A Psicanalise Depois de Freud Teorias Da PDF
A Psicanalise Depois de Freud Teorias Da PDF
A Psicanalise Depois de Freud Teorias Da PDF
Teorias da Personalidade 2
Aula 1
Prof. Ms. Roberto Mac Fadden
roberto.fadden@cruzeirodosul.edu.br
robertomacfadden@gmail.com
Critérios para a demarcação do campo
• As várias escolas do campo psicanalítico não
compartilham o mesmo jargão, e muitas vezes
têm ênfases diferentes tanto na estratégia
clínica como na estrutura de interpretação.
• Existe, no entanto, elementos basais a que
toda teorização do campo psicanalítico precisa
se reportar: os conceitos de pulsão e o
conceito de inconsciente.
• A sustentação desses pilares aponta que o
objeto de investigação/ intervenção não deve
ser propriamente a consciência, mas os efeitos
de travessia que o inconsciente e a pulsão
produzem sobre a consciência.
• Longe de buscar adaptação, a psicanálise se
propõe a um trabalho de decifração,
recodificação do sintoma. Pois ao oferecer um
outro caminho do dizer abre possibilidades
para o sujeito lidar com a estrutura que
construiu seu mal-estar.
• Assim, se estivermos falando de um uso dos
elementos da psicanálise com o objetivo de
produzir um melhor ajustamento do eu à
realidade ( e assim, com o foco nos instrumentos
da consciência/ cognição) estaremos falando de
uma psicologia psicodinâmica.
• Ao contrário, se o cerne da experiência é a
investigação do inconsciente e da pulsão,
estaremos falando de psicanálise.
Exemplo atual
• o programa café filosófico com Christian
Dunker -
http://www.cpflcultura.com.br/wp/2012/10/2
2/christian-dunker-as-transformacoes-do-
sofrimento-psiquico-2/
• Sua proposta é apresentar uma leitura do mal-
estar contemporâneo a partir da psicanálise
lacaniana. Começa por diferenciar as ideias de
doença mental, sofrimento, o sintoma e o
mal-estar.
• Reserva ao último um estatuto especial
preservando o valor que foi conferido a ele por
Freud em o Mal-estar na Cultura, ali a figura do
mal-estar vai aparecer como sendo algo
inomeável, pertinente à estrutura da cultura, um
vazio que não pode ser preenchido, mas que
demanda esforços de preenchimento pela língua.
Toda vez que tentamos dar conta do mal-estar e o
dizemos, fazemos dele sintoma ou mesmo uma
expressão de sofrimento.
• Sobre a ideia de doença mental paira uma
crítica, pois não haveria consistência para
denominar a doença mental como doença já
que ela não está estruturada
independentemente do sujeito e nem
obedece aos critérios clássicos para doença:
ter um começo, uma apresentação e um
destino, ou seja uma etiologia, um diagnóstico
e um prognóstico.
• Se a leitura do sofrimento orientou a
psicanálise para a busca de uma singularidade,
uma outra leitura, a partir da
psicanálise, mostra como o sofrimento pode
ser lido como a apresentação no sujeito de
uma experiência social ampla, uma marca das
formas de existir na história.
A patoplastia do campo
• Neurose Neurastênica (Beard)
• Neurose do Cárater;
• Neurose Narcísica;
• Transtorno Borderline de Personalidade;
• Personalidade Pós-traumática (Malabou)
História
• A história da psicanálise é inicialmente considerada a
partir de três dispersões diferentes: geográfica,
doutrinária e institucional.
• Considerada do ponto de vista epistemológico, a obra
de Freud se desdobra em quatro dimensões.
Primeiramente, existe uma teoria geral da psique,
expressa em termos de um aparelho psíquico
constituído por vários lugares ou instâncias em conflito
entre si, e nos quais circula algo caracterizado em
termos metafóricos como energia suscetível de
variações quantitativas e geográficas: há, portanto,
uma tópica, uma dinâmica e uma economia psíquicas.
• Em segundo lugar, existe uma teoria da
gênese e do desenvolvimento da psique, uma
espécie de modelo esquemático universal,
que cada indivíduo refaz e preenche em sua
própria história concreta: por exemplo, a
sucessão das fases libidinais. a travessia do
Édipo, etc.
• Em seguida, como consequência das duas primeiras
dimensões, existe uma teoria das várias soluções possíveis
para os conflitos fundamentais, soluções que determinam a
emergência de estruturas neuróticas, perversas ou
psicóticas, com suas fixações e defesas características: há,
portanto, uma teoria do funcionamento normal e
patológico da psique.
• Por fim, em função das outras três, há uma concepção do
processo psicanalítico, isto é, das modalidades de
intervenção capazes de modificarem certa medida o
funcionamento psíquico, e dos obstáculos que se antepõem
a esta finalidade tanto do lado do analista como do lado do
paciente: aqui se situam noções como transferência,
resistência, interpretação, etc.
• Mezan considerará como fundadoras de escolas
analíticas aquelas obras que tematizam de
maneira original e coerente estas quatro
dimensões, propondo novos conceitos-chave
para cada uma delas.
• Seriam estas: Melanie Klein, Jacques Lacan, os
fundadores da psicologia do ego (Hartmann, Kris
e Loewenstein), os analistas "independentes"
britânicos reunidos em torno da teoria das
relações de objeto. como Fairbarn e Winnicott.
• Desenvolvendo essa ideia, Mezan, acerca da psicanálise,
refere que na psicanálise, uma escola deriva de três focos:
uma matriz clínica particular, um determinado clima
cultural, e uma leitura específica da obra de Freud.
• Matriz clínica define um tipo determinado de organização
psicopatológica, com sua estrutura própria, seus conflitos
originadores e suas modalidades características de defesa.
A matriz clínica básica de Freud é constituída pelas
neuroses de transferência e em especial pela histeria. É
possível, ainda, ampliar essa ideia considerando que em
Freud se encontram quatro matrizes: a da histeria, a da
neurose obsessiva, a da melancolia e a da psicose.
• Melanie Klein e Lacan refletem a partir de experiências
clínicas com pacientes que escapam ao registro das
neuroses de transferência clássicas: crianças pequenas e
esquizofrênicos no caso de Klein, paranoicos no caso de
Lacan.
• Partindo da análise de crianças com severos sintomas
obsessivos, Melanie Klein criará o sistema da Psicanálise da
criança de 1932, com a proeminência de que nele gozam as
noções de angústia e de agressividade primária, assim
como, partindo da reflexão sobre o delírio paranoico e o
papel que nele desempenha o duplo homossexual, Lacan
irá inventar a noção de fase do espelho e lançar as bases de
sua teoria do ego como instância da alienação interna.
Cronologia
• 1 período : 1895-1918
• Nessa época, psicanálise é essencialmente sinônimo de
"pensamento de Freud". Seus marcos são, por um lado, a
publicação dos Estudos sobre a Histeria, a redação do Projeto para
uma Psicologia Científica e a interpretação do sonho de Irma
(1895); por outro, o fim da Primeira Guerra Mundial e a publicação
das Lições de introdução à psicanálise de 1916-7. Durante esse
período, Freud escreve os termos que servem ainda hoje de
fundamento para a disciplina, nas quatro vertentes que a compõem
(metapsicologia, teoria do desenvolvimento, psicopatologia e teoria
do processo analítico), e reúne a sua volta o grupo de discípulos
que forma o núcleo do movimento analítico, consolidado com a
fundação em 1911 da Associação Psicanalítica Internacional (IPA).
• 2 período: 1918-1939
• Esta segunda fase se caracteriza pela presença
simultânea da figura de Freud - que continuava a
construir seu pensamento e a introduzir nele
alterações significativas - e de fatores cuja operação
conjunta tende a favorecer a existência de focos de
produção psicanalítica autônomos, embora ainda não
suficientemente organizados para que se possa falar de
tendências ou escolas claramente diferenciadas. O
resultados dessa constelação é o surgimento de
debates importantes - dentro da psicanálise - acerca
das questões teóricas, clínicas e institucionais.
• 3 período: 1940-1970/5
• Esta é propriamente a "era das escolas": a psicanálise
apresenta-se dividida em tendências que seguem uma
evolução própria, impulsionada por fatores por assim
dizer endógenos. Formam-se núcleos de teorização
divergentes e maneiras estandartizadas de praticar
análise; a diversidade já presente na segunda fase se
cristaliza em torno de autores centrais, que são ao
mesmo tempo protagonistas de embates institucionais
no interior das diversas associações.