Trigonometria: Universidade Da Beira Interior
Trigonometria: Universidade Da Beira Interior
Trigonometria: Universidade Da Beira Interior
Ciências
Trigonometria
Passado, Presente e Futuro
Ao meu Pai...
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iv
Agradecimentos
Agradeço às minhas orientadoras, a Professora Maria Isaura Mendes e à Professora Doutora San-
dra Bento, pelas observações, comentários e sugestões, pela paciência, dedicação, disponibilidade
e atenção que sempre manifestaram ao longo deste ano letivo.
Aos meus amigos, pela amizade e carinho por me terem sempre apoiado e por principalmente terem
acreditado sempre em mim. Obrigada a TODOS!
Ao Alex, pela dedicação, por todas as palavras de incentivo... enfim por tudo, tudo mesmo...
A toda a minha família, pelo carinho, apoio e incentivo demonstrado desde o início deste mestrado.
v
vi
Resumo
Este trabalho encontra-se dividido em duas partes: pesquisa científica e prática de ensino supervi-
sionada.
No trabalho científico fez-se uma investigação sobre os povos que contribuíram para a descoberta
e evolução da trigonometria. Recorda-se a terminologia, o conceito de círculo trigonométrico e a
transição das razões trigonométricas para as funções trigonométricas. Com o desenvolvimento da
trigonometria surgiram identidades trigonométricas fundamentais neste ramo da matemática, e que
hoje são imprescindíveis em várias outras áreas. Identidades que serão enunciadas e demonstradas
neste trabalho, nomeadamente, o teorema de Ptolomeu, fórmula fundamental da trigonometria,
fórmulas do seno e cosseno da soma e da diferença, lei dos senos e dos cossenos. É feita uma con-
textualização do ensino da trigonometria no ensino básico e secundário e são ainda apresentados
dois exemplos da aplicabilidade da trigonometria que foram objeto de pesquisa nas disciplinas de
Seminário de Investigação Matemática. A encerrar esta parte é feita uma análise de uma nova
abordagem sobre a trigonometria, chamada de Trigonometria Racional.
Relativamente à prática de ensino supervisionada é feita uma descrição sumária do que foi re-
alizado no estágio pedagógico. É apresentado um conjunto de 6 planificações que correspondem a
aulas lecionadas, no 9º e 12º ano de escolaridade.
Palavras-chave
Trigonometria, Trigonometria Racional, Triângulo Retângulo, Círculo Trigonométrico, Teorema
de Ptolomeu, Lei dos Senos, Lei dos Cossenos
vii
viii
Abstract
This project is divided into two parts, the scientific research and the supervised teaching practice.
The scientific research part started with a short list of the historical contributions to the discovery
and evolution of trigonometry, recalling the terminology, the concept of trigonometric circle and
the transition of trigonometric ratios to trigonometric functions. With the development of trigo-
nometry, many fundamental trigonometric identities emerged in this field of mathematics, being
essential in many other areas. These identities will be stated and demonstrated in this project,
including the Ptolemy method, the trigonometric fundamental formula, the sum and subtraction
formulas and the sine and cosine law. A contextualization of trigonometry teaching in Junior High
and High Schools is also presented, along with two examples of the applicability of trigonometry
which were object of research throughout the subjects of a Seminar on Mathematical Research.
Concluding this part, a brief analysis of a new approach on trigonometry, called Rational Trigo-
nometry, is done, too.
Regarding the supervised teaching practice, a brief description of what was performed during
pedagogical training is produced, presenting a set of 6 lesson plans which correspond to lessons
taught in the 9th and 12th grades.
Keywords
Trigonometry, Rational Trigonometry, Right Triangle, Trigonometric Circle, Ptolemy Method, Sine
Law, Cosine Law
ix
x
Conteúdo
1 Introdução 1
2 Trigonometria 3
2.1 Um pouco de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Terminologia|Nomenclatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Círculo Trigonométrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Identidades Trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.4.1 Teorema de Ptolomeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.4.2 Fórmula Fundamental da Trigonometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.4.3 Fórmulas do seno e cosseno da soma e da diferença . . . . . . . . . . . . . . 15
2.4.4 Lei dos senos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.4.5 Lei dos Cossenos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.5 Trigonometria no ensino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.6 Natureza - Trigonometria, ida e volta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.7 Polígonos regulares com Áreas e Perímetros Racionais . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.8 Trigonometria Racional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.8.1 Quadrância e afastamento - um exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.8.2 Leis da Trigonometria Racional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.8.3 Um Exemplo comparado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.8.4 Considerações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.9 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Bibliografia 83
A Anexos 85
A.1 Planificação 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
A.1.1 Apresentação Eletrónica usada na planificação 2 . . . . . . . . . . . . . . . 85
A.1.2 Ficha de Trabalho e Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
A.2 Planificação 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
A.2.1 Apresentação Eletrónica usada na planificação 3 . . . . . . . . . . . . . . . 103
A.2.2 Propriedades do Seno e Cosseno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
xi
A.3 Planificação 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
A.3.1 Apresentação Eletrónica usada na planificação 5 . . . . . . . . . . . . . . . 110
A.4 Planificação 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
A.4.1 Ficha de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
xii
Lista de Figuras
xiii
xiv
Lista de Tabelas
xv
xvi
Capítulo 1
Introdução
Trigonometria, palavra de origem grega, que pode ser decomposta em trigonos (triângulo) + me-
treo (medida), ou seja, significa medida de triângulos. Por ser uma área da matemática de grande
relevância no ensino básico e secundário foi o tema escolhido para aprofundar cientificamente nos
Seminários e com isso apresentar neste relatório um estudo da sua história, aplicações e perspetivas
de futuro. Historicamente, as funções trigonométricas surgiram para dar resposta a problemas ma-
temáticos de situações reais, nomeadamente na astronomia, navegação, agrimensura,... Atualmente
a trigonometria continua a ser muito importante no desenvolvimento de várias áreas científicas,
como por exemplo a mecânica e a topografia.
Este relatório inicia-se com uma pequena investigação sobre os registos que os nossos antepassados
nos foram deixando relativamente ao desenvolvimento e evolução da história da trigonometria. Os
gregos, os árabes, os hindus, os babilônicos, todos deixaram o seu contributo para a trigonome-
tria que conhecemos hoje. Desde o século IV a.C. o Homem mostrou sensibilidade e curiosidade
em estudar as relações entre os ângulos num círculo e os comprimentos das suas cordas. Como a
mente inquieta do ser humano nunca está satisfeita, este procura sempre ir mais longe e saber mais.
A matemática como qualquer área do saber, tem a sua própria linguagem. Apenas se consegue
comunicar corretamente se o emissor e receptor conhecerem o código, assim numa segunda fase
deste trabalho é apresentada a terminologia fundamental sobre a trigonometria.
Quando se fala em trigonometria a primeira coisa que o nosso pensamento constrói é uma imagem
do triângulo retângulo, pois é sobre esta figura geométrica que se inicia o estudo deste tema no
ensino básico. Seguidamente e muito provavelmente pensaremos nas razões trigonométricas: seno,
cosseno, tangente. Se nos concentramos mais um pouco lembramo-nos que em certa altura do nosso
percurso escolar falávamos em círculo trigonométrico, e à medida que nós próprios íamos crescendo
e avançando no ensino também os nossos conhecimentos de trigonometria se iam desenvolvendo e
relacionando com outros conceitos. Também neste trabalho será feita uma abordagem evolutiva
da trigonometria e será analisada a estrutura do programa relativamente a este tema.
Ao longo da história da trigonometria, foram deixados contributos que ainda hoje permanecem e
são de extrema importância. Assim será feita referência a algumas identidades trigonométricas,
nomeadamente, ao teorema de Ptolomeu, à fórmula fundamental da trigonometria, às fórmulas do
seno e cosseno da soma e da diferença de ângulos, a lei dos senos e dos cossenos.
Para que se entenda a importância da trigonometria e onde pode ser aplicada no dia-a-dia é apre-
sentado um exemplo de aplicação da trigonometria na natureza, intitulado “Observar golfinhos…
com trigonometria”, dos autores Pedro Duarte, Telmo Peixe e Teresa Caissotti que se encontra
publicado na Gazeta da Matemática nº169. É ainda apresentado um outro exemplo de aplicação
envolvendo figuras geométricas simples, que visa estudar polígonos regulares com área e o perí-
metro racionais, pois muitas vezes quando trabalhamos com as razões trigonométricas obtemos
1
números irracionais.
Porque trabalhar com número irracionais pode dar origem a cálculos aproximados pouco rigorosos,
um professor australiano de seu nome Wildberger sugere uma nova teoria para a trigonometria.
Esta abordagem defende que outras medidas de triângulos podem ser equacionadas com relações
polinomiais que produzem resultados racionais mais fáceis de compreender. Segundo este autor os
cálculos serão mais belos e simples. Assim, neste relatório será feita uma abordagem superficial
aquilo que Wildberger intitula de Trigonometria Racional.
Por último será feita uma descrição sumária do que foi a prática de ensino supervisionada. É feita
uma contextualização de onde esta foi feita, quais as atividades desenvolvidas, e são apresentadas
as planificações que achei mais pertinentes e que fossem de encontro ao tema deste relatório.
2
Capítulo 2
Trigonometria
Desde os tempos primórdios, o homem teve curiosidade sobre o mundo que o rodeia, e consequen-
temente sobre os objetos que se encontram à sua volta.
Fazer medições, determinar alturas, efetuar cálculos sempre fez parte da vida do ser humano. As-
sim, a matemática entrelaça-se com a “história do homem{ civilizações”. A curiosidade e a mente
inquieta do Homem impulsionou-o a novas e diversas descobertas. Deste modo a necessidade de
“conhecer os céus”, levou ao estudo e ao desenvolvimento de métodos que dessem resposta a pro-
blemas relacionados com a Astronomia, Agrimensura e Navegações.
A palavra trigonometria tem origem grega e relaciona-se com as medidas de um triângulo. É uma
área da geometria que estuda as relações entre os lados e os ângulos do triângulo. [15]
Os primeiros conceitos de Trigonometria remontam aos egípcios e aos babilónicos, por volta do
século IV e V a.C.. Os gregos foram os primeiros a efetuar um estudo das relações entre os ângulos
num círculo e os comprimentos das suas cordas. [2]
Através do Papiro Ahmes, mais conhecido como Papiro Rhind, que data de 1650 a.C., surgem os
primeiros vestígios do estudo da trigonometria e as primeiras referências à semelhança de triângu-
los. [2]
Os egípcios, mestres na construção de pirâmides tinham como preocupação principal manter uma
inclinação constante das faces. Assim, surgiu a palavra seqt que segundo Boyer significava “o
afastamento horizontal de uma reta oblíqua em relação ao eixo vertical para cada variação de
unidade na altura. O seqt correspondia assim ao termo hoje usado pelos arquitetos para indicar a
inclinação de uma parede”. Presume-se que o conceito seqt de uma pirâmide regular seja equivalente
ao conceito de cotangente de um ângulo nos dias de hoje. [2] [6]
3
Figura 2.1: O seqt egípcio
Para além das medições das pirâmides, relacionavam também as horas do dia com a sombra de um
gnómon. O gnómon era uma vara que se espetava no chão, perpendicular a este, e o comprimento
da sua sombra era observado a uma determinada hora do dia.
Como o tamanho do gnômon era constante, possivelmente usariam sempre a mesma vara, na
AN
mesma posição, o comprimento de NA ao meio dia variava com o ângulo Â, ou seja seria a
GN
“função” do ângulo A, também hoje designada de cotangente. [6]
A curiosidade estimulou os astrónomos gregos a calcular a distância entre dois pontos da superfície
terrestre e também sobre o raio da terra. Deve-se a Eratóstenes de Cirene a descoberta da medida
para a circunferência da Terra, através da semelhança de triângulos e razões trigonométricas, o
que o levou a perceber a existência de relações entre ângulos e cordas.
No entanto, citando Boyer podemos afirmar que: “Durante cerca de dois séculos e meio, de Hi-
pócrates a Eratóstenes, os matemáticos gregos estudaram as relações entre retas e círculos e as
aplicaram a uma variedade de problemas de astronomia, mas disso não resultou uma trigonometria
sistemática”. [2]
4
Na segunda metade do século II a.C., Hiparco de Nicéia adotou a base 60 para contagem e di-
vidiu a circunferência em 360 partes iguais. A cada parte em que a circunferência ficou dividida
atribuiu-lhe o nome de arco de um grau. Pegando nesse arco voltou-o a dividir em 60 partes iguais,
designando cada parte por arco de um minuto. Os estudos de Hiparco conduziram-no à relação
entre o comprimento de um arco e o ângulo ao centro correspondente de um círculo arbitrário.
Supõe-se que tenha sido ele também, a construir a primeira tabela trigonométrica com os valores
das cordas de uma série de ângulos de 0 ˝ a 180 ˝ . Todas estas descobertas e avanços na astronomia
conferiram-lhe o título de “Pai da Trigonometria”. [2]
Anos mais tarde surgiu Cláudio Ptolomeu, autor da obra “Syntaxis Matemática”, composta por
13 volumes, que ficou conhecida como o Almagesto (“o maior”), onde relacionou o comprimento
da corda com o arco. No Almagesto, Ptolomeu inclui tabelas mais completas que as de Hiparco,
com ângulos de meio em meio grau, de 0 ˝ a 180 ˝ e o Teorema de Ptolomeu que foi de extrema
importância para o cálculo das cordas de Ptolomeu. A partir deste resultado, chegou, ao que
chamamos hoje de fórmulas do cosseno e do seno da soma e da diferença de dois ângulos.“Foi a
fórmula para seno da diferença – ou, mais precisamente, corda da diferença – que Ptolomeu achou
especialmente útil ao construir suas tabelas.” [2] [5]
5
Figura 2.4: Relação entre metade da corda e a metade do ângulo ao centro.
Desde muito cedo os povos antigos utilizaram as razões trigonométricas e fizeram cálculos com elas,
no entanto apenas no século XVII, é que surge a palavra cosseno como sendo o seno do complemento
de um ângulo. Recordamos que ângulos complementares são ângulos cuja soma corresponde a 90 ˝ .
Com Thomas Fincke, em 1583 surge o conceito de tangente. Mais tarde em 1620, Edmund Gunter
foi o primeiro a usar o conceito de cotangente. Estes conceitos desempenharam um papel funda-
mental na construção de relógios de sol, permitindo calcular o comprimento da sombra produzida
por um objeto.
Por sua vez Euler através de uma das suas obras que data de 1748, estabeleceu o tratamento
estritamente analítico das funções trigonométricas. Euler usou o círculo trigonométrico de raio
unitário e introduziu os conceitos de seno, cosseno e tangente como números, ou uma razão ou
coordenadas de um ponto no plano, fazendo a transição das razões trigonométricas para funções
trigonométricas. [6] [10]
Com as investigações de Jean Baptiste Fourier surgem as séries de Fourier, que são funções pe-
riódicas definidas a partir das funções seno e cosseno. Muitos dos fenómenos físicos e sociais
que apresentam um comportamento cíclico podem ser modelados usando funções trigonométricas.
Deste modo, a trigonometria é de extrema relevância no estudo da astronomia, engenharia, me-
dicina, etc… São exemplos de funções periódicas as fases da lua, o movimento das marés, o ciclo
menstrual das mulheres, movimento de um pêndulo, rotação da terra (ciclo dia e noite).
6
2.2 Terminologia|Nomenclatura
“A utilização das regras de nomenclatura permitiu uniformizar os nomes das categorias taxonómi-
cas, facilitando a comunicação científica, uma vez que estes nomes passaram a ser os mesmos no
mundo inteiro - nomenclatura internacional.” Esta é a definição que pode ser lida no dicionário
online Priberam. Deste modo, uma ciência tão poderosa como a Matemática também possuí a sua
própria nomenclatura.
Os hindus tinham dado o nome de jiva à metade da corda, e por sua vez os árabes designaram-na
por jiba. Com as diversas traduções chegou até nós o termo “seno”. [2]
A partir do seno foi possível construir todas as outras razões trigonométricas. Ao longo dos tem-
pos, os conhecimentos desenvolvem-se e evoluem conforme a necessidade. Assim surge a noção de
cosseno - o seno do complemento.
A palavra Trigonometria foi criada por Bartholomeo Pitiscus, que publicou o livro com o título:
“Trigonometriar Sive de Solutions triangulorum Tractaus Brevis et Perspicuns”. [2]
Para o estudo do triângulo retângulo, foi necessário estabelecer nomes para os diferentes lados
do triângulo, de modo a facilitar a comunicação e para que as anotações fossem entendidas por
todos. Apesar de todos já estarmos familiarizados com estes nomes, nunca é demais relembrar que
os três lados de um triângulo retângulo, dado um ângulo agudo η são: Hipotenusa; Cateto Oposto
e Cateto Adjacente.
7
Pode-se observar que a nomenclatura dos catetos do triângulo retângulo está diretamente ligada
à escolha de um ângulo agudo determinado. Seja η uma ângulo agudo interno de um triângulo
retângulo, tem-se que:
Estas relações definem o seno e o cosseno de um ângulo agudo qualquer. A construção do seno e
do cosseno estão relacionadas. O cosseno de um ângulo agudo é igual ao seno do seu complemento.
Sabemos também que um triângulo retângulo tem obrigatoriamente um ângulo reto p90 ˝ q, e os
dois outros ângulos são agudos, uma vez que a soma da amplitude dos três ângulos internos de um
triângulo é de 180 ˝ . Como um dos ângulos já tem de amplitude 90 ˝ , então a soma da amplitude
dos outros dois ângulos tem de ser de 90 ˝ . Assim, η ` β “ 90 ˝ , η e β são complementares e
8
2.3 Círculo Trigonométrico
Na evolução do estudo da Trigonometria, Leonard Euler observou que, o seno podia deixar de ser
vista apenas como uma medida de um segmento de reta e introduziu a ideia de que o seno podia
ser um número, uma razão ou uma ordenada de um ponto no círculo. Assim, o seno seria uma
função do arco duma circunferência de raio unitário, que limita o círculo trigonométrico.
A medida dos ângulos em radianos é essencial na trigonometria. As duas unidades mais usadas
para medir amplitudes de ângulos e de arcos de circunferência são o grau e o radiano. O grau é a
unidade mais antiga. O radiano é a amplitude de um arco de circunferência cujo comprimento é
igual ao raio da circunferência. Na figura 2.7, o arco AB tem comprimento igual ao raio CB, por
isso, a amplitude do arco AB é 1 radiano. O ângulo ao centro correspondente tem amplitude igual
à do arco, assim a sua amplitude também é 1 radiano.
É importante ter presente a relação que existem entre graus e radianos. π é o quociente entre
o comprimento de uma circunferência e o seu diâmetro. Portanto, para obter o comprimento de
uma circunferência, multiplicamos o raio por 2π. Como o arco cuja amplitude é um radiano tem
comprimento igual ao raio, temos de multiplicar o comprimento desse arco por 2π para obter o
comprimento da circunferência. O que significa que o arco de volta inteira é 2π vezes maior que
o arco de amplitude um radiano. Logo, o arco de volta inteira tem 2π radianos de amplitude,
pode-se então escrever 360 ˝ “ 2π. [8]
Uma semirreta OP9 pode rodar em torno de O em dois sentidos diferentes. Ao sentido contrário ao
dos ponteiros do relógio chama-se sentido positivo; ao sentido dos ponteiros do relógio chamamos
de sentido negativo.
Dado um ângulo qualquer, é sempre possível coloca-lo num referencial ortogonal e monométrico de
9
modo que o vértice do ângulo coincida com a origem do referencial e que o lado origem do ângulo
coincida com o semieixo positivo Ox.
Seja P um ponto qualquer do lado extremidade do ângulo e pxp , yp q as suas coordenadas. Como o
triângulo rOAP s é retângulo em A, temos:
PA yp
sen α “ “
OP OP
OA xp
cos α “ “
OP OP
Através dos quocientes anteriores, constata-se que na definição de seno e cosseno do ângulo , só
intervêm as coordenadas de P e a distância de P à origem do referencial.
Esta definição aplica-se a qualquer ângulo, qualquer que seja a sua amplitude, desde que o seu lado
origem esteja sobre o semieixo positivo Ox.
yp xp
Assim, sen α “ e cos α “
OP OP
10
Num referencial ortogonal e monométrico construa-se uma circunferência com centro na origem do
referencial, com uma unidade de raio – círculo trigonométrico.
Seja α um ângulo e P um ponto em que o lado extremidade do ângulo intersecta a circunferência
que limita o círculo trigonométrico.
sen α “ yp e cos α “ xp
Observe-se que para cada ponto px, yq, tem-se que ´1 ď x ď 1 e ´1 ď y ď 1. Suponha-se que o
ponto P se movimenta no sentido positivo em torno da circunferência:
0 ˝ ă α ă 90 ˝ Ponto com
1º π abcissa positiva
0ăαă
2 e ordenada positiva
11
Quadrante Figura Ângulo Ponto P
Se o ponto P continuar a sua trajetória haverá uma repetição da posição correspondente a uma
trajetória já estudada (através das tabelas 2.1 e 2.2). Assim podemos concluir que existe uma
relação de periodicidade.
12
2.4 Identidades Trigonométricas
isto é, a soma dos produtos de lados opostos é igual ao produto das diagonais.
Demonstração:
Sejam A, B, C e D quatro vértices consecutivos de um quadrilátero qualquer, inscrito numa cir-
cunferência.
Ptolomeu para demonstrar este teorema, considerou um ponto E sobre rACs de tal modo que os
ângulos ABE
p e DBCp tenham a mesma amplitude, e portanto ABE p “ DBC.p
Em seguida, Ptolomeu demonstrou que os triângulos rABDs e rEBCs são semelhantes: uma vez
que o ponto E foi escolhido, então os ângulos ABD
p e E BC
p são congruentes. (Critério AA)
13
Figura 2.14: Os triângulos rABDs e rEBCs são semelhantes
BD AD
“ , e então AD.BC “ BD.EC
BC EC
De modo análogo, Ptolomeu deduz que os triângulos rCBDs e rEBAs são semelhantes. E portanto:
CD BD
“ , logo AB.CD “ BD.EA
EA AB
Somando as duas igualdades anteriores, obtem-se que:
14
2.4.2 Fórmula Fundamental da Trigonometria
Considere-se um triângulo retângulo rABCs em que as medidas dos lados são representadas por a,
b e c, conforme é indicado na figura 2.16, sendo α a amplitude do ângulo de vértice B.
b a b
sen α “ ; cos α “ e tan α “
c c a
Aplicando o Teorema de Pitágoras,
a2 ` b2 “ c2 (2.1)
b “ c ¨ sen α e a “ c ¨ cos α
Sejam α e β são ângulos centrais dentro de uma circunferência com raio 1, como representado
na figura 2.17.
15
Figura 2.17: Círculo trigonométrico para dedução da fórmula do cosseno da soma
Do ponto P traçamos duas retas: uma perpendicular ao eixo Ox e a outra perpendicular a rOB1 s.
Os ângulos BOB1 e A1 P B1 são iguais por serem agudos e terem os lados mutuamente perpendi-
culares.
OA “ cos pα ` βq (2.2)
OB OB
OB “ cos α ¨ cos β, pois cos α “ ô cos α “
OB1 cos β
Logo,
OA “ OB ´ AB “ cos α ¨ cos β ´ sen α ¨ sen β
Ou seja,
ou seja,
sen pα ` βq “ sen α ¨ cos β ` sen β ¨ cos α,
16
e daqui resulta também que:
Do cosseno e seno da soma e da diferença resultam ainda as fórmulas para o seno e cosseno do arco
duplo:
cos 2α “ cos2 α ´ sen2 α e sen 2α “ 2 sen α ¨ cos α.
AD “ 2r
17
O ângulo ACB e o ângulo ADB tem o mesmo arco AB. Como os pontos C e D são vértices de ân-
gulos inscritos na circunferência, a amplitude dos seus ângulos é a mesma. Assim =ACB “ =ADB
Portanto,
AB p“ a
sen D
p“ ô sen D
AD AD
a a a
ô sen β “ ô sen β “ ô 2r “
AD 2r sen β
De modo análogo, demonstra-se que
b c
“
sen α sen θ
Portanto,
a b c
“ “
sen β sen α sen θ
Completando-se assim a demonstração.[20]
Demonstração:
Considerando a figura 2.20, podemos observar três triângulos rABCs, rBCDs e rBADs:
b “ n ` m (2.4)
m “ c.cos  (2.5)
Aplicando o teorema de pitágoras aos triângulos rBCDs e rBADs, obtemos as seguintes igualdades:
a2 “ n2 ` h2 e c2 “ m2 ` h2 (2.6)
18
Por 2.4 e 2.6 vem,
a2 “ b2 ` c2 ´ 2bc ¨ cos Â
b2 “ a2 ` c2 ´ 2abc ¨ cos B̂
c2 “ a2 ` c2 ´ 2abc ¨ cos Ĉ
19
2.5 Trigonometria no ensino
O Programa de Matemática do Ensino Básico, que data de dezembro de 2007, apresenta as finali-
dades e os objetivos gerais para o ensino da matemática ao longo dos três ciclos de aprendizagem.
Neste são propostas as metas para o ensino e a aprendizagem da matemática no ensino básico,
tendo constantemente por base e respeitando sempre o Currículo Nacional.
Este programa dá primazia a três capacidades transversais e que merecem atenção permanente
no ensino: a resolução de problemas, o raciocínio matemático e a comunicação matemática.
Em cada ciclo de aprendizagem é feita a introdução a cada tema matemático, e sempre que se
justifique é feita a articulação com o programa do ciclo anterior.
No 1.º ciclo, os alunos adquirem intuitivamente a noção de ângulo e identificam diversos tipos de
ângulos. Com esta base, no 2.º ciclo, introduz-se o conceito de amplitude, medem-se, classificam-se
e constroem-se ângulos e triângulos. No decorrer destes dois ciclos vão sendo adquiridas noções
que possibilitarão uma maior compreensão do tema Trigonometria.
No tema Geometria do 3º ciclo, os alunos, entre outas coisas, ampliam o seu estudo sobre as
figuras geométricas no plano e no espaço, particularmente no que diz respeito aos triângulos (re-
lações de congruência e semelhança, teorema de Pitágoras e razões trigonométricas no triângulo
retângulo). Concretamente no 8.º ano de escolaridade, os alunos tomam contacto com figuras
geométricas, e, compõem e decompõem polígonos recorrendo a triângulos e quadriláteros. Desta
forma, surge a demonstração do teorema de Pitágoras que poderá ser feita por decomposição de um
quadrado. É dada a noção de semelhança, nomeadamente o conceito de semelhança de triângulos,
onde são estudados os critérios de congruência de triângulos (ALA, LAL, LLL).[18] Para aplicar
estes conhecimentos o programa sugere que o professor proponha aos alunos problemas tais como
“calcular a altura de um candeeiro de rua, com o auxílio de uma estaca colocada perpendicular-
mente ao solo, medindo as respetivas sombras” [14].
Na conclusão de ciclo, no 9.º ano de escolaridade é iniciado o estudo da circunferência e das pro-
priedades relativas a ângulos ao centro, inscritos, arcos e cordas. Estas propriedades podem ser
verificadas experimentalmente, utilizando um programa de geometria dinâmica. Deste modo o
professor pode encaminhar os alunos a formular raciocínios e conjeturas mais intuitivamente.
É neste ano de escolaridade que surge pela primeira vez uma unidade didática dedicada à Trigo-
nometria. Esta unidade intitula-se: Trigonometria do triângulo retângulo e permite aos alunos
fazer um estudo das razões trigonométricas de ângulos agudos, a partir de triângulos retângu-
los semelhantes. Estudam-se algumas relações entre as razões trigonométricas, nomeadamente a
20
fórmula fundamental da Trigonometria e a fórmula que relaciona as três razões trigonométricas
(seno, cosseno, tangente). O professor deverá “apresentar aplicações da trigonometria que estejam
ao alcance dos alunos na física, na astronomia, ou em situação da vida real” [14].
Segundo o Programa de Matemática, para além das orientações metodológicas que devem ser
seguidas existem outras orientações que “ assumem igualmente um papel importante neste pro-
grama e que dizem respeito às representações, à exploração de conexões, ao uso de recursos, à
valorização do cálculo mental, da História da Matemática e do papel da Matemática no mundo
atual, bem como às diferentes formas de trabalho na sala de aula.” [18]
Realça-se ainda que, e em concordância com o que é referido no currículo nacional “os alunos
devem contactar com aspetos da História da Matemática e reconhecer o papel da Matemática no
desenvolvimento da tecnologia e em várias técnicas. Na História da Matemática devem salientar-se
o contributo de diversos povos e civilizações para o desenvolvimento desta ciência, a sua relação
com os grandes problemas científicos e técnicos de cada época, o seu contributo para o progresso
da sociedade, e a sua própria evolução em termos de notações, representações e conceitos, propor-
cionando uma perspetiva dinâmica sobre a Matemática e o seu papel na sociedade. Para além da
perspetiva histórica, a apresentação do papel da Matemática na ciência e tecnologia da sociedade
atual deve também ser valorizado, com referência a domínios tão diversos como as ciências da
natureza, as ciências sociais e humanas, a saúde, o desporto e a arte.” [18]
No que diz respeito ao ensino secundário, o Programa de Matemática A para os alunos de 10º
ano de escolaridade sugere que se efetue o estudo do tema “Geometria Analítica”. Neste tema,
os alunos estudam referenciais cartesianos ortogonais e monométricos no plano e no espaço. É
também neste tema que o aluno descobre as relações entre as coordenadas de pontos simétricos
relativamente aos eixos coordenados e às bissetrizes dos quadrantes pares e ímpares. [21]
No 11.º ano de escolaridade, é feita uma continuidade da geometria estudada no ano anterior
e assim abordam o tema “Geometria no Plano e no Espaço II”. Aqui os alunos são convidados
a aplicar os conhecimentos que adquiriram anteriormente sobre Trigonometria, no 9º ano de es-
colaridade e geometria do 10.º ano de escolaridade. Nesta unidade as noções de ângulo, arco e
razões trigonométricas são mais trabalhadas e consolidadas. Surge uma nova medida de ângulo, o
radiano, são estudadas as funções seno, cosseno e tangente no círculo trigonométrico, e as equações
trigonométricas elementares que os alunos devem ser capazes de resolver.
No 12.º ano de escolaridade existe uma unidade dedicada apenas à Trigonometria, intitulada
por “Trigonometria e Números Complexos”. Com esta unidade pretende-se que os alunos efetuem
um estudo das funções trigonométricas; cálculo das derivadas das funções trigonométricas, assim
como, a utilização de funções trigonométricas na modelação de situações reais, recorrendo às ca-
pacidades específicas da calculadora gráfica. Relativamente aos números complexos recomenda-se
que os alunos representem números complexos, tanto na forma trigonométrica, como na algébrica.
Ao longo do ensino secundário esta unidade encerra o estudo da Trigonometria.
Segundo as Normas para os anos 9.º- 12.º para a Geometria, os alunos deverão utilizar rela-
ções trigonométricas para determinar comprimentos e amplitudes de ângulos, bem como, resolver
problemas que surjam em matemática e em outros contextos. [16]
21
O Nacional Council of Teachers of Mathematics - NCTM, menciona que “os problemas de aplica-
ção podem proporcionar contextos ricos quer para a utilização de ideias geométricas, quer para a
prática na modelação e resolução de problemas”. [16] Desta forma, indica que o tema trigonometria
do triângulo retângulo é bastante útil e com um conteúdo rico para resolver uma diversidade de
problemas práticos.
22
2.6 Natureza - Trigonometria, ida e volta
A trigonometria pode ser usada em inúmeras situações do quotidiano. Exemplo disso é um artigo
publicado na Gazeta da Matemática nº 169, intitulado “Observar Golfinhos...com trigonometria”.
Os autores Pedro Duarte, Telmo Peixe e Teresa Caissotti após uma conversa com a bióloga Rute
Portugal sobre a observação de golfinhos no Sado, mostraram interesse em averiguar a área onde
o golfinho se pode localizar.
A observação é efetuada por dois observadores localizados nos pontos A e B, a uma distância d,
esta observação faz-se em simultâneo. A posição do golfinho é designada pelo ponto C.
O ângulo θ1 e θ2 são os ângulos medidos pelos observadores, com os instrumentos óticos, e θ é a
margem de erro do instrumento utilizado. Designamos por ’amplitude de observação’ dos observa-
dores A e B, o intervalo de amplitude 2θ.
O polígono de localização do golfinho é dado pela região de interseção dos dois ângulos de ob-
servação. Este polígono de localização poderá ser um polígono fechado ou a localização pode ser
ilimitada. Caso seja um polígono fechado teremos uma área finita e portanto possível de determi-
nar e calcular, caso contrário teremos uma área infinita, impossível de determinar e calcular.
A área de localização vai depender da distância, d, entre os observadores; das medições θ1 e θ2
efetuadas pelos observadores e de θ, a margem de erro do instrumento ótico.
Tendo por base alguns resultados teóricos, nomeadamente a lei dos senos, a fórmula elementar
da área do triângulo e o teorema do arco capaz, é possível determinar a área onde o golfinho
se localiza. Tentando ir mais longe os autores tentaram averiguar como são as curvas, na carta
geográfica, que separam as regiões correspondentes às diferentes configurações do polígono de lo-
calização, ou como é a curva que delimita a região onde o polígono é fechado.
23
Figura 2.22: Representações geométricas dos observadores (A e B) e quatro possíveis localizações do
golfinho (ponto C).[7]
Se A e B são os pontos que representam as posições dos observadores e recorrendo que a soma dos
ângulos internos de um triângulo é igual a 180 ˝ , é possível concluir que o polígono de localização
é fechado se θ1 ` θ2 ă 180 ˝ ´ 2θ e é aberto quanto θ1 ` θ2 ě 180 ˝ ´ 2θ.
Sempre que o golfinho é avistado no interior das circunferências ou sobre a circunferência temos
um polígono de localização fechado.
24
O estudo efetuado permitiu concluir que se o golfinho se encontra numa área finita,e o polígono de
localização vai ter diferentes formas. Este vai depender de onde o golfinho é avistado.
Tal como foi referido anteriormente, designaremos as regiões por R1, R2, R3 e R4. Estas são
distintas e portanto às suas áreas são expressas por expressões analíticas distintas.
Apresentamos aqui um quadro resumo com os resultados para as regiões R1, R2 e R3 e desenvol-
vemos a seguir o estudo da região R4.
1 1
ArAGBEs “ AE ABsenpθ2 ` θq ` AG ABsenpθ1 ´ θq,
2 2
R1 onde
ABsenpθ1 ` θq ABsenpθ1 ´ θq
AE “ e AG “
senpθ1 ` θ2 ` 2θq senp2θ ´ θ1 ´ θ2 q
1
ArAEF s “ AE AF senp2θq,
2
R2 onde
ABsenpθ1 ` θq ABsenpθ1 ` θq
AE “ e AF “
senpθ1 ` θ2 ` 2θq senpθ1 ` θ2 q
1
ArBDEs “ BD BEsenp2θq,
2
R3 onde
ABsenpθ2 ` θq ABsenpθ2 ` θq
BD “ e BE “
senpθ1 ` θ2 q senpθ1 ` θ2 ` 2θq
25
Estude-se a região R4 mais pormenorizadamente. Se o golfinho se encontrar na região R4, o
polígono de localização é:
1 1
ArDEF Gs “ F G DGsenpθ1 ` θ2 ´ 2θq ` DE EF senpθ1 ` θ2 ` 2θq
2 2
• Triângulo [AEB]
AE AB BE
“ “
senpθ1 ` θq senpθ2 ` θ1 ` 2θq senpθ2 ` θq
26
• Triângulo [ADB]
AD AB BD
“ “
senpθ1 ´ θq senpθ2 ` θ1 q senpθ2 ` θq
• Triângulo [AFB]
AF AB BF
“ “
senpθ1 ` θq senpθ2 ` θ1 q senpθ2 ´ θq
• Triângulo [AGB]
AG AB BG
“ “
senpθ1 ´ θq senpθ2 ` θ1 ´ 2θq senpθ2 ´ θq
27
Precisamos de calcular o comprimento do segmento FG, e sabemos que:
AF “ AG ` F G ô F G “ AF ´ AG
ABsenpθ1 ` θq ABsenpθ1 ´ θq
FG “ ´
senpθ2 ` θ1 q senpθ2 ` θ1 ´ 2θq
ABsenpθ2 ` θq ABsenpθ2 ´ θq
DG “ ´
senpθ2 ` θ1 q senpθ2 ` θ1 ´ 2θq
ABsenpθ1 ` θq ABsenpθ1 ´ θq
DE “ ´
senpθ2 ` θ1 ` 2θq senpθ2 ` θ1 q
ABsenpθ2 ` θq ABsenpθ2 ´ θq
EF “ ´
senpθ2 ` θ1 ` 2θq senpθ2 ` θ1 q
1 1
ArDEF Gs “ F G DGsenpθ1 ` θ2 ´ 2θq ` DE EF senpθ1 ` θ2 ` 2θq
2 2
28
2.7 Polígonos regulares com Áreas e Perímetros Racionais
Outro exemplo da aplicação da trigonometria é o exemplo da investigação levada a cabo por
Killgrove e Koster, publicado na Mathematics Magazine sobre áreas e perímetros racionais em
polígonos regulares1 . Estes dois norte-americanos, efetuaram um estudo sobre quais os polígonos
regulares, inscritos e circunscritos no círculo unitário, que têm área ou perímetro racional, que se
apresenta de seguida.
2π π
Figura 2.29: Polígono regular inscrito com ângulo ao centro α “ portanto β “
n n
Área Perímetro
n ´ π¯ ´π¯
Ai pnq “ sen 2 Pi pnq “ 2n sen
2 n n
2π π
Figura 2.30: Polígono regular circunscrito com ângulo ao centro α “ portanto β “
n n
1
“Regular Polygons with Rational Area or Perimeter”, título original
29
Área Perímetro
`π˘
2n tan n
´π¯ ´π¯
Ac pnq “ “ n tan Pc pnq “ 2n tan
2 n n
Como é possível verificar Pc pnq “ 2Ac pnq, e assim num polígono circunscrito de n lados, a área
será racional se e só se o perímetro é racional.
Observa-se ainda que para se obterem valores racionais com as fórmulas anteriormente deduzidas
é necessária a determinação dos múltiplos racionais de π onde esses valores são obtidos.
Para responder à questão sobre a possibilidade de Ai pnq, Pi pnq, Ac pnq e Pc pnq serem números
racionais, parte-se da expressão cos p2θq “ 2 cos2 θ ´ 1. Recorrendo à fórmula do cosseno da soma
conseguimos mostrar que cos p3θq “ 4 cos3 θ ´ 3 cos θ e que cos p4θq “ 8 cos4 θ ´ 8 cos2 θ ` 1.
É possível expressar cos pn θq como uma função polinomial em cos θ. Estas funções polinomiais,que
denotaremos por Tn , chamam-se Polinómios de Chebyschev.
Assim,
Através das fórmulas trigonométricas do cosseno da soma e da diferença, conseguir deduzir uma
relação de recorrência que é satisfeita por estes polinómios:
cos ppn ´ 2q θq “ cos ppn ´ 1q θ ´ θq “ cos ppn ´ 1q θq cos θ ` sen ppn ´ 1q θq sen θ (2.9)
30
Por 2.7 podemos escrever que:
Assim, usando a notação dos Polinómios de Chebyshev podemos escrever a fórmula 2.8.
2mπ
Se tivermos em mente que Tn pcos θq “ cos pn θq e considerarmos θ “ então obtemos uma
n
importante propriedade para os polinómios atrás referidos:
ˆ ˆ ˙˙ ˆ ˙
2mπ 2mπ
Tn cos “ cos n “ cos p2mπq “ 1, p1q
n n
para qualquer inteiro m.
Agora recorrendo à relação de recorrência 2.8, considerando os valores iniciais T0 pxq “ 1 e T1 pxq “ x
e recorrendo ao método de indução é possível verificar as seguintes propriedades propriedades:
Aplicando as propriedades anteriores para verificar a possibilidade de Ai pnq, Pi pnq, Ac pnq e Pc pnq
serem valores racionais é agora mais simples.
´x¯
Usando a propriedade (2) e (3) conclui-se que 2Tn é um polinómio mónico com coeficien-
2
tes inteiros.
´x¯
Considerando fn pxq “ 2Tn ´ 2 e aplicando a propriedade (1) vamos obter:
2
ˆ ˆ ˙˙ ˆ ˆ ˙˙
2mπ 2mπ
fn 2cos “ 2Tn cos ´ 2 “ 2 ˆ 1 ´ 2 “ 0,
n n
para qualquer inteiro m.
ˆ ˙
2mπ
Assim, para qualquer inteiro m, 2cos é uma raíz do polinómio mónico com coeficientes
n
inteiros.
´π ¯
Considerando o polígono inscrito com n lados, recordemos da tabela 2.4, que Pi pnq “ 2n sen .
n
31
´π ¯ ˆ ˙
2π ´π ¯
Para o seu perímetro ser racional então temos sen P Q e assim cos “ 1´2sen2 PQ
n n n
ˆ ˙
2π
De modo semelhante, se Ai pnq P Q temos que sen P Q e portanto
n
ˆ ˙ ˆ ˙
4π 2π
cos “ 1 ´ 2 sen 2
PQ
n n
ˆ ˙
2mπ
Pela propriedade (1), para qualquer inteiro m, 2cos é um zero do polinómio mónico fn pxq.
ˆ ˙ n ˆ ˙
2π 4π
E em particular para m “ 1 e m “ 2, logo 2cos e 2cos são zeros do polinómio mónico
n n
fn pxq.
´x¯
Mas se o polinómio de grau n dado por fn pxq “ 2Tn ´ 2 é mónico então pode escrever-se
2
como:
c0 ` c1 x ` . . . ` cn´1 xn´1 ` xn
2
Utilizando o Teorema da Raíz Racional uma raiz racional tem um denominador que divide o
coeficiente cn “ 1 logo, tem que ter denominador 1. Como os restantes coeficientes do polinómio
2
Teorema da Raíz Racional - Seja f pxq “ a0 ` a1 x ` a2 x2 ` . . . ` an xn , um polinómio P Z, onde a0 ‰ 0
e an ‰ 0.
r
Se uma fração irredutível P Q é uma raíz de f pxq então r|a0 e s|an (r é divisor de a0 e s é divisor de an ).
s
32
ˆ ˙ ˆ ˙
2π 4π
fn pxq são inteiros, e o numerador tem que dividir c0 , estas raízes racionais 2cos e 2cos
n n
têm de ser inteiras.
33
Podemos compilar os dados na tabela seguinte:
Como se pode constatar pela tabela 2.7 o quadrado e o dodecágono inscritos na círculo tem área
racional. Apenas o héxagono inscrito possui perímetro racional. Relativamente aos polígonos cir-
cunscritos no círculo unicamente o quadadro tem área e perímetro racional.
34
2.8 Trigonometria Racional
A Trigonometria Clássica é aquela que conhecemos até hoje, em que são considerados na medição
de triângulos os conceitos de distância e ângulo. O professor Norman Wildberger no livro “ Divine
Proportions: Rational Trigonometry to Universal Geometry”, propõe o conceito de Trigonometria
Racional. Segundo Wildberger o objetivo é substituir a medida dos lados a,b e c de um triângulo
pelo valor dos seus quadrados, que designarei ao longo deste trabalho por quadrâncias3 . Este termo
já foi usado pelo autor, Luiz José da Silva num estudo de investigação [24]. Wildberger pretende
também substituir a amplitude dos ângulos em graus ou radianos, pelo afastamento (nome que
será usado para designar o que Wildberger intitula de spread).
A quadrância mede o quadrado da distância entre dois pontos. Um ponto num referencial é definido
pelas coordenadas x e y em relação aos eixos coordenados e usa-se a notação |A1 A2 | entre os pontos
A1ô px1 , y1 q e A2ô px2 , y2 q, assim
b
2 2
|A1 A2 | “ px2 ´ x1 q ` py2 ´ y1 q
Seja o ponto B ‰ A na reta l1 . Considerando uma reta perpendicular a l2 e que passa no ponto
B, ao ponto de interseção chamamos C, como podemos observar pela figura 2.32.
QpB, Cq
spl1 , l2 q “
QpA, Bq
35
QpA, Cq “ λ2 pb22 ` a22 q
ou seja,
λ2 pb22 ` a22 q ` pb1 ´ λb2 q2 ` pλa2 ´ a1 q2 “ b21 ` a21
λ“0
a1 a2 ` b1 b2
_ λ“ (2.11)
a22 ` b22
Mas λ “ 0 precisamente quando as retas são perpendiculares, então consideremos o caso 2.11.
Assim substituindo 2.11 em 2.10, iremos obter que:
pa1 b2 ´ a2 b1 q2
QpB, Cq “
a22 ` b22
logo,
QpB, Cq pa1 b2 ´ a2 b1 q2
spl1 , l2 q “ “ 2
QpA, Bq pa1 ` b21 qpa22 ` b22 q
Este afastamento entre duas retas pode ser medido e é sempre um número entre 0 e 1. 0 quando
as retas são paralelas entre si e 1 quando as duas retas são perpendiculares. Um ângulo de am-
1
plitude 45 ˝ corresponde a um afastamento de , e um ângulo de amplitude 30 ˝ e 60 ˝ , têem um
2
1 3
afastamento, respectivamente, de e .
4 4
36
Figura 2.33: Transferidor da Trigonometria Racional
A pesquisa sobre esta nova abordagem da trigonometria foi feita nos artigos [26] [27] de Wildberger,
onde este autor argumenta contra algumas dificuldades da trigonometria clássica, como por exemplo
a imprecisão da definição de ângulo sem recurso ao cálculo e a falta de rigor das medidas em
radianos. Propõe em alternativa as novas medidas de quadrância e afastamento que defende
produzirem cálculos mais elementares.
Considerando o triângulo rA1 A2 A3 s no referencial e sejam os pontos os pontos A1ô p4, 1q, A2ô p1, 2q
e A3ô p2, 4q
37
d21 “ d22 ` d23 ´ 2d2 d3 cos θ1
13 ` 10 ´ 5 9
cos θ1 “ ? ? “? , ou seja θ1 « 0, 789 352 . . . pradianosq
2 10 13 130
Do mesmo modo obtém-se a amplitude dos ângulos θ2 e θ3 .
Assim,
5 ` 10 ´ 13 1
cos θ2 “ ? ? “? θ2 « 1, 428 899 . . . pradianosq
2 5 10 50
5 ` 13 ´ 10 4
cos θ3 “ ? ? “? θ3 « 1, 051 650 . . . pradianosq
2 5 13 65
Note-se que θ1 ` θ2 ` θ3 « π
2 2
Q1 “ QpA2 ,A3 q “ px1 ´ x2 q ` py1 ´ y2 q
E portanto
Q1 “ QpA2 ,A3 q “ 5
Q2 “ QpA1 ,A3 q “ 13
Q3 “ QpA1 ,A2 q “ 10
38
o que não acontece com as distâncias d1 , d2 e d3 que podem ser irracionais.
Com quadrâncias e afastamentos, algumas leis básicas tornam-se mais simples e exatas, segundo o
autor Wildberger.[27]
Iniciando com uma lei básica e que assume as caraterísticas da Lei dos Cossenos, Wildberger
estabelece a Lei da Cruz 4 , que refere que:
2
pQ2 ` Q3 ´ Q1 q “ 4Q2 Q3 p1 ´ s1 q (2.12)
p10 ` 13 ´ 5q2 81
1 ´ s1 “ “
4 ˆ 10 ˆ 13 130
e portanto,
49
s1 “
130
De modo análogo,
49
s2 “
50
49
s3 “
65
A Lei do Afastamento 5 , substituí a Lei dos Senos e tem-se que:
s1 s2 s3
“ “ (2.13)
Q1 Q2 Q3
Outra lei, a Fórmula dos Três Afastamentos6 , afirma que os três afastamentos de um triângulo
satisfazem a condição:
Consideremos o caso em que s3 “ 0 então os três pontos A1 , A2 e A3 são colineares, o que significa
que todos eles se encontram em uma única reta, e que se as três quadrâncias satisfazem a a condição
pQ1 ` Q2 ´ Q3 q2 “ 4Q1 Q2 , então:
4
Cross Law, em inglês
5
Spread Law, em inglês
6
Triple spread formula, em inglês
7
Triple quad formula
39
Se s3 “ 1 então rA2 A3 s e rA1 A3 s são perpendiculares e temos o Teorema de Pitágoras8
Q1 ` Q2 “ Q3 (2.16)
Wildberger, refere que esta “é uma fórmula mais agradável para o teorema mais importante da
matemática.” Também segundo o autor estas são as cinco principais leis da trigonometria racional,
é tudo quanto necessário pra resolver a maioria dos problemas de trigonometria. [27]
Lei da Cruz
Para qualquer triângulo rA1 A2 A3 s definir a curz c3 “ 1 ´ s3 . Então
pQ2 ` Q3 ´ Q1 q2 “ 4Q2 Q3 p1 ´ s1 q
Lei do Afastamento
Para qualquer triângulo rA1 A2 A3 s
s1 s2 s3
“ “
Q1 Q2 Q3
Teorema de Pitágoras
Se as retas A1 A3 e A2 A3 são perpendiculares então
Q1 ` Q2 “ Q3
8
Pythagoras’ theorem
40
Figura 2.36: Triângulo - Exemplo da trigonometria clássica
25 ` 36 ´ 16 45
42 “ 52 ` 62 ´ 2 ˆ 5 ˆ 6 ˆ cos α ô cos α “ “
2ˆ5ˆ6 60
Assim, recorrendo à calculadora α « 41, 4096 ˝ .
sen α sen β
“
4 5
para poder efetuar este cálculo é necessária a utilização da calculadora
Para aplicar a trigonometria racional, começamos por converter as informações iniciais de distân-
cias e ângulos para quadrâncias e afastamentos. As três quadrâncias deste triângulo são Q1 “ 16,
Q2 “ 36 e Q3 “ 25.
1
O afastamento correspondente ao ângulo de 45 ˝ é .
2
Aplicam-se as leis da Trigonometria Racional, primeiro para determinar s, e depois r, e finalmente
Q. Usando a lei da cruz obtemos:
2
p25 ` 36 ´ 16q “ 4 ˆ 25 ˆ 36 ˆ p1 ´ sq
7
resolvendo em ordem a s, vamos obter que: s “ .
16
41
Figura 2.37: Triângulo - Exemplo da trigonometria racional
ˆ ˙2 ˆ ˙
7 1 49 1 7 1
` `r “2 ` ` r2 `4ˆ ˆ ˆr
16 2 256 4 16 2
1 1 3?
Simplificando obtêm-se r2 ´ r ` “ 0, então r “ ˘ 7.
256 2 16
r s
“ , resolvendo em ordem a Q descobrimos que:
25 Q
?
r1 “ 1400 ´ 525 7
?
r2 “ 1400 ` 525 7
Para responder à questão temos de converter estes valores, e fazer a raíz quadrada:
?
d1 “ r1 « 3, 3137 . . .
?
d2 “ r2 « 264, 056 . . .
E portanto r=d1 .
A informação inicial descreve duas possibilidades diferentes. A segunda é a reta A2 B que tem um
1
afastamento de com a reta A1 A2 como é mostrado na figura 2.38, com o ponto B situado à
2
distância d2 nesta direção.
42
?
Usando a trigonometria racional a solução é mais exata e revela, neste caso, que a 7 esta li-
?
gada ao problema. No entanto 7 não deixa de ser um número irracional.
2.8.4 Considerações
Wildberger argumenta que a trigonometria racional é mais simples que a trigonometria clássica e
mais fácil de aprender.
Gildford[9] alerta para o facto de que: “em alguns casos a trigonometria racional só dá aparên-
cia de um resultado racional”. Realça ainda que no estudo de Wildberger não é revelado se a
trigonometria racional é aplicável à maioria dos problemas que envolvem círculos ou rotação cir-
cular, nem se é possível produzir soluções para serem usadas em problemas de engenharia e ciência.
No que diz respeito ao exemplo atrás citado, é possível verificar que em ambos os casos é necessário
recorrer à calculadora, talvez mais num caso do que no outro, no entanto ambos precisam. Na
minha opinião a utilização da trigonometria clássica é mais rápida e direta, para o que se pretendia
determinar.
Wildberger contribui com novas e surpreendentes ideias para um tema com uma longa história.
No entanto, creio que não é justo desprezar a trigonometria clássica. Mesmo com os seus desafios,
é de louvar a consistência e aplicabilidade de uma teoria construída ao longo de muitos séculos.
Acredito que o uso da história da Matemática é fundamental para dar mais importância e signifi-
cado ao ensino da trigonometria, pois possibilita aos alunos uma visão mais abrangente de como
surge, a sua finalidade e as suas aplicações nos diversos contextos. É importante os alunos terem
a oportunidade de relacionar os conteúdos de trigonometria com situações do quotidiano.
Relativamente à trigonometria racional, poderá aparentemente ser mais simples uma vez que ire-
mos trabalhar com leis que permitem cálculos mais elementares e produzem com mais frequência
resultados racionais, enquanto as definições da trigonometria clássica produzem na maioria dos
casos resultados irracionais. No entanto, se considerarmos o número de interações que são neces-
sárias para obter o resultado de um problema, a trigonometria clássica aparenta ser mais rápida,
no meu ponto de vista.
Sobre a trigonometria racional muito mais haveria a dizer, no entanto esta apenas foi abordada a
título de curiosidade e a investigação e estudo não foi feita de forma aprofundada.
43
44
Capítulo 3
3.1 Introdução
A prática de ensino supervisionada é um culminar de um longo processo, ao qual me auto propus,
um complemento à minha formação.
Setembro trouxe o início de um novo ano letivo, e para mim uma nova etapa. Uma etapa de receio,
descoberta e experiência.
Neste ano letivo 2013/2014, o núcleo de estágio foi constituído pela Prof.ª Maria Isaura Fazendeiro
Mendes, orientadora cooperante, pela Prof.ª Dr.ª Sandra Bento, orientadora científica, Regina
Guimarães, Manuel Feijão e por mim, estagiários.
A turma de 9º ano era constituída por 23 alunos, 13 rapazes e 10 raparigas, a turma de 12º
ano inicialmente era composta por 25 alunos, no final do ano ficou reduzida a 19 alunos, uma
vez que houve alunos que anularam a matrícula. Num primeiro impacto sabia que iriam ser duas
turmas bastante diferentes, quer por pensar na diferença da faixa etária, quer pelos conteúdos
que iriam ser abordados. Uma responsabilidade acrescida uma vez que eram duas turmas sujei-
tas ao exame nacional, um para a conclusão de ciclo e a outra com vista o acesso ao ensino superior.
Cabe à escola no início de cada ano letivo a elaboração de um Plano Anual de Atividades -
PAA. O PAA é um documento de planeamento e operacionalização do trabalho a desenvolver,
contextualizando as diversas atividades que se irão realizar ao longo do ano letivo. O PAA assume
e articula-se com os objetivos pedagógicos inseridos no Projeto Educativo de Escola (PEE).
45
Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos. Tendo o núcleo de estágio participado e colaborado
nestes concursos.
É ainda de referir que o núcleo de estágio dinamizou as seguintes atividades: ESCMDesafios, rea-
lizado a 3 de janeiro; Dia do Pi, que decorreu no dia 14 de março e exposição interativa no “dia
dos departamentos”, no dia 24 de abril.
O ESCMDesafios tinha como objetivo promover uma nova visão de aprender Matemática, contri-
buindo, assim, para desenvolver o gosto e melhorar a relação dos alunos com a disciplina. Esta
atividade foi realizada na cidade da Covilhã, fora do recinto escolar. A atividade consistia na
resolução de desafios matemáticos simples. Com estes desafios era possível descobrir as coordena-
das GPS do próximo local para onde se deveriam deslocar, e assim descortinariam o caminho a
percorrer. Foi uma atividade que teve uma forte adesão por parte dos alunos, cerca de 300 alunos
participaram.
No dia 14 de Março comemora-se mundialmente o dia do PI, e nós não quisemos que este dia
passasse despercebido. Com o intuito de despertar a curiosidade dos alunos, o núcleo de estágio
organizou um conjunto de atividades que visaram dar maior conhecimento deste número notável
e mostrar algumas curiosidades que o envolvem. Destacam-se a projeção de alguns vídeos sobre a
história e as aplicações do Pi e uma exposição de cartazes com algumas curiosidades sobre o Pi.
Deste modo foi possível levar os alunos a olhar para o Pi de um modo diferente.
No “Dia dos Departamentos”, o núcleo de estágio recorrendo a material elementar, nomeadamente,
fósforos, caricas, joaninhas, moedas, etc… elaborou uma exposição interativa com quebra-cabeças
matemáticos. De um modo geral os alunos aderiram de forma entusiástica e muito positiva a estes
“jogos”.
Ao longo do ano letivo procurei assistir às diversas reuniões, assim estive presente nas reuniões
de departamento; nas reuniões de avaliação intercalar e em reuniões de avaliação. A participação
nestas permitiu-me perceber que o trabalho de professor vai muito para além do “dar aulas” e que
existe um trabalho que é feito “nos bastidores”.
As planificações foram verificadas pela professora orientadora cooperante e pela professora orienta-
dora científica. Foram um bom elemento de debate entre mim e as orientadoras que contribuíram
com sugestões oportunas baseadas nas suas experiências.
Tentei sempre preparar aulas com componente teórica e prática, diversificar ao máximo os recursos
utilizados na sala de aula. Sempre que possível e que se julgou adequado recorri ao uso de ferra-
mentas tecnológicas. De uma forma geral foram utilizadas ferramentas como o software Geogebra
46
projetado no quadro, a máquina de calcular, o manual adotado e em algumas ocasiões, fichas de
reforço das aprendizagens e apresentações PowerPoint.
A abordagem a cada tema foi iniciada questionando os alunos, aliciando e levando o aluno à desco-
berta. A resolução de exercícios foi uma técnica usada para averiguar e consolidar a aprendizagem
dos conteúdos abordados no decorrer da aula.
3.3 Planificações
Apresento de seguida um conjunto de 6 aulas respeitantes a vários períodos de lecionação. Como
o tema do trabalho científico é a trigonometria escolhi as aulas que vão mais de encontro a este.
3.3.1 Planificação 1
Aula nº 83 e 84
Data: 9 de janeiro de 2014
Ano|Turma: 9ºB
Duração da Aula: 90 minutos
Tópico:
- Ângulo excêntrico: ângulo inscrito e ângulos com o vértice no interior e no exterior do círculo.
Sumário:
Ângulo inscrito na circunferência.
Ângulos com o vértice no interior e no exterior do círculo.
Resolução de exercícios.
Pré-requisitos:
- Identificar elementos da circunferência (centro, raio, arco, corda).
- Identificar ângulos verticalmente opostos.
- Definir e identificar ângulos ao centro.
- Relacionar a amplitude de um ângulo ao centro com a do arco correspondente.
- Relacionar ângulos ao centro, arcos e cordas correspondentes.
47
Objetivos:
Competências Transversais:
Nesta aula é possível desenvolver a Comunicação Matemática oral nas possíveis discussões geradas
não só em torno da matéria a lecionar, como também através dos exercícios a resolver.
Materiais e Recursos:
Nota:
Desenvolvimento da aula/Estratégias:
O professor questiona os alunos sobre o que entendem por ângulo excêntrico. O professor deve
relembrar os alunos que se fala de ângulos associados a uma circunferência. Depois de um pequeno
debate, o professor deverá conduzir os alunos à definição seguinte:
Um ângulo diz-se excêntrico a uma circunferência quando não tem o vértice no centro da
circunferência.
Os alunos devem registar a definição no caderno diário.
48
São colocadas aos alunos as seguintes questões:
–> qual o vértice do ângulo alfa?
–> quais os lados desse ângulo?
–> em relação à circunferência como se chamam esse lados?
–> onde se encontra o vértice do ângulo AVB?
Através das respostas às questões anteriores, concluir que o ângulo AVB tem o vértice sobre a
circunferência e os lados contêm cordas dessa circunferência. Ao ângulo com estas caraterísticas
chama-se ângulo inscrito.
Em seguida, recorrendo ao Geogebra, mostrar aos alunos que se movermos o vértice V a am-
plitude do ângulo se mantém. Verificar o que acontece no caso em que o diâmetro é o lado oposto
ao vértice no triângulo com lados nas cordas que dele partem.
Para responder à questão colocada, vai-se recorrer ao programa Geogebra e apresentar situações
de ângulos ao centro e ângulos inscritos na circunferência.
49
Através da imagem dinâmica anterior, alterar a amplitude do arco AB e comparar com a amplitude
do ângulo ADB. Questionam-se os alunos , se vêem alguma relação entre a amplitude destes dois
ângulos,estabelecendo-se assim uma conjetura que relacione a medida da amplitude de um ângulo
inscrito com a medida da amplitude do arco compreendido entre os seus lados.
De seguida, o professor pede aos alunos para resolver os exercícios 8, 9 e 11 do manual [4]
Praticar
Resolução do Exercício 8:
8.1 Por exemplo corda DC ou corda BC
8.2 =AOB
8.3 =DCB
Resolução do Exercício 9:
9.1 O triângulo é isósceles. rAOs e rOCs são raios da circunferência, logo estes segmentos de
reta têm o mesmo comprimento e, portanto temos dois lados iguais, ou seja, temos um triangulo
isósceles.
9.2
9.2.1 =AOB “ 50 ˝
AB
y 50 ˝
9.2.3 =ACB “ “ “ 25 ˝
2 2
˝
y “ 360 “ 60 ˝
11.1 AB
6˝
50
DA
y 180 ˝
11.2 =AED “ “ “ 90 ˝
2 2
Aconselhar os alunos que, sempre que um exercício contenha uma sugestão, esta deve ser seguida,
pois, por norma, estas sugestões conduzem-nos à solução do problema/exercício.
A resolução deste exercício é feita pelo professor no quadro mas, sempre com a ajuda e inter-
venção dos alunos.
Considerando a 1ª sugestão, exprimir =ADB em função de x:
x
=ADB “
2
De seguida exprimir o =CAD em função de y e assim temos que:
y
=CAD “
2
A 3ª sugestão pede-nos para relacionar a amplitude do ângulo externo de vértice V com as ampli-
tudes dos ângulos internos de vértice A e B.
51
Recordar os alunos que já estudaram que:
’A amplitude do ângulo externo de um triângulo é igual à soma da amplitude dos dois ângulos
opostos internos’
Assim,
De modo análogo, iremos fazer o exercício dois da tarefa 4. O professor resolve-o no quadro com
a ajuda dos alunos.
Se sabemos que ’A amplitude do ângulo externo de um triângulo é igual à soma da amplitude dos
dois ângulos opostos internos’ como já referimos anteriormente. Então =BCA “ =BV A ` =CAV
Observando a figura, podemos verificar que temos dois ângulos inscritos na circunferência, o =BCA
x y
e =CAV . Assim, podemos escrever que: =BCA “ e =CAV “
2 2
Então se =BCA “ =BV A ` =CAV , substituindo por o que conhecemos vem que:
x y
“ =BV A `
2 2
52
x y
ô =BV A “ ´
2 2
AB
y CD
y
ô =BV A “ ´
2 2
AB
y ´ CDy
ô =BV A “
2
Pedir aos alunos para resolver o exercício 14 do manual [4], da página 18.
Praticar
Como a soma da amplitude dos ângulos internos de um triângulo é 180 ˝ então =V AD “ 180 ˝ ´
p30 ˝ ` 132 ˝ q “ 180 ˝ ´ 162 ˝ “ 18 ˝
14.2 Como o ângulo com vértice interior ao círculo é a metade da soma das amplitudes do arco
BA
y ` CD
y 60 ˝ ` CD
y
=CV D “ ô 48 ˝ “ y “ 96 ˝ ´ 60 ˝ ô CD
ô CD y “ 36 ˝
2 2
Por fim, é proposto o exercício 15 da página 18 do manual [4] para trabalho de casa.
Trabalho de casa
- Exercício 15 da página 18.
Praticar
logo
y “ 2 ˆ 40 ˝ “ 80 ˝
AB
53
Temos então que
AB
y ´ CD y 80 ˝ ´ 30 ˝ 50 ˝
=AV C “ ô 25 ˝ “ ô 25 ˝ “ ô 25 ˝ “ 25 ˝
2 2 2
Avaliação:
- empenho nas atividades propostas;
- cooperação com os colegas e professor;
- aplicação dos conhecimentos matemáticos;
- raciocínio matemático;
- comunicação matemática;
- uso da terminologia e da simbologia adequada;
- Comportamento na sala de aula.
Referências:
[4],[13]
3.3.2 Planificação 2
Tópico:
Noções de trigonometria abordadas no 11ºano, nomeadamente:
- razões trigonométricas num triângulo retângulo;
- ângulos de sentido positivo e de sentido negativo;
- ângulo generalizado e arco generalizado;
- nova definição de seno, de cosseno e de tangente;
- relações entre o seno, o cosseno e a tangente de um ângulo;
- o radiano;
- relações entre senos, cossenos e tangentes de ângulos complementares, suplementares, simétricos,
π 3π
que diferem de π e de e cuja soma ou diferença é ;
2 2
- equações trigonométricas.
Sumário:
Conceitos elementares de trigonometria - revisões do 11ºano.
54
Pré-requisitos:
Trigonometria do tema ’Geometria no Plano e no Espaço II’ do 11ºano.
Objetivos:
No final da aula, os alunos devem saber:
- usar o triângulo retângulo para escrever as razões trigonométricas;
- usar a trigonometria para resolver problemas que envolvem triângulos retângulos;
- usar as razões trigonométricas para qualquer ângulo;
- usar o sinal das razões trigonométricas;
- verificar identidades trigonométricas aplicando fórmulas trigonométricas;
- conhecer as razões trigonométricas de ângulos de referência;
- reduzir um ângulo ao 1º quadrante;
- resolver equações e inequações trigonométricas.
Competências Transversais:
Nesta aula é possível desenvolver a Comunicação Matemática oral nas possíveis discussões geradas
não só em torno da matéria a lecionar, como também através dos exercícios a resolver.
Materiais e Recursos:
- Manual adotado: Xeqmat12 Volume 3 - Matemática A 12º Ano [25]
- Quadro Branco
- Marcadores: preto, azul, vermelho
- Quadro interativo
- Vídeo projetor
- Computador
- Ficha de trabalho para resolver durante a aula (FT_trigonometria.pdf e Resolução_FT_trigonometria.pdf )
- Ficheiro Aula5_trigonometria.ppt
Notas:
Desenvolvimento da aula/Estratégias:
Inicia-se a aula escrevendo o sumário no quadro.
O professor questiona os alunos sobre o que entendem por triângulo retângulo e que razões trigo-
nométricas é que conhecem. Com os alunos o professor deve relacionar as razões trigonométricas
com o triângulo retângulo. O professor apresenta estas relações diapositivo_2.
Em seguida, os alunos são questionados em relação ao sentido dos ângulos, o professor pode colocar
a seguinte questão: quantos sentidos pode ter um ângulo?
Depois da participação dos alunos, o professor exibirá o diapositivo_3.
Em simultâneo com os alunos, o professor recorda os conceitos de ângulo e arco generalizado; de-
finição de seno, cosseno e tangente no círculo trigonométrico e o sinal das razões trigonométricas
nos diferentes quadrantes, diapositivo_4,diapositivo_5,diapositivo_6, respetivamente.
55
Depois o professor relembra os alunos, as relações entre o seno, o cosseno e a tangente de um mesmo
ângulo diapositivo_7. O professor alerta para a importância destas relações. Uma vez que estas
permitem calcular o valor exato das restantes razões trigonométricas de um ângulo, conhecendo
apenas uma delas. As fórmulas são exibidas no quadro interativo diapositivo_8.
É pedido aos alunos que realizem o exercício 4, alínea b) e d) da página 10 do manual [25].
Praticar
Resolução do Exercício 4:
b)
cos 2 θ
1´ “ sen θ
1 ` sen θ
p1 ´ sen 2 θq
ô1´ “ sen θ
1 ` sen θ
1 ` sen θ ´ 1 ` sen 2 θ
ô “ sen θ
1 ` sen θ
sen θ ` sen 2 θ
ô “ sen θ
1 ` sen θ
sen θp1 ` sen θq
ô “ sen θ
1 ` sen θ
ô sen θ “ sen θ
d)
p1 ´ cos xqp1 ` cos xq
“ tg 2 x
cos 2 x
1 ´ cos 2 x
ô “ tg 2 x
cos 2 x
sen 2 x
ô “ tg 2 x
cos 2 x
ô tg 2 x “ tg 2 x
É dado algum tempo aos alunos, para que resolvam de forma autónoma os exercícios. Corrigir os
exercícios propostos e averiguar se os alunos têm dúvidas.
Em seguida, o professor recorda com os alunos o conceito de radiano e do valores exatos das razões
π
trigonométricas 0 ď α ď , diapositivo_7 ´ 8. Propor aos alunos a resolução do exercício 6,
2
Praticar
Resolução do Exercício 6:
3π
a) sen π ` sen “ 0 ´ 1 “ ´1
2
56
π ´ π ¯ ?2 ?2 ?
2 2 ?
b) sen ` cos ´ “ ` “ “ 2
4 4 2 2 2
π 3π
c) tg ` tg “ 1 ` p´1q “ 0
4 4
? ? ?
π π 3 3 p 3q 2 3
d) sen ˆ cos “ ˆ “ “
3 6 2 2 4 4
Logo depois são revistas as relações entre senos, cossenos e tangentes de ângulos complementares,
π 3π
suplementares, simétricos, que diferem de π e de e cuja soma ou diferença é: .
2 2
π π 3π
Para recordar as relações trigonométricas dos ângulos: ´α; π ´ α; π ` α; ´ α; ` α; ´α e
2 2 2
3π
` α é usada a apresentação eletrónica, nomeadamente os diapositivos_10 ´ 16.
2
Pedir aos alunos para resolver o exercício 7 do manual [25], da página 12.
Praticar
Resolução do Exercício 7:
ˆ ˙
3π 1
sen `x “
2 3
1
ô ´cos x “
3
1
ô cos x “ ´
3
1
sen 2 x ` cos 2 x “ 1, sendo cos x “ ´ , tem-se que:
3ˆ ˙
2 2 2 1 2
sen x “ 1 ´ cos x ô sen x “ 1 ´ ´
3
1
ô sen 2 x “ 1 ´
9
9 1
ô sen 2 x “ ´
9 9
8
ô sen 2 x “
9
c
8
ô sen x “ ˘
9
?
8
ô sen x “ ˘
3
?
8
Como x P sπ, 2πr, tem-se sen x “ ´ . Então,
3
´π ¯
cospπ ` xq ´ 2cos ` x “ ´cos x ´ 2p´sen xq
2
“ ´cos x ` 2sen x
ˆ ˙ ˆ ? ˙
1 8
“´ ´ `2ˆ ´
3 3
57
?
1 2 8
“ ´
3 3
?
1´2 8
“
3
Praticar
Resolução do Exercício 8:
c) ´x¯
4 ` 8 sen “ 0
2
´ x¯
ô 8 sen “ ´4
2
´x¯ 4
ô sen “´
2 8
´x¯ 1
ô sen “´
2 2
´x¯ ´ π¯
ô sen “ sen ´
2 6
x π x 5π
ô “ ´ ` 2kπ, k P Z _ “ ´ ` 2kπ, k P Z
2 6 2 6
2π 10 π
ôx“´ ` 4kπ, k P Z _ x “ ´ ` 4kπ, k P Z
6 6
π 5π 2π
ô x “ ´ ` 4kπ, k P Z _ x “ ´ ` ` 4kπ, k P Z
3 3 6
d)
cos a 1
? ` “0
2 2
cos a 1
ô ? “´
2 2
?
2
ô cos a “ ´
2
3π
ô cos a “ cos
4
3π 3π
ôa“ ` 2kπ, k P Z _ a “ ´ ` 2kπ, k P Z
4 4
58
i)
cos x ` cos x 2 “ 0
ô cos xp1 ` cos xq “ 0
ô cos x “ 0 _ 1 ` cos x “ 0
π
ô cos x “ cos _ cos x “ ´1
2
π
ô cos x “ cos _ cos x “ cos π
2
π π
ô x “ ` 2kπ, k P Z _ x “ ´ ` 2kπ, k P Z _ x “ π ` 2kπ, k P Z
2 2
Avaliação:
- empenho nas atividades propostas;
- cooperação com os colegas e professor;
- aplicação dos conhecimentos matemáticos;
- raciocínio matemático;
- comunicação matemática;
- uso da terminologia e da simbologia adequada;
- comportamento na sala de aula.
Referências:
[25], [10], [8]
3.3.3 Planificação 3
Tópico:
Funções seno e cosseno como funções reais de variável real.
Sumário:
Estudo da função seno e cosseno.
59
Pré-requisitos:
Trigonometria do tema ’Geometria no Plano e no Espaço II’ do 11º ano.
Objetivos:
No final da aula, os alunos devem saber:
- definir a função seno e cosseno como função real de variável real;
- representar graficamente as funções trigonométricas;
- identificar as propriedades e as características da função seno e cosseno, nomeadamente: domínio,
contradomínio, período, pontos notáveis, monotonia, continuidade, extremos (relativos e absolu-
tos), simetrias em relação ao eixo dos YY e à origem, assíntotas, limites nos ramos infinitos.
Competências Transversais:
Nesta aula é possível desenvolver a Comunicação e Raciocínio Matemático nas possíveis discus-
sões geradas não só em torno da matéria a lecionar, como também através dos exercícios a resolver.
Materiais e Recursos:
- Manual adotado: Xeqmat12 Volume 3 - Matemática A 12º Ano [25]
- Quadro Branco
- Marcadores: preto, azul, vermelho
- Quadro interativo
- Vídeo projetor
- Computador
- Geogebra
- Ficheiro Aula6_Fseno_cosseno.ppt
- Ficheiro Tabela_propriedades_seno_cosseno.doc
- Ficheiros Geogebra: f_seno.ggb e f_cosseno.ggb, retirados do portal www.geogebra.org, sendo o
autor: Adilson Vilas Boas.
Notas:
Desenvolvimento da aula/Estratégias:
Inicia-se a aula escrevendo o sumário no quadro.
O professor recorda os alunos a definição sen x “ senpx radianosq e cos x “ cospx radianosq -
diapositivo_2.
Assim, estas funções são funções de variável real a que usualmente designamos de funções trigono-
métricas. O professor alerta os alunos de que se são funções de variável real podem ser representadas
graficamente num referencial.
É pedido aos alunos para usarem a sua máquina calculadora para procederem à representação
gráfica destas funções. Depois dos alunos terem efetuado o pedido do professor, este confirma com
os alunos a representação gráfica das funções utilizando o diapositivo_4.
60
gráfica da função do seno e cosseno. Os alunos são questionados sobre o facto de parecer existir
um padrão no gráfico das funções.
Através das respostas dos alunos, concluir que as funções são periódicas e que têm de período 2π.
O professor refere que este é o período positivo mínimo.
Analisar com os alunos situações do quotidiano que também são periódicas, no final pedir aos
alunos que registem no caderno diário a definição de função periódica, diapositivo_7.
Depois o professor, recorrendo ao geogebra, explica aos alunos como surge a representação gráfica
da função seno e posteriormente a representação gráfica da função cosseno.
FUNÇÃO SENO
FUNÇÃO COSSENO
Para uma melhor percepção da representação gráfica das duas funções em estudo o professor apre-
senta o diapositivo_8.
Seguidamente o professor questiona os alunos acerca do domínio das funções representadas gra-
ficamente; qual o contradomínio e o período. Depois de os alunos responderem dá-se início, à
construção de um quadro resumo sobre as propriedades da função seno e cosseno.
O quadro é preenchido (elaborado) mediante questões formuladas pelo professor aos alunos.
O professor utiliza o ficheiro auxiliar Tabela_propriedades_seno_cosseno.pdf, para projetar no
quadro interativo cada propriedade encontrada. Á medida que cada propriedade é encontrada é
61
pedido aos alunos para a registarem no caderno diário.
No final de elaborar o quadro com as propriedades da função seno e cosseno, propor aos alu-
nos a resolução do exercício 16, alínea a) e c) da página 20 do manual [25].
Praticar
Resolução do Exercício 16:
Para a resolução deste exercício foram escolhidas duas sucessões que tendem para infinito.
π
a) Usa a definição de limite segundo Heine e as sucessões un “ ` 2 π n e vn “ π n
2
para provar que não existe lim sen x
xÑ`8
π
un “ `2πn
2
vn “ π n
un é uma sucessão de termos pertencentes ao domínio do sen x pRq tal que limpun q “ `8
´π ¯
lim senpun q “ lim sen `2πn “1
2
vn é uma sucessão de termos pertencentes ao domínio do sen x pRq tal que limpvn q “ `8
Como sen pun q e sen pvn q tem limites diferentes, sendo un e vn duas sucessões que tendem para
un é uma sucessão de termos pertencentes ao domínio do sen x pRq tal que limpun q “ ´8
´π ¯
lim senpun q “ lim sen ´2πn “1
2
vn é uma sucessão de termos pertencentes ao domínio do sen x pRq tal que limpvn q “ ´8
3π
lim sen pvn q “ lim sen p ´ 2 π nq “ ´1
2
Como sen pun q e sen pvn q tem limites diferentes, sendo un e vn duas sucessões que tendem para
É dado algum tempo aos alunos, para que resolvam de forma autónoma o exercício. A resolução
deste exercício é efetuada pelo professor e/ou alunos no quadro e averigua-se se os alunos têm
62
dúvidas.
Avaliação
- empenho nas atividades propostas;
- cooperação com os colegas e professor;
- aplicação dos conhecimentos matemáticos;
- raciocínio matemático;
- comunicação matemática;
- uso da terminologia e da simbologia adequada;
- comportamento na sala de aula.
Referências
[25], [10], [8]
3.3.4 Planificação 4
Tópico
Funções seno e cosseno como funções reais de variável real.
Sumário
Resolução de exercícios sobre a função seno e cosseno.
Pré-requisitos
- trigonometria do tema ’Geometria no Plano e no Espaço II’ do 11º ano;
- propriedades da função seno e cosseno.
Objetivos
No final da aula, os alunos devem saber:
- definir a função seno e cosseno como função real de variável real;
- representar graficamente as funções trigonométricas;
- identificar as propriedades e as características da função seno e cosseno, nomeadamente: domínio,
contradomínio, período, pontos notáveis, monotonia, continuidade, extremos (relativos e absolu-
tos), simetrias em relação ao eixo dos YY e à origem, assíntotas, limites nos ramos infinitos.
Competências Transversais
Nesta aula é possível desenvolver a capacidade de resolução de problemas e o raciocínio matemá-
tico. Promover a comunicação matemática, através da discussão dos exercícios apresentados.
63
Materiais e Recursos
- Manual adotado: Xeqmat12 Volume 3 - Matemática A 12º Ano [25]
- Quadro Branco
- Marcadores: preto, azul, vermelho
- Quadro interativo
- Computador
Notas:
Desenvolvimento da aula/Estratégias
É proposto aos alunos a resolução do exercício 16, alínea c) da página 20 do manual [25].
Praticar
Para a resolução deste exercício foram escolhidas duas sucessões que tendem para infinito.
un é uma sucessão de termos pertencentes ao domínio do cos x pRq tal que limpun q “ `8
vn é uma sucessão de termos pertencentes ao domínio do cos x pRq tal que limpvn q “ `8
Como cos pun q e cos pvn q tem limites diferentes, sendo un e vn duas sucessões que tendem para
É dado algum tempo aos alunos, para que resolvam o exercício proposto. Corrige-se o exercício
proposto e averigua-se se os alunos têm dúvidas.
Em seguida, pede-se aos alunos a resolução do exercício 17, alínea a) e c) e exercício 18 da página
20 do manual [25].
A resolução destes exercícios é efetuada pelo professor e/ou alunos no quadro.
64
Praticar
Indica uma expressão geral dos zeros das funções definidas, em R, por:
a)
2 sen x ´ 1 “ 0
ô 2 sen x “ 1
1
ô sen x “
2
π
ô sen x “ sen
6
π π
ôx“ ` 2kπ, k P Z _ x “ π ´ ` 2kπ, k P Z
6 6
π 5π
ô x “ ` 2kπ, k P Z _ x “ ` 2kπ, k P Z
6 6
c)
cospπ tq “ 0
π
ô cospπ tq “ cos
2
π π
ôπt“ ` 2kπ, k P Z _ π t “ ´ ` 2kπ, k P Z
2 2
π 2kπ π 2kπ
ôt“ ` ,k P Z _ x “ ´ ` ,k P Z
2π π 2π π
1 1
ô t “ ` 2k, k P Z _ x “ ´ ` 2k, k P Z
2 2
a)
xô cos x ` sen x
cos x ` sen x “ cosp´xq ` senp´xq
65
ô 2cos x “ 0, @x P R, falso
Logo a função não é par nem ímpar.
b) ˆ ˙
t
tô sen
ˆ 2 ˙ ˆ ˙
t t
sen ´ “ ´sen , @x P R
2 2
Logo a função é ímpar.
c)
xô x ` cos x
x ` cos x “ ´x ` cosp´xq
ô x ` cos x “ ´x ` cos x
ô 2 x “ 0, @x P R, falso
´x ` cosp´xq “ ´x ´ cos x
ô ´x ` cos x “ ´x ´ cos x
ô 2cos x “ 0, @x P R, falso
Logo a função não é par nem ímpar.
d)
xô sen x ´ x
sen x ´ x “ senp´xq ´ p´xq
ô sen x ´ x “ ´sen x ` x
ô 2 sen x ´ 2 x “ 0
ô 2 sen x “ 2 x
ô sen x “ x, @x P R, falso
Pedir aos alunos para resolver o exercício 80, alínea a) do manual [?], da página 55.
Praticar
a) r0, 2 πs
66
xô cos x, r0, 2 πs
cos x “ 0
π
x“ ` k π, k P Z
2
Seja k “ 0
π
x“
2
Seja k “ 1
π 3π
x“ `π “
2 2
π 3π
Logo os zeros são: e
2 2
Minimizantes: π ` 2 k π, k P Z
Seja k=0, π, k P Z
Maximizantes: 2 k π, k P Z
Seja k “ 0, 2 k π “ 0, k P Z
Seja k “ 1, 2 k π “ 2 π, k P Z
Logos os minimizantes são: π ; e os maximizantes: 0 e 2 π.
Avaliação
- empenho nas atividades propostas;
- cooperação com os colegas e professor;
- aplicação dos conhecimentos matemáticos;
- raciocínio matemático;
- comunicação matemática;
- uso da terminologia e da simbologia adequada;
- comportamento na sala de aula.
Referências
[25], [8]
67
3.3.5 Planificação 5
Tópico:
Razões trigonométricas num triângulo retângulo.
Sumário:
Resolução de exercícios sobre razões trigonométricas de ângulos agudos.
Pré-requisitos:
- Noção de ângulo agudo, amplitude de um ângulo e de triângulo retângulo;
- Identificar as razões trigonométricas de ângulos agudos de um triângulo retângulo;
- Identificar o seno, o cosseno e a tangente de um ângulo agudo dado como razões obtidas a partir
de elementos de um triângulo retângulo.
Objetivos:
No final da aula, os alunos devem saber:
- Resolver exercícios utilizando razões trigonométricas em contextos variados.
Competências Transversais:
Nesta aula é possível desenvolver a Comunicação Matemática oral e o Raciocínio Matemático nas
possíveis discussões geradas em torno da matéria a lecionar, como também através dos exercícios
a resolver.
Materiais e Recursos:
- Manual adotado: Novo Espaço Parte 2 - Matemática 9º Ano [4]
- Quadro Branco
- Marcadores: preto, azul, vermelho
- Quadro interativo
- Vídeo projetor
- Computador
- Ficheiro FT_trigonometria.pdf
Notas:
Desenvolvimento da aula/Estratégias:
Inicia-se a aula escrevendo o sumário no quadro.
68
De seguida o professor projeta uma animação da escola virtual sobre a história da trigonometria.
No final é referido pelo professor a importância da trigonometria nos dias de hoje e aspetos rele-
vantes.
O professor propõe a resolução da tarefa 2 da página 88 do manual [4]. Com a resolução desta
tarefa pretende-se que os alunos reconheçam as razões trigonométricas, como razões invariantes
em triângulos retângulos semelhantes.
O professor inicia a leitura do enunciado da tarefa. Antes de os alunos iniciarem a resolução da ta-
refa o professor questiona os alunos se os triângulos que observam na figura são semelhantes entre si.
É pedido aos alunos para resolverem a tarefa 2. Aquando da resolução da tarefa por parte dos
alunos, o professor deverá circular pela sala auxiliando os alunos na resolução da mesma.
Tarefa 2
Resolução do Tarefa 2:
1. Quantos triângulos retângulos estão apresentados na figura?
Estão representados na figura 5 triângulos retângulos.
2.1. AB1
69
Pretende-se determinar o comprimento do segmento AB1
AB1 2 “ AC1 2 ` B1 C1 2
ðñ AB1 2 “ 2 2 ` 1 2
ðñ AB1 2 “ 4 ` 1, AB1 ą 0
?
AB1 “ 5
AB2 B2 C2 AB2 4 ?
“ ðñ ? “ ðñ AB2 “ 4 5
AB1 B1 C1 5 1
AC3 B3 C3 AC3 5
“ ðñ “ ðñ AC3 “ 10
AC1 B1 C1 2 1
70
AB3 B3 C 3 AB3 5 ?
“ ðñ ? “ ðñ AB3 “ 5 5
AB1 B1 C 1 5 1
2.4. B4 C4 e AB4
B4 C4 AC4 B4 C4 12 12
“ ðñ “ ðñ B4 C4 “ ðñ B4 C4 “ 6
B1 C1 AC1 1 2 2
?
AB4 AC4 AB4 12 12 5 ?
“ ðñ ? “ ðñ AB4 “ ðñ AB4 “ 6 5
AB1 AC1 5 2 2
falta
71
4.2. o cateto oposto ao ângulo α e a hipotenusa
1
A razão entre o cateto oposto ao ângulo α e a hipotenusa é ? .
5
É dado algum tempo aos alunos, para que resolvam de forma autónoma o exercício. O professor
inicia a correção da tarefa proposta no quadro.
Praticar
Resolução do Exercício 4:
4.1.
10 2 “ C 2 ` 6 2
72
ðñ 100 “ C 2 ` 36
ðñ C 2 “ 100 ´ 36
ðñ C 2 “ 64, C1 ą 0
?
C “ 64 “ 8
8 4
sen α “ “
10 5
6 3
cos α “ “
10 5
8 4
tg α “ “
6 3
4.2.
h 2 “ 3, 5 2 ` 12 2
ðñ h 2 “ 12, 25 ` 144
ðñ h 2 “ 156, 25, h ą 0
?
h “ 156, 25 “ 12, 5
3, 5 7
sen α “ “
12, 5 25
12 24
cos α “ “
12, 5 25
3, 5 7
tg α “ “
12 24
Resolução do Exercício 6:
73
6.1.cos α
6 3
cos α “ “
10 5
6.2.tg α
8 4
tg α “ “
6 3
6.3.sen α
8 4
sen α “ “
10 5
Por fim, é proposto o exercício 7 da página 93 do manual [4] para trabalho de casa.
Trabalho de casa
- Exercício 7 da página 93.
Praticar
Resolução do Exercício 7:
Na figura está representado um cubo de aresta 2.
74
Em relação aos ângulos α e β assinalados na figura, determina:
7.1. tg β
AC 2 “ AB 2 ` BC 2
ðñ AC 2 “ 2 2 ` 2 2
ðñ AC 2 “ 4 ` 4
ðñ AC 2 “ 8, AC ą 0
?
AC “ 8
2
tg β “ “ 1
2
7.2. sen β
2
sen β “ ?
8
7.3. tg α
AD 2 “ DE 2 ` EA 2
? 2
ðñ AD 2 “ 2 2 ` 8
ðñ AD 2 “ 4 ` 8
ðñ AD 2 “ 12, AD ą 0
?
AD “ 12
2
tg α “ ?
8
7.4. cos α
? c c
8 8 2
cos α “ ? “ “
12 12 3
Avaliação
- participação nas atividades propostas;
- cooperação com os colegas e professor;
- aplicação dos conhecimentos matemáticos;
- raciocínio matemático;
- comunicação matemática;
- uso da terminologia e da simbologia adequada;
75
- comportamento na sala de aula.
Referências
[4], [3]
3.3.6 Planificação 6
Tópico:
Razões trigonométricas num triângulo retângulo.
Sumário:
Resolução de exercícios sobre razões trigonométricas de ângulos agudos.
Pré-requisitos:
- Noção de ângulo agudo, amplitude de um ângulo e de triângulo retângulo;
- Identificar as razões trigonométricas de ângulos agudos de um triângulo retângulo;
- Identificar o seno, o cosseno e a tangente de um ângulo agudo dado como razões obtidas a partir
de elementos de um triângulo retângulo.
Objetivos:
No final da aula, os alunos devem saber:
- Relacionar o seno, o cosseno e a tangente de um ângulo agudo dado como razões obtidas a partir
de elementos de um triângulo retângulo;
- Resolver exercícios utilizando razões trigonométricas em contextos variados.
Competências Transversais:
Nesta aula é possível desenvolver a Comunicação Matemática oral e o Raciocínio Matemático nas
possíveis discussões geradas em torno da matéria a lecionar, como também através dos exercícios
a resolver.
Materiais e Recursos
- Manual adotado: Novo Espaço Parte 2 - Matemática 9º Ano [4]
- Quadro Branco
- Marcadores: preto, azul, vermelho
- Quadro interativo
- Vídeo projetor
- Computador
- Ficheiro FT_trigonometria.pdf
76
Notas:
Desenvolvimento da aula/Estratégias:
Inicia-se a aula escrevendo o sumário no quadro.
Praticar
Qual das seguintes opções representa o cateto oposto, o cateto adjacente e a hipotenusa do triân-
gulo [ABC] relativamente ao ângulo de amplitude α?
77
Alínea a)
4
sen “
5
3
cos “
5
4
tg “
3
Alínea b)
6 3
sen “ “
10 5
8 4
cos “ “
10 5
6 3
tg “ “
8 4
3.Completa:
3.1
MR
sen α “
MA
3.2
MR “ M A ˆ sen α
4.1 Determina
alínea a) cos B̂, tg B̂, cos Ĉ, sen Ĉ
78
9 3
cos B̂ “ “
15 5
12 4
tg B̂ “ “
9 3
12 4
cos Ĉ “ “
15 5
9 3
sen Ĉ “ “
15 5
1
tg R̂ “
3
3
sen P̂ “ ?
10
1
cos P̂ “ ?
10
5. Completa:
Horizontal:
1-Ciência que permite estabelecer relações entre os lados e os ângulos dos triângulos retângulos.
3-Designação do cateto de medida a em relação ao ângulo β.
79
7-Conjunto de pontos do plano limitado por duas semirretas com a mesma origem.
8-Razão entre o comprimento do cateto adjacente a um ângulo agudo α e o comprimento da hi-
potenusa.
9-’Em qualquer triângulo retângulo o quadrado do comprimento da . . . é igual à soma dos quadra-
dos dos comprimentos dos catetos.’
Vertical:
3.4 Avaliação
- participação nas atividades propostas;
- cooperação com os colegas e professor;
- aplicação dos conhecimentos matemáticos;
- raciocínio matemático;
- comunicação matemática;
- uso da terminologia e da simbologia adequada;
- comportamento na sala de aula.
Referências
[4], [3]
80
3.5 Considerações finais
O estágio pedagógico possibilita um leque de aprendizagens essenciais e fundamentais na formação
de um professor, impossíveis de se obter “através dos livros”. Também contribui para a aprendi-
zagem da prática do ensino, da relação com os alunos, da interação com os colegas e membros da
comunidade educativa, representa uma etapa fundamental no desenvolvimento profissional de um
futuro professor.
O estágio pedagógico foi uma experiência enriquecedora, que me permitiu não só adquirir no-
vas competências, como também melhorar aptidões essenciais para exercer a profissão de docente.
No que respeita à prática letiva, foi no decorrer destas nove aulas que foi possível a discussão
sobre como trabalhar com os conteúdos e como interagir com os alunos. No final de cada aula
lecionada reuni com a(s) orientador(as) para ouvir a sua opinião sobre a aula. As críticas feitas
pela(s) orientador(as), foram sempre uma mais-valia para o meu crescimento e evolução profissio-
nal, enquanto futura professora.
Aquando da lecionação das aulas, foi necessário fazer algumas decisões de ajustamento pontuais.
A gestão do tempo de aula, é dos aspetos fundamentais para o sucesso da mesma e encontra-se
dependente de inúmeros fatores, nomeadamente das características da turma, dos alunos e das
atividades a desenvolver em cada aula. A planificação de cada aula não pode, nem deve ser es-
tática, mas sim maleável de modo a permitir ao professor inserir novos elementos, mediante as
observações pertinentes dos alunos e/ou situações que ocorrem dentro da sala de aula.
Outro aspeto positivo do estágio tem a ver com a possibilidade de ter presenciado aulas em duas
turmas com faixas etárias tão distintas, o 9º e o 12º ano. A diferença de comportamentos e a
importância que o professor tem de dar às atitudes, postura e comportamento dos alunos não têm
semelhança entre si. Constituem duas experiências bastante diferentes e enriquecedoras, que tes-
tam ao máximo a capacidade do professor em gerir a pequena indisciplina e em estimular o trabalho.
Deve-se ter noção que no decorrer da prática letiva existirão sempre aspetos menos positivos
que devem ser melhorador e corrigidos. Bem como a forma de planificar os conteúdos deverá
ser variada tendo sempre em vista o sucesso do aluno. Uma autoanálise, uma autorreflexão e
uma autoavaliação da prática letiva é fundamental e essencial para nos tornarmos profissionais de
excelência.
Como em qualquer profissão, o professor tem que encarar a sua, como um processo de aprendiza-
gem permanente e constante. O professor tem de estar apto a adaptar-se às exigências e alterações
do sistema educativo, e à realidade dos alunos que tem presentes na sua sala de aula.
A minha formação não termina aqui, muito pelo contrário, haverá sempre algo mais a aprender, a
melhorar e a alterar ao longo da carreira de docente.
81
82
Bibliografia
[3] Conceição, A. & Almeida, M. (2012). Infinito Matemática A 9º ano. Areal Editores, S.A. 76,
80
[4] Costa, B. & Rodrigues, E. (2012). Novo Espaço Parte 2. Matemática 9º ano. Porto: Porto
Editora. 48, 50, 51, 53, 54, 68, 69, 72, 74, 76, 80
[7] Duarte, P., Peixe, T. & Caissotti, T. (2013). Gazeta da Matemática nº169, p 17 - 22 xiii, 24
[9] Gilsdorf, M. (2006) A comparison of Rational and Classical Trigonometry. Disponível em:
http://web.maths.unsw.edu.au/ norman/papers/TrigComparison.pdf. Acedido em: 30 de maio
de 2014. 43
[10] Jorge, A. M., Alves, C. B., Fonseca, G., & Barbedo, J. (2006). Infinito Matemática A 11º ano
- Parte 2. Areal Editores, S.A. 6, 59, 63
[12] Lima, E. L., Carvalho, P. C., Wagner, E. & Morgado, A. C. (2006). A Matemática do ensino
médio - Volume 1. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática.
[13] Marques, M. & Ferreira, P. (2012). Projeto Desafios Matemática 9º ano - Volume 2. Santillana
Constância. 54
83
[18] Ponte, J. P., Guimarães, H.M., Breda, A., Guimarães, F., Sousa, H., Menezes, L., Martins,
M.E.G. & Oliveira, R.P.A. (2007) Novo Programa da Matemática do Ensino Básico. Programa
ME-DGIC 20, 21, 22
[21] Silva, J. C., Fonseca, M. G., Martins, A. A., Fonseca, C. M. C. & Lopes, I. M. C. (2002)
Matemática A - 10º Ano, Cursos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias e de Ciências
Socioeconómicas. Programa ME-DGIC 21
[22] Silva, J. C., Fonseca, M. G., Martins, A. A., Fonseca, C. M. C. & Lopes, I. M. C. (2002)
Matemática A - 11º Ano, Cursos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias e de Ciências
Socioeconómicas. Programa ME-DGIC
[23] Silva, J. C., Fonseca, M. G., Martins, A. A., Fonseca, C. M. C. & Lopes, I. M. C. (2002)
Matemática A - 12º Ano, Cursos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias e de Ciências
Socioeconómicas. Programa ME-DGIC
[25] Viegas, C., Gomes, F. & Lima, Y. (2012). Xeqmat12 Matemática A 12º ano - Volume 3. Texto
Editores, Lda. 55, 56, 57, 58, 59, 60, 62, 63, 64, 67
[26] Wildberger, N.J. Divine Proportions: Rational Trigonometry to Universal Geometry -Chapter
1. Disponível em: http://wildegg.com/papers/Chapter1.pdf. Acedido: 30 de maio de 2014. 37,
40
84
Apêndice A
Anexos
A.1 Planificação 2
A.1.1 Apresentação Eletrónica usada na planificação 2
85
10-06-2014
TRIGONOMETRIA
REVISÕES 11ºANO
1
10-06-2014
2
10-06-2014
ordenada de P
sen α =
OP
abcissa de P
cos α =
OP
ordenada de P
tg α =
abcissa de P
5
3
10-06-2014
sen α 1
tg α = tg 2α + 1 =
cos α cos 2 α 7
O RADIANO
Radiano é a amplitude de
um arco de circunferência
cujo comprimento é igual ao
raio da circunferência.
4
10-06-2014
sen (− α ) = − sen α
cos (− α ) = cos α
tg (− α ) = −tg α
10
5
10-06-2014
sen (π − α ) = sen α
cos (π − α ) = − cos α
tg (π − α ) = −tg α
11
sen (π + α ) = − sen α
cos (π + α ) = − cos α
tg (π + α ) = tg α
12
6
10-06-2014
π
sen − α = cos α
2
π
cos − α = sen α
2
π 1
tg − α =
2 tg α
13
π
sen + α = cos α
2
π
cos + α = − sen α
2
π 1
tg + α = −
2 tg α
14
7
10-06-2014
3π
sen − α = − cos α
2
3π
cos − α = − sen α
2
3π 1
tg −α =
2 tg α
15
3π
sen + α = − cos α
2
3π
cos + α = sen α
2
3π 1
tg +α = −
2 tg α
16
8
10-06-2014
EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
tg x = tg α ⇔ x = α + kπ , k ∈ ℤ
17
9
A.1.2 Ficha de Trabalho e Resolução
95
Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares
Direção de Serviços Região Centro
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMPOS MELO
Figura 1
, do ângulo ABC?
Qual das expressões seguintes dá a área (em m2) do triângulo [ABC], em função da amplitude,
(A) 2 sen cos (B) 2 sen tg (C) 4 sen cos (D) 2 sen tg
Sabe-se que:
C é o ponto de coordenadas (1,0)
os pontos D e E pertencem ao eixo Oy
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4. Qual das expressões seguintes designa um número real positivo, para qualquer x pertencente
3
ao intervalo ,
2
?
x cos x x sen x x tg x
cos x
(A) sen (B) (C) tg (D) sen
tg x
5
A amplitude, em radianos, do ângulo POQ é .
7
Qual é o valor, arredondado às centésimas, da área do
triângulo [OQR]? Figura 3
Figura 4
x , por 2
tg x sen x
função de
2 2
3
Para uma certa posição do ponto P, tem-se cos x . Determine, para essa
3
2
6.2.
5
posição do ponto P, a área do polígono [BCDQP].
Apresente o resultado na forma de fração irredutível.
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Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares
Direção de Serviços Região Centro
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMPOS MELO
1. Resolução:
bh AB AC
A[ ABC ] A[ ABC ]
2 2
cos AB 2 cos
AB
2
sen AC 2 sen
AC
2
Assim,
Resposta (A)
2. Resolução:
3 sen x 1 sen x
1
3
1
sen 1 19,47
3
Para k=1
x 19,47 360 x 160,53 360
x 379,47 x 520,53
Resposta (A)
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3. Resolução:
cos cos OX
OX
OA
sen sen AX
AX
OA
Assim,
Resposta (C)
4. Resolução:
3
Seja x , tem-se que sen x 0, cos x 0 e tg x 0 .
2
Assim:
sen x cos x 0
0
cos x
tg x
tg x sen x 0
sen x tg x 0
3
Logo apenas a expressão tg x sen x designa em número real positivo, para qualquer x ,
2
.
Resposta (C)
5.
Tem-se que:
5 7 5 2
7 7 7 X
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A área do triângulo [OAP] é dada por:
RO QX 2 QX 2
A[OQR] , tem-se que: sen QX sen
2 7 1 7
Logo,
2
1 sen
OR QX
A[ODQ ] 7 0,39
2 2
Resposta (A)
6. Resolução:
6.1.
A área do polígono [BCDQP] é igual à soma da área do
triângulo [ODQ] com a área do pentágono [ODCBP]
OD QR
A[ODQ ] , tem-se: sen x sen x sen x QR , logo
QR QR
2 OQ 1
OD QR 1 sen x sen x
A[ODQ ]
2 2 2
A área do pentágono [ODCBP] é igual à diferença entre a área do retângulo [ABCD] e a área
do triângulo [OAP].
AO AP
A[OAP ] , tem-se tg x tg x tg x AP , logo
AP AP
2 AO 1
AO AP 1 tg x tg x
A[ODQ ]
2 2 2
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A[ODCBP ] 2
tg x
Assim, a área do pentágono [ODCBP] é
2
A[ BCDQP ] 2
sen x tg x
2 2
A[ BCDQP ] 2
tg x sen x
2 2
6.2. Tem-se:
3
cos x
3
2 5
sen x
3
5
sen x
3
5
3
cos x 1
2
5
2
cos 2 x 1
9
25
cos 2 x
25 9
25 25
cos 2 x
16
25
cos x
16
25
cos x
4
5
x 0, ,tem-se cos x .
4
4
Como
5
Então,
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3
tg x
sen x 5 3
cos x 4 4
5
Tendo em conta a área da região sombreada é dada por:
3 3 80 15 12 77
3 3
2 2 4 5 2
tg x sen x
2 2 2 2 8 10 40 40
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A.2 Planificação 3
A.2.1 Apresentação Eletrónica usada na planificação 3
103
10-06-2014
Recorda que:
1
10-06-2014
y = sen x y = cos x
2
10-06-2014
FUNÇÕES PERIÓDICAS
Exemplos:
- movimento das marés;
- fases da lua;
- movimento de um pêndulo;
- ciclo dia e noite (rotação da terra).
3
10-06-2014
Definição:
Uma função f diz-se periódica se existe um
número positivo P tal que, se
4
A.2.2 Propriedades do Seno e Cosseno
108
Propriedades das funções seno e cosseno
GRÁFICO
DOMÍNIO
CONTRADOMÍNIO [-1,1] [-1,1]
PERÍODO 2 2
cos ( x) cos x , x
A função seno é uma função função par.
sen ( x) sen x , x
ímpar.
PARIDADE
O gráfico é uma linha simétrica O gráfico é uma linha simétrica
em relação à origem do em relação ao eixo das
referencial. ordenadas.
ZEROS x k , k x k , k
2
A função cosseno é positiva nos
A função seno é positiva nos intervalos
2k , 2k , k
0 2k , 2k , k 2
intervalos
SINAL 2
2k , 2 2k , k 3
e é negativa nos intervalos e é negativa nos intervalos
2 2k , 2 2k , k
A função seno é crescente nos
intervalos A função cosseno é crescente
2k , 2k , k
2 0 2k , 2k , k
nos intervalos
MONOTONIA 2
3 2k , 2 2k , k
e é decrescente nos intervalos e é decrescente nos intervalos
2 2k , 2 2k , k
Mínimo= -1
Máximo = 1 Mínimo= -1
Minimizantes: 2k , k
Minimizantes: 2k , k
Máximo = 1
EXTREMOS
Maximizantes: 2k , k
2
Maximizantes: 2k , k
2
A.3 Planificação 5
A.3.1 Apresentação Eletrónica usada na planificação 5
110
A.4 Planificação 6
A.4.1 Ficha de Trabalho
117
Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares
Direção de Serviços Região Centro
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMPOS MELO
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Qual das seguintes opções representa o cateto oposto, o cateto adjacente e a hipotenusa do
triângulo [ABC] relativamente ao ângulo de amplitude
(A) [AB] é o cateto adjacente, [BC] é o cateto oposto e [AC] é a hipotenusa.
(B) [AB] é a hipotenusa, [BC] é o cateto adjacente e [AC] é o cateto oposto.
(C) [AB] é o cateto oposto, [BC] é o cateto adjacente e [AC] é a hipotenusa.
(D) [AB] é o cateto oposto, [BC] é a hipotenusa e [AC] é o cateto adjacente.
3. Completa:
sen
3.1.
MA
3.2. MA sen
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4. Considera os seguintes triângulos retângulos.
4.1. Determina:
ˆ , tg B̂, cos Cˆ , sen Cˆ ;
a) cos B
5.
Horizontal:
1- Ciência que permite estabelecer relações entre os lados e os ângulos dos
triângulos retângulos.
3- Designação do cateto de medida a em relação ao ângulo .(Observar a
ilustração 1)
4- Razão entre o comprimento do cateto oposto a um ângulo agudo e o Ilustração 1
comprimento do cateto adjacente a esse ângulo.
5- Razão entre o comprimento do cateto oposto a um ângulo agudo e o comprimento da
hipotenusa.
7- Conjunto de pontos do plano limitado por duas semirretas com a mesma origem.
8- Razão entre o comprimento do cateto adjacente a um ângulo agudo e o comprimento da
hipotenusa.
9- “Em qualquer triângulo retângulo o quadrado do comprimento da ….. é igual à soma dos
quadrados dos comprimentos dos catetos.”
Vertical:
1- Polígono com menor número de lados.
2- As razões trigonométricas só podem ser utilizadas num triângulo …..
6- Como se designa o cateto de medida b em relação ao ângulo . (Observar a ilustração 1).
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