Método de Flauta Transversal (Versão Promocional)
Método de Flauta Transversal (Versão Promocional)
Método de Flauta Transversal (Versão Promocional)
Obrigado a todos.
A primeira edição deste método em 2005 não teve uma dedicatória. Hoje, 14 de janeiro de
dedicatória
2019, prestes a concluir esta nova edição, me veio à memória uma pessoa mega querida, minha
querida irmã de alma Cleide Borba de Oliveira (21/06/1962 - 12/06/2017). Cleide foi diretora da
ACARTE quando lá lecionei e tive disponível um tremendo laboratório de pesquisa em que pude
desenvolver muito do que aqui está. Foram tantos alunos que estudaram e ainda estudam por esses
métodos que ajudam a comprovar sua eficiência, resultando em uma pesquisa completa, mesmo
sem saber que estava pesquisando. Lembro agora muito claramente do empenho que Cleide teve,
não apenas na publicação desses livros, mas em várias etapas de todo processo, com toda a sua
animação característica e disciplinada por uma serenidade de dar inveja. Fiquei sabendo de seu
falecimento no final de 2018 e tenho agora essa oportunidade de fazer esta justa homenagem a
quem muito colaborou e também torceu para que tudo desse certo. Querida Cleide: onde estiver,
minhas melhores lembranças de nossas lutas e sucessos.
Este método é uma adaptação do método de saxofone que desenvolvi em mais de
prefácio do autor (da primeira edição)
quinze anos de dedicação ao ensino desse instrumento. Sempre ensinei flauta paralela-
mente ao saxofone. Isso foi possível porque o saxofone e a flauta, apesar de terem uma
embocadura diferente, seguem a mesma concepção no que diz respeito ao seu corpo de
chaves. Adolphe Sax, ao inventar o saxofone, se inspirou no mecanismo da flauta, já que
o do clarinete é extremamente complicado. Apesar dessa familiaridade, tradicionalmente
flautistas não tocavam saxofone e vice-versa. Geralmente quem tocava o saxofone eram
os clarinetistas. Somente há pouco tempo se tornou habitual tocar flauta e saxofone gra-
ças ao conhecimento e ousadia de alguns músicos americanos. Roberto Sion foi um dos
grandes divulgadores dessa nova tendência no Brasil. Geralmente, nesse caso, a flauta
funciona como um segundo instrumento para o saxofonista. Essa é basicamente uma
concepção de orquestra tipo americana (big band). Na Broadway é comum um mesmo
músico de sopro tocar vários instrumentos, como flauta, flautim, flauta em sol, clarinete,
saxofones diversos e até mesmo oboé. A flauta é um instrumento muito importante na
música brasileira e essa escola, com uma concepção brasileira, se encaixa muito bem com
a concepção americana de ensino, provinda do jazz, na minha opinião. Nada melhor do
que somar essas duas vertentes. É mais ou menos isso que tento fazer aqui.
Se, por outro lado, seu interesse está em tocar flauta apenas, este livro ainda lhe
serve, logicamente. Estou apenas mostrando o caminho que fiz para chegar até aqui.
Meu desejo é que você chegue a seus objetivos mais rapidamente. Foi para isto que es-
crevi este livro. Fiquei muito feliz em aplicar a edição acabada do método de saxofone e
de descobrir que os alunos progrediam rapidamente, com muita segurança e animação
em seus estudos. Constatei o que se pode fazer com este método em seis meses, e que
levaria dois anos com um método tradicional, desde que bem aplicado. Alguns métodos,
a meu ver, são os maiores inimigos da música. Se uma pessoa que gosta de música de-
cide estudar um instrumento e depara com um sistema desses, acabará odiando música
para o resto de sua vida, o que é um absurdo. Os métodos de flauta e saxofone sempre
me incomodaram pela sua rispidez. Como eu poderia convencer um jovem estudante,
que vinha a minha procura, cheio de motivação, a utilizar um material que, apesar de
eficiente, era caro, feio, vagaroso, em língua estrangeira e muitas vezes antiquado, não
só no sentido estético como no conteúdo? Era assim que eu me sentia. Como fazer com
que aquela pessoa a minha frente, ávida por aprender, cheia de disposição, mantivesse
aquela alegria e empenho com um material tão obsoleto? Como ensinar ainda a uma
pessoa uma ideia que nem mesmo você acredita mais? Na busca incessante em suavizar,
direcionar, conduzir e, principalmente, manter aquela chama acesa, por muitas vezes me
deparei escrevendo exercícios antes das aulas, ou até mesmo durante elas. Durante anos
experimentei os exercícios aqui contidos com meus alunos, procurando cada vez mais
facilitar as dificuldades e abreviar os caminhos, sem, contudo, desviá-los de seu objetivo
final: tocar música, ser feliz, ser uma pessoa melhor...
Este método não nasceu do dia para a noite. Foram mais de quinze anos experi-
mentando e comparando materiais diversos. Sempre haviam lacunas muito grandes a
serem transpostas, então eu não sossegava enquanto não encontrava uma maneira mais
interessante, gostosa e fácil de guiar o estudante. Sempre achei que existe uma maneira
melhor de se ensinar alguma coisa. É bem possível que, em pouco tempo, eu ou outra
pessoa encontre maneiras melhores de se ensinar o que aqui está.
Em 1982, ingressa como bolsista na Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. Paralela-
mente aos concertos da Banda Sinfônica, executa jazz em casas noturnas e bares, em diversas
formações, desenvolvendo a prática da improvisação. Em 1983, toca na LF Big Band, dirigida
por Laércio de Freitas. Apresenta-se ao vivo na peça Máscaras, baseada no conto Brincando no
Bosque de Ryonosuke Acutagawa, encenada em São Paulo e também no VIII Festival Interna-
cional de Teatro de Manizales, Colômbia, em 1986. Escreve, dirige e grava a trilha sonora para
a montagem da peça Seis Autores em Busca de Um Personagem. Participou de diversos grupos
e big bands, dentre os quais se destacam os grupos Barraco 37, Casa 3, Quinteto Buenos Ayres e
Queentet; as big bands da Fundação das Artes de São Caetano do Sul, da ULM e do grupo de
câmara Novo Horizonte, dirigido por Grahan Gifftis.
Liderou o quarteto de jazz AAAH IZAR JABÁ ZUZÁ, formado por excelentes músicos,
se apresentando em espaços alternativos e universidades. Com o grupo Queentet participa,
em 1993, do XII Festival de Jazz de San Rafael, Argentina, e do II Festival de Jazz de Viña del
Mar, Chile, onde obtém elogios da crítica especializada por seu estilo singular. Participa dos
I e II Festivais de Maringá, Paraná, em 1996 e 1997, lecionando saxofone e informática ligada
à música, apresentando-se ao lado de músicos como Sílvia Góes, Kiko Moura, Délia Fisher,
Marco Pereira, Nélson Faria, Glauco Sotter, dentre outros. Em 1998, ainda nessa cidade, realiza
algumas oficinas e um concerto de jazz dentro da programação do festival. Em 2002 cria com
o pianista e compositor Celso Mojola um duo de música contemporânea ajudando a divulgar
peças para saxofone desse compositor. Gravam em 2007, o primeiro CD do duo: Música para
saxofone e piano, com todas as peças compostas por Mojola. Gravam em 2017/8 o segundo CD
do Duo, Convicções provisórias, também com composições de Celso Mojola, seguindo a mesma
linha de pesquisa, porém, concluindo o ciclo.
Mantém desde 1982, intensa atividade como professor de saxofone e flauta transversal.
Leciona nas melhores escolas de São Paulo, tais como o CLAM, onde exerceu o cargo de Su-
pervisor do Departamento de Flauta e Saxofone e no CMBP, onde formou uma big band com
participação de alunos e professores, tendo a oportunidade de escrever arranjos para vários
níveis e formações. Grande parte dos integrantes dessa big band são hoje músicos profissionais,
disseminando as técnicas utilizadas nessa atividade em diversas orquestras juvenis de São Paulo.
Em meados de 2001 conclui uma pós-graduação em Técnicas do Ensino Musical na Faculdade
de Música Carlos Gomes, instituição centenária onde pode lecionar saxofone e improvisação por
mais de dez anos. Em 2009 conclui pela UNESP seu mestrado com a dissertação A importância do
ensino da improvisação no desenvolvimento do intérprete. Foram publicados cinco artigos científicos
em revistas especializadas a partir de tópicos dessa dissertação que estão disponibilizados no
site academia.com. Hoje, início de 2019, o nome César Albino está na lista de 5% dos autores
mais mencionados no site. Lecionou saxofone na EMESP de 2009 a 2015 e simultâneamente,
diversas disciplinas como harmonia e contraponto nos cursos técnicos de música da ETEC de
Artes em São Paulo de 2008, época de sua fundação até a recente data.
A história da flauta......................................................................................................................... i
Sumário As partes da flauta.........................................................................................................................ii
o bocal.................................................................................................................................................................. ii
o corpo................................................................................................................................................................. ii
o pé....................................................................................................................................................................... ii
As posições da flauta.................................................................................................................. iii
Tabela de digitação......................................................................................................................iv
Produzindo o som da Flauta....................................................................................................... v
Respiração....................................................................................................................................... v
Doze dicas, por Winton Marsalis..............................................................................................vi
Capítulo 1
Exercícios de digitação................................................................................................................. 2
1.1 Primeira Oitava........................................................................................................................ 3
1.2 Segunda Oitava....................................................................................................................... 4
1.3 Rítmica...................................................................................................................................... 6
Introdução........................................................................................................................................................... 6
Figuras rítmicas.................................................................................................................................................. 6
Aumentando o valor das figuras (1): ligaduras de valor.............................................................................. 7
Aumentando o valor das figuras (2): ponto de aumento............................................................................. 7
Acentuação.......................................................................................................................................................... 8
Compasso............................................................................................................................................................ 8
Fórmula de Compasso...................................................................................................................................... 8
1.4 Pequenos Duetos..................................................................................................................... 9
1.5 Exercício de digitação........................................................................................................... 10
1.6 Mudança de Registro............................................................................................................ 11
1.7 Músicas, finalmente.............................................................................................................. 12
Brilha, Brilha Estrelinha................................................................................................................................. 11
Brilha, Brilha Estrelinha #2............................................................................................................................ 11
Old McDonald................................................................................................................................................. 11
Old McDonald #2............................................................................................................................................ 11
Aura Lee............................................................................................................................................................ 12
Capítulo 2
2.1 Classe 1 - Fá sustenido / rítmica II..................................................................................... 14
2.2 Músicas II............................................................................................................................... 15
2.3 Classe 2 - Si bemol / rítmica III.......................................................................................... 16
2.4 Músicas III.............................................................................................................................. 17
2.5 Classe 3 - Dó sustenido / rítmica IV.................................................................................. 18
2.6 Músicas IV.............................................................................................................................. 19
2.7 Classe 4 - Mi bemol / rítmica V.......................................................................................... 20
2.8 Músicas V............................................................................................................................... 21
2.9 Classe 5 - Sol sustenido / rítmica VI e VII....................................................................... 22
Rítmica VII - Tercinas...................................................................................................................................... 23
2.10 Articulação............................................................................................................................ 24
Capítulo 3
3.1 Os Sustenidos........................................................................................................................ 26
3.2 Os Bemóis............................................................................................................................... 28
3.3 Mix........................................................................................................................................... 30
3.4 A Escala Cromática................................................................................................................ 32
Ascendente com uma oitava.......................................................................................................................... 32
i - César Albino
No Brasil, a flauta está muito ligada à sua história. Na expedição inicial, que
resultou no “descobrimento” do Brasil, liderada por Pedro Álvares Cabral, dentre os
1200 homens, havia músicos que traziam inclusive flautas, e o objetivo era amenizar
a longa viagem. Os jesuítas, um pouco mais tarde, proibiram os índios de utilizarem
seus instrumentos (flautas construídas com ossos e trombetas com crânios de gente),
assustados com o caráter selvagem desses instrumentos, por julgarem ser provenientes
de práticas canibais, iniciando ao que se chamou de deculturação.
1- GENZER, 1999.
Método de Flauta - ii
bocal corpo pé
O Bocal
O Bocal é uma das extremidades da flauta, onde existe um orifício denominado
porta-lábio, por onde iremos assoprar para produzir o som. Uma das pontas do bocal
é aberta, por onde encaixaremos o corpo da flauta. A outra ponta do bocal é fechada
por um sistema que permite corrigir a afinação do instrumento. No estojo da sua flauta
deve haver uma vareta com um friso. A função desse friso é indicar a posição correta
desse sistema. Para conferir se sua flauta está com o sistema ajustado, enfie a vareta
no bocal pela parte aberta, e verifique se o friso aparece exatamente no centro do por-
ta-lábio. Se não estiver exatamente no centro, o sistema permite que se façam ajustes
como explicado mais abaixo, mas deixe esse trabalho para seu professor ou alguém
com experiência, a fim de não danificar a flauta.
porta
lábio
vareta
O corpo
O Corpo é a parte central da flauta, onde são encaixados o bocal e o pé. O corpo
é formado por um tubo cilíndrico, onde existem vários orifícios tampados por chaves,
revestidas pelo que chamamos de sapatilhas. A flauta moderna é constituída por um
sistema complexo dessas chaves, idealizado por Boehm em 1851. Antes desse sistema, a
flauta transversal era tocada como a flauta doce e o músico tinha de tampar os orifícios
com os dedos apenas. O sistema inventado por Boehm possibilitou, além de um avanço
técnico muito grande, a construção de instrumentos maiores, como a flauta em sol e a
flauta baixo. Cada orifício tem a função de “diminuir” o tamanho do tubo, deixando
o ar escapar por ele como se tivéssemos vários tubos de diferentes tamanhos à nossa
disposição. Por isso, não adianta apertar apenas uma chave para se chegar a uma nota,
temos de ir fechando várias chaves até chegar à nota desejada.
O Pé
O pé da flauta é uma extensão do instrumento, que permite tocar notas mais graves
que o ré (dó e dó sustenido). Algumas flautas têm ainda o si grave.
iii - César Albino
Na página seguinte, lhe será apresentada uma tabela de digitação com todas as
possibilidades do instrumento. Suponha que você queira tocar a nota sol da pri-
meira oitava: procure na tabela da página seguinte (linha 8, coluna 1) o esquema
de digitação para essa nota. As chaves pintadas de preto devem ser pressionadas
com os dedos correspondentes. Observe na tabela (fig. 2) que deve-se utilizar o
indicador da mão esquerda para apertar a chave A, o dedo médio para a chave B e
o anular para a chave C. Algumas notas, como o sib, possuem mais de uma opção
de digitação devido a recusos do mecanismo.
Tabela de Digitação
método de flauta transversal
de autoria de César Albino 2019
dó
dó#/
réb
ré
ré#/
mi b
mi /
fáb
fá/
mi #
Não aperte a chave8
para tocar o fá# da terceira oitava
fá#/
solb
sol
sol#/
láb
lá
lá#/ I I
sib II II
si I
II
v - César Albino
Experimente repetir o exercício “chupando” ar quando movimenta o abdômen para baixo, se-
gurando-o por um instante e soltando-o vagarosamente. É importante manter os ombros, braços e mãos
bem relaxados. Evite também deixar tenso (tensionar) o tórax. Experimente falar seu nome enquanto
solta o ar, e se você estiver falando forçado, é porque não está relaxado o suficiente.
Você pode fazer esse exercício quando estiver tenso ou nervoso. Os indianos acham que sua vida é con-
tada pelo número de vezes que se respira. O curioso é que em alguns momentos, quando você estiver
tocando, terá de fazer muita força com alguns músculos e relaxar completamente outros. Você é capaz
de fazer isso, basta tentar e praticar.
Agora repita aquele exercício do TUUUUU, e quando respirar, respire pra valer, com profundidade,
como você faz ao bocejar.
Método de Flauta - 1
Capítulo 1
- as notas naturais na primeira e segunda oitavas
- introdução à ritmica e sua notação
- as primeiras músicas
2 - César Albino
O objetivo principal dos próximos exercícios é a fixação das notas e suas posições. Você
As notas naturais e a notação tradicional
Exercícios de Digitação
não deve se preocupar com o som em um primeiro momento, mas é bem possível que em
pouco tempo - 3 semanas talvez -, você esteja com um bom som, caso os pratique como
indicado mais abaixo. A cada novo exercício lhe será apresentada uma ou mais notas. Veja
abaixo como estão montados esses exercícios:
posição a ser executada no instrumento
comocomo
como a nota é escrita
FÁ1.3
exercício própriamente dito
procedimentos de estudo
Toque cada nova nota apresentada como a seguir: (o exemplo no cd foi tocado com a nota sol).
Obs: evite respirar a cada nota tocada, respire somente depois da nota longa.
Feito isso, passe para o exercício propriamente dito, realizando os passos seguintes:
1. Fale o nome das notas obedecendo um pulso pré determinado. 1 nota = 1 pulso.
2. Fale o nome das notas ao mesmo tempo em que as digita no instrumento.
3. Toque o exercício, pronunciando a sílaba TU para cada nota escrita.
4. Toque o exercício, repetindo cada nota duas vezes: si si lá lá sol sol , etc...
5. Toque o exercício, repetindo cada nota três vezes: si si si lá lá lá sol sol sol , etc...
6. Toque mais uma vez o exercício repetindo uma vez cada nota como em 3.
7. Finalmente, toque o exercício ligando as notas, para isso pronuncie a sílaba TU
apenas na primeira nota prolongando o som para todas as outras, assim: TUUUUUUU.
Este recurso não funciona com notas repetidas.
Não foi proposta uma métrica para os exercícios por duas razões:
1. Não desviar a atenção do aluno para o verdadeiro objetivo dos exercícios, que é a
fixação das notas e suas posições.
2. O aluno e o professor podem variar a métrica dos exercícios de acordo com sua
vontade em uma fase posterior.
Nada impede que se trabalhe a parte rítmica isoladamente com o aluno, até que ele se sinta
seguro para juntar as partes. Você já pode ir dando uma olhada na página 6 deste livro.
As notas graves se obtém mais facilmente soprando na direção horizontal (para frente)
e as notas agudas soprando mais para baixo com mais velocidade. Enfim, a velocidade e a
direção do sopro são fundamentais. É muito comum nessa fase o aluno confundir a expres-
são “soprar com mais velocidade” com “soprar com mais força”.... É realmente muito difícil
soprar com velocidade sem ser com muita força. Alguns exercícios como assoprar pequenos
pedaços de papel ou chamas de velas ajudam muito nessa observação. O professor pode,
ainda, assoprar na mão do aluno para que ele sinta a diferença entre um sopro veloz e um
sopro vagaroso. Procuro ainda utilizar imagens como a de um riacho antes e depois de uma
enxurrada para ilustrar essas diferença, ou um cata-vento ou ainda uma torneira com muita
ou pouca pressão.
1.1.1 lá
si sol
1.1.2 1.2 dó
1.1.3 fá
4 - César Albino
1.1.4 mi
1.1.5
1.2.1 fá
1.2 Segunda Oitava
sol mi
1.2.3 oitavas
Pratique este exercício caso esteja com dificuldade de executar as notas sol, fá e mi
na segunda oitava. Pratique utilizando ligaduras, isto é, pronuncie o tu na nota grave e tente
“emendar” o som até alcançar a oitava da nota.
1.2.4 lá
1.2.5
si
1.2.6 dó
Você chegou até aqui, meus parabéns! Já deu um grande passo: o de tocar as notas
naturais nas duas primeiras oitavas. Deve ter percebido que não é tão difícil ler as notas
como imaginava, e pode começar a se preocupar com outros detalhes. Seu som também já
deve estar impressionando seus vizinhos. Sabemos que ainda falta muito, mas foi um passo
e tanto.
6 - César Albino
1.3.1 Introdução
Agora que você consegue tocar algumas notas no seu instrumento, vamos ver como se dá o aspecto
1.3 Rítmica
rítmico (horizontal) da leitura musical. Os músicos, mesmo quando tocam sozinhos, costumam
obedecer a uma métrica de tempo determinada. Essa métrica é dada por uma pulsação, ou pulso.
Geralmente é muito fácil perceber a pulsação de uma música, até mesmo os deficientes auditivos
não encontram dificuldades para balançar seus corpos ao ritmo de algumas músicas. É, com certeza,
a impressão mais imediata que temos ao ouvir uma música.
Podemos estabelecer uma pulsação batendo palmas, procurando manter a regularidade entre as
batidas para que todos possam saber quando a próxima vai ocorrer. Essa pulsação será representada
graficamente assim:
1.2 \ \ \ \ \ \ \ \ \
Sobre essas barras vamos inserir alguns sons que serão representados por uma barra grossa horizontal
¨ ″. Execute o exemplo a seguir batendo uma palma para cada |e pronunciando “tah”1 quando
aparecer a .
F2
(x) tah
tah tah tah (x) tah (x) tah (x) tah tah tah (x)
Observe que as figuras são proporcionias, isto é, uma é o dobro da outra ou a metade da outra.
Qualquer uma delas pode assumir a unidade do tempo (o Tah acima). No exemplo abaixo, o
exercício anterior foi escrito utilizando as figuras acima: no primeiro, a q equivale ao tempo e
no segundo é a h , muda a forma de escrita, mas o som é o mesmo.
F22 œ œ œ œ Œ œ Œ œ Œ œ œ œ Œ
( = )>
˙ > ˙ ˙ ˙ Ó ˙ Ó ˙ Ó ˙ ˙ ˙ Ó
( = )
1- Associar uma palavra a uma célula rítmica é um recurso utilizado pelo método Kodaly, educador musical húngaro do início do século XX.
Vamos utilizar neste método esse recurso com adaptações à língua portuguesa a e à nossa cultura.
2- Na gravação contida no CD, o exemplo foi tocado com a nota si, mas pode evidentemente ser tocado com qualquer nota.
Método de Flauta - 7
Você deve tocar esta linha como a de cima, é uma variação gráfica apenas...
F3
F4
Toque...
F5
F5
8 - César Albino
1.3.5 Acentuação
Depois de sentir o tempo, a segunda impressão que temos ao ouvir uma música é,
com certeza, a diferença de intensidade entre as pulsações. Sensação essa que dá à música um
caráter vivo, pulsante, criando uma sensação de movimento.
É interessante ainda fazer uma associação dos acentos com as notas graves: experimente
repetir os exemplos acima falando TUM para os tempos marcados e TAH para os não marcados.
1.3.6 Compasso
Podemos pensar em compassos como sendo conjuntos de tempos sujeitos a uma
acentuação. O primeiro tempo de um compasso é geralmente o mais forte de uma acentuação
regular. Na verdade, trata-se mais de um auxílio visual à partitura.
exemplos:
Exemplos: a fórmula de compasso 3/4 quer dizer que o compasso terá 3 tempos e que
a q valerá um tempo. A fórmula de compasso 5/2 quer dizer que o compasso terá 5 tempos e
que a h valerá um tempo.
Método de Flauta - 9
esta nota valerá
dois tempos aqui...
1.4.1
1.4 Pequenos Duetos
1.4.1
F6
ritornello:
barra dupla com dois pontos,
indica que
deve-se repetir
o trecho marcado por elas
1.4.2
F7
1.4.3
F8
10 - César Albino
1.5.1
F9
Encare este exercício como uma ginástica. Tente, por mais que se sinta cansado(a), tocá-lo
três vezes seguidas por três semanas.
respire... ,
&c ˙ œ œ ˙ œ œ w ∑ ˙ œ œ ˙ œ œ w ∑
tu - u tu tu tu -u tu tu tu-u-u-u (1, 2, 3, 4)....
&˙ œ œ ˙ œ œ w ∑ ˙ œ œ ˙ œ œ w ∑
˙ œ œ ˙ œ œ w
&˙ œ œ ˙ œ œ w ∑ ∑
˙ œ œ ˙ œ œ w ˙ œ œ ˙ œ œ w
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