Apostila Psicodiagnóstico PDF
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PSICODIAGNÓSTICO
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ESTUDO DIRIGIDO PSI CURSO PREPARATÓRIO
Índice:
Unidade I – Introdução
Unidade II – Definição
Unidade III – Objetivos
Unidade I - Definição
Unidade II - Tipos de Entrevista
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
QUESTÕES
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ESTUDO DIRIGIDO PSI CURSO PREPARATÓRIO
Unidade I – Introdução
Unidade II - Definição:
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Passo 1: Formulação das perguntas básicas ou hipóteses: cada caso terá suas
peculiaridades.
Às vezes já é possível levantar as primeiras perguntas a partir do próprio
encaminhamento; outras vezes vai ser possível levantar alguma hipótese no início da história
clínica. Não obstante, geralmente o elenco das perguntas só fica inteiramente completo após o
levantamento de toda a história, embora, durante todo o processo, se possa, de vez em quando,
levantar questões subsidiárias aos objetivos previstos.
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Passo 3: Administração de testes e técnicas: O foco das testagens deve ser sempre o
sujeito e não os testes.
O psicólogo deve estar suficientemente familiarizado com o instrumento. Não basta
conhecer as instruções, deve ter muita intimidade com o material, com a forma de conduzir o
inquérito, com as normas de atribuição de escores (se for o caso), com a forma adequada de
registro das respostas e com perguntas e dificuldades que podem surgir durante a administração.
O setting deve ser adequado em termos de iluminação, privacidade, aeração e silêncio.
O material deve ser organizado antes da entrada do paciente.
Nenhum teste deve ser aplicado sem um rapport previamente estabelecido; um clima de
confiança e entendimento é necessário para se chegar a um diagnóstico mais preciso.
Nos testes padronizados, as instruções devem ser seguidas cuidadosamente para garantir
a fidedignidade de seus resultados.
O psicólogo deve estar atento à contratransferência, já que a administração de testes
pressupõe uma interação clínica.
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Para que a comunicação dos resultados seja cientificamente adequada, é necessário que a
seleção, organização e integração dos dados colhidos se realizem, chegando a inferências sobre o
caso, tendo como pontos de referência as perguntas iniciais e os objetivos do exame.
Teoricamente, o direito do paciente à devolução é obrigatório e, na prática, é exatamente
este direito que facilita o rapport e a confiança no profissional que escolheu. Os tipos mais
comuns de informes sistemáticos são as entrevistas de devolução e o laudo. Este é encaminhado
ao profissional que solicitou o pedido de psicodiagnóstico.
Ao trabalharmos com crianças ou adolescentes vale destacar a definição de Arzeno e
Ocampo (2003) sobre o tema: “Entendemos por devolução de informação a comunicação verbal
discriminada e dosificada que o psicólogo faz ao paciente, a seus pais e ao grupo familiar, dos
resultados obtidos no psicodiagnóstico” (p.384).
A primeira entrevista nos dá subsídios que facilitam a escolha do enquadre. Este inclui
não somente o modo de formulação do trabalho, mas também o objetivo do mesmo, a frequência
dos encontros, o lugar, os horários, os honorários e, principalmente o papel que cabe a cada um.
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O psicólogo não deve perder de vista a dimensão global da situação de avaliação, por
mais simples que seja o objetivo do psicodiagnóstico.
O psicólogo deve estar consciente, atento e alerta tanto para as suas próprias condições
internas, para o uso que faz de seus recursos internos e externos, como para as reações e
manifestações do paciente, percebendo a qualidade do vínculo que se cria e levando em conta
todos esses aspectos para o entendimento do caso.
* Responsabilidade:
Processo dinâmico e criativo → espinha dorsal de todas as profissões que lidam com
saúde mental.
Unidade I - Definição
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A entrevista em saúde mental é vista como um instrumento de avaliação, entre outros. É usada
como sistema de interação no processo de avaliar / intervir e na busca de dados de diferentes
fontes para chegar a um sumário na forma de recomendação / descrição de um sujeito.
a) A entrevista inicial: uma entrevista semi-dirigida, durante a qual o sujeito tem liberdade
para expor seus problemas, começando por onde prefere e incluindo o que deseja. Os
objetivos dessa primeira entrevista são discutir expectativas, clarear as metas do trabalho
e colher informações sobre o entrevistado e seus problemas que não podem ser obtidos de
outras fontes. Um bom rapport é fundamental para que esses objetivos sejam alcançados.
Ao final da primeira entrevista deve estar claro o contrato de trabalho.
b) As entrevistas subsequentes: não há um número rígido estabelecido, depende de como
cada processo se desenvolve. Elas objetivam a obtenção de mais dados, para conhecer a
história em maiores detalhes.
c) A entrevista de devolução: ao término do psicodiagnóstico, o entrevistador deve
comunicar oralmente ao paciente o resultado do processo e propor as indicações
terapêuticas. O entrevistador retoma os motivos da consulta e a forma de condução do
processo; inicia a devolução com os aspectos menos comprometidos, menos
mobilizadores de ansiedade e os ligados diretamente à queixa; e termina a devolução com
as indicações terapêuticas. Deve ser evitado o uso de jargão técnico.
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A entrevista lúdica tem grande papel no atendimento de crianças constituindo-se como uma
técnica de avaliação muito rica. Com ela podemos compreender a natureza do pensamento
infantil, fornecendo informações significativas do ponto de vista evolutivo, psicopatológico e
psicodinâmico, possibilitando formular conclusões diagnósticas, prognósticas e indicações
terapêuticas.
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Link: www.crprj.org.br/legislacao/documentos/resolução2003-02.pdf
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Testes de Inteligência:
RAVEN: aplicação individual ou coletiva, 45min.; Crivo
R-1: aplicação individual ou coletiva, 20 a 30 min., >15 anos, sem
escolaridade mínima
R-2: Individual, 5 a 11 anos, sem tempo determinado (15 min.)
WISC –IV: individual, 6 a 16 anos, 10 subtestes
Testes de Atenção:
AC: aplicação individual ou coletiva, 5 min.; Crivo: acertos, erros e
omissões
Escalas de Beck
DBI; BAI; BHS; BSI (Depressão; Ansiedade; Desesperança; Ideação
suicida): individual, coletiva ou auto administração, 17 a 80 anos
2. Testes Projetivos:
Testes ambíguos, não estruturados que permitem um entendimento dinâmico sobre a
personalidade do sujeito. Objetivam identificar e compreender conflitos, mecanismos de
defesa, estados emocionais, fantasias, traços de caráter e aspectos sadios e/ou patológicos
do sujeito.
Testes Gráficos:
HTP: aplicação individual, 20 a 30 min., > 8 anos
Palográfico: individual ou coletiva, >18 anos, duração 7 min30s
Técnicas de manchas de tinta:
Rorschach: individual, adulto, tempo livre, 10 pranchas
Zulliguer: individual, adulto, tempo livre, 3 pranchas
Técnica de contar histórias:
TAT: individual, 14 a 40 anos, tempo livre
CAT: individual, 5 a 10 anos, tempo livre
Inventários de personalidade:
Quati: individual ou coletiva, a partir 8ª série, tempo médio 45`; correção web
IFP II: Inventário Fatorial de Personalidade: > 14 anos; correção web
ISSL: Inventário de Sintomas de Stress de Lipp: > 15 anos, correção web
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Uma bateria completa de testes em Psicodiagnóstico deve conter, pelo menos, um teste
de atenção, um teste de inteligência, um teste para avaliação motora e dois testes de personalidade
com estímulos diferenciados; por exemplo: um teste gráfico e um inventário; ou uma técnica de
manchas e um inventário.
Indica-se iniciar a bateria com um teste menos ansiogênico, mais objetivo para facilitar a
execução do mesmo, deixando o examinando mais à vontade.
Devemos lembrar que nenhuma testagem é aplicada sem os passos iniciais do processo
que garantem um bom rapport, por mais simples que seja o objetivo do psicodiagnóstico. Além
disso, o psicólogo deve estar atento ao comportamento do sujeito durante o exame, observando
suas reações e execução de cada tarefa proposta. O acento deve estar sempre no sujeito examinado
e não nas técnicas e testes do profissional.
Exemplo de uma bateria para adultos: Teste de atenção (AC); Teste de Inteligência (Raven);
Teste Psicomotor (Bender); Testes de Personalidade (HTP, Palográfico ou Rorschach); Inventário
de Personalidade: Quati
Link: https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-do-exercicio-profissional-n-6-2019-institui-
regras-para-a-elaboracao-de-documentos-escritos-produzidos-pela-o-psicologa-o-no exercicio-
profissional-e-revoga-a-resolucao-cfp-no-15-1996-a-resolucao-cfp-no-07-2003-e-a-resolucao-
cfp-no-04-2019?origin=instituicao
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a) Declaração
b) Atestado Psicológico
c) Relatório: Psicológico e Multiprofissional
d) Laudo Psicológico
e) Parecer Psicológico
Atestado Psicológico
Laudo Psicológico
Estrutura:
Identificação
Descrição da demanda
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Procedimento
Análise
Conclusão
Referências
Identificação
II: identificação do nome completo ou nome social completo e, quando necessário, outras
informações sócio-demográficas;
III: identificação de quem solicitou o documento, especificando se a solicitação foi realizada pelo
Poder Judiciário, por empresas, instituições públicas ou privadas, pelo próprio usuário do
processo de trabalho prestado ou por outros interessados;
Descrição da demanda
Neste item, o psicólogo, autor do documento, deve descrever as informações sobre o que motivou
a busca pelo processo de trabalho prestado, indicando quem forneceu as informações e as
demandas que levaram à solicitação do documento. Constitui requisito indispensável.
Procedimento
O psicólogo autor do laudo deve apresentar o raciocínio técnico-científico que justifica o processo
de trabalho realizado pelo psicólogo e os recursos técnico-científicos utilizados no processo de
avaliação psicológica, especificando o referencial teórico metodológico que fundamentou suas
análises, interpretações e conclusões.
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Análise
Nessa parte do documento, o psicólogo deve fazer uma exposição descritiva, metódica, objetiva
e coerente com os dados colhidos e situações relacionadas à demanda em sua complexidade
considerando a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo.
A análise não deve apresentar descrições literais das sessões ou atendimentos realizados, salvo
quando tais descrições se justifiquem tecnicamente.
Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico
utilizado, bem como os princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das informações.
Somente deve ser relatado o que for necessário para responder a demanda, tal qual disposto no
Código de Ética Profissional do Psicólogo.
O psicólogo não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos ou teorias, devendo ter
linguagem objetiva e precisa, especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva.
Conclusão
O psicólogo autor do laudo deve descrever suas conclusões a partir do que foi relatado na análise,
considerando a natureza dinâmica e não cristalizada do seu objeto de estudo.
O documento deve ser encerrado com indicação do local, data de emissão, carimbo, em que conste
nome completo ou nome social completo do psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional,
com todas as laudas numeradas, rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a assinatura do
psicólogo na última página.
É facultado ao psicólogo destacar, ao final do laudo, que este não poderá ser utilizado para fins
diferentes do apontado no item de identificação, que possui caráter sigiloso, que se trata de
documento extrajudicial e que não se responsabiliza pelo uso dado ao laudo por parte da pessoa,
grupo ou instituição, após a sua entrega em entrevista devolutiva.
Referências
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Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou em
casos específicos em que as circunstâncias determinem que seja necessária a manutenção da
guarda por maior tempo.
A validade indicada deverá considerar a normatização vigente na área em que atua o psicólogo,
bem como a natureza dinâmica do trabalho realizado e a necessidade de atualização contínua das
informações.
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Não havendo definição normativa, o prazo de validade deve ser indicado pelo psicólogo, levando
em consideração os objetivos da prestação do serviço, os procedimentos utilizados, os aspectos
subjetivos e dinâmicos analisados e as conclusões obtidas.
Para entrega do relatório e laudo psicológico, é dever do psicólogo realizar ao menos uma
entrevista devolutiva à pessoa, grupo, instituição atendida ou responsáveis legais.
Na impossibilidade desta se realizar, o psicólogo deve explicitar suas razões.
Nos demais documentos produzidos com base nesta resolução, é recomendado ao psicólogo,
sempre que solicitado, realizar a entrevista devolutiva.
CONCLUSÃO
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No módulo seguinte definimos os grupos dos testes objetivos, mais estruturados, com
respostas certas e erradas e dos testes projetivos, ambíguos, não estruturados e baseados na
hipótese de que toda produção do sujeito expressa seu mundo interno, com suas ansiedades e
defesas. (Leitura complementar sugerida: Ocampo, M. L. S., Arzeno, M.E.G. e colaboradores - O
Processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas, 10.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009).
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Bibliografia
- Arzeno, M.E.G. Psicodiagnóstico Clínico: Novas Contribuições. Porto Alegre: Artes Médicas,
1995.
QUESTÕES:
Questão 1:
Questão 2:
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Questão 3:
Tendo em vista nosso foco, que é o processo de Psicodiagnóstico, como você definiria as
entrevistas em termos de objetivos e estruturação?
A) Diagnóstica e semi-dirigida
B) De encaminhamento e semi-dirigida
C) De pesquisa e dirigida
D) Diagnóstica e dirigida
Questão 4:
Ao montar uma bateria de testes para um Psicodiagnóstico, a consulta ao SATEPSI é uma
escolha do psicólogo?
A) Sim, já que o psicólogo tem autonomia na escolha dos testes
B) Não, é obrigatória, pois o psicólogo só poderá utilizar os testes aprovados pelo CFP
C) Não, é uma escolha do profissional que solicitou o psicodiagnóstico
D) Sim, uma vez em dia com o CRP pode utilizar qualquer testagem em sua clínica
Questão 5:
Perante a exposição de todos esses testes apresentados, qual bateria abaixo estaria mais
completa:
Questão 6:
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QUESTÕES DE CONCURSOS
1. (FGV- FIOCRUZ - 2010) Uma família levou uma criança para piscodiagnóstico numa
clínica de atendimento psicológico. Durante a triagem, foi informado que a irmã dessa
criança seria portadora de retardo, sendo sugerido que também fosse trazida para
avaliação. Durante a anamnese de desenvolvimento dessa segunda criança, a mãe da
criança explicou que ela tivera meningite logo após o nascimento, sendo internada
durante meses. Ao ter alta, o médico informara que a criança teria um retardo de
desenvolvimento. A avaliação da criança não indicou nenhum problema de retardo, ainda
que aspectos como a auto-estima da criança estivessem bastante comprometidos. Na
devolução dos dados, a mãe mostrou resistência em aceitar a informação e levou a criança
a outra clínica, buscando um diagnóstico de retardo. Na ausência desse diagnóstico, a
mãe voltou à primeira clínica, sendo combinado que a criança seria atendida em terapia.
Para uma melhor compreensão das dificuldades da mãe em aceitar o diagnóstico, avalie
as afirmativas a seguir:
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(A) o uso desses instrumentos de avaliação fica prejudicado pelo estreitamento de consciência
típico dos transtornos psicopatológicos;
(B) não é recomendada a aplicação de testes projetivos de personalidade por ocasião da remissão
dos sintomas produtivos, pelo risco de recidiva do quadro;
(C) distúrbios orgânicos cerebrais não são detectáveis com o uso do instrumental psicológico,
dependendo seu diagnóstico de exames médicos complementares;
(D) o uso de testes psicológicos não dispensa a análise dos condicionantes pessoais, familiares e
sociais do quadro psicopatológico;
(E) a realização da anamnese médica prévia à administração dos testes psicológicos introduz
variáveis que podem comprometer a isenção dos seus resultados.
(A) A realização de pesquisas com o emprego de testes psicológicos não aprovados pelo CFP;
(C) a utilização de testes psicológicos que não constam na relação de testes aprovados pelo
CFP;
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GABARITO COMENTADO
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão1: E – Essa questão deixa claro a importância da organização familiar em relação a uma
possível patologia infantil. Um psicodiagnóstico bem realizado possibilita a segurança na
devolução dos resultados e na indicação terapêutica.
Questão 2: B – Falar livremente sobre questões específicas: a própria definição de entrevista semi-
estruturada.
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