Vacinas + Injectaveis PDF
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GUIA PRÁTICO
Autoria:
Isabel Jacinto (Farmacêutica, Gestora de Serviços Farmacêuticos, Associação Nacional das Farmácias)
Mafalda Carmona Ribeiro (Especialista em Medicina Geral e Familiar, USF São João Evangelista dos Lóis,
Lisboa)
Maria Guilhermina Martins Moutinho (Farmacêutica, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz)
Maria Teresa Egídio Vilhena de Mendonça (Anestesiologista, Competência em Emergência Médica)
Rui M. Pires A. Rodrigues (Farmacêutico, Especialista em Farmácia Hospitalar e Farmácia Comunitária,
Hospital da Luz)
Rute Horta (Farmacêutica, Coordenadora do Departamento de Serviços Farmacêuticos, Associação
Nacional das Farmácias)
Coordenação técnica:
Isabel Jacinto (Farmacêutica, Gestora de Serviços Farmacêuticos, Associação Nacional das Farmácias)
Rute Horta (Farmacêutica, Coordenadora do Departamento de Serviços Farmacêuticos, Associação
Nacional das Farmácias)
Consultores científicos:
Mafalda Carmona Ribeiro (Especialista em Medicina Geral e Familiar, USF São João Evangelista dos Lóis,
Lisboa)
Maria Teresa Egídio Vilhena de Mendonça (Anestesiologista, Competência em Emergência Médica)
Não é permitida a reprodução quer parcial, quer total desta publicação, nem o seu armazenamento em sistema
informático, nem a sua transmissão por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotográfico, fotocópia, gravação ou
outro, sem prévia autorização escrita do Editor.
As orientações constantes desta publicação constituem ferramentas destinadas a apoiar os Farmacêuticos na área da
administração de vacinas e medicamentos injetáveis. Não substitui, porém, a formação presencial sobre a
Administração de Vacinas e Medicamentos Injetáveis e Suporte Básico de Vida (ou equivalente) obrigatória para a
prestação deste serviço.
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GUIA PRÁTICO - Administração de Vacinas e Medicamentos Injetáveis na Farmácia 2016
ÍNDICE
ADMINISTRAÇÃO DE VACINAS E MEDICAMENTOS INJETÁVEIS NA FARMÁCIA ............................. 2
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Nota: A norma usada foi da American Psychological Association (http://www.apastyle.org/) versão 6. ...... 153
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Capítulo 1. Introdução
Elaborado por Isabel Jacinto e Rute Horta
O Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, consagrou a possibilidade das farmácias prestarem serviços
farmacêuticos de promoção da saúde e bem-estar dos utentes.
Com a publicação da Portaria n.º 1429/2007, de 2 de novembro, foram concretizados os diversos serviços
que as farmácias podem prestar, de entre os quais se destaca o serviço de administração de vacinas não
incluídas no Plano Nacional de Vacinação (PNV) e o serviço de administração de medicamentos.
Estes dois serviços são considerados de conveniência para os utentes, devendo as farmácias possuir
instalações e equipamentos adequados e com capacidade de assegurar a qualidade e segurança dos
serviços prestados.
Em 2008, respondendo aos desafios deste novo enquadramento legal, a Associação Nacional das
Farmácias (ANF) criou um modelo de intervenção, formação para farmacêuticos e recomendações para
apoiar as farmácias na implementação deste novo serviço com qualidade, rigor e segurança. Os modelos
de intervenção farmacêutica e de formação para farmacêuticos foram baseados no programa de
certificação profissional da American Pharmacists Association (APhA) – Pharmacy-Based Immunization
Delivery, reconhecido pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
Após a definição dos modelos atrás referidos, a ANF disponibilizou formação intensiva para farmacêuticos
por todo o país, apostando na proximidade, e concentrou a mesma num curto período de tempo, de forma
a que os farmacêuticos pudessem estar atempadamente formados para participar como prestadores desse
serviço na primeira Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe nas farmácias portuguesas,
promovida na época gripal 2008/2009. A ANF desenvolveu ferramentas de apoio à intervenção das
farmácias neste âmbito, incluindo as recomendações, os requisitos, os materiais e os equipamentos
necessários à prestação do serviço, de forma a apoiar todas as farmácias que pretendem implementar o
mesmo.
O serviço de vacinação nas farmácias teve o seu início nos Estados Unidos da América na década de
noventa, sendo que, atualmente, os seus 50 estados autorizam a administração de vacinas por
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farmacêuticos. Este serviço nas farmácias está, igualmente, disponível no Canadá, Austrália, Nova
Zelândia, Reino Unido, Irlanda e Suíça.
A nível internacional, existem inúmeros estudos que demonstram a evidência da mais valia da
administração de vacinas nas farmácias.
Nos EUA, um estudo de Steyer et al comparou a variação na cobertura vacinal contra a gripe, entre 1995
e 1999, nos estados que permitiam a administração de vacinas pelos farmacêuticos versus estados que
não o permitiam. Os resultados indicaram um aumento de 10,7% na cobertura vacinal nos indivíduos com
idade igual ou superior a 65 anos nos estados que autorizavam a vacinação por farmacêuticos versus
apenas um aumento de 3,5% nos que não o permitiam, sendo esta diferença estatisticamente significativa
(p <0,01).
Na Escócia, em 2004, foi realizado um ensaio piloto numa farmácia comunitária em Aberdeen, durante 4
semanas, que envolveu 56 utentes. Os utentes vacinados e os farmacêuticos que administraram as
vacinas consideraram o serviço bem sucedido e exequível nas farmácias. A maioria dos médicos reagiu
favoravelmente, apoiando o seu alargamento a um maior número de farmácias. Em 2006, outro estudo
avaliou o serviço de vacinação nos 2 anos subsequentes. Durante este período foram vacinados 1.478
utentes do Serviço de Saúde Privado e 308 do Serviço Nacional de Saúde da Escócia. Após a vacinação,
foi pedido aos utentes para preenchessem um questionário. A experiência dos 2 anos revelou que as
farmácias têm capacidade para prestar o serviço de vacinação a um maior número de utentes, mantendo
o nível de satisfação atingido no ensaio piloto.
Na Irlanda, este serviço teve início em 2011, após publicação de legislação que autoriza os farmacêuticos
a prestá-lo, permitindo que estes profissionais de saúde participem na Campanha Nacional de Vacinação
contra a Gripe, promovida pelo Serviço Nacional de Saúde, dando aos doentes a opção de se poderem
vacinar no médico ou na farmácia. Os farmacêuticos podem vacinar todos os utentes com mais de 18 anos
sem necessidade de receita médica. Verificou-se que o número de utentes vacinados nas farmácias
duplicou em apenas um ano, passando de cerca de 19 mil na época de 2012-2013 para 40.908 em 2013-
2014. Sabe-se ainda que 85% destes utentes que anteriormente não tinham sido vacinados pertenciam
aos grupos de risco. O serviço encontra-se em expansão, conquistando mais utentes ano após ano.
Em Portugal, a Campanha “Vacine-se Contra a Gripe na sua Farmácia” desenvolvida pelas farmácias na
época vacinal 2008/2009 marcou o lançamento do serviço de administração de vacinas nas farmácias a
nível nacional.
Participaram nesta iniciativa 1.588 farmácias associadas da ANF e, destas, 775 (49%) enviaram os
duplicados dos registos da vacinação para avaliação pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde
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(CEFAR). Aproximadamente 91% das vacinas administradas nas farmácias foram administradas por
farmacêuticos. Com base nestes dados, foi possível estimar que pelo menos 159.700 indivíduos terão sido
vacinados contra a gripe sazonal nas farmácias durante toda a época gripal 2008/2009, correspondendo
a uma média de 206 utentes vacinados por farmácia, dos quais 63,8% tinham idade igual ou superior a 65
anos. A estimativa máxima da taxa de vacinação nas farmácias, ou seja, a proporção de vacinas
administradas nas farmácias no total de vacinas dispensadas, foi de 36,4%. A cobertura vacinal foi
estimada em 50,4% nos utentes com idade igual ou superior a 65 anos, tendo sido o contributo das
farmácias neste subgrupo entre 4,4 e 10,8% (Quadro I).
Nesse ano o CEFAR realizou um estudo sobre a satisfação dos utentes vacinados contra a gripe nas
farmácias, numa amostra de 2.544 utentes, tendo o grau de satisfação global sido superior a 95% em
relação a todos os aspetos avaliados (profissional que vacinou, horário, privacidade, informação prestada
e experiência global).
Desde 2008 até 2011, verificou-se uma progressiva evolução da preferência dos portugueses pelo local
de administração da vacina, sendo de sublinhar que de acordo com o Relatório do Instituto Nacional de
Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) sobre a vacinação antigripal da população portuguesa em 2011/12, a
farmácia foi o local mais escolhido pela população para a administração da vacina (55,1%), inclusive os
indivíduos com idade superior ou igual a 65 anos quando considerados isoladamente (57,0%).
Contudo, apesar desta evidência, a partir da época vacinal 2012/2013, as vacinas contra a gripe e a sua
administração passaram a ser gratuitas nos centros de saúde para utentes com idade igual ou superior a
65 anos, independentemente do seu rendimento e sem necessidade de receita médica. Este financiamento
do Estado não se verificou para a aquisição das vacinas nem para a prestação do serviço nas farmácias,
permanecendo ainda a obrigatoriedade de receita médica. Paralelamente, o stock de vacinas
disponibilizado às farmácias foi sendo reduzido pelo Estado desde essa altura.
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Quadro I. Resultados das primeiras 7 campanhas de vacinação contra a gripe realizadas nas farmácias
a nível nacional.
Comparação das campanhas de
2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15
vacinação
Nº de farmácias aderentes 1588 1622 1703 1785 1945 1818 2125
(57.5%) (58.7%) (61.7%) (64.8%) (70.3%) (65.7%) (76.4%)
Nº de farmácias que enviaram dados 775 1033 1053 1227 971* 2344* 2383*
% de vacinas admnistradas por farmacêuticos 91% 92.2% 92% 93.5% 98.9% 98.5% 98.7%
Nº médio de vacinas administradas por
206 284 218 230 117 42 59
farmacêuticos
Estimativa máx. da taxa de vacinação nas
farmácias (% de vacinas no total das vacinas 36.4% 49.7% 44.2% 49.0% 38.0%** 40.9%** 49.3%**
dispensadas)
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2.1.3. Espaço
A farmácia deve estar dotada de equipamentos e materiais que permitam assegurar a qualidade dos
serviços prestados. Neste sentido, recomenda-se o equipamento e material referido no Quadro II.
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A farmácia deve ter os materiais para tratamento da reação anafilática referidos no Quadro III.
A apólice de seguro de responsabilidade civil das farmácias, oferecida pela ANF a todos os seus
associados, é o que resulta da Portaria n.º 1429/2007, de 2 de novembro, pelo que abrange o serviço de
administração de vacinas e medicamentos injetáveis.
No caso dos serviços prestados por elementos em regime de prestação de serviços, a farmácia deve exigir
cópia das apólices dos seguros de responsabilidade civil profissional e de acidentes de trabalho a cada
profissional contratado.
2.1.7. Divulgação
As farmácias devem divulgar estes serviços e o respetivo preço, de forma visível, nas suas instalações.
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A venda dos serviços deve ser feita no SIFARMA no ecrã dos serviços.
As farmácias com SIFARMA asseguram este registo no sistema informático (Anexos I e II). As restantes
farmácias podem registar em suporte papel, disponível para impressão em https://anf.anfonline.pt/ (Anexos
III e IV), tendo ainda a obrigação legal de conservar estes registos em papel durante pelo menos 5
anos.
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doente não tiver consigo o Boletim Individual de Saúde, registar a informação no Cartão de Registo de
Vacinação (Anexo VI), preenchendo a seguinte informação:
Nome comercial da vacina;
Lote;
Via de administração;
Data da administração;
Nome de quem administrou;
Nome da farmácia.
O farmacêutico deve notificar ao Sistema Nacional de Farmacovigilância todas as reações adversas graves
ou inesperadas decorrentes da prestação do serviço de administração de vacinas e medicamentos
injetáveis na farmácia. Na dúvida, qualquer caso de suspeita de reação adversa que preocupe o
profissional de saúde deverá ser notificado.
1. Propor o serviço na farmácia a todos os indivíduos que apresentam prescrição médica de uma
vacina/medicamento injetável;
2. Marcar dia e hora para a administração da vacina/medicamento injetável (preferencialmente após
a dispensa no caso da vacina);
3. Verificar a existência de todos os materiais necessários à preparação e administração. É
importante posicionar todos os materiais de forma a evitar movimentos que aumentem o risco de
picada acidental do profissional;
4. Verificar a existência de alguma situação que impeça a administração da vacina/medicamento
injetável ou que obrigue a cuidados especiais.
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No caso da administração de vacinas vivas, devem ainda ser colocadas as seguintes questões
ao doente:
o Administrou alguma vacina nas últimas 4 semanas?
o Tem alguma doença que altere o Sistema Imunitário (ex.: cancro, leucemia, SIDA)?
o Toma corticosteróides ou algum medicamento anticancerígeno?
o Fez ou está a fazer radioterapia?
o Durante o último ano recebeu alguma transfusão de sangue ou outro derivado
sanguíneo?
o Está grávida ou há alguma possibilidade de vir a descobrir que está grávida no próximo
mês?
5. Calçar luvas descartáveis;
6. Preparar e administrar a vacina/medicamento injetável de acordo com a técnica correta (ver
Capítulo 7);
7. Colocar de imediato o material utilizado no contentor de recolha de resíduos apropriado, de forma
a evitar picada acidental (Anexo VII – Procedimento em caso de picada acidental):
o Não retirar a agulha da seringa;
o Não colocar a tampa original na agulha utilizada;
o Não pousar a seringa utilizada na mesa de trabalho.
8. Pedir ao doente para aguardar, pelo menos, 15 minutos após a administração e para informar de
imediato o profissional de saúde em caso de efeitos adversos;
9. Informar o doente sobre eventuais efeitos adversos no local de injeção e o que fazer se ocorrerem;
10. No caso das vacinas, registar informação no Boletim Individual de Saúde do doente (Anexo V). Se
o doente não trouxer consigo este Boletim, registar informação no Cartão de Registo de Vacinação
(Anexo VI);
11. Proceder ao registo de informação na farmácia. Este registo pode ser feito no SIFARMA (Anexos
I e II) ou em suporte de papel (Anexos III e IV);
12. Efetuar a venda do serviço prestado no SIFARMA, no ecrã dos serviços.
Promoção da vacinação
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De acordo com a Portaria n.º 1429/2007, de 2 de Novembro, podem ser administradas na farmácia todas
as vacinas não incluídas no PNV (Quadro IV).
Quadro IV. Vacinas não incluídas no PNV (organizadas por ordem alfabética)*.
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ENGERIX B®
Nota: Administrada no âmbito do PNV, por rotina, aos recém-nascidos.
Vacinas contra Hepatite A e Hepatite B
Twinrix® Adulto
Twinrix® Pediátrico
Vacinas contra Infeções por Papilomavírus Humano (HPV)
Cervarix®
Gardasil®
Nota: Administrada no âmbito do PNV, por rotina, às raparigas entre os 10 e os 13 anos de
idade inclusive.
Vacina contra Raiva
Rabipur®
Vacina contra Rotavírus
Rotarix®
RotaTeq®
Vacina contra Varicela
Varilrix®
Varivax®
Vacina contra Herpes Zóster
Zostavax®
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Uma vacina pode ser considerada como um medicamento (embora com propriedades diferentes pois tem
uma ação preventiva e não terapêutica) que contém alguns dos componentes do(s) agente(s) infecioso(s)
ou o(s) próprio(s) agente(s) infecioso(s) inteiro(s), enfraquecido(s) ou morto(s), de forma a não poder(em)
causar a doença, e que induz uma resposta imunitária específica contra esse(s) agente(s). Os
componentes infeciosos ou os próprios agentes infeciosos são designados antigénios (ver 3.2.2).
Quando uma vacina é administrada, o sistema imunitário do indivíduo vacinado entra em contacto com os
antigénios ‘inofensivos’ nela contidos e reage de forma a eliminá-los como se de uma verdadeira ameaça
se tratasse. O facto do(s) antigénio(s) que existe(m) na vacina não ter(em) capacidade para se multiplicar
(ou mesmo que tal aconteça, como no caso das vacinas vivas, ser de forma mais lenta) e causar doença,
concede ao sistema imunitário o tempo e a possibilidade para preparar uma resposta específica e
memorizá-la. Por outras palavras, a vacina induz uma ‘batalha’ ao mesmo tempo que ‘ensina’ o nosso
sistema imunitário a reagir de forma eficaz contra o agente infecioso. No futuro, se o indivíduo vacinado
for realmente infetado, o seu sistema imunitário responderá com rapidez e eficácia suficientes para o
proteger da doença.
O sistema imunológico é constituído pelos órgãos linfóides - que possuem características específicas, uma
grande variedade de células e diversos fatores solúveis. É sobretudo nestes órgãos que se desencadeiam
as respostas imunológicas. Os órgãos linfóides podem ser designados de:
Órgãos linfóides primários (medula óssea e timo) – locais de formação dos linfócitos B e T (medula
óssea), e de maturação dos linfócitos B (medula óssea) e dos linfócitos T (timo);
Órgãos linfóides secundários – locais de ativação dos linfócitos B e/ou T pelos antigénios (ex:
gânglios linfáticos, baço e tecidos linfáticos associados às mucosas como as amígdalas, adenóides,
placas de Peyer, etc.).
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3.2.2. Antigénios
Por “antigénio” entende-se qualquer molécula que possa ser reconhecida especificamente pelas células
B e/ou T e que desencadeia uma resposta imunológica.
Os antigénios podem ser:
Antigénios estranhos, se não forem produzidos pelo nosso organismo (ex.: componentes
bacterianos, virais e parasitários, pólen, faneras de animais, alimentos, medicamentos, etc.);
Antigénios próprios ou auto-antigénios se forem produzidos pelo nosso organismo.
No entanto, há que ter sempre presente que os antigénios não são reconhecidos num todo. Na superfície
do antigénio existem regiões específicas designadas por epítopos ou determinantes antigénicos, e são
estas regiões que são reconhecidas e que estabelecem a ligação ao anticorpo, ao BCR ou TCR.
Os antigénios estranhos por sua vez ainda podem ser subdivididos em:
Antigénios independentes das células T – antigénios que podem ser reconhecidos diretamente
pelos linfócitos B. Este tipo de antigénios conduz apenas à produção de anticorpos (ex.:
lipopolissacáridos de pneumococcus, ficoll, dextrano, etc.), não havendo formação de células de
memória;
Antigénios dependentes das células T – antigénios que para além de serem reconhecidos pelos
linfócitos B, também são reconhecidos pelos linfócitos T e conduzem à produção de anticorpos e de
células de memória (ex.: toxina diftérica, hemaglutinina viral, etc.).
O sistema imunológico tem a capacidade de responder a agressões veiculadas por antigénios estranhos
ou não, ao organismo, defendendo-o. A resposta do sistema imunitário pode dividir-se em dois tipos inter-
relacionados: resposta imunológica inata ou natural e resposta imunológica adaptativa ou adquirida.
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Resposta de ‘baixa especificidade’ que, em princípio, não se altera com o número de exposições ao
mesmo agente patogénico e que tem como principais componentes:
Mediadores mecânicos e fisiológicos que evitam a entrada dos antigénios no organismo ou que
os removem da superfície corporal (ex: pele, mucosas, saliva, lágrimas, urina, etc.);
Mediadores químicos que atuam diretamente contra os antigénios, ou ativam outros mecanismos
que conduzem à sua destruição (ex.: proteínas do complemento, fatores quimiotáticos, interferões,
lisozima, etc.);
Células que participam na fagocitose (neutrófilos, monócitos/macrófagos) e/ou na produção de
substâncias químicas (células linfocíticas e células auxiliares).
A imunidade adaptativa pode ser adquirida naturalmente de forma passiva, quando os anticorpos
passam da mãe para o feto via placenta ou para a criança via leite materno, ou de forma ativa, quando
os antigénios entram no organismo naturalmente e se verifica a produção de anticorpos e/ou de células
de memória.
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A imunidade adaptativa pode, ainda, ser adquirida artificialmente de forma passiva, quando os
anticorpos pré-formados e existentes no soro são introduzidos no organismo, ou de forma ativa quando
os antigénios existentes nas vacinas são introduzidos no organismo conduzindo à produção de anticorpos
e de células de memória.
Para perceber como as vacinas funcionam apresenta-se de seguida um exemplo de uma infeção natural
(infeção pelo vírus da febre amarela) e depois transpõe-se esse mesmo exemplo para as vacinas.
Como foi descrito anteriormente, o sistema imunitário é um complexo de órgãos e de células que evoluem
para combaterem os agentes patogénicos. Quando um vírus entra no nosso organismo, as primeiras
células a entrarem em ação são os macrófagos que o fagocitam.
Como mencionado anteriormente, no nosso organismo existem dois grandes grupos de linfócitos:
células B e T.
As células B são como que ‘fábricas de armas’ moleculares muito importantes - os anticorpos. O sistema
imunitário está constantemente a formar novas células B, todas diferentes umas das outras, que sofrem
maturação, altura em que passam a chamar-se plasmócitos. Os plasmócitos são as células responsáveis
por produzir grandes quantidades de anticorpos diferentes. Como no nosso organismo existe uma grande
variedade de anticorpos, a probabilidade de reconhecer e combater qualquer corpo estranho, que o invada,
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é muito elevada. Assim, quando um antigénio entra no nosso organismo, os anticorpos ligam-se aos
epítopos presentes nesse antigénio através de recetores designados de BCR, como se fossem peças de
um puzzle, revestindo-o. Cada anticorpo pode, geralmente, encaixar apenas com um epítopo presente na
superfície do antigénio.
Os anticorpos produzidos contra o vírus da febre amarela circulam dentro do organismo e atacam todas
as partículas virais que ainda não entraram nas células. Quando a partícula viral fica envolvida por
anticorpos, geralmente fica incapacitada. Por outro lado, os anticorpos também servem como sinal para
os macrófagos e outras células defensivas (células dendríticas, etc.) que desta forma fagocitam as
partículas vírais mais fácil e eficazmente. Esta função dos anticorpos é geralmente auxiliada por outras
moléculas que existem em circulação e que se chamam proteínas do complemento. A este processo de
revestimento do antigénio por anticorpos e/ou por proteínas do complemento chama-se opsonização do
antigénio.
A função desempenhada pelas células B é designada por resposta imunitária humoral ou resposta
mediada por anticorpos.
Enquanto o organismo luta para se ver livre do vírus da febre amarela, fica debilitado. De seguida a pele
fica amarela e coberta de pequenas manchas roxas e o indivíduo pode vomitar sangue. O médico sabe
que até 20% das pessoas que contraem febre amarela morrem e que um surto epidémico se espalha
rapidamente.
Após, cerca de uma semana, no entanto, o sistema imunitário ganha o controlo da situação. As células T
e os anticorpos começam a eliminar o vírus mais depressa do que este se consegue reproduzir.
Gradualmente, o vírus desaparece do corpo e o indivíduo começa a sentir-se melhor.
Se este indivíduo for mordido por outro mosquito infetado com vírus da febre amarela, não ficará doente
novamente. Diz-se que este indivíduo está imunizado contra a febre amarela. Após ter eliminado o vírus
do organismo, algumas células B e células T foram convertidas em células de memória. Estas células
estarão em circulação no organismo para o resto da sua vida, funcionando como sentinelas prontas a
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entrar em ação caso volte a estar em contacto com o mesmo agente infecioso. Caso isso aconteça, as
células B de memória rapidamente se dividem e se diferenciam em plasmócitos e começam a produzir
grandes quantidades de anticorpos específicos para o vírus da febre amarela. Por outro lado, as células T
de memória também se diferenciam e desempenham as suas funções auxiliando na defesa do organismo.
Desta forma o vírus é rapidamente eliminado.
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A composição de uma vacina é devidamente controlada de forma a induzir uma resposta imunológica
protetora, efetiva, segura e inclui:
Agente imunogénico [antigénio(s) imunogenizante(s)] – parte da vacina que induz uma resposta
imunológica e que determina o tipo de vacina: viva atenuada ou inativada.
Adjuvantes – substâncias adicionadas para melhorar/potenciar a resposta imunológica tornando
possível utilizar menos quantidade/dose de antigénio ou permitir a utilização de menor número de doses
para atingir o grau de imunidade pretendido. Exemplo: Sais de alumínio.
Conservantes – compostos químicos adicionados a vacinas inativadas com o objetivo de prevenir
infeções secundárias resultantes de contaminações bacterianas ou fúngicas. Exemplos: fenol,
timerosal, etc.
Aditivos – outros compostos além dos mencionados anteriormente que podem ser adicionados com
dois objetivos diferentes:
- Estimular a multiplicação e purificação de antigénios e/ou inativação de toxinas. Exemplo:
Antibióticos adicionados para prevenir a contaminação das culturas celulares durante a
multiplicação de vírus; cofatores de multiplicação dos vírus, como proteínas de ovo, glicerol, soro,
aminoácidos e enzimas; compostos para inativar vírus ou toxinas como o formaldeído. A maioria
destes compostos é removido após o fabrico da vacina, mas podem ficar quantidades residuais que
podem desencadear reações alérgicas em pessoas suscetíveis.
- Garantir a qualidade e estabilidade da vacina. Para tal são adicionados compostos para controlar o
pH, para estabilizar os agentes imunogénicos durante os diferentes passos de fabrico por exemplo,
para prevenir a sua adesão às paredes do vidro de onde resultaria perda de capacidade
imunogénica. Exemplos: sais de potássio e de sódio, lactose, polissorbato 20 ou 80, albumina de
soro humano ou bovino, gelatina, etc.
De forma genérica e considerando a sua composição no que diz respeito aos componentes imunogénicos,
pode dizer-se que há dois grandes grupos de vacinas:
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Estas vacinas são constituídas por microrganismos (normalmente bactérias ou vírus), obtidos a partir
de um indivíduo ou animal infetado, cujo poder infecioso foi diminuído por passagens sucessivas em
meios de cultura ou culturas celulares.
Os microrganismos atenuados que fazem parte da vacina mantêm a capacidade de se multiplicar no
organismo do indivíduo vacinado, sem causar doença, induzindo uma resposta imunitária
adequada e mais duradoura. Normalmente, basta a administração de uma única dose para produzir
imunidade para toda a vida com exceção das vacinas administradas por via oral.
As vacinas inativadas são constituídas por frações de microrganismos e/ou por microrganismos
inteiros (bactérias ou vírus) mas mortos por agentes químicos e/ou físicos. A grande vantagem das
vacinas inativadas é a total ausência do poder infecioso do agente, que perdeu a capacidade de se
multiplicar no organismo vacinado, mas que manteve as suas características imunológicas. Ou seja,
estas vacinas não provocam a doença, mas têm a capacidade de induzir proteção contra essa mesma
doença.
Estas vacinas têm como desvantagem induzir uma resposta imunitária menor, o que por vezes implica
a necessidade de:
Associar adjuvantes ou proteínas transportadoras;
Administrar várias doses de reforço.
SUBUNIDADES
As vacinas constituídas por subunidades utilizam apenas a parte do microrganismo que é antigénica e que
melhor estimula o sistema imunitário.
TOXÓIDES
Estas vacinas são constituídas por toxinas inativadas por agentes físicos ou químicos de modo a perder a
capacidade patogénica, mas mantendo a imunogenicidade.
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POLISSACARÍDICAS
Estas vacinas utilizam açúcares da cápsula bacteriana para estimular o sistema imunitário (antigénios T-
independentes). Não induzem memória imunológica e não são eficazes em crianças menores de 2 anos
por imaturidade do seu sistema imunitário.
CONJUGADAS
Vacinas que utilizam açúcares da cápsula bacteriana conjugados com proteínas transportadoras
(antigénios T-dependentes). Esta conjugação produz uma resposta imunológica mais eficaz e capaz de
induzir memória duradoura. São eficazes mesmo em menores de 2 anos.
VACINAS RECOMBINANTES
As vacinas deste grupo são desenvolvidas por recombinação genética. Nestas vacinas, produzidas através
de modernas técnicas de biologia molecular e engenharia genética, uma fração de ADN responsável pela
codificação do antigénio imunogénico é inserida, por exemplo, em leveduras que o expressam (produzem).
No Quadro V apresentam-se de forma resumida os diferentes tipos de vacinas e alguns exemplos de cada
tipo.
VACINAS VIRAIS
Vivas atenuadas Inativadas
Vírus inteiros Rotarix® / RotaTeq® (vacina contra o Dukoral® (vacina contra a cólera)
rotavírus) FSME-IMMUN® (vacina contra
STAMARIL® (vacina contra a febre Encefalite da carraça)
amarela) Epaxal®/Havrix®/VAQTA® (vacina
Varilrix®, Varivax® (vacina contra a contra a hepatite A)
varicela) IXIARO® (vacina contra a encefalite
VASPR® (vacina contra o sarampo, japonesa)
papeira e rubéola; PNV) Rabipur® (vacina contra a raiva)
Zostavax® (vacina contra herpes
zóster)
Subunidades Fluarix®/ Influvac®/ Istivac®
(vacinas contra a gripe)
Recombinação genética Cervarix® / Gardasil® (vacina contra
Papilomavírus humano)
EngerixB® (vacina contra hepatite B)
VACINAS BACTERIANAS
Vivas atenuadas Inativadas
Células inteiras BCG® (vacina contra a tuberculose; Typhim Vi® / Typherix® (vacina
PNV) contra a febre tifóide)
SubUnidades Toxóides Boostrix® (vacina contra difteria,
tétano e tosse convulsa/pertussis)
DTPa® (vacina contra difteria, tétano
e tosse convulsa/pertussis; PNV)
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No Quadro VI encontram-se, de forma resumida, as vantagens e desvantagens das vacinas vivas e das
vacinas inativadas.
Quadro VI. Vantagens e desvantagens das vacinas vivas e das vacinas inativadas.
A maior parte das vacinas pertence ao grupo das vacinas inativadas o que implica a administração de
várias doses para obter uma resposta imunológica adequada, devendo respeitar-se o esquema vacinal
recomendado. Quando tal não se verificar, deve-se ter em consideração algumas regras gerais
relativamente ao intervalo de tempo decorrido entre as doses de imunização primária e entre as doses de
reforço.
Diminuir o intervalo entre doses pode interferir com a resposta dos anticorpos e respetiva proteção. A
administração de vacinas com intervalos inferiores aos mínimos recomendados pode diminuir a
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resposta imunológica, pelo que as doses administradas em intervalos excessivamente curtos não
devem ser consideradas válidas. O encurtamento do intervalo entre doses pode ainda aumentar o
número de reações adversas. No entanto, deve-se ter sempre presente que há exceções e que por
vezes tal é necessário fazer. Por exemplo, quando se viaja de urgência para uma zona endémica e em
que é necessário encurtar o intervalo estipulado entre as doses da vacina.
Aumentar o intervalo entre doses de uma vacina multidose não diminui a sua efetividade, isto é, não
reduz a concentração final de anticorpos, pelo que quando se interrompe o calendário vacinal esse
deve ser completado independentemente do tempo decorrido desde a administração da última dose
(ex: Vacina contra HPV – se a mulher descobrir que está grávida, o esquema vacinal deve ser
interrompido e completado após gestação).
VACINAR no caso de não haver registo das vacinas administradas. Mesmo que haja suspeita de
dose(s) anterior(es) deve-se vacinar o indivíduo.
As vacinas inativadas não interferem com a resposta imunológica a outras vacinas ou a anticorpos.
Assim, podem ser administradas quer simultaneamente, quer em qualquer altura, antes ou depois de
outra vacina diferente, inativada ou viva ou de anticorpos.
A resposta imunológica a uma vacina viva pode, teoricamente, ser comprometida, se a mesma for
administrada com menos de 4 semanas de intervalo de outra vacina viva. Deste modo, a administração
de duas ou mais vacinas vivas deve ser feita no mesmo dia ou, então, respeitando um intervalo de, pelo
menos, 4 semanas (Quadro VII).
No Quadro VII vem discriminado o intervalo mínimo que é recomendado respeitar quando se pretende
administrar mais do que uma vacina. Para tal, deve-se ter em consideração:
O tipo de vacina;
Há quanto tempo foi administrada;
Se foi administrada em primeiro lugar;
Se se pretende administrar ou se foi feita administração de anticorpos.
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma reação adversa ou efeito secundário é
‘qualquer resposta prejudicial e indesejada a um medicamento, que ocorre com doses habitualmente
usadas para profilaxia, diagnóstico ou tratamento ou para modificação de funções fisiológicas’, não
esperada, distinto do objetivo primário da vacina, que ocorre após a sua administração.
No caso de haver uma reação inesperada, há que ter em consideração que pode ser uma reação adversa
verdadeira ou, apenas, uma coincidência. De qualquer forma, não nos devemos nunca esquecer que o
risco, a morbilidade e a gravidade de qualquer uma das doenças preveníveis por vacinas é sempre superior
ao risco de ter uma reação adversa à vacina.
Reações sistémicas
Febre, mal-estar, fadiga, irritabilidade, alterações do sono, dor muscular, cefaleias (dor de cabeça),
tonturas, náuseas e perda de apetite, são sintomas comuns e inespecíficos que podem não estar
associados com a administração da vacina, mas com uma infeção viral concomitante.
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São mais frequentes após a administração de vacinas vivas atenuadas, uma vez que tem que haver
replicação do microrganismo aí existente para estimular o sistema imunitário. Os sintomas, geralmente
ligeiros, costumam ocorrer entre 7 a 21 dias após a administração da vacina e simulam uma forma
ligeira da doença.
Reações alérgicas
São devidas a qualquer dos componentes da vacina e podem ser minimizáveis se se fizer um bom
rastreio do historial alérgico do indivíduo.
Deve ter-se em atenção que uma reação alérgica pode evoluir rapidamente para reação anafilática que
pode pôr em causa a vida do indivíduo devido à possibilidade de obstrução das vias aéreas por
dificuldade respiratória, choque e em casos extremos, paragem cardio-respiratória. As reações
anafiláticas surgem, geralmente, pouco tempo após a administração, sendo tanto mais graves quanto
mais precoces, pelo que as pessoas vacinadas deverão permanecer sob observação durante, pelo
menos, 15 minutos. Felizmente são raras, ocorrendo numa frequência de cerca de 1 para cada milhão
de vacinas administradas.
As reações adversas relacionadas com as vacinas, à semelhança do que acontece com os outros
medicamentos, devem ser comunicadas ao Sistema Nacional de Farmacovigilância através de um
formulário próprio disponível no site do INFARMED. Mesmo que se tratem de reações adversas esperadas,
estas devem ser alvo de notificação, uma vez que o aumento de incidência das mesmas pode conduzir a
alterações às precauções a ter com uma vacina e que deverão constar no Resumo das Características do
Medicamento.
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O farmacêutico deve ter sempre presente que apesar de existirem vacinas contra múltiplas doenças virais
e bacterianas, não será possível dispensar e administrar, na farmácia, todas as vacinas existentes, pois
existem uma série de regulamentações internacionais impostas pelo Regulamento Sanitário
Internacional (2ª edição 2005) com procedimentos específicos, realizados por instituições dependentes
do Estado Português.
Importa, ainda, referir que muitas das doenças preveníveis por vacinação são de declaração obrigatória
pelo médico por constituírem um perigo em termos de saúde pública. Nesses casos o médico deverá
preencher o Boletim de Declaração Obrigatória com o objetivo de serem tomadas as medidas
adequadas pelas entidades competentes.
A cólera é uma doença que atinge diversos países, tendo-se verificado um aumento de 52% no número
de mortes entre 2009 e 2010. Dos 32 países que reportaram mortes por cólera, 20 pertenciam ao
continente africano com 3.397 mortes contabilizadas. Calcula-se que a carga de morbilidade da doença
seja de cerca de 3 a 5 milhões de casos com cerca de 100 000 a 120 000 mortes todos os anos (OMS,
2014). Em Portugal não têm sido registados casos de cólera.
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Esta doença adquiriu tal importância no mundo que em maio de 2011 a OMS reconheceu a cólera como
um problema de saúde pública de impacto global.
Via de transmissão: fecal-oral direta ou indireta por ingestão de água e/ou alimentos contaminados,
ocorrendo, geralmente, até 10 dias após início da doença.
Descrição clínica: início súbito com diarreia aquosa, profusa, frequentemente acompanhada de vómitos,
com desidratação rápida e grave.
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B. Prevenção
Cuidados com a alimentação e bebidas (água fervida, comida muito bem cozinhada, cuidado com
marisco e peixe que possa estar menos cozinhado);
Vacinação.
D. Esquema de vacinação
No Quadro IX encontra-se o esquema de vacinação da vacina Dukoral®.
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E. Precauções
Durante o processo de fabrico da vacina é utilizado formaldeído, pelo que podem estar presentes
quantidades residuais deste composto no produto final. Deve ter-se precaução em indivíduos que
apresentam hipersensibilidade comprovada ao formaldeído.
A vacina Dukoral® contém aproximadamente 1,1g de sódio por dose, pelo que deve ser tido em
consideração nos doentes sujeitos a uma dieta com controlo de sal.
F. Contraindicações
Hipersensibilidade às substâncias ativas, a qualquer dos excipientes ou ao formaldeído. A administração
de Dukoral® deve ser adiada em indivíduos apresentando doença gastrintestinal aguda ou doença febril
aguda.
G. Reações adversas
São pouco frequentes, podendo, no entanto, observar-se cefaleia, diarreia, dor abdominal, flatulência e
desconforto abdominal.
Difteria: Corynebacterium diphtheriae é responsável por doenças tanto endémicas como epidémicas, e
foi descrita pela primeira vez no século V a.C. por Hipócrates. A difteria manifesta-se como uma infeção
das vias respiratórias superiores ou infeção cutânea e é causada pelas bactérias aeróbias gram-positivas,
C. diphtheriae. A infeção geralmente ocorre na primavera ou no inverno. As pessoas que são mais
suscetíveis à infeção são aqueles que não são completamente imunizados ou têm níveis baixos de
anticorpos antitoxina e contactaram com portadores ou indivíduos doentes. Um portador é alguém cujas
culturas são positivas para as espécies de difteria mas que não apresenta sinais e sintomas. Estudos
mostram que à medida que diminui o número de portadores assintomáticos, o número de casos de difteria
diminui.
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Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/Clostridium_Tetani.svg
Atualmente, o tétano é uma doença rara, ainda não foi erradicado, e o diagnóstico precoce e a intervenção
são fundamentais para salvar vidas.
Tosse convulsa é um problema de saúde pública a nível mundial e várias estratégias têm sido propostas
para controlar a doença. No entanto, nenhuma delas demonstrou, isoladamente, impacto significativo na
sua redução global.
A tosse convulsa encontra-se associada a uma elevada morbilidade e mortalidade, particularmente em
crianças.
A vacinação contra a tosse convulsa constitui a medida preventiva mais importante da patologia.
No PNV está contemplada a administração de 5 doses da vacina pertussis acelular associada aos toxóides
tetânico e diftérico (DTPa), segundo o esquema: 2, 4, 6, 15-18 meses e 5-6 anos não estando licenciada
acima dos 7 anos. A vacinação contra a difteria e tétano continuam a fazer parte do PNV, com reforços
periódicos a cada 10 anos.
Deve ter-se sempre em consideração que nem a infeção nem a vacinação providenciam imunidade
permanente contra a tosse convulsa. A vacinação sistemática reduziu drasticamente a incidência da
doença. No entanto, nos últimos anos, assistiu-se à reemergência desta patologia. A ausência de reforço
natural, decorrente da significativa diminuição da doença, associada à perda de imunidade vacinal ao longo
do tempo determina que adolescentes e adultos não imunes sejam suscetíveis de contrair a infeção. Estes
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são as fontes de contágio de pequenos lactentes com cobertura vacinal parcial ou ausente, que constituem
o grupo mais vulnerável para complicações graves.
Agente infecioso
Difteria: é uma doença infetocontagiosa, provocada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, bacilo
gram-positivo, produtor da toxina diftérica. Foi uma das principais causas de morte infantil, sendo
atualmente, devido à vacinação sistemática, uma doença rara em países desenvolvidos.
Fonte: http://www.healthmap.org/site/diseasedaily/article/spain-first-case-diphtheria-1986-61315
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Tosse convulsa: a Bordetella pertussis é um cocobacilo aeróbio, gram-negativo pequeno com cerca de
0,8 µm por 0,4 µm, encapsulado que não forma esporos. Esta bactéria produz diversos fatores de
virulência, como por exemplo: toxina pertussis, toxina adenilato ciclase, citotoxina traqueal, hemaglutinina
filamentosa, hemolisina entre outros. A tosse convulsa nos humanos era associada às espécies do tipo B
de B. pertussis e de B. parapertussis. As formas graves encontram-se quase exclusivamente na criança
pequena não vacinada.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bordetella_pertussis.jpg
Reservatório
Difteria: O Homem como portador assintomático ou doente.
Tétano: O C. tetani é normalmente encontrado na natureza, sob a forma de esporo, podendo ser
identificado em: pele, fezes, terra, galhos, arbustos, águas putrefatas, poeira das ruas, estrume, trato
intestinal dos animais (especialmente do cavalo e do homem, sem causar doença).
B. pertussis: Os humanos são o único reservatório.
Via de transmissão
Difteria: Corynebacterium diphtheriae é um bacilo transmitido por contágio direto com doentes ou
portadores assintomáticos (que não manifestam a doença) através das secreções nasais. Também pode
ocorrer a transmissão indireta, através de objetos que tenham sido contaminados recentemente pelas
secreções de orofaringe ou de lesões em outras localizações (mais rara). A incidência da transmissão de
difteria costuma aumentar nos meses frios e, principalmente, em ambientes fechados, com muita gente.
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Tétano: Os esporos do Clostridium tetani podem encontrar-se no solo e nos intestinos e fezes dos animais.
Os esporos de tétano podem sobreviver durante anos, em alguns ambientes e são resistentes a
desinfetantes e à ebulição durante 20 minutos. No entanto, as células vegetativas são facilmente inativadas
e são suscetíveis a vários antibióticos.
Uma vez que as bactérias do tétano penetrem no organismo de uma pessoa (feridas superficiais ou
profundas), pode verificar-se uma infeção. As pessoas com queimaduras ou feridas cirúrgicas e os
Pessoas que Utilizam Drogas Injetáveis (PUDIs), correm um risco elevado de contrair tétano.
B. pertussis: a bactéria transmite-se de pessoa para pessoa, por contacto direto com as secreções
respiratórias (gotículas emitidas pela tosse ou espirros), sendo mais intensa durante o período catarral
inicial quando os sintomas são ligeiros e ainda não são característicos, continuando infeciosas durante
cerca de 5 semanas. Como B. pertussis pode sobreviver fora do corpo humano durante alguns dias,
também pode ser transmitida por objetos contaminados.
Período de incubação
Difteria: é de 2 a 5 dias, podendo variar de 1 a 10 dias.
Tétano: é de 8 dias, podendo variar de 3 a 21 dias.
B. pertussis: é de 7 a 10 dias, podendo variar de 5 a 21 dias.
1. Descrição clínica Difteria: Para fins clínicos, é conveniente classificar a difteria de acordo com
uma série de manifestações que dependem do local anatómico da doença: Vias aéreas
superiores
a) nasal;
b) amigdalo-faríngea;
c) laríngea.
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O início da faringite é insidioso. Os primeiros sintomas incluem mal-estar, dor de garganta, anorexia
e febrícula (<38° C). Após 2-3 dias, forma-se uma membrana branco-azulada que se estende à maior
parte do palato mole.
A pseudomembrana é firmemente aderente ao tecido, e as tentativas forçadas para removê-lo
causam sangramento. A formação extensiva da pseudomembrana pode resultar numa obstrução
respiratória.
Alguns doentes recuperam sem ser necessário aplicar tratamento farmacológico. Outros, porém,
desenvolvem uma forma mais grave da doença, que pode incluir edema das áreas submandibular e
anterior do pescoço, acompanhada de linfadenopatia, dando uma aparência característica de
aumento de volume do pescoço "bullneck", prostração intensa, palidez, taquicardia (>frequência
cardíaca), estupor e coma, podendo levar à morte de forma rápida.
c) A difteria laríngea pode ser uma extensão da forma faríngea ou pode envolver apenas neste
local.
2. Cutâneas
As infeções cutâneas são bastante comuns nos trópicos e são provavelmente responsáveis pelos elevados
níveis de imunidade natural encontrados nestas populações. Podem manifestar-se por uma erupção
cutânea descamativa ou por úlceras com bordos claramente demarcados com formação de membrana,
mas qualquer lesão crónica da pele pode albergar o C. diphtheriae juntamente com outros microrganismos.
A maioria das complicações da difteria, incluindo a morte, são atribuíveis aos efeitos da toxina. A toxina,
quando absorvida, afeta órgãos e tecidos distantes do local da invasão. As mais frequentes complicações
da difteria são a miocardite e neurite.
Nos casos de miocardite o doente pode apresentar arritmias logo no início da doença ou semanas mais
tarde, podendo conduzir a insuficiência cardíaca. Já os casos de neurite afetam frequentemente os nervos
motores, mas, geralmente, resolvem-se completamente. A paralisia do palato mole é mais frequente
durante a terceira semana de doença. A paralisia dos músculos do olho, membros, e diafragma pode
ocorrer após a quinta semana.
Pneumonia e insuficiência respiratória secundária podem resultar de paralisia diafragmática.
Outras complicações incluem otite média e insuficiência respiratória devido à obstrução das vias aéreas,
especialmente em crianças.
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2) Tétano cefálico é uma forma rara da doença, pode ocorrer otite média, quando o C. tetani está presente
na flora da orelha média, ou no seguimento de lesões sofridas na cabeça. Há envolvimento dos nervos
cranianos, especialmente na área facial.
3) Tétano generalizado é o tipo mais comum (cerca de 80%). A sintomatologia incluiu trismo, seguido de
rigidez do pescoço, dificuldade em engolir e rigidez dos músculos abdominais. Outros sintomas
incluem elevada temperatura corporal, sudorese, aumento da pressão arterial, taquicardia e espasmos
durante vários minutos. Esta sintomatologia pode permanecer por 3-4 semanas. A recuperação
completa pode levar meses.
4) Tétano neonatal (TN) é uma forma de tétano generalizado que ocorre em recém-nascidos. Ocorre em
bebés que nascem sem proteção de imunidade passiva, pois a mãe não está imune. Geralmente
ocorre através de infeção do coto umbilical não cicatrizado, particularmente quando o coto é cortado
com um instrumento não esterilizado.
As complicações do tétano podem incluir problemas musculares, laringoespasmos (espasmo das cordas
vocais) e/ou espasmo dos músculos respiratórios com consequente interferência na respiração. As fraturas
da coluna ou ossos longos podem resultar de contrações e convulsões sofridas. Pode ocorrer
hiperatividade do sistema nervoso autónomo que, conduz a hipertensão e/ou arritmias. As infeções
nosocomiais são comuns devido ao tempo prolongado de hospitalização, bem como as infeções
secundárias, como sépsis, pneumonias adquiridas em hospitais e úlceras de decúbito. A embolia pulmonar
é particularmente um problema em PUDIs e idosos. A pneumonia de aspiração é uma complicação tardia
comum de tétano, encontrada em 50% - 70% dos casos autopsiados. Nos últimos anos o tétano tem sido
fatal em cerca de 11% dos casos relatados, com maior probabilidade de ser fatal nas infeções que ocorrem
em pessoas com 60 anos de idade ou mais (18%) e indivíduos não vacinados (22%).
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Tratamento farmacológico
O tratamento geralmente realizado inclui eritromicina oral ou por injeção (40 mg/kg/dia; máximo, 2g/dia)
durante 14 dias, ou penicilina procaínica, por via intramuscular (300.000 U /dia para aqueles com peso até
10 kg, e 600.000 U / dia para aqueles com peso superior a 10 kg) durante 14 dias.
A doença é geralmente não contagiosa 48 horas após a instituição da antibioterapia. A eliminação do
agente deve ser documentada por duas culturas negativas consecutivas depois de completar a terapêutica.
Medidas profiláticas
Para contactos próximos, especialmente para os cuidadores, deve ser dado um reforço de vacina
antidiftérica adequado à idade.
A terapêutica profilática deverá incluir a penicilina G benzatínica (600.000 unidades para indivíduos com
idade ≤ 6 anos e 1.200.000 unidades para indivíduos com idade ≥ 6 anos) ou eritromicina (40 mg/kg/dia
para crianças e 1 g/dia para adultos, durante 7 a 10 dias).
Para indivíduos que se sabe previamente que são difíceis de monitorizar, e por motivos de adesão à
terapêutica, deverá ser implementada penicilina G benzatínica. Os portadores de difteria identificados na
comunidade também deverão fazer terapêutica antibiótica. Manter vigilância apertada e iniciar antitoxina
aos primeiros sintomas.
Tétano: O tétano não é uma doença contagiosa. Todas as feridas devem ser bem limpas e cuidadas, com
remoção do tecido necrosado e corpos estranhos. Se ocorrerem espasmos tetânicos a manutenção das
vias aéreas e de terapêutica de suporte adequada são medidas críticas.
A imunoglobulina antitetânica é recomendada, embora só possa ajudar a remover a toxina tetânica
circulante (não ligada), não podendo interferir com a toxina ligada às terminações nervosas.
Uma única dose intramuscular de 500 U é geralmente recomendada para crianças e adultos, com parte
da dose infiltrada em torno da ferida (se identificada).
A imunização ativa com o toxóide do tétano deve iniciar-se ou continuar assim que a condição da pessoa
tenha estabilizado.
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B. pertussis: A antibioticoterapia não altera significativamente o curso clínico da doença, mas é eficaz em
eliminar a B. pertussis da nasofaringe limitando o contágio.
Os antibióticos de eleição são os macrólidos. Resistências a estes agentes têm sido raramente
documentadas. As penicilinas e cefalosporinas não são eficazes contra a B. pertussis.
O tratamento de suporte pode requerer fluidoterapia e alimentação entérica, oxigénio humidificado e
aspiração cuidadosa de secreções.
Se o bebé tiver falta de ar, cianose e não se alimentar, deverá ser hospitalizado e mantido o isolamento
de gotículas respiratórias pelo uso de máscara até 5 dias após início de tratamento com um antibiótico
adequado, ou até 21 dias na ausência desse tratamento. Deve-se evitar permanências > 1 hora ou estar
a menos de 1 metro do doente infetado.
A profilaxia antibiótica deve ser realizada a todo o agregado familiar e os contactos íntimos,
independentemente da idade e estado vacinal, devem ser evitados.
Os esquemas antibióticos profiláticos são os mesmos que os terapêuticos.
As medidas preventivas de contágio incluem evicção escolar/laboral/lazer até 5 dias após início de
tratamento antibiótico adequado ou até 21 dias na ausência desse tratamento.
A Tosse convulsa é uma doença de declaração obrigatória. Devem ser notificados todos os casos
prováveis ou confirmados.
A vacinação constitui a medida preventiva mais importante.
Frequência
Difteria: Segundo a OMS, as epidemias de difteria continuam a ser uma ameaça para a saúde nos países
em desenvolvimento. As taxas globais de infeção têm diminuído na Europa desde 2000-2009, de acordo
com a Rede de Vigilância difteria. Esta descida deve-se a uma maior cobertura vacinal mundial, com
consequente aquisição de imunidade de grupo.
A incidência de doença respiratória antes da comercialização da vacina era de 100-200 casos por 100.000
habitantes nos EUA e diminuiu para cerca de 0.001 casos por 100.000 habitantes.
A taxa de mortalidade por difteria é cerca de 5-10%. Pode atingir taxas superiores a 20% em crianças com
idade ≤ 5 anos e adultos com idade ≥ 40 anos. As taxas de mortalidade não mudaram significativamente
ao longo das últimas décadas.
Tétano: O tétano é uma doença alvo da OMS através do Programa Ampliado de Imunização. Em geral, a
incidência anual de tétano é de 0,5-1 milhões de casos. A OMS estima que, em 2002, existiam 213.000
mortes por tétano, 198.000 deles em crianças com idade ≤ 5 anos.
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Na Europa, apesar da incidência se manter estável (4,4 a 5,57/100.000 de 1998 a 2011), as notificações
têm sido muito heterogéneas, com valores muito superiores nos países do Norte da Europa, como a
Noruega (89,5/100.000).
B. Prevenção
Evitar contacto com pessoas infetadas;
Vacinação.
D. Esquema de vacinação
No Quadro XI encontra-se o esquema de vacinação da vacina Boostrix®.
E. Precauções
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No caso de terem ocorrido algum dos seguintes acontecimentos, em relação temporal com a administração
da vacina contra a tosse convulsa, a decisão de administrar doses subsequentes de vacina contendo o
componente da tosse convulsa deverá ser cuidadosamente ponderada:
- Temperatura ≥ a 40ºC nas 48 horas seguintes à vacinação, e que não sejam devidas a outra causa
identificável;
- Colapso ou estado semelhante ao estado de choque (episódio hipotónico-hiporreatividade) nas 48
horas seguintes à vacinação;
- Choro persistente, inconsolável com duração ≥ 3 horas, nas 48 horas seguintes à vacinação;
- Convulsões, acompanhadas ou não de febre, que ocorram no período de 3 dias após a vacinação.
Boostrix® deve ser administrada com precaução a indivíduos com trombocitopenia ou com problemas
hemorrágicos, dado que nestes indivíduos pode ocorrer hemorragia após uma administração por via
intramuscular. O local da injeção deve ser pressionado firmemente (sem friccionar) durante pelo menos 2
minutos.
Boostrix® não deve ser administrada por via intravascular em circunstância alguma.
F. Contraindicações
Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes.
No caso de o indivíduo ter manifestado encefalopatia de etiologia desconhecida, ocorrida nos 7 dias
subsequentes a uma administração anterior de uma vacina contendo o componente de tosse convulsa.
Nestes casos, a vacinação contra a tosse convulsa deve ser descontinuada e o esquema de vacinação
deve continuar com vacinas contra a difteria e tétano.
Boostrix® não deve ser administrada a indivíduos que tenham tido trombocitopenia transitória ou
complicações neurológicas (para convulsões ou episódios hipotónico-hiporresponsivos) após imunização
anterior contra a difteria e/ou tétano.
Tal como com outras vacinas, a administração de Boostrix® deve ser adiada nos indivíduos que
apresentem uma doença febril aguda grave. A presença de uma infeção ligeira não constitui
contraindicação.
G. Reações adversas
Nas crianças entre os 4 e 8 anos de idade pode ocorrer: dor, vermelhidão, edema no local de injeção
(podendo haver edema extenso em que foi administrada a vacina) do membro, febre (≥ 37,5ºC),
sonolência, cefaleias, fadiga, anorexia, irritabilidade, diarreia, vómitos.
Nos indivíduos entre os 10 e 76 anos de idade pode ocorrer: dor, vermelhidão, edema no local de injeção,
febre (≥ 37,5ºC), tonturas, náuseas, mal-estar geral.
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Agente infecioso: Neisseria meningitidis, bactéria gram-negativa, que se pode dispor sob a forma de
diplococos ou em cadeias curtas (Figura 6). Os diferentes serotipos são determinados pelos antigénios da
cápsula polissacarídica: A, B, C, D, X, Y, Z, E, W135, H, I, K e L. Os serotipos que se encontram
evidenciados atrás são os que mais vulgarmente estão associados a surtos epidémicos.
Via de transmissão: a bactéria transmite-se de pessoa para pessoa, por contacto direto com as secreções
respiratórias (gotículas emitidas pela tosse ou espirros). O risco de doença invasiva por N. meningitidis é
maior nas crianças e vai diminuindo com a idade. Todos os seres humanos são suscetíveis, mas o risco é
maior em alguns casos, como nos esplenectomizados.
Descrição clínica:
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No entanto, esta doença nas crianças pode manifestar-se sem o aparecimento súbito de sintomas,
incluindo a rigidez na nuca. Nos bebés com idade inferior a um ano, apesar dos sintomas atípicos, devemos
ter em atenção: febre, letargia, choro (gritos), irritabilidade, vómitos e recusa alimentar.
A sépsis meningocócica é difícil de reconhecer uma vez que o aparecimento súbito de febre e choque
acontece de forma irregular. O rash com petéquias, a púrpura e os sintomas meníngeos podem não ser
manifestações óbvias ao início.
Controlo do doente ou portador: a doença é potencialmente fatal e deverá ser sempre encarada como
uma emergência médica. O internamento hospitalar é fundamental para fazer o diagnóstico (punção
lombar e exame do líquido cefaloraquidiano) e respetivo tratamento. Antibioterapia é essencial e deverá
ser combinada com outras medidas terapêuticas de suporte.
Frequência: a doença meningocócica (endémica), na maioria dos países do mundo acontece de <1 a 5
casos por 100.000 habitantes. Na Africa subsahariana, a incidência varia de ano para ano e pode ser
superior a 20 casos por 100.000 habitantes. Há fatores sazonais a contribuir para a epidemiologia desta
doença como o clima dos países sub-tropicais e as variações climatéricas entre o inverno e a primavera.
Em alturas não epidémicas, a doença é mais frequente em crianças dos 3 meses aos 5 anos (50-60% dos
casos).
B. Prevenção
Vacinação e/ou quimioprofilaxia em circunstâncias específicas.
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D. Esquema de vacinação
No Quadro XIV encontra-se o esquema de vacinação da vacina Bexsero®.
Intervalo de
Idade Doses Reforço
administração
3 (0,5 ml)
Lactentes 1ª dose administrada
Minímo 1 mês 1 R (12 e 15 meses de idade)b,c
(2 a 5 meses) aos 2 meses de
idadea
Lactentes
não 1 R (2º ano de vida com pelo menos 2 meses
2 (0,5 ml) Minímo 2 meses
vacinados entre a série primária e a dose de reforço)
(6 a 11 meses)
Crianças não
vacinadas 1 R (12 a 23 meses entre a série primária e a
2 (0,5 ml) Minímo 2 meses
(12 a 23 dose de reforço)
meses)
Crianças
2 (0,5 ml) Minímo 2 meses Necessidade não estabelecidad
(2 a 10 anos)
Adolescentes
(A partir dos
2 (0,5 ml) Minímo 1 mês Necessidade não estabelecidad
11 anos) e
adultos*
a
A primeira dose deve ser administrada aos 2 meses de idade. A segurança e eficácia de Bexsero em lactentes com menos de 8
semanas de idade ainda não foi estabelecida, porque não existem dados disponíveis.
b
Caso seja adiado, o reforço não deve ser administrado após os 24 meses de idade.
c
A necessidade e altura de administração de doses de reforço adicionais não foi ainda determinada.
d
Ainda não há dados suficientes.
* Existem dados limitados em indivíduos com idade entre os 56-65 anos e não existem dados para indivíduos com idade superior a
65 anos.
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Idade Doses
E. Precauções
Vacina Bexsero®
A administração da Bexsero® deve ser adiada em indivíduos que sofrem de doença febril aguda grave. No
entanto, a presença de uma infeção ligeira (por ex., uma constipação), não deverá resultar no adiamento
da vacinação.
Esta vacina não deve ser administrada em indivíduos com trombocitopenia ou qualquer perturbação da
coagulação que seja contraindicação da injeção por via intramuscular, exceto quando os benefícios
potenciais são claramente superiores ao risco da administração.
Não existem dados acerca da utilização da Bexsero® em indivíduos com resposta imunológica diminuída.
Nos indivíduos imunocomprometidos, a vacinação poderá não resultar numa resposta de anticorpos
protetores.
Não existem dados acerca da utilização de Bexsero® em indivíduos com mais de 50 anos de idade ou em
doentes com condições médicas crónicas.
O risco potencial de apneia e a necessidade de monitorização respiratória durante 48 a 72 horas deverão
ser considerados quando a imunização primária for administrada a lactentes prematuros com menos de
28 semanas de gestação e particularmente nos casos de histórico prévio de imaturidade respiratória. Uma
vez que as vantagens da vacinação são altas neste grupo de lactentes, a vacinação não deve ser suspensa
nem adiada.
Vacina Menveo®
Em indivíduos imunocomprometidos, a vacinação poderá não resultar numa resposta apropriada dos
anticorpos de proteção. Apesar da infeção do Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH) não constituir uma
contraindicação, Menveo® não foi especificamente testada em doentes imunocomprometidos. Os
indivíduos com deficiências complementares e indivíduos com asplenia funcional ou anatómica poderão
não obter uma resposta eficaz contra as bactérias dos serogrupos que fazem parte da vacina (A, C, Y e
W135).
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A vacina Menveo® não foi testada em pessoas com trombocitopenia, disfunções hematológicas ou que
estejam a receber tratamento anticoagulante devido ao risco de hematoma. A relação risco-benefício para
pessoas com risco de hematoma após a injeção IM deve ser avaliada pelo médico.
Não existem dados para indivíduos com mais de 65 anos.
F. Contraindicações
Vacina Bexsero®
Hipersensibilidade aos princípios ativos ou a qualquer um dos excipientes (cloreto de sódio, histidina,
sacarose).
No caso de já ter tido uma reação potencialmente mortal após administração prévia de uma vacina
contendo componentes semelhantes.
Vacina Menveo®
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes, incluindo o toxóide da difteria ou
no caso de já ter tido uma reação potencialmente mortal após administração prévia de uma vacina
contendo componentes semelhantes.
Tal como outras vacinas, Menveo® deve ser evitada em indivíduos que apresentem doença febril grave. A
presença de uma infeção menor não constitui contraindicação.
G. Reações adversas
Vacina Bexsero®
As reações adversas mais frequentes são:
Lactentes e crianças (2-10 anos de idade): sensibilidade e eritema no local de injeção, febre (≥
38ºC), sonolência, choro invulgar, diarreia, vómitos e irritabilidade;
Adolescentes (>11 anos de idade) e adultos: dor no local de injeção, mal-estar, mialgias,
artralgias, náuseas e cefaleias.
Vacina Menveo®
As reações adversas mais frequentes são: cefaleias, náuseas, dor, eritema (≤ 50 mm), induração (≤ 50
mm) ou prurido no local da injeção e mal-estar geral. É frequente acontecer erupção cutânea.
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Agente infecioso: Streptococcus pneumoniae, vulgarmente conhecido por pneumococos, foi isolado por
Pasteur em 1881 e é uma bactéria patogénica, gram-positiva. Tem forma esférica ou ovóide e agrupa-se
tipicamente aos pares (diplococos) ou em cadeias curtas (Figura 7). A sua cápsula polissacárida é
determinante fundamental da sua patogenecidade, permitindo a sua diferenciação em 91 serotipos que se
distinguem na capacidade de colonização, transmissão, virulência, idade em que predominam,
manifestações de doença, resistências aos antibióticos, distribuição geográfica, capacidade para causar
doença endémica ou surtos. Aproximadamente 90% dos serotipos mais frequentemente isolados
pertencem aos 23 serotipos incluídos na vacina anti-pneumocócica polissacarídica.
https://pt.fotolia.com/id/66298313
Reservatório: trato respiratório humano, uma vez que pode ser isolada na nasofaringe dos adultos
saudáveis, que funcionarão como portadores assintomáticos de S. pneumoniae. Estima-se uma taxa de
colonização de 62% aos 2 anos de idade.
Via de transmissão: transmite-se facilmente, de pessoa para pessoa, através do contacto direto com
secreções respiratórias (tosse ou espirros) de pessoas infetadas ou portadores saudáveis.
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Descrição clínica: existem duas formas clínicas da doença, a Doença Pneumocócica Não Invasiva
(DPNI), que infeta as vias aéreas superiores (otite média, sinusite, conjuntivite e pneumonias sem
bacteremia) e a Doença Pneumocócica Invasiva (DPI), que infeta locais considerados estéreis, como o
líquido cefalorraquidiano (meningite), o sangue (bacteremia e sépsis) e o líquido pleural (pneumonias com
bacteremia).
De um modo geral, o desenvolvimento de febre e mal-estar são sintomas típicos de todas as formas de
infeções pneumocócicas e poderão ser os únicos sintomas observados em crianças pequenas com
bacteremia. Em casos de pneumonia, a febre pode preceder sintomas habituais de tosse, dor no peito
(pleurítica), expectoração purulenta e raiada de sangue (12-24h). Nos idosos, o aparecimento dos
sintomas da pneumonia pneumocócica podem surgir de forma menos abrupta, com sintomas iniciais de
febre, respiração curta e superficial e, por vezes, confusão mental; pode não aparecer expectoração. No
caso da meningite pneumocócica, podem surgir sinais como a rigidez do pescoço, dor de cabeça, letargia
ou convulsões.
Em 2005 a OMS estimou que cerca de 1,6 milhões de pessoas morreriam anualmente de doenças
pneumocócicas e esta estimativa incluía a morte de 0,7-1 milhão de crianças com idade inferior a 5 anos,
a maioria em países subdesenvolvidos. A magnitude desta doença nos idosos em países
subdesenvolvidos não está definida.
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Nos países desenvolvidos, as crianças com idade inferior a 2 anos e os idosos (idade > 65 anos) são as
maiores vítimas da doença (Figura 9). As doenças como a infeção VIH e outras condições associadas a
deficiências imunitárias aumentam a probabilidade de contrair uma infeção por S. pneumoniae.
Figura 9 - A idade como principal fator de risco para a doença pneumocócica invasiva (Adaptada de Robinson et al. 2001).
As doenças pneumocócicas são identificadas em todo o mundo e a atividade desta bactéria segue um
padrão de atividade similar ao do vírus da Gripe (outono/inverno).
B. Prevenção
Evitar locais mal ventilados ou fechados ou com elevada densidade populacional;
Evitar contacto direto e partilha de objetos com pessoas infetadas;
Lavagem frequente das mãos com água e sabão ou desinfeção quando lavagem não for possível;
Utilizar apenas uma vez lenços de papel para assoar;
Espirrar ou tossir para um lenço de papel ou para o antebraço e, de seguida, lavar as mãos;
Vacinação, quando indicada.
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As vacinas contra S. pneumoniae são compostas por polissacarídeos capsulares purificados, que
estimulam a produção de anticorpos específicos que são, em termos genéricos, responsáveis por ativar o
sistema de complemento, promover a opsonização e a fagocitose bacteriana.
Atualmente existem dois tipos de vacinas anti-pneumocócicas disponíveis em Portugal: vacinas anti-
pneumocócicas polissacarídicas e vacinas anti-pneumocócicas conjugadas.
Vacina polissacarídica pura com antigénios específicos para 23 serotipos (1, 2, 3, 4, 5, 6B,
7F, 8, 9N, 9V, 10A, 11A, 12F, 14, 15B, 17F, 18C, 19A, 19F, 20, 22F, 23F, 33F).
Indicada para grupos de risco:
Todos os indivíduos com idade 65 anos.
Indivíduos com idade 2 anos:
o Com doenças crónicas (doenças cardiovasculares, pulmonares, diabetes mellitus,
Pneumo 23® alcoolismo, cirrose).
o Imunocomprometidos: asplenia anatómica ou disfunção esplénica, anemia de células
(Sanofi Pasteur MSD)
falciformes, linfoma Hodgkin, linfoma não-Hodgkin, mieloma múltiplo, insuficiência renal
crónica, síndroma nefrótico, doentes submetidos a transplantes, doentes infetados com
o VIH, sintomáticos ou assintomáticos, etc.
o Grupos especiais: pessoas que residam ou trabalhem em locais com um risco
aumentado de infeções pneumocócicas ou das suas complicações (ex: pessoas idosas
hospitalizadas ou em instituições de cuidados de saúde).
Adultos com idades compreendidas entre os 19 e os 64 anos:
o Fumadores e Asmáticos.
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A conjugação dos polissacáridos com uma proteína transportadora CRM 197 (toxóide diftérico) permite
desencadear uma resposta timo-dependente, ou seja, para além da estimulação dos linfócitos B também
há estimulação dos linfócitos T, verificando-se consequentemente produção de anticorpos e de células de
memória. Assim, este tipo de vacinas é eficaz em lactentes e crianças com menos de 2 anos de idade
(Quadro XVII).
(GlaxoSmithKline) Indicada na imunização ativa de lactentes e crianças das 6 semanas aos 5 anos de idade
contra a doença (incluindo septicémia, meningite, pneumonia, bacteriémia e otite média
aguda) causada pelos serotipos de S. pneumoniae incluídos na vacina.
D. Esquemas de Vacinação
HIV, Imunodeficiências,
1 Se > 10 anos – 5 anos após 1ªdose
Asplénias
(0,5ml) Se < 10 anos – 3-5 anos após 1ªdose
> 2 anos
* A revacinação num intervalo inferior a três anos não está recomendada devido a um
maior risco de efeitos indesejáveis.
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2
12 - 23 meses 2 meses de intervalo
(0,5ml)
1
2 – 17 anos --
(0,5ml)
1
>18 > 50 anos --
(0,5ml)
Indivíduos com
transplante - 3+R 1ª dose 3-6 meses após HSCT com intervalo de pelo
Hematopoietic stem cell (0,5 ml) menos 1 mês de intervalo + R 6 meses após a 3ª dose
transplantation (HSCT)
a) O intervalo entre as doses deve ser no mínimo de 1 mês. Geralmente opta-se por um intervalo de 2 meses.
b) A primeira dose pode ser administrada com 6 semanas de idade.
c) Sem vacinação anterior.
d) Quando a Prevenar 13® faz parte da imunização de rotina da criança.
E. Precauções
A vacinação deverá ser adiada no caso de: doença febril significativa, infeção ativa ou quando uma reação
sistémica possa colocar o indivíduo em risco significativo, exceto quando este adiamento possa envolver
um risco ainda maior.
A vacina Pneumo 23® nunca deve ser administrada por via intravascular; devem igualmente ser tomadas
as devidas precauções para assegurar que a agulha não penetra num vaso sanguíneo.
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Esta vacina não deve igualmente ser administrada por via intradérmica, uma vez que a injeção através
dessa via está associada a um aumento de reações locais.
Se a vacina for administrada a doentes com imunodepressão devido a uma condição subjacente ou
terapêutica médica (ex.: terapia imunossupressora, tal como quimioterapia antineoplásica ou radioterapia),
o título esperado em anticorpos poderá não ser atingido após a primeira ou segunda dose. Assim, os
doentes com estas características podem não estar tão bem protegidos contra a doença pneumocócica
como indivíduos imunocompetentes. Em doentes que estejam a receber uma terapêutica
imunossupressora, o período de tempo necessário para a recuperação da resposta imunológica varia
consoante a doença e o respetivo tratamento. Foi observada uma melhoria significativa na produção de
anticorpos nalguns doentes durante os dois anos após a conclusão da quimioterapia ou de outra
terapêutica imunossupressora (com ou sem radiação), particularmente à medida que o intervalo entre o
final do tratamento e a vacinação pneumocócica aumentava.
A terapêutica profilática antibiótica necessária contra infeções pneumocócicas não deve ser interrompida
após a vacinação pneumocócica.
Os doentes com risco elevado de infeção pneumocócica grave (ex.: esplenectomizados e aqueles que
receberam tratamento imunossupressor), deverão ser aconselhados no que respeita a possível
necessidade de antibioterapia precoce na eventualidade de doença febril súbita e severa.
F. Contraindicações
Hipersensibilidade às substâncias ativas, a qualquer um dos excipientes ou a qualquer uma das proteínas
transportadoras (ex.: toxóide diftérico), no caso das vacinas conjugadas.
Tal como com outras vacinas, a administração deve ser adiada nos indivíduos que apresentem doença
febril aguda grave. Contudo, a presença de uma infeção ligeira, como uma constipação, não deve causar
o adiamento da vacinação.
A Pneumo 23® não está indicada em crianças com menos de 2 anos, nem grávidas no 1º trimestre de
gravidez. Contudo, a fase de aleitamento não é considerada contraindicação.
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G. Reações adversas
Na administração da vacina Pneumo 23®, as reações mais frequentes (>10%) são locais, tais como dor,
eritema, induração e edema, enquanto que as reações frequentes (1% a 10%) incluem pirexia ≥ 38º C (os
episódios febris ocorrem, geralmente, pouco depois da vacinação, sendo reversíveis em 24 horas).
Com a vacina Prevenar 13®, as reações adversas mais frequentemente notificadas foram reações no local
de injeção, febre, irritabilidade, diminuição do apetite, aumento e/ou diminuição do sono, mialgias,
artralgias, diarreia, vómitos e dores de cabeça.
Com a vacina Synflorix®, as reações adversas mais frequentemente observadas após a vacinação
primária foram vermelhidão no local da injeção e irritabilidade, que ocorreram após 38,3% e 52,3% de
todas as doses, respetivamente. Após a vacinação de reforço, estas reações adversas ocorreram em
52,6% e 55,4%, respetivamente. A maioria destas reações é de gravidade ligeira a moderada e de curta
duração.
Quadro XXI. Vacinação contra infeções por Streptococcus pneumoniae para a população - Grupos
de risco abrangidos.
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Reservatório: as carraças das espécies Ixodes ricinus e I. persulcatus atuam como vetores e
reservatórios do vírus. Os principais hospedeiros são os pequenos roedores. Os animais maiores,
incluindo o Homem, não têm qualquer importância na manutenção do vírus, funcionando como
hospedeiros acidentais.
Via de transmissão: os casos de encefalite ocorrem após a picada por uma carraça infetada no período
de maior atividade das mesmas, isto é, entre abril e novembro. A infeção também pode ocorrer por
consumo de leite cru (não tratado) de cabras, vacas ou ovelhas infetadas. Não há conhecimento de
transmissão pessoa a pessoa. Há ocorrência de transmissão vertical de uma mulher infetada para o feto.
Descrição clínica: após o período de incubação, segue-se o desenvolvimento da doença em duas fases
características:
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Fase virémica com duração de 2-8 dias. Nesta fase os sintomas são inespecíficos e ocorrem em 23-
50% dos casos: fadiga, dor de cabeça, náuseas, mal-estar geral, febre (>38ºC). Depois segue-se um
período sem febre (1-20 dias) e sem sintomas. Laboratorialmente encontram-se sinais de leucopénia,
trombocitopénia e um aumento ligeiro das enzimas hepáticas.
Fase neurológica durante a qual o vírus atinge o SNC e que ocorre em 50-77% dos infetados. Durante
esta fase os sintomas são: febre, dor de cabeça, anorexia, vómitos, fotofobia, rigidez do pescoço,
distúrbios de visão, disfunções neurológicas (paralisia, perda de sensibilidade e convulsões) e morte.
Laboratorialmente observa-se um aumento dos leucócitos no sangue e no líquido cefalo-raquidiano. O
diagnóstico específico depende, no entanto, da deteção da IgM específica.
A encefalite da carraça é mais severa em adultos do que em crianças com idade inferior a 4 anos, sendo
fatal em 1-2% dos casos. O índice de mortalidade varia de acordo com o subtipo do vírus e ocorre entre
5 a 7 dias após o aparecimento dos sinais neurológicos.
B. Prevenção
Como qualquer doença transmitida pela picada da carraça pode prevenir-se por:
Utilização de repelente de insetos e roupa protetora que evite a picada da carraça;
Vacinação.
Quadro XXII. Informação sobre as vacinas contra a encefalite provocada por picada de carraça.
FSME-IMMUN® Indicada para imunização ativa (profilática), em indivíduos com mais de 16 anos.
Grupos de risco: indivíduos que viajam para áreas endémicas em trabalho ou passeio e
(Baxter)
se expõem à picada através de actividades rurais. São exemplo os agricultores,
trabalhadores florestais, caçadores e campistas.
D. Esquemas de vacinação
Nos quadros XXIII e XXIV encontra-se o esquema de vacinação: FSME-IMMUN®.
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Reforço
Idade (anos) Volume (ml) Doses*
1º 2º
16-60 0,50
3 anos após 5 anos
0,50 3+R
> 60
De 3 em 3 anos
*Consultar o esquema de vacinação que vem no Quadro XXIV. O esquema de vacinação convencional deve
começar no inverno de forma a que quando começa a primavera, altura em que as carraças começam a eclodir
dos ovos, o indivíduo esteja parcialmente imunizado.
E. Precauções
A alergia não grave à proteína do ovo não constitui, geralmente, uma contra-indicação à vacinação com
FSME-IMMUN®. Contudo, essas pessoas só deverão ser vacinadas sob vigilância apropriada e em local
onde esteja disponível o tratamento de emergência a reações de hipersensibilidade.
A embalagem deste medicamento contém borracha látex, que pode provocar reações alérgicas graves em
pessoas alérgicas ao látex.
F. Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa e a qualquer dos excipientes ou resíduos (formaldeído, neomicina,
gentamicina, sulfato de protamina).
Hipersensibilidade grave a ovos e proteínas de pinto (reação anafilática após ingestão oral de proteína do
ovo).
A vacinação contra a encefalite provocada por picada de carraça deve ser adiada se a criança ou o adulto
apresentarem uma infeção febril aguda.
G. Reações adversas
Frequentes (1 em 10): febre ligeira e passageira e reações no local de injeção (dor, vermelhidão e edema).
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Agente infecioso: o vírus da encefalite japonesa é um vírus RNA de cadeia simples, da família Flaviviridae
(Figura 11).
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Tick-borne_encephalitis_virus
Reservatório: suínos domésticos e aves limícolas (que vivem em zonas como lagoas, estuários, pântanos,
etc.) são o reservatório do vírus que se encontra em zonas rurais agrícolas, habitualmente relacionadas
com culturas irrigadas como a de arroz (zonas de cultivo em bacias dos rios).
Via de transmissão: a transmissão ocorre pela picada de um vetor infetado, um mosquito do género
Culex.
Descrição clínica: a maioria das pessoas infetadas não apresenta qualquer sintoma da doença. Menos
de 1% dos indivíduos desenvolve a doença em termos clínicos, apresentando febre, dores de cabeça e no
corpo, prostação, náuseas e vómitos. Com a evolução da doença, surgem manifestações neurológicas
como dificuldade de equilíbrio, fraqueza muscular, alteração de comportamento, diminuição do nível de
consciência (sonolência excessiva), convulsões e coma. Cerca de 30% dos indivíduos que adoecem
acabam por falecer e 50% fica com sequelas neurológias. Os casos mais graves ocorrem geralmente nas
crianças e idosos.
Controlo do doente ou portador: não há tratamento antivírico específico para a doença, pelo que a
terapêutica consiste no suporte e gestão das complicações que surgem.
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Frequência: a encefalite japonesa é a principal causa das encefalites virais na Ásia, sendo reportados
anualmente 30.000 a 50.000 casos clínicos.
B. Prevenção
Como qualquer doença transmitida pela picada de mosquito pode prevenir-se:
Usando repelente de insetos e roupa protetora que evite a picada do mosquito;
Vacinação.
D. Esquema de vacinação
O esquema de vacinação encontra-se resumido no quadro XXVI.
NOTA: Caso não se conclua a imunização primária de duas doses, poderá não ser obtida uma proteção completa contra a doença. Existem
dados que indicam que uma segunda dose administrada até 11 meses depois da primeira dose se associa a taxas de seroconversão elevadas.
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* Se empurrar o êmbolo para lá da linha vermelha, não é garantida uma dose de 0,25 ml e deve ser Figura 12- Preparação de dose
usada uma seringa nova. 0,25ml*
E. Precauções
IXIARO® não confere proteção contra a encefalite causada por outros microrganismos.
Excecionalmente, IXIARO® pode também ser administrado por via SC a doentes com trombocitopenia ou
doenças hemorrágicas, dada a possibilidade de ocorrência de hemorragia após uma administração IM. A
administração SC pode levar a uma resposta subótima à vacina.
Observou-se uma taxa de seroconversão de 29,4% dez dias após a primeira vacinação, e de 97,3% uma
semana após a segunda vacinação. Consequentemente, a imunização primária deve ser concluída pelo
menos uma semana antes da exposição potencial ao vírus da encefalite japonesa; a proteção não está
garantida até que seja administrada a segunda dose.
F. Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa, a qualquer um dos excipientes ou a quaisquer resíduos presentes
na composição da vacina (por exemplo, sulfato de protamina).
Os indivíduos que apresentem reações de hipersensibilidade depois de receberem a primeira dose da
vacina não devem receber a segunda dose.
A administração tem de ser adiada nas pessoas com estados febris graves agudos.
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G. Reações adversas
Muito frequentes: dor de cabeça, náuseas, mialgia, fadiga, doença tipo gripal, pirexia; no local de
administração pode verificar-se dor e sensibilidade cutânea, rubor, endurecimento, edema e prurido.
Pouco frequentes: nasofaringite, rinite, linfadenopatia, enxaquecas, tonturas, vertigens vómitos, diarreia,
dores abdominais, exantema cutâneo, prurido, rigidez músculo-esquelética, urticária, eritema, arrepios,
mal-estar geral, hematoma no local de administração e aumento das enzimas hepáticas.
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Via de transmissão: a transmissão faz-se por picada de mosquitos infetados dos géneros Aedes,
Haemagogus e Sabethes (géneros mais frequentemente envolvidos) e pode ocorrer em áreas selvagens,
rurais (intermédias) e urbanas. As manifestações clínicas são idênticas qualquer que seja o local onde
ocorra a transmissão do vírus. A diferença reside nos transmissores e no local de aquisição da doença.
A transmissão da febre-amarela na zona selvagem ocorre de forma pontual e é feita, maioritariamente,
através de mosquitos do género Haemagogus. O ciclo do vírus nesta zona é mantido através da infeção
de macacos e da transmissão transovariana no próprio mosquito. A infeção do Homem não imunizado
ocorre quando é picado por um mosquito infetado. Uma vez infetada, a pessoa pode, ao regressar ao local
onde vive, servir como fonte de infeção para o mosquito do género Aedes, que pode iniciar a transmissão
do vírus da febre-amarela na zona urbana.
Uma pessoa pode ser fonte de infeção para o mosquito antes de surgirem os primeiros sintomas até ao 5º
dia da infeção. Por sua vez, o mosquito do género Aedes pode transmitir o vírus até 9-12 dias após ter
picado uma pessoa infetada.
Embora raro, a transmissão também pode ocorrer durante a gestação, uma vez que o vírus consegue
atravessar a placenta.
Nas zonas intermédias, pode haver uma adaptação do transmissor selvagem ao novo habitat havendo a
possibilidade de transmitir o vírus adquirido em macacos ao Homem.
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Descrição clínica: a maioria das pessoas infetadas não apresenta manifestações da doença ou apresenta
sintomas discretos. Quando há sintomatologia, esta aparece 3 a 6 dias (período de incubação) após a
picada do mosquito infetado. As manifestações iniciais são: febre súbita (temperaturas elevadas), dor de
cabeça, dores musculares, prostração, cansaço e calafrios. Algumas horas depois podem surgir náuseas,
vómitos e, eventualmente, diarreia. Após 3-4 dias, cerca de 85% dos doentes recupera completamente e
fica imunizado para toda a vida.
Em cerca de 15% das pessoas que apresentam sintomas a doença evolui. Após uma aparente melhoria
durante 1-2 dias (período que pode não existir) há uma intensificação dos sintomas. A febre reaparece,
surge a dor abdominal, diarreia e vómitos. Os vómitos e as fezes podem ser hemorrágicos (apresentar cor
negra). Surge icterícia e manifestações hemorrágicas (equimoses, hemorragia nasal e gengival), falência
de órgãos vitais como fígado e rins, com diminuição do volume de urina até a anúria total e coma. A
evolução para a morte pode ocorrer em até 50% das formas graves da doença. As pessoas que
sobrevivem recuperam totalmente e ficam imunizadas.
Controlo do doente ou portador: o tratamento da doença consiste em assistir o doente com medidas
gerais de suporte de vida, variando e dependendo dos sistemas orgânicos envolvidos. Não existe nenhuma
terapêutica antivírica eficaz para a febre-amarela.
Frequência: a OMS estima que haja 200.000 casos de febre-amarela por ano, de onde resultam cerca de
30.000 mortes. Em Portugal não há registos de casos de febre-amarela.
B. Prevenção
Como qualquer doença transmitida pela picada do mosquito pode prevenir-se:
Usando repelente de insetos e roupa protetora que evite a picada do mosquito;
Vacinação.
STAMARIL® Indicada a partir dos 9 meses de idade para imunização ativa contra a febre-amarela em
pessoas:
(Sanofi Pasteur MSD)
Que viajem para ou que residam numa área endémica.
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D. Esquema de Vacinação
O esquema de vacinação encontra-se resumido no Quadro XXVIII.
Nota: Adultos > 60 anos parecem correr um risco superior de certos tipos de reações raras mas graves à vacina
contra a febre-amarela (incluindo reações graves no cérebro, nervos e órgãos vitais). Habitualmente só recebem a
vacina contra a febre-amarela se o risco de infeção pelo vírus for significativo.
De forma a cumprir as regulamentações de vacinas e para ser reconhecido oficialmente, as vacinas contra
a febre-amarela devem ser administradas num centro de vacinação certificado pela OMS aprovado e
registadas num Certificado Internacional de Vacinação.
Este certificado é válido durante 10 anos a partir do 10º dia após a vacinação e imediatamente após a
revacinação.
E. Precauções
A vacina STAMARIL® só deve ser administrada a pessoas que estão/poderão vir a estar em risco de
infeção pelo vírus da febre-amarela ou que devem ser vacinadas para cumprir os regulamentos
internacionais de saúde.
Antes de considerar a administração desta vacina, deve-se ter o cuidado de identificar quem poderá estar
em risco aumentado de reações adversas após a vacinação.
Em imunodeprimidos, se a imunossupressão é temporária, a vacinação deve ser adiada até que a função
imunitária esteja recuperada. Em doentes que tenham recebido corticosteróides durante 14 dias ou mais,
aconselha-se adiar a vacinação até pelo menos um mês após completarem o tratamento.
Crianças com idade compreendida entre os 6 e os 9 meses e indivíduos com mais de 60 anos só devem
ser vacinadas sob circunstâncias especiais (por ex.: durante um surto de maior importância) e com base
em opinião oficial atualizada.
F. Contra-indicações
Reação de hipersensibilidade a qualquer constituinte dos ovos, proteínas de galinha ou qualquer
componente da vacina;
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Reação de hipersensibilidade grave (por ex.: anafilaxia) após uma dose anterior de qualquer vacina
contra a febre-amarela;
Imunossupressão congénita, idiopática ou resultante de tratamento com esteróides sistémicos (superior
à dose padrão de esteróides tópicos ou inalados), radioterapia ou medicamentos citotóxicos;
História de disfunção do timo (incluindo timoma, timectomia);
Infeção sintomática pelo VIH;
Infeção assintomática pelo VIH, quando acompanhada de evidência de função imunitária diminuída;
Idade inferior a 6 meses;
Doença febril grave atual;
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à frutose não devem tomar esta vacina.
G. Reações adversas
Reações locais incluindo dor, eritema, hematoma, endurecimento, edema e reações sistémicas, tais como
pirexia e astenia, são frequentes.
Agente infecioso: a febre tifóide é causada pela bactéria Salmonella typhi (Figura 15), bacilo flagelado,
pequeno, gram-negativo que invade o intestino, perfura a parede e vive a uma temperatura ideal de 37ºC.
Causa uma doença grave, conhecida há milhares de anos, responsável por grandes epidemias.
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Reservatório: Homem.
Via de transmissão: a transmissão ocorre principalmente por via fecal – oral, direta ou indireta (consumo
de água e alimentos contaminados), higiene deficiente ou pelo contato direto com indivíduos doentes ou
portadores da infeção. As bactérias são eliminadas essencialmente pelas fezes, mas também podem
existir na urina, secreções respiratórias e vómitos que são fonte de contágio.
Descrição clínica: doença grave, conhecida há milhares de anos, sendo responsável por grandes
epidemias. Em textos antigos é descrita a possibilidade de causar loucura e morte. É uma doença
exclusivamente humana. Atualmente a infeção é endémica em países em vias de desenvolvimento e está
relacionada com más condições de saneamento básico e higiene deficiente.
A maioria das pessoas infetadas com S. typhi, permanece assintomática durante o período de incubação
que dura cerca de 10-14 dias após ingestão de água ou alimentos contaminados. Após este período, surge
febre que inicialmente é baixa, mas que se torna progressivamente alta e persistente (39-40ºC). Ainda
durante esta fase, também é frequente a seguinte sintomatologia: dor de cabeça, dores no corpo, fadiga,
perda de apetite, náuseas e alteração do trânsito intestinal (diarreia ou obstipação). Também é frequente
a dor de garganta e, por vezes, surgimento de tosse seca. Depois da primeira semana é possível, numa
percentagem significativa de doentes, verificar o aumento do baço e do fígado, e surgimento de manchas
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avermelhadas no tórax. Em 10-20% dos casos, as manifestações neurológicas tornam-se cada vez mais
evidentes: desorientação, delírio, rigidez da nuca, convulsões e, mais raramente, coma.
Em qualquer fase da doença podem ocorrer complicações como perfuração intestinal, hemorragias, entre
outras, decorrentes das lesões causadas pela S. typhi, se bem que sejam mais comuns durante a terceira
semana e em pessoas não tratadas.
Controlo do doente: deve haver eliminação apropriada de fezes e urina de forma a não haver qualquer
contacto com esses produtos, não manipular alimentos e manter-se em casa até que se verifiquem 3
coproculturas negativas. Aconselha-se fazer antibioterapia específica uma vez que reduz o risco de morte,
por encurtar o curso clínico da doença.
B. Prevenção
A febre tifóide é comum em todo o mundo, excepto nos países industrializados. Assim, viajando para
países onde a doença é endémica há que tomar precauções:
Comida bem cozinhada, fruta descascada e bebidas engarrafadas ou fervidas;
Vacinação.
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E. Precauções
A vacina confere proteção contra a febre tifóide causada por S. typhi, mas não conferem proteção contra
doenças causadas por S. paratyphi e outras estirpes de Salmonella não tifóides.
F. Contraindicações
A vacina contra a febre tifóide não deve ser administrada a indivíduos com hipersensibilidade conhecida a
qualquer um dos componentes da vacina, nem a indivíduos que tenham tido manifestações de
hipersensibilidade após administração anterior.
Tal como outras vacinas, a administração de Typhim Vi® deve ser adiada nos indivíduos com doença febril
aguda grave. No entanto, a presença de uma infeção ligeira não é uma contraindicação para a vacinação.
G. Reações adversas
As reações adversas frequentes que podem ocorrer com a administração da vacina contra a febre tifóide
são: cefaleias, náuseas, prurido, febre, dores generalizadas e mal-estar. Após a administração de uma
segunda dose, verificou-se um aumento da incidência da dor e vermelhidão (> 10%) no local de
administração.
As reações locais foram geralmente relatadas durante as primeiras 48 horas e as reações sistémicas
também foram transitórias.
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Agente infecioso: o vírus da gripe é um vírus de RNA da família Orthomyxoviridae e pode ser dos
seguintes géneros: Influenzavirus A, Influenzavirus B, Influenzavirus C, vulgarmente designados por vírus
do tipo A, B e C, em que os dois primeiros são responsáveis por surtos epidémicos. Os Influenzavirus A
são geneticamente instáveis e capazes de infetar diversas espécies de animais incluindo o Homem de
todas as faixas etárias. São responsáveis por desencadear a doença moderada a grave. Os outros dois
tipos, basicamente só infetam o Homem. Os vírus do tipo B são geneticamente mais estáveis sendo
responsáveis por surtos principalmente nas crianças. Os vírus do tipo C não são epidémicos.
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Figura 16 - Influenzavirus B
Fonte: http://www.isg.org.au/index.php/about-influenza/influenza-viruses
Figura 17 - Influenzavirus
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a3/Influenza_virus.jpg
Reservatório:
Tipo A – Pode afetar várias espécies animais: seres humanos, cavalos, porcos e especialmente aves.
Consegue ultrapassar a barreira das espécies e provocar epidemias e pandemias.
Tipo B – Afeta sobretudo o Homem embora já fosse isolado em cães, gatos e porcos.
Tipo C – Só afeta humanos, mas a infeção não é clinicamente relevante.
Via de transmissão: fácil transmissão, de pessoa para pessoa, através das secreções respiratórias
(gotículas emitidas ao falar, tossir ou espirrar). Ocorre 1-2 dias antes do aparecimento dos sintomas até 5-
7 dias depois.
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Descrição clínica: o quadro clínico tem início súbito com febre, geralmente acompanhada de prostração,
tosse, cefaleias, dor de garganta, mialgias, dores articulares e rinorreia. Acompanham estes sintomas a
falta de apetite e a dificuldade em dormir.
Duração dos sintomas: 2-5 dias (geral); tosse e mal-estar podem persistir 2-3 semanas.
Em lactentes e crianças a febre pode ser acompanhada por sonolência, apatia, ausência de reação e
fraqueza, perda de apetite, enjoo, vómitos, diarreia, dores de cabeça, dores de garganta e dores
articulares.
Controlo do doente: a maioria das pessoas infetadas recupera numa ou duas semanas, sem necessidade
de cuidados médicos. No entanto, em crianças pequenas e nos mais idosos com outros problemas de
saúde associados, a infeção pode levar a situações muito complicadas como otites, sinusites, pneumonias
e desidratação bem como o agravamento das doenças crónicas, podendo conduzir à morte.
Frequência: segundo dados da OMS, a gripe infeta anualmente 10 a 20% da população mundial, cerca
de 10% dos adultos e 1/3 das crianças. A nível mundial, a gripe é responsável por 3 a 5 milhões de casos
de doença grave, que conduzem direta ou indiretamente, a 250.000 a 500.000 mortes todos os anos.
Sabemos que em média 2.400 portugueses morrem por gripe todos os anos. Na época 2014-2015,
morreram cerca de 5.000 portugueses por gripe.
B. Prevenção
De um modo geral, a redução do contacto com pessoas infetadas, as boas práticas de higiene pessoal e
a manutenção de boas defesas do organismo conseguidas através da adoção de estilos de vida saudáveis
(alimentação equilibrada, exercício físico regular, descanso adequado, etc.), são fatores muito importantes
que contribuem para a diminuição da infeção pelo vírus da gripe.
A gripe sazonal pode ser evitada através da vacinação. A vacinação diminui muito o risco de infeção e, em
caso de infeção, a gravidade da doença será atenuada.
A vacinação anual deve ser feita sobretudo em indivíduos pertencentes a grupos de risco suscetíveis de
maiores complicações, nomeadamente idosos e pessoas com mais de seis meses que sofram de doenças
crónicas (pulmões, coração, rins, fígado) ou outras que diminuam as resistências às infeções.
A administração da vacina deverá ser realizada a partir de outubro podendo ser feita durante todo o
outono/inverno.
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No início de cada ano, a OMS emite as recomendações para a composição das vacinas na época seguinte.
A vacina trivalente contra a gripe para a época 2015-2016, no Hemisfério Norte, teve a seguinte
composição:
Vírus influenza (inativado, fragmentado) das seguintes estirpes*:
-Estirpe tipo A/California/7/2009 (H1N1)pdm09 (A/Christchurch/16/2010, NIB-74xp) 15 microgramas HA**
-Estirpe tipo A/Switzerland/9715293/2013 (H3N2) (A/Switzerland/9715293/2013, NIB-88) 15 microgramas
HA**
-B/Phuket/3073/2013 15 microgramas HA** por dose de 0,5 ml
* propagado em ovos embrionários de galináceos provenientes de criações saudáveis
** hemaglutinina
Esta vacina cumpre as recomendações da OMS e a recomendação da União Europeia (EU) para a época
2015/2016.
Contraindicações
Vacinas com AIM1 Dose Antigénios
Hipersensibilidade a (além dos excipientes)
Ovos ou proteínas de galinha
0,5ml Vírus Sulfato de neomicina, Canamicina
Fluarix®
fracionado Formaldeído
Deoxicolato de sódio
Ovos ou proteínas de galinha
Gentamicina
Influvac® 0,5ml De superfície Formaldeído
Brometo de cetiltrimetilamónio (CTAB)
Polissorbato 80
Ovos ou proteínas de galinha
0,5ml Vírus Neomicina
Istivac®
fracionado Formaldeído
Octoxinol-9
1
Vacinas licenciadas e comercializadas na época 2015/2016.
Grupos de Risco:
De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS) a vacinação é fortemente recomendada para os grupos
prioritários:
Pessoas com idade ≥ 65 anos;
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Indivíduos com idade ≥ 6 meses com doenças crónicas cardiovasculares, pulmonares, renais,
hepáticas, hematológicas, metabólicas, neuromusculares ou imunitárias;
Grávidas;
Profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados (lares de idosos, designadamente).
Além destes grupos prioritários, a DGS aconselha também a vacinação às pessoas com idade entre os 60
e os 64 anos.
Nota: A vacina contra a gripe é gratuita para todas as pessoas com idade ≥ 65 anos e está disponível nos
centros de saúde. Não necessita de receita médica ou de guia de tratamento para ser administrada nem
de pagamento de taxa moderadora.
D. Esquema de Vacinação
Quadro XXXII. Esquema de vacinação para a vacina contra a Gripe.
Intervalos de
Vacina Idade Doses
administração
E. Precauções
Febre elevada ou infeção ativa.
F. Contraindicações
As principais contraindicações e precauções à vacina trivalente contra a gripe são:
Antecedentes de uma reação grave a uma dose anterior da vacina;
Antecedentes de reação anafilática a qualquer dos componentes da vacina, nomeadamente aos
excipientes ou às proteínas do ovo;
Antecedentes de Síndroma de Guillain-Barré nas 6 semanas seguintes a uma dose anterior da vacina
são considerados contraindicação relativa. A decisão de vacinar deverá ser ponderada caso a caso.
G. Reações adversas
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Cefaleias, artralgias, mialgias, febre, mal-estar, arrepios, fadiga e reações locais (ex.: rubor, edema, dor,
equimose e induração). Estes sintomas, frequentemente descritos, desaparecem após 1-2 dias.
Para se conseguir um conhecimento preciso das estirpes da gripe em circulação em Portugal, o Instituto
Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) emite semanalmente o Boletim de Vigilância Epidemiológica
da Gripe com dados recolhidos e tratados, respeitantes aos casos de gripe detetados e respetivas estirpes
isoladas – Vigilância Epidemiológica da Gripe. Esta informação é veiculada para centros internacionais
para ser compilada com a restante informação mundial. As autoridades como a OMS e a Food and Drug
Administration (FDA), conseguem assim ter dados suficientes para publicar diretivas mundiais (como as
estirpes da gripe para cada região).
I. As pandemias de gripe
As pandemias (Quadro XXXIII), ao contrário das epidemias anuais de gripe têm ocorrido cada 30 a 40
anos. Não têm uma época específica para surgir e, pelos casos anteriores, sabemos que afeta 25-35% da
população mundial. A gravidade depende da virulência do vírus e, embora no início da pandemia não haja
vacinas específicas, nestes casos, é recomendado que toda a população se vacine.
H1N1
Grave
1918-19 Gripe Espanhola ( 20 milhões de mortes em todo o mundo;
(HswN1)
550.000 mortes nos EUA)
Grave
1957-58 H2N2 Gripe Asiática
( 70.000 mortes nos EUA)
Moderada
1968-69 H3N2 Gripe de Hong-Kong
( 34.000 mortes nos EUA)
Gripe A
Desde que, em 17 de abril de 2009 foi identificada, nos EUA, uma nova estirpe do vírus da gripe, designada
como A/Califórnia/7/2009/H1N1, este vírus conheceu uma disseminação mundial, dando origem à
pandemia designada por ‘Gripe A’ que acompanhou o nosso quotidiano durante os meses subsequentes.
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Embora com sintomas idênticos aos da gripe sazonal, os grupos etários mais atingidos foram diferentes,
com predomínio nos indivíduos mais jovens e o período do ano em que surgiu inicialmente (verão) também
não foi o usual.
Por outro lado, esta pandemia também foi diferente nos seguintes aspetos:
Pela primeira vez, na história da humanidade, no decurso de uma pandemia de gripe o conhecimento
que se foi adquirindo sobre a doença circulou praticamente em tempo real, tal como se verificou a
adoção generalizada de medidas de higiene e de controlo da doença.
Pela primeira vez, existiram fármacos antivirais eficazes no tratamento da estirpe pandémica e
conseguiu-se produzir e disponibilizar à população uma vacina eficaz e segura, elemento essencial no
controlo da doença. Deste modo, fruto das características do vírus, entretanto identificadas, e também
das atitudes assumidas pelos vários países, esta pandemia não se revestiu do carácter de gravidade
que os dados iniciais faziam temer. Mesmo assim, em Portugal foram identificados mais de 25.500
casos de ‘Gripe A’, 95% dos quais sem gravidade e 122 mortes, com uma taxa de 9,9 mortes por milhão
de habitantes, durante o período pandémico.
Agente infecioso: o vírus da hepatite A (VHA) (Figura 18) é um vírus pequeno de ARN, sem envelope,
da família Picornavirus e do género Hepatovírus. É estável a pH baixo e só é inativado a temperaturas
elevadas ( 85ºC).
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Via de transmissão: contaminação fecal-oral direta ou indireta por consumo de água ou alimentos
contaminados.
Descrição Clínica: a hepatite A, uma das mais antigas doenças conhecidas pelo ser humano, é uma
doença infeciosa aguda do fígado causada pelo vírus da hepatite A que foi isolado pela primeira vez em
1973 e, é a forma de hepatite mais frequente em todo o mundo. Manifesta-se como uma hepatite aguda
de início súbito, febre alta, mal-estar geral, desconforto abdominal, náuseas, anorexia, urina muito escura
e icterícia. Normalmente a doença não ultrapassa os 2 meses, mas há casos (10-15%) de prolongamento
ou recaídas – até 6 meses ou mais.
A probabilidade de doença assintomática está diretamente relacionada com a idade:
Crianças ≤ 6 anos – 70% infeções assintomáticas;
Crianças > 6 Anos – sintomática e com aparecimento de icterícia na maioria (70%);
No adulto os sintomas são mais frequentes.
A mortalidade da doença é rara, mas quando acontece é por complicações que correspondem a situações
agudas: hepatite A fulminante.
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Controlo do doente: não existem medicamentos antivirais para tratar a hepatite A e o uso de antibióticos
ou corticosteróides é inadequado e ineficaz. A terapêutica é apenas de suporte, com o objetivo de manter
o conforto e o balanço nutricional adequado. Geralmente, consegue-se recuperar completamente sem
terapêutica e o vírus é totalmente eliminado do organismo.
Frequência: a hepatite A é a causa mais frequente de hepatite aguda. O VHA está presente em todo o
mundo e a possibilidade de infeção é inversamente proporcional às condições de saneamento básico e
higiene pessoal. A OMS refere que existem mais de 1,5 mihões de casos anuais distribuídos de acordo
com o mapa da Figura 19.
Figura 19 - Prevalência da hepatite A no mundo. (Adaptada de CDC and Prevention Travelers' Health Yellow Book).
B. Prevenção
Para além de todos os cuidados de higiene pessoal e alimentar, a vacinação de todas as crianças é
recomendada. Existem diretivas internacionais que aconselham a inclusão da vacina nos Planos Nacionais
de Vacinação:
Vacinar todas crianças e adolescentes com menos de 18 anos, não vacinados anteriormente;
Vacinar grupos de risco (utilizadores de drogas injetáveis, comportamentos sexuais de risco,
homossexuais, risco laboral e viajantes por zonas de elevadas taxas de infeção).
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(GSK)
Indicada para crianças desde 1 ano até aos 18 anos de idade.
(GSK)
Indicada para adultos a partir dos 19 anos de idade.
Grupos de risco:
Viajantes para áreas endémicas (4 meses antes da viagem);
Portadores do vírus da hepatite B, vírus da hepatite C ou doença hepática crónica (sobre infeção
aumenta a morbilidade);
Hemofílicos ou doentes que recebam derivados de plasma humano;
Militares;
Toxicodependentes (utilizadores de drogas injetáveis);
Homossexuais;
Risco ocupacional (saúde, alimentar, lixo/esgotos).
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E. Precauções
A administração de qualquer vacina contra o vírus da hepatite A deve ser protelada nos indivíduos com
síndroma febril grave. No entanto, a presença de uma infeção ligeira não constitui uma contraindicação.
Doentes com imunodeficiência podem ter a resposta imunológica comprometida. Em doentes
esplenectomizados, a dose de reforço deve ser administrada 1 a 6 meses após a imunização primária,
devido aos baixos títulos atingidos nessas pessoas. O mesmo se aplica a outras categorias de doentes
imunocomprometidos. É limitada a experiência de vacinação de crianças com menos de 1 ano de idade e
em adultos acima dos 60 anos.
Aquando da administração das vacinas contra o vírus da hepatite A, pode acontecer que os indivíduos
estejam no período de incubação da infeção pelo vírus da hepatite A. Não se sabe se nestas condições
estas vacinas previnem o aparecimento da doença. Nos doentes em hemodiálise e em indivíduos com o
sistema imunitário diminuído, podem não atingir os títulos anti-VHA adequados depois da administração
de uma dose de vacina. Por conseguinte, nestes doentes, pode ser necessário administrar doses
adicionais de vacina.
Não há dados sobre a administração durante a gravidez ou aleitamento materno, pelo que o médico deve
ponderar sobre o assunto.
F. Contraindicações
Hipersensibilidade a qualquer constituinte da vacina.
No caso de doença infeciosa grave com febre, a vacinação com qualquer uma das vacinas contra o vírus
da hepatite A deve ser adiada.
G. Reações adversas
As reações adversas mais frequentes incluem reações locais como sensibilidade, dor, calor, edema, rubor
e equimose, e reações generalizadas que incluem fraqueza/fadiga, febre, dor cutânea, cefaleias, anorexia
diarreia e náuseas. Todos estes sintomas se resolvem habitualmente num prazo de 24h.
Agente infecioso: o vírus da hepatite B (VHB) é um vírus pequeno de ADN (42nm), da família
Hepadnaviridae e do género Orthohepadnavirus, com duplo envelope e numerosos componentes
antigénicos de superfície (AgHBs) e do core (AgHBc) (Figura 20).
O VHB é 10 vezes mais infecioso que o vírus da Hepatite C (VHC), e 100 vezes mais que o vírus da
imunodeficiência humana (VIH) e pode sobreviver fora do organismo por mais de uma semana. O VHB
pode ser encontrado no sangue e em algumas secreções corporais (líquido seminal, secreções vaginais).
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(Fonte: http://www.abcam.com/index.html?pageconfig=resource&rid=13135)
Via de transmissão: o VHB é transmitido entre as pessoas, por contato com sangue ou outros fluidos
corporais (ex.: sémen ou fluido vaginal). O vírus pode sobreviver fora do hospedeiro durante, pelo menos
7 dias à temperatura ambiente, e nesse período mantém o seu poder infecioso.
Formas comuns de transmissão são o contacto com sangue infetado (transfusões sanguíneas, troca de
seringas, etc.), relações sexuais desprotegidas e transmissão perinatal (mãe – recém nascido durante o
parto).
Descrição clínica: a hepatite B é uma das doenças mais frequentes do mundo, estimando-se que mais
de um terço da população mundial já foi infetada. Aproximadamente 350 milhões de pessoas têm infeção
crónica e constituem um reservatório e potencial fonte de infeção. Estes portadores crónicos podem
desenvolver doenças hepáticas graves, como a cirrose e o cancro no fígado.
Cerca de 50% das infeções por VHB são assintomáticas, provocando, apenas, algum cansaço físico.
Quando existem sintomas, estes não são muito característicos: febre, mal-estar geral, dor abdominal do
quadrante superior direito, vómitos, náuseas, anorexia e desconforto (3-10 dias). Mais tarde pode aparecer
urina muito escura, fezes claras, dores articulares, mialgias e passado 1-2 dias icterícia e 1-3 semanas
pode surgir hepatomegália. Um quadro agudo resulta frequentemente em cirrose. As complicações
correspondem a situações agudas como infeção hepática fulminante, cirrose, carcinoma hepatocelular e
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Controlo do doente: não existem medicamentos antivirais para tratar a Hepatite B aguda. O tratamento
possível é de suporte ao doente. O interferão é o tratamento mais eficaz na infeção crónica por VHB e a
taxa de sucesso ronda os 25-50% dos casos. Indivíduos com a doença crónica devem evitar que o seu
sangue ou outros fluidos corporais contactem com outras pessoas. Não devem dar sangue ou partilhar
lâminas ou escovas de dentes com outras pessoas de casa. Nos hospitais, estes doentes devem sempre
ser alvo de precauções específicas.
Frequência: segundo a OMS, cerca de 2 biliões de pessoas no mundo inteiro foram infetadas pelo VHB
e cerca de 350 milhões vivem com uma infeção crónica. Estima-se ainda que cerca de 600.000 morrem
anualmente devido a situações agudas ou crónicas de VHB por todo o mundo. Em Portugal a taxa de
incidência mediana em 1992-1996 (/105) foi igual a 9,82 e em 2004 (/105) foi 0,92, o que se deve ao facto
da vacina ter passado a fazer parte do PNV.
Figura 21 - Distribuição geográfica da infeção crónica VHB e risco de infeção (Adaptado de CDC)
B. Prevenção
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Em Portugal, esta vacina passou a integrar o PNV para todos os adolescentes a partir de 1995, e desde o
ano 2000 passou a ser administrada a todos os recém-nascidos (RN). A vacina é ainda administrada
gratuitamente a todos os grupos de risco. No entanto, ainda existem muitos jovens e adultos (antes de
1995) não vacinados.
Grupos de risco:
Todas as crianças (Vacinação faz parte do PNV);
Crianças e adolescentes menores de 18 anos que não foram vacinados;
Grupos de risco:
o Pessoas com comportamentos sexuais de risco;
o Colegas ou parceiros/companheiros que contactem com pessoas infetadas;
o Toxicodependentes que utilizem drogas por via parentérica;
o Pessoas que fazem terapêuticas com produtos derivados do sangue/plasma;
o Recetores de órgãos (transplantados);
o Risco ocupacional (profissionais de saúde / laboratório);
o Viajantes internacionais para as zonas com elevadas taxas de VHB.
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D. Esquemas de vacinação
A determinação dos marcadores serológicos após vacinação não está recomendada para indivíduos
saudáveis, uma vez que o nível de anticorpos inferior aos níveis recomendados não significa que o
indivíduo não esteja imune contra a hepatite B. No entanto, os testes pós vacinais para determinação do
nível de marcadores serológicos estão recomendados em situações como profissionais de saúde, doentes
hemodializados e indivíduos imunocomprometidos, etc.
A necessidade de uma dose de reforço em indivíduos saudáveis não foi estabelecida, no entanto, se
houver essa recomendação no esquema de vacinação, isso deverá ser respeitado. Os indivíduos
vacinados com sistema imunitário deficiente, cujo nível de anticorpos contra o antigénio de superfície do
vírus da hepatite B (anti-AgHBs) seja inferior a 10 UI/l, devem receber uma dose de reforço.
E. Precauções
Em virtude do longo período de incubação da hepatite B, é possível que uma infeção não reconhecida
esteja presente no momento da vacinação. Nestes casos as vacinas podem não prevenir a hepatite B.
As vacinas não previnem infeções causadas por outros agentes patogénicos conhecidos que possam
infetar o fígado, tais como o vírus da hepatite.
Tal como qualquer vacina, a resposta imunitária protetora pode não ser alcançada em todos os indivíduos
vacinados. Foram observados vários fatores que diminuem a resposta imunitária às vacinas da hepatite
B. Estes fatores incluem sexo masculino, obesidade, tabagismo e via de administração e algumas doenças
crónicas subjacentes. Deve ser considerada a realização de exames serológicos nos indivíduos em risco
de não atingirem a seroproteção após completarem o esquema de vacinação (Quadro XXXVII).
A necessidade de administração de doses adicionais poderá ser considerada nos indivíduos que não
respondam ou que obtenham uma resposta subótima ao esquema de vacinação. Os indivíduos com
doença hepática crónica ou infetados por VIH ou portadores de hepatite C não devem ser excluídos da
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vacinação contra a hepatite B. A vacinação deve ser aconselhada a estes doentes, uma vez que neles a
infeção pelo vírus da hepatite B pode ser grave: a vacinação contra a hepatite B deve ser, assim,
considerada caso a caso pelo médico.
Em indivíduos infetados por VIH, bem como em indivíduos com insuficiência renal, incluindo indivíduos
submetidos a hemodiálise e em indivíduos com o sistema imunitário diminuído, pode não se obter títulos
adequados de anticorpos anti-HBs após o esquema de imunização primária. Estes doentes podem
necessitar de administrações adicionais da vacina.
Não há dados sobre a administração durante a gravidez ou aleitamento materno.
F. Contraindicações
As vacinas contra o vírus da hepatite B não devem ser administradas a indivíduos com hipersensibilidade
conhecida a qualquer um dos seus componentes, ou a indivíduos que tenham tido manifestações de
hipersensibilidade após administração prévia.
Tal como acontece com qualquer outra vacina, a administração destas vacinas deve ser protelada nos
indivíduos com síndroma febril grave. No entanto, a presença de uma infeção ligeira não constitui
contraindicação.
G. Reações adversas
As reações adversas mais frequentes são dor, eritema e tumefação no local de administração.
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Reservatório: Homem.
Via de transmissão: a infeção por HPV é transmitida por contacto epitelial direto com uma pessoa
infetada. A transmissão ocorre normalmente durante a relação sexual, no entanto, não é necessário que
haja penetração para haver transmissão da infeção. Estão também descritos outros tipos de transmissão
como a orogenital e por via vertical, durante o parto, embora esta última seja rara.
As infeções genitais por HPV são muito raras em mulheres que nunca tenham tido relações sexuais
(menos de 2%). O comportamento sexual é o fator que mais influencia a aquisição da infeção: o número
de parceiros sexuais e o início precoce da atividade sexual estão ligados ao risco de contrair uma infeção
por HPV. No entanto, um único parceiro com HPV é suficiente para se poder adquirir a infeção, pois o
índice de infeciosidade deste vírus é elevado.
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Foi já demonstrado que a maioria da população contrai o HPV na adolescência e início da idade adulta,
sendo que o pico da infeção ocorre entre os 15 e os 24 anos. Os fatores de risco mais associados à infeção
por HPV são:
Idade jovem (< 25 anos);
Início precoce da atividade sexual (idade inferior a 16 anos);
Número elevado de parceiros sexuais ou parceiro sexual com múltiplos parceiros.
Período de incubação: é variável, sendo difícil determinar a origem da infeção. No entanto, estima-se
que o período médio varie entre 1 a 20 semanas.
16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 82 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 72, 73, 81
Estes são considerados de “alto risco” porque atuam Os tipos de “baixo risco” podem causar alterações das
como carcinogéneos no desenvolvimento de cancro do células do colo do útero conduzindo a lesões de baixo
colo do útero (são encontrados
em 99% dos CCU3) e grau, lesões genitais externas na vulva e vagina, e ainda
de outros cancros anogenitais como o cancro vulvar, condilomas genitais (verrugas genitais). Raramente são
vaginal, peniano e anal. encontrados associados a cancro.
HPV 16 é o vírus de “alto risco” mais comum. É HPV 6 e 11 são os vírus de “baixo risco” que são
encontrado em cerca de metade dos CCU e é o tipo encontrados com maior frequência nas verrugas
mais comum
em mulheres sem cancro.
HPV 18 é também um tipo de “alto risco” e é genitais (90%).
responsável por cerca de 10% a 12% dos CCU.
Todos os outros tipos de “alto risco” podem ser
associados ao CCU, mas com muito menos frequência
que os HPV 16 e 18. Estes dois tipos, em conjunto, são
responsáveis por cerca de 70 a 75% dos casos de CCU.
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Qualquer indivíduo pode ser infetado após o início da atividade sexual, não sendo necessários
comportamentos de risco. A infeção desaparece espontaneamente em 95% dos casos, mas em 5%
persiste, sendo este um fator de risco elevado para desenvolver lesões precursoras do CCU. Se bem que
a infeção persistente com um HPV de “alto risco” seja uma condição necessária para o desenvolvimento
de CCU, esta condição só por si pode não ser suficiente já que a maioria das mulheres com uma infeção
por HPV não desenvolve cancro. No entanto, na Europa cerca de 321.8 milhões de mulheres com idade
superior a 15 anos correm o risco de desenvolver CCU. Estimativas atuais indicam 59.931 novos casos
anuais, com 29.812 mortes desta doença, fazendo deste tipo de cancro o 2º mais frequente nas mulheres
europeias e o 7º mais frequente entre mulheres europeias entre os 15-44 anos de idade. Estima-se que
6,6% das mulheres europeias, em determinada altura, foram portadoras de infeção por HPV.
B. Prevenção
Prevenção Primária
As medidas de prevenção primária contribuem para a redução da infeção por HPV e diminuição do risco
de evolução para CCU, tais como:
Educação da população implementando estratégias apropriadas que levem à alteração dos
comportamentos no que diz respeito aos fatores de risco para a infeção e cofatores de progressão de
infeção persistente para cancro;
Vacinação.
Prevenção Secundária
As alterações citológicas no colo do útero, as lesões pré-cancerosas e mesmo as fases iniciais de cancro,
são na maioria das vezes assintomáticas. Além disso, a evolução das lesões é lenta e progressiva. Assim,
as medidas de prevenção secundária têm como objetivo a deteção de lesões pré-malignas, pois o
tratamento precoce destas lesões reduz a incidência de CCU. Neste âmbito, a medida mais utilizada é o
rastreio citológico, desenvolvido a partir dos anos 60 por Papanicolaou, que permite a deteção de muitas
lesões pré-cancerosas.
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As recomendações nacionais para o rastreio do CCU, de acordo com o “Plano Nacional de Prevenção e
Controlo das Doenças Oncológicas”, incluem a citologia nas mulheres com idade entre os 25 e os 60 anos
com um intervalo de três anos após dois exames anuais negativos.
Deve salientar-se que a vacinação não elimina a necessidade de rastreio citológico por duas razões:
Cerca de 25% a 30% dos cancros do colo do útero são causados por tipos de vírus não incluídos nas
vacinas;
Como as vacinas não são terapêuticas, as mulheres com infeção ou doença atual, mesmo que
causada por tipos de HPV incluídos nas vacinas, devem ser diagnosticadas e tratadas.
Cervarix® Indicada a partir dos 9 anos de idade para a prevenção das lesões pré-malignas
do colo do útero e do cancro do colo do útero relacionados com determinados
(GSK)
tipos de HPV (16 e 18).
Gardasill® Indicada a partir dos 9 anos de idade para prevenção de:
lesões pré-cancerosas (desenvolvimento celular anómalo) na zona genital (colo
(Sanofi Pasteur MSD) do útero, vulva e vagina) e cancro do colo do útero causados por HPV do tipo 16
e 18.
verrugas genitais externas causadas por HPV dos tipos 6 e 11.
D. Esquema de Vacinação
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Intervalos de
Vacina Idade Doses Reforço
administração
2ª dose
9 - 14 anos administrada
Cervarix® 2 Doses
(inclusive) entre os 5 e os 13 --
vacina bivalente (0,5ml)
meses após a 1ª
(VPH 16 e 18) dose a)
3 Doses
≥ 15 anos 0, 1 e 6 meses b) --
(0,5ml)
2 Doses
0 e 6 meses c) --
Gardasil® (0,5ml)
9 - 13 anos
vacina quadrivalente (inclusive) 3 Doses
0, 2 e 6 meses d) --
(0,5ml)
(VPH 6, 11, 16 e 18)
3 Doses
≥ 14 anos 0, 2 e 6 meses d) --
(0,5ml)
a) Se a 2ª dose for administrada antes do 5º mês após 1ª dose deverá haver 3ª dose.
b) Se for necessária flexibilidade de calendário de vacinação, 2ª dose pode ser administrada entre 1 e os 2,5 meses após a 1ª dose e a 3ª dose
entre os 5 – 12 meses após a 1ª dose.
c) Se 2ª dose for administrada menos de 6 meses após 1ª dose, deverá haver 3ª dose.
d) A 2ª dose deve ser administrada, pelos menos 1 mês após 1ª dose e a 3ª dose, pelo menos 3 meses após a 2ª dose. As 3 doses devem ser
administradas no período de 1 ano.
E. Precauções
As vacinas só devem ser administradas por via IM, tendo as precauções habituais em indivíduos com
trombocitopenia ou alterações da coagulação devido à possibilidade de ocorrência de hemorragia.
Não existem dados suficientes para recomendar a administração das vacinas durante a gravidez. Em caso
de gravidez, a vacinação deve ser adiada até ao final da mesma. Devido à falta de evidência, a
administração da vacina Cervarix® não está recomendada durante o aleitamento, exceto se as possíveis
vantagens forem superiores aos riscos. A vacina Gardasil® pode ser administrada a mulheres que
amamentam.
Deve referir-se que nenhuma das vacinas demonstrou ter efeito terapêutico, pelo que não devem ser
utilizadas no tratamento de qualquer patologia relacionada com HPV.
Não é ainda conhecida a duração da proteção das vacinas.
F. Contraindicações
As vacinas estão contraindicadas em situações de hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer
um dos excipientes. A vacinação deve ser adiada no caso da utente se apresentar com patologia febril
aguda grave. Infeções ligeiras do trato respiratório superior, como constipação ou febre baixa, não
contraindicam a administração das vacinas.
G. Reações adversas
As reações adversas mais frequentemente relacionadas com as vacinas incluem dor, eritema e tumefação
no local de administração e febre. Podem ocorrer também cefaleias, mialgias, artralgias, sintomas
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Não foram observadas reações adversas graves associadas a nenhuma das vacinas durante os ensaios
clínicos.
Agente infecioso: o vírus da raiva (Figura 23) é um vírus de ARN da família Rhabdoviridae e do género
Lyssavirus.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_da_raiva#
/media/File:Rabies_Virus_EM_PHIL_1876.JPG
Reservatório: animais de sangue quente, principalmente mamíferos (ex: cão, gato, macaco, raposa,
coiotes, lobos, morcegos, etc.).
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Via de transmissão: transmite-se ao homem, geralmente, pelo contacto direto (dentada, arranhadela, etc)
com um animal infetado com o vírus rábico (Figura 24).
Período de incubação: o período de incubação no homem pode variar entre dias a 12 semanas,
dependendo de diversos fatores como idade (menor nas crianças), local da mordedura, tipo da ferida
(profunda ou não). No cão, o período de incubação varia entre 20-60 dias.
Descrição clínica: a raiva é uma doença infeciosa causada por um vírus que se instala e multiplica
primeiro nos nervos periféricos (local da dentada) e depois no sistema nervoso central, atingindo
posteriormente as glândulas salivares onde se multiplica e propaga. Por ocorrer em animais e também
afetar o ser humano, é considerada uma zoonose. A evolução da doença ocorre em três fases:
Fase prodrómica ou de início de sintomas - os primeiros sintomas da raiva podem ser muito
semelhantes aos da gripe, incluindo fraqueza geral, desconforto, febre ou dor de cabeça, fotofobia,
desconforto e prurido no local da mordedura. Estes sintomas podem perdurar alguns dias.
Fase neurológica aguda - ao fim de alguns dias os sintomas progridem e surge inquietação,
apreensão, alucinações, salivação e diversos sinais de disfunção do sistema nervoso.
Fase de coma: convulsões, paralisia e coma.
A raiva assume duas formas clínicas - (i) Raiva convulsiva ou furiosa e (ii) Raiva paralítica. Esta última
corresponde ao estádio terminal da infeção. O doente tem hidrofobia que resulta da enorme dificuldade de
deglutição devido ao espasmo doloroso dos músculos do pescoço. Depois de declarada, esta forma clínica
é praticamente incurável e é fatal.
Controlo do doente: limpeza das feridas devidas à mordedura do animal; vacinação; imunoglobulina anti-
rábica; terapêutica sintomática e de manutenção; isolamento rigoroso relativamente à saliva ou objetos
contaminados com saliva do doente; capturar o animal que mordeu e verificar se desenvolve doença.
Frequência: presente em quase todo o mundo. De acordo com dados do CDC, há 55.000 casos de raiva
humana/ano (Ásia e África). Em Portugal não há casos autóctones registados nos últimos anos.
B. Prevenção
Após contacto com animais que se suspeitem serem portadores do vírus da raiva, é essencial que se
observem os seguintes procedimentos (de acordo com a OMS, 1997):
Tratamento imediato das feridas, de modo a remover o vírus da raiva, limpar a ferida imediatamente
com sabão e lavar abundantemente com água. Depois, tratar com álcool (70%) ou solução de iodo.
Profilaxia contra o tétano deve ser implementada quando necessário e administração da vacina contra
a raiva.
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Recorrendo a cuidados médicos adequados, é possível prevenir a raiva nos humanos com uma taxa de
sucesso de 100%.
Existe uma vacina específica e eficaz contra a raiva que deve ser administrada tão cedo quanto possível
após o contacto com o animal infetado com o vírus da raiva. Nesta situação a vacina é administrada em
Centros associados às Administrações Regionais de Saúde. Nas situações de mordeduras múltiplas ou
graves associa-se à vacina uma administração de anticorpos contra o vírus da raiva (imunoglobulinas).
Em casos particulares, como o caso dos veterinários e tratadores de animais, viajantes para países em
que há risco elevado de raiva e exposição prolongada, pode justificar-se fazer a vacina contra a raiva antes
mesmo de se expor ao risco de mordedura. Nestes casos, a vacina é prescrita na consulta de saúde do
viajante nos centros de vacinação internacional e adquirida nas farmácias.
D. Esquema de Vacinação
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E. Precauções
Devem ser tomadas precauções nos indivíduos com história de uma reação de hipersensibilidade grave a
qualquer dos outros componentes de Rabipur®, tais como a proteínas do ovo, poligelina (estabilizante),
anfotericina B, clortetraciclina ou neomicina (que podem estar presentes como vestígios de resíduos);
nestes casos não devem receber a vacina para profilaxia pré-exposição ou tratamento pós-exposição a
não ser que não esteja disponível uma vacina alternativa adequada. Nesta situação todas as
administrações devem ser efetuadas sob monitorização rigorosa e com condições para fazer um
tratamento de emergência.
F. Contraindicações
Profilaxia pré-exposição: Rabipur® não deve ser administrada a indivíduos com antecedentes de uma
reação de hipersensibilidade grave a qualquer dos componentes da vacina. De notar que a vacina contém
poligelina e resíduos de proteínas da galinha e pode conter vestígios de neomicina, clortetraciclina e
anfotericina B.
Profilaxia pós-exposição: Não existem contraindicações para a vacinação quando está indicada a
profilaxia pós-exposição. No entanto, os indivíduos considerados em risco de uma reação de
hipersensibilidade grave devem receber uma vacina alternativa contra a raiva, caso esteja disponível.
G. Reações adversas
As reações adversas mais frequentes são: dor, eritema e tumefação no local de administração, cefaleias,
astenia, mal-estar, febre, arrepios, fadiga, doença do tipo gripal, linfadenopatia e erupção cutânea.
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Agente infecioso: os rotavírus (Figura 25) são vírus de ARN, do género Rotavirus e da família Reoviridae,
infetam o epitélio do intestino delgado e existem 7 serotipos diferentes conhecidos (A-G). Os rotavírus do
serotipo A, o mais comum, é responsável por mais de 90% das infeções em seres humanos.
Figura 25 - Rotavírus
Descrição clínica: os rotavírus infetam as células do intestino delgado e produzem uma enterotoxina que
provoca gastroenterite, diarreia isotónica e desidratação. A infeção pode ser assintomática ou provocar
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Controlo do doente: não existem medicamentos antivirais para tratar a infeção por rotavírus. Os
antibióticos não servem para tratar esta doença.
A infeção por rotavírus pode causar vómitos e diarreia intensos, podendo ocasionar uma desidratação
intensa. Os bebés, crianças e adultos mais velhos e as pessoas com outras doenças, são os que correm
mais perigo de desidratar durante a infeção. A desidratação intensa pode requerer hospitalização para
reposição de fluidos. A melhor forma de prevenção é beber muitos líquidos, de preferência soluções
próprias para rehidratação oral.
Frequência: a infeção por rotavírus é a principal causa de diarreia e de desidratação grave em crianças
em todo o mundo e provoca cerca de meio milhão de mortes todos os anos em crianças com menos de
cinco anos de idade.
De acordo com a OMS, todas as crianças estão em risco de desenvolver um caso potencialmente grave
de gastroenterite por rotavírus. Aos 5 anos de idade, praticamente todas as crianças já tiveram uma infeção
e dois terços destas, mais do que uma vez. O pico da incidência é entre os 6 meses e os 2 anos e a
primeira infeção é a mais grave. Cerca de 50% dos pais de crianças com gastroenterite pediátrica a
rotavírus também são infetados, mas apenas 1/3 virá a desenvolver sintomas.
Na União Europeia, estima-se que cada ano, 87.000 crianças com menos de cinco anos de idade sejam
hospitalizadas e mais de 700.000 tenham consultas médicas devido a Gastroenterite Pediátrica por
rotavírus (GPR). No total, estima-se que 3.6 milhões, das 23.6 milhões de crianças com menos de cinco
anos de idade, sofram anualmente de GPR, na União Europeia.
A GPR ocorre em todo o mundo de forma sazonal. Nas zonas temperadas segue o padrão do vírus da
gripe (outono e inverno) e em 2004 era responsável por 527.000 mortes/ano principalmente nos países
subdesenvolvidos.
B. Prevenção
Medidas de higiene;
Vacinação.
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D. Esquema de Vacinação
4 Semanas (mínimo)
3 Doses
RotaTeq® 1ª Dose – bebés > 6 semanas e até 12
As 3 doses devem ser administradas no
semanas*
prazo máximo de 32 semanas
4 Semanas (mínimo)
2 Doses
Rotarix® 1ª Dose – bebés > 6 semanas e até 16
As 2 doses devem ser administradas no
semanas*
prazo máximo de 24 semanas
* Não se deve iniciar a vacinação depois das 12 semanas de idade
Nota: RotaTeq® pode ser administrado a lactentes que nasceram prematuramente desde que o período de gestação não seja
inferior, no mínimo, a 25 semanas.
Rotarix® pode ser administrado com a mesma posologia em lactentes de pré-termo nascidos, pelo menos, após as 27 semanas
de idade gestacional.
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E. Precauções
RotaTeq® - Não estão disponíveis dados de ensaios clínicos relativos à segurança ou eficácia da sua
administração em crianças imunocomprometidas, crianças infetadas com o VIH ou crianças que
receberam uma transfusão de sangue ou imunoglobulinas nos 42 dias anteriores à administração.
Não estão disponíveis dados de segurança ou eficácia relativamente a crianças com patologia
gastrointestinal ativa (incluindo diarreia crónica) ou atraso no crescimento. A administração de RotaTeq®
deverá ser considerada com precaução nestas crianças quando, na opinião do médico, o retardar a
administração da vacina implicar um maior risco.
Rotarix® - Não há informação sobre a sua segurança e eficácia em lactentes com doença gastrintestinal
ou atraso de crescimento. A administração de Rotarix® pode ser considerada com precaução nestes
lactentes, quando, na opinião do médico, não vacinar acarretar um risco maior.
Não é esperado que a infeção pelo VIH assintomática ou ligeiramente sintomática afete a segurança ou a
eficácia de Rotarix®. Um ensaio clínico realizado num número limitado de lactentes VIH positivos
assintomáticos ou ligeiramente sintomáticos não demonstrou problemas de segurança aparentes.
F. Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. Hipersensibilidade após prévia
administração de vacinas contra rotavírus. História prévia de intussuscepção. Indivíduos com malformação
congénita não corrigida do trato gastrintestinal que poderá predispor para a intussusceção. Indivíduos com
Doença de Imunodeficiência Combinada Grave (SCID). A administração de Rotarix® deve ser adiada nos
indivíduos que apresentem uma doença febril aguda grave. A presença de uma infeção ligeira não constitui
uma contraindicação para a imunização. A administração de Rotarix® deve ser adiada nos indivíduos que
tenham diarreia ou vómitos.
G. Reações adversas
Diarreia, dor abdominal e flatulência.
Agente infecioso: vírus varicela-zóster (VVZ) é um vírus de ADN da familia Herpesviridae (Figura 27) e
do género Varicellovirus, responsável pela doença infeciosa aguda designada por varicela (Figura 28). Tal
como acontece com outros vírus da família Herpesviridae, o VVZ persiste no organismo depois de uma
infeção primária.
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Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_Varicela-
Zoster#/media/File:Varicella_(Chickenpox)_Virus_PHIL_1878_
lores.jpg
Via de transmissão: transmite-se facilmente de pessoa para pessoa, através de secreções respiratórias
(gotículas emitidas pela tosse ou espirros) ou através do contacto direto com as lesões. É muito contagiosa
e cerca de 87% dos contactos resulta numa nova infeção. O período de contágio é de cerca de 10 dias,
começando 1-2 dias antes de aparecerem as primeiras vesículas (muito ricas em vírus) até todas estarem
secas, formando crostas que já não contêm vírus vivos.
Descrição clínica:
Manifestação Primária
Na criança, geralmente não existem sintomas antes do aparecimento das erupções. As erupções têm uma
evolução rápida, passando as lesões da pele por várias fases num período de poucas horas. As primeiras
lesões são manchas de cor rosada (máculas), que se tornam salientes (pápulas), formam pequenas bolhas
com líquido transparente no centro (vesículas) que secam e formam uma crosta. As lesões atingem o
couro cabeludo e as mucosas (boca, garganta, órgãos genitais e conjuntiva, poupam habitualmente a
palma das mãos e a planta dos pés).
As lesões provocam um prurido inicial ligeiro que se torna intenso.
Na infância, a doença é habitualmente benigna, mas podem ocorrer complicações, principalmente em
crianças com problemas na imunidade, doenças crónicas e recém-nascidos.
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As complicações podem originar infeções graves na pele, infeções secundárias por estafilococos ou
estreptococos (fasceíte necrosante e síndroma de choque tóxico), encefalite, hepatite, pneumonia ou
artrite.
No adulto, a manifestação clínica da doença é mais intensa do que nas crianças e existe um período inicial
de sintomas gerais: febre, dores de cabeça e de garganta, mal-estar, dores musculares e falta de apetite,
que precede o aparecimento da erupção.
Controlo do doente:
Nas crianças saudáveis faz-se apenas tratamento sintomático:
Paracetamol para controlar a febre; não deve ser prescrito ibuprofeno, salicilatos e outros anti-
inflamatórios pelo risco de complicações.
Se o prurido for muito intenso pode ser administrado um anti-histamínico oral (as pomadas de anti-
histamínicos tópicas não estão indicadas), banhos de água tépida, secando o corpo com uma toalha
macia sem esfregar, e hidratar a pele. As unhas devem ser mantidas curtas e limpas para evitar lesionar
a pele e não haver infeções secundárias.
Só se houver infeção é que está indicado o uso de antibióticos.
Frequência: a varicela ocorre no mundo inteiro. No entanto, em países em que a vacina faça parte do
PNV (EUA, Austrália, Canadá, Costa Rica, República Dominicana, Alemanha, México, Qatar, Espanha,
Coreia do Sul, Suíça, Emirados Árabes Unidos e Uruguai), registam-se apenas alguns casos pontuais.
Nos climas temperados verifica-se uma maior incidência entre o final do inverno e princípio da primavera.
Apesar de ser uma doença muito comum na infância, não se trata de uma doença inofensiva. Até 1995
nos EUA cerca 4 milhões pessoas/ano (> 90% crianças) eram infetadas; 11.000 eram internadas por ano
(2/3 crianças) e registavam-se 100 mortes/ano (50% crianças). Embora a frequência de varicela em adultos
seja muito inferior ao verificado nas crianças, as complicações nesta faixa etária são 10-20 vezes mais
frequentes e a mortalidade mais elevada. Esta realidade foi alterada com a introdução da vacina no PNV.
B. Prevenção
Evitar o contacto com pessoas que tenham varicela;
Vacinação.
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D. Esquema de Vacinação
E. Precauções
Observou-se a ocorrência da transmissão do vírus da vacina numa taxa muito baixa nos contactos de
indivíduos seronegativos com os vacinados. No entanto, a ocorrência da transmissão não foi confirmada
na ausência de lesões cutâneas associadas à vacina nos indivíduos vacinados.
Em doentes que fizeram imunogobulinas ou transfusão sanguínea, a vacinação deve ser protelada, no
mínimo, por um período de 3 a 5 meses (Varilrix®/Varivax®), devido à probabilidade de imunogenicidade
da vacina ser influenciada pela presença de anticorpos contra a varicela adquiridos passivamente.
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Os salicilatos devem ser evitados durante um período de 6 semanas após a administração da vacina, dado
que têm sido referidos casos de Síndrome de Reye com o uso de salicilatos durante a infeção natural de
varicela.
Os indivíduos que se vacinaram, e devido ao risco de transmissão da estirpe vacinal, devem evitar
contactos com pessoas suscetíveis (grávidas e imunodeprimidos) durante 6 semanas.
F. Contraindicações
Varilrix®:
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes da vacina;
Indivíduos com estadios de imunodeficiência adquirida ou primária, tais como indivíduos com leucemia,
linfoma, discrasias sanguíneas, manifestações clínicas da infeção pelo VIH ou indivíduos a
administrarem tratamento imunossupressor (incluindo doses elevadas de corticosteróides);
Indivíduos com hipersensibilidade conhecida à neomicina; no entanto, antecedentes de dermatite de
contacto à neomicina não constituem contraindicação;
Durante a gravidez.
Varivax®:
Antecedentes de hipersensibilidade a qualquer vacina contra a varicela, a qualquer dos excipientes ou
à gelatina ou neomicina (que podem estar presentes em quantidades vestigiais);
Discrasias sanguíneas, leucemia, linfomas de qualquer tipo ou outras neoplasias malignas que afetem
o sistema circulatório e linfático;
Indivíduos em tratamento com imunossupressores (incluindo doses elevadas de corticosteróides);
Indivíduos com imunodeficiência humoral ou celular (primária ou adquirida), incluindo
hipogamaglobulinemia e indivíduos com sida, ou infeção sintomática por VIH ou uma classe CDC 2 ou
superior, ou uma percentagem de linfócitos T CD4+ específicos da idade <25%;
Indivíduos com antecedentes familiares de imunodeficiência congénita ou hereditária, exceto se a
competência imunitária do potencial recetor da vacina estiver comprovada;
Tuberculose ativa não tratada.
G. Reações adversas
As reações adversas mais frequentes são: dor, vermelhidão e tumefação no local de administração.
Cefaleias, irritabilidade, sonolência, febre, infeções do trato respiratório superior, faringite, tosse, rinite,
linfadenopatia e erupção cutânea tipo varicela (poucas vesículas - 5).
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Agente infecioso: vírus varicela-zóster (VVZ) é um vírus de ADN da família Herpesviridae (Figura 29) e
é responsável pela doença infeciosa aguda designada por varicela (Figura 30).
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADrus_Varicela-
Zoster#/media/File:Varicella_(Chickenpox)_Virus_PHIL_1878_lores.jp
g
Via de transmissão: o vírus volta a entrar em circulação e transmite-se facilmente de pessoa para pessoa,
através de secreções respiratórias (gotículas emitidas pela tosse ou espirros) ou através do contacto direto
com as lesões vesiculares.
Período de incubação: desconhecido uma vez que se trata de uma reativação viral.
Descrição clínica
Manifestação Secundária
A ‘zona’ ou herpes zóster (Figura 30) é uma doença infeciosa causada pela reativação do vírus da varicela.
Esta reativação ocorre, geralmente, vários anos após se ter contraído varicela, com envelhecimento ou
alteração da imunidade.
Quando em criança sofremos varicela, a doença cura na maioria dos casos sem complicações, mas o
vírus fica latente na origem de alguns nervos. Quando os anticorpos e células de memória que se tinham
formado contra eles, diminuem, como em determinadas doenças como a sida ou mais frequentemente
com o envelhecimento (depois dos 50 anos), o vírus pode voltar a manifestar-se na área do corpo onde o
nervo infetado tem as suas terminações.
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Nessa área surge no princípio do quadro clínico prurido, formigueiro, hipersensibilidade dolorosa e
posteriormente dor. Pode surgir mal-estar, febre, dor de cabeça, aumento de volume e dor nos gânglios
linfáticos locais. Na pele aparecem manchas vermelhas salientes (pápulas) que evoluem para vesículas,
depois para crosta e que finalmente secam e curam. A evolução demora em média 2-5 semanas.
Contudo, importa referir que os problemas colocados pela zona podem ir muito para além destes
incómodos. De facto, a zona pode afetar diversos nervos sendo, por esta razão, algumas vezes causa de
cegueira, paralisia facial, surdez, vertigens e dor neuropática. Outras vezes, particularmente nos indivíduos
com mais de 60 anos, após a resolução cutânea da zona, a dor pode persistir, constituindo o que se
designa por nevralgia pós-herpética. Esta dor pode tornar-se crónica, comprometendo a qualidade de vida
do doente, sendo habitualmente resistente ao tratamento analgésico convencional. Requer
frequentemente o recurso a tratamento médico especializado em Unidades de Dor, existindo atualmente
medicamentos eficazes no controlo deste tipo de dor neuropática.
Controlo do doente: o tratamento antiviral pode encurtar a duração e gravidade da doença e pode
diminuir a ocorrência da nevralgia pós-herpética. A nevralgia pós-herpética pode ser tratada com
medicamentos e técnicas de intervenção terapêutica que controlam a dor.
Frequência:
A zona é uma doença muito frequente. Na União Europeia estimam-se 1,5 milhões de casos de zona por
ano e nos EUA 500.000 - 1 milhão casos/ano.
B. Prevenção
Vacinação.
D. Esquema de Vacinação
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Zostavax® 50 Anos 1 --
E. Precauções
A alergia à neomicina manifesta-se geralmente sob a forma de dermatite de contacto. Contudo,
antecedentes de dermatite de contacto devida à neomicina não constituem uma contraindicação para
receber vacinas de vírus vivos.
Zostavax® não está indicado no tratamento do herpes zóster ou da nevralgia pós-herpética.
Deverá considerar-se o adiamento da vacinação em caso de febre.
A vacinação com Zostavax® poderá não resultar na proteção de todos os indivíduos vacinados.
A segurança e a eficácia do Zostavax® não foram estabelecidas em adultos com infeção conhecida pelo
VIH, com ou sem evidência de imunossupressão.
Nos ensaios clínicos realizados com Zostavax®, não foram referidos casos de transmissão do vírus da
vacina. Contudo, a experiência pós-comercialização com as vacinas contra a varicela sugere que a
transmissão do vírus da vacina pode ocorrer raramente entre indivíduos vacinados que desenvolvem uma
erupção cutânea do tipo varicela e contactos suscetíveis (por exemplo, criança suscetível ao VVZ, neto do
vacinado). Tem também sido referida a transmissão do vírus da vacina a partir de indivíduos vacinados
com a vacina contra a varicela que não desenvolveram uma erupção cutânea tipo varicela. Trata-se de um
risco teórico da vacinação com Zostavax®. O risco de transmissão do vírus atenuado da vacina para um
indivíduo suscetível deve ser considerado em função do risco de desenvolvimento natural de herpes
zóster, que pode ser transmitido a um indivíduo suscetível.
F. Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa, a qualquer dos excipientes ou a vestígios residuais (ex.
neomicina);
Estados de imunodeficiência primária e adquirida devidos a situações tais como: leucemias agudas e
crónicas; linfomas; outras condições que afetem a medula óssea ou o sistema linfático;
imunossupressão devida ao VIH/SIDA; deficiências imunocelulares;
Terapêutica imunossupressora (incluindo doses elevadas de corticosteróides). Contudo, Zostavax® não
está contraindicado para utilização em indivíduos medicados com corticosteróides tópicos/de inalação
ou com doses baixas de corticosteróides administradas por via sistémica ou em doentes que recebem
corticosteróides como terapêutica de substituição (ex.: para a insuficiência supra-renal);
Tuberculose ativa não tratada;
Após a vacinação, a gravidez deve ser evitada durante 1 mês;
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G. Reações adversas
As reações adversas mais frequentes são: dor, hematoma e tumefação no local de administração.
Também podem ocorrer cefaleias, febre, eritema.
Twinrix®
Pode administrar-se uma
(GSK) > 16 anos 3 Doses 0, 1 e 6 meses*
(1ml) dose de reforço ou de uma
vacina separada da hepatite
Twinrix® A ou B, de acordo com as
Pediátrico recomendações oficiais.
1-15 anos 3 Doses 0, 1 e 6 meses
(GSK)
(0,5ml)
*Em casos excecionais, as três injeções podem ser administradas ao longo de três semanas, para os adultos que necessitam de
uma proteção rápida antes de viajar. Nestes casos, recomenda-se uma 4ª administração, 12 meses após a primeira dose.
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Quem viaja contacta com novos ambientes, expondo-se a alterações condicionadas pelo clima, altitude e
agentes transmissores de doenças que podem pôr em risco a sua saúde. Estes riscos podem ser
minimizados se o viajante agir de forma informada e preventiva, tomar as devidas precauções antes,
durante e após a viagem.
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Existem consultas e centros de vacinação internacional em todo o país. De seguida, indicam-se alguns
dos centros existentes e informa-se que a listagem completa está disponível no site do Portal da Saúde.
Em Lisboa:
1. Centro de Vacinação Internacional da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do
Tejo
Agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Norte
Centro de Saúde de Sete Rios
Largo Prof. Arnaldo Sampaio
1549-010 Lisboa
Telefone: 217 211 836
Fax: 217 211 802
Consultas - Com marcação prévia
Horário: terça e quinta-feira - das 9h30 às 13h30.
Vacinação internacional - O utente deve ser portador de prescrição médica das vacinas a efetuar.
Horário: Todos os dias úteis, das 9 às 13 horas e das 13h30 às 15h30, por ordem de chegada.
Documentos necessários: Cartão do Cidadão ou Bilhete de Identidade e documento com o n.º do
utente, Boletim Individual de Saúde/Vacinas e Certificado Internacional de Vacinações (se já o tiver).
Na Zona Norte:
3. N.º 1 - Centro de Vacinação Internacional do Porto
Avenida Rodrigues de Freitas, 108 – Porto
Telefone: 222 002 540
Fax: 220 411 802
E-mail: cvi@csbatalha.min-saude.pt
Horário de atendimento: Adultos: segunda a quinta-feira, das 9 às 13 horas e das 14 às 18 horas;
sexta-feira, das 14 às 17 horas;
Crianças: segunda-feira (quinzenalmente), das 9 às 13 horas.
Na Zona Centro:
4. N.º 1 - Coimbra - Serviço de Sanidade Internacional
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Na Zona Sul:
5. Centro de Saúde de Faro
Urbanização Graça Mira
Lejana de Cima
8009-003 Faro
Telefone: 289 830 351
Fax: 289 830 397
Consultas: quinta-feira, das 14 às 16 horas.
Vacinação Internacional, horário: segunda-feira, das 14h30 às 17h30; terça-feira, das 9h30 às 12h30;
quarta-feira, das 14h30 às 17h30; sexta-feira, das 9h30 às 12h30.
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Os medicamentos podem ser administrados por diversas vias incluindo a via oral, tópica e parentérica,
com propósitos profiláticos ou curativos.
Apesar de existirem poucos medicamentos que tenham administração exclusiva por via parentérica, existe
uma diversidade dos quais que podem ser administrados por esta via.
A administração de injetáveis é um dos procedimentos em saúde mais frequentes, sendo estimada uma
administração mundial de 12 biliões, anualmente (95% correspondentes a medicamentos e 5% a
imunizações).
Para garantir a administração segura de medicamentos deverá sempre ser aplicada a regra dos 5 Cs,
certificando-se que se trata do:
Medicamento certo;
Dose certa;
Utente certo;
Via de administração certa;
Horário certo.
Para isso é indispensável conferir a prescrição médica que não deverá omitir nenhum dos pontos acima
mencionados.
O farmacêutico, embora não sendo responsável pela prescrição dos medicamentos, deve conhecer todos
os aspetos e fases envolvidas no processo, a fim de evitar erros e enganos, com prejuízos para o utente.
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A administração parentérica de medicamentos constitui um procedimento invasivo que deve ser realizado
com técnicas rigorosas de assépsia.
Estas práticas são medidas que foram determinadas de forma a proteger os utentes, os profissionais de
saúde e a comunidade.
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Não retirar a agulha da seringa depois de usada (devem ser imediatamente colocadas no contentor
adequado – grupo IV);
O contentor deve estar próximo da mesa de trabalho ou do local onde é realizado o procedimento;
Evitar o re-encapsulamento de agulhas e outras manipulações desnecessárias;
Recolher seringas e agulhas usadas para os contentores de recolha de resíduos adequados que não
devem ser cheios acima do limite indicado pelo fabricante.
A apresentação dos medicamentos injetáveis pode ser em ampola, em frasco ou em unidades de injeção
descartáveis.
A ampola é um recipiente de vidro que contém uma dose única de medicação, na forma líquida. Existem
ampolas de diversos tamanhos (de 1 a 10 ml ou mais).
O gargalo da ampola é concebido para ser quebrado com uma leve pressão, para permitir o acesso ao
medicamento. O conteúdo é facilmente aspirado, porque não há vácuo dentro da ampola.
Um frasco é um recipiente de vidro que pode conter uma única ou múltiplas doses. O frasco tem uma
tampa de borracha que pode ser perfurada com uma agulha, depois de retirado o selo da anilha que a
envolve.
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Podem existir frascos com conteúdo em líquido ou em pó. Os medicamentos que são instáveis em solução
são fornecidos secos. Neste caso o frasco é acompanhado de uma ampola com o solvente (i.e. água
destilada ou soro fisiológico).
Ao contrário da ampola, o frasco é um sistema fechado e, como tal, é necessária a injeção de ar para
permitir a retirada da solução.
A seringa descartável, previamente cheia com uma dose única, está pronta a ser aplicada.
MEDICAMENTO EM AMPOLA
Passos Fundamentação
3. Bater levemente com o dedo no gargalo da ampola, a Administrar a dose exata da substância.
fim de drenar o líquido para a sua base.
4. Colocar uma compressa seca à volta do gargalo e Impedir que se misture qualquer líquido
quebrá-lo com uma ligeira pressão, afastando as mãos embebido na compressa com o conteúdo da
do corpo. ampola;
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Passos Fundamentação
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7. Injetar o volume de ar da seringa no frasco. Provocar uma pressão positiva no frasco, para
facilitar a aspiração do volume necessário de
medicamento.
8. Inverter o frasco, mantendo a extremidade da agulha
abaixo do nível do fluido e aspirar o volume pretendido. Evitar a aspiração de ar.
12. Deitar fora o restante material usado nos contentores Promover o correto tratamento dos resíduos.
adequados.
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MEDICAMENTO EM PÓ
Passos Fundamentação
4. Colocar uma compressa seca à volta do gargalo e Impedir que se misture qualquer líquido
quebrá-lo com uma ligeira pressão, afastando as mãos embebido na compressa com o conteúdo da
do corpo. ampola;
Impedir que os estilhaços de vidro provoquem
traumatismo nos dedos do profissional.
5. Aspirar o solvente da ampola, puxando suavemente o
êmbolo.
6. Retirar o selo da tampa de borracha do frasco que Aceder a uma superfície estéril, para perfurar
contém a substância em pó. com a agulha.
7. Injetar o solvente para dentro do frasco com uma agulha
de aspiração.
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10. Retirar a agulha de aspiração e colocá-la no contentor Evitar acidentes e promover o correto
de cortantes. tratamento dos resíduos.
11. Adaptar uma nova agulha na seringa. Evitar que o medicamento residual das
paredes externas da agulha de aspiração
entre em contacto com os tecidos, reduzindo a
dor e a inflamação.
12. Colocar a seringa preparada num tabuleiro ou numa Prevenir a contaminação do medicamento.
bancada limpa
13. Deitar fora o restante material usado nos contentores Promover o correto tratamento dos resíduos.
adequados.
Os medicamentos podem ser administrados por diferentes vias, de acordo com o local onde se pretende
a ação, com a rapidez e duração do efeito desejado e com as propriedades químicas e físicas da própria
substância.
Uma vez que os medicamentos administrados por via parentérica atuam mais rapidamente, e podem,
algumas vezes, provocar efeitos tóxicos irreversíveis, o profissional de saúde deverá ser extremamente
rigoroso ao administrar e preparar estes fármacos.
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Tecido
Tecido subcutâneo Derme
muscular
O volume habitual a ser administrado por esta via é de 3 a 5 ml (ou 2 ml no caso de crianças, idosos ou
utentes magros).
Antes de escolher o local para administrar a medicação ou de realizar uma punção, o profissional deve
considerar:
Ausência de lesões, cicatrizes ou processos inflamatórios na região;
Localização de grandes nervos e vasos sanguíneos;
Condição da massa muscular;
Tipo, quantidade e características da medicação.
Para a administração de fármacos por via IM, existem diferentes locais possíveis:
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Região ventro-glútea – Esta região envolve os músculos médio glúteo (Figura 32) e pequeno glúteo,
cuja localização é profunda e afastada dos nervos e grandes vasos. É o local de eleição para
medicamentos administrados em volumes maiores (ex.: antibióticos), mais viscosos e irritantes.
Deltóide – Músculo de acesso fácil. Usado apenas para pequenos volumes de medicação (0,5 a 1 ml)
ou quando não há acesso a outros locais. Em muitos adultos este músculo está pouco desenvolvido.
Pode provocar lesão dos nervos radial e cubital. É mais utilizado para imunizações.
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Se existir a necessidade de administrar mais do que uma vacina na mesma altura, esta administração
deve ser realizada em locais anatómicos distintos (ex. em cada um dos músculos deltóide, direito e
esquerdo). A administração também pode ser realizada no mesmo membro desde que os locais de
injeção estejam distanciados de 2,5 a 5 cm, para que as reações locais eventuais possam ser
diferenciadas.
A administração de fármacos por via IM requer seringas e agulhas de tamanho apropriado. A agulha
deverá ter um comprimento que atinja o tecido muscular profundo sem que se atinja nervos, vasos
sanguíneos ou estruturas ósseas.
Os quadros LI e LII ajudam à escolha da agulha em função da idade e do local anatómico de administração.
Quadro LII. Comprimento da agulha e local de eleição para administração de vacinas por via IM
O calibre da agulha depende normalmente do comprimento da mesma. Geralmente, para a maioria dos
produtos biológicos e soluções aquosas utiliza-se 23-27G e para soluções oleosas um calibre de
18-23G. Para a administração de vacinas o calibre é geralmente de 23G.
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Passos Fundamentação
Vasto externo
Região ventro-glútea
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Região dorso-glútea
Deltóide
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4. Escolher o comprimento da agulha, de acordo com a Assegurar que a inoculação vai ser no tecido
idade da criança ou a estatura do adulto. desejado.
5. Desinfetar o local anatómico com uma compressa Diminuir a carga biológica da pele (as
embebida em álcool a 70º. Deixar evaporar. proteínas das bactérias ficam desnaturadas);
Prevenir sensação de queimadura nos
tecidos.
6. Retirar a bainha da agulha, segurando apenas no seu Prevenir a infeção dos tecidos.
canhão. O corpo tem que se manter estéril.
7. Puxar a pele para baixo e para o lado, cerca de 2,5 a 3,5cm, Reduzir o desconforto e a incidência de
com a mão não dominante. Manter a pele esticada. lesões.
Permitir a técnica de injeção em Z.
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9. Inserir a agulha com um movimento firme. Garantir que a agulha não perfurou um
Segurar a seringa e aspirar* durante, pelo menos, 5 a 10 pequeno vaso.
segundos.
Se não aparecer sangue na seringa: Diminuir a dor e o desconforto.
Injetar a medicação devagar, a uma velocidade de 1mL
por cada 10 segundos;
Se aparecer sangue na seringa:
Retirar o sistema, deitá-lo fora e preparar outra dose para
injeção.
* No caso de vacinas não é obrigatória a aspiração uma vez que nos locais
preferenciais para a sua injeção não se encontram vasos sanguíneos de grande
calibre.
10. Aguardar 10 segundos, após a inoculação, antes de retirar Permitir que a substância injetada se deposite
a agulha. no músculo e comece a difundir-se.
11. Retirar a agulha rapidamente e libertar a pele. Selar o trajeto da agulha, à medida que a pele
vai sendo libertada (os tecidos sobrepõem-se
uns aos outros em Z).
13. Deitar a seringa e a agulha para o contentor de cortantes. Evitar acidentes e promover o correto
tratamento dos lixos.
14. Retirar as luvas e lavar as mãos.
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Vários estudos indicam que as administrações por via IM têm desvantagens/riscos que devem ser
consideradas, tais como formação de abcessos, infiltrações no tecido subcutâneo, fibrose, contratura
muscular, lesão articular, dor (com ou sem irradiação), hematomas ou necrose.
As injeções por via IM deverão ser evitadas em utentes com alterações da coagulação (incluindo os
medicados com anticoagulantes orais) pelo elevado risco de formação de hematoma. No caso de ser
indispensável, deverá ser utilizada uma agulha fina de calibre 23G (ou menos) e deverá ser aplicada
uma pressão firme durante 2 minutos após a administração.
Derme
Tecido muscular
Tecido subcutâneo
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No caso de imunizações é utilizada a região do vasto externo (nas crianças com menos de 1 ano de
idade) e do tricípete braquial (nos adultos).
O local de administração deve estar íntegro, sem sinais de infeção, lesões cutâneas, cicatrizes, e afastado
de proeminências ósseas, grandes massas musculares ou nervos.
O peso corporal influencia a espessura da camada subcutânea e, portanto, a seleção do comprimento da
agulha e do seu ângulo de inserção. O comprimento ideal corresponde aproximadamente a metade da
largura da prega cutânea que se obtém entre o polegar e o indicador.
As agulhas mais utilizadas são as de calibre 25G, com 16 mm ou 21 mm de comprimento*.
O ângulo de inserção da agulha deve ser de 45º (embora possa ser de 90º se a prega cutânea tiver
mais de 50 mm de espessura).
Passos Fundamentação
4. Escolher o comprimento da agulha, de acordo com a prega Assegurar que a inoculação vai ser no tecido
cutânea obtida entre o polegar e o indicador. desejado.
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5. Desinfetar o local anatómico com uma compressa Diminuir a carga biológica da pele (as
embebida em álcool a 70º. proteínas das bactérias ficam desnaturadas);
Deixar evaporar. Prevenir sensação de queimadura nos
tecidos.
6. Segurar a compressa entre os dedos da mão não Manter a compressa acessível, quando se
dominante. retira a agulha.
7. Retirar a bainha da agulha, segurando apenas no seu Prevenir a infeção dos tecidos.
canhão. O corpo tem que se manter estéril.
8. Segurar a seringa entre o polegar e o indicador da mão Assegurar que o produto penetra no tecido
dominante como se fosse um dardo. subcutâneo.
Fazer uma prega cutânea com a mão não dominante e
inserir a agulha rápida e firmemente num ângulo de 45º ou
90º, conforme a largura da prega cutânea.
9. Desfazer a prega, segurar a seringa e aspirar durante, pelo Garantir que a agulha não perfurou um
menos, 5 a 10 segundos (exceto no caso da administração pequeno vaso.
de insulina ou heparina em que não deve ser realizada Garantir que o fármaco é administrado pela
aspiração). via prescrita.
Se não aparecer sangue na seringa: Promover o conforto e prevenir a lesão
Injetar a substância devagar, a uma velocidade de 1ml por tecidular.
cada 10 segundos;
Se aparecer sangue na seringa:
Retirar o sistema, deitá-lo fora e preparar nova seringa.
10. Aguardar 10 segundos, após a inoculação, antes de retirar Permitir que o produto inoculado se deposite
a agulha. no tecido subcutâneo e comece a difundir-
-se.
11. Retirar a agulha rapidamente, colocando a compressa, que Ajudar à absorção do sangue.
está entre os dedos do profissional, sobre o local da Desinfetar o local da punção.
punção.
12. Colocar um penso rápido sobre o local da punção. Proporcionar conforto à pessoa.
13. Deitar a seringa e a agulha para o contentor de cortantes. Evitar acidentes e promover o correto
tratamento dos resíduos
14. Retirar as luvas e lavar as mãos.
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Os locais ideais para este tipo de injeções são a face interna do antebraço e o dorso.
Passos Fundamentação
4. Manter o cotovelo estendido e apoiar o antebraço numa Estabiliza o local da injeção para um acesso
superfície plana (selecionar locais 5 cm abaixo espaço mais fácil.
antecubital e um palmo acima do punho).
5. Desinfetar o local anatómico com uma compressa Diminuir a carga biológica da pele (as
embebida em álcool a 70º. proteínas das bactérias ficam desnaturadas);
Deixar evaporar. Prevenir sensação de queimadura nos
tecidos.
6. Segurar a compressa entre os dedos da mão não Manter a compressa acessível, quando se
dominante. retira a agulha.
7. Retirar a bainha da agulha, segurando apenas no seu Prevenir a infeção dos tecidos.
canhão. O corpo tem que se manter estéril.
8. Segurar a seringa entre o polegar e o indicador da mão Assegurar que o produto penetra na derme.
dominante, com a ponta do bisel para cima.
9. Com a mão não dominante, esticar a pele acima do local A agulha penetra na pele esticada com mais
selecionado com o indicador ou polegar. Inserir lentamente facilidade.
com um ângulo de 5 a 15 graus até que seja sentida Garante que a ponta da agulha está na
resistência. Avançar a agulha através da epiderme e derme.
aproximadamente 3 mm abaixo da superfície da pele.
10. Injetar o medicamento lentamente. Normalmente sente-se Promover o conforto e prevenir a lesão
uma resistência. Se não acontecer a agulha está muito tecidular.
profunda devendo recomeçar o procedimento.
11. Observar o aparecimento de uma pequena bolha na A bolha indica que o medicamento foi injetado
superfície da pele. na derme.
12. Retirar a agulha colocando a compressa, que está entre os Desinfetar o local da punção.
dedos do profissional, sobre o local da punção.
13. Deitar a seringa e a agulha para o contentor de cortantes. Evitar acidentes e promover o correto
tratamento dos resíduos.
14. Retirar as luvas e lavar as mãos.
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A insulina é uma molécula proteica segregada normalmente pelas células ß do pâncreas. Necessita ser
administrada exogenamente nos diabéticos, dela necessitados para o seu equilíbrio metabólico, por ser
destruída pela ação do pH gástrico.
Nas canetas injetoras, a cada unidade da caneta corresponde 1 UI de insulina a 100 Ul/ml. Este é um
método prático, que corresponde a uma modificação das seringas, em que as doses são facilmente
medidas e injetadas. Deve esperar-se uns segundos, após injetar, para que a insulina não recolha ao
frasco devido ao vácuo do êmbolo. Algumas estão mesmo adaptadas para a utilização por invisuais.
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A terapêutica com heparina é utilizada para garantir a anticoagulação, podendo esta ser administrada por
via subcutânea ou endovenosa.
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8.1. DEFINIÇÃO
O termo anafilaxia designa uma reação alérgica ou de hipersensibilidade aguda, severa e generalizada
com risco de vida. O termo anafilaxia foi usado pela primeira vez, em 1902, por Charles Richet quando
observou que uma segunda inoculação de uma vacina contra uma anémona num cão, provocou a sua
morte.
O termo deriva do grego a-contra, filaxia-imunidade, proteção.
A nomenclatura tradicional reserva o termo “reação anafilática” para as reações mediadas por Ig-E e o
termo “reação anafilatóide” para as reações não mediadas por Ig-E, mas que são clinicamente
indistinguíveis.
Por definição, a reação anafilática resulta da libertação de mediadores químicos endógenos na sequência
de reação entre anticorpos Ig-E da superfície celular (mastócitos e basófilos) e um antigénio que tenha
sido reintroduzido, ou seja, no contexto de um segundo contacto com o antigénio (por exemplo um
medicamento). Assim, não pode ocorrer uma “reação anafilática” numa primeira administração;
poderá ocorrer numa segunda administração, ou em administração subsequente, inclusivamente até
anos após o 1º contacto com o alergénio, sendo mais comum entre alguns minutos a 2 horas após o
contacto.
A reação anafilatóide diz respeito a reações que implicam a libertação dos mesmos mediadores químicos,
mas sem a intervenção de anticorpos Ig-E.
8.2. EPIDEMIOLOGIA
Morbilidade
Nem sempre os sinais de anafilaxia são reconhecidos, o que implica que as estatísticas disponíveis não
reflitam exatamente a realidade.
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O American College of Allergy, Asthma and Immunology Epidemiology reunindo um elevado número de
estudos internacionais, concluiu que a frequência geral se estima entre 30 a 950 casos/100.000
pessoas/ano.
Na população inglesa em particular, tem-se verificado uma subida acentuada na taxa de admissão
hospitalar por anafilaxia, tendo passado de 0,5 para 3,6 admissões por 100.000 habitantes entre 1990 e
2004 (um aumento de 700%). Estima-se atualmente que 1 em cada 1.333 habitantes do Reino Unido já
viveu uma situação de anafilaxia na sua vida.
A anafilaxia causada pela administração de vacinas é extremamente rara, calculando-se existir 1 caso
em 1 milhão de vacinas administradas.
Mortalidade
Calcula-se que, nos EUA, 0,65-2% dos doentes com reação anafilática morram. Nestas mortes incluem-
se:
Reações anafiláticas por alimentos: causam 150 mortes/ano;
Reações anafiláticas severas por administração de penicilina: ocorrem 1-5 casos/10.000 doentes,
resultando a morte de 1 doente em cada 50 a 100.000;
Reações anafiláticas causadas por picada de inseto: causam 25-50 mortes/ano.
No Reino Unido, morrem cerca de 20 doentes/ano por anafilaxia; metade dos episódios fatais têm causa
iatrogénica (fármacos anestésicos e antibióticos administrados por via endovenosa, em ambiente
hospitalar), enquanto que os alimentos e as picadas de inseto contribuem com ¼ das mortes,
respetivamente.
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A morte pode ocorrer rapidamente. Entre 1992 e 2001, no Reino Unido, um estudo revelou que o
intervalo de tempo entre o início do quadro anafilático e a paragem cardiorespiratória foi de 25-35
minutos para os alimentos, 20 minutos para os fármacos, cerca de 15 minutos para as picadas de inseto
e 5 minutos para casos de anafilaxia por fármacos administrados por via endovenosa (EV) em contexto
hospitalar.
A anafilaxia pode ser desencadeada por virtualmente qualquer tipo de fármaco ou alimento. No entanto,
entre os fatores desencadeantes mais frequentes, incluem-se:
Picadas de inseto: vespas, abelhas;
Frutos secos: amendoins, amêndoas, avelãs, etc.;
Alimentos: leite (+++vaca), soja, peixe, marisco, caracóis, morango, kiwi, banana;
Antibióticos: betalactâmicos, penicilina, cefalosporinas, anfotericina, ciprofloxacina, vancomicina;
Fármacos anestésicos: suxametónio, vecurónio, atracúrio;
Outros fármacos: AINE’s, IECA, gelatinas, protamina, vitamina k, petidina, anestésicos locais, etc.;
Vacinas: a anafilaxia causada pela administração de vacinas é extremamente rara, calculando-se
existir 1 caso em 1 milhão de vacinas administradas;
Meios de contraste radiológico: iodados, tecnécio, fluoresceína;
Outros: látex, detergentes e produtos de dermocosmética.
8.4. PATOFISIOLOGIA
Quando se dá a desgranulação dos mastócitos e dos basófilos, por mecanismo mediado ou não por Ig-E,
verifica-se a libertação de histamina, leucotrienos, prostaglandinas e fator de ativação plaquetário.
A resposta fisiológica a estes mediadores inclui: espasmo do músculo liso do aparelho respiratório e do
aparelho gastrintestinal, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e estimulação das
terminações nervosas.
Estas respostas levam ao aparecimento dos sintomas clássicos da anafilaxia: rubor, angioedema,
prurido, broncospasmo, edema laríngeo, cólicas abdominais, náuseas, vómitos e diarreia.
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Figura 37 - Anafilaxia
O diagnóstico de reação anafilática está facilitado quando uma pessoa é exposta a um alergénio
identificado e subitamente desenvolve um quadro de alterações cutâneas, dificuldade respiratória e
alterações cardiovasculares.
A falta de uma manifestação clínica tão evidente, e a possibilidade de apresentações variadas, torna o
diagnóstico mais difícil. Existe uma variedade de sinais e sintomas que se podem manifestar isoladamente
ou em simultâneo e que não são exclusivas de anafilaxia. No entanto, certas combinações dos referidos
sinais e sintomas tornam o diagnóstico de anafilaxia mais provável.
Estamos perante uma situação de anafilaxia quando a reação sistémica grave apresenta, pelo menos,
um dos três critérios clínicos seguintes, de acordo com os consensos:
1. Início súbito (minutos a horas) com envolvimento da pele e/ou mucosas (ex: pápulas generalizadas,
prurido, flushing, edema dos lábios, da língua ou da úvula) e pelo menos um dos seguintes:
a) Compromisso respiratório: dispneia, sibilos, broncospasmo, estridor, diminuição do volume
expiratório;
b) Hipotensão ou sintomas associados à disfunção de órgão terminal (ex: hipotonia, colapso,
síncope, incontinência).
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2. Ocorrência de dois ou mais dos seguintes sinais, após exposição a um alergénio provável para
aquele doente (minutos a horas):
a) Sinais ou sintomas mucocutâneos (ex: pápulas, exantema pruriginoso, edema dos lábios, língua
e úvula);
b) Compromisso respiratório (ex.: dispneia, sibilos, broncospasmo, estridor, diminuição do volume
respiratório, hipoxémia);
c) Hipotensão ou sintomas associados (ex.: hipotonia, colapso, síncope, incontinência);
d) Sintomas gastrintestinais persistentes (dor abdominal tipo cólica, vómitos).
3. Hipotensão após exposição a um alergénio conhecido para aquele doente (minutos a horas):
a) Lactentes e crianças pressão arterial baixa ou diminuição da pressão arterial sistólica >30%.
b) Adultos: pressão arterial sistólica < 90 mmHg ou diminuição de 30% do valor habitual.
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Podem surgir sinais de disfunção neurológica e de alterações do estado de consciência por diminuição da
perfusão cerebral:
Confusão mental;
Agitação;
Perda de consciência;
Incontinência, diarreia.
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Bom pulso, por Doente assustado Criança pequena Pulso fraco, taquicardia
vezes bradicardia Taquicardia Após crise de choro Possibilidade de apneia
Respiração mantida Hiperventilação ou stress Broncospasmo
Palidez Palidez Flush facial e Estridor
Pele quente Sensação de cianose periférica Pápulas
Sem edema da via arrepios na face e Por vezes Prurido
aérea extremidade momentos de Pele fria, suada
Sem prurido Sensação de inconsciência Sensação de morte
Recuperação da cabeça leve, iminente
consciência com a tonturas Agitação
elevação dos Sem melhoria com a
membros inferiores elevação dos membros
inferiores
8.8. TRATAMENTO
O tratamento da situação de anafilaxia deve ser adequado à situação clínica, ao local onde ocorre, ao
treino da equipa e implica:
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3. Avaliar ABCDE
Posicionar a vítima de forma confortável:
Sentar se houver dificuldade respiratória;
Deitar e elevar os membros inferiores se houver hipotensão/síncope;
Deitar em decúbito lateral esquerdo a grávida;
Colocar em Posição Lateral de Segurança (PLS) se a vítima está inconsciente.
Remover o fator desencadeante: parar a administração do fármaco, se for caso disso;
Iniciar ABC da reanimação de acordo com o estado clínico do doente;
Administrar oxigénio em altas doses (15 l/min) por máscara facial com reservatório;
Adrenalina: fazer administração IM em situação de choque e risco de vida.
Fármacos a administrar:
Adrenalina: é o fármaco mais importante no tratamento da reação anafilática.
A adrenalina como agonista α tem como principal efeito a reversão da vasodilatação periférica e a redução
do edema. Como agonista ß causa broncodilatação, aumenta a contratilidade do miocárdio e suprime a
libertação de histamina e leucotrienos. A sua atuação nos receptores ß₂ dos mastócitos atenua a
severidade das reações alérgicas mediadas por Ig-E.
É importante notar que a adrenalina:
parece ser mais eficaz quando administrada precocemente durante a reação anafilática;
são extremamente raros os efeitos secundários da adrenalina intramuscular;
deve ser administrada sempre que a reação anafilática implique risco de vida;
deve estar facilmente acessível em locais onde se possam verificar reações alérgicas.
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Tratamento subsequente:
Fluidos EV;
Anti-histamínicos: clorofenamina EV/IM;
Corticosteróides: hidrocortisona 100mg EV/IM;
Broncodilatadores: salbutamol, brometo de ipratrópio (inaladores, aerossol), aminofilina e sulfato de
magnésio EV.
Resumo do tratamento:
Mnemónica da Clínica Mayo: BE SAFE
S: Seek for help
A: Alergenio
F: Follow-Up
E: Epinefrina
Todos os doentes com suspeita ou confirmação de anafilaxia devem ser de imediato transportados para o
hospital.
Os casos mais graves necessitarão de internamento, outros poderão ter alta para o domicílio após um
período de vigilância adequado. A taxa de recorrência estima-se em 1 a 20% e pode ocorrer até cerca de
72 horas mais tarde.
Deve ser ponderada a prescrição de autoinjetor de adrenalina consoante o risco de nova exposição ao
alergénio e a patologia associada do doente.
O uso de pulseira identificativa ou de cartão identificador da alergia deve ser estimulado.
Consulta de Alergologia
Os doentes com diagnóstico confirmado ou suspeito de anafilaxia, são referenciados no prazo máximo de
60 dias (com carácter prioritário), para a consulta de Imunoalergologia (Nível de Evidência B, Grau de
Recomendação I – Norma n.º 004/2012 de 16/12/2012 atualizada a 18/12/2014 (DGS)). O registo deve
ser efetuado no Catálogo Português de Alergias e outras Reações Adversas (CPARA), de acordo com a
NOC n.º 002/2012 de 04/07/2012 (DGS) e Norma n.º 004/2012 de 16/12/2012 atualizada a 18/12/2014
(DGS).
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Reação anafilática?
AVALIAR
A – Via aérea: voz rouca, edema língua, estridor
B – Respiração: pieira, dificuldade respiratória
C – Circulação: taquicardia, hipotensão
D – Disfunção: agitação, confusão
E – Exposição: pápula, rubor, urticária
AVALIAR
Pressão arterial
Pulso
Frequência respiratória
ADRENALINA IM
(Anexo VIII)
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Capítulo 9. Bibliografia
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ANEXOS
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No momento da venda da vacina contra a gripe, surge a 1ª Questão (“Vai administrar a vacina na
farmácia?”):
Figura 38 – Ecrã com 1ª Questão para avaliação da campanha de vacinação contra a gripe
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Ao responder [Não], surge automaticamente a 2ª Questão (“A vacina contra a gripe adquirida
destina-se a um utente com idade igual ou superior a 65 anos?”);
Figura 39 - Ecrã com 2ª Questão para avaliação da campanha de vacinação contra a gripe
Poderá selecionar [ESC] ou [x], na 1ª e/ou na 2ª Questão, se houver algum impedimento operacional
ou se a farmácia optar por não querer participar na avaliação ou registar o serviço no SIFARMA;
Ao responder [Sim] à 1ª Questão, o SIFARMA vai assumir que se vai administrar a vacina na farmácia.
Assim que for terminada a recolha da componente receita, seleciona Sair [ESC] e adiciona
automaticamente a venda do serviço de Administração Med Vacina Gripe, abrindo o respetivo ecrã
de registo de Administração Med Vacina Gripe.
Se ainda não identificou o utente no início do atendimento, deve fazê-lo agora em F10.
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No ecrã de registo de Administração Med Vacina da Gripe, a farmácia terá que preencher todos os
campos sublinhados. Contudo, caso já tenha o utente identificado, herdará da ficha de
acompanhamento do utente toda a informação já definida. No final, deverá confirmar em [F2].
Figura 41 - Ecrã com preenchimento dos campos obrigatórios do registo de vacinação contra a gripe
Na eventualidade de existir algum impedimento operacional ou se a farmácia optar por não registar os
dados do serviço de vacinação no SIFARMA, é possível optar por cancelar o seu preenchimento
(selecionar Sair [ESC]) e registar, posteriormente, em momento oportuno. Recomenda-se, contudo,
que a farmácia retenha o código de produto e respetivo lote administrado, bem como os elementos de
identificação do utente vacinado (nome, data nascimento e género), para posterior registo no Sifarma.
O procedimento anteriormente descrito para o processo de venda é igualmente válido para o processo
de rebate de pontos Farmácias Portuguesas no caso de se escolher o serviço Administração de Med
Vacina da Gripe com o código
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As farmácias com SIFARMA que optem por registo manual em suporte de papel, para cumprir a
obrigação legal, necessitam de guardar esses registos pelo menos 5 anos para disponibilização ao
INFARMED, sempre que solicitado. Contudo, poderão inserir no final do dia, semana ou mês, os dados
no SIFARMA, cumprindo automaticamente esta obrigação legal e permitindo a atualização do sistema
informático, com melhor informação sobre os serviços prestados ao doente e viabilizando a avaliação
da campanha de vacinação nas farmácias pelo CEFAR.
Figura 43 – Ecrãs de como criar registos do Serviço de Administração de Vacinas sem ser no momento da venda/rebate do serviço
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