8º Ano - Reprodução Humana
8º Ano - Reprodução Humana
8º Ano - Reprodução Humana
Como vimos, a reprodução é uma característica dos seres vivos. Na espécie humana, a reprodução envolve
relações sexuais que abrangem diversos outros fatores, além da capacidade de gerar descendentes. Entre esses fatores,
podemos citar a sexualidade, a afetividade, o prazer, os sentimentos, as emoções, entre muitos outros. Reprodução não
é o mesmo que sexo, dois conceitos que podem ser relacionados com sexualidade. Reprodução tem a ver com a
geração de descendentes, enquanto sexo representa a distinção biológica entre machos e fêmeas. Embora esses
conceitos estejam relacionados com a sexualidade, ela nem sempre tem a ver com a reprodução ou com o sexo do
indivíduo. Achou confuso? Não é para menos.
Sexualidade diz respeito ao comportamento humano e de outros animais. Ela é uma característica inerente à
vida e à saúde física, social e emocional, e se expressa desde cedo, estando presente em todas as fases da vida. No ser
humano, a sexualidade engloba o corpo, e também dimensões genéticas, afetivas e sociais, e é construída ao longo da
vida do indivíduo. Ela é influenciada por sua história, cultura, sentimentos e afetos, sendo própria de cada sujeito. A
sexualidade independe da potencialidade reprodutiva. Se sexo é a expressão biológica que define um conjunto de
características anatômicas e funcionais, levando basicamente a dois caminhos – machos ou fêmeas –, a sexualidade é
algo mais amplo. Além disso, cada sociedade tem conjuntos de regras que constituem parâmetros fundamentais para o
comportamento sexual e pela expressão da sexualidade dos indivíduos.
Ao nascer, o sexo permite distinguir meninos e meninas. Os hormônios sexuais influenciam a formação da
genitália durante o desenvolvimento do bebê no útero materno. Externamente, o corpo de meninos apresenta pênis e o
das meninas, vulva. As características sexuais que os indivíduos apresentam desde o nascimento são chamadas de
características sexuais primárias. Durante a adolescência – período de transição entre a infância e a vida adulta –,
meninos e meninas passam por grandes mudanças físicas, que são desencadeadas pelos hormônios.
A produção desses hormônios, que estava inibida na infância, ocorre devido a estímulos do hipotálamo (região
do cérebro com função reguladora de processos metabólicos) na hipófise (glândula do sistema nervoso), que libera
FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante). Esses hormônios hipofisários atuam sobre as
gônadas.
Nos testículos, o FSH estimula certas células para produção de espermatozoides (gametas masculinos) e o LH
estimula a produção de testosterona, hormônio sexual responsável pelo desenvolvimento das características sexuais
secundárias masculinas.
Nos ovários, o FSH estimula o amadurecimento de certas células que contêm os ovócitos (gametas femininos) e
que vão produzir estrógeno, hormônio sexual responsável pelo desenvolvimento das características sexuais
secundárias femininas. O LH vai induzir a liberação dos gametas femininos amadurecidos, o que ocasiona a
produção de mais estrógeno e de outro hormônio sexual chamado progesterona, relacionado com o ciclo menstrual,
que será estudado adiante.
Nos meninos, as principais características sexuais secundárias são o aumento da massa muscular, a mudança no
timbre da voz – a qual que se torna mais grave –, o aparecimento de pelos nas axilas, na região pubiana e no rosto
(barba). Nas meninas, as principais características sexuais secundárias são o alargamento dos quadris, o
desenvolvimento das mamas e o aparecimento de pelos nas axilas e na região pubiana.
O início da adolescência é conhecido por puberdade e não tem idade certa para acontecer. Ela costuma
acontecer entre os 10 e 14 anos de idade e, nesse período, ocorre o amadurecimento dos órgãos sexuais e o corpo se
torna apto para a reprodução. Além das mudanças físicas, os adolescentes também passam por grandes mudanças
comportamentais, que englobam alterações psicológicas e emocionais. Nessa fase, os adolescentes costumam ter a
necessidade de independência, de explorar seus sentimentos e seu corpo, e inicia-se o interesse sexual.
Ovulação e fecundação
Após a puberdade, os hormônios secretados pela hipófise estimulam, a cada mês, o amadurecimento dos
gametas femininos. Os ovócitos se desenvolvem nos ovários em meio a um conjunto de células chamado folículo.
Quando o gameta feminino está no estágio de ovócito secundário, o folículo se rompe e libera o gameta, no processo
chamado ovulação.
A união de um espermatozoide com um ovócito secundário recebe o nome de fecundação e é responsável pela
formação do zigoto, que se desenvolverá e dará origem a um novo ser.
O organismo feminino, a partir da puberdade, passa a liberar geralmente um ovócito secundário por mês. O
ovócito é transportado do ovário até o útero pelas tubas uterinas. Se ele encontrar espermatozoides durante esse
trajeto, pode ocorrer a fecundação.
Assim que o espermatozoide penetra no ovócito, o gameta feminino passa a se chamar óvulo. O óvulo
fecundado dá origem ao zigoto, primeira célula do futuro bebê. O zigoto se divide em duas células, depois em quatro e
assim por diante. Esse conjunto de células – já chamado embrião– continua o trajeto até o útero e se fixa na parede
uterina, processo denominado nidação. É no útero que o embrião se aloja, recebe alimento e se desenvolve.
Vocês podem estar se perguntando como os espermatozoides, produzidos no corpo do homem, chegam até as
tubas uterinas da mulher. Esse processo pode se dar de forma natural, quando um homem e uma mulher mantêm
relações sexuais sem proteção e sem o uso de métodos contraceptivos, assunto tratado nas próximas páginas. Na
relação sexual, o pênis é introduzido na vagina da mulher e, durante a ejaculação, lança o sêmen no interior do corpo
feminino. O sêmen
contém espermatozoides, que são células com flagelos, capazes de se movimentar. Eles nadam em direção ao
útero e atingem as tubas uterinas, local em que geralmente ocorre a fecundação.
O encontro dos gametas femininos e masculinos também pode ocorrer por métodos laboratoriais, quando o
casal opta por fazer uma inseminação artificial ou fertilização in vitro.
ATIVIDADES
1. Leia as frases a seguir e escreva o termo relacionado a cada uma delas.
2. Considere as estruturas nomeadas no quadro a seguir. Depois, ordene o caminho que o espermatozoide percorre
desde o local onde é formado até a eliminação do corpo.