Tede
Tede
Tede
Idade: 7 anos e meio a 10 anos. Após esta idade é útil na detecção dos casos mais graves.
Material
- 2 folhas para uso da criança com 32 linhas de categorias de medição.
- Uma folha para o examinador fazer anotações.
Introdução à prova
“Estas folhas apresentam algumas letras, sílabas ou palavras. Eu quero que tu tentes lê-las em voz alta, da
mesma forma que estás habituado a fazer."
I – Nível de leitura
1 – Nome de letra Diz o nome destas letras. Esta letra (assinala o b) chama-se b. Agora tu continuas.
Diz o som de cada uma destas letras. O som desta letra (assinala o L) é “L” como
2 – Som da letra l...ata. Agora tu continuas.
3 – Reconhecimento de sílabas
Directas Lê estas partes de palavras.
Indirectas Agora lê estas partes.
Complexas Agora estas partes.
Ditongos E estas.
Fonogramas E estas.
Fonogramas e ditongos E estas.
II – Erros específicos
1 – Letras passíveis de serem O examinador deve enunciar cada palavra separadamente e a criança deve
confundidas assinalar a letra com a qual a palavra começa.
Letras confundíveis pelo som no “Eu vou-te dizer uma palavra e tu vais mostrar-me com o dedo a letra com a qual
início da palavra a palavra começa. Por exemplo, eu digo macaco. Com que letra começa?” Caso a
criança não tenha compreendido, o examinador pode assinalar a consoante. O
examinador pronuncia a seguir uma série de palavras. Cada uma dessas palavras
deve ser pronunciada em separado e ele pede à criança que mostre a letra com a
qual começa a palavra pronunciada.
Letras passíveis de serem “Estas palavras não significam nada, mas tenta lê-las tal e qual como são.”
confundidas pela grafia semelhante
2 – Inversões
Inversões de letras “Estas palavras também não têm significado. Tenta lê-las tal qual como são.
Inversões de palavras completas “Lê agora estas palavras.”
Inversões de letras dentro da “Lê agora estas palavras.”
palavra
Inversão da ordem da sílaba na “Agora estas palavras.
palavra
b m c l a g d p s e q n
l s q r t e j v d m
as te mo lu ri fa
co ci ga ge cu gi ce
is ac in em ul ar
ob et ap ex af ad
f j v b s b ch p j g
c q t m d c r j m g
b m t f p g m b j f
s t b m p g s j q c
s m n l b l j r m ch
Folha de Resposta
I - Nível de leitura
Primeiro nível de leitura
1 – Nome da letra
b m c l a g d p s e q n
2 – Som da letra
l s q r t e j v d m
7 – Sílabas complexas
til pur mos cam sec lin
II – Erros Específicos
1 – Letras passíveis de serem confundidas pelo som no início da palavra
chado j s ch v c f d t l n deco
fido f j v b s b ch p j g bodio
tarpo c q t m d c r j m g gupa
boso b m t f p g m b j f matu
polo s t b m p g s j q c querpo
mite s m n l b l j r m ch ruba
3 – Inversões de letras
bado dipo babe quebo quido dudo
bapi quipi dubopi pebade numo saute
I – Nível de leitura
O domínio dos três níveis de leitura é atingido no final do 2º ano de escolaridade.
II – Erros específicos
1 – Uma criança não disléxica com mais de 7 anos e meio apresentará uma folha de respostas limpa
ou com um ou dois erros.
2 – A criança disléxica apresentará erros nos diferentes itens, segundo a intensidade da sua
dificuldade. O número de erros cometidos não tem relação com a idade do sujeito mas com o grau de
intensidade do problema.
3 – O disléxico típico apresentará mais de um erro na maioria dos itens, especialmente no 1, 3 e 5.
Neste último é típica a leitura de negra por negar, torta por trota, prata por parta.
4 – Embora este teste exploratório seja útil para crianças de idade inferior a dez anos, quando
utilizado em disléxicos mais velhos também tem revelado os sinais típicos de confusões e inversões.
5 – Existe uma significativa relação entre um maior número de erros específicos e menor velocidade
de leitura.
6 – Quando são mais velhos, iniciam a leitura de uma palavra e acabam com outra que inventam.
Deve-se à falta de agilidade e prática e por isso não fazem a adequada previsão do que vem a seguir.
É necessário completar o teste anterior com uma análise da leitura oral no caso do nível de leitura da
criança revelar que ela á capaz de ler de maneira mais ou menos independente.
O examinador pode utilizar como material um texto de leitura correspondente a um nível inferior ao que
corresponderia à idade cronológica da criança. Caso o conteúdo deste texto resultar fácil para a criança,
será substituído por outro com um nível de maior dificuldade. Se, ao contrário, o teste inicial demonstra que
a dificuldade do texto é superior à capacidade de leitura da criança, troca-se o material por outro cujo grau
de dificuldade seja menor, quantas vezes for necessário, até chegar àquele que se adapte às suas aptidões
de leitura. Quando a criança for capaz de ler um texto com 95% de correcção (quando ler correctamente
noventa e cinco de cada cem palavras) pode considerar-se localizado o texto do seu nível de leitura.
O reeducador da leitura pode utilizar o seguinte modelo para observar a leitura da criança em voz alta:
1 - É capaz de ler sem dificuldade a maior parte das palavras?
2 - Modula a palavra antes de pronunciá-la?
3 - Que tipo de leitura faz: expressiva, coloquial, vacilante, palavra por palavra, sílaba por sílaba?
4 - É capaz de ler respeitando as frases ou unidades de pensamento?
5 - É capaz de ler parágrafos completos de forma ritmada e fluida?
6 - Proporciona à leitura a entonação e ênfase apropriadas, respeitando os sinais de pontuação e
expressão?
7 - A velocidade que imprime à leitura é normal, rápida ou lenta demais?
8 - A criança emprega o mesmo tom de voz que utiliza na conversa coloquial?
9 - A postura da criança é natural, sem tensões manifestas?
10 - Possui hábitos tais como assinalar a linha com o dedo e movimentar a cabeça enquanto lê?
11 – Que tipo de erros apresenta?
Durante a medição da velocidade da leitura da criança a seguinte ficha de observação pode ser
utilizada:
Ficha de observação:
Instruções
O examinador diz à criança: "Vais ler esta história em silêncio durante cinco minutos. Lê tal como
estás habituado a fazer. Quando tiverem passado os cinco minutos eu aviso-te e tu mostras-me até onde
leste."
OS TRÊS IRMÃOS
Irmãos Grimm
Um velho tinha três filhos, mas como todos os seus bens limitavam-se a uma casa, que lhe fora
legada pelos seus pais, não era capaz de decidir-se a vendê-la a fim de dividir o produto da venda entre os
seus filhos. Nessa dúvida ocorreu-lhe uma ideia.
— Aventurem-se pelo mundo — disse-lhes* um dia —; aprendam um ofício que lhes permita viver e,
quando tiverem terminado essa aprendizagem, dêem-se pressa em regressar; aquele de vocês que der a
prova mais convincente de sua habilidade, herdará a casa.
Em consequência dessa decisão, foi fixada a partida dos três irmãos. Decidiram que um se tornaria
ferreiro, outro* barbeiro e o terceiro mestre de armas. Logo fixaram o dia e a hora para encontrar-se e voltar
juntos ao lar paterno. Combinado isso, partiram.
Ocorreu que os três irmãos tiveram a boa sorte de encontrar cada um um hábil mestre no ofício que
queriam aprender. Assim foi que nosso* ferreiro não demorou a encarregar-se de ferrar os cavalos do rei, de
modo que pensava com seus botões: "Meus irmãos terão de ser muito hábeis para ganhar a casa para si".
Por seu lado, o jovem barbeiro logo teve por clientes os mais importantes senhores da corte, de modo
que* já estava certo de ficar com a casa sob as barbas de seus irmãos.
Quanto ao mestre de armas, antes de conhecer todos os segredos de sua arte, teve de receber mais
de uma estocada, mas a recompensa prometida valia a pena, e ele exercitava a sua vista e sua* mão.
Quando chegou a época fixada para o regresso, os três irmãos reuniram-se no lugar combinado e
juntos tomaram o caminho rumo a casa de seu pai.
Na mesma tarde de seu retorno, enquanto estavam os quatro sentados diante da porta da casa,
viram uma lebre que vinha em direcção a eles*, correndo pelo campo, travessamente.
— Bravo! — disse o barbeiro. — Eis aqui um cliente que vem a calhar para dar-me ocasião de
demonstrar minha habilidade.
Pronunciando estas palavras, nosso homem pegou no sabão e na tigela e preparou a sua espuma
branca. Quando a lebre chegou mais perto, correu em sua perseguição*, alcançou-a, e enquanto corria lado
a lado do ligeiro animal, ensaboou o seu focinho e rapidamente, de uma só passada, tirou-lhe os bigodes,
sem fazer-lhe o menor corte e sem omitir o pêlo mais pequenino.
— Eis aqui algo bem feito! — disse o pai. - Muito hábeis terão de ser os teus* irmãos para te tirarem a
casa.
Alguns instantes depois viram chegar a toda velocidade um brioso cavalo atrelado a um coche ligeiro.
— Vou dar-lhes uma mostra de minha habilidade. — disse por sua vez o ferreiro.
Dizendo isso, lançou-se sobre o rastro do cavalo, e ainda que este redobrasse sua velocidade,* tirou-
lhe as quatro ferraduras, as quais trocou por outras quatro; tudo isso em menos de um minuto, da maneira
mais confortável do mundo e sem diminuir o passo do cavalo.
— És um grande artista — exclamou o pai -, podes estar tão certo de teu negócio como o teu irmão
está do seu e* realmente não seria capaz de decidir qual dos dois merece mais a casa.
— Esperem que eu tenha feito a minha prova — disse então o terceiro filho.
Nesse momento começou a chover. Nosso homem tirou da espada e pôs-se a efectuar círculos tão
rápidos sobre a sua cabeça, que nenhuma gota* de água caiu sobre ele. A chuva aumentou em intensidade,
logo pareceu que a derramavam com baldes do céu. No entanto, o nosso mestre de armas, que se havia
limitado a fazer girar sua espada cada vez mais rapidamente, mantinha-se seco sob sua arma, como se
estivesse sob um guarda-chuva* ou sob um tecto. Vendo isso, a admiração do feliz pai che gou à
culminância e ele exclamou:
— És tu quem deu a mais surpreendente prova de habilidade, és tu aquele ao qual corresponde a
casa.
Os dois maiores aprovaram essa decisão e juntaram os seus elogios aos do seu pai*. Depois, como
os três queriam-se muito, não quiseram separar-se e continuaram a viver juntos na casa paterna, onde cada
um exercia o seu ofício. A fama da sua habilidade estendeu-se e logo ficaram ricos. É assim que viveram
felizes e considerados até idade avançada. E, quando por último o mais* velho faleceu, os outros dois
sentiram tal tristeza, que não demoraram muito tempo para segui-lo. Receberam honrarias fúnebres. O cura
do lugar disse, com razão, que três irmãos que em vida viram-se dotados de tão grande habilidade e
estiveram unidos com um amor tão firme, não deviam ficar separados na* morte. Portanto foram sepultados
juntos.
Avaliação
Soma-se a quantidade de palavras lidas pela criança nos cinco minutos e divide-se o resultado por
cinco para saber o número de palavras lidas num minuto. É importante efectuar algumas perguntas com
relação ao conteúdo do conto para comprovar se o texto foi compreendido.
Por exemplo:
1 - Qual a prova que o barbeiro fez?
2 - Quantos irmãos tinha?
3 - Qual o conflito ou problema que o pai tinha?
4 - Qual o ofício escolhido peio irmão mais velho?
5 - Qual a prova qualificada como melhor?
6 - Os acontecimentos da história correspondem à nossa época?
7 - Quais as qualidades mais importantes que os irmãos tinham?
8 - Que outro título teria sido conveniente para a história?
9 - Qual o outro final que tu propunhas para a história?
A norma apresentada a seguir pode ser útil para avaliar aproximadamente o nível de velocidade na
leitura, considerando a idade da criança como ponto de partida: