Bases Anatômicas e Fisiológicas Da Sexualidade Humana
Bases Anatômicas e Fisiológicas Da Sexualidade Humana
Bases Anatômicas e Fisiológicas Da Sexualidade Humana
Sexo e identidade
a identidade sexual está atrelada a todos os fatores internos e externos que, de alguma forma, podem
interferir na formação sociocultural do indivíduo. Contudo, apesar das demais formações sexuais, a
revelação de sua identidade somente é cabível ao indivíduo a que pertence e geralmente ocorre na
infância entre os quatro e seis anos, quando a criança desperta para a realidade fática e o meio social no
qual vive, tomando assim consciência de quem verdadeiramente é, muito embora haja certa confusão
devido ao pouco conhecimento e a pouca experiência, as atitudes tomadas por ela já são suficientes para
interpretar sua identidade sexual.
Há quem entenda que o indivíduo já nasce com determinada tendência ao sexualismo, ou seja, que as
formações dos circuitos neurais básicos já determinam o início de sua identidade sexual. Isso explicaria
parte da transexualidade, uma vez que, mesmo recebendo educação de acordo com seu sexo biológico, o
transexual não nega sua verdadeira identidade, o que não significa a indiferença aos fatores sociais, mas
sim apenas uma prevalência de identificação
a figura materna é de grande relevância para a identificação sexual.
, a primeira experiência que a criança tem da mãe é virtualmente o oposto da imagem de um indivíduo
castrado e impotente; em particular ao nível do inconsciente, o menininho e a menininha enxergam a mãe
como todo-poderosa. Então, um sentido inicial de auto identidade, juntamente com o potencial para a
intimidade, é antes de tudo desenvolvido pela identificação com uma figura feminina universalmente
importante.
a identificação da sexualidade apenas mostrar-se-á completa após a puberdade, pois é este o momento
mais crítico para as mudanças,
Através dela, os meninos vão se sentir atraído por uma menina (será um adolescente heterossexual) ou
por outro menino (será um adolescente provavelmente homossexual). Segundo os estudiosos, nossa
orientação sexual também é estabelecida nos primeiros quatro anos de vida, fica adormecida, e se revela
(só interna, ou interna e socialmente) na adolescência (em casos de exceção, na maturidade, ou até
mesmo na terceira idade).
um corpo com caracteres masculinos não indica que o sujeito esteja em uma posição masculina, nem
tampouco que as características biopolíticas femininas definem uma mulher. Feminino/masculino são
posições de gozo que se instituem nos seres falantes – homens e mulheres – pelo modo que se inscrevem,
como sujeitos, na função fálica.
RESPOSTA SEXUAL HUMANA
A relação sexual bem-sucedida depende de uma sequência complexa de ocorrências hormonais e
fisiológicas altamente vulneráveis aos efeitos de excitações emocionais, tanto intensas quanto crônicas
quatro fases:
Excitação: duração de minutos a horas. É a estimulação psicológica e/ou fisiológica para o ato.
Corresponde à lubrificação vaginal na mulher e à ereção peniana no homem. Caracteriza-se basicamente
por dois fenômenos: vasocongestão e miotonia, culminando na formação da plataforma orgástica;
Orgasmo É uma descarga de imenso prazer, representada no homem pela ejaculação peniana. “Tensão
que aumenta, atinge o auge, e é descarregada, gerando relaxamento corporal”. É a fase de excitação
máxima, com grande vasocongestão e miotonia rítmica da região pélvica, acompanhada de grande
sensação de prazer, seguida de relaxamento e involução da resposta (resolução).
É o clímax da resposta sexual e constitui uma série de contrações rítmicas (3 a 15) da plataforma orgástica,
com intervalo de 0,8 segundos
Resolução predomina o relaxamento muscular, a lassidão e certo torpor, Tem duração de minutos a horas.
Nos homens, caracteriza-se por um período refratário no qual o organismo necessita estar em repouso,
não aceitando mais estimulação.
A fase de desejo ou apetência- corresponderia à vontade de estabelecer uma relação sexual, a partir de
algum estímulo sensorial (audição, visão, olfato etc.), assim como pela memória de vivências eróticas e de
fantasias.
“Modelo Circular da Resposta Sexual Feminina”, no qual, nos relacionamentos de longo prazo, a mulher
iniciaria a relação a partir da “neutralidade sexual”, ou seja, quando estimulada pelo parceiro, atingiria
graus crescentes de excitação, motivada pela intimidade, pelo ganho secundário do vínculo afetivo, ou por
outras razões não sexuais, antepondo a excitação ao desejo,
receptividade femininas, postulando que, para muitas mulheres, é o desejo de intimidade, ao invés de um
impulso biológico, o desencadeador do ciclo de resposta sexual
baseando-se no aspeto fisiológico do relacionamento sexual que, de acordo com o autor, tem duas etapas:
a tumescência (caraterizada pela vasocongestão dos órgãos genitais) e a detumescência (descarga da
energia acumulada e a descongestão que ocorre após o orgasmo)
O desejo, a excitação e o orgasmo
Fase do desejo
o desejo sexual é um estímulo ou impulso produzido pela ativação de um sistema neuronal específico no
cérebro.
o desejo é provocado por estímulos sensoriais, como sejam ver alguém que nos atrai, ouvir a voz dessa
pessoa ou sentir o seu cheiro. O desejo provoca alterações psicológicas e também fisiológicas. O desejo
sexual é constituído por três componentes: impulso sexual, motivação sexual e vontade sexual.
O impulso sexual é moderado pela resposta neuroendócrina caraterizada, sobretudo, pelo papel que a
testosterona desempenha na sua ativação, resultando uma resposta de excitação fisiológica pautada pela
tumescência peniana ou lubrificação vaginal, fantasias eróticas, procura de atividade sexual e percepção
dirigida a atributos sexuais atrativos para o indivíduo, manifestando-se num interesse sexual endógeno e
espontâneo.
Ao nível fisiológico, o impulso sexual é experimentado como uma tensão psicossomática que necessita de
ser descarregada, enquanto ao nível psicológico essa tensão pode ou não ser experimentada como sexual.
Por outro lado, a motivação sexual implica uma componente psicológica mediada pelo estado mental do
indivíduo (ex. presença de afeto positivo ou negativo) ou a qualidade da relação (conjugal ou não),
sobressaindo, neste caso, fatores relacionados com a demonstração de afeto e consenso interpessoais.
Fase da excitação
Como consequência da estimulação sexual (física, psíquica ou ambas) desencadeia-se a excitação sexual,
evidenciada fisiologicamente pela vasocongestão que se produz, nomeadamente na área genital
A vasocongestão leva a uma acumulação do sangue nos vasos sanguíneos dos órgãos genitais, a qual
provoca alterações diferentes no homem e na mulher. À medida que a estimulação sexual aumenta,
aumenta também a excitação e surgem outras respostas físicas, tais como:
Pressão sanguíneo;
Os grandes lábios separam-se da sua linha média, elevando-se e tornando-se ligeiramente mais planos, o
que permite que a entrada da vagina fique livre.
Há um entumescimento e um ligeiro aumento do tamanho geral das mamas. À medida que a excitação
sexual atinge os seus níveis mais elevados, a vasocongestão aumenta, e produz-se um aumento de volume
do terço externo da vagina, fenómeno este que se designa por formação da plataforma orgástica
Nos homens:
O primeiro sinal da excitação sexual é a ereção do pénis que resulta de um maior e mais rápido de afluxo
de sangue que chega aos espaços livres dos corpos cavernosos e esponjosos provocando a tumescência do
pênis. À medida que a estimulação aumenta, o homem sente-se mais excitado, respira de um modo
ofegante e pode sentir-se tenso e transpirado. Para além da ereção peniana, verifica-se:
Em níveis elevados de excitação sexual, produz-se um ligeiro aumento da glande e um maior aumento
dos testículos
Nos momentos de maior excitação sexual podem surgir pequenas gotas de fluido (liquido pré-ejaculatório)
segregado pelas glândulas de Cowper que saem para o exterior, que frequentemente transportam
espermatozoides vivos. Daí que a prática do coito interrompido seja um método contraceptivo pouco
eficaz na prevenção de uma gravidez, assim como do contágio das infeções sexualmente transmissíveis.
Fase do orgasmo
o clímax limita-se às sensações de descarga genital e é localizado apenas na zona pélvica, enquanto o
orgasmo é uma reação que se alastra a todo o corpo e que provoca contrações musculares e sensações de
prazer em todo o corpo.
Do ponto de vista fisiológico, durante o orgasmo, dá-se um aumento do ritmo da respiração e dos
batimentos cardíacos e ocorrem contrações rítmicas dos músculos da zona pélvica. No homem, o pênis
aumenta ainda um pouco mais de tamanho devido à intensificação do fluxo sanguíneo, enquanto a
próstata, as vesículas seminais e a parte superior dos vasos deferentes se contraem de forma a provocar a
ejaculação, ou seja, a emissão de esperma.
Na maioria das vezes, o orgasmo e a ejaculação ocorrerem em simultâneo, mas são acontecimentos
distintos. Por exemplo, o homem pode atingir o orgasmo e não ejacular. Durante esta fase, na mulher
ocorrem alterações fisiológicas como um conjunto de contrações rítmicas dos músculos que rodeiam a
vagina, a plataforma orgástica e o útero
Algumas mulheres também podem ser multiorgásmicas, isto é, podem sentir vários orgasmos sucessivos
sem que diminua o seu nível de excitação sexual. Todavia, esta capacidade é muito variável e um grande
número de mulheres nunca obteve orgasmos múltiplos. É a fase mais curta, mas também é a mais intensa
de todas as fases do ciclo de resposta sexual. Naturalmente, que o orgasmo é muito mais do que apenas
uma reação fisiológica e corporal. Proporciona sensações de prazer, sensações estas que são vividas pelas
diferentes pessoas de diferentes formas.
Fase de resolução
Durante esta fase, todas as alterações ocorridas na fase de excitação iniciam um processo de inversão,
recuperando o seu estado de repouso anterior à excitação.
Na mulher, o potencial orgásmico não está limitado por um período refratário, como no homem, ou seja,
se uma mulher for submetida a novas carícias, novos estímulos, ela poderá estar em condições físicas de
ter novamente um orgasmo.
A qualidade da vida sexual de mulheres e homens está relacionada com a forma como o seu corpo
responde a estímulos. Contudo, os fatores que intervêm na resposta são vários e estão muito interligados,
sendo determinantes para perceber as causas das disfunções e dificuldades sexuais femininas e masculinas
O pênis
dimensões que variam entre 10 a 18 centímetros, quando ereto
A ereção acontece quando impulsos vasodilatadores do parassimpático causam o relaxamento dos vasos
penianos e do músculo liso dos corpos cavernosos. A vasodilatação também está associada a uma
concomitante inibição de impulsos vasoconstritores do simpático.
A abertura das artérias penianas e dos espaços cavernosos aumenta o luxo de sangue que preenche os
espaços cavernosos, gerando a rigidez peniana. A contração e o relaxamento dos corpos cavernosos
dependem da taxa de cálcio intracelular que, por sua vez, é modulada por guanosina monofosfato (GMP).
Após a ejaculação e o orgasmo a atividade parassimpática diminui, e o pênis volta ao seu estado flácido.
A ereção peniana é um processo neurovascular complexo, sujeito a alterações por envolvimento dos
sistemas nervoso central e endócrino). A ereção pode ser iniciada por recrutamento de impulsos aferentes
do pênis, mas também por estímulos visuais, olfativos e imaginários, como resultado final de uma
integração complexa de sinais neuro-hormonais ,Uma série de fatores interferem negativamente no
mecanismo de produção da ereção peniana, levando à disfunção erétil. Tais fatores, como hipertensão
arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, dislipidemia, doenças neurológicas, distúrbios hormonais,
uso crônico de alguns medicamentos e distúrbios psicológicos trazem prejuízos importantes à saúde do
homem, com repercussão em praticamente todas as áreas de relação inter-pessoal.
Anatomia vascular do pênis
A maior parte do aporte sanguíneo para o pênis é feito através da artéria pudenda interna, ramo da artéria
ilíaca interna.
Normalmente, a temperatura no saco escrotal é cerca de 2 ºC abaixo da temperatura corporal.
Reconhecemos como órgãos internos pertencentes ao sistema reprodutor masculino: o testículo, o
epidídimo, o ducto deferente, ducto ejaculatório e a uretra, além das glândulas acessórias. Essas glândulas
são responsáveis por produzir secreções que, junto com os espermatozoides, formam o sêmen.
A próstata é uma glândula única com o tamanho aproximado de uma castanha
Glândulas bulbouretrais Produzem uma secreção clara que atua como um lubrificante e também
neutralizante, retirando qualquer resto de urina que possa ter ficado no canal urinário. Produz uma
secreção que limpa a uretra antes da ejaculação.
. Produzem um muco espesso, claro, que drena para a uretra e é libertado antes da ejaculação. Pensa-se
que está secreção tenha a função de neutralizar vestígios de urina ácida na uretra funcionando também
como um lubrificante.
Uretra masculina
Canal que percorre o pênis e é comum ao sistema reprodutor e urinário. A uretra masculina estende-se
num trajeto de cerca de 20 cm desde o colo vesical até ao meato uretral, na extremidade do pênis. Tem
como função servir de conduto para a passagem de urina e de esperma.
O testículo tem uma função endócrina e uma exócrina. A função endócrina vai traduzir-se no
desenvolvimento normal do macho da espécie, na sua virilização e na sua capacitação para a reprodução.
A função exócrina vai resultar na espermatogénese.
Por dia formam-se cerca de 120 milhões de espermatozoides
Esse processo dá-se no interior dos testículos e ocorre da puberdade até o fim da vida do indivíduo e
demora cerca de 72 dias. Ainda imóveis são lançados para o epidídimo, onde acabam de adquirir a
mobilidade após 18 a 24 horas.
O seu armazenamento dá-se a nível da via seminal. No início do flagelo dos espermatozoides podemos
encontrar mitocôndrias que têm a função de fornecer energia, sendo que na cabeça do espermatozoide
podemos encontrar o acrossoma, originário do complexo de Golgi, que contém enzimas com a função de
facilitar a penetração do gameta no óvulo. O núcleo do espermatozoide é o local onde os cromossomas
paternos ficam armazenados.
A capacitação do espermatozoide dá-se no aparelho genital feminino, onde os fluidos das trompas e do
útero removem uma série de fatores inibidores presentes no líquido espermático. Estes e outros
acontecimentos vão provocar a perda do capuz acrossómico do espermatozoide e este vai libertar uma
série de enzimas proteolíticas que lhe vão permitir movimentar-se pelo aparelho genital feminino. O
influxo de cálcio pela membrana da cabeça do espermatozoide vai-lhe permitir a mobilidade, estimulando
os movimentos dos flagelos.
ANATOMIA DA GENITÁLIA FEMININA
são os ovários, as tubas uterinas, o útero, a vagina e o conjunto dos órgãos genitais externos, a saber o
monte do púbis, lábios maiores, lábios menores, hímen, prepúcio do clitóris, clitóris, óstio externo da
uretra, óstio externo da vagina. Os órgãos externos e o ânus formam o períneo.
Anexados aos órgãos externos, encontramos outros órgãos, como glândulas e bulbos.
Neste cenário, durante a excitação sexual, a vagina fica lubrificada, os lábios vaginais ficam inchados e
podem mudar de cor, o clitóris fica intumescido por sangue, elevando o útero e o colo do útero, os
mamilos ficam eretos e o corpo manifesta espasmos musculares, podendo também ocorrer eventual
vocalização involuntária.
Fisiologia sexual feminina
A fisiologia sexual é estudada a partir da integração do sistema nervoso com o sistema endócrino. A
sexualidade humana, diferente da encontrada em outros mamíferos, gera prazer independente do ciclo
reprodutivo. A atividade sexual humana está longe de ser um evento puramente fisiológico, pois a resposta
sexual humana não se restringe apenas à esfera genital.
O cérebro é um órgão importante associado à reprodução e divide-se em três partes:
Complexo R (de reptiliano): parte instintiva do nosso cérebro que comanda o acasalamento. Tem função
de preservação da espécie.
Sistema Límbico: está no tronco cerebral e é constituído de uma parte cortical. É responsável pelo
comportamento ligado à estrutura familiar. 71
Neocórtex: além da região motora, apresenta funções cognitivas e sensitivas. A sede das características
humanas como o intelecto, o poder criativo, a fala, a escrita e a capacidade de realizar cálculos. O
funcionamento sexual é influenciado pelo hipotálamo, órgão do sistema nervoso central localizado na base
do cérebro que é o mediador entre o sistema nervoso e o sistema endócrino.
Os ritmos sexuais biológicos do ser humano são modulados pelos hormônios sexuais através da sua ação
sobre os centros sexuais do cérebro. O papel da testosterona é o mais claro, sendo considerado para
ambos os sexos o “hormônio do desejo”. Outro hormônio que atua nos centros sexuais do cérebro é o
fator liberador de hormônio luteinizante (LHRF), que pode incrementar o desejo sexual mesmo na ausência
da testosterona.
Dois neurotransmissores estão envolvidos na fase de desejo: a dopamina, que estimula o desejo sexual, e a
serotonina, que atua como inibidora deste.
componentes fisiológicos envolvidos na resposta sexual humana em duas fases: Tumescência, que é a
congestão sanguínea no aparelho genital e Detumescência, seu retorno ao estado anterior, descrito
como “um imperativo fisiológico,
resposta sexual humana em quatro fases:
Primeira fase: excitação ou excitamento, caracterizada fisicamente por vasocongestão e miotomia, surge
após estímulo positivo.
Segunda fase: platô: a vasocongestão atinge sua extensão máxima na continuidade do estímulo positivo.
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Terceira fase: orgasmo: fisiologicamente, localiza-se na pelve e caracterizase por contrações involuntárias
com duração de alguns segundos.
Quarta fase: Resolução: as alterações fisiológicas ocorridas entram em uma fase de regressão e os tecidos
reativos retornam à fase de repouso, trazendo o indivíduo de volta ao estado basal, não estimulado.
Resposta fisiológica genital e extragenital da mulher
Reação vasocongestivas: que se apresenta como manifestação cutânea superficial – um rubor que atinge
tanto os membros superiores quanto inferiores, A segunda reação visível e sensível (mesmo para o
parceiro) é o aumento da vascularização mamária, ocasionando o aumento das mamas
Reações miotônicas (contrações e/ou espasmos musculares)
Atingindo o sistema nervoso, a tensão sexual promove contrações musculares, eventualmente espasmos,
ocasionalmente ambos. No conjunto superior do corpo (cabeça e pescoço) os sinais são bem claros:
tendência a manter a boca aberta e enrijecer cada vez mais os músculos do pescoço; (p.55)
Grandes lábios: afinam-se, durante a fase de excitação sexual, na mulher nulípara, entreabrem-se e
achatam-se contra a região do períneo (p.56). Já nas multíparas, os grandes lábios aumentam
consideravelmente de volume, tornando-se até pendentes, na presença de varizes vulvares;
Pequenos lábios: aumentam de tamanho e volume em até três vezes, podendo aumentar o comprimento
da vagina em pelo menos um centímetro. Também nessa fase mudam de coloração, passando do rosado
ao vermelho-vivo nas nulíparas e do vermelho-vibrante ao vinhoso nas mulíparas (p.56);
Clitóris: tem seu volume bastante aumentado, por efeito da vasocongestão. Com maior excitação, pode
retrair-se, em resposta miotônica.
Vagina: a porção anterior, que entra em contato com o pênis, é onde se forma a “plataforma
Orgásmica”, e onde se verifica um espassamento vasocongestivo, que aperta o pênis, e aumenta sua
sensibilidade. Nos dois terços posteriores, “forma-se uma bacia destinada a receber o esperma”.
Outra das reações fisiológicas verificadas durante a fase de excitação é a lubrificação extra das paredes da
vagina, num intervalo de 10 a 30 segundos após o início do estímulo, constituindo-se na “transudação”
Aqui também há mudanças na coloração: a 76 vagina fica vermelho-escuro, retratando a vasocongestão, e
aumenta seu comprimento, entre 2,5 a 3 centímetros.
Útero: esse órgão experimenta um aumento de tamanho em duas ou três vezes o seu normal, na fase de
excitação, registrando durante o orgasmo contrações semelhantes às de um primeiro parto, elevado e
alongando a vagina. Num prazo de cinco a dez minutos depois do orgasmo, no entanto, retorna à sua
posição normal. Retorna à sua posição natural em 5 a 10 min após o orgasmo, podendo atrasar no caso
deste não acontecer
FATORES ENDÓCRINOS
A parte anterior da glândula hipófise, tanto no sexo feminino quanto no sexo masculino, não secreta
praticamente nenhum hormônio gonadotrópico até à idade de 10 anos a 14 anos. Entretanto, por essa
época, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos. No início, secreta principalmente o hormônio
folículo-estimulante (FSH), que inicia a vida sexual na menina em crescimento; mais tarde, secreta o
hormônio luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual. O hormônio folículo - estimulante
causa a proliferação das células foliculares ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as
cavidades foliculares a se desenvolverem e a crescer. O hormônio luteinizante aumenta ainda mais a
secreção das células foliculares, estimulando a ovulação.
Hormônios sexuais femininos
Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo desenvolvimento
sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os hormônios adrenocorticais e o
hormônio masculino testosterona, são ambos compostos esteroides, formados, principalmente, de um
lipídio, o colesterol. Os estrogênios são, na verdade, vários hormônios diferentes chamados estradiol,
estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse
motivo, são considerados juntos, como um único hormônio.
Funções do estrogênio
O estrogênio induz as células de muitos locais do organismo, a proliferar, isto é, a aumentar em número.
Por exemplo, a musculatura lisa do útero, aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a duplicar
ou, mesmo, a triplicar de tamanho. O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o
desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir de pelos, os quadris se alargarem e o
estreito pélvico assumir a forma ovoide, em vez de afunilada como no homem; provoca o desenvolvimento
das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares, e, finalmente, leva o tecido adiposo a
concentrar-se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do sexo.
O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade, mas promove
rápida calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se "extingam" dentro de
poucos anos, de forma que o crescimento, então, para. A mulher, nessa fase, cresce mais rapidamente que
o homem, mas para após os primeiros anos da puberdade; já o homem tem um crescimento menos
rápido, porém mais prolongado, de modo que ele assume uma estatura maior que a da mulher, e, nesse
ponto, também se diferenciam os dois sexos.
Funções da progesterona
A progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos; está
principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião e à preparação das
mamas para a secreção láctea. Em geral, a progesterona aumenta o grau da atividade secretória das
glândulas mamárias e, também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento
do endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sanguíneos; determina, ainda,
o surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio. Finalmente, a progesterona inibe as
contrações do útero e impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do feto em
desenvolvimento.
Testosterona
As mulheres pré-menopausa produzem 0,3mg de testosterona por dia. 50% da testosterona produzida
pelas mulheres origina-se nos ovários e nas suprarrenais, sendo os outros 50% produzidos a partir de
precursores de testosterona, como a androstenediona e dihidroepiandrosterona, em tecidos periféricos.
Apenas 2% da testosterona total se apresenta na sua forma livre, enquanto que 98% encontra-se ligada a
albumina ou à globulina ligada à das hormonas sexuais (SHBG). Variações nos níveis da SHBG alteram a
biodisponibilidade da testosterona livre. A administração de estrogênios exógenos (como contraceptivos
orais), aumentam os níveis de SHBG, reduzindo a biodisponibilidade da testosterona livre. Os
contraceptivos orais também diminuem os níveis de FSH e hormona luteinizante, suprimindo a ovulação e
inibindo a produção de androgénios. As combinações destes dois mecanismos podem levar a níveis muito
baixos de testosterona livre. Os níveis de testosterona diminuem gradualmente ao longo da vida. Entre os
30 e os 60 anos, a testosterona total e livre diminui cerca de 50%. Além disso, os precursores da
testosterona da suprarrenal diminuem com a idade. A diminuição dos níveis de androgénios com a idade
está relacionada com a diminuição da libido, excitação, orgasmo e sensibilidade genital. Além do
envelhecimento, várias outras condições clínicas em mulheres prémenopausa estão associadas a níveis
baixos de testosterona. Os sintomas de insuficiência de androgénios incluem disforia, astenia, diminuição
da libido, da receptividade sexual e prazer, instabilidade vasomotora e diminuição da lubrificação vaginal.
Disforia- ansiedade, depressão, inquietude
Astenia: fraqueza orgânica, sem perda muscular
Estudos em mulheres em menopausa mostraram melhoria do desejo, excitação e fantasias sexuais com a
administração de testosterona isolada. No entanto, a relação entre os níveis de testosterona e desejo em
mulheres pré-menopausa estão menos bem definidas.
CICLO DE RESPOSTA SEXUAL FEMININA
Nas mulheres, a fase de excitação começa com a tumefação da mucosa vaginal, espessamento das paredes
vaginais e transudação de fluído para a vagina. Há tumefação dos lábios, clitóris e vagina, aumentando o
comprimento da vagina e clitóris. As mamas aumentam ligeiramente de volume por tumefação e as
aréolas ficam eretas. A tensão muscular, frequência cardíaca e pressão arterial aumentam ligeiramente. Na
fase de plateau os lábios ficam mais tumefactos, o clitóris retrai e o terço externo da vagina fica mais
congestionado e estreito enquanto que os dois terços internos expandem, e a tensão dos músculos do
pavimento pélvico vai aumentando. O orgasmo caracteriza-se por contrações rítmicas dos músculos
levantadores do ânus, vagina e útero e libertação maciça da tensão muscular. Durante a fase de resolução
há diminuição gradual da tensão muscular e detumescência dos lábios, clitóris e vagina
Em 2000, Basson apresentou um modelo mais contemporâneo
Também realça que muitas mulheres começam o ato sexual de um ponto de neutralidade sexual, com a
decisão de este se tornar sexual a emanar da necessidade consciente de proximidade emocional ou como
resultado da sedução do parceiro. A excitação origina-se da intimidade e sedução e muitas vezes precede o
desejo. Este modelo enfatiza que as mulheres têm várias razões para encetarem a atividade sexual além do
desejo sexual espontâneo. A neutralidade sexual ou a receptividade sexual, e não só o iniciar da atividade
sexual, são consideradas variantes normais da função sexual feminina