Gilbert Newton Lewis
Gilbert Newton Lewis
Gilbert Newton Lewis
Páginas
Intodução ................................................................................................................. 2
5. Conclusão ...................................................................................................... 8
6. Bibliografia .................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO
Parte significativa dos livros textos de Química, e também dos professores, veiculam a
idéia, e passam aos alunos, que é necessário primeiro conhecer a Mecânica Quântica,
para depois se poder conhecer a estrutura molecular e cristalina. Dão a impressão que a
última é “deduzida” da primeira. Esta atitude não tem origem em causa única, porém
uma delas é o quase desconhecido do fato de que a estrutura molecular e cristalina foi
estabelecida antes da Mecânica Quântica. Mesmo hoje, o conhecimento desta última é
necessário, em grande parte, devido às “ferramentas” utilizadas pelos químicos, como
as várias técnicas espectroscópicas.
Uma outra causa para este problema é a pouca História transmitida nos livros textos,
que dão a impressão que o conhecimento da estrutura molecular foi devido apenas a
uns poucos físicos, não mostram a participação dos químicos e nem os problemas que
as teorias tiveram que enfrentar para se estabelecerem.
Com o intuito de minimizar estes problemas, o que vai ser aqui relatado é um breve
apanhado histórico do trabalho de um dos mais importantes químicos deste século e
relativamente pouco conhecido: Gilbert Newton Lewis. Vou fazer, de forma sumária,
uma descrição da situação da Teoria Molécula na Química, na passagem do século
XIX para o XX, no que se refere ao problema da ligação química, depois uma
descrição do trabalho que Lewis publicou em 1916 sobre o “par eletrônico” e seu
desenvolvimento subseqüente e, finalmente, um apanhado biográfico.
2
1. A TEORIA MOLECULAR NO INÍCIO DO SÉC. XX
3
1897 – J.J Thomson realiza uma série de trabalhos sobre o elétron,
determinando a relação massa/carga, e conclui que o mesmo é um
“constituinte universal da matéria”.
1902 – R. Abegg apresenta a “regra das valências normais e contra
valências”, ou “regra dos oito”, como ficou conhecida.
1904 – 1907 – J.J Thomson procura interpretar a Tabela Periódica com seu
modelo atômico ( o chamado modelo do “pudim de ameixas”).
1904 – 1913 – Neste período os modelos e os experimentos nas linhas de
problemas “físicos” são desenvolvidos, destacando-se:
1904 – Modelo de H. Nagaoka (elétrons negativos gravitando em torno de
um núcleo positivo).
1911 – E. Rutherford, após seus experimentos, utiliza um modelo como
acima.
1913 – O átomo de N. Bohr.
Neste período desenvolve-se também a teoria quântica (“a velha teoria
quântica”).
1913 – No número de outubro deste ano o Journal of the American
Chemical Society publica dois artigos com o mesmo nome: “Valence and
tautomerism”, o primeiro de autoria de G. Brav e W. Branch e o segundo
de G. N. Lewis. Os artigos foram frutos de discussão desenvolvida na
instituição em que os três trabalhavam: “Chemical Laboratory of the
University of califórnia” (Berkeley).
1915 – A. L. Parson, também colega de Lewis, publica um artigo sobre o
magnetismo dos elétrons, tentando explicar o magnetismo das substâncias
através de propriedades dos elétrons.
1916 – é publicado o artigo e Lewis “The atom and the molecule”, também
no Journal of the American Chemical Societu, o qual será comentado.
2. O ARTIGO DE LEWIS
4
Figura I. O MODELO DO ÁTOMO CÚBICO. Os elétrons estão dispostos nos vértices de um cubo.
Note a posição relativa dos elétrons em cada caso, já procurando satisfazer à estereoquímica.
5
Figura III. A CAMADA ELETRÔNICA EXTERNA DO ÁTOMO DE CARBONO COMBINADO.
Os pares eletrônicos estão dispostos como num tetraedro, para satisfazer à formação da tripla ligação e
as demais exigências estereoquímicas. Compare com o esquema da fig. I.
3. CONTINUANDO A HISTÓRIA
6
forma em que é escrita. Num estilo bastante reflexivo e indagativo, o autor discorre
sobre o raciocínio com o qual construiu suas idéias. EM segundo lugar, Lewis adota o
átomo dinâmico e discorre sobre o modelo atômico de Bohr.
No entanto, acha que é possível concilia-lo com o seu modelo estático ao admitir que a
posição média de um elétron em órbita pode corresponder ao elétron estaticamente
localizado. Finalmente, é importante ressaltar que neste livro Lewis considera o par
eletrônico algo muito mais fundamental do que ele supusera em seu artigo de 916.
Propõe que os pares ocorram nos próprios átomos onde os elétrons emparelhados
devem, por exemplo, se movimentar em órbitas iguais mas em sentido opostos, para
que os momentos magnéticos criados pelas órbitas se anulem, explicando assim o
diamagnetismo de um grande número de átomos. Neste sentido, vale ressaltar que
Lewis toma os resultados de Stem e Gerlach como corroboradores de suas idéias.
Atribiu, erradamente, o magnetismo observado nos átomos de prata como devido ao
momento orbital do elétron desemparelhado.
Ainda em 1923, Lewis foi a Inglaterra e num simpósio orgazinado para discutir a
teoria do par eletrônico, esclareceu e entusiasmou os ingleses, e aí a teoria “pegou”. Na
Química Orgânica com Lowry, Robinson, Ingold e Lapworth e na Química de
Coordenação com Sidgwick (regra do “número atômico efetivo” que hoje resultou na
regra “dos 18 elétrons”, muito usada em organometálicos). A propósito desta nova
postura dos químicos ingleses, transcrevemos em tradução livre, um trecho de uma
recente conferência do Prof. Laidler, “A century of solution Chemisty”. “No início da
década de vinte o Professor de Química em Oxford, W.H. Perkin, Jr. – o filho do mais
famoso Perkin da cálebre anilina – era partidário da afirmação que “Físico-Químico
está tudo muito bem, mais, é claro, não se aplica aos compostos orgânicos.” Ele foi um
dos últimos teimosos (“dichards” no original) e seu sucessor, Sir Robert Robinson,
tinha uma abordagem bem diferente. Lembro-me vivamente das aulas de Química
Orgânica de Robinson, em 1935. Ele começava com uma muito lúcida apresentação de
suas teorias eletrônicas da reatividade orgânica e então aplicava-as em suas próprias
pesquisas sobre a estrutura da morfina, da estriquinina e das antocianinas”.
Com o advento da Mecânica Quântica em 1925 e o trabalho de London (1927) sobre a
molécula de hidrogênio, o qual “justificava” então as concepções de Lewis, a teoria do
par eletrônico estabeleceu-se dentro da Química de uma forma tal que ninguém pensa
que ela um dia teve início. O termo “justificava” está entre aspas, pois o que se
procurava fazer era isto mesmo. Porém se não tivesse sido possível justificar, a então
nascente Mecânica Quântica, possivelmente não teria crescido e seria esquecida por
não ter funcionado. No entanto, é preciso notar que as justificativas para o
emparelhamento são diferentes nos dois enfoques. Isto porém, não invalida a nossa
observação.
4. TRAÇOS BIOGRÁFICOS
7
1899. Seu orientador foi T. Richard, o primeiro americano a receber o Premio Nobel
de Química (1914). Lewis tornou-se assistente em Harvard e a seguir viajou para
Alemanha, onde permaneceu um ano trabalhando com Ostwald e Nernst (1900 a
1901). Em 1904 Lewis afastou-se de Harvard, indo trabalhar nas Filipinas como
Superintendente de Pesos e Medidas. Em 1905 ingressou no Massachussets Intitute of
Technology (MIT) onde permaneceu até 1912. Neste ano mudou-se para Berkeley,
Califórnia para dirigir o Departamento de Química, posto em que permaneceu até
1941. Continuou porém trabalhando até 23 de março de 1946, quando faleceu dentro
do laboratório.
Alem da teoria dos pares eletrônicos, Lewis influenciou profundamente a
Termodinâmica Química (os conceitos de fugacidade e atividade foram por ele criado)
e outros ramos, como a Química dos isótopos, a Espectroscopia Eletrônica (o estado
triplete, a palavra”fóton”), etc. Foi um Extraordinário professor, desenvolvendo um
dos mais importantes departamento de Química do mundo. Dentro de seu grande
números de discípulos e colaboradores diretos, cinco foram agraciados com o premio
Nobel de Química.
5. Conclusão
8
6. Bibliografia