Sebenta de Bioquimica PDF
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Catarina Cavaco
2008/2009
Índice
QUÍMICA - revisões ....................................................................................................................... 3
Água........................................................................................................................................... 3
Interacções moleculares ........................................................................................................... 3
Solubilidade ............................................................................................................................... 4
pH dos fluidos biológicos........................................................................................................... 4
Acidose ou Alcalose ................................................................................................................... 5
PROTEÍNAS .................................................................................................................................... 7
Qualidade da proteína .............................................................................................................. 7
Aminoácidos .............................................................................................................................. 8
Características das Proteínas .................................................................................................. 11
Hemoglobina ........................................................................................................................... 13
Albumina ................................................................................................................................. 16
𝜶1- antitripsina ....................................................................................................................... 16
Cianose .................................................................................................................................... 16
Hemoglobinopatias ................................................................................................................. 16
Hemoglobina s......................................................................................................................... 17
Malária .................................................................................................................................... 17
ENZIMAS ...................................................................................................................................... 19
Nomenclatura.......................................................................................................................... 20
Cinética Enzimática ................................................................................................................. 22
Factores que afectam as reacções enzimáticas ...................................................................... 24
Efeito de inibidores e activadores ........................................................................................... 25
Efectores Alostéreos ............................................................................................................... 27
Aplicações Clínicas: Enfarte do Miocárdio .............................................................................. 27
Aplicações Clínicas: Sensibilidade ao álcool ............................................................................ 28
Trabalho - Marcadores tumorais............................................................................................. 28
GLÍCIDOS ..................................................................................................................................... 31
Classificação dos Glícidos ........................................................................................................ 31
Principais funções.................................................................................................................... 32
Isómeros .................................................................................................................................. 33
Derivados das Oses ................................................................................................................. 34
Ligação glicosídica ................................................................................................................... 35
1
Dissacáridos............................................................................................................................. 35
Polissacáridos .......................................................................................................................... 36
Produtos de fermentação bacteriana no cólon ...................................................................... 37
Captação de ácidos biliares ..................................................................................................... 39
Glicosaminoglicanas e mucopolissacáridos ............................................................................ 39
LÍPIDOS ........................................................................................................................................ 41
Funções ................................................................................................................................... 41
Lípidos nos alimentos .............................................................................................................. 41
Classificação dos lípidos .......................................................................................................... 42
Álcoois dos lípidos ................................................................................................................... 42
Ácidos gordos .......................................................................................................................... 43
Lípidos simples ........................................................................................................................ 44
Lípidos complexos ................................................................................................................... 45
Lipoproteínas........................................................................................................................... 47
Factores de risco para aterosclerose ...................................................................................... 51
VITAMINAS .................................................................................................................................. 53
Classificação de Vitaminas ...................................................................................................... 54
Trabalho - Vitaminas na metilação de DNA ............................................................................ 56
Trabalho - Hiperparatiroidismo e o Metabolismo do cálcio ................................................... 60
STRESS OXIDATIVO ...................................................................................................................... 63
METABOLISMO ............................................................................................................................ 67
Metabolismo da fase de absorção .......................................................................................... 67
Metabolismos da fase pós-prandial e jejum ........................................................................... 74
Trabalho - Metabolismo do Fígado ......................................................................................... 79
TRABALHOS ................................................................................................................................. 81
Polimorfismos - fibrose quística .............................................................................................. 81
Efeitos da radiação numa molécula de DNA ........................................................................... 82
2
QUÍMICA - revisões
Água
A água é uma molécula essencial à vida:
Estabiliza a temperatura corporal
Transporta nutrientes
Funciona como reagente ou meio reactivo (reacções de hidrólise: ex. digestão)
Estabiliza a conformação de polímeros
Responsável pelo comportamento das macromoléculas
Interacções moleculares
Ligações electrostáticas
A força electrostática é dada pela lei de Coulomb.
Pontes de hidrogénio
É a mais fraca das ligações fortes.
É um tipo especial de ligação dipolo-dipolo.
Ocorre entre o átomo de hidrogénio e um átomo muito electronegativo: oxigénio, azoto ou
flúor.
A densidade do gelo é menor que a da água (ser maior) porque as pontes de hidrogénio
deixam grandes espaços vazios.
3
Forças de Van der Waals
A principal é a de London.
Muito fraca.
Porque é que o colagénio tem ligações por pontes de hidrogénio e a hemoglobina por
forças de Van der Walls?
Porque o colagénio é uma proteína de resistência, não tem de andar a mudar, tem é de ser
forte.
Exemplo: Fluidez das membranas biológicas, para os fosfolípidos andarem de um lado para o
outro.
Solubilidade
“Polar dissolve polar”
“Apolar dissolve apolar”
Exemplos:
As cabeças polares dos lípidos da membrana orientam-se para o exterior, enquanto as
“caudas” hidrocarbonadas se dispõe no interior.
As cadeias polares (hidrofílas) da proteína expõem-se no exterior da molécula proteica,
enquanto as cadeias laterais dos aminoácidos apolares (hidrofobas) se orientam para o
interior.
Soluções tampão: uma solução tampão consiste numa mistura de um ácido ou base fracos
com os seus conjugados e tem a propriedade de resistir à variação de pH quando lhe é
adicionado uma pequena quantidade de ácido ou base forte.
4
Sistema tampão do plasma
O principal tampão extracelular é o tampão bicarbonato tampão fisiológico muito
importante para nós importante porque assim podemos resistir às alterações de pH.
Acidose ou Alcalose
Acidose
Alcalose
↑ CO2 expelido CO2 dissolvido ↓
5
Acidose respiratória
Doenças que impedem a libertação normal de CO2 nos pulmões, ou seja, aumenta o CO2 no
sangue.
Alcalose respiratória
Causa: hiperventilação causada por ansiedade ou histeria, envenenamento por ácido
acetilsalicílico, etc.
Acidose metabólica
Causa: aumento dos níveis de espécies ácidas, lactato (exercício físico intenso), acetoacetato,
b-hidroxibutirato, etc.
Alcalose metabólica
Causa: apesar de os mamíferos não sintetizarem compostos alcalinos podem, no entanto,
recebe-los por origem exógena. Muitos frutos e vegetais têm poder alcalinizante.
A alcalose pode ainda, ter origem na perda anornal de ácidos.
As perdas excessivas de ácidos podem surgir por situações prolongadas de vómitos ou
lavagens gástricas.
A diurese pode causar alcalose por perda excessiva de água e iões.
6
PROTEÍNAS
Constituem em o grupo mais importante das macromoléculas do organismo.
Grande parte encontra-se nos músculos.
Cetoácidos: usados para a síntese de proteína no ciclo de Krebs
Não conseguimos sintetizar os aminoácidos essenciais, então temos de os consumir
A necessidade metabólica depende do estado fisiológico e de desenvolvimento do
indivíduo. Dose diária recomendada mas em geral consumimos mais do que aquilo
que precisamos
O que pode estar na causa e um individuo que tem níveis de ureia altos?
Alimentação rica em proteínas, o que provoca um excesso de aminoácidos ou pouca água
Qualidade da proteína
Composição em aminoácidos
Digestibilidade: Se sofre digestão, hidrólise, que separa em aminoácidos que nós
podemos absorver
Biodisponibilidade dos aminoácidos: estudar a molécula desde que é ingerida, ou
seja, estudar o seu percurso
Exemplo 1 : Cereais com leite: O cálcio liga-se às cargas ⊖ das fibras (fitatos) que
depois é eliminado e assim já não serve para nada
Exemplo 2: Anemia: o ferro é absorvido pela vitamina C e assim esta perde as suas
propriedades antioxidantes, o que é pior.
7
Aminoácidos
Estrutura geral:
radical
+
N3H – C – COO-
Aminoácidos Alifáticos
Têm cadeias laterais não ionizáveis, ou seja, não conseguem perder protões.
Glicina
Alanina
Valina
Leucina
Isoleucina
Metionina (Nota: o seu enxofre não tem muito efeito, uma vez que não lhe confere
polaridade por estar na parte hidrófoba)
Aminoácidos Aromáticos
Fenialanina
Tirosina pode ser obtido da fenilanina, logo não é essencial
Triptofano
8
Fenilcetonúria
Problema na fenialanina hidroxilase:
Doença em que não se consegue converter a fenialanina em tirosina devido a um problema
na fenialanina hidroxilase, e assim a tirosina não se transforma em melanina.
A fenialanina em excesso é tóxica para o cérebro.
A tirosina encontra-se diminuída nestes indivíduos, originando cor clara da pele e dos
olhos devido a uma copigmentação diminuída por deficiência em melanina.
O tratamento baseia-se numa dieta pobre em fenilalanina, de forma a permitir à criança
um desenvolvimento normal. Não é no entanto conveniente retirar toda a fenilalanina da
alimentação, porque ela é essencial para um bom desenvolvimento do nosso organismo.
Problema na tetrahidro-biopterina:
Cerca de 3% das crianças com níveis elevados de fenilalanina possuem valores normais
de hidroxilase mas apresentam deficiência na síntese ou redução da biopterina.
A deficiência em biopterina pode ser tratada, adicionando-a à dieta. No entanto, a
deficiência na hidroxibiopterina redutase é mais grave. Este enzima está envolvido na
síntese de percursores das catecolaminas e da serotonina.
As funções do sistema nervoso central estão seriamente afectadas e o tratamento deve
incluir administração de percursores de serotonina e catecolaminas.
Teste do pezinho
Aminoácidos Aromáticos
Têm grupos OH
Serina
Treonina
Aminoácidos Básicos
Têm grupos NH2
São capazes de ceder electrões
Lisina
Arinina
Histadina
9
Aminoácidos Ácidos e amidas derivadas dos ácidos
Aspartato
Glutamato
Asparagina amida derivada do aspartato
Glutamina amida derivada glutamato
Aminoácido Sulfurado
Tem uma ligação persulfureto
Cisteina Cabelos encaracolados
Iminoácido
Prolina converte prolina em hidroxiprolina; Ligação do colagénio
Ponto Isoeléctrico
Corresponde ao valor de pH para o qual a carga absoluta do aminoácido ou proteína é nula.
Numa electroforese (forma de separar proteínas ou aminoácidos com base num campo
eléctrico) corresponde ao ponto onde não há migração, nem para o eléctrodo positivo (ânodo)
nem para o eléctrodo negativo (cátodo). A proteína vai ficando num ponto de pH, migra
consoante a sua carga. Diz-se que a proteína “precipita”, ou seja fica parada.
Soluções Tampão
Soluções de aminoácidos podem ser utilizadas como soluções tampão.
A zona tampão corresponde ao pKa ± 1
Atenção a gráficos, porque as vezes estão ao contrário.
10
Características das Proteínas
Péptido: polímero de aminoácidos (resíduo do aminoácido que fica na cadeia) unidos por
ligações peptídicas e liberta H2O.
Oligopéptido: péptido com menos de 10 resíduos de aminoácidos (resíduos porque já
perderam alguns dos seus átomos por pertencerem à cadeia).
Polipéptido: péptido com mais de 10 resíduos de aminoácidos.
Proteína: consiste num ou mais polipéptidos dispostos no espaço segundo uma configuração
tridimensional.
Nível primário: sequência de aminoácidos. Uma proteína tem sempre este nível
11
Nível terciário: interacções entre resíduos de aminoácidos mais afastados na cadeia peptídica.
As ligações envolvidas podem ser de: persulfureto (entre cistaínas), pontes de hidrogénio e
forças de van der waals (entre aa apolares).
Nível quaternário: associação de duas ou mais cadeias peptídicas, normalmente unidas por
forças de van der waals (hemoglobina, altera muito a sua estrutura) ou pontes de hidrogénio
(colagénio, porque precisa de ser mais resistente – tem nível 1º, 2º e 4º).
Proteínas globulares: são constituídas por cadeias peptídicas que se enrolam adquirindo
formas esféricas ou globulares (nível terciário porque há mais interacção entre aa + afastados).
Estas proteínas são solúveis em sistemas aquosos (aa hidrófobos ficam para dentro e os
hidrófilos(polares) para fora.
Proteínas fibrosas: apresentam-se como fibras alongadas. Estas proteínas são insolúveis em
água e resistentes.
12
Classificação das proteínas (em termos químicos)
Heteroproteínas: para além dos aminoácidos possuem um grupo prostético, que pode ser:
glícidos, lípidos, metais, etc.
Estrutura – colagénio
Catálise - enzima
Transporte – hemoglobina e albunina
Hormona - ocitocina
Defesa - imoglobulina
Hemoglobina
A hemoglobina é uma proteína tetramérica (4 subunidades, 2𝛼 𝑒 2𝛽) cuja função é de
transporte de O2 (não se considera que transporte CO2 porque a maior parte deste é
transportado por iões carboneto).
Em presença de concentrações elevadas de oxigénio, a molécula de hemoglobina pode
ligar-se reversivelmente a quatro moléculas de oxigénio (grupo heme).
Pelo contrário, na presença de quantidades elevadas de H+ e CO2, como sucede nos
capilares, o oxigénio é libertado.
13
Interacção alósterea
Nota: alósterea significa conformação, que tem a ver com a forma (ex. uma pessoa dobrar-se), o que é
diferente de configuração, que tem a ver com a estrutura (ex. uma pessoa cortar uma perna e trocar por
um braço)
Porque é que a
hemoglobina tem
comportamento de solução
tampão?
14
Mecanismo de Cooperatividade
A hemoglobina possui dois estados conformacionais estáveis:
estado T, que corresponde à conformação da desoxihemoglobina
estado R, que corresponde à oxihemoglobina
Efeito de Bohr
Está relacionado com a alteração da conformação da hemoglobina.
A ligação do oxigénio a uma subunidade provoca uma diminuição do pKa de alguns grupos
conduzindo à libertação dos protões.
Dióxido de carbono
O CO2 também influencia a ligação de O2 à hemoglobina ligando-se reversivelmente ao grupo
amina terminal das proteínas plasmáticas formando carbamatos.
A desoxihemoglobina liga mais CO2 do que a forma oxigenada.
15
Albumina
É uma proteína não glicosilada com peso molecular elevado. Corresponde a cerca de 60% das
proteínas totais plasmáticas. É uma proteína simples, uma vez que só tem uma fracção
peptidica.
A albumina é produzida no fígado e tem como função transportar substâncias insolúveis
(hormonas, ácidos gordos, fármacos, …) até ao órgão de utilização ou de eliminação. Por
exemplo a albumina transporta as bilirrubinas até ao fígado para sofrerem reacções de
degradação.
Mantém a pressão osmótica (quando há um aumento de outras proteínas, a albumina
desce para manter a pressão) e constitui a maior reserva de aminoácidos.
Tem um período de semi-vida longo, porque a sua função é sempre mantida constante ao
contrário por exemplo da insulina.
𝜶1- antitripsina
Inibe as proteases.
Indivíduos com níveis baixos de α1- antitripsina apresentam uma maior predisposição para
doenças pulmonares e doenças hepáticas. α1- antitripsina baixa menos inibição de
proteases mais degradação das proteínas, incluindo as leucocitárias
Níveis elevados de α1-antitripsina tem sido associados a infecções agudas, porque aumenta
a produção de leucócitos.
Cianose
É uma doença caracterizada por os doentes apresentarem a pele ou as mucosas com a
coloração roxa.
Isto surge devido a uma elevada concentração de desoxihemoglobina que se torna visível. A
dificuldade de oxigenação da hemoglobina leva ao aumento da desoxihemoglobina.
A cianose é característica de doenças cardíacas ou pulmonares que originam a oxigenação
inadequada do sangue.
16
Hemoglobina s
É uma variante da hemoglobina A em que o glutamato é substituido por uma valina na posição
6 da cadeia 𝛽 da hemoglobina.
Esta mutação provoca alteração da forma dos eritrócitos. Esta alteração favorece a ligação
entre diferentes cadeias, o que forma vários polímeros e torna a estrutura diferente.
As células falciformes têm tendência a agrupar-se e quando aderem aos vasos diminuem o
fluxo sanguíneo o que provoca um maior risco de doenças.
Malária
Esta doença surge pela picada de um mosquito que infecta o eritrócito com o plasmodium
falciparum.
Os eritrócitos infectados aderem às paredes dos capilares causando a morte, quando as
células impedem o fluxo de sangue num órgão vital.
O plasmodium aumenta a acidez dos eritrócitos infectados. Por sua vez, os valores baixos
de pH favorecem a formação das células falciformes.
Estes eritrócitos são normalmente removidos da circulação pelo baço.
Durante os primeiros estadios da infecção da malária, os parasitas são destruídos pelo
processo de remoção dos eritrócitos infectados. Numa fase mais avançada os eritrócitos
infectados vão ligar-se às paredes dos capilares presumivelmente para evitarem a sua remoção
17
Hemoglobina s e malária
A alteração da célula característica da hemoglobina s leva à destruição do parasita.
Consequentemente, indivíduos heterozigotos que possuem esta variante apresentam uma
vantagem adaptativa, tendo mais possibilidade de sobreviver a esta doença, do que os
indivíduos com hemoglobina normal.
18
ENZIMAS
De facto, e com a excepção de um pequeno grupo de moléculas de RNA com capacidade
catalítica Todas os enzimas são proteínas
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A holoenzima é a enzima activa, constituída por uma apoenzima podendo ter também um
cofactor. A apoenzima é a fracção proteica da enzima.
Nomenclatura
Mas há igualmente:
nomes triviais – pepsina, tripsina
enzimas com mais de um nome
enzimas com o mesmo nome
20
Classes de Enzimas
OXIDOREDUCTASES
Catalisam reacções de oxidação-redução, transferem electrões ou hidretos.
Exemplo: CH3CH2OH + NAD+ CH3CHO + NADH + H+ EC 1.1.1.1 alcool:NAD+ oxidoreductase
Subclasses deoxidoreductases:
Desidrogenases: dador + NAD+ ou FADHdador oxidado + NADH + H+
Peroxidades: dador + H2O2 dador oxidado + H2O
Catalase: H2O2 + H2O2 O2 + 2 H2O
TRANSFERASES
Catalisam a transferência de grupos químicos entre dois compostos
Exemplo: ATP + D-Glucose ADP + D-glucose-6-fosfato EC 2.7.1.2 ATP: D-glucose 6-
fosfotransferase
Subclasses de transferases:
Aminotransferases: NH2A + B A + NH2B
Cinases: ATP + A ADP + A-fosfato
Fosforilase: fosfato + A H2O + A-fosfato
Glicosiltransferases: Glícido -A + B A + glícido -B
HIDROLASES
Catalisam o desdobramento de compostos por reacção com a água
Exemplo: ATP + H2O ADP + fosfato EC 3.6.1.3 ATP fosfohidrolase
Subclasses de hidrolases:
Esterases: R-COOR’ + H2O R-COOH + HOR
Glicosidases: Glícido-Glícido+ H2O Glícido + Glícido
Peptidases: aa-aa + H2O aa + aa
Fosfatases: R-fosfato + H2O ROH + fosfato
Desaminases: R-NH2 + H2O ROH + NH3+
Ribonucleases: Nt-Nt + H2O Nt + Nt
Nota: a desaminase catalisa a reacção em que quando os aa estão em excesso vão para a
ureia.
21
LIASES
Catalisam reacções de remoção-fixação de vários grupos químicos.
Exemplo: Cetose-1-fosfato dihidroxiacetona-fosfato + aldeído EC 4.1.2.7 cetose-1-fosfato
aldeído-liase
Subclasses de liases:
Descarboxilases: RCOOH RCH + CO2
Dehidratases/Hidratases: RCH2CHOH H2O + RCH=CHR
ISOMERASES
Catalisam isomerizações de diversos tipos
Exemplo: L-glutamato D-glutamato EC 5.1.1.3 glutamato racemase
LIGASES
Catalisam a união de duas moléculas à custa da hidrólise do ATP ou outro trifosfato
Exemplo: Piruvato + CO2 + ATP oxalocetato + ADP EC 6.4.1.1 piruvato : CO2 ligase
Cinética Enzimática
A cinética química é a disciplina que estuda as leis que regem a velocidade das reacções.
A velocidade de uma reacção pode ser calculada medindo-se a variação da concentração
dos produtos ou dos reagentes por unidade de tempo. Nota. Quando calculamos com os
reagentes tiramos os menos.
Efeito do substrato
À medida que a concentração do substrato aumenta, a velocidade aumenta até à saturação
completa do enzima.
A velocidade da reacção atinge um máximo para o ponto de saturação do enzima (v máx). Isto é,
todos os centros activos estão ocupados.
22
Equação de Michaelis-Menten
E + S ⇄ ES ⟶ E + P
Condições:
o complexo ES encontra-se no estado estacionário.
Sob condições de saturação todos os enzimas são convertidos em ES, não
existindo nenhum livre.
Se todos os enzimas estão na forma de complexo ES então a formação de
produto é máxima.
Constantes de Michaelis-Menten
Km mede a afinidade. Corresponde à concentração de substrato para a qual o enzima actua
a metade da vmáx. Este valor é característico de cada enzima. Se o km é muito elevado, significa
que é necessário uma concentração de substrato elevada para atingir metade da vmáx, ou seja,
o enzima tem pouca afinidade para o substrato.
Vmáx indica a eficácia da reacção
Exemplo 1:
Glucose + ATP 6-P-Glucose+ADP Km1
Manose + ATP 6-P-Manose+ADP Km2
Enzima das 2 reacções: hexocinase
Km1<Km2
Com estes dados ficamos a saber que a hexocinase tem mais afinidade para a glucose
que para a manose.
Exemplo 2:
Glucose + ATP 6-P-Glucose+ADP Km1 -- hexocinase
Glucose + ATP 6-P-Glucose+ADP Km2 -- glucocinase
Km2>Km1
A glucocinase tem menos afinidade que a hexocinase, porque trabalha com valores
mais altos de glucose no fígado, e são esses valores altos que são necessários.
23
Factores que afectam as reacções
enzimáticas
Efeito do pH:
O pH – ou a concentração hidrogeniónica, [H+] – actua na catálise enzimática a três níveis:
Sobre a reacção: o H+ pode intervir directamente como substrato ou produto, pelo
que a alteração do pH pode afectar o equilíbrio e a velocidade da reacção.
Sobre o substrato ou o produto: o H+ pode alterar o estado de ionização do substrato
ou do produto, transformando-o numa molécula diferente com uma afinidade
diferente para a enzima. Exemplo: CH3COOH e CH3COO-
Sobre o enzima: o h+ vai alterar o estado de ionização dos resíduos de aminoácidos
que constituem o enzima, o que conduz a alterações nas conformações dos enzimas e
à modificação das suas estruturas:
o dissociação em subunidades
o alteração do centro activo (com ganho ou perda de actividade)
o perda de estruturas terciárias e/ou secundárias
o em casos extremos, desnaturação do enzima
Em consequência, a maioria dos enzimas possui uma faixa estreita de pH onde possui
actividade catalítica, com um pH óptimo de actividade.
24
Exame:
Inibição competitiva
25
1/Vmax
-1/KM
26
Efectores Alostéreos
Semelhante a inibição não competitiva.
Os efectores ligam-se aos centros alostéreos ou centros reguladores.
Ao estabelecer a ligação enzima-efector haverá uma alteração da conformação do enzima
no sentido de se tornar mais activa – efector positivo - ou menos activa – efector negativo.
É frequente um dos produtos finais da sequência metabólica ser um inibidor alostéreo da
1ª enzima, actuando como inibidor de feedback ou retroinibição.
Creatina Cinase
A creatina cinase (ck) catalisa a transferência reversível do grupo fosfato do ATP para a
creatina originando fosfato de creatina.
Este enzima é dimérico, as subunidades são designadas por m (muscle) e b (brain) e
combinam-se formando três isoenzimas:
BB OU CK1, encontra-se em elevadas concentrações no cérebro, pulmão e intestino
MB OU CK2, é específica do músculo cardíaco
MM OU CK3, existe em elevadas concentrações no músculo esquelético e coração
Significado clínico:
O aumento de ck2 é um indicador de destruição do miocárdio.
É libertado na circulação aproximadamente entre 2 a 12 horas depois da dor no peito e
normalmente desaparece depois de 30 horas podendo persistir durante 72 horas.
27
Lactato Desidrogenase
Significado clínico:
A LDH é um importante indicador de enfarte de miocárdio.
Após o enfarte os níveis de LDH aumentam nas 12 a 24 horas seguintes.
Em situações normais a LDH2 apresenta níveis superiores à LDH1, no caso de enfarte ocorre a
inversão, isto é, a concentração de LDH1 torna-se superior à de LDH2.
28
Marcadores tumorais
Um marcador tumoral é então uma substância presente ou produzida pelo próprio tumor ou
pelo hospedeiro em resposta a um tumor.
Pode ser usado para diferenciar um tumor de um tecido normal ou para determinar a
presença de um tumor, permitindo reflectir o seu crescimento, actividade, evolução e resposta
terapêutica.
Estas substâncias podem ser encontradas nas células, nos tecidos, nos fluidos corporais e
podem ser medidas qualitativamente por métodos químicos, imunológicos ou biológicos para
identificar a presença de cancro.
Aplicações
“screening” na população em geral
Diagnóstico diferencial em pacientes sintomáticos
Medição clínica do estado do cancro
Estimar o volume do cancro
Indicador prognóstico para a progressão da doença
Avaliação do sucesso do tratamento
Detectar a reincidência de cancro
Monitorizar respostas à terapia
Radioimunolocalização de massas tumorais
Determinação directa para imunoterapia
29
Alcalina fosfatase
O alcalina fosfatase pode surgir do fígado, dos ossos e da placenta.
Elevados níveis de alcalina fosfatase são detectados no cancro do fígado primário ou secundário
e podem ser úteis para avaliar a metastização de cancro relacionado com o fígado e ossos.
Altos níveis de alcalina fosfatase podem estar associados a outras neoplasias, como a leucemia e
o linfoma, e a outras complicações como a infiltração hepática.
Creatina cinase
O creatina cinase é um dímero que consiste em duas subunidades, uma muscular e uma cerebral.
Existem 3 isoenzimas a CK1 (BB), a CK2(MB) e a CK3(MM).
Apesar da utilidade do creatina cinase como marcador tumoral continuar em processo de
investigação, elevados níveis de CK1 estão associados ao cancro da próstata, do pulmão e também
ao cancro da mama, do cólon e ovário.
Lactato desidrogenase
O lactato desidrogenase é um enzima que é libertado como resultado de danos na célula.
Este marcador tumoral é também não específico de um só órgão.
Há então uma alteração nos níveis deste enzima numa variedade de cancros, incluindo cancro
no fígado, linfoma non-Hodgkin´s, leucemia, cancro testicular, cancro na mama, cólon, estômago e
pulmão.
30
GLÍCIDOS
As oses são moléculas caracterizadas por possuírem cadeias carbonadas contendo grupos
hidroxílicos e funções aldeídicas ou cetónicas.
Nota: um glúcido só tem glucose (exemplo: amido)
Designados frequentemente, mas erradamente por hidratos de carbono, uma vez que a
estrutura do glúcido não é um carbono rodeado por água Cn(H2O)n
n= 3 trioses
n=4 tetroses
n=5 pentoses ribose
n=6 hexoses glucose
…
Os diabéticos devem comer bananas mais maduras, porque o amido (apenas glucose) que
as constitui já foi hidrolisado e convertido em glucose, frutose e sacarose, e assim o
diabético não vai consumir tanta glucose, consome antes frutose que não conta para o
índice glicémico.
Principais fontes
Amido – o que consuminos mais, por exemplo na batata, tem função energética
Açucares simples – frutose e sacarose
Celulose
31
Ósidos: mais do que uma ose
Holósidos: por hidrólise originam apenas oses
Homoglicanas: constituídas pela mesma ose
Heteroglicanas: constituídas por diferentes oses
Heterósidos: ose + radical aglicona (não glicidico)
Glicosaminoglicanas ou mucopolissacáridos: polissacáridos compostos por cadeias lineares de
unidades repetidas de dissacáridos.
Glicoproteínas: proteínas que possuem glícidos ligados covalentemente (a proteína é mais
importante)
Principais funções
1. Fornecer energia ao organismo
2. Indispensáveis para o metabolismo normal dos lípidos (A partir dos glícidos
sintetizamos lípidos, o contrário já não é possível, só a partir das proteínas destruindo
massa muscular)
3. Acção economizadora das proteínas
4. Glucuroconjugação – função desintoxicante (ácido glucurónico + metabolitos químicos
Forma hidrossolúvel)
5. Indispensáveis ao sistema nervoso
6. Estimulação e crescimento de bactérias benéficas a nível intestinal
7. Regulação do trânsito intestinal
8. Precursores de: ácidos nucleicos (ribose); matriz do tecido conjuntivo (glicogénio);
galactosídeos do tecido cerebral (gangliosidos e cerebrosidos)
32
Isómeros
Isómero de Posição:
Isómero de cadeia:
Carbono assimétrico
Para os compostos com mais do que um átomo de carbono assimétrico, convencionou-se que
os prefixos D (desloca a luz para a direita, quando o OH está à direita (D+), existem excepções
(D-)) e L se referem ao carbono assimétrico mais afastado do grupo carboxilo.
Anómeros: isómeros que surgem da ciclização das oses anómero 𝛼 (OH do primeiro
carbono anomérico (igual a carbono assimétrico na cadeia aberta) em baixo) ou 𝛽 (OH
do primeiro carbono anomérico em cima).
33
Derivados das Oses
Ésteres fosfóricos
Estes são numerosos e de grande importância no metabolismo dos glícidos. A grande maioria
dos monossacáridos só são transformáveis sob a forma de ésteres de ácido fosfórico.
Desoxioses
Derivados de oses que perderam um grupo hidroxilo.
Alditóis
Redução do grupo aldeído ou cetona a álcool.
São usados nas pastilhas, chupa-chupas, etc, porque originam menos cáries.
34
Amino-oses
Resultam da substituição de um ou mais grupos hidroxilo por grupos amina ou acetilamina.
É um produto de oxidação.
Ácidos
Ácidos urónicos: oxidação do grupo hidroxilo do último carbono das aldohexoses (hidroxilo
ácido).
Ácidos aldáricos: oxidação do grupo aldeído das aldoses (aldeído ácido) e do grupo
hidroxilo do último carbono (hidroxilo ácido).
Ácidos aldónicos: oxidação do grupo aldeído do primeiro carbono das aldoses (aldeído
ácido). Exemplo: ácido gluconico.
Exame: Os ácidos urónicos são os mais importantes para nós porque são mais estáveis
quando temos estruturas cíclicas. As estruturas lineares são menos frequentes em nós.
Ligação glicosídica
A ligação glicosídica ocorre entre duas oses com libertação de uma molécula de água.
A reacção de duas oses origina um dissacárido.
Se o número de oses não excede oito unidades a molécula designa-se por
oligossacárido. Para um número superior a oito oses designa-se polissacárido.
Dissacáridos
Maltose = Glucose + Glucose
Sacarose = Glucose + Fructose
Lactose = Galactose + Glucose
35
Polissacáridos
Amido
O amido é um polissacárido de reserva das plantas, que para nós é fonte de energia.
Existe na forma de:
Amilose: amido não ramificado
Quem pratica desportos mais demorados deve comer massas porque estas têm mais
amilose, que é hidrolisada mais lentamente e assim a energia dura mais tempo. A
massa não deve ser muito cosida se não perde as ligações.
Para desportos mais rápidos pode-se comer chocolate porque contem fosfato
creatina.
Amilopectina: estrutura ramificada. As ramificações surgem aproximadamente de 30
em 30 resíduos.
Contribui mais para o índice glicémico porque liberta mais rapidamente a glicose,
assim libertamos mais insulina e ficamos com energia durante menos tempo.
Aparece mais porque nos permite armazenar mais glucose.
Glicogénio
O glicogénio é a reserva de glucose nos animais.
Trata-se de um polímero altamente ramificado, ocorrem ramificações de 10 em 10 resíduos.
Celulose
O homem não possui enzimas que possam hidrolisar as ligações 𝛽(1 4) da celulose.
celulose fibra
Fibra
O conceito de fibra dietética compreende um conjunto de substâncias de origem vegetal, que
são resistentes à digestão pelos enzimas do intestino humano.
36
FUNÇÕES DAS FIBRAS
Aumentam o volume e peso das fezes
Favorecem o peristaltismo do cólon
Diminuem o tempo de trânsito intestinal
Atrasam o esvaziamento gástrico. Exemplo: comprimidos que provocam uma resposta
cerebral porque fazem com que o nosso estômago liberte uma hormona que vai ao
cérebro dizer que nós estamos saciados.
Fornecem substrato fermentável para as bactérias do cólon
Fixam os ácidos biliares e aumentam a sua excreção
Reduzem a concentração plasmática de colesterol
Melhoram a tolerância dos diabéticos à glucose
fermentação
37
Efeito do butirato no colonocito neoplásico
Na célula neoplásica, o mecanismo aeróbio transforma-se em anaeróbio, devido a outras
alterações. Não ocorre oxidação do butirato acumulando-se no interior do colonocito
competindo com o mevalonato para o receptor da proteína G. A ligação do butirato à proteína
G inactiva o crescimento celular.
Diabetes: As fibras arrastam a glucose e faz com que as pessoas comam menos a glucose
liga-se às proteínas o que faz com que estas sejam oxidadas cancro do cólon.
38
Captação de ácidos biliares
A absorção dos ácidos biliares e consequente excreção diminui a quantidade que voltará
ao fígado pela circulação entero-hepática. Para compensar, o fígado sintetizará mais ácidos
biliares com consumo de colesterol. Se este aumento da degradação do colesterol não for
compensado por um aumento da síntese, a concentração total do colesterol diminuirá.
Como as fibras são excretadas quase intactas, arrastam o colesterol de origem alimentar
com elas e captam também os ácidos biliares excretando-os e assim estes têm de ser
sintetizados outra vez, gastando colesterol.
Glicosaminoglicanas e
mucopolissacáridos
As glicosaminoglicanas são heterósidos contendo, em geral, dois tipos de derivados de oses
alternadas, das quais uma, é uma amino-ose e a outra tem um grupo ácido ou sulfato.
Formam uma matriz viscosa que resiste à compressão das fibras do colagénio e elastina.
São substâncias viscosas que proporcionam lubrificação e são componentes estruturais do
tecido conjuntivo.
39
40
LÍPIDOS
Lípidos são compostos provenientes da reacção de esterificação de um ou mais ácidos gordos
com um álcool.
Gorduras porque têm ácidos gordos porque são apolares são hidrófobos são
insolúveis têm de ser transportados.
Funções
Isolamento térmico
Fonte de energia rapidamente metabolizável (são o que nos dá mais ATP’s)
Componentes da membrana celular
“almofada” de protecção para alguns órgãos (as pessoas magras ferem-se mais
frequentemente)
41
Classificação dos lípidos
Lípidos simples: têm na sua constituição um álcool estrutural e uma ou mais moléculas de
ácidos gordos.
Lípidos complexos: possuem um álcool estrutural, uma ou mais moléculas de ácidos gordos e
um outro grupo que pode ser um glícido ou um grupo fosfato esterificado com um álcool
funcional.
42
Ácidos gordos
Têm na sua constituição um grupo ácido e uma longa cadeia hidrocarbonada.
Podem ser classificados como:
Ácidos gordos saturados: se contêm apenas ligações simples
Membrana mais rija porque o ponto de fusão é mais alto.
Gordura animal, manteiga.
Ácidos gordos insaturados: se contêm ligações duplas.
Ponto de fusão mais baixo.
Gordura vegetal, margarina.
Ácido oleico (no azeite), na carne de porco o ácido estiárico é convertido em ácido
oleico que é bom para o organismo. Triolaina: molécula com 3 ácidos gordos que são 3
ácidos oleicos.
Ómegas
A nomenclatura dos ácidos gordos dá-nos várias informações, como o comprimento da cadeia,
o número e a posição das duplas ligações. A localização das ligações duplas pode ser indicada
através da designação n, em que a localização da dupla ligação é identificada contando os
átomos de carbono desde a extremidade metil (ponta que não tem o HO) do ácido gordo.
Dado que os humanos apenas têm capacidade de introduzir duplas ligações até ao carbono 9,
podem sintetizar toda a família n-9 (𝜔-9), mas não podem sintetizar as famílias n-3 (𝜔-3) e n-
6 (𝜔-6), exemplo desta família, ácido linoleico e araquidónico.
O número Ómega(ω) indica a primeira ligação dupla do ácido gordo a contar do grupo metilo.
43
Todos os estímulos pró-inflamatórios induzem a acção das fosfolípases e a libertação
selectiva do AA dos fosfolípidos membranares para a produção de eicosanóides.
Embora a inflamação aguda seja uma resposta normal e benéfica para o organismo e auto-
limitada em indivíduos saudáveis, se esta se tornar incontrolada ou for inapropriada, pode
causar danos graves no organismo e mesmo doenças. E isto pode acontecer se houver uma
excessiva pró-inflamação ou uma excessiva contra-inflamação. No primeiro caso observa-se
expressão aumentada ou a existência de formas solúveis em circulação de moléculas de
adesão, retenção de leucócitos em locais não usuais, produção de mediadores inflamatórios e
danos nos tecidos.
O consumo aumentado de ácidos gordos poliinsaturados n-3 de cadeia longa, resulta num
aumento da sua proporção nos fosfolípidos das membranas das células inflamatórias, uma vez
que todos competem entre si pela posição sn-2. Isto acontece numa relação dose-resposta e é
principalmente à custa do AA. Assim, demonstrou-se que a suplementação da dieta humana
com (𝜔-3) por diminuir a disponibilidade de AA como substrato, resulta na diminuição de
produção de eicosanóides das séries 2 e 3 que são, então, substituídos pelos das séries 3 e 5,
produzidos a partir dos n-3, que têm actividade muito menos inflamatória.
Pessoas que tomam uma aspirina por dia (50 mg), inibem a síntese de tromboxanos e então
o sangue vai ficar mais líquido.
Quando se tira um dente, nunca se deve tomar aspirinas porque pode provocar hemorragia.
Lípidos simples
Acilgliceróis
Triglicéridos
A sua principal função é fornecer a energia necessária aos processos metabólicos.
O tecido adiposo é o principal local de armazenamento.
Sempre que o organismo necessite são libertados do tecido adiposo e utilizados.
Quando se come refeições com muita gordura, e se faz um exame, o colesterol não sai
alterado, mas sim os triglicéridos.
44
Colesterol
Lípidos complexos
45
Cardiolipina
Corresponde a um fosfoglicérido duplo. Isto é, um ácido fosfórico liga-se a uma molécula de
glicerol que por sua vez se liga a outro ácido fosfórico de outro fosfoglicérido.
Plasmalogéneo
É um fosfoglicérido em que um dos ácidos gordos é substituído por um álcool insaturado.
Esfingolípidos
Devem o seu nome ao álcool estrutural esfingosina.
A esfingosina pode-se combinar com um ácido gordo de cadeia longa e originam uma
ceramida (deixa o cabelo mais brilhante). Todos os grupos derivam da ceramida mas variam no
grupo da cabeça.
Esfingomielinas
Uma segunda estratificação da ceramida por ácido gordo, que por sua vez é estratificado por
colina, forma a esfingomielina. As esfingomielinas diferem entre si no ácido gordo, sendo o
ácido lignocérico mais frequente no homem. São constituintes fundamentais da mielina.
Glicoesfingolípidos
A ceramida está ligada a um glícido, por uma ligação ósido.
Cerebrósidos = ceramida + hexose (glucose ou galactose)
Gangliósidos
Representam uma família de lípidos membranares com função de receptores. Têm mais de
uma ose.
46
Lipoproteínas
As lipoproteínas são complexos de lípidos e proteínas ligados por forças de van der waals.
Estrutura
esférica, com um núcleo constítuido por lípidos apolares (triglicéridos e ésteres de colesterol).
Na periferia encontram-se os lípidos anfipáticos (fosfolípidos e colesterol) e as
apolipoproteínas (protéinas).
Apolipoproteínas
As principais funções das apolipoproteínas são de:
Cofactores enzimáticos (APO A e APO C)
Proteínas estruturais (APO A e APO B)
Moléculas de reconhecimento pelos receptores membranares (APO B e APO E)
47
Metabolismo das lipoproteínas
Quilomicra
Função: Efectuam o transporte dos lípidos exógenos (de origem alimentar) do intestino até aos
tecidos.
Estas lipoproteínas são sintetizadas no intestino e transportadas pela linfa até à circulação.
Nos músculos e tecido adiposo perdem os seus triglicéridos por acção da lipoproteína lipase
(LpL). Este enzima é responsável pela hidrólise dos triglicéridos e é activada pela APO C-II.
As partículas residuais são captadas pelo fígado via receptor das remanescentes (reconhecem
a APO E).
VLDL
Função: efectuam o transporte dos lípidos endógenos (glucose acetil CoA ácidos gordos
triglicéridos) do fígado até aos tecidos. Ou seja, transportam os triglicéridos para o músculo
e tecido adiposo.
Origem: hepática
Após a perda dos triglicéridos voltam para o fígado ou convertem-se em IDL e depois em LDL.
LDL
Origem: VLDL. As VLDL são convertidas em LDL por perda de triglicéridos e enriquecimento em
ésteres de colesterol que recebem das HDL.
Função: distribuir o colesterol e os ésteres de colesterol pelos tecidos (células não hepáticas).
As LDL são captadas por endocitose pelas células extrahepáticas depositando aí o colesterol,
que em excesso pode originar aterosclerose – “mau colesterol”.
48
HDL
Função: conduzem o colesterol em excesso depositado nos tecidos até ao fígado – “bom
colesterol”. E esterificação do colesterol em ésteres de colesterol (colestrol + ácidos gordos
éster de colesterol) . O enzima responsável é a LCAT (lecitina colesterol acil transferase) que é
activada pela APO A (cofactor da LCAT).
49
50
Factores de risco para aterosclerose
Colesterol total aumentado
Colesterol das LDL aumentado (Mau colesterol)
Colesterol das HDL baixo (Se for alto é o bom colesterol porque é tirado do sitio onde
está em excesso para o fígado)
APO B aumentada (porque LDL aumenta)
APO A diminuída (porque HDL é baixo)
Triglicéridos aumentados
Tabagismo
Obesidade
Consumo elevado de gorduras saturadas
A B
Colesterol total 250 mg/dl 290 mg/dl
Colesterol das LDL 190 mg/dl 180 mg/dl
Colesterol das HDL 35 mg/dl 60 mg/dl
51
52
VITAMINAS
Inicialmente designadas por “aminas vitais” são compostos orgânicos que os organismos
animais não são capazes de sintetizar.
As necessidades (DDR) dependem da idade, do sexo e das circunstâncias fisiológicas tais
como gravidez e aleitamento.
Não existem reservas de vitaminas, mas sim locais onde aparecem maiores quantidades de
determinadas vitaminas que são esgotadas rapidamente.
Hipovitaminose
Carência em vitaminas. Pode ter origem numa alimentação inadequada ou má absorção.
Hipervitaminose
Sobredosagem em vitaminas principalmente em vitaminas A e D. Devido a suplementos
vitamínicos tomados em excesso (por hipocondríacos por exemplo), em termos alimentares é
muito complicado existir.
53
Classificação de Vitaminas
Tiamina (B1)
Riboflavina (B2)
54
Ácido pantoténico
Forma activa: coenzima A (CoA)
Função: metabolismo dos ácidos carboxílicos
Biotina (H)
Função: Está envolvida em reacções de carboxilação.
CO2 + + ácido pirúvico ácido oxaloacético (enzima piruvato carboxilase)
Piridoxal (B6)
Cobalamina (B12)
Esta vitamina é sintetizada por microorganismos e não existe nos vegetais.
Forma activa: A vitamina liga-se a um factor intrínseco (glicoproteína) que a protege da
destruição enzimática durante a digestão e com o qual forma um complexo adequado á
absorção (só funciona a nível intestinal). Este complexo penetra nas células, separando-se em
seguida, com a libertação do factor intrínseco e a passagem da vitamina B12 para o plasma,
onde esta se liga a uma proteína de transporte – a transcobalamina.
Função: Os derivados da cobalamina servem de coenzima de reacções de isomerização.
Participam ainda na transformação da metionina em homocisteína e na redução dos
ribonucleótidos em desoxiribonucleótidos.
Doenças: anemia perniciosa
55
Trabalho - Vitaminas na metilação de DNA
Acção na metilação
Metilação/adição de grupos metil a sequências génicas para impedir a restrição enzimática
(favorece a diferenciação celular) ou a quebra de ligações entre essas sequências.
Não se altera a sequência original.
No caso da citosina, ocorre no carbono 5 da pirimidina perda de expressão/não
reconhecimento.
A metilação do DNA geralmente ocorre em dinucleótidos CpG ( citosina ligada a guanina por um
fósforo).
B6, B9 e B12 são cofactores de metiltransferases (enzimas que transferem os grupo metil da
metionina).
Transmetilação
56
Ácido ascórbico (C)
O ácido ascórbico encontra-se distribuído por todos os tecidos, sendo a sua concentração mais
elevada no fígado, córtex supra-renal e hipófise.
Função:
Stress: participa na síntese de hormonas inibidoras do stress participando em reacções
de hidroxilação.
Infecções virais: provoca instabilidade nos vírus por saturação da camada exterior
lipídica. Esta instabilidade permite a acção das nucleases que acabam por destruir
esses microrganismos.
57
Vitamina A
Forma activa: retinol, retinal e ácido retinóico. O retinol e o retinal são muito importantes a
nível da visão.
Retinol
É uma molécula importante na síntese das mucinas, opondo-se ao aparecimento das
proteínas fibrosas (queratina).
Ligação entre:
cenoura retinol mucopolissacarídeos olhos bonitos.
Retinal
É importante na adaptação à obscuridade, porque participa na síntese da púrpura
retiniana (rodopsina), receptor da luz de fraca intensidade (visão crepuscular).
Retinol - trans retinol - cis
Retinol - cis retinal – cis
Obscuridade: retinal- cis + opsina rodopsina Enzima: retinol-trans-isomerase
Luz: rodopsina retinal- trans + opsina Enzima: retinol-cis-desidrogenase
Ácido retinóico
Importante no desenvolvimento e diferenciação celular.
Função hormonal.
Doença: xeroftalmia, caracterizada por “olhos secos”, isto é, as células das glândulas
lacrimais queratinizam e param de segregar lágrimas, levam mesmo à perda da visão.
58
Vitamina D
A vitamina D ou colecalciferol sofre uma primeira hidroxilação no fígado por acção da 25-
hidroxilase originando o 25-hidroxicolecalciferol.
Numa situação de normocalcémia ou hipercalcémia o 25-hidroxicolecalciferol sofre no rim
uma segunda hidroxilação por acção da 24-hidroxilase. A actividade deste enzima é estimulada
pela calcitonina. O 24,25-dihidroxicolecalciferol apenas actua na absorção de cálcio no
intestino.
Numa situação de hipocalcémia o 25-hidroxicolecalciferol sofre no rim uma segunda
hidroxilação por acção da 1-hidroxilase. A actividade deste enzima é estimulada pela
paratormona. O 1,25-dihidroxicolecalciferol aumenta a absorção de cálcio no intestino,
diminui a excreção de cálcio no rim e aumenta a reabsorção de cálcio no osso. Estas acções
conjuntas levam ao aumento de cálcio plasmático.
A paratormona estimula a acção dos osteoclastos enquanto a calcitonina aumenta a acção
dos osteoblastos.
59
Trabalho - Hiperparatiroidismo e o
Metabolismo do cálcio
Glândulas paratiroideias
Perspectiva Anatómica: As glândulas paratiroideias localizam-se normalmente na superfície de
cada lobo da tiróide. São geralmente quatro.
Perspectiva Histológica: A glândula paratiroideia é constituída por três tipos de células: Células
principais, Células Claras, Células Oxifílicas
Perspectiva Fisiológica: 99% do cálcio total do corpo do ser humano é encontrado nos dentes
e nos ossos. O restante é encontrado nos fluidos extra celulares sob três formas: Ligado a uma
proteína, Ionizado ou Complexado.
PTH
Receptores da PTH
Existem dois tipos de receptores:
Tipo 1: para as células-alvo clássicas. Tipo 2: para as células-alvo não-clássicas
Não é encontrado nas células não-alvo.
Efeitos da PTH
Quando a concentração no plasma de cálcio diminui a PTH é rapidamente libertada e promove:
Uma maior reabsorção do cálcio nos rins
Estimula uma libertação da reserva de cálcio nos ossos
Na hipocalcémia
No hiperparatiroidismo
Níveis de PTH crónicos com uma função renal normal.
Equilíbrio do Fosfato
Hiperparatiroidismo
Pode ser classificado como:
Hiperparatiroidismo primário.
Hiperparatiroidismo secundário.
60
Vitamina E
Forma activa: tocoferol
Função: antioxidante. Esta vitamina é transportada pelas LDL, até às células hepáticas,
inibindo desta forma a oxidação destas lipoproteínas e consequentemente prevenindo a
aterosclerose. É também importante antioxidante dos lípidos da membrana celular.
Vitamina K
Forma activa: Filoquinona
Função: Vitamina antihemorrágica. Indispensável à síntese de diferentes factores da
coagulação.
61
62
STRESS OXIDATIVO
O stress oxidativo está associado a uma alteração no equilíbrio do sistema pro-oxidante/anti-
oxidante das células.
Anti-oxidantes
As células possuem mecanismos de protecção contra o stress oxidativo.
Muitos constituintes da dieta são importantes fontes de antioxidantes: vitaminas, minerais
e aditivos.
O aumento da oxidação pode provocar oxidação dos lípidos, proteínas, glícidos e ácidos
núcleicos.
63
Radicais livres
Um radical livre pode ser qualquer átomo que possua uma ou mais orbitais electrónicas com
um electrão desemparelhado.
Pode ser uma molécula pequena como o oxigénio ou o óxido nítrico, ou fazer parte de uma
biomolécula como uma proteína, um lípido, um ácido nucleíco ou um glícido.
Anião superóxido
O anião superóxido é originado por vários processos celulares, entre eles o sistema de
transporte de electrões microssomal e mitocondrial.
Este anião pode ser dismutado em H2O2 e O2 pela superóxido dismutase.
Superóxido dismutase
Catalisa a dismutação do superperóxido: 2O2- + 2H + O2 + H2O2
O O2 está na forma não activa.
Peróxido de hidrogénio
O peróxido de hidrogénio é gerado pelas mesmas fontes que produzem o anião superóxido e
ainda por outros enzimas peroxissomais associados ao metabolismo dos ácidos gordos.
Também enzimas citoplasmáticos responsáveis pela oxidação de vários metabolitos
celulares podem originar peróxido de hidrogénio.
Radical Hidróxido
Na presença de alguns metais de transição como o ferro ou o cobre, o O2-., origina uma espécie
muito reactiva o radical hidroxilo (OH.) – reacção de Haber-Weiss.
Esta espécie é muito reactiva originando produtos que não podem ser regenerados pelo
metabolismo celular.
Reacção de Haber-Weiss
64
Radicais Peróxilos
Formam-se durante a oxidação dos lípidos e estão associados à síntese das prostagladinas.
Reagem rapidamente com os grupos tiol.
Antioxidantes plasmáticos
Catalase
Glutationo redutase
Glutationo
Glutationo peroxidase
Glutationo peroxidase
Esta selenoenzima catalisa a redução de peróxidos utilizando o glutationo na forma reduzida
(GSH). 2 GSH + ROO. ROH + H2O + GSSG
Scavengers de radicais
Bilirrubinas
Ácido úrico
Vitamina E
Ceruloplasmina
Albumina
Transferrina
Haptoglobinas
Paraoxonase
65
66
METABOLISMO
Processo através do qual os seres vivos adquirem e utilizam energia para realizar as suas
funções.
67
Metabolismo dos lípidos
Via das pentoses NADPH
+
Glicólise piruvato acetil-CoA
68
Glicólise
A glicólise ocorre no citoplasma e corresponde a uma sequência de reacções que convertem a
glucose em piruvato com formação de ATP e NADH.
Glucose+ 2Pi + 2ADP + 2NAD+ 2 Piruvato + 2ATP + 2NADH + 2H+ +2 H2O
Em condições aeróbias o piruvato atravessa a membrana mitocondrial para formar acetil CoA
que reagirá com o oxaloacetato iniciando o ciclo do ácido cítrico.
Balanço energético: 8 ATP (cada NADH dá 3 ATP)
Apenas três reacções da glicólise não são reversíveis, logo são enzimas reguladores da glicólise:
1. glucose 6-p glucose Enzima: hexocinase
2. 6-p frutose 1,6-p de frutose Enzima:fosfofrutocinase
3. fosfoenolpiruvato piruvato Enzima:piruvato cinase
69
Enzimas:
Exocinase: catalisa a fosforilação da glucose nas células não hepáticas.
Glucocinase: catalisa a fosforilação da glucose nas células hepáticas.
A exocinase tem mais afinidade para a glicose que a glucocinase devido ao sitio onde
estão em que tem objectivos diferentes.
70
Ciclo do ácido cítrico = Ciclo de Krebs = Ciclo dos ácidos
tricarboxílicos
71
Fornece percursores para a biossíntese de:
Síntese das profirinas: o succinil-CoA é percursor das porfirinas que são compostos
envolvidos na síntese do grupo heme.
72
acetil-CoA. O acetil-CoA origina malonil-CoA que origina palmitato e segue para a
síntese de outros ácidos gordos.
73
Metabolismos da fase pós-prandial (ainda
temos – reservas imediatas) e jejum (já não temos nada - temos de fabricar)
O glucagon activa:
Neoglucogénese
𝛽-oxidação
Cetógenese
Glicogenólise
74
Neoglucogénese
A neoglucogénese ocorre no citoplasma.
Uma vez que, os intermediários do ciclo do ácido cítrico se encontram na mitocondria é
necessário o seu transporte para o citoplasma. Assim, os percursores da neoglucogénese
pertencentes ao ciclo vão originar malato que pode atravessar a membrana mitocondrial.
Mitocôndriacitoplasma:
malato malato
oxaloacetato fosfoenolpiruvato glucose
75
𝜷-oxidação
Os triglicéridos constituem a forma de energia mais importante nos animais.
Os triglicéridos armazenados no tecido adiposo sofrem a acção de uma lipase. Este enzima é
hormonosensível.
Enquanto a insulina inibe o enzima, o glucagon e a adrenalina activam-no.
A 𝛽-oxidação ocorre na mitocondria pelo que os ácidos gordos têm de atravessar a membrana.
O transportador dos ácidos gordos é a carnitina.
A 𝛽-oxidação (oxidação no carbono 𝛽 que leva à quebra de ligações e à libertação de) origina:
FADH2, NADH, acetil-CoA e uma molécula de acil-CoA com menos dois átomos de carbono.
76
77
Cetogénese
O acetil-CoA produzido na 𝛽-oxidação pode ser oxidado via ciclo de Krebs ou seguir a
cetogénese. Isto é, ser convertido em acetoacetato, 𝛽-hidroxibutirato e acetona são os
corpos cetónicos.
Os corpos cetónicos são importantes fontes metabólicas para muitos tecidos periféricos em
particular o coração e o músculo, podendo o cérebro utilizar em condições de jejum
prolongado, mas são tóxicos.
Ciclo de cori
Glucose lactato
78
Trabalho - Metabolismo do Fígado
Funções do Fígado
Formação e degradação de nutrientes e vitaminas
Processador de alimentos
o Metabolização de todos os nutrientes e impurezas provenientes dos alimentos;
o Degradação de, por exemplo, medicamentos e álcool;
o Produção de bílis;
o Absorção dos nutrientes para o sangue Fígado
Produção de energia.
o Armazenamento de glicose;
o Armazenamento de energia através de aminoácidos;
o Obtenção de energia (mesmo na falta de alimentação)
o Produção de aminoácidos Produção de proteínas
Transformação em anticorpos
o Colesterol
o Armazenamento de nutrientes
o Metabolização de hormonas
Biotransformação de nutrientes
O fígado, o tecido adiposo, o músculo e o cérebro são os principais responsáveis pelo fornecimento
de energia.
Permitindo:
Manter os níveis de glicose necessários.
Fornecer energia a tecidos pelos ácidos gordos ou pela formação de corpos cetónicos.
79
80
TRABALHOS
Transcrição e Tradução
Mutações
Uma mutação é definida como qualquer alteração permanente do DNA. Pode ocorrer em
qualquer célula, tanto em células da linhagem germinativa como em células somáticas.
As mutações envolvem:
Mutações Cromossómicas (quebra ou rearranjo dos cromossomas)
Mutações Génicas.
Fibrose Quística
A Fibrose Quística(FQ), também conhecidancomo Mucoviscidose, é uma doença genética
autossómica, recessiva.
Causada por um distúrbio nas secreções de algumas glândulas, nomeadamente as
glândulas exócrinas devido a uma deficiência proteica, sendo esta causada por uma anomalia
do gene CFTR.
Mutações do gene
Estão já identificadas mais de 400 mutações no gene CFTR (regulador de condutância
transmembranar de fibrose quística). As mutações CFTR podem agrupar-se em cinco classes
funcionais diferentes.
81
Este gene codifica uma proteína quem funciona como um canal iónico.
CFTR é um tipo de proteína classificado como sendo um transportador ABC (ATPbinding
cassette) ou "traffic ATPase".
Manifestações Clínicas
Glândulas Sudoríparas: Ocorre uma alteração do transporte dos iões havendo assim
uma incapacidade da célula segregar fluido e conservar iões de sódio e cloreto, devido
a este mau funcionamento das glândulas é produzido suor salgado.
Pulmão: Ao nascer parece normal mas é o local onde ocorrem infecções crónicas
causadoras de mortalidade precoce. A mutação do gene CFTR provoca alterações na
célula epitelial e nas células serosas das glândulas da submucosa.
A nível da célula epitelial: A anomalia no transporte de cloreto provoca um aumento
de absorção de sódio, uma diminuição da secreção de água, e uma reabsorção
superior do fluido periciliar. Consequentemente obtêm-se um volume anormal d fluido
na superfície das vias aéreas com formação de muco espesso, que não consegue ser
transportado pelo sistema mucociliar, consequentemente este muco acumula-se o
que favorece a proliferação de bactérias e fungos nas vias.
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