Familia e Gênero Ii. Medb
Familia e Gênero Ii. Medb
Familia e Gênero Ii. Medb
2º semestre de 2019
Código Mestrado:
Este curso tem como finalidade discutir a categoria Família, em interseção com
gênero, raça, classe e sexualidade. Trata-se de uma continuação do curso de
formação “Gênero e Família I” ministrado no primeiro semestre de 2019 pelas
professoras Adriana Vianna e Camila Fernandes, no PPGAS/MN, no qual
faremos algumas ênfases em temáticas que ficaram em aberto.
Uma dessas ênfases é a mobilidade. A primeira parte do curso visa analisar
categorias como mobilidade, migração e diásporas em relação à família. O intuito
é pensar esses movimentos e fluxos não apenas como efeitos de eventos
críticos, mas como aquilo que possibilita a existência familiar. Temáticas como
sangue, casa, comércio e classe social complexificarão o olhar sobre tais
mobilidades. A questão da mobilidade em famílias afro-descendentes e entre
sujeitos LGBT ocuparão atenção do curso.
A segunda ênfase recebe o nome “Pensando raça, classe e família”. Nesta altura
do curso visamos discutir família em camadas populares - levando em conta as
relações de gênero e os processos de individuação - e os conflitos decorrentes
de fazer família em meio a situações de exclusão racial, violência racista e
pobreza.
Uma terceira ênfase, “Pensando famílias e sujeitos LGBT”, terá três entradas.
Uma dedicada a pensar conjugalidades e especialmente parentalidades LGBT,
e o acesso à adoção e à reprodução assistida por parte de casais do mesmo
sexo. Outras duas serão dedicadas a pensar noções como LGBTfobia,
negociações com a família consanguínea para sujeitos LGBT, e negação de
futuro. Neste último ponto, visamos analisar a representação que existe sobre
as crianças como “futuro nacional”, refletindo como “crianças de cor” e “crianças
viadas” existem como fantasmas de temores racializados a respeito de
criminalidade e, no caso das segundas, como fracasso desse projeto de nação.
Chamamos de “Problemas de família” nossa quarta ênfase. Sob este título
reuniremos trabalhos dedicados a pensar diversas situações de
conflito/violência, dor ou perdas em família: desde cuidados ou abandonos na
doença e na velhice, passando por abandonos e solidão em outras situações de
deterioração familiar, para adentrar em situações como estupros em família,
feminicídio infanticídio e violência doméstica. Afetos, emoções e as relações
família-Estado estarão presentes nas análises que acampam esta unidade. A
quarta ênfase finalizará com uma análise de situações em que os sujeitos, em
família, encontram vazões que possibilitam que situações geralmente vistas
como conflituosas produzam outras agências para além da dor.
Uma atenção especial será dada no curso à produção teórica e etnográfica
nacional.
SALEM, Tânia. 2006. “Tensões entre gêneros na classe popular: uma discussão
com o paradigma holista”. Em: Mana, Revista de Antropologia, vol 12(2), pp-
419-447,
DUARTE, Luiz Fernando Dias & GOMES, Edlaine de Campos. “Casa e família
nas classes populares”. Em: Três famílias: identidades e trajetórias
transgeracionais nas classes populares. Rio de Janeiro: Editora FGV.
DAVIS, Angela. 2016. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo. (capítulo
1: “O legado da escravidão: parâmetros para uma nova condição da mulher”;
capítulo 12:: “Racismo, Controle de Natalidade e direitos reprodutivos”).
hooks, bell. “Homeplace [a site for resistance]”. Em: Yearning: Race, Gender and
Cultural Politics. Boston: South end Press. 1990. pg: 45-53.
ROCHA, Luciane. 2014. Outraged Mothering. Black women, racial violence, and
the power of emotions in Rio de Janeiro’s African Diaspora. (Capítulo 3. “Intimate
Death: preservative mothering and outraged grief on graveyard street”). pp. 147-
193.
BENTO, Berenice. 2012. “As famílias que habitam a família”. Em: Soc. e Cult.,
Goiânia, v. 15, n. 2, jul./dez, pp. 275-283.
Sessão 9. Família, gêneros e sexualidades: LGBTfobia e negociações com
família consanguínea; famílias eletivas. 16/10/2019
HALBERSTAM, J. 2011. The queer art of failure. California: Duke Press. (chapter
3: “Queer art of failure”).
CASSAL, Luan Barros. 2019. Quem ficou para trás? Um estudo sobre crianças
mortas, gênero e sexualidade. Tese de doutorado em psicologia social,
Universidade Federal Fluminense (Capítulos a serem indicados).
EDELMAN, Lee. No Future: Queer Theory and the Death Drive. Durham and
London: Duke University Press, 2004. (Capítulos a serem indicados).
GONÇALES, Nathalia Ferreira. 2019. “Ao futuro sempre falta um dia para
chegar: um ensaio sobre nojo e negatividade na performance do coletivo Coiote”.
Revista Vazante.
RODRIGUEZ, Juana María. 2014. Sexual future, queer gestures and other latina
longings. New York University Press. (Capítulos a serem indicados).
DAS, Veena. 2015. Affliction: health, disease, poverty. New York: Fordham
University Press. (“Affliction: an introduction” e capítulo 2: “A child learns illness and
learns death”).
RUI, Taniele. 2014. Nas tramas do crack: etnografia da abjeção. São Paulo:
Terceiro Nome. (capítulo 5: “Alteridades corporais”).
TAKEMOTO, Tina. 2009. “Love is still possible in this junky world: Conversation
with Sheree Rose about her life with Bob Flanagan”. Em: Women & Performance:
a journal of feminist theory. Vol. 19, No. 1, pp. 95–111.
Em aberto para discutir os trabalhos dxs alunxs do curso, enfatizar mais alguma
temática do mesmo, ou, ainda, ler e discutir textos listados nas leituras de apoio.
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BELL, Beverly. 2001. “Introduction” Em: Beverly Bell (org.) Walkinh on fire:
haitian’s women’s stories of survival and resistance. Ithaca and London: Cornell
University Press. pp. 1-22.
VIANNA, Adriana & FARIAS, Juliana. 2011. “A guerra das mães. Dor e política
em situações de violência institucional”. Em: Cadernos Pagu, nº. 37.
CITELLI, Maria Teresa, MELLO e SOUZA, Cecília de & PORTELLA, Ana Paula.
1998. “Reveses da Anticoncepção entre mulheres pobres”. Em: DUARTE, Luiz
Fernando & LEAL, Ondina Fachel. Doença, sofrimento, perturbações:
perspectivas etnográficas. Rio de Janeiro: Fiocruz, pp. 57-80.
CHO, Grace. 2009. Haunting the Korean Diaspora: Shame, Secrecy, and the
Forgotten War. Minneapolis: University of Minnesota Press.
DUARTE, Luiz Fernando & LEAL, Ondina Fachel. 1998. Doença, sofrimento,
perturbações: perspectivas etnográficas. Rio de Janeiro: Fiocruz.
LINS DE BARROS, Myriam Moraes. 1987. Autoridade e afeto: Avós, filhos e
netos na família brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor.
COSTA, Roseli Gomes. “Sonho do passado versus plano para o futuro: gênero
e representações acerca da esterilidade e do desejo por filhos”. In Cadernos
Pagu (17/18) 2001/02: pp.105-130.
ZAMPIROLI, Oswaldo. 2018. “Em meio a sonhos e normas: amor, família e futuro
entre três mulheres trans/travestis”. Em: Rangel, Everton; Fernandes, Camila &
Lima, Fátima (orgs.), (Des)prazer da norma. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens, pp.
345-366.