Apostila de Logística
Apostila de Logística
Apostila de Logística
LOGÍSTICA
ARCHIMEDES AZEVEDO RAIA JUNIOR
Notas de Aula
SÃO CARLOS
2007
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
Conteúdo
1 LOGÍSTICA: UMA FUNÇÃO ESSENCIAL .......................................................... 3
1.1 ORIGENS ...................................................................................................... 3
1.2 DEFINIÇÕES................................................................................................. 3
1.3 RELAÇÃO LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE ............................................ 6
1.4 APLICAÇÕES LOGÍSTICAS ......................................................................... 8
1.5 ESTRATÉGIA LOGÍSTICA ............................................................................ 9
2 RELAÇÕES ENTRE LOGÍSTICA E COMÉRCIO .............................................. 11
2.1 FORMAS DE COMÉRCIO........................................................................... 11
2.2 O PAPEL DA LOGÍSTICA ........................................................................... 15
2.3 DEFINIÇÕES E CONCEITOS ..................................................................... 16
3 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ..................................... 24
3.1 A CADEIA DE SUPRIMENTOS E SUA GESTÃO ....................................... 28
4 ARMAZENAGEM DE PRODUTOS EM DEPÓSITOS E ARMAZENS ............... 33
4.1 FUNÇÕES DE DEPÓSITOS E ARMAZÉNS ............................................... 33
4.1.1 Operação de Recebimento ................................................................... 35
4.1.2 Operação de Carregamento e Descarregamento ................................. 35
4.1.3 Movimentação ....................................................................................... 37
4.1.4 Armazenagem....................................................................................... 39
4.1.5 Preparo de pedidos ............................................................................... 40
4.1.6 Circulação externa e estacionamento ................................................... 41
5 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ............................................................................. 42
5.1 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ....................................................................... 43
5.1.1 Características dos canais de distribuição ............................................ 44
5.2 DEFINIÇÃO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO .......................................... 45
5.2.1 Etapa 1 – Definir os segmentos homogêneos de clientes .................... 45
5.2.2 Etapa 2 – Identificar e priorizar funções ................................................ 45
5.2.3 Etapa 3 – Realizar benchmarking preliminar ........................................ 46
5.2.4 Etapa 4 - Revisar o projeto ................................................................... 47
5.2.5 Etapa 5 – Analisar custos e benefícios ................................................. 47
5.2.6 Etapa 6 – Integrar com atividades da organização ............................... 47
6 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA .................................................................................... 52
6.1 COMPONENTES DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA ..................... 52
6.2 TIPOS BÁSICOS DE DISTRIBUIÇÃO ........................................................ 53
6.2.1 Sistema de distribuição UM PARA UM ..................................................... 53
6.2.2 Sistema de distribuição UM PARA MUITOS .............................................. 56
7 O TRANSPORTE NA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA ................................................. 60
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
7.1 ROTEIRIZAÇÃO.......................................................................................... 60
7.2 PROBLEMAS DE ROTEIRIZAÇÃO ............................................................ 61
7.2.1 Problemas de roteirização pura de veículos ......................................... 61
7.2.2 Problemas de programação de veículos e tripulações ......................... 63
7.2.3 Problemas combinados de roteirização e programação ....................... 64
7.2.4 Tendências tecnológicas da roteirização .............................................. 65
7.2.5 Roteirização no SIG TransCAD ............................................................ 66
7.2.6 Encontrando um menor caminho .......................................................... 67
7.3 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DE SIG EM LOGÍSTICA .............................. 67
7.3.1 Menor caminho ou Caminho mais Rápido ............................................ 67
7.3.2 Problema do Caixeiro Viajante.............................................................. 68
7.3.3 Particionamento de rede ....................................................................... 70
7.3.4 Resolvendo um problema de roteamento de veículo com Janela de
Tempo .............................................................................................................. 71
7.3.5 Resolvendo um problema de roteamento de arco ................................ 71
7.3.6 Resolvendo um problema de localização duplamente ponderado ........ 72
7.3.7 Resolvendo um problema de particionamento regional ........................ 73
7.3.8 Resolvendo um problema de localização da facilidade ........................ 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 75
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
1.1 ORIGENS
Considerando o aspecto etimológico, a palavra logística é derivada do radical grego
logos, que tem o significado de razão. Pode-se depreender disso que a logística
significa "a arte de calcular" ou "a manipulação dos detalhes de uma operação".
Inicialmente, a logística foi desenvolvida na área militar para designar atividades de
suprimentos, estocagem, movimentação e transporte de bens tais como: remédios,
equipamentos, armamentos, uniformes e tropas. A logística se desenvolveu muito
após a Segunda Guerra Mundial, encontrando novas aplicações, expandindo seu
escopo para a indústria, comércio e serviços em geral.
A decisão de expansão das tropas segundo uma determinada estratégia militar, os
comandantes militares necessitavam ter sob seu comando, um grupo de
disponibilizasse o deslocamento, no momento certo, de armamentos e munições,
alimentos, equipamentos e material de atendimento médico no campo de guerra.
Como este era um serviço de apoio, sem o status da estratégia belicista e de
resultados vitoriosos da batalhas, as equipes militares que eram responsáveis pelos
aspectos logísticos ficavam sempre em um plano inferior, no momento do
reconhecimento. Este fato se repetiu, posteriormente, nas empresas por um espaço
de tempo considerável. Porém, a logística muito se desenvolveu nas últimas
décadas, encontrando novas aplicações, expandindo seu escopo para a indústria,
comércio e serviços, em geral.
1.2 DEFINIÇÕES
O termo logística tem feito muito sucesso, no momento, e virou moda. É preciso que
se evite que situações de modismo acabem por influenciar o uso equivocado da
palavra, seu significado e, o que é mais grave, de suas técnicas e atividades. Qual a
sua importância? Qual o seu significado? Qual é a definição de logística?
Um aspecto básico do processo produtivo é a distância espacial existente entre: i) o
sítio da indústria e os mercados consumidores; e ii) fábricas e os locais de origem de
matérias-primas e componentes necessários para o fabrico de produtos. Estes,
quando saem das fábricas já possuem valores intrínsecos agregados a eles. Para
que os clientes finais possam realmente fazer uso destes produtos, é necessário que
eles sejam colocados nos pontos desejados pelos clientes. Para que um conjunto de
sala de visita tenha pleno valor para o cliente é preciso que ele esteja colocado na
sua residência. Assim, um sistema logístico pode agregar valor de lugar ao
conjunto de sala de visita. Este valor de lugar depende do transporte do produto
desde a planta industrial ao depósito, deste à loja e, da loja à residência do cliente.
Foi por este motivo, segundo Novaes (2001), que as atividades logísticas foram por
muito tempo confundidas com as atividades de transportes e armazenagem. O
conceito elementar de transporte, no entanto, é simplesmente deslocar materiais e
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
Pode-se perceber que essas atividades logísticas estão inseridas nos mais
diferentes setores das organizações e suas corretas aplicações se fazem
necessárias para que as atividades sejam desenvolvidas de forma adequada.
planejamento de materiais, pois é a partir das decisões acima que poderá ser
definida toda a política de estoques da organização em questão.
c) Centros de distribuição - onde se devem armazenar produtos acabados?
Onde se devem armazenar peças de reposição? Quanto se deve armazenar
de peças e de produtos acabados? Aqui fica clara a preocupação com o nível
de serviço a ser repassado ao consumidor. Muitos produtos em estoque,
sejam peças de reposição ou produtos acabados, e diversos locais de
armazenagem melhoram, sem sombra de dúvida, o nível de serviço para o
consumidor, porém com uma conseqüente elevação dos custos, o que, em
ultima análise, diminuirá as vendas devido ao incremento nos preços de
venda.
d) Consumidores - este quarto e último grande grupo dentro da cadeia de
suprimentos é o ponto central onde desembocam todos os outros grupos.
Entretanto, não se deve supor de antemão que a organização será perfeita e
atenderá a todos os mercados com a mesma presteza. Nesse sentido, a
atividade logística estará preocupada em definir para que mercado será
fornecido o produto e com que nível de serviço. É sempre bom lembrar
também que a definição do nível de serviço implica um incremento de custos:
quanto maior o nível, tanto mais caro.
Não fossem suficientes as respostas a todas as questões acima, não se pode
esquecer ainda que essas definições logísticas envolvem algumas características
fundamentais das organizações, em nível estratégico, como o impacto em múltiplas
funções dentro das organizações, a troca ou tradeoffs entre objetivos conflitantes,
como aumentar vendas, diminuindo custos e barateando os produtos, ou aumentar o
nível de serviço, com um acréscimo, em curto prazo, nos custos. Some-se a tais
dúvidas a dificuldade de se precisar o custo que sistemas logísticos irão gerar;
nesse sentido, análises quantitativas são essenciais para a tomada de decisões
inteligentes e científicas, não calcadas no “achismo” e em sensações estranhas.
6
Conhecido como vending machines, na língua inglesa
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
situação de forma holística, constata-se que há, na verdade, uma redução de custos.
Mais significativa do que tal redução, a atividade logística passa a agregar valor aos
produtos, melhorando os níveis de satisfação dos usuários. Um alerta precisa ser
feito: se a mudança na atividade logística não for acompanhada pelas diversas
organizações, poderá ocorrer falência daquelas que não se enquadrarem neste novo
paradigma.
Mas, ainda pode ficar uma questão a ser esclarecida: como se dá essa propalada
diminuição nos custos? Essa redução, quando devidamente acompanhada de
estudos logísticos, é explicada pela especialização das empresas fornecedoras, uma
vez que elas acabam por investir em tecnologia de ponta para os desenvolvimentos
dos materiais, até então produzidos pela empresa que está no fim da cadeia, e que
agora passarão a ser produzidos pela mais nova empresa horizontalizada. A partir
desse momento, a tendência é que exista uma redução de custos, proporcionada
pelo ganho de escala na produção e pelo desenvolvimento tecnológico, focado
agora em uma determinada linha de produto.
Pode-se perceber que essas atividades logísticas estão inseridas nos mais
diferentes setores das organizações e suas corretas aplicações se fazem
necessárias para que as atividades sejam desenvolvidas de forma adequada.
Mas, afinal, qual é a definição de logística?
O conceito de logística, em sua origem, estava associado a aspectos militares.
Diferentes autores atribuem diversas origens à palavra logística. Alguns afirmam que
ela vem do verbo francês loger (acomodar, alojar); outros, dizem que ela é derivada
da palavra grega logos (razão) e que significa a “arte de calcular” ou a “manipulação
dos detalhes de uma operação” (Wood Jr. & Zuffo, 1998). De outro lado, o termo
logística, para outros autores, origina-se da língua francesa, significando como a
parte da arte bélica que trata do planejamento e da realização de projeto e
desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação,
manutenção e evacuação de material, tanto para fins administrativos ou
operacionais.
Logística é definida como sendo a união de quatro atividades básicas, consideradas
básicas: aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos. Para que
essas atividades produzam o efeito desejado, é fundamental que as atividades de
planejamento logístico, sejam elas de materiais ou de processos, estejam
intimamente relacionadas com as funções de manufatura e marketing.
Segundo o Council of Logistics Management, norte-americano, “logística é o
processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a
armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados,
cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de
atender aos requisitos do consumidor”. A figura 2.1 apresenta o quadro contendo os
principais elementos da logística.
A logística se inicia pelo estudo e o planejamento do projeto ou do processo a ser
implementado. Após a fase de planejamento e a sua devida aprovação, segue as
fases de implementação e operação. Diversas organizações entendem que o
processo termina aqui. No entanto, defende Novaes (2001), que devido à grande
complexidade dos problemas logísticos e às suas características de sua natureza
dinâmica, todo o sistema logístico precisar ser periodicamente avaliado, monitorado
e controlado. Defende, ainda, o autor que seja utilizado um certo tipo de
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
Processo de planejar,
operar e controlar
Fluxo e armazenagem
Matéria prima
FLUXO DE MATERIAIS
CLIENTE FINAL
FORNECEDOR
FABRICAÇÃO
DISITRUIÇÃO
VAREJO
FLUXO DE INFORMAÇÃO
FLUXO FINANCEIRO
Por fim, pode-se dizer que a logística moderna procura incorporar, segundo Novaes
(2001), os seguintes aspectos:
Prazos previamente combinados e cumpridos integralmente, no decorrer do
toda a cadeia de suprimentos;
Integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da organização;
Integração efetiva e estreita, ou seja parcerias, entre fornecedores e clientes;
Procura pela otimização total, considerando a racionalização dos processos e
a redução de custos em toda a cadeia de suprimentos;
Satisfação total do cliente, mantendo o nível de serviço (NS) previamente
estabelecido e adequado.
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
ESTRATÉGIA DA
Quais as necessidades de ORGANIZAÇÃO Qual o melhor sistema de
serviço para cada segmento? distribuição?
Serviço Ao Cliente
Nível estratégico
Existem oportunidades de
Como atingir a integração do otimização no sistema de
canal? transportes?
Nível estrutural
A gestão de estoques é
Quais as melhores adequada à demanda de
tecnologias / metodologias? serviços?
LOGÍSTICA NA SUBMARINO
A Submarino é uma das maiores empresas brasileiras no ramo de comércio eletrônico (e-commerce),
cujo negócio depende fundamentalmente da logística, e atua em todo o território nacional. Para
permitir a operacionalização do seu processo logístico, a empresa fez uma parceria com o Grupo
Intecom, que por sua vez tem o controle acionário dividido entre dois grandes grupos, o Grupo JP
Morgan e o Grupo Martins, maior atacadista distribuidor da América Latina, com bastante capilaridade
no território brasileiro.
no território (Tracking);
7
Conhecido como Supply Chain Management-SCM, na língua inglesa.
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
No Brasil, grande parte das organizações ainda está aplicando a logística de forma
embrionária, o que as coloca em desvantagem diante de concorrentes do exterior.
São restritos os segmentos considerados mais evoluídos neste assunto; pode-se
citar como exemplo o caso da indústria automobilística e do setor de
supermercados. Esforços para mudar este cenário já estão sendo empreendidos, o
que aponta para um cenário mais otimista na aplicação da logística no
aproveitamento de seus benefícios para o país, melhorando assim sua
competitividade.
EMPRESA XISPEX
A Xispex (nome fictício) é uma importante empresa brasileira do setor de autopeças. Empresa
familiar, fundada na década de 1940, cresceu vigorosamente durantes os anos 1960 e 1970,
atividades a partir dos anos 1980. Os passos estratégicos seguiram o padrão usual: i) início das
uma estrutura de assistência técnica e de distribuição junto aos principais clientes no exterior, e iv)
compra ou construção de fábricas nos principais mercados-alvo. A empresa hoje exporta para
América do Norte, Ásia, Oceania e Europa, a partir de bases industriais no Cone sul, Europa
concorrência interna, a Xispex implementou, a partir dos anos 1990, um amplo programa de
estratégicas de negócios e integração mundial das atividades técnicas e comerciais. Como parte do
programa de mudanças foi implantado, em 1995, o conceito de logística integrada, cujo objetivo foi a
implementação da gestão de toda a cadeia de valores a partir de uma visão sistêmica da empresa.
Na prática, a criação de coordenadorias de logística para cada uma das unidades de negócios
significou reunir, em cada uma destas áreas, todas as funções logísticas, desde a entrada de
matérias primas e suprimentos, passando pelo planejamento e controle de produção, até o controle
a etapa seguinte constou em rever os processos de trabalho. Foi dessa maneira que a Xispex
sistêmica da organização e no conceito de cadeia de valores, que une a estas idéias o que há de
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
Quase dois anos após o início do projeto, os impactos já puderam ser observados: drástica redução
ferramentaria, etc.) e melhor nível de atendimento ao cliente. Tudo isto resultou em maior eficiência,
mais eficácia e custos menores. O passo seguinte foi a expansão dos conceitos para as atividades
brasileiras. “Após alguns anos cuidando da casa de máquinas, reparando velas e encerando o
convés, muitos executivos finalmente se deram conta de que o barco estava apontado para a
prima e outros insumos (peças, componentes, outros produtos acabados que vão
integrar o processo produtivo). A logística de suprimentos é também chamada de
logística de materiais ou logística de abastecimento; em empresas pequenas, é
chamado de setor de compras (Novaes & Alvarenga, 2000). Seus componentes são:
Extração ou retirada da matéria-prima na sua origem e preparação da mesma
para o transporte;
Transporte da matéria-prima desde a fonte de suprimentos até o local de
manufatura;
Estocagem da matéria-prima na fábrica, até que os produtos sejam
industrializados.
A logística de produção, que cuida dos aspectos logísticos dentro da manufatora em
si, e por isso inserida dentro da Programação e Controle da Produção (PCP), é
considera geralmente com o auxilia de metodologia própria, específica. Existem
algumas técnicas e procedimentos americanos e japoneses bastante eficazes, tais
como: MRP II 9, Kanban10, Just-in-Time (JIT)11, dentro outros (Novaes & Alvarenga,
2000).
A logística de distribuição física atua de dentro para fora da manufatura e envolve as
transferências de produtos entre a fábrica e os armazéns próprios ou de terceiros,
seus estoques, os subsistemas de entrega urbana e interurbana de mercadorias, os
armazéns e depósitos do sistema (movimentação interna, embalagem, despacho,
etc.) além de outros aspectos (Novaes & Alvarenga, 2000).
O sucesso e a eficiência da cadeia logística e, mais especificamente, da cadeia de
distribuição, dependem de um alto grau de cooperação entre as empresas
participantes. O fluxo constante e confiável de informações é fator determinante no
gerenciamento da cadeia de distribuição e essencial para que bons resultados de
satisfação das exigências dos clientes finais sejam atingidos (Silva, 2006).
Neste trabalho, vai ser dado um enfoque mais evidente na logística de distribuição,
que será mais bem estudada nos próximos capítulos. Embora a logística incorpore
uma diversidade de fatores que vai muito além do domínio estrito da logística de
distribuição, abrangendo também aspectos associados à comercialização, estoques,
marketing, tratamento de informação, a logística de distribuição é parcela das mais
importantes em virtude dos impactos produzidos nos custos, nível de serviço, além
de outras variáveis do problema logístico.
9
Manufacturing Resources Planning ou Planejamento dos Recursos da Manufatura.
10
Técnica japonesa, com cartões, que proporciona redução de estoque, otimização do fluxo de produção, redução das perdas
e aumento da flexibilidade.
11
Técnica que tem como filosofia atender ao cliente interno ou externo no momento exato de sua necessidade, com as
quantidades necessárias para a operação/produção, evitando-se assim a manutenção de maiores estoques.
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
4.1.3 Movimentação
Depois da operação de recebimento das mercadorias elas devem ser deslocadas
até o local onde devem ser armazenadas. Existe uma grande quantidade de
equipamentos mecânicos para o manuseio de grande variedade de tamanhos,
formas, volumes e pesos de mercadorias. Os tipos mais comuns são: i)
empilhadeiras, empilhadeira manual e tratores (figura 4.11a, b e c); ii)
transportadores e esteiras (figura 4.11d); iii) guinchos, pórticos e pontes rolantes
(figura 4.12).
Na maioria dos casos a movimentação é feita com auxílio de uma empilhadeira
(figura 4.11a). Posteriormente, elas devem, novamente, ser deslocadas até o ponto
onde se consolidam as cargas para o carregamento.
Um dos pontos mais determinantes para a realização de uma logística eficiente, com impacto direto
em praticamente toda a cadeia, diz respeito à padronização de embalagens. Tendo tal fato em vista,
foram definidos vários tipos de embalagens padrão que serão detalhados a seguir.
para acomodar os itens, impedindo que sejam danificados durante o transporte e, ao mesmo tempo,
que sejam capazes de ser levados diretamente às linhas de produção sem a necessidade de
manuseio.
A embalagem não deve ser maior ou mais elaborada que o essencial para proteger os itens
(superdimensionada);
O uso de materiais para acomodação interna dos itens deve ser minimizado (Ex: isopor,
retorno de embalagens;
A cor das embalagens retornáveis de propriedade do fornecedor deverá ser azul “RAL 5012”.
Para facilitar a identificação da propriedade das embalagens, em geral, todas deverão possuir
Materiais a granel devem vir acondicionados sobre paletes e cintados de forma segura;
qualidade ou operação, deverão vir com proteção contra ferrugem, sujeira, contaminação e
danos;
Para o cintamento das embalagens, só será aceita fita de poliéster, com exceção do grupo de
O fornecedor deverá ter um plano de embalagem para os itens fornecidos. Este plano deve
4.1.4 Armazenagem
O processo de armazenagem ocorre por períodos curtos ou longos. A armazenagem
e manuseio de mercadorias são componentes essenciais no conjunto das atividades
logísticas (figura 4.13). Ballou (1995) questiona a necessidade de espaço físico para
estocagem e justifica: se as demandas pelos produtos da empresa forem
conhecidas com precisão e se as mercadorias puderem, ser fornecidas
instantaneamente, teoricamente não há necessidade de manter espaços físicos para
estoque, como é o caso das montadoras automobilísticas, que fazem uso da técnica
just in time. No entanto, muitas vezes não é prático nem econômico operar desta
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
maneira, pois, em geral, a demanda não pode ser prevista com precisão. Para
alcançar uma perfeita coordenação entre oferta e demanda, a produção deveria ter
tempo de resposta instantâneo e o transporte deveria ser totalmente confiável, com
tempo de entrega nulo. Isto não acontece em operações reais. Assim, as
organizações usam os estoques para melhorar a coordenação entre a oferta e a
demanda e diminuir os custos totais. Portanto, manter inventário gera a necessidade
de espaço de armazenagem e de movimentação interna de materiais. Um leiaute de
uma unidade armazenadora pode ser visualizado na figura 4.14.
5 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
O processo de abastecimento da manufatura com matéria-prima e componentes é
denominado inbound logistics na literatura internacional, sendo que no Brasil é
normalmente denominado de logística de suprimento. Segundo Novaes (2001), a
logística de suprimento é uma parte muito importante pelo seu aspecto estratégico e
pela importância econômica a ela associada tanto pelo setor público como pelo
privado.
Para as atividades ligadas ao varejo, o setor da logística que movimenta os produtos
acabados desde a planta da fábrica até o consumidor é normalmente chamado de
distribuição ou outbound logistics, com uma importância mais específica.
Os especialistas em logística chamam de distribuição física de produtos ou
simplesmente distribuição física os processos operacionais e de controle que
possibilitam a transferência dos produtos desde o local de manufatura até o local
onde o produto é entregue ao cliente final. Geralmente, esse cliente final é o ponto
de varejo, porém existem casos de entrega da mercadoria na residência do cliente,
particularmente para mercadorias com grande peso ou volumosas.
Os responsáveis pelo setor de distribuição física trabalham com elementos
específicos, de natureza preponderantemente material, ou seja, depósitos, veículos
para transporte, estoques, equipamentos de carga e descarga, etc.
Grande parcela das mercadorias comercializadas no setor de varejo chega ao
consumidor final por meio de empresas intermediárias, isto é, o fabricante produza a
mercadoria, o atacadista ou o distribuidor, o varejista e, eventualmente, outros
intermediários. Segundo essa visão, os elementos que formam a cadeia de
suprimento, que começa na fabrica e vai até o varejo, compõem aquilo que se
chama canais de distribuição. Assim canais de distribuição constituem conjuntos de
organizações interdependentes envolvidas no processo de tornar a mercadoria ou
serviço disponível para uso ou consumo.
Há certo paralelismo e uma correlação forte entre as atividades que constituem a
distribuição física de produtos e os canais de distribuição, conforme pode ser visto
na figura 5.1.
Extensão e amplitude
A extensão de um canal de distribuição é associada à quantidade de níveis
intermediários na cadeia de suprimentos, considerados desde a manufatura até o
consumidor final, segundo Novaes (2001), onde cada patamar de intermediação da
cadeia de suprimentos se caracteriza como um nível do canal. O canal nível zero
não possui níveis intermediários, pois o fabricante vende seu produto direto ao
consumidor. Como exemplo pode-se citar o caso da Avon Cosméticos, que
comercializa suas mercadorias por meio de suas próprias vendedoras, em domicílio.
O canal nível 1 prevê que os varejistas de grande porte compram os produtos
diretamente dos fabricantes, revendendo-os nas próprias lojas, existindo, portanto,
apenas um nível intermediário da cadeia, o varejista, como é o caso dos grandes
supermercados. O canal nível 2 é aquele onde existem dois intermediários, como é
o caso de pequenos mercados que adquirem as mercadorias através de atacadistas,
que por sua vez, adquire-nas dos fabricantes.
A amplitude (largura do canal) determinada para cada segmento intermediário da
cadeia de suprimentos é representada pela quantidade de empresas que nela
trabalham, sendo, geralmente, em número de três: i) distribuição exclusiva: com
amplitude um; ii) distribuição seletiva: com amplitude múltipla, mas com certo
controle; e iii) distribuição intensiva: com amplitude múltipla, sem controle.
A escolha de uma dessas alternativas leva em consideração:
Os produtos especiais – mercadorias de valor elevado, que sejam diferenciados,
e que têm sua aquisição caracterizada pela esporadicidade, como é o caso das
canetas Mont Blanc. Neste caso, o consumidor procura o representante
exclusivo da marca. Este é o caso da distribuição exclusiva.
Os produtos que envolvem pesquisa antes da aquisição – são os produtos que
requerem, em geral, certa pesquisa de condições antes de sua aquisição (TVs,
geladeiras, móveis, etc.). A estratégia neste caso sugere distribuição seletiva.
Os produtos de consumo freqüente – são as mercadorias consumidas
cotidianamente (xampus, sabonetes, dentifrícios, etc.). Neste caso, a estratégia
aponta para a distribuição intensiva.
Encurtamento de canais
A partir de novas realidades proporcionadas pelo avanço da tecnologia da
informação, inclusive com a criação do comércio eletrônico, verifica-se um novo
paradigma de canais mais curtos na cadeia de suprimentos eliminado-se, em geral,
a figura dos atacadistas. A partir da realidade de sistemas logísticos de entregas
rápidas, ligadas às trocas de informações eletrônicas, o setor varejista tem menor
dificuldade em fazer seus pedidos de maneira direta aos fabricantes. Os fabricantes
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
clientes. Ex.: venda de motos para países com exigente controle de emissão de
poluentes;
Afirmação de qualidade do produto – certos produtos necessitam uma afirmação
mais explícita de sua qualidade e confiabilidade, que vão além da garantia
tradicional, quando comercializados por determinados canais. Ex.: empresa que
comercializa álcool com a indústria química precisa garantir mais qualidade do
que no fornecimento para uso geral;
Tamanho dos lotes – função associada mais especificamente à capacidade de
comercialização dos clientes, considerando as despesas com a aquisição,
movimentação, manuseio e custos de estocagem. Ex.: para grandes empresas
varejistas, o fornecimento de garrafas de refrigerante poderá se dar em grandes
embalagens paletizadas com quantidades maiores, compatíveis ao seu nível de
comercialização; para um pequeno supermercado, a embalagem poderá ser
menor, com menos unidades;
Variedade de características – certos canais de distribuição que atendem
diferentes regiões do país precisam ter diversidade para atendimento das
diversas necessidades. Ex.: Atacadistas de materiais elétricos precisam dispor
de lâmpadas com voltagem 127 Volts e 220 Volts.
Disponibilidade de variedades – determinados consumidores querem maior
disponibilidade de variedades de um mesmo produto para diferentes regiões.
Ex.: Varejistas em regiões mais abastadas de uma grande cidade podem
necessitar dispor de maior disponibilidade de variedades de iogurte (sabores,
tamanhos, versões, diet ou light, etc.) do que em região da periferia, onde uma
menor variedade pode satisfazer à clientela;
Serviços de pós-venda – os clientes precisam de serviços diversificados, tais
como: instalação, manutenção de rotina, consertos, atendimento de
reclamações, etc. Ex.: No caso de computadores, onde o cliente compra o
produto e precisa da instalação, eventuais manutenções, realização de
atualização de software, hardware e periféricos.
Logística – grande parcela das sete funções citadas anteriormente produz
impactos significativos nas operações logísticas de uma determinada
organização. Ex.: Serviços de pós-venda de refrigeradores podem precisar de
visitas técnicas, cadastramento e monitoramento de informações, transporte
(próprio ou terceirizado), facilidade de armazenagem, etc.
12
Processo sistemático usado para estabelecer metas para melhorias no processo, nas funções, nos
produtos etc., comparando uma empresa com outras. As medidas de benchmark derivam, em
geral, de outras empresas que apresentam o desempenho “melhor da classe”, não sendo
necessariamente concorrentes.
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
Empresa GeloFrio
sendo implantada na região de Bauru, com previsão de produção de refrigeradores. A Alta Direção do
Grupo designou uma equipe de analistas, dentre eles o gerente de marketing, representantes do
Este grupo de trabalho, chamado de GCD, identificou dois segmentos homogêneos de clientes,
inicialmente:
Grupo 2 - Clientes formados por pequenas organizações ou famílias – que compram quantidades
O GCD sugere que o Grupo 1 seja atendido de maneira direta pelo departamento de vendas da
fábrica, através de uma equipe de vendedores, especialmente montada para esse fim. Os clientes do
distribuição para este tipo de mercadoria, em função de suas características e da concorrência, seria
a distribuição seletiva. Em vista disso, o GCD decidirá pelo número de locais de venda conforme cada
mercado (market share) nessas regiões. O gerente de marketing sugere que a empresa abasteça de
O engenheiro de logística fez alguns estudos e aponta que o abastecimento direto a todas as
empresas varejistas no território nacional requer muitos recursos, por um lado, e que seria
antieconômico, por outro lado, uma vez que o mercado básico da organização está basicamente
localizado nas regiões Sudeste e Sul. Esses distribuidores teriam a missão de abastecer as empresas
varejistas de suas regiões específicas e agiriam de maneira exclusiva para a Empresa Gelofrio,
fazendo jus a uma parcela de ganho a ser definida posteriormente. Muitos debates se sucederam até
que o consenso apontasse para a solução proposta pelos engenheiros de logística. Assim, o varejo
seria fracionado, em termos espaciais, em um “canal de 1 nível” para as regiões Sudeste e Sul, e
O gerente de marketing procurou deixar claro de que a organização precisará encurtar os “canais de
2 níveis” para “canais de 1 nível” tão logo haja um adensamento de demanda capaz de justificar
economicamente a alteração. Um colaborador do setor de vendas, por sua vez, demonstrou uma
preocupação com o atendimento aos varejistas de pequeno porte, pois a equipe de vendedores da
GeloFrio, que atendem diretamente os clientes do Grupo 1, não dispõe de tempo e disposição para
atender os pequenos clientes do Grupo 2. Eles fazem a sugestão de se criar dealers (representantes
definição dos canais de distribuição ficou concluída, onde foram identificados os segmentos
homogêneos de clientes, que foram agrupados em canais específicos. A seguir o GCD passou a
analisar quais seriam as funções inerentes aos canais de distribuição. O gerente de marketing
GeloFrio foi desenvolvido de forma a não gerar qualquer tipo de ruído, mas, para garantir esta
qualidade o eletrodoméstico necessita de uma montagem especial dos pés hidráulicos, com um
nivelamento correto. Portanto, precisa levar de alguma forma esta informação ao cliente pessoa
física, bem como os clientes formados pelas pequenas lojas, para que mostrem claramente este
aspecto e que não assuste o consumidor potencial, em função do gasto extra com a instalação dos
dispositivos dos pés. Um dos especialistas em logística lembrou que os representantes regionais,
nivelamento dos pés com facilidade; igual comportamento não poderia ser esperado dos pequenos
varejistas, uma vez que o serviço requer mão-de-obra especializada, o que extrapola as funções mais
refrigerador, medidos em capacidade (litros), e disponíveis nas voltagens 127 e 220 Volts. O que foi
aceito por todos do GCD. Um representante de vendas alertou que os concorrentes estavam
oferecendo um produto que se oxidava rapidamente nas cidades litorâneas, afetando seu
Diante disso, o engenheiro do produto alertou que essa diversificação resultaria em um processo
problemas na linha de distribuição. O gerente de marketing sugeriu que toda a produção saísse com
este tratamento, independente da praça a qual se destinaria, se apresentando como uma vantagem
competitiva no mercado. Porém, todo o grupo entendeu que esse seria um problema bastante
complexo. Haveria maiores custos e benefícios a serem analisados e, por isso, necessitaria fazer
uma operação de benchmarking para conhecer melhor o que os concorrentes estavam pensando a
marketing para estudar a questão e apresentar resultados para serem discutidos no GCD.
Questões propostas:
distribuição do canal 3, para todas as regiões no território nacional. Admitindo que o esquema da
figura seja adotado, quais dificuldades, custos e investimentos que se deslumbra para proceder
2. Por que separar os clientes “empresas pequenas” dos clientes pessoa física? Os primeiros não
poderia ocorrer com certa probabilidade. Por quê? O que poderia ser feito no futuro para evitá-lo?
4. Outro conflito entre os dealers e o corpo de vendas do fabricante poderia ocorrer como
decorrência, principalmente, de uma área cinzenta entre dois mercados, particularmente, no que
diz respeito aos clientes de médio porte (são grandes ou são pequenos?). Analisar a questão,
qualidade do produto; iii) variedade; iv) serviços pós-venda; e) serviços logísticos. Foram
6. Admita que você foi designado como líder do subgrupo incumbido de analisar o problema do
tratamento do produto contra ferrugem. Delinear uma seqüência de tarefas para a questão,
indicados na figura.
8. De maneira geral, você considera satisfatórios os resultados definidos até o momento pelo grupo
de estudos da GeloFrio? Por quê? Por ex., onde o grupo trouxe a visão do cliente para a
elaboração de suas propostas? Você acha que ficou faltando alguma coisa ou se poderia
6 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A cadeia de distribuição física é formada por um “canal de 1 nível”. Entre o
fabricante e o consumidor existe apenas um intermediário, isto é, o varejista. Após a
definição dos canais de distribuição (Capítulo 5), é necessário fazer o detalhamento
do processo logístico que realizará, na prática, o projeto mercadológico escolhido.
A distribuição física tem como objetivo geral levar os produtos certos, para lugares
certos, no momento certo e com o nível de serviço desejado, pelo menor custo
possível (Novaes, 2001).
No estudo do supply chain, a distribuição física cobre os segmentos que vão desde
a saída do produto da fábrica, até sua entrega final ao consumidor. Em certos casos,
o produto é despachado da fábrica para o depósito de um atacadista; em outros, o
produto é transportado desde o fabricante para o centro de distribuição do varejista.
Não são raros os casos onde o fabricante abastece diretamente as lojas de varejo,
cita Novaes (2001). Em muitas atividades varejistas o produto é entregue
diretamente ao consumidor na loja, no ato da compra, porém há muitos casos em
que o produto é entregue posteriormente ao comprador em seu domicílio. Isto se
deve ao fato do produto ser de grande volume ou peso, por ex., uma geladeira ou
jogo de sofá, ou pelo fato do varejista oferecer ao cliente este serviço, nos casos
onde a aquisição é feita através de fax, Internet ou telefone.
Apesar de já estarem sendo utilizados por várias empresas, muitos profissionais ainda não conhecem
Roteirizador
Este software geralmente é instalado no Sistema de Vendas, fazendo com que exista uma maior
Necessita uma alimentação inicial como base de dados, onde são necessários: localização
geográfica dos clientes, tempos médios de espera para descarga, tempos de trânsito, horários de
entregas, para avaliar/dimensionar estas médias de tempos. Com o passar do tempo, essas
Cadastra-se frota própria e/ou de terceiros com seus dados (placa, capacidade, etc.).
Reduz custos com a distribuição racional dos produtos, economia de tempos de trabalho e
Emite relatório com consolidação de quantidades por tipo de produto, para que a Expedição
Emite um tipo de relatório, que especificará a ordem em que o veículo deve ser carregado, ou
Emite relatórios com a seqüência de entregas, custos das operações, gráficos de roteiros e outros
Para uma média de atendimento de 200 clientes por dia, o roteirizador necessita
aproximadamente de 15 a 20 minutos para rodar o sistema e mais uns 15 minutos para ajustes
posteriores. Ex.: O cliente tem horário para recebimento, porém não deixa de receber por causa
de 5 a 10 minutos de atraso. O software não consegue ler esta flexibilidade, sendo necessário
O software deve ser instalado e utilizado pelo departamento que realiza o controle. Pode ser aplicado
Indicado para empresas que fazem constantes concorrências de preços, por terem grande freqüência
de transportes para vários lugares diferentes, com volumes significativos. O software vem a
pagamento, taxas, impostos, seguro, etc.), definindo a escolhida em cada nova cotação, simulando
os gastos.
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
Se as informações efetivas de cada operação (dados da nota fiscal) forem alimentadas neste sistema
(via importação do sistema de faturamento da empresa ou mesmo através da digitação pelo usuário),
o sistema poderá gerar os valores a serem pagos, podendo ser separados por transportadora, por
percurso, por origem, por destino, por data do transporte, por data de pagamento ou alguma outra
situação desejada pelo usuário. Este sistema servirá portanto, para conferência das cobranças das
transportadoras.
7.1 ROTEIRIZAÇÃO
O termo roteirização é a designação que vem sendo adotada como equivalente ao
inglês “routing” ou “routeing”, para designar o processo de determinação de um ou
mais roteiros ou seqüências de paradas a serem cumpridos por veículos de uma
frota, objetivando visitar um conjunto de pontos geograficamente dispersos, em
locais pré-determinados, que necessitam de atendimento. O termo roteamento
também é utilizado alternativamente por alguns autores, embora este termo seja
mais comumente utilizado quando associado às redes computacionais (Cunha,
1997).
Um problema real de roteirização é definido por 3 fatores fundamentais: decisões,
objetivos e restrições.
Decisões - as decisões dizem respeito à alocação de um grupo de clientes que
deve ser visitado, a um conjunto de veículos e motoristas, envolvendo também a
programação e o sequenciamento de visitas;
Objetivos - como objetivos principais, o processo de roteirização visa proporcionar
um serviço de nível elevado aos clientes, porém, paralelamente, mantendo os
custos operacionais e de capitais tão baixos quanto possível.
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
seqüência de locais (a rota) que cada veículo deve seguir a fim de se atingir a
minimização do custo de transporte.
Os principais problemas de roteirização pura de veículos, segundo Naruo (2003),
são:
Problema do caixeiro viajante - consiste em determinar uma rota de mínimo
custo que passe por todos os nós de uma rede exatamente uma vez. É um
problema de cobertura de nós. Este problema admite que o indivíduo (ou veículo)
que vai efetuar o roteiro não seja limitado por restrições de tempo, de capacidade,
etc.
Problema de múltiplos caixeiros viajantes - é uma generalização do problema
do caixeiro viajante onde há a necessidade de se levar em consideração mais de
um caixeiro viajante (veículos). Os n veículos na frota têm suas rotas iniciadas e
terminadas em um único depósito comum a todos. Não há restrições no número
de nós que cada veículo deve visitar, exceto que cada veículo deve visitar ao
menos um nó.
Problema do carteiro chinês - consiste em encontrar uma rota de percurso
mínimo, dentro de uma área, passando ao longo de cada arco pelo menos uma
vez. É um problema de cobertura de arcos. Situações freqüentes que se inserem
dentro deste contexto são: varrição de rua, serviços de endereçamento postal,
coleta de lixo, etc.
Problema de roteirização em nós com um único depósito - clássico problema
de roteirização de veículos – PRV. Existe quando há restrições de tempo ou
capacidade dos veículos, e é uma extensão do problema do caixeiro viajante. A
determinação de itinerários dos veículos implica em se fazer entregas a partir de
um depósito para vários pontos de parada, de forma a minimizar a distância total
a ser percorrida por toda a frota. Cada ponto de parada é servido exatamente
uma vez e, somado a isso, todos os pontos de parada devem ser designados
para veículos, de tal maneira que a demanda total em qualquer rota não exceda a
capacidade do veículo alocado para esta rota. A demanda em cada nó é
assumida como sendo determinística e cada veículo possui capacidades
conhecidas. A Figura 7.1 apresenta um exemplo onde três itinerários são
estabelecidos para os veículos atenderem os pontos de demanda a partir de um
único depósito.
5. Click em na caixa de ferramentas e click no mapa nos pontos rotulados HERE e THERE.
6. Click em na caixa de ferramentas Shortest Path. O TransCAD calcula e mostra a menor
distância e mostra uma janela de mensagem com a distância total calculada. Click Ok para
continuar.
7. Click em para limpar os pontos selecionados de início e fim do trajeto.
Repita esta mesma seqüência, agora considerando não mais o comprimento, mas
minimizando o tempo. Perceba que os caminhos são diferentes (ver Figura 7.2). Em
seguida, vamos calcular o menor caminho (em seguida o menor tempo) para uma
entrega saindo do CD (Here), passando por um cliente intermediário (Throught
Point), antes de chegar no cliente final (There).
8. Click em na caixa de ferramentas e click no mapa nos pontos rotulados HERE, THROUGHT
POINT e THERE.
5. Escolha, a opção [Travel Time] no campo Minimize para definir a rota mais rápida, ou seja, a rota
com menor tempo de percurso.
9. Click em na caixa de ferramentas Shortest Path. O TransCAD calcula e mostra o caminho
mais rápido e mostra uma janela de mensagem com o tempo total calculado. Click Ok para
continuar. Repita a operação para o caminho mais rápido.
10. Escolha File–Close e click No para fechar o mapa contendo o caminho mais rápido (menor
tempo), sem salvar as alterações.
Figura 7.2 – Exemplo de caminhos menor e mais rápido entre um CD e um cliente, além do
banco de dados (atributos)
7.3.2 Problema do Caixeiro Viajante
Neste exercício, vamos acompanhar o cálculo da rota do problema de caixeiro
viajante, ou seja, o caminhão de entregas sai do CD (Home), passando por todos os
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
Figura 7.3 – Calculo de rota entre CD e 7 lojas, através do problema do caixeiro viajante
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
depósitos de veículos com pás para raspar a neve das vias, e 3 vias que
necessitam serem raspadas (eliminação da neve).
2. Verifique que esteja ativa a rede Bayone.net na barra de status no botão da tela.
Caso ela não esteja, escolha File-Open e abra a rede Bayone.net na pasta
Tutorial.
3. Escolha Network/Paths-Settings e a caixa de diálogo Networking Settings será
exibida.
4. Click na “orelha” Turn Penalties da caixa de diálogo Networking Settings para
exibir a página Turn Penalties. Verifique que a penalidade para conversão esteja
em 10 para conversão à esquerda (left turn), 25 para conversão de retorno (U-
turn), e 5 para movimentos em frente (through movements). Click Ok para fechar
a caixa de diálogo Networking Settings.
5. Se Routing/Logistics não aparecer na barra de menu, escolha Procedures-
Routing/Logistics.
6. Escolha Routing/Logistics-Arc/Street Routing-Arc Routing para exibir a caixa de
diálogo Arc Routing. Todos os conjuntos serão preenchidos automaticamente.
7. Click Ok para exibir a caixa de diálogo Save Route System As.
8. Digite “my_plow” como o nome do arquivo e click Save. O TransCAD resolve o
problema de roteamento em arcos (segmentos) e adiciona um sistema de rotas
ao seu mapa. Ele também mostra um resumo dos dados (summary data) dos
procedimentos de roteamento em arcos.
9. Click Close para fechar a caixa de diálogo Results Summary.
10. Escolha File–Close e click No para todos para fechar o mapa contendo as rotas,
sem salvar as alterações.
7.3.6 Resolvendo um problema de localização duplamente ponderado
1. Escolha File-Open Workspace na barra de ferramentas. Abra o mapa Assign.map
na pasta Tutorial. O TransCAD exibe um mapa contendo 8 escritórios que
necessitam de limpeza e 8 funcionários faxineiros. Você quer determinar qual
faxineiro deveria ser alocado a cada escritório, com o objetivo de minimizar a
viagem (menor distância). A matriz de distância é também exibida. Perceba que
valores nulos na matriz indicam que um faxineiro em particular não pode ser
alocado a um trabalho específico.
2. Se Routing/Logistics-Weighted Matching não aparecer na barra de menu,
escolha Procedures- Routing/Logistics.
3. Escolha Routing/Logistics-Weighted Matching para exibir a caixa de diálogo
Weighted Matching.
4. Acione o campo Bipartite no campo Problem Type.
5. Acione o campo minimization no campo Objective.
6. Escolha a opção CLEANER no campo Origin-Layer e All Features no campo
Origin-Set.
7. Escolha a opção BUILDING no campo Destination-Layer e All Features no
campo Destination-Set.
8. Click Ok para exibir a caixa de diálogo Save As.
9. Digite “my_matching”como o nome do arquivo e click Save. O TransCAD
determina a melhor atribuição de faxineiro ao prédio de escritório. A atribuição de
faxineiros aos prédios de escritórios está exibida em uma planilha, e está
também ilustrado em um mapa usando linhas feitas “à mão”.
10. Click Close para fechar a caixa de diálogo Results Summary.
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARENGA, A.C.; NOVAES, A.G. (2000). Logística aplicada: suprimento e
distribuição: física. São Paulo: Editora Edgard Blücher.
ANDERSEN CONSULTING, ARTHUR ANDERSEN & Co. (1997) In: CHRISTOFER,
M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Pioneira.
BALLOU, R.H. (1995). Logística empresarial: transportes, administração de materiais
e distribuição física. São Paulo: Editora Atlas.
BODIN, L.D.; GOLDEN, B.; ASSAD, A.; BALL, M. (1983). Routing and scheduling of
vehicle and crews: the state of the art. Computers and Operations Research,
v.10, n.2.
BOSCH (s.d.) Manual de Logística para Fornecedores Nacionais. Requerimentos
Logísticos do Grupo Bosch. Robert Bosch Ltda.
BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. (1997). Brazilian Logistics: a time for transition.
Gestão e Produção, v. 4, n. 2.
CHING, H.Y. (1999). Gestão de estoques na Cadeia de Logística Integrada. Ed
Atlas: São Paulo.
CUNHA, C. B. (1997). Aspectos Práticos da Aplicação de Modelos de Roteirização
de Veículos a Problemas Reais. Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, Departamento de Engenharia de Transportes.
FARKUH NETO, A.; LIMA, R.S. (2006). Roteirização de veículos de uma rede
atacadista com o auxílio de Sistemas de Informações Geográficas (SIG).
Revista Pesquisa e Desenvolvimento Engenharia de Produção, n.5, p.18–39.
FERRAES NETO, F.; KUEHNE Jr., M. (2002). Logística empresarial. In: Faculdade
Bom Jesus. Economia Empresarial. Fae Business School. Curitiba: Associação
Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus. p.39-49.
GALVÃO, R.D. (1997). Roteamento de Veículos com Base em Sistemas de
Informação Geográfica. Gestão e Produção, v.4, n.2.
INCOMADE (2007) Modelos de pallets. Incomade Pallets. Disponível em:
http://www.incomade.com.br/produtos/index.php
LUZ, N.L. (2001). O profissional de logística. Ibralog - Instituto Brasileiro de
Logística. Disponível em: http://www.ibralog.org.br/ler_artigo.php?cod=8.
MACHLINE, C.; AMARAL Jr., J.B.C. (1998). Avanços logísticos no varejo nacional: o
caso das redes de farmácias. Revista de Administração de Empresas, v.38, n.4,
p.63-71.
NARUO, M.K. (2003). O estudo do consórcio entre municípios de pequeno porte
para disposição final de resíduos sólidos urbanos utilizando Sistemas de
Informação Geográficas. São Carlos, 2003. 283p. Dissertação (Mestrado) –
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
NOVAES, A.G. (2001). Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição:
estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Editora Campus.
PUC-Rio (s.d.). Logística. Pontifícia Universidade Católica. Rio de Janeiro.
LOGÍSTICA NOTAS DE AULA Prof. Archimedes Raia Jr.