Poemas Liberdade FP
Poemas Liberdade FP
Poemas Liberdade FP
O livro “Cancioneiro”
Cancioneiro é uma obra composta por poemas líricos e rimados, de
forte influência simbolista (Simbolismo é um movimento literário da
poesia e das outras artes que surgiu em França, no final do século XIX,
como oposição ao realismo, ao naturalismo e ao positivismo da época).
O próprio Fernando pessoa afirmou que "Cancioneiro" (ou outro
título igualmente inexpressivo) reuniria vários dos muitos poemas soltos
que tinha, e que são por natureza inclassificáveis e inexpressivos, o título
dessa obra não é, de forma alguma, "inexpressivo", porque o seu
entendimento global está relacionado diretamente ao título. Cancioneiro
é a designação dada ao conjunto de poemas líricos medievais,
portugueses ou espanhóis.
Os poemas de Fernando Pessoa reunidos sob o título de
Cancioneiro, além de prestar uma homenagem à tradição lírica lusitana de
preservar os seus mais antigos textos literários, também se relacionam
com as cantigas medievais, pois o ritmo e a métrica dos versos deixam
esses poemas tão harmoniosos que eles se transformam também em
"verdadeiras letras de música".
Para além do poema “liberdade”, destacam-se ainda deste livro os
poemas “Isto” e “Autopsicografia”.
Poema Liberdade
Ai que prazer Quanto é melhor, quanto há bruma,
Não cumprir um dever, Esperar por D.Sebastião,
Ter um livro para ler Quer venha ou não!
E não fazer!
Ler é maçada, Grande é a poesia, a bondade e as
danças...
Estudar é nada.
Mas o melhor do mundo são as
Sol doira crianças,
Sem literatura
Flores, música, o luar, e o sol, que
peca
O rio corre, bem ou mal,
Só quando, em vez de criar, seca.
Sem edição original.
E a brisa, essa,
Mais que isto
De tão naturalmente matinal,
É Jesus Cristo,
Como o tempo não tem pressa...
Que não sabia nada de finanças
Conclusão:
Fernando Pessoa ortónimo valoriza o pensamento e a razão, o que
não invalida que, devido ao vício de pensar que o impede de sentir
simplesmente, se sinta dominado pela dor de pensar.
Neste sentido, o poema “Liberdade” exprime a profunda lucidez do
poeta que, ironicamente, analisa o estudo e o esforço, relativizando-os,
numa tentativa de racionalização.
Análise Formal
Neste poema há o uso de rimas ricas (“Livros são papéis pintados
com tinta. /Estudar é uma coisa em que está indistinta”).
Uso de rima externa e emparelhada, ou seja, a rima aparece no
final do verso e o 1º verso rima com o 2º, o 3º, o 4º… (“Ai que prazer/Não
cumprir um dever, /Ter um livro para ler/E não fazer!”).