Aula Consulta de Enfermagem

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A prática de Enfermagem

na Atenção Básica

Profa. Maria De La Ó
Enfermagem na Atenção Básica
2015
Do que trata a prática da
enfermagem?
• O que a
Intervenção enfermagem
faz
• O julgamento
Diagnóstico sobre um
fenômeno

• Alcançar um
Resultado resultado
O que é consulta de enfermagem?
Caracterização da consulta em saúde

Consulta Médica Consulta de Enfermagem


 Problema no indivíduo  Pessoa com problema/
 Diagnóstico (classificar necessidades
sintomas, queixas na  Adesão ao tratamento e
CID) autonomia no cuidado
 Tratamento  Histórico de enfermagem,
 Anamnese, exame exame físico, exames
físico, exames laboratoriais (definidos em
laboratoriais e/ou de programas) e prescrição
imagem e prescrição de enfermagem (cuidados
médica (medicamentos e medicamentos
e cuidados) protocolados)
Consulta de Enfermagem
Legislação
Lei do exercício profissional (Lei N. 7.498/86)
• ação privativa do enfermeiro

Política Nacional de Atenção Básica (Portaria 648/06)

• consulta de enfermagem, solicitação de exames


complementares e prescrição de medicações

Conselho Federal de Enfermagem (Resolução 358/09)

• obrigatoriedade da consulta de enfermagem em todos


os níveis da assistência à saúde e sua regulamentação
A Consulta de Enfermagem no contexto da
ESF

 Destaque à dimensão assistencial direta dos


enfermeiros
 possibilidade de complementaridade no aspecto
curativo
 foco: problemas prevalentes no território
 assistência organizada por protocolos
A quem se destina ?
População adscrita no território da ESF
A quem se destina a consulta?
População adscrita no território
 Gestantes
 Pré-Natal de baixo risco
 Mulheres em idade reprodutiva
 prevenção do câncer ginecológico e de mamas
 Crianças
 monitoramento do CD, imunização, aleitamento e
alimentação, agravos prevalentes, apoio à família para
o cuidado da criança
 Adultos
 monitoramento de diabetes e hipertensão arterial
 Idosos
 monitoramento de morbidades e manutenção da
autonomia.
Sistematização da Assistência de
Enfermagem
Meio pelo qual as enfermeiras:
 Obtém dados sobre a vida e a saúde de pessoas,
famílias ou comunidades
 Diagnosticam as respostas das pessoas, das
famílias ou das comunidades aos problemas de
saúde e aos processos de vida
 Delineiam formas de auxiliar as pessoas, as famílias
ou as comunidades a lidar com essas respostas
 Implementam os cuidados necessários
 Verificam a efetividade desses cuidados.
Etapas da consulta
Os resultados A família relata informações
obtidos são e compreende a utilização das
novos dados informações pelo enfermeiro
Levantamento
enfermeiro e de dados
família compartilhar os
avaliam os diagnósticos
resultados Avaliação das Diagnósticos de com a família
intervenções enfermagem

acordos com a
família, visando
Detalhamento Prescrição de Planejamento aos resultados:
dos cuidados Enfermagem do cuidado Priorização

**Em consulta na UBS ou em visita domiciliária


Finalidades da consulta:
Autonomia
 Compreensão
 Motivação
 Habilidades

Adesão
 Reconhecimento do projeto terapêutico
 Incorporação no cotidiano.
Levantamento de dados
Histórico
Síntese da última consulta (queixas e recomendações)
Como está agora? (ouvir atentamente)
Como organiza o dia a dia? Medicamentos, alimentação,
atividade física (recordatório)
O que está achando do tratamento?
Como se sente no geral?
Indagar sobre: sono, eliminações, disposição, apetite,
sexualidade, satisfação no trabalho/escola/família
Fontes de Prazer/Lazer
Exame físico
conexões com o levantamento de dados
Ex: Avaliação da higiene: indicativo de limitações e autonomia
Verificação do Peso e cálculo do IMC/ histórico alimentar
Julgamento – diagnósticos de enfermagem
Habilidades intelectuais: reconhecer, interpretar e
responder
Utilização dos Diagnósticos de Enfermagem.
Consensos técnicos das possibilidades de
situações/ respostas encontradas.
Foco: identificação dos aspectos funcionais,
disfuncionais ou em risco.
Planejamento e prescrição de enfermagem

•Planejamento
Decidir os resultados esperados e priorizar as
intervenções
•Prescrição
Intervenções de enfermagem (ações sistematizadas)
• O que fazer, como, quando, com que frequência,
por quanto tempo
• Para o enfermeiro, para a equipe e para a família

Convidar p/ participar dos grupos ou outras atividades coletivas


pertinentes
Avaliação dos resultados das intervenções
prescritas

Resultados esperados foram (estão sendo)


alcançados?
 Reforçar os aspectos positivos encontrados
(potenciais)
 Elogiar as mudanças incorporadas

 Fazer ajustes
Protocolos na Consulta de Enfermagem

 Consensos técnicos.
 diagnóstico e
tratamento dos agravos
prevalentes.
 Caráter dinâmico
 adaptados às realidades
municipais
 inovações tecnológicas
do conhecimento http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secreta

(evidências)
rias/saude/atencao_basica/enfermagem/inde
x.php?p=8835

 Educação permanente.
Nomenclaturas dos fenômenos da
enfermagem
 CIPE® – Classificação Internacional para a prática
de Enfermagem (Conselho Internacional de Enfermeiras)
 CIPESC® - Classificação Internacional para a
Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva
(Brasil)
 NANDA-I (NANDA International)
 Nomenclatura de diagnósticos de enfermagem
 Classificação das Intervenções de Enfermagem
(NIC)
 Classificação dos Resultados de Enfermagem
(NOC)
 Outras...
CIPE®
 Proposta em 1989 pelo CIE (ICN - International Council of
Nurses)
 1ª versão 1996.

 modelo de terminologia de referência para a


Enfermagem
 harmonizar as várias terminologias e classificações de
enfermagem atualmente utilizadas
 nominar diagnósticos, resultados e intervenções de
enfermagem
 aprovada pela International Organization for
Standardization – ISO em 2003:
 ISO 18104: Integração de um modelo da terminologia de
referência para cuidados de Enfermagem
Diagnóstico de Enfermagem
- definição da CIPE®

“O título (rótulo) atribuído por uma


enfermeira à decisão sobre um fenômeno
que é foco da intervenção da enfermagem”
(CIE, 2000)
Conceitos organizados em 7 eixos:
 Foco* (pele; respiração; dor; conhecimento; ingestão alimentar)
 Julgamento* (prejudicado; intenso; insuficiente; excessivo;
ausente)
 Cliente (lactente; escolar; gestante)
 Ação (ensinar; orientar; realizar)
 Meio (catéter; dispositivo; nebulizador)
 Tempo (agudo; contínuo; diário)
 Localização (MMII; face; articulação)
Terminologia combinatória:
Ex: os conceitos simples “sono” e “perturbado”
combinam-se no conceito complexo “sono perturbado”;
os conceitos “agudo” e “dor”, formam o conceito
complexo “dor aguda”.
Estudo de caso
Questões norteadoras da construção dos elementos da
prática
 Que necessidades o indivíduo apresenta quando acessa
o seu serviço e/ ou atendimento?
 A partir das necessidades descritas, qual o foco de
atenção do(a) enfermeiro(a)?
 Para cada foco de atenção, quais os julgamentos e/ou
probabilidades possíveis?
 Para cada diagnóstico construído, quais as principais
ações do enfermeiro, da equipe e as prescritas para o
usuário/família?

Exercício para aplicação da CIPESC, elaborado por Profa. Dra. Marcia


Regina Cubas e Enf. Msc. Lêda Maria Albuquerque (2010)
 Em visita domiciliária a uma família de um bebê de seis meses, o
ACS encontra na casa uma vizinha adolescente, Marina, de 16
anos, conversando com a mãe do bebê sobre suas dúvidas em
relação à gravidez. Marina está grávida de três meses e está
preocupada com as mudanças corporais que estão ocorrendo.
Marina mudou-se para essa comunidade há um mês, morava
anteriormente com os pais e cinco irmãos numa cidade próxima.
Após a descoberta da gravidez, ela e Ricardo, seu namorado de
18 anos, decidiram casar. Depois do casamento, os dois
resolveram mudar-se para esta localidade, porque Ricardo
encontrou trabalho como ajudante de cozinha. Marina acabou
abandonando a escola onde cursava o segundo ano do ensino
médio. O ACS aproveita a oportunidade e preenche o cadastro de
Marina, orientando-a a procurar a Unidade de Saúde para iniciar
o pré-natal o mais rápido possível.
 Em visita domiciliária a uma família de um bebê de seis meses, o
ACS encontra na casa uma vizinha adolescente, Marina, de 16
anos, conversando com a mãe do bebê sobre suas dúvidas em
relação à gravidez. Marina está grávida de três meses e está
preocupada com as mudanças corporais que estão ocorrendo.
Marina mudou-se para essa comunidade há um mês, morava
anteriormente com os pais e cinco irmãos numa cidade
próxima. Após a descoberta da gravidez, ela e Ricardo, seu
namorado de 18 anos, decidiram casar. Depois do casamento,
os dois resolveram mudar-se para esta localidade, porque
Ricardo encontrou trabalho como ajudante de cozinha. Marina
acabou abandonando a escola onde estava cursando o segundo
ano do ensino médio. O ACS aproveita a oportunidade e
preenche o cadastro de Marina, orientando-a a procurar a
Unidade de Saúde para iniciar o pré-natal o mais rápido
possível.
Raciocinando sobre a situação
 Quais são os aspectos favoráveis presentes
neste caso? Agrupe os dados que os
fundamentam.

 Quais são os problemas que você identifica


neste caso? Agrupe os dados que os
fundamentam.
Focos de atenção (forças)
 União estável:
 decidiram casar
 Companheiro empregado:
 encontrou trabalho
 Postura para assumir responsabilidades:
 decidiram casar; resolveram mudar-se
 Estabelecendo nova rede:
 conversando com a mãe do bebê
 Ter uma vizinha com experiência recente de
maternidade
Focos de atenção (“problemas”)
 Gestante adolescente:
 16 anos, grávida de três meses
 Longe de casa, sem rede social:
 morava com pais e cinco irmãos
 União recente:
 decidiram casar
 Muitas mudanças [não planejadas]:
 decidiram casar; mudar- se; grávida de três meses;
abandonar a escola; preocupada com as mudanças
corporais
Diagnósticos, resultados e
intervenções de enfermagem
Necessidade Diagnóstico de Resultados Intervenções
Humana enfermagem
Básica
Reprodução Gestação 1º Gestação 1º Iniciar pré-natal
trimestre de trimestre de Acolher gestante
adolescente adolescente Avaliar história
sem Normal reprodutiva e de
acompanhamen saúde
to pré-natal Orientar:
importância e
estrutura do pré-
natal; cuidados
corporais; dieta;
atividade sexual
Envolver família
Diagnósticos, resultados e
intervenções de enfermagem
Necessidade Diagnóstico Resultados Intervenções
Humana de
Básica enfermagem
Aprendizagem Conhecimento Conhecimento Estabelecer
insuficiente - adequado vínculo/ escuta
gestação ativa
Estimular
participação em
atividades
educativas
Favorecer
compreensão (...)
Verificar
compreensão das
orientações (...)
Bibliografia
Listas de termos da CIPE® disponíveis em:
http://www.ordemenfermeiros.pt/browserCIPE/BrowserCIPE.aspx
Protocolos da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo disponíveis em
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/atencao_basica/
enfermagem/index.php?p=8835
Nóbrega MMR, Garcia TR. Perspectivas de incorporação da Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) no Brasil. Rev Bras
Enferm 2005; 58(2):227-30. disponível em
http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=267019629020
Oliveira VBCA, Veríssimo MLÓR. Consulta de enfermgem e participação da
família no cuidado à criança. In: Associação Brasileira de Enfermagem,
Kalinowski CE, Crozeta K, Fonseca RMGS, organizadores. PROENF Programa
de Atualização em Enfermagem: Atenção Primária e Saúde da Família. Ciclo
3. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2014. p. 43-79. (Sistema de
Educação Continuada a Distância, v.1)
Ribeiro CA, Silva-Ohara CV, Saparolli ECL. Consulta de enfermagem em
puericultura. In: Fujimori E, Silva-Ohara CV, organizadores. Enfermagem e a
saúde da criança na atenção básica. Barueri: Manole; 2009. cap.10, p.223-47.
Takahashi RF, Oliveira MAC. A visita domiciliária no contexto da saúde da
família. In: Brasil. IDS. USP. MS. Manual de Enfermagem. Brasília:
Ministério da Saúde; 2001. p.43-46. disponível em
http://www.ee.usp.br/doc/manual_de_enfermagem.pdf

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