Deficiência Auditiva e Surdez 1
Deficiência Auditiva e Surdez 1
Deficiência Auditiva e Surdez 1
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2
BIBLIOGRAFIAS ............................................................................................ 17
6 LEITURA COMPLEMENTAR.................................................................... 19
1
1 INTRODUÇÃO
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
Nessa apostila vamos retratar sobre a deficiência auditiva, que é a perda parcial
ou total da audição, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou
nas estruturas que compõem o aparelho auditivo.
A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com
intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de
aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda
auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis,
em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que
91 decibéis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras
e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado.
Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total.
Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da
língua oral. É importante lembrar que a perda da audição deve ser diagnosticada por
um médico especialista ou por um fonoaudiólogo.
Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de
receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento
2
Educacional Especializado (AEE). No dia a dia, posturas simples do professor em sala
facilitam o aprendizado do aluno surdo.
2 DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Fonte: pessoascomdeficiencia.com.br
Estudar a educação escolar das pessoas com surdez nos reporta não só a
questões referentes aos seus limites e possibilidades, como também aos preconceitos
existentes nas atitudes da sociedade para com elas. As pessoas com surdez
enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar, decorrentes da
perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das
escolas.
Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos
adequados ao seu potencial cognitivo, sócio afetivo, linguístico e político-cultural e ter
perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem.
Estudos realizados na última década do século XX e início do século XXI, por
diversos autores e pesquisadores oferecem contribuições à educação de alunos com
surdez na escola comum ressaltando a valorização das diferenças no convívio social
e o reconhecimento do potencial de cada ser humano. Poker (2001) afirma que as
trocas simbólicas provocam a capacidade representativa desses alunos, favorecendo
3
o desenvolvimento do pensamento e do conhecimento, em ambientes heterogêneos
de aprendizagem.
No entanto, existem posições contrárias à inclusão de alunos com surdez nas
turmas comuns, em decorrência da compreensão das formas de representação da
surdez como incapacidade ou das propostas pedagógicas desenvolvidas
tradicionalmente para atendê-las que não consideram a diversidade linguística.
Conforme Skliar (1999) alegam que o modelo excludente da Educação Especial está
sendo substituído por outro, em nome da inclusão que não respeita a identidade surda,
sua cultura, sua comunidade.
Estas questões geram polêmica entre muitos estudiosos, profissionais,
familiares e entre as próprias pessoas com surdez. Àqueles que defendem a cultura,
a identidade e a comunidade surda apoiam-se no discurso das diferenças, alegando
que elas precisam ser compreendidas nas suas especificidades, porém, pode-se cair
na cilada da diferença, como refere Pierucci (1999), que em nome da diferença, pode-
se também segregar.
Diante desse quadro situacional, o importante é buscar nos confrontos
promovidos na relação entre as diferenças, novos caminhos para a vida em
coletividade, dentro e fora das escolas e, sendo assim, como seria atuar com alunos
com surdez, em uma escola comum que reconhece e valoriza as diferenças? Que
processos curriculares e pedagógicos precisam ser criados para atender a essa
diferença, considerando a escola aberta para todos e, portanto, verdadeiramente
inclusiva?
Não se trata de trocar a escola excludente especial, por uma escola excludente
comum. Ocorre que alguns discursos e práticas educacionais ainda não conseguiram,
responder às questões acima formuladas, mantendo os processos de normalização
das pessoas com surdez.
4
3 INCLUSÃO DO ALUNO COM SURDEZ
A inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até
a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita
para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares,
exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso país.
A inclusão de pessoas com surdez na escola comum requer que se busquem
meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula como no
Atendimento Educacional Especializado. Conforme Dorziat (1998), o aperfeiçoamento
da escola comum em favor de todos os alunos é primordial. Esta autora observa que
os professores precisam conhecer e usar a Língua de Sinais, entretanto, deve-se
considerar que a simples adoção dessa língua não é suficiente para escolarizar o
aluno com surdez. Assim, a escola comum precisa implementar ações que tenham
sentido para os alunos em geral e que esse sentido possa ser compartilhado com os
alunos com surdez.
Fonte: pessoascomdeficiencia.com.br
5
Mais do que a utilização de uma língua, os alunos com surdez precisam de
ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento, explorem suas
capacidades, em todos os sentidos. Se somente o uso de uma língua bastasse para
aprender, as pessoas ouvintes não teriam problemas de aproveitamento escolar, já
que entram na escola com uma língua oral desenvolvida. A aquisição da Língua de
Sinais, de fato, não é garantia de uma aprendizagem significativa, como mostrou
Poker (2001), quando trabalhou com seis alunos com surdez profunda que se
encontravam matriculados na primeira etapa do Ensino Fundamental, com idade entre
oito anos e nove meses e 11 anos e nove meses, investigando, por meio de
intervenções educacionais, as trocas simbólicas e o desenvolvimento cognitivo
desses alunos.
Segundo esta autora, o ambiente em que a pessoa com surdez está inserida,
principalmente o da escola, na medida em que não lhe oferece condições para que se
estabeleçam trocas simbólicas com o meio físico e social, não exercita ou provoca a
capacidade representativa dessas pessoas, consequentemente, compromete o
desenvolvimento do pensamento.
A pesquisadora constatou que nesse caso, a natureza do problema cognitivo
da pessoa com surdez está relacionada à:
[...] deficiência das trocas simbólicas, ou seja, o meio escolar não expõe
esses alunos a solicitações capazes de exigir deles coordenações mentais
cada vez mais elaboradas, que favorecerão o mecanismo da abstração
reflexionante e consequentemente, os avanços cognitivos {...} (POKER,
2001: 300).
7
Os resultados obtidos com a comunicação total são questionáveis quando
observamos as pessoas com surdez frente aos desafios da vida cotidiana. A
linguagem gestual visual, os textos orais, os textos escritos e as interações sociais
que caracterizam a comunicação total parecem não possibilitar um desenvolvimento
satisfatório e esses alunos continuam segregados, permanecendo agrupados pela
deficiência, marginalizados, excluídos do contexto maior da sociedade. Esta proposta,
segundo Sá (1999), não dá o devido valor a Língua de Sinais, portanto, pode-se dizer
que é uma outra feição do oralismo.
Os dois enfoques, oralista e da comunicação total, negam a língua natural das
pessoas com surdez e provocam perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio
afetivos, linguísticos, político culturais e na aprendizagem desses alunos. A
comunicação total, em favor da modalidade oral, por exemplo, usava o Português
sinalizado e desfigurava a rica estrutura da Língua de Sinais.
Por outro lado, a abordagem educacional por meio do bilinguismo visa capacitar
a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida
social, quais sejam: a Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte. As
experiências escolares, de acordo com essa abordagem, no Brasil, são muito recentes
e as propostas pedagógicas nessa linha ainda não estão sistematizadas. Acrescenta-
se a essa situação, a existência de trabalhos equivocados, ou seja, baseados em
princípios da comunicação total, mas que são divulgados como trabalhos baseados
na abordagem por meio do bilinguismo.
De fato, existem poucas publicações científicas sobre o assunto, há falta de
professores bilíngues, os currículos são inadequados e os ambientes bilíngues, quase
inexistentes. Não se podem descartar também outros fatores, tais como: dificuldade
para se formar professores com surdez num curto período de tempo; a presença de
um segundo professor de Língua Portuguesa para os alunos surdos e; a falta de
conhecimento a respeito do bilinguismo. As propostas educacionais dessa natureza
começam a estruturar-se a partir do Decreto 5.626/05 que regulamentou a lei de
Libras. Esse Decreto prevê a organização de turmas bilíngues, constituídas por alunos
surdos e ouvintes onde as duas línguas, Libras e Língua Portuguesa são utilizadas no
mesmo espaço educacional.
Também define que para os alunos com surdez a primeira língua é a Libras e
a segunda é a Língua Portuguesa na modalidade escrita, além de orientar para a
8
formação inicial e continuada de professores e formação de intérpretes para a
tradução e interpretação das Libras e da Língua Portuguesa.
9
Grande parte dos pesquisadores e estudiosos da cultura surda têm se
apropriado da concepção de diferença cultural, defendendo uma cultura surda e uma
cultura ouvinte o que fortalece a dicotomia surdo/ouvinte (BUENO, 1999).
O desafio frente à aprendizagem da Língua Portuguesa é uma questão escolar
importante. A Língua Portuguesa é difícil de ser assimilada pelo aluno com surdez.
Segundo Perlin (1998:56), os surdos não conseguem dominar os signos dos ouvintes,
por exemplo, a epistemologia de uma palavra, sua leitura e sua escrita. De fato,
existem dificuldades reais da pessoa com surdez para adquirir a oralidade e a escrita,
porém, dizer que não são capazes de aprendê-la reduz totalmente a pessoa ao seu
déficit e não considera a precariedade das práticas de ensino disponíveis para esse
aprendizado.
Fonte: pessoascomdeficiencia.com.br
10
necessário o domínio de outros saberes que lhes garantam, de fato, viver, produzir,
tirar proveito dos bens existentes, no mundo em que vivemos?
As práticas pedagógicas constituem o maior problema na escolarização das
pessoas com surdez. Torna-se urgente, repensar essas práticas para que os alunos
com surdez, não acreditem que suas dificuldades para o domínio da leitura e da escrita
são advindas dos limites que a surdez lhes impõe, mas principalmente pelas
metodologias adotadas para ensiná-los.
Neste sentido, é necessário fazer uma ação-reflexão-ação permanente a
acerca deste tema, visando à inclusão escolar das pessoas com surdez, tendo em
vista a sua capacidade de frequentar e aprender em escolas comuns, contra o
discurso da exclusão escolar e a favor de novas práticas educacionais na escola
comum brasileira.
O trabalho pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns,
deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngue, ou seja, em um espaço
em que se utilize a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa. Um período
adicional de horas diárias de estudo é indicado para a execução do
Atendimento Educacional Especializado. Nele destacam-se três
momentos didático-pedagógicos:
Momento do Atendimento Educacional Especializado em Libras na
escola comum, em que todos os conhecimentos dos diferentes
conteúdos curriculares, são explicados nessa língua por um professor,
sendo o mesmo preferencialmente surdo. Esse trabalho é realizado
todos os dias, e destina-se aos alunos com surdez.
Momento do Atendimento Educacional Especializado para o ensino de
Libras na escola comum, no qual os alunos com surdez terão aulas de
Libras, favorecendo o conhecimento e a aquisição, principalmente de
termos científicos. Este trabalhado é realizado pelo professor e/ou
instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de acordo com o estágio
de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra. O
atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento
que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais.
11
Fonte: criciumanews.com.br
12
amplia e aprofunda o vocabulário. Na sequência, todos os professores selecionam e
elaboram os recursos didáticos para o Atendimento Educacional Especializado em
Libras e em Língua Portuguesa, respeitando as diferenças entre os alunos com surdez
e os momentos didático pedagógicos em que serão utilizados.
Os alunos com surdez são observados por todos os profissionais que direta ou
indiretamente trabalham com eles. Focaliza-se a observação nos seguintes aspectos:
sociabilidade, cognição, linguagem (oral, escrita, viso espacial), afetividade,
motricidade, aptidões, interesses, habilidades e talentos. Registram-se as
observações iniciais em relatórios, contendo todos os dados colhidos ao longo do
processo e demais avaliações relativas ao desenvolvimento do desempenho de cada
um.
Este atendimento constitui um dos momentos didático-pedagógicos para os
alunos com surdez incluídos na escola comum. O atendimento ocorre diariamente,
em horário contrário ao das aulas, na sala de aula comum. A organização didática
desse espaço de ensino implica o uso de muitas imagens visuais e de todo tipo de
referências que possam colaborar para o aprendizado dos conteúdos curriculares em
estudo, na sala de aula comum.
Os materiais e os recursos para esse fim precisam estar presentes na sala de
Atendimento Educacional Especializado, quais sejam: mural de avisos e notícias,
biblioteca da sala, painéis de gravuras e fotos sobre temas de aula, roteiro de
planejamento, fichas de atividades e outros.
Fonte: www.faers.com.br
13
Na escola comum, é ideal que haja professores que realizem esse atendimento,
sendo que os mesmos precisam ser formados para ser professor e ter pleno domínio
da Língua de Sinais. O Professor em Língua de Sinais, ministra aula utilizando a
Língua de Sinais nas diferentes modalidades, etapas e níveis de ensino como meio
de comunicação e interlocução.
Fonte: cabresto.blogspot.com.br
14
No decorrer do Atendimento Educacional Especializado em Libras, os alunos
se interessam, fazem perguntas, analisam, criticam, fazem analogias, associações
diversas entre o que sabem e os novos conhecimentos em estudo. Os professores
neste atendimento registram o desenvolvimento que cada aluno apresenta, além da
relação de todos os conceitos estudados, organizando a representação deles em
forma de desenhos e gravuras, que ficam no caderno de registro do aluno.
Respaldados pelos novos paradigmas inclusivos, as pessoas com surdez têm
conquistado atualmente direitos fundamentais que promovem a sua inclusão social.
Fonte: danianepereira.blogspot.com.br
15
profissionais é fundamental para a inserção das pessoas com surdez, que são
usuárias da Língua de Sinais.
Fonte: educadorvc.com.br
16
BIBLIOGRAFIAS
17
de futuros professores. In: M. C. Marquezini, M. A. Almeida & E. D. O. Tanaka (Orgs),
Perspectivas multidisciplinares e educação
WRIGLEY, Owen. The politics of deafness. Washington: Gallaudet University Press,
1996.
18
6 LEITURA COMPLEMENTAR
19
A integração do aluno surdo em classe comum não acontece como num passe
de mágica. É uma conquista que tem que ser feita com muito estudo, trabalho e
dedicação de todas as pessoas envolvidas no processo: aluno surdo, família,
professores, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, alunos ouvintes, demais
elementos da escola, etc.
21
para dar-lhes instrumental linguístico que as tornem capazes de conversar, ler,
escrever ou seja, utilizar a língua de forma funcional e produtiva. Assim sendo,
compete à escola especial oferecer cursos de Português instrumental, funcional, além
dos conteúdos da disciplina, oferecida regularmente. Além dessa função, cabe à
escola especial estudar e possibilitar o uso da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS),
por todos os elementos da comunidade escolar, como instrumento de ensino,
apresentando as semelhanças e diferenças entre essas duas línguas.
A escola especial deve dedicar-se, também, a promover cursos de capacitação
de professores, a propiciar estudos e pesquisas na área da surdez, linguagem e
educação, desenvolvendo teorias e técnicas para subsidiar o trabalho de outros
profissionais, sensibilizar os familiares e a população em geral para o respeito às
potencialidades dos surdos, objetivando a integração plena dos seus alunos.
2. A Escola Regular
Nesse sistema, ele fará uso da leitura orofacial, exercitará a expressão oral e a
escrita, em classes especiais ou em classes comuns, com apoio de salas de recursos.
22
A Escola só o recebe para inclusão em classe comum, quando houver garantia
de complementação curricular sem Sala de Recursos, professores itinerantes ou
intérprete de LIBRAS;
A Escola organize a classe comum de forma que não tenha mais de 25 alunos,
incluindo o integrado;
Sua idade cronológica seja compatível com a média do grupo da classe comum
que irá frequentar; a Escola comum mantenha um trabalho sistemático visando a
participação da família no processo educacional.
2.1. Os Profissionais da Escola Regular
Os professores e demais profissionais que atuam junto ao aluno surdo na
escola regular devem ser informados de que, embora ele possa não ter uma
linguagem claramente expressa, poderá ter mais chances de integrar-se, se os
profissionais, principalmente o professor da classe comum, estiverem atentos para os
seguintes itens:
24
Lembrar-se de que apesar de “ler” (ver o significante, a letra), os alunos surdos
muitas vezes não sabem o significado daquilo que leram. Muitos possuem o
chamado analfabetismo funcional;
Utilizar vocabulário alternativo quando eles não entenderem o que estão lendo.
“Traduza”, troque, simplifique a forma da mensagem;
Resumir, sempre, o assunto (o conteúdo dado) no quadro de giz, com os dados
essenciais, em frases curtas;
Prestar atenção ao utilizar a linguagem figurada e as gírias porque precisará
explicar-lhes o significado;
Lembrar-se que a Língua Portuguesa se apresenta para ele como uma língua
estrangeira;
Ter cuidado com a utilização de sinônimos (explique-os para os alunos);
Destacar o verbo das frases, ensinando-lhes o significado, para que os alunos
surdos possam entender as instruções e executá-las;
Sentar-se ao lado deles, decodificando com eles a mensagem de uma frase,
de um texto, utilizando materiais concretos e dicionário; – ler a frase ou a redação dos
alunos junto com eles, para que possam complementar com sinais, dramatizações,
mímicas, sinais e desenhos etc., o pensamento mal expresso; – enviar, com
antecedência, para o professor de apoio da educação especial (escola
especial/itinerante/sala de recursos):
25
2.3. A Sala de Recursos
A escola regular, que recebe alunos surdos para promover seu processo de
integração, deverá dispor de uma sala de recursos para atendimento a esses alunos
em suas necessidades especiais.
O professor da sala de recursos, juntamente com a direção da escola e a equipe
técnico-pedagógica, deve preparar o professor da classe comum que vai receber os
alunos surdos. Se o professor é novo na escola, ele deve ser orientado sobre aspectos
relevantes da educação de surdos, bem como sobre a Língua Brasileira de Sinais,
sendo aconselhado a fazer um curso dessa língua.
Após a matrícula dos alunos surdos na classe comum, é estabelecido o horário
e os dias de atendimento na sala de recursos, de forma a conciliar a frequência na
sala de aula com a sua participação nas atividades extraclasse.
Os alunos integrados nas escolas de ensino regular devem possuir uma
agenda, onde o professor da classe comum anota as dificuldades encontradas, para
que o professor da sala de recursos possa planejar atividades adequadas às
necessidades dos educandos.
Deve haver reuniões gerais na escola para que os professores, que atendem
os surdos, possam trocar experiências na tentativa de facilitar o processo de
integração. Será muito produtivo se o professor da sala de recursos participar dessas
reuniões.
Quando os alunos são integrados em classe comum de outra escola, no
começo do ano letivo, o professor da sala de recursos deve realizar reuniões com o
professor que vai recebê-los, com a presença da direção e da equipe técnico-
pedagógica.
Os professores da sala de recursos devem realizar visitas sistemáticas às
escolas integradoras, bem como devem participar das avaliações bimestrais.
O professor da sala de recursos retoma, constantemente, os conteúdos
trabalhados em classe comum, utilizando a Língua Brasileira de Sinais para repassar
informações complementares da disciplina, dando ênfase a Língua Portuguesa
escrita.
Para atuar em salas de recursos que atendam alunos a partir do 6º ano do
Ensino Fundamental, sugere-se que o professor tenha formação em
26
Letras/Português, uma vez que lhe compete oferecer ao aluno surdo um Curso de
Português Instrumental, à semelhança dos cursos de língua estrangeira.
As principais atribuições do professor da sala de recursos são:
– Oferecer apoio pedagógico a alunos integrados em classe comum;
– manter intercâmbio com a comunidade escolar para um trabalho de
conscientização sobre as potencialidades do portador de surdez;
– atender diariamente, na sala de recursos, alunos surdos integrados,
individualmente ou em pequenos grupos, de no máximo seis alunos;
– oferecer, na sala de recursos, complementação curricular específica, visando,
principalmente, ao aprendizado da Língua Portuguesa (leitura, interpretação e
redação de textos variados);
– organizar um cronograma de atendimento às necessidades e às condições
de cada aluno surdo;
– reunir sistematicamente os pais dos alunos surdos para orientações e
incentivos à participação em reuniões da escola e no processo de integração
dos alunos;
– elaborar material pedagógico, visando a sanar as dificuldades encontradas
pelos alunos integrados em classes comuns, nas diferentes áreas do
conhecimento;
– atuar como professor de ensino dirigido de todas as disciplinas, visando ao
aprendizado do vocabulário e mensagem ali expressos em Língua Portuguesa;
– registrar a frequência dos alunos da sala de recursos, bem como contatar os
pais, quando houver faltas consecutivas;
– realizar visitas periódicas às classes comuns, registrando as informações
relevantes que coletar;
– realizar periódica e sistematicamente avaliação das atividades desenvolvidas
quanto à forma de agrupamento, metodologia, materiais utilizados, horário de
atendimento, etc. e trocar impressões com o professor da classe comum quanto
ao rendimento alcançado pelos alunos surdos integrados;
– avaliar o processo de integração escolar, juntamente com toda a equipe da
escola regular e a família.
27
As classes especiais constituem-se em turmas de alunos surdos com mais ou
menos dez alunos, atendidos por um professor que, preferencialmente, deve possuir
especialização na área de ensino para surdo e ter conhecimentos da Língua
Portuguesa e da Língua Brasileira de Sinais.
As classes especiais, por estarem inseridas em escolas regulares, facilitam
bastante o processo de integração já em andamento, e a futura inclusão do aluno
surdo na classe comum. Essas classes especiais devem ser organizadas por faixa
etária e nível de escolaridade.
Cabe ao professor da classe especial promover todo o atendimento pedagógico
aos alunos surdos e realizar atividades nas quais atuem como agentes facilitadores
do desenvolvimento da escolaridade do surdo e do seu processo de integração no
mundo ouvinte.
Compete a esse professor:
28
oficialmente como língua) ainda não está regulamentada e poucos são os municípios
que a reconhecem. Por outro lado, não existindo formação específica, é reduzido o
número de pessoas habilitadas para exercer essa função que passou a ser
desempenhada por familiares, amigos ou profissionais com longo tempo de convívio
com surdos.
Os intérpretes devem ter fluência na Língua Brasileira de Sinais, assim como
ela é usada pelas pessoas surdas e ter também boa fluência em Língua Portuguesa.
Geralmente, intérpretes com nível de escolaridade alto têm melhores condições de
produtividade. A atuação dos intérpretes deve estar centrada no atendimento a todas
as pessoas surdas que necessitam romper os bloqueios de comunicação com o
objetivo de integrar surdos e ouvintes, facilitando a comunicação entre ambos.
Frequentemente, os intérpretes são solicitados para intermediar a comunicação de
surdos e ouvintes em encontros, reuniões, cursos, palestras, debates, entrevistas,
consultas, audiências, visitas, etc., além de participarem do processo de integração
escolar do aluno surdo.
A presença do intérprete de LIBRAS x Português e vice-versa, em sala de aula,
tem aspectos favoráveis e desfavoráveis que precisam ser observados.
Aspectos favoráveis:
29
Aspectos desfavoráveis:
Compete ao intérprete:
Interpretar somente;
Não explicar o conteúdo.
30
Conclusão:
3. A Avaliação da Aprendizagem
31
Como em geral, a avaliação formal é datada e obrigatória, deve-se ter inúmeros
cuidados em sua elaboração e aplicação. Todo o conteúdo da prova deve estar
adequado com o que foi trabalhado, durante as aulas de Português escrito, não dando
margem a dúvidas. As questões devem, preferencialmente, estar relacionadas umas
com as outras, delineando um contexto lógico em toda a prova.
Na avaliação da aprendizagem do aluno surdo, não se pode permitir que o
desempenho linguístico interfira de maneira castradora na performance acadêmica
desses alunos que já possuem, por sua perda auditiva, uma defasagem linguística no
que se refere à Língua Portuguesa (falada e/ou escrita).
Muitas vezes, a imperfeição no desempenho do aluno surdo fica evidenciada
em todos os níveis da Língua Portuguesa: fonológico, semântico, morfossintático e
pragmático.
Considerando-se que, as instituições de ensino regular não têm como objetivo
avaliar o desempenho linguístico do aluno surdo no nível fonológico e que o nível
pragmático é melhor aferido pelas observações do dia a dia, fica sob a
responsabilidade do professor a avaliação dos níveis de conteúdo (semântico) e da
forma como este é apresentado (morfossintático).
No momento de atribuir conceitos ou estabelecer grau de valor para os
materiais linguísticos produzidos pelo aluno surdo, o professor deverá estar ciente
que:
A dificuldade de redigir em Português está relacionada a dificuldades de
compreensão dos textos lidos (conteúdo semântico) e que essas dificuldades
impedem a organização ao nível conceitual. O aluno poderá ler, mas confundir o
significado das palavras. Muitas vezes, só compreende o significado das palavras de
uso contínuo, o que interfere no resultado final do trabalho com qualquer texto, mesmo
o mais simples.
As dificuldades que a leitura acarreta ao surdo impedem a expansão do
vocabulário, e com isso, provocam a falta de hábito de ler. O reflexo desse círculo
vicioso reflete-se na pobreza de vocabulário e na falta de domínio das estruturas
(forma) mais simples da Língua Portuguesa. No nível estrutural (morfossintático),
observa-se que, mais constantemente, os alunos surdos não conhecem o processo
de formação das palavras, utilizando substantivo no lugar de adjetivo e vice-versa,
omitem verbos, usam inadequadamente as desinências nominais e verbais,
32
desconhecem as irregularidades verbais, não utilizam preposições e conjunções, ou
o fazem inadequadamente, Além disso, tudo leva a crer que, por desconhecerem a
estrutura da Língua Portuguesa, utilizem, frequentemente, estruturas da Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS) para expressarem por escrito suas ideias.
Ao avaliar a produção escrita dos alunos surdos em Língua Portuguesa, os
professores deverão ser orientados para que:
O aluno tenha acesso ao dicionário, e se possível, ao intérprete no
momento do exame;
Na avaliação do conhecimento utilize critérios compatíveis com as
características inerentes a esses educandos;
A maior relevância seja dada ao conteúdo (nível semântico), ao aspecto
cognitivo de sua linguagem, coerência e sequência lógica das ideias;
A forma da linguagem (nível morfossintático) seja avaliada com mais
flexibilidade, dando maior valor ao uso de termos da oração, como
termos essenciais, termos complementares e, por último, os termos
acessórios, não sendo por demais exigente no que diz respeito ao
elemento coesivo.
33
DISPONÍVEL EM:
http://www.eusurdo.ufba.br/arquivos/educacao_de_surdos.doc
NOME DA AUTORA: Profª Drª Nídia Limeira de Sá1
DATA DE ACESSO: 01/06/2016
ARTIGO PARA REFLEXÃO
OS ESTUDOS SURDOS2
Este texto tem a intenção de abordar algumas formas através das quais a
sociedade define as identidades consideradas “normais” e as “anormais”, acabando,
geralmente, por oprimir um grupo em benefício de outro, pelo uso arbitrário dos
poderes e saberes que nela se enfrentam. Destaca a situação dos surdos - um grupo
que tem sido definido socialmente, antes de qualquer outra definição possível, como
um grupo “deficiente”, “menor”, “inferior” - um grupo “desviado da norma”. Em direção
contrária, este trabalho junta-se a vários outros reafirmando um movimento que visa
reconstituir a experiência da surdez como um traço cultural, tendo a língua de sinais
como elemento significante para esta definição. Refere-se a trabalhos que têm
contribuído para os chamados Estudos Surdos.
Os Estudos Surdos têm surgido nos movimentos surdos organizados e no meio
da intelectualidade influenciada pela perspectiva teórica dos Estudos Culturais, ou
seja: os Estudos Surdos inscrevem-se como uma das ramificações dos Estudos
Culturais, pois enfatizam as questões das culturas, das práticas discursivas, das
diferenças e das lutas por poderes e saberes.
Segundo Carlos Skliar, “os Estudos Surdos se constituem enquanto um
programa de pesquisa em educação, onde as identidades, as línguas, os projetos
educacionais, a história, a arte, as comunidades e as culturas surdas são focalizadas
autora).
3 Mãe de surda, psicóloga, mestre e doutora em Educação, professora da Faculdade de
saber/224-a-importancia-do-ensino-de-libras-na-educacao-fundamental
38
dILAINE APARECIDA SBARDELOTTO
CRISTIANE BASSANI**
RESUMO
39
PALAVRAS – CHAVE:
INTRODUÇÃO
40
Segundo Quadros (1998, pg. 64), assim como as línguas faladas às línguas de
sinais não são universais: cada país apresenta a sua própria língua. No caso do Brasil,
tem - se a LIBRAS.
O ensino de dessa linguagem é uma questão preocupante no contexto da
educação dos surdos, pois o reconhecimento da importância do estudo da mesma no
ensino de surdos, ainda é deixado de lado. Portanto há uma necessidade maior de
reflexão no sentido de evidenciar a sua importância.
A libra, não é apenas uma linguagem, uma vez que prestam as mesmas
funções das línguas orais, pois ela possui todos os níveis linguísticos e como toda
língua de sinais, a LIBRAS é uma língua de modalidade visual-gestual, não
estabelecida através do canal oral, mas através da visão e da utilização do espaço.
41
Como a língua de sinais se desenvolve de forma, é lógico e aceitável que os
surdos se comuniquem naturalmente utilizando as mãos, cabeça e outras partes do
corpo, por estarem privados da audição.
Não se sabe certo onde surgiu a língua de sinais nas comunidades surdas, mas
foram criadas por homens que tentaram recuperar a comunicação através dos demais
canais por terem um impedimento auditivo. Não existem registros oficiais do
surgimento da língua de sinais no mundo. Alguns educadores, mesmo fracassando
não mediam esforços para fazer os surdos falarem, inclusive no Brasil, já outros,
criavam adaptações técnicas e metodologia especifica para ensinar os surdos levando
em consideração as suas diferenças linguísticas. No entanto, vários surdos
sinalizavam entre si, criando um momento propício para a constituição de uma língua
de sinais.
42
A disposição de um ambiente linguístico é necessária para que a pessoa possa
sintetizar e recriar os mecanismos da língua. É através da linguagem que a criança
percebe o mundo e constrói a sua própria concepção. Com bases na pesquisa
realizada a Escola Municipal Geraldo Caldani, percebemos que os surdos possuem
desenvolvimento cognitivo compatível de aprender como qualquer ouvinte, no
entanto, os surdos que não adquirem uma língua, têm dificuldade de perceber as
relações e o contexto mais amplo das atividades em que estão inseridos, assim o seu
desenvolvimento e aprendizagem ficam fragmentados.
Quando uma criança surda tem acesso a sua língua natural, ou seja, a língua
de sinais, ela se desenvolve integralmente, pois tem inteligência semelhante à dos
ouvintes, diferindo apenas na forma como aprendem que é visual e não oral-auditiva.
No entanto, a maioria das crianças surdas vêm de famílias ouvintes que não dominam
a língua de sinais, e por isso, é essencial a imersão escolar na primeira língua das
crianças surdas, já que essa aquisição da linguagem permitem o desenvolvimento das
funções cognitivas.
As diferenças humanas
Os ouvintes são acometidos pela crença de que ser ouvinte é melhor do que
ser surdo, pois, na ótica do ouvinte, ser surdo é o resultado da perda de uma
habilidade disponível para a maioria dos seres humanos. No entanto, essa parece ser
45
uma questão de mero ponto de vista. “Um órgão a mais ou a menos em nossa
máquina teria feito de nós outra inteligência” (FAULSTICH, 2004 p.36).
Se não há limite entre a grandeza e a pequenez podemos concluir que ser
surdo não é melhor nem pior de ser ouvinte, mas diferente. Esta é uma questão que
merece ser amplamente discutida, pois, estão limitadas as considerações das
pessoas com necessidades especiais.
Segundo Skliar (2005) explica que falar em Cultura Surda como um grupo de
pessoas localizados no tempo e no espaço é fácil, mas refletir sobre o fato de que
nessa comunidade surgem processos culturais específicos é uma visão rejeitada por
muitos, sobre o argumento da concepção da cultura universal.
Quanto à Língua de sinais, cabe ressaltar a forma como os indivíduos são nela
nomeados, atribuindo-se aos sujeitos características físicas, psicológicas, associadas
ou não a comportamentos particulares, os mais variados, os quais personificam os
indivíduos. É uma língua adquirida efetivamente no contato com seus falantes. Esse
contato acontece com a participação da família, onde a cultura está em plena
transformação e ao mesmo tempo diversifica seus hábitos e costumes que refletem
nessa cultura.
Nesse sentido, é fundamental o contato da criança surda com os adultos surdos
e outras crianças com as mesmas necessidades para que haja a interação linguística
favorável que possibilite um ambiente de interação, quando se trata de língua de
sinais.
O processo de alfabetização de surdos tem duas enquetes a serem
ressaltadas: o relato de estórias por parte da comunidade e a produção de literatura
infantil em sinais (não sistemas de comunicação artificial, portuguesa sinalizado, ou
qualquer outra coisa que não seja a Língua de Sinais Brasileira (LSB)). Recuperar a
produção literária da comunidade surda é necessário para tornar produtivo o processo
de alfabetização.
Segundo Quadros, o papel do surdo adulto na educação se torna fundamental
para o desenvolvimento da pessoa surda. É preciso produzir estórias utilizando-se
configurações de mãos específicas, produzirem estórias em primeira pessoa sobre
pessoas surdas, sobre pessoas ouvintes, produzir vídeo de produções literárias de
adultos surdos.
46
“A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
(Constituição da República Federativa do Brasil, III, Art. 205).
A educação de surdos e a educação especial
A educação especial para surdos parece não ser o marco adequado para uma
discussão significativa sobre a educação dos surdos. Mas, ela é o espaço habitual
onde se produzem e se reproduzem táticas e estratégias de naturalização dos surdos
em ouvintes, e o local onde a surdez é disfarçada. De acordo com SALLES (2004,
p.12):
“Os processos para as crianças surdas são produzidos dentro de uma subclasse de
educação chamada ‘especial’. No caso da educação especial, significa algo adicional ao
comum; na verdade é uma subdivisão ou uma porção que daí se limita. Pressuposições
são feitas a partir de ‘capacidade de absorção’ de tais crianças marcadas, a respeito das
possíveis limitações de seus potenciais cognitivos, ao invés de questionar se ‘canais de
absorção’ alternativos poderiam ser-lhes disponíveis. Ironicamente, todos os esforços de
instrução e reabilitação focalizam-se, muitas vezes exclusivamente, do canal ‘perdido’ que
falta como a única característica ao redor da qual todo o ensino deveria girar. Esta retração
irônica pela educação especial produz um mundo limitado de aprendizado de interação
social. Embora esta obsessão por ouvir possa ser traçada, a combinação da fala com a
linguagem, o resultado imediato é uma opressão direta das crianças surdas e uma
negação das identidades sociais que lhes podem estar disponíveis como adultos surdos”.
A educação dos surdos pode muito bem ser definida como uma história de
impossibilidades. A reflexão sobre o consenso das potencialidades educacionais dos
48
surdos não deve ser apressadamente interpretada sobre o modo como os surdos
podem ser educados e como uma consequência de objetivos pedagógicos a serem
desenvolvidos em termos de uma preposição metodológica.
49
familiares vão até esses profissionais na certeza de que eles irão atender seus anseios
por um emprego e pela possível independência financeira.
A visão da escola
A escola tem sido objeto para muitos estudos e projetos educativos e sociais
que determina a participação de diferentes grupos culturais. Na Escola Geraldo
Caldani, sempre ouve a preocupação com o perfil da escola, com o disciplinamento e
com a educação de excluídos oriundos das classes populares e de grupos culturais,
pois em todos os sentidos sempre houve preconceitos.
As diferenças existentes entre grupos culturais estão presentes na escola
moderna, porém, não sabe como trabalhar e pensar as mesmas. A escola está
preparada para uniformizar os sujeitos que devem ser “livres”, educados e servis. Esta
dificuldade em trabalhar com essas diferenças não se observa só na escola, mas em
todas as instituições que se deparam com o crescimento material gerado pela ciência
e tecnologia.
Segundo GÓES (1999) diz que a escola está entre posições de direita e
esquerda e que esta vem colaborando para diminuir as diferenças.
Por um lado, é vista como capaz de promover o uso da razão e da formação
de alunos livres, e por outro, é vista como incompetente por não conseguir formar
cidadãos e por estar produzindo divisões entre ricos e pobres. CARVALHO (2004) diz:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
51
deficientes auditivos para que eles possam se desenvolver de forma autônoma,
preparando - se para os desafios do cotidiano fazendo a diferença.
Desta forma, será no cotidiano da inclusão escolar, através das experiências e
reflexões das mesmas, que se estabelecerá no processo social, as maneiras para a
inclusão e quais serão as propostas pedagógicas utilizadas para o ensino das crianças
com necessidades educativas especiais.
BIBLIOGRAFIA
52