuir 5mg AO MÊS até atingir 20mg (vai demorar
aproximadamente 8 meses para chegar em 20mg). Depois que chegar
nesses 20mg, diminuir 2,5mg ao mês até chegar em 5 ou 10mg/dia, e aí
você mantém o uso dessa dose por 1 ano de manutenção.
o Endovenoso = quando criança, tem doença grave, não
respira, tem problema de deglutição (disfagia), ou seja, tem
risco de morte, você faz pulsoterapia EV com
Metilprednisolona (Solumedrol) 1000mg/dia por 3 dias
(seguidos ou alternados) seguido por medicação oral.
** O desmame do corticoide aqui é diferente, fazemos a redução ao mês
e não por semana, como fazemos habitualmente. Como o paciente
demora muito para retirar o corticoide, temos que lembrar de
suplementar cálcio, pode tentar administrar drogas poupadoras de
corticoide, ele vai desenvolver Cushing, etc.
** Corticoide em uso por até 15 dias, podemos retirar abruptamente, sem
desmame, porque não deu tempo de haver supressão da adrenal.
** O professor diz que esse passo de redução acaba sendo mais rápido,
que não demora tanto como é descrito na literatura porque o paciente
melhora mais rápido que isso, então, por exemplo, não chega a ficar
usando 1 ano de manutenção como descreve no livro.
• PASSO 2: associar com o corticoide do passo 1.
- Azatioprina: 3mg/kg/dia.
- Metotrexate: até 25mg/semanal.
- Mycophenolate mofetil: 2 a 3g/dia.
• PASSO 3:
- Imunoglobulina IV: 2g/kg. Em 2 a 5 dias a cada 6 a 8 semanas.
• PASSO 4:
- Ciclofosfamida: 1g/mensal EV por 1 ano – quando tem doença
pulmonar (intersticial) e quando doença resistente ao tratamento.
- Rituximab: dias 1º e 15º na dose de 1000mg – podemos iniciar o
tratamento com este medicamento hoje, se quisermos.
- Quando tem Rash = Hidroxicloroquina 500mg/dia (Reuquinol,
Plaquinol) que é fotoprotetor e uso de protetor – rash da dermatomiosite
responde bem.
** Não precisamos necessariamente começar o passo 1, esperar, aí se não der certo
ir para o 2, e depois ir para o 3. Isso é um passo a passo que a literatura nos traz,
mas não é obrigatório. Podemos associar as medicações, conforme a resposta do
paciente. O professor sugere iniciar com Azatioprina e Metotrexate, para poupar o
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uso de corticoides e evitar desfechos ruins para o paciente por causa das
complicações que o corticoide a longo prazo traz.
Prognóstico:
• Sobrevida de 95% em 5 anos.
• Sobrevida de 84% em 10 anos.
Fatores de mau prognóstico:
• Mais de 6 meses para iniciar o tratamento após os sintomas iniciais.
• Idade maior que 50 anos.
• Presença de neoplasia que você não fez diagnóstico.
• Doença pulmonar intersticial
• Disfagia porque paciente aspira fazendo pneumonia aspirativa. Fazer
clindamicina no caso de pneumonia aspirativa 900 a 1800mg por dia.
• Dispneia pela broncoaspiração, pela fibrose pulmonar e pela fraqueza
muscular. O paciente tem dispneia na dermatomiosite e polimiosite por 2
motivos, pela fibrose e pelo músculo fraco na periferia.
• Anti-Jo1 positivo indica poliartrite grave.
• Doença rapidamente progressiva não conseguimos segurar.
** Então é uma doença que tem êxito letal, temos que cuidar.
Diagnóstico diferencial de polimiosite e dermatomiosite (não vai cair em prova):
• Miastenia Gravis doença da placa motora.
• Rabdomiólise em caso de o paciente ter sofrido um acidente ou ter usado
cocaína, levando à necrose muscular, mioglobinúria, insuficiência renal e SARA
(síndrome da angústia respiratória aguda.
• Piomiosite
• Hipotireoidismo
• Hipoparatireoidismo
• Hipocalemia
• Hiponatremia
• Polimialgia reumática só no idoso. Nesta o VHS é > 50 obrigatoriamente
(100%).
• Miopatia alcóolica aguda pode causar insuficiência cardíaca aguda cursando
com edema agudo de pulmão, e melhora somente com a retirada do álcool.
Ocorre por efeito direto do álcool na fibra muscular cardíaca, via cobalto e via
deficiência de vitamina B.
• Infecções: Hepatite B, Hepatite C, Dengue, HIV, Influenza, Toxoplasmose, Epstein-
Barr, Leptospirose qualquer vírus pode simular uma Polidermatomiosite.
• Drogas: corticoide (miopatia esteroide), cocaína, estatina, D-penicilamina,
diuréticos.
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Imagem 1: nessa imagem, podemos perceber que os pontos do quadrante súpero lateral
da nádega estão lateralizados. O professor disse que deve ser um paciente obeso.
Imagem 3: nessa imagem visualizamos o ponto supra espinhal. Além dele, estamos
vendo o ponto localizado na região média da borda superior do trapézio e também o ponto da
inserção do músculo suboccipital.
Quadro clínico:
• Dor crônica difusa basicamente já é diagnóstico.
• Em mais de 80% dos casos há fadiga diurna e sono não reparador paciente
acorda cansado – isso também acontece na depressão.
• Rigidez muscular e articular matinal tem rigidez, mas o paciente não tem artrite
reumatoide, nem LES, nem artrose.
• Parestesias sem padrão neuropático não segue o padrão de um herpes zoster,
por exemplo.
• Sensação subjetiva de edema das extremidades paciente fala que a mão está
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• Tratamento farmacológico:
- Antidepressivos tricíclicos: doses baixas – 12,5 a 25mg/dia (dose mais
usada, com melhores resultados). Não dá para abrir mão, é barato, antigo
e funciona.
o Nortriptilina/amitriptilina: 25mg/dia.
** Devemos explicar para o paciente que ele não irá tomar a dose
necessária para o medicamento agir como antidepressivo, ele irá
tomar uma dose mais baixa, que irá agir apenas na transmissão
da dor.
** Esse medicamento é muito bom para o tratamento do cólon
espástico (síndrome do intestino irritável), melhora o sono (o
antidepressivo tricíclico vai dar mais sono em doses baixas do
que em doses altas) e também faz profilaxia de cefaleia.
- Ciclobenzaprina (Miosan) – começa com 5 a 10mg/dia, podendo usar
até 10mg de 8/8 horas (dose máxima). Usa até 30mg/noite.
** Também melhora o sono (“dá muito sono”), mas tem que
cuidar um pouco com isso, pois se o paciente ficar muito tempo
parado, dormindo, piora a doença.
** Ao iniciar o medicamento, o paciente vai reclamar de sono,
constipação e boca seca durante uns dois ou três dias.
- Inibidores da recaptação da serotonina – não são úteis isoladamente,
deverão ser associados com tricíclicos, se necessário (se o paciente tiver
depressão). Uso matinal.
o Fluoxetina (Prozac – emagrece e deixa a pessoa mais
elétrica), Paroxetina (acalma o paciente, é usado em
pacientes com síndrome do pânico), Sertralina, Venlafaxina,
Citalopram (a vantagem dele é que o paciente pode ingerir
bebidas alcóolicas), Fluvoxamina, Duloxetina.
o Remédios novos: Pristiq – Desvenlafaxina (professor já usou,
mas o paciente “não sai do lugar”), Lexapro – Escitalopram
(professor já usou e funciona “meia boca”).
** Inibidores dual é o que está em vermelho = inibidores da
recaptação de serotonina e norepinefrina.
** Usar sempre antidepressivos originais.
** Quando o paciente é muito depressivo, é recomendado utilizar
um modulador do humor em conjunto com o antidepressivo. Isso
porque no caso do Prozac, por exemplo, quando o paciente está
muito elétrico ele pode “pular da ponte”. Então usamos um
anticonvulsivante para equilibrar.
• USO RESTRITO E NÃO USO:
- Analgésicos – em períodos de exacerbação. Usar analgésico comum
nesses casos (paracetamol, novalgina, dipirona), evitar opioides. O livro
sugere a associação de paracetamol e tramadol, que melhoraria a dor em
50% dos casos, mas não é indicado, pois o paciente pode ficar
dependente do tramadol.
- AINE – período de exacerbação. Na realidade não está sendo utilizado
nem em períodos de exacerbação.
- Benzodiazepínico – contraindicado pois o paciente vai ficar mais “para
baixo” do que ele já está. Além disso, é um medicamento ruim para
induzir sono nesses pacientes.
- Corticoide – sem indicação.
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Imagem 8: essa imagem demonstra para onde irradia a dor a partir dos pontos de dor
localizados. A dor localizada no ponto verde, por exemplo, irradia para o pescoço e cabeça (região
verde ao redor do ponto). Na síndrome miofascial localizada nós vamos procurar os trigger points
(pontos de gatilho da dor), que são diferentes dos tender points.
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precordial – encostamos ali e o paciente relata dor. Nesses casos não precisa fazer
eletrocardiograma, pois é síndrome miofascial localizada. O tratamento é a infiltração
do músculo peitoral.
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pela manhã.
- Perna inquieta (pode ocorrer na gestação, por deficiência de ferro):
Clonazepam (Rivotril) e Pramipexol.
- Se dor: analgésicos, AINE (cuidando para não prejudicar o paciente).
• Passo 3 – tratamento não medicinal:
- Massagem, terapia física.
• Passo 4 – avaliação com especialista:
- Distúrbio do sono: polissonografia.
- Depressão e pânico: se necessário realizar avaliação psiquiátrica.
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** Então a artrose muda um conjunto de estruturas aqui da região, por isso fica aquele
joelho “feio”. Vai ter formação de osteófito também no osso, que vai ser o selo do
diagnóstico.
** Então na artrose há um processo estrutural de todos os elementos que compõe a
articulação.
** E a dor geralmente é da tendinite da pata de ganso, na parte interna do joelho.
Introdução à artrose: a cartilagem articular é uma estrutura hialina, sendo formada por:
(a) células – condrócitos (condrócitos é muito pouco = 5 a 7% de condrócitos) e (b) substância
intercelular ou matriz (composta de fibras colágenas e proteoglicans (substância fundamental
só que essa substância fundamental é o que as indústrias farmacêuticas querem nos enganar. Eles
querem vender condroitina, glicosamina, fazer injeção de ácido hialurônico que é caro e não
funciona. Remédio para artrose vocês vão aprender hoje nessa aula se existe ou não)). As funções
dessa cartilagem são: compressibilidade e elasticidade é como se fosse um amortecedor.
Imagem 1: uma cartilagem de uma pessoa jovem tem essa espessura mostrada na
esquerda. Com o tempo essa cartilagem vai desidratando. Por que vai desidratando? Porque é
composta 78% de líquidos. E com os anos vai afinando. Então nós vamos abaixando de tamanho
com a idade, principalmente os discos intervertebrais. A gente teria que recompor o tamanho
dessa cartilagem para não ter problema. Então vai desgastando com os anos. E teria que ter um
remédio que deixasse a cartilagem com o tamanho mais “gordinho”, mas isso é impossível. Então
o que tem hoje é apenas comércio, não podemos nos deixar levar. Vamos ver que existem
algumas saídas. Claro que a saída final todo mundo conhece, chama-se prótese.
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risco. Paciente tem uma neuropatia e vai correr maratona porque não sente nada
no joelho e aí destrói o joelho.
• Predisposição genética – mãos apenas nas mãos. A sua vó tem artrose, sua
mãe tem artrose, você vai ter artrose.
Artrose dos quirodáctilos (dedos da mão):
• Interfalangeanas distais – Nódulos de Heberden.
• Interfalangeanas proximais – Nódulos de Bouchard.
• Primária = predisposição genética. Secundária = traumáticos geralmente é
secundária a traumas quando envolve dedos, mas predisposição genética fala
mais alto na artrose primária.
** Então artrose primária em mão tem a ver com genética. Você não vai
mudar isso, não tem como mudar a genética.
• Mais frequente em mulher.
• Mais frequente em indicador e médio (2º e 3º dedos).
• É um processo simétrico/bilateral.
Nódulos da artrose: os nódulos da artrose só são dolorosos no início, posteriormente
não dói. Em 3 meses esse nódulo para de doer sozinho. A dor é só quando está crescendo. Esses
nódulos não regridem quando estão ossificados. Quando são cistos gelatinosos nós puncionamos
evitando a formação do nódulo. Então só dói quando está desenvolvendo o nódulo, depois para
sozinho. Nessa fase de dor fazemos paracetamol.
Imagem 4: temos aqui um cisto gelatinoso. Podemos puncionar esse cisto gelatinoso.
Puncionando você vai evitar o nódulo da artrose. Então nessa fase de cisto pode mudar, depois
que calcificou não muda mais.
Imagem 5: já aqui não dá para fazer muita coisa. Aqui você fez uma sinovite, então dói.
Se tomar o remédio em 90 dias vai ficar curado, mas sozinho também vai ficar curado.
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Imagem 8: espaço está diminuído (número 1), osso está branco/esclerosado (número 2)
e há osteófito (número 3). Aqui não tem os pseudocistos. Nem sempre você vai ter os 4 elementos
presentes. Isso é artrose.
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Imagem 9: cirurgia que mostrou que houve afundamento e erosões ósseas. Não só a
cartilagem ficou destruída como o osso com osso foi “escavando”. Há desgaste ósseo.
Imagens 10: vemos um joelho um pouquinho mais torto. Aqui uma situação saliente da
pata de ganso. Estamos diante de um processo bilateral. Se eu radiografar essa situação bilateral
vemos que é um processo simétrico. O espaço está diminuído, predominando no joelho direito.
A seta está mostrando espessamento do periósteo. Não está tão branco, há um pouco de
osteoporose. Não tem grande osteófito. Tem osteoporose então tem que ser uma artrose
secundária. O que mais chama atenção? Há erosão óssea, típico de artrite reumatoide erosão
onde acaba a cartilagem na chamada área desnuda. Esse paciente é típico de artrite reumatoide,
houve uma destruição, mas não houve densidade/eburnificação, é uma artrose secundária.
Imagem 11: é um joelho com artrose primária porque está muito branco, muito denso,
então há eburnificação/esclerose óssea. A parte onde pega mais pressão ficou mais branca, onde
pega menos pressão ficou mais negro. O espaço está como? Basicamente desapareceu. Isso aqui
é indicação de prótese. Então é uma artrose importante, espaço desapareceu, está osso com osso.
Imagem 12: espaço está preservado. Se eu tenho espaço preservado eu não tenho
artrose a princípio. O osso está mais negro, então tem osteoporose. Então tenho espaço normal
e osteoporose, portanto não é artrose. Há calcificação da cartilagem, em um paciente que deve
ter mais do que 65 anos. Se inflamar o joelho com essa calcificação, você puncionar e vier
pirofosfato de cálcio você faz o diagnóstico de pseudogota. Isso aqui é um caso de pseudogota
quando tem artrite. Pseudogota é um processo inflamatório, se é inflamatório tem osteoporose.
Coxartrose: é coxofemoral. Mais invalidante das artroses. Dor de início insidioso, aparece
no início do movimento, melhorando a seguir. Localização inguinal, podendo ser referida no
máximo até o joelho (nunca abaixo do joelho). Rigidez articular aos primeiros movimentos.
Mobilidade dolorosa, mais intensa quando dobra a perna sobre a coxa. As próteses coxofemorais
são muito utilizadas. Idade maior que 45 anos. 50% dos casos é primário. 50% dos casos é
secundário, geralmente unilateral. Maior frequência no sexo masculino.
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** Ninguém sabe o motivo de mulher fazer mais artrose de joelho e homem fazer
mais artrose coxofemoral. Mas tem artrose coxofemoral na mulher também, mas
é menos.
Imagem 13: vemos que o espaço está diminuído. Está mais branco. Quando está mais
branco é artrose primária. Há osteófito. Qual o tratamento aqui? Prótese. O paciente vive sem dor
com a prótese.
Imagem 14: quando a artrite reumatoide acomete grande articulação indica gravidade.
Então quem vê essa radiografia diz que esse paciente teve uma artrite reumatoide grave, não
tratada, e o que aconteceu com o fêmur? Entrou dentro da pelve. Isso é um caso antigo, quando
não tinha tratamento para artrite reumatoide.
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Imagem 17: caso real, paciente tem artrite reumatoide não tratada.
Eu indiquei prótese. Tem bastante osteoporose. E tem um espaço
diminuído. Começamos a tratar bem a artrite reumatoide dele. 5 anos
depois desindiquei a prótese porque ele melhorou. A osteoporose
aumentou, mas o espaço melhorou bastante.
Imagem 18: esse é um tipo de prótese.
Exame inicial: começa com hemograma e VHS. Saber o que é um hemograma viral e o
que é um hemograma bacteriano é muito importante para direcionar o screening dos exames.
• Quanto ao hemograma bacteriano, são 4 itens que mostram bactéria, não é só
leucocitose e bastonetose como todo mundo pensa tem que ter eosinopenia
(eosinófilo igual a 0. O eosinófilo é chamado de “célula da cura”, quando aparece
quer dizer que o paciente está melhorando), linfocitopenia/linfopenia (linfócitos
baixos) bastonetose (bastonetes aumentados) e leucocitose (leucócitos
aumentados). Também neutrofilia se neutrófilos estiverem muito aumentados.
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Causas de linfonodomegalias:
• Vírus = hepatites, rubéola, CMV, EBV, herpes, mononucleose.
• Bactérias = brucelose, sífilis, hanseníase, tuberculose.
• Fungos = coccidioidomicose, paracoccidioido, histoplasmose.
• Parasitas = toxoplasmose, leishmaniose, filariose.
• Linfomas, tuberculose e outras.
São muitas as causas de linfonodomegalia. Então você vai começar com hemograma e
VHS. O que aconteceu com aquele paciente da imagem 1? Foram feitos exames daquele caso e
foi diagnosticado sífilis.
Sífilis:
• Como faz o diagnóstico de sífilis? Não cultura o agente etiológico (Treponema
pallidum). Pode ser feita PCR (polimerase reação em cadeia) e microscopia
eletrônica. VDRL > 1:32 = é o screening de atividade. Quando você trata o VDRL
abaixa, fica < 1:8, mas ele não desaparece. Então na sífilis sempre fica um
resquício de VDRL para a vida inteira. Mas atividade tem que ter > 1:32. O exame
para selar o diagnóstico é o FTA-ABS, que mostra sífilis primária.
• Tratamento: Benzetacil 2.400.000 repetir 1x em 7 dias então você faz 2
injeções de 2.400.000.
Imagem 2: mulher, 31 anos. Foi encaminhada porque tinha uma afta dolorosa. Ela
possuía afta recorrente há 3 anos, fez uma artrite de joelho direito há 10 meses e perdeu a visão
direita agora recentemente em julho. Somando tudo: afta + artrite + perda de visão, ela tratava
como candidíase recorrente. Tinha lesões mucosas genitais, tratada como Cândida, porque ela
acreditava ter baixa resistência. Persistiam úlceras orais recorrentes, foi tratada como fungo.
Somando tudo isso (aftas, artrite, perda de visão do olho direito e lesão genital) qual o
diagnóstico? Doença de Behçet.
Doença de Behçet:
• Perivasculite, edema endotelial.
• Critério diagnóstico: ÚLCERA ORAL + 2 DOS SEGUINTES (úlcera genital, lesão
ocular, lesão de pele ou teste da patergia).
** O que é o teste da patergia? Quando você faz a punção venosa no
paciente para coletar sangue, no dia seguinte fica um eritema, como se
fosse um PPD positivo.
** Toda vez que tiver em uma PROVA de residência sobre patergia
estamos falando de Doença de Behçet, é uma vasculite do vaso vasorum.
• Exames:
- HLA-B51 é característico da Doença de Behçet.
- VHS, PCR
- ASCA – Crohn é o mesmo que você pede para Doença de Crohn.
Costuma dar positivo também na Doença de Behçet.
Doenças que fazem úlceras orais – diferenciar: úlceras orais fazer diagnóstico
diferencial e não esquecer da Doença de Behçet.
• Sífilis
• Behçet
• HIV – Kaposi
• Herpes simples e outros vírus
• Gonorrhea
• Tuberculose
• Histoplasmose e outros fungos
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• Stevens-Johnson
• Lichen Planus
Imagem 3: vemos que o paciente está com a parótida aumentada.
Imagem 5: parestesias nos pés com diagnóstico pela face. Paciente tem madarose (perda
de sobrancelha). Parestesia de membros inferiores + madarose, qual o diagnóstico? Hanseníase.
Aqui há aumento de parótida também e o paciente de fato era etilista, então temos que pensar
em etilismo. Nesse caso ele tem 2 motivos para fazer parestesia = o álcool e a hanseníase.
Imagem 6: rosto mais avermelhado. Pele escura, com manchas. O que chama atenção
nessa imagem? Também tem madarose. Se tem uma face cheia de manchas e com madarose fica
fácil dar o diagnóstico de hanseníase.
Hanseníase:
• Madarose.
• Nervo ulnar espessado.
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dor abdominal por Gonococo fazendo perihepatite. Além do Gonococo (Neisseria gonorrhoeae),
outro agente que pode fazer Fitz Hugh Curtis é a Clamídea (Chlamydia trachomatis).
Imagem 12: eritema violáceo periorbitário. Isso é heliótropo. Em qual doença pensamos
quando temos heliótropo? Dermatomiosite. Quais exames laboratoriais pedir para diagnóstico?
Ela tinha fraqueza muscular e eritema. Aí você pede as enzimas. O que aconteceu com essa
paciente? As enzimas vieram normais. Exames abaixo normais: CPK (creatinofosfoquinase), DLH
(desidrogenase láctica), AST e ALT transaminases) e aldolase. Qual o diagnóstico?
Dermatomiosite amiopática. Amiopática porque não subiu as enzimas. Ocorre em 10% dos
casos. Apresenta Sinal de Gottron, sinal do xale, mão de mecânico, que fazem parte da doença. A
mão de mecânico é diferente da mão da esclerose sistêmica (aqui você mantém as pregas, na
esclerose sistêmica não tem prega). Tem FAN positivo em 80% dos casos – tem que afastar doença
mista do tecido conjuntivo, tem que pedir um Anti-RNP por isso que LES e dermatomiosite
podem correr juntos. Exame específico = Anti-Jo1 – faz fibrose pulmonar e faz a síndrome anti-
sintetase. Lembrando que na dermatomiosite há 3 anticorpos marcadores (Anti-Jo1, Anti-Mi2 e
Anti-SRP).
Imagem 13: icterícia uni-ocular existe? Se existir quando? Existe, mas somente quando
tem prótese, isto é, quando tem olho de vidro.
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Imagem 14: dificuldade em lavar os olhos. Ela não consegue esticar o dedo. O tendão
está tracionado. Pegou o 4º e o 5º dedo. Qual o diagnóstico? Contratura de Dupuytren. Para
melhorar isso só operando, porque a fisioterapia não adianta mais. Na fase inicial pode tentar
fazer fisioterapia, mas nesse caso apenas resolve com liberação cirúrgica do tendão. Quem faz
essa doença? Cirrose, diabetes, a tendência é aumentar. É uma fasceíte palmar crônica. Doença
reumatológica. Ex: cabo de vassoura da diarista, ela fica pegando todo dia em uma superfície dura
com uma superfície mole do corpo e pode acabar fazendo isso.
Imagem 15: do lazer a doença em 7 dias. O que é isso? Lúpus eritematoso sistêmico.
O que aconteceu com ela? Estava na praia e lá houve uma fotossensibilidade. Olhem a mão dessa
paciente. Temos uma vasculite lúpica. O LES gosta de acometer interfalangeanas. O que tem de
característico nessa queimadura? Asa de borboleta, poupando sulco nasolabial. LES faz essa
queimadura especial, diferente da dermatomiosite que não poupa sulco nasolabial. Exames para
LES: não específicos = hemograma/plaquetas, VHS, urina parcial, creatinina, FAN; específicos
(fazemos quando o FAN for positivo) = anti-DNA, anti-fosfolipídicos (anticardiolipina,
anticoagulante lúpico, beta2 glicoproteína 1), anti-SM.
Imagem 17: febre, emagrecimento. É uma moça jovem, que tem fístula. Só que essa
fístula não é no linfonodo. Paciente fez um tratamento dentário há 6 meses, começou a emagrecer
e apareceu isso. Emagrecimento, inapetência. O pontinho preto é rico em enxofre. Esse pontinho
preto rico em enxofre é patognomônico da doença. Qual é o diagnóstico? Actinomicose. É uma
bactéria anaeróbia gram positiva = Actinomycis Israelii. Não tem nada a ver com fungo, é uma
bactéria. Trata com Amoxacilina de 6 meses a 1 ano. Para você ter essa bactéria o meio da sua
cultura tem que ser anaeróbio, por isso que ninguém conseguia fazer o diagnóstico. Como se
adquire isso? Infecção dentária em lugares sem ar. É uma bactéria que se desenvolve em lugares
que não tem ar.
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Imagem 18: feminina, 14 anos. Ela tinha essa mão que vocês estão vendo na imagem.
Mas só tinha isso, outros órgãos e sistemas normais. Paciente dizia que doía bastante. Qual é o
diagnóstico? Como doía muito foi levado ao centro cirúrgico. O médico foi tirando e o que
aconteceu? Tirou uma luva. Isso é uma lesão factícia. Ou seja, é tudo mentirinha, ela inventou toda
essa situação.
Imagem 19: homem, 80 anos, com leucemia. Vemos na imagem um infiltrado, se fizer
biópsia tem muitos linfócitos nessa lesão. É um infiltrado linfoplasmocitário, na verdade. Qual o
diagnóstico dessa lesão? Síndrome de Sweet é uma dermatose neutrofílica febril aguda. Há
infiltrado neutrofílico ali e faz febre. Ocorre junto com outras doenças como leucemia.
Imagem 20: mulher. Dedo em aspecto em pescoço de cisne. Quem faz isso? Artrite
reumatoide. Tem desvio para o lado ulnar. Mão em sela.
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• Idiopática = ESTRESSE?
• Crohn – RCUI = ASCA, ANCA P
** Então para ver eritema nodoso o RX de tórax ajuda muito. O RX, com VDRL e ASO
você já examinou 50% dos eritemas nodosos.
Imagem 23: nódulos de Heberden. Quem acomete metacarpofalangeana é somente a
artrite reumatoide, quem acomete Interfalangeana distal é somente a artrose. Na interfalangeana
proximal pode ser tanto artrite reumatoide quanto artrose. Não existe artrose primária em 2ª, 3ª,
4ª e 5ª metacarpofalangeana, apenas pode existir na 1ª. Aqui temos um caso de artrose
(osteoartrite) nódulos nas interfalangeanas proximais = Heberden; nódulos nas
interfalangeanas proximais = Bouchard.
Imagem 27: melanodermia. O que fez isso nessa paciente foi o fato de ela tomar muito
haloperidol e ficar muito no Sol.
Imagem 28: qual o agente etiológico? O Sol. É uma hiperceratose solar. O “chifre”
presente ali na foto se chama corno cutâneo.
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Imagem 2: está mumificado, necrosado, meio pé. Isso é uma vasculopatia. É síndrome
fosfolipídica com LES em uma moça. Foi amputado. Para fazer amputação o cirurgião vascular
espera mumificar. Nunca faz amputação onde tem tecido vivo, porque o próprio organismo limita.
Isso é vasculopatia, não é vasculite.
Imagem 4: a seta mostra focos de necrose. Vemos livedo reticular. Síndrome fosfolipídica
faz livedo reticular. É uma vasculopatia, não é vasculite.
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Imagem 5: paciente com artrite reumatoide grave não tratada. Toda vez que artrite
reumatoide faz vasculite é grave. É uma vasculite secundária, não é o tema da aula de hoje que é
vasculite primária. Faz necrose importante. Então artrite reumatoide faz vasculite secundária.
Imagem 6: isso é arterial ou venoso? Toda vez que está vermelho, com bordos limpos,
puntiforme, que dói muito, é arterial. Também é uma vasculite secundária à artrite reumatoide. É
uma úlcera limpa, com bordos nítidos. Diferente da venosa que tem uma cor ocre e é extensa.
Imagem 7: as vasculites ou lesão vascular são de vários tamanhos. Isso é uma vasculite
secundária à artrite reumatoide. As vasculopatias ou as vasculites pode ser de vários tamanhos.
Vasculite então é uma coisa que pode ser uma coisa delicada, tem que buscar bastante no
paciente.
VASCULITES
Definição: as vasculites são definidas por inflamação nas paredes dos vasos, com danos
das estruturas murais. A perda da integridade do vaso leva a aneurisma (e o aneurisma quando
rompe faz hemorragia). E quando compromete o lúmen leva a isquemia e necrose dos tecidos.
** Então as vasculites apresentam tanto hemorragia quanto isquemia. Depende
o tipo e a lesão que foi acometida.
** Então o problema aqui é a estrutura mural, é a parede do vaso. Se o vaso é
arterial a doença vai ser arterial, se o vaso é venoso a doença vai ser venosa.
Vasculite sistêmica primária: define-se VSP como uma enfermidade de origem
indeterminada, causada por inflamação dos vasos, que ocasiona falência em múltiplos órgãos.
Então a vasculite também é uma doença letal. Nessa condição a vasculite é a causa e não a
consequência da doença sistêmica (é primária). Se é uma doença primária temos para diferenciar
epidemiologia, clínica, laboratório e histologia peculiares.
** Então há dados para ajudar a ver qual a vasculite está acometendo o paciente.
Classificação:
• De acordo com a desordem vascular específica:
- Tamanho do vaso = grande/médio/pequeno.
- Tipo de vaso = artérias/arteríolas/vênulas.
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Imagem 10: há um estreitamento do vaso. Toda vez que tem uma estenose o sangue
passa com alto fluxo. O alto fluxo pode dilatar uma artéria e fazer um aneurisma pós-estenótico.
Uma estenose aórtica faz aneurisma da aorta pelo fluxo aumentado.
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4. VHS >50mm.
5. Biópsia arterite necrosante e células mononucleares ou granuloma com células
gigantes multinucleadas.
** Então Arterite temporal e Polimialgia reumática é conhecido como “doença dos 50
– mais de 50 anos e VHS maior que 50”.
** É uma vasculite também granulomatosa.
** Lembrando que as 4 granulomatosas são: as de grande vaso que são Takayasu e
Arterite temporal, além também da Granulomatose de Wegener e Churg-Strauss.
Tratamento:
• Corticoide em dose alta (40 a 60mg/dia), diminui a dose depois de 1 mês.
Duração de 2 anos.
• 0,5 a 1mg/kg/dia.
• Quando é polimialgia reumática é baixa dose de corticoide (aproximadamente
15mg/dia). Duração de no máximo 6 meses.
• Quadro ocular = pulsoterapia.
• Cegueira reversível em poucas horas paciente chegou cego, começou hoje, faz
corticoide nele que vai reverter.
O que marca a doença? A idade é fundamental, sexo também pode colocar aqui.
Polimialgia reumática é um marcador forte. Então idosa com polimialgia reumática, que tem
cefaleia. Pode ter alteração ou visual ou de mandíbula. Aqui tem que entrar a biópsia. Ou seja,
importante lembrar de: idade, cefaleia, polimialgia reumática e biópsia.
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Imagem 13: arteriografia renal. Tem dois tipos de setas. O que mostra essa seta? A seta
do “rabinho longo” mostra oclusão total e as setas de “rabinho curto” mostra aneurismas
saculares. Então a vasculite ou fecha o vaso e faz oclusão, ou dilata e faz aneurisma.
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Imagens 9 e 10: hoje é indolor. No passado tinha dor. Qual é o diagnóstico? Gota. São
tofos da gota, desaparecem com o tratamento. Chama-se gota tumoral (chamamos de tumoral
porque fez muitos tofos).
Imagem 11: dermatite ocre. Onde tem as veias aquece e queima a pele. Faz essa
dermamite ocre. Fica com de ferrugem onde passam as veias. Por que as varizes fazem dermatite
ocre? Porque é quente, o sangue não volta, fica sempre quente ali.
Imagem 12: são lesões bolhosas, líquidas. Bolhas de água na perna pensamos no que?
Pegou um trajeto, e se é trajeto é herpes zoster extenso. Qual a doença de base? HIV.
Imagem 13: paciente tinhas essas lesões purpúricas das nádegas para baixo, só de
membros inferiores. Pode cursar com dor abdominal, conhecido como doença do “5 sistemas”.
Quando é da nádega para baixo, tem histórico de dor de garganta, é por Púrpura de Henoch-
Schönlein (doença por IgA). Acomete 5 sistemas, faz dor abdominal (angina),
proteinúria/hematúria (acometimento renal), artralgias/artrite, vasculite do vaso e púrpura
hematológica (pele). É uma vasculite de pequenos vasos. Biópsia (pele ou rim) = IgA.
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Imagem 14: nariz em sela, sem ter sífilis, sem ser leishmaniose, doença reumatológica,
sem ser hanseníase, é Granulomatose de Wegener, uma vasculite de pequenos vasos. Vai dar
ANCA C positivo em mais de 90% dos casos. VHS e hemograma (anemia normocítica e
normocrômica). Biópsia vai mostrar inflamação granulomatosa.
Imagem 15: doença aguda, hospitalar. Qual o diagnóstico? Trombose venosa profunda.
Quando o paciente é adulto de 15 a 50 anos tem que ver as causas de trombose venosa. Causas
de trombofilia: deficiência de proteína C, deficiência de proteína S, hiperhomocisteinemia, fator
V Leiden, síndrome antifosfolipídica, e outas como neoplasia, síndrome nefrótica.
Imagem 16, 17, 18 e 19: mancha mais escura. Vemos o sinal da “mão em prece”. Vemos
necrobiose lipoídica. Faz articulação de Charcot (neuroartropatia). Qual é a doença de base?
Diabetes mellitus granuloma anular, mão em prece, necrobiólise lipoídica diabeticorum,
articulação de Charcot.
Imagem 20: paciente tem essas manchas café com leite nos dedos e no lábio. Qual o
diagnóstico? Síndrome de Peutz-Jeghers.
Imagem 21, 22 e 23: homem, 36 anos, artralgias, dores no MMII há 3 anos. Aumento da
face. Aumento de tórax direito. Aumento também de tíbia anterior esquerda. Qual é o
diagnóstico? Hiperparatireoidismo. Paratormônio no osso aumenta reabsorção de cálcio e de
fósforo, rim aumenta reabsorção de cálcio e joga fósforo para fora, intestino absorve cálcio e
fósforo. Resultado final no sangue = aumento de cálcio e diminuição de fósforo. Tem que medir
cálcio, fosfatase alcalina e PTH. Como faz o diagnóstico? Tem que ver as paratireoides.
Imagem 24, 25 e 26: não é Stevens-Johnson, é mais do que isso. É Necrólise epidermal
tóxica (lesão >30% da área corporal ou Lyell síndrome – temperatura maior que 39°). Síndrome
de Stevens-Johnson é quando <10%. Quando >10% e <30% é Síndrome Overlap.
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Imagem 27: dor à apreensão braquial. Qual é o diagnóstico? Polimialgia reumática. Isso
acompanha arterite temporal. Cintura escapular, cintura pélvica e pescoço.
Imagem 28: paciente faz depósito de lipídeo em cima do pé, na coxa. Não é um
linfedema simplesmente (aqui faz tecido mole, linfedema faz tecido duro). Não se sabe o que é.
Imagem 29: eritema na região axilar. Qual é o diagnóstico? Psoríase invertida. Lesão
interpigos. É uma psoríase que dá em áreas escuras. Acomete interfalangeana distal no jovem,
parece artrose, mas não é. Quando a psoríase dá no cotovelo é psoríase vulgar.
Imagem 30: dedo em telescópio, é o famoso “pencil in cup” que a psoríase faz. Então
dedos encurtados = psoríase. Unha em dedal = psoríase.
Imagem 32: homem, 38 anos, lombalgia crônica. Vemos sindesmófito (parte do centro
de um vértebra ao centro da outra vértebra). Qual é o diagnóstico? É uma espondiloartropatia
soronegativa. Que doença faria sindesmófito grosseiro, sem lesão de unha? Artrite reativa.
Passado de olho vermelho e dactilite. Quem faz dactilite é artrite psoriática e artrite reativa.
** Dactilite com sindesmófito é artrite reativa. Dactilite com lesão de pele é artrite
psoriática.
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Imagem 3: infiltrado que parece algodosono são evanescentes, vão e voltam. Então
imagens que vão e voltam. Faz borramento da silhueta cardíaca. Tudo isso é infiltrado eosinofílico
de Churg-Strauss.
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Diagnóstico:
• VHS
• Trombocitose
• Anemia normocítica e normocrômica
• ANCA C positivo é uma doença anca-dependente
• Biópsia = inflamação granulomatosa essa biópsia é principalmente das vias
aéreas.
Diagnóstico patológico:
• Biópsia:
- Trato respiratório superior = 55%.
- Biópsia pulmonar céu aberto.
- Biópsia transbrônquica.
- Biópsia renal.
Clínica + ANCA C positivo = suficiente para diagnóstico. Mas pode ser feita biópsia
também. ANCA C positivo em 90% dos casos mostra caso ativo.
** S. aureus parece ser um fator de persistência de Wegener. Se na PROVA cair qual
agente etiológico pode fazer persistência de Wegener é S. aureus.
Imagem 6: exame de ANCA C. Citoplasma corado e núcleo preto não corado.
Cenário: masculino com 50 anos que tem inflamação granulomatosa necrosante do trato
respiratório superior ou inferior (mais forte é superior), glomerulonefrite necrosante segmentar
focal, teste laboratorial mostra ANCA C POSITVA.
** ANCA C e ANCA P pneumorrenal tem que ser solicitado em todos os pacientes.
Critérios de Wegener: 2 DE 4.
1. Inflamação nasal ou oral = úlcera oral ou descarga purulenta/hemorragia nasal.
2. RX de tórax = nódulo, infiltrado ou cavitação.
3. Sedimento urinário anormal.
4. Inflamação granulomatosa na biópsia de uma artéria ou área perivascular.
Tratamento:
• Não tratar a doença sobrevida de 5 meses.
• Corticoide em pulso.
• Ciclofosfamida em pulso.
• Ciclofosfamida oral.
• Rituximab 375mg/m2/semanal por 4 semanas.
• Azatioprina e MTX - efetiva remissão.
• Causas de morte = hemorragia pulmonar ou insuficiência renal.
O que marca a granulomatose de Wegener? Inflamação de vias aéreas superiores (otite,
pólipo nasal, etc.), ANCA C e acometimento pneumorrenal. Então rim, pulmão e ANCA C.
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** Essa doença então faz síndrome pneumorrenal também. A única diferença aqui
vai ser a ANCA P positivo. ANCA P e pneumorrenal é poliangeíte microscópica,
se for ANCA C e pneumorrenal é Wegener. Pergunta de PROVA.
Clínica:
• Febre, fadiga e perda de peso
• Mialgias, artralgias, artrite = 70%.
• Multissistêmica:
- Rim = 90-100%
- Pulmão = 50%
- Rash
- Neuropatia = 20%
• Masculino maior que feminino. O pico é 50 anos.
Laboratório:
• RX de tórax
• Creatinina
• Parcial de urina
• ANCA P
Imagem 7: exame de ANCA P. Fica pintado perinuclear. Núcleo todo amarelo, como se
fosse casca de laranja. Chega 75 a 90% dos casos presença.
Tratamento:
• Prednisona = 1mg/kg/dia + Rituximab.
• Pulsoterapia = corticoide = 3 dias.
• Ciclofosfamida = 0,5 a 1mg/m² superfície corporal.
• Azatioprina 2mg/kg/dia = eficaz como a Ciclofosfamida.
Diferenciar PAN e PAM:
• Poliarterite nodosa (PAN) médios vasos, vai até a porta do rim (artéria renal,
infarto renal, hipertensão), ANCA negativa. Hepatite B, arteriografia – aneurismas,
RX de tórax normal.
• Poliangeíte microscópica (PAM) pequenos vasos, entra dentro do rim
(glomerulonefrite, urina com proteinúria). ANCA P positivo. Pulmão – capilarite,
RX tórax alterado.
O que marca a doença? Pneumorrenal e ANCA P.
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Patologia:
• Biópsia cutânea de pequenos vasos – arteríolas, capilares, vênulas com necrose
tipo fibrinoide e infiltrado inflamatório.
• Imunofluorescência – depósito de IgA, complemento e fibrina na parede vascular.
Critério de Henoch-Scholein: 3 OU MAIS.
1. Púrpura palpável – MMII.
2. Angina intestinal.
3. Hemorragia gastrointestinal.
4. Hematúria.
5. Idade de início <20 anos.
6. Sem uso de nova medicação.
Imagem 10: IgA – nefropatia por H. S. Imunofluorescência em biópsia renal que fez essa
coloração por depósito de IgA.
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Imagem 13: há extravasamento de hemácias pela parede da vênula e fica essa coloração
toda azulada. É uma vasculite venosa, por isso que é mais benigna.
Imagem 14: se é uma venulite aparece o vaso um pouco mais aumentado, imitando uma
artéria. Tem lugares que não tem inflamação, tem lugares que está mais espessado. Isso é uma
veia, parece uma artéria porque é inflamação do fibroblasto e espessou a parede.
O que marca a doença? Tem que ter a droga desencadeando, tem que ter mais que 16
anos e tem que ter lesão venosa de pele.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quem faz síndrome pneumorrenal aguda? Granulomatose de Wegener, PAM,
Síndrome de Goodpasture, leptospirose, LES e Churg-Strauss. Mais comumente quem faz
síndrome pneumorrenal aguda são essas 6 doenças.
Síndrome de Goodpasture
Doença anti-membrana basal glomerular. Hemorragia pulmonar + nefrite. 6x mais no
homem. Diagnóstico = anticorpo anti-GBM (>90%). Biópsia renal = padrão-ouro.
** Homem adulto que não fuma, sem embolia pulmonar, sem trombose, que faz
hemoptise tem que pensar em Goodpasture.
Imagem 15: rompimento e fibroblastos.
Síndrome de Behçet
Doença multissistêmica. Caracterizada por úlcera oral e genital recorrente, irites e lesão
cutânea. Venulite leucocitoclástica. Patergia (excesso de reação do corpo a uma pequena lesão,
então uma pequena agulhada na pele faz reação inflamatória). É uma venulite de vaso vasorum
(VVV). É uma perivasculite com edema endotelial.
Critério diagnóstico: ÚLCERA ORAL + 2 DOS SEGUINTES (úlcera genital, lesão ocular,
lesão pele, teste da patergia).
Exames:
• HLA-B51.
• VHS, PCR.
• ASCA – Crohn pode dar positivo.
Imagem 17: úlcera oral.
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