POLÍTICA, ESTADO E NAZISMO - Pedro Lima Marcheri
POLÍTICA, ESTADO E NAZISMO - Pedro Lima Marcheri
POLÍTICA, ESTADO E NAZISMO - Pedro Lima Marcheri
1. INTRODUÇÃO
O
conjectura sócio-político que favoreceu a ascen-
são de movimentos de extrema direita na Europa,
e discorrerá sobre o início e desenvolvimento do
nazismo.
No ápice do nazismo, houve a crescente a busca de dou-
trinas e teorias favoráveis à doutrina do Terceiro Reich. As
obras clássicas de Nietzsche apresentaram-se arbitrariamente
como um prenúncio literário do regime nazista. A interpretação
arbitrária da expressão utilizada pelo filósofo übermensh no
sentido da representação do super-homem nazista, detentor de
características genético-raciais superiores ao restante das raças
humanas, ocasionou a formação da sistematização política do
Reich.
Posteriormente, serão apresentados dados históricos
acerca da influência direta do nazismo no sistema partidário no
Brasil. A análise histórica deste momento será comparada à
fatos relevantes na contemporaneidade como a formação do
Quarto Reich e a instauração da Die Welle.
Destarte, o ordenamento jurídico brasileiro no âmbito
constitucional e infraconstitucional, em especial no regramento
político partidário, é uma consequência direta da influência
exercida pelo nazismo no Brasil.
Por fim, serão erigidos comentários acerca da criminali-
zação de condutas que visem divulgar o nazismo, por meio da
suástica, à luz da teoria do crime.
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O neonazismo é um movimento novo, inspirado na doutrina nacional-socialista,
com o objetivo de retomar parte do ideário nazista. No cerne desta ideologia estaria
a chamada raça pura; e que os membros deste movimento pregam a discriminação
contra grupos específicos, quais sejam, judeus, índios, negros, comunistas, homos-
sexuais e às vezes latinos (DANTON, [200-]).
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ra a Alemanha atual.
O original aconteceu em Palo Alto, Califórnia, 1967.
Em uma aula de história, um estudante questionou a respon-
sabilidade do povo alemão pelas ações do Terceiro Reich. O
professor fez uma pequena simulação para que os estudantes
entendessem o que é ter que seguir as instruções de um líder.
No início, ensinou postura, respiração correta, respeito.
No dia seguinte, somou-se à disciplina a noção de grupo. O
mestre deu à classe um nome - A Terceira Onda. Mais tarde,
um slogan, uma saudação, um cartão de "sócio" e até uma
"polícia" de estudantes para vigiar as ações uns dos outros.
Chegou a fazê-los acreditar que A Onda extrapolava a sala de
aula, era um movimento que iria dominar o país.
"Para mim, como professor, era muito gratificante ver
a maior parte dos alunos se envolvendo, tomando as rédeas.
Eles saíam para entregar panfletos, agregar nomes. E aí isso
explodiu", conta Ron Jones, 68, à Folha, por telefone.
Em cinco dias, o número de membros na classe dobrou
--de 25 para 50. Fora de lá, o movimento chegou a reunir
mais de 300 adolescentes, segundo Jones, e a silenciar vozes
dissidentes, à força.
"Uma criança perdeu a mão construindo explosivos.
Era uma criança perdida, perigosa." Foi aí que o professor
percebeu que havia ido longe demais. Para decepção geral,
fez um discurso no qual revelou a farsa e apelou por bom sen-
so.[...]
Foi o que fez. Diante de alunos que não aguentam
mais ouvir falar de Hitler, o professor de "A Onda", interpre-
tado pelo carismático Jürgen Vogel, retoma o projeto com fi-
delidade. [...]
Dois anos depois da "explosão", o americano foi demi-
tido e proibido de lecionar em escolas públicas. Hoje, ensina
poesia a deficientes mentais, escreve e ministra palestras.
"Nunca faria isso de novo. Coloquei os alunos em pe-
rigo. Esse tipo de experimento é útil para mostrar quão facil-
mente nos tornamos vítimas desse tipo de coisa."
O incidente em Paso Alto evidencia o fato que os ho-
mens, por muitas vezes, se envaidecem e cegam-se com seu
próprio orgulho, imaginando que todo e qualquer malogro já
foi superado.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
b
17160 | RIDB, Ano 2 (2013), nº 14
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