A Revelação de Deus PDF
A Revelação de Deus PDF
A Revelação de Deus PDF
de Deus
Um Estudo da História
da Revelação Divina
2007
A Palavra Final de Deus
© Ron Crisp
Transcrição ao português:
Imprensa Joy Gardner
Tradução 2008:
Pastor Eduardo Alves Cadete
Correção gramatical:
Robson Alves de Lima
Sabrina Sukerth Gardner
Palavra Prudente
Editoração:
A Verdade em texto, Calvin G Gardner
áudio e vídeo
Capa:
Daniel Aaron Gardner
Caixa Postal 4426
Jardim Estoril Paginação:
Presidente Prudente, SP Sabrina Sukerth Gardner
CEP: 19020-970
Impressão:
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Ourinhos, SP
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Estudos na Internet:
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utilize para fins comerciais.
Sumário
Capitulo I
Capitulo II
Os Apóstolos de Cristo..............................................................................11
Capitulo III
Sola Scriptura.............................................................................................17
Capitulo IV
Deus falou? De que modo Ele falou? O que foi que Ele disse? Será que
Ele disse tudo o que Ele tinha intenção de dizer? Onde é que nós podemos
encontrar um registro acurado de Sua revelação ao homem? Aqueles que
procuram conhecer, adorar e servir a Deus não podem evitar essas perguntas.
Os cristãos afirmam que Deus falou em uma variedade de formas.
Assim como música e arte são atos de autoexpressão, assim também a criação
de Deus é um ato de autorrevelação.
“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu
por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)
“Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito.”
(Salmos 40:7)
“Deus falou
Antigamente pelos profetas: agora pelo Filho
Então aos pais mas agora a nós
Então em muitas épocas agora no fim dos tempos”2
essas duas divisões da Escritura como sendo “testamentos” porque cada uma
delas se centra em uma aliança divina. O Velho Testamento registra a his-
tória e os detalhes da aliança que Deus fez com Israel no Monte Sinai. O
Novo Testamento fala da história e exposição da Nova Aliança que veio a ser
implantada pela morte de Jesus, O Cristo.
O Velho Testamento então registra a história e conteúdo da revelação
especial anterior à vinda de Cristo. Esta veio em uma variedade de maneiras
e através de muitas pessoas. Profetas, sacerdotes, reis, soldados, mulheres e até
mesmo crianças ouviram Deus falar. Ele falou a Adão no jardim e a Moisés
na sarça ardente. Ele falou a Miquéias sobre Belém, a Isaías sobre o Calvário
e a Joel sobre o Pentecostes. Deus falou de Sua criação, Sua santa lei, Sua
nação escolhida e dos detalhes de Sua aliança com Israel. Repetidamente,
Ele falou de um Salvador por vir, cuja vinda introduziria os últimos dias e
uma nova aliança.
Esse período inicial de revelação especial se deu desde a época de
Adão e avançou até seu desfecho com o encerramento do ministério do pro-
feta Malaquias. O relato dessa atividade reveladora está escrito pela inspira-
ção nos 39 primeiros livros da Bíblia. Esses livros são aquilo a que chamamos
o “Velho Testamento”.
Nessas revelações preliminares, Deus estava preparando o caminho
para a Sua palavra final. Ao dar Sua santa lei, Deus expôs o pecado do ho-
mem e sua necessidade de um Salvador. Profecias messiânicas asseguraram
que quando Jesus viesse, Ele teria o testemunho delas às suas reivindicações.
Os tipos, ofícios, cerimônias, e mesmo o povo do Velho Testamento, ilustra-
ram conceitos e produziram uma linguagem que possibilitou que nós enten-
dêssemos a Pessoa e a Obra de Cristo.3 Tendo, no tempo de Malaquias, dito
tudo, a não ser Sua palavra final, Deus não disse nada mais por quatrocentos
anos.4
Ao irmos para o segundo período de revelação especial, nós novamen-
te observaremos o “mini esboço” dado em Hebreus 1:1-2.
A palavra final de Deus veio a nós através de Jesus Cristo. Sua vinda é
tão significativa que ela dividiu tanto o calendário histórico quanto a nossa
Bíblia. Cristo Jesus é o antítipo de todos os tipos da velha aliança, o assunto
dos profetas e o objeto da fé futurística de Israel.
Tão grande foi a revelação feita através do Filho, que Ele é chamado:
“O Verbo”.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus.
Ele estava no princípio com Deus.” ( João 1:1-2)
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
( João 1:14)
Os Apóstolos de Cristo
Jesus Cristo é a palavra final de Deus. Qual então foi o propósito dos
apóstolos10 no plano de revelação especial de Deus? Visto que a vinda de
Cristo foi um evento histórico, não poderia ser dito que eles foram as teste-
munhas, os historiadores, os expositores, bem como os divulgadores daquele
evento? Através deles, o registro da palavra final de Deus foi transmitido a
nós:
“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi
anunciado não é segundo os homens.
Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revela-
ção de Jesus Cristo.” Gálatas 1:11-12
Em terceiro lugar, como instrumentos de revelação inspirados, eles
foram credenciados por sua habilidade de realizar sinais. Isto pode ser cha-
mado de “credenciais apostólicas”.
Sola Scriptura
“Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por
Jesus Cristo.” João 1:17
Não há uma aliança mais nova além de Cristo. Os Cristãos que têm
uma Bíblia completa não esperam e nem precisam de qualquer outra pala-
vra da parte de Deus. Somar algo ao registro apostólico é adicionar algo às
revelações que Deus deu por seu Filho. Fazer isso é negar a plenitude e a
integralidade de Jesus, a “Palavra”.
Conectado à integralidade das Escrituras está o fato de a Bíblia ter
duas divisões principais. Lembrando de que a história da revelação especial
tem duas divisões principais, é exatamente como esperaríamos. Tanto Cris-
to como os judeus ortodoxos aceitavam os primeiros 39 livros da Escritura
como um registro inspirado da primeira aliança11. Não é de se surpreender
então que com a vinda de Cristo, e com uma nova aliança, um novo con-
junto da Escritura viesse a emergir. E o caso foi este mesmo. Nos tempos
apostólicos, à medida que os livros do Novo Testamento eram produzidos,
os mesmos eram reconhecidos como tendo igual autoridade à Escritura da
velha aliança12. Retornando agora à integralidade da Bíblia relaciono isso ao
assunto: Da mesma forma em que a história da revelação especial tem duas
11 O conteúdo do Cânon Judaico é exatamente aquele de nosso Velho Testamento e nunca
incluiu nenhum livro apócrifo. Nosso Senhor nunca citou os apócrifos, mas constantemente aceitou e
usou o Cânon Judaico como autoridade.
12 O apóstolo Paulo cita os escritos tanto de Moisés como de Lucas como sendo de igual
autoridade (I Timóteo 5:18). Pedro reconheceu as epístolas de Paulo como sendo “Escritura” (II Pedro
3:15-16).
Sola Scriptura 19
A Doutrina da “Sola
Scriptura” e a Aplicação dela
de Maneira Prática
contentes com a sua própria lei, e não avançaram em direção ao objetivo. Por
outro lado, desde que Cristo apareceu, o mal oposto começou a ter efeito no
mundo. Eis que os homens tentam ir além de Cristo. O que mais é o sistema
papal na sua íntegra, a não ser a transgressão desse limite fixado pelos após-
tolos? Logo, enquanto que o Espírito Santo, nesta passagem, convida todos a
virem até Cristo, Ele os proíbe de ir além de sua última Palavra da qual Ele
faz menção. Em resumo, o limite de nossa sabedoria está localizado aqui no
evangelho.13
Seguindo tais exemplos, conclamamos as pessoas em nossos dias a se
submeterem ao Senhorio de Cristo reconhecendo-o como a palavra final de
Deus. Há um grande perigo em negligenciar o evangelho de Cristo.
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está con-
denado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”
João 3:18
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. Ele morreu para pagar pelos pecados
e ressuscitou para provar que isto foi consumado. Ele é o único caminho ao
Pai, e o único meio para se obter perdão. Sem Cristo, você está sem Deus e
sem esperança. Deus chama você ao arrependimento e a crer em Seu filho.
13 João Calvino, New Testament Commentaries; A New Translation (volume on Hebrews and I
and II Peter) trans. W. B. Johnson (Grand Rapids: Eerdmans Publishing Co., reprint 1974) p.6.
A Doutrina da “Sola Scriptura” - Aplicação de Maneira Prática 23
ensinar algo. Deixe-me ilustrar isso com uma pergunta. Onde é que diz na
Bíblia que o cânon do Novo Testamento se fecharia com a morte dos após-
tolos? Embora nunca tenha sido explicitamente expresso, será que tal posição
não estava implícita nas promessas de Cristo feita aos apóstolos? (Veja o
capítulo acerca de Sola Scriptura). Será que essas mesmas promessas também
não implicariam na cessação de qualquer dom envolvendo revelação direta?
Será que é lógico proibir profecias escritas e ainda permitir profecias orais?
Ou a palavra de Deus está completa, ou não está.
Será que é mais racional perguntar: “Onde é que a Bíblia diz que a
profecia iria se encerrar com o fim dos apóstolos?” ou perguntar “Como é
que nós sabemos que o cânon se encerrou com a escrita do livro de Apoca-
lipse por João?” Eu não questiono o fato de que muitos não-cessaciontistas
sinceramente acreditem que eles são comprometidos com a completude e a
perfeição das Escrituras. O que eu questiono é a consistência dessa posição
deles. Talvez você já tenha ouvido do provérbio árabe acerca do focinho do
camelo. Os não-cessacionistas que permitem que o ‘focinho’ das línguas e
profecias entre em sua tenda não são teoricamente tão diferentes do não-
-cessacionista que permite que o camelo inteiro da tradição católica e da
infalibilidade papal entre na tenda.
Continuando, nós percebemos que a maioria dos não-cessacionistas
concorda que o ofício de apóstolo era alicerçador e temporário. Enquanto
ficamos felizes pelo fato de que isso é entendido, parece estranho quando nos
recordamos de que em Efésios 4:8-11 os apóstolos são classificados como
“dons”. Até mesmo não-cessacionistas que são comprometidos com a Escri-
tura devem se tornar um tipo de cessacionista.
Finalmente, eu gostaria de lembrar os nossos amigos não-cessacio-
nistas daquilo que parece óbvio. As igrejas apostólicas tinham necessidades
que nós não temos. Depois da ascensão de Cristo, um período de cerca de
sessenta anos passou antes que o Novo Testamento estivesse completo. Ima-
gine as igrejas do Novo Testamento operando com nenhuma parte, ou pouco
do Novo Testamento. Como eles poderiam ter recebido verdades da nova
aliança aparte do ministério dos apóstolos e profetas? É claro que tal minis-
tério foi acompanhado de sinais para autenticar as revelações dadas (Hebreus
2:2-3). Deus supriu a necessidade deles de maneira maravilhosa. Ainda fica
A Doutrina da “Sola Scriptura” - Aplicação de Maneira Prática 25
o questionamento sobre por que as igrejas hoje, que possuem Bíblias com-
pletas, precisariam de profetas e sinais. Verdadeiramente, uma igreja com
todos os sessenta e seis livros da Escritura Sagrada está mais bem equipada
do que a igreja mais dotada com os dons no tempo apostólico. Nosso trata-
mento deste assunto foi muito breve. Àqueles que desejem um estudo mais
profundo acerca deste assunto nós recomendamos o seguinte livro: “To Be
Continued”, Samuel Waldron, Calvary Press Publishing15.
Finalmente, deixe-me falar aos amigos não-cessacionistas16. Histori-
camente os evangélicos têm crido que dons espirituais que envolviam direta
revelação ou dons que funcionassem como sinais para autenticar essas revela-
ções eram para ser uma base somente e cessaram com o fim dos apóstolos. A
existência desses dons era considerada desnecessária àqueles que possuíssem
uma Bíblia completa. Quando você afirma que esses dons operam ainda hoje,
pense a quem você associa. A maioria dos Pentecostais/Carismáticos/Ter-
ceira Onda recua ante qualquer ideia em acrescentar algo à Palavra de Deus.
Mas é difícil de esquivar-se de tal acusação17. Não são os profetas deles que
declaram falar “palavras de Deus”? Quantas vezes nos seus cultos ouve-se
essas expressões: “Deus me revelou” ou “Deus disse a mim”? Será que real-
mente há alguma diferença entre um Papa que afirma falar “ex cathedra” e um
profeta que assegura aos seus adeptos de que sua mensagem vem diretamente
de Deus? Será que ambas situações não se constituem em uma negação da
suficiência e integralidade das Santas Escrituras? Será que realmente há algo
a ser dito além daquilo que Deus já disse através de Seu Filho? Quando os
apóstolos nos deram um relato inspirado de Cristo, a porta da revelação não
foi fechada? Será que não é melhor que deixemos um cadeado nessa porta?
Cessacionismo não é algo acerca do estilo de adoração. Não é uma
15 http://www.calvarypress.com/products/to-be-continued-are-the-miraculous-gifts-for-today
16 Um cessacionista é alguém que crê que certos dons do Espírito cessaram com a morte dos
apóstolos. Um não-cessacionista nega isso. Nenhum deles questiona a existência do sobrenatural ou da
necessidade de muitos dons espirituais em nossos dias. De fato, a igreja não poderia funcionar como
um corpo sem dons espirituais. A controvérsia gira em torno apenas dos dons que envolviam revelação
direta ou daqueles que produziam sinais. Os cessacionistas veem tais dons como sendo estritamente
apostólicos ao passo que os não-cessacionistas crêem que esses dons têm um propósito continuado.
17 Os não-cessacionistas têm tentado esquivar-se de tal acusação afirmando a possibilidade de
profecias de qualidade não canônica ou não escritural. Enquanto várias formas deste ensinamento têm
sido afirmadas até mesmo por estudiosos reconhecidos, o completo ideal parece não ser convincente.
Mais uma vez, somos lembrados do Catolicismo onde é dito que o Papa é o porta-voz de Deus, mas que
ele é proibido de criar Escritura canônica. Para mais informações recomendamos novamente o livro de
Samuel Waldron.
26 A Palavra Final de Deus
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C. P. 4426
19020-970 Presidente Prudente, São Paulo
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