Apostila de HM 2 Ciclo
Apostila de HM 2 Ciclo
Apostila de HM 2 Ciclo
ANTIGUIDADE
Egípcios
As camas eram constituídas por uma simples esteira ou uma estrutura com
um caixilho de madeira, sobre o qual se fixava uma rede que era formada por tirar
de corda ou de couro, recobertas de pano ou de peles; os exemplares mais ricos
dispunham de pés ornamentados com um bordo pintado. Entre as outras peças de
mobiliário que ainda hoje se usam, podemos citar as caixas, mesas e poisa-pés,
cujas decorações típicas consistem em pernas de touro ou de leão, cabeças de
leão e aves com as asas abertas.
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Cadeira. Particularmente rica em motivos decorativos, provém
do túmulo de Tutankhamon e remonta à XVIII ª dinastia.
GREGOS
A quase totalidade dos testemunhos que temos dos móveis gregos provém
de pinturas de vasos e de baixos-relevos que mostram, freqüentemente com
enorme profusão de detalhes, a grande importância que se dava às peças de
mobiliário, em especial na época clássica. Inicialmente influenciados pelos móveis
egípcios, os móveis gregos modificaram os seus tipos e formas acompanhando o
desenvolvimento do pensamento filosófico e das diferentes concepções da vida.
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Vaso do século V ª C. Nele podemos ver o klismos, uma das
cadeiras gregas mais conhecidas e difundidas, com pernas recurvadas.
ROMANOS
Surgem inicialmente como uma variante dos móveis etruscos, que refletem a
influência grega na utilização das camas para os banquetes, dos banquinhos e
das caixas.
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mas sem espaldar; a cátedra, cadeira de maiores dimensões, com braços e
espaldares direitos ou recurvados; e o solium, cadeira usada em cerimônias e
dispondo de pernas torneadas, braços cilíndricos e costas direitas.
Especialmente apreciado é o armário , que pode estar apoiado na parede ou
encaixado, e cuja forma não se afasta dos modelos tradicionais.
IDADE MÉDIA
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apogeu na Alta Idade Média, período compreendido entre os séculos V e X. O
declínio do feudalismo, que já se esboçava no século X, prosseguiria até o século
XV, constituindo o período convencionalmente chamado de Baixa Idade Média.
Após 476, com a ruína de Roma e o fim do escravismo, a população deixou
as cidades, buscando a sobrevivência no campo. A agricultura, praticada nas vilas
(grandes propriedades agrárias), constituiu a base de uma economia auto-
suficiente, cujos desdobramentos conduziriam à formação do mundo agrário-
feudal.
Os bárbaros germânicos , que passaram a ocupar a parte ocidental do
Antigo Império Romano, foram importantes agentes do processo de implantação
do sistema feudal, embora outros povos invasores tenham contribuído para
acelerar o processo de ruralização e formação do feudalismo. Entre eles estão os
árabes, que , no século VIII, ocuparam o mar Mediterrâneo, impossibilitando as
ligações comerciais entre o Ocidente e o Oriente. Posteriormente, no ‘século IX,
as invasões normalmente e magiares completaram esse quadro.
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Devido ao caráter expropriador do sistema feudal, caracterizado pelos
impostos (talha, corvéia etc), o servo não se sentia estimulado a aumentar a
produção com inovações tecnológicas, pois isso significaria produzir mais – porém
não para si, mas para o senhor. Por esse motivo, o desenvolvimento técnico do
período foi irrelevante, de certa maneira limitando a produtividade. A principal
técnica adotada foi a agricultura dos três campos, que evitava o esgotamento do
solo, mantendo a fertilidade da terra.
A Sociedade Feudal
A sociedade feudal era composta por dois estamentos, ou seja, dois grupos
sociais com status fixo: os senhores feudais e os servos. Os servos eram
constituídos pela maior parte da população camponesa, vivendo como os antigos
colonos romanos – presos à terra e sofrendo intensa exploração. Eram obrigados
a prestar serviços ao senhor e pagar-lhe diversos tributos em troca da permissão
de uso da terra e de proteção militar.
Embora a vida do camponês fosse miserável e ele se submetesse
completamente ao senhor, a apalavra escravo seria imprópria para designar sua
condição , uma vez que o servo achava-se ligado à terra, não podendo ser dela
retirado para ser vendido. Assim, quando um senhor entregava sua terra a outro, o
servo apenas passava a ter um novo amo, permanecendo , contudo, na mesma
tenência. De certo modo, isso lhe dava alguma segurança, pois, ao contrário do
escravo, o servo poderia sempre contar com um pedaço de terra para sustentar
sua família, ainda que precariamente.
De maneira geral, clero, nobreza e servos eram os grupos definidores da
hierarquia feudal, havendo , entretanto, alguns grupos sociais menores, cujo
referencial era estabelecido entre senhores e servos. Nesses grupos encontram-
se os vilões, antigos proprietários livres, embora permanecessem ligados a um
senhor. Na realidade, eram servos com maiores direitos e liberdades.
A terra tinha grande importância nos tempos feudais, em decorrência da
escassez de moeda e de outras formas de riqueza. Assim, estimulou-se a prática
de retribuir serviços prestados com a concessão de terras. Os nobres que as
cediam eram os susseranos e aqueles que as recebiam tornavam-se seus
vassalos.
Envolto pelo idealismo religioso, o clero transmitia à população uma visão
de mundo que lhe era conveniente e adequada ao período; um mundo dividido em
estamentos, necessariamente desiguais. Leia as palavras de um religioso
medieval: “Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros
servos, de tal maneira que os senhores estejam obrigados a venerar e amar a
Deus, e que os servos estejam obrigados a amar e venerar seu
senhor...”(ANGERS, St. Laud de. In: FREITAS, Gustavo de.900 textos e
documentos de história, Lisboa, Plátano, 1975).
Coube, assim, ao clero forjar a mentalidade da época, reforçando o
predomínio dos senhores feudais (clero e nobreza), justificando os privilégios
estabelecidos e oferecendo ao povo, em troca , a promessa do paraíso celestial.
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A ARTE NA IDADE MÉDIA – O REINO DA RELIGIÃO
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Santa Sofia
DATA 532-37 Início 1080 1194-1260
LOCAL Constantinopla, Toulouse, Chartres,
Turquia França França
Idade de Ouro da Arte Bizantina
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amendoadas, olhos enormes e expressão solene, olhavam diretamente para a
frente, sem o menor esboço de movimento.
Embora seguissem a tradição romana de montar cubos coloridos, chamados tesserae, sobre
gesso, de modo a formar um desenho, os mosaicos bizantinos (“Justiniano e Cortesãos”)
eram distintos dos romanos ( “A Batalha de Issus”). AS principais diferenças são:
MOSAICO ROMANO X MOSAICO BIZANTINO
Cubos de mármore opaco Cubos de vidro brilhante
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ao trono celestial eram muitos populares, assim como sombrios dioramas do Juízo
Final, em que demônios agarram almas desesperadas e diabos horríveis
estrangulam e cospem nos corpos nus do condenados.
COMO DIFERENCIAR
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ARTE GÓTICA: ALTUA E LUZ
A arte da Arquitetura
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Em Chartres, as imagens de reis e rainhas do Velho Testamento (1140-50)
são pilares com formas humanas, alongadas para caber nas estreitas colunas que
as abrigam. As linhas do drapeado são tão finas e eretas quanto os corpos, com
alguns traços de naturalismo.
Imagens do umbral, ou de jamba, Portal Real, Catedral de Chartres, 1145-70
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colo da virgem e, quando acordasse, estaria preso. Uma vez capturado, o
unicórnio deveria ser amarrado a uma romãzeira, árvore símbolo da fertilidade e
que, por conter muitas sementes numa única fruta, era símbolo também da igreja.
Durante a Renascença, o unicórnio era ligado ao amor cortês, mas na ambígua
representação em tapeçaria, deitado ou empinado, simboliza o Cristo
ressuscitado.
ARTE ORIENTAL
Índia: Budismo
A religião budista foi fundada no norte da Índia , 2500 anos atrás, por uma
príncipe chamado Siddrarta Gautama. Ele deixou sua esposa, família e um palácio
luxuoso em busca da verdade espiritual. Após muitos anos explorando e
considerando diferentes caminhos espirituais, Siddharta Gautama se iluminou
enquanto meditava sob uma figueira, em Bodh Gaya. Desde essa época,
Siddharta Gautama tornou-se conhecido como Buda, o Iluminado. Buda foi um
grande mestre espiritual e, quando morreu em cerca de 480 c. C., seus seguidores
levaram seus ensinamentos a outras partes da Índia. Posteriormente, o budismo
alcançou o sudeste da Ásia e o Extremo Oriente e, ainda mais tarde, tornou-se
conhecido em todo o mundo. Os seguidores de Buda preservaram as cinzas de
sua cremação como relíquia e colocaram-nas em recipientes especiais, chamados
relicários. Estes eram, freqüentemente, depositados em grandes estruturas
parecidos com montes, chamadas estupas. Uma das maiores da Índia. Relevos
apresentando acontecimentos da vida do Buda e outros temas budistas cobriam a
estupa e o muro circundante.
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Representação idealizada de um templo Hindu Tradicional
Índia: Hinduísmo
China
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ferro para usar nos cavalos, e outros produtos. A sociedade Han era hierárquica; o
imperador era o centro do poder e havia uma grande diferença entre os níveis de
vida dos ricos proprietários rurais e dos funcionários estatais, por um lado, e o
povo, por outro. Os Han desenvolveram uma burocracia altamente organizada
para administrar o império, que era grande tanto em tamanho quanto em
população. As cidades eram os centros administrativos. As cidades imperiais
chinesas eram dispostas segundo um planejamento rígido. Os vários distritos
eram separados dos outros por muros e portões. Torres de observação eram
comuns nas cidades chinesas. Os ricos viviam em mansões construídas,
enquanto os pobres viviam em edifícios com paredes de terra batida. Os nobres
Han levavam uma vida luxuosa, como transparece no conjunto de objetos
encontrados em suas tumbas, como objetos laqueados e sedas.
Japão
MOBILIÁRIO
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Trono de Dagoberto. Remonta ao século IX e é feito de bronze, com
as pernas em X e junção dupla.
A visão das cadeiras. Este afresco de Giotto, feito entre 1296 e 1300,
mostra algumas cadeiras utilizadas nas cerimônias religiosas.
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Assunto: Renascimento e Maneirismo
Isabelino
Luís XIII
O Renascimento Cultural
O Renascimento da Arte
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A Idade Média é assim chamada porque se situou entre dois picos de glória
artística: o período clássico e o Renascimento. Posto que a arte ainda vivia na
Idade Média, o que renasceu no Renascimento – e se estendeu pelo período
barroco – foi a arte parecida com a vida. A passagem do interesse pelo
sobrenatural para o natural provocou essa mudança. A redescoberta da tradição
greco-romana ajudou os artistas a reproduzirem acuradamente as imagens
visuais. A expansão do conhecimento científico, com a maior compreensão da
anatomia e da perspectiva, possibilitou aos pintores dos séculos XV e XVI
superarem as técnicas da Grécia e de Roma.
No período barroco dos séculos XVII e XVII, a rever6encia pelo
Classicismo persistiu, mas esses dois séculos produziram uma aceleração inédita.
Governados por monarcas absolutistas, as recém unificadas nações produziram
artes teatrais e arquitetônicas de dimensões sem precedentes, destinadas a
arrebatar os sentidos e as emoções.
RENASCIMENTO E MANEIRISMO
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Cama toscana com
cassoni. Esta cama dos finais do
século XV caracteriza-se por uma
estrutura de inspiração arquitetônica,
cujas superfícies apresentam
retângulos ritmados, simples e
lineares.
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ARCA = tal como na Idade Média, permanece como um dos elementos mais importantes do mobiliário
durante todo o século XVI, assumindo as formas e decorações características desta época; desde os
exemplares com embutidos, dourados e painéis pintados até aos esculpidos na forma clássica do sarcófago
monumental (na gravura), com uma base retangular dispondo de patas de leão, um corpo central com relevos
e uma grande cornija superior. São muitas as variantes regionais.
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CREDÊNCIA = desenvolve-se a partir do século XV como móvel autônomo, destinado a guardar louças,
toalhas, pratas, etc. Tem uma forma típica, com um corpo maciço que fecha à frente por meio de duas portas,
sobre as quais se encontra uma cinta onde estão inseridas gavetas. Deve ser colocada numa zona da sala de
jantar de acordo com o estilo qualitativo do restante mobiliário. Bastante simples no século XV, em que
apenas é enquadrada por pilastras, durante o século XVI é enriquecida com frisos e entalhes: colunas,
carrancas, cariátides, grandes cornijas. Paralelamente a esta credência difundiu-se também a credência de
sacristia, usada para guardar as roupas sacras.
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Cama3 com dossel. O projeto de du Cerceau mostra um exemplo de gosto meneirista, com a rica decoração por
meio de colunas, a cabeceira com figuras e os pés transformados em animais fantásticos.
A pastiglia
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sucessivas feitas com pequenas estampas metálicas permitem a criação de
composições complexas, com resultados de grande requinte. A pastiglia é, por fim,
pintada ou recoberta com finas lâminas de metal como estanho , prata ou até
ouro.
O RENASCIMENTO NA FRANÇA
ISABELINO
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COURT CUPBOARD = é a credência inglesa típica, utilizada para guardar objetos de uso doméstico, e
provem da transformação da arca, que deste modo se torna um móvel elevado do chão e com abertura
dianteira. Os montantes são verticais e esculpidos, e atravessados por três planos, um dos quais muito baixo e
os outros dois constituindo a papeleira propriamente dita, mas recuada em relação aos planos, que servem
assim de apoio.
Conhecem-se vários modelos de credências: a court cupboard tem a forma de um trapézio, enquanto que a
enclosed cupboard é perfeitamente retangular; a livery cupboard é uma variante que dispõem de portas com
furos e se destina a conservar alimentos, e o modelo denominado press cupboard possui portas também na
parte inferior.
ESCRIVANINHA = Espécie de pequena cômoda portátil, utilizada como secretária. O plano superior é
ligeiramente inclinado, para facilitar a escrita; a parte interior, composta por gavetas e compartimentos,
destina-se a guardar papel, canetas e tinta.
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pregas características usadas nos tecidos na época Tudor para quebrar um pouco
o aspecto severo dos interiores; seguidamente , é própria estrutura dos móveis
que é modificada.
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CAMAS = Nos finais do século XVI, a cama é um móvel bastante modesto: baixa e maciça, com os lados
ornados de entalhes simples e uma cabeceira igualmente linear. Excetuam-se os imponentes exemplares com
dossel, de medidas monumentais (a cama de Isabel I media cerca de 3 metros de largura), com grandes
balaústres esculpidos suportando o dossel e cabeceira de estilo arquitetônico, ornamentada com esculturas
ricas, sendo as restantes partes cobertas por tecidos pesados, de tapeçarias faustosamente bordadas, por vezes
de gosto oriental.
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Cama com dossel. Feira de
madeira de carvalho nos últimos
decênios do século XVI, esta
cama apresenta as tópicas
colunas em forma de vaso e
inspiração arquitetônica, quer no
seu conjunto, quer nos muitos
pormenores decorativos. A
cabeceira está enriquecida ao
centro com dois leões erguidos
que sustentam as armas Tudor.
As
cabeceiras das
camas de
dossel e as
credências
apresentam
painéis de
inspiração
arquitetônica
com ricas
cornijas
esculpidas em
relevo,
decoradas com
festões,
motivos em forma de fitas, folhas de canto e ornamentadas com figuras ou
cabeças leoninas de origem clássica. Os entalhes são desprovidos de
requinte, o que leva a supor que os exemplares mais bonitos tenham sido
executados por refugiados na Inglaterra por motivos religiosos. Não faltam
móveis parcialmente decorados com embutidos, mas é possível que fossem
peças muito particulares, como demonstra o inventário dos móveis,
compilado em 1580, que a rainha Isabel I possuía no castelo Arundell, e
entre os quais se destacam seis mesas embutidas.
Arca de meados do século XVI, esta arca tem uma concepção nitidamente
arquitetônica, com painéis decorados em arco e estrias verticais.
As cadeiras6 de braços tem os espaldares
decorados com baixos-relevos, com reproduções
de brasões de nobres e figuras heráldicas.
Posteriormente, as cadeiras e poltronas tornar-
se-ão mais cômodas, com braços, espaldares e
assentos embutidos e recobertos de couro ou de
tecido. As madeiras são o ulmeiro, o freixo, a nogueira e o carvalho.
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CADEIRA = A tendência para acolchoar as cadeiras leva, no período isabelino, ao gradual abandono da
cadeira estilo Gótico, caracterizada por um alto espaldar e fechada dos lados. As cadeiras tornam-se mais
cômodas, visto que são agora mais amplas e mais baixas; como são quase completamente revestidas de
tapeçarias, não se dá uma atenção particular à estrutura de madeira, que é em geral de carvalho ou, ainda mais
modestamente , de faia. Mais utilizados do que as cadeiras são os bancos, por vezes também com embutidos e
tomando as formas mais variadas , desde os modelos dobráveis até aos que se arrumam debaixo da mesa.
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A escultura em madeira
O estilo isabelino assiste à difusão da escultura em
madeira que, já presente no Gótico, se desenvolve
principalmente nos séculos XVI e XVII como elemento
característico na decoração do mobiliário. Este trabalho consiste em escavar de
diversas formas a superfície da madeira, com o instrumento adequado ( a goiva)
de modo a fazer um desenho em relevo. Os dois extremos desta técnica são por
um lado a gravura, em que somente as linhas são traçadas, e por outro o entalhe
em relevo, ou seja, a escultura; obtêm-se efeitos intermediários com o baixo e
alto-relevo; no entalhe “ à jour” o fundo é perfurado.
Na Inglaterra torna-se também muito comum o entalhe plano, em que os
contornos do desenho são escavados e depois puncionados de forma a obter um
fundo irregular. A ‘técnica do entalhe usada em combinação com o embutido serve
também para justapor madeiras diferentes em decorações em cinta, e muitas
vezes dá o toque final dos elementos verticais, como as pernas das mesas 7 ou as
colunas dos dosséis.
LUÍS XIII
NONESUCH CHEST = O seu nome que significa “arca sem igual”, refere-se a uma arca particularmente rica
e serviu inicialmente para designar um grupo destes móveis, executados no norte da Europa e encontrados em
Inglaterra. Estas arcas nonesuch chest, difundidas na Segunda metade do século XVI e no início do século
XVII, apresentam muitos entalhes, bem como trabalho de marchetaria (decoração por meio de incrustações) e
de inlay ( uma outra técnica especial de embutir) com justaposição de madeiras exóticas e diferentes.
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MESA = Existem em inúmeras versões: desde as mesas maciças com pés em forma de pilastras e um grande
tampo apoiado numa ampla faixa, às de linhas leves desmontáveis por diversos processos, por exemplo com
pernas que se articulam por meio de travessas e que, fechadas , se dobram sobre o tampo. De entre as mesas
com base móvel destaca-se a gate-leg table, que tem pernas assentes em pés giratórios ou ligadas por
travessas de madeira.
Encontram-se mesas que permitem soluções muito interessantes, como é o caso das que se fecham
completamente, ou cujo tampo se pode baixar em parte. A decoração utilizada é geralmente com entalhes
geométricos de gosto renascentista, com pernas em forma de vaso, taça ou bulbo (melon bulb)
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interessante desse tipo de produções as obras gravadas feitas Abraham Bosse,
que mostram inúmeros interiores de casas. É deste modo que no início do século
XVII surge um estilo mais livre, em que se interligam com maior fantasia os vários
elementos dos móveis e as formas características das ordens arquitetônicas,
cornijas, frontões, colunas, nichos e estátuas.
Contador8. Executado por volta de meados do século XVII, este
contador em ébano finamente gravado é representativo do gosto faustoso da
época. Apoiado em colunas delgadas, possui duas portas que encerram uma
parte dianteira de concepção arquitetônica, com colunas e desenhos em marfim
pintado. Pormenor: paisagem gravada no painel central da parte interna de uma
das portas.
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CONTADOR = Este móvel, que é a papeleira francesa, constitui a manifestação mais original da época de
Luís XIII, e é considerado a peça mais prestigiosa do mobiliário. Ricamente trabalhado exterior e
interiormente, o contador é formado por um armário superior com duas portas, sustentado por dois ou mais
pares de pernas, também elas decoradas, e unidas por travessas. O interior do móvel subdivide-se em
inúmeros compartimentos e gavetas de diferentes dimensões, alguns dos quais ocultos por outras pequenas
portas. Na sua construção empregam-se madeiras diversas e metais, com decorações esculpidas e torneadas,
faixas, estatuetas talhadas em redondo e ornamentos ricos.
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Banco9. Revestido de tecido trabalhado em gros point, caracteriza-se por uma forma quadrada e por uma
estrutura em nogueira com torcidos. As pernas são unidas por travessas em forma de H.
Contador. Chapeado em tartaruga vermelha, tem uma concepção muito linear, a que corresponde uma decoração
rica com pássaros e flores em marfim embutido, madeiras diversas e filetes em ébano.
A INFLUÊNCIA ITALIANA
UM ESTILO DE TRANSIÇÃO
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CADEIRAS E BANCOS = A cadeira Luís XIII é mais pequena e não dispõe de braços, mas em todo o resto
se assemelha a uma poltrona, pela importância dos torneados e dos tecidos: tapeçarias, damascos e veludos
bordados a petit point ou com o célebre ponto húngaro. São muito comuns os bancos, quer embutidos, quer
com assento de madeira; é também característica a travessa em H ligando as pernas, e torneada como todas as
restantes partes de cadeira. São também muito apreciadas as cadeirinhas conhecidas por pliants, que fecham
em forma de X e têm uma travessa de fixação na base e um assento constituído por uma faixa de tecido ou de
couro.
POLTRONAS = No início do século XVII apresentam um certa rigidez na estrutura: a sua forma é quadrada,
com braços horizontais e costas amplas. Todos os elementos de madeira expostos são ricamente torneados
com formas esféricas ou com torcidos, terminando em paralelepípedos nos pontos de junção. O revestimento
é sempre muito suntuoso, freqüentemente bordado com motivos florais de cores vivas, fixo por meio de
pregos de latão e ornado com franjas.
LIT DE REPO = Móvel que aparece por volta de 1620; é bastante pequeno, tem um ou dois espaldares, ou
faces laterais, e é sustentado por pernas torneadas ( que podem ser seis ou oito). O tecido da tapeçaria é
colorido, com desenhos de tons vivos. Trata-se de uma cama para as pessoas se estenderem durante o dia, e
dispõe de duas almofadas redondas; por vezes é utilizado como sofá.
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Contador. Magnífico contador francês, que apresenta uma estrutura de
nítida inspiração arquitetônica, sublinhada pela sobreposição das ordens coríntia
e jônica. As placas e decorações em bronze dourado sobre o fundo negro do
ébano demonstram o gosto faustoso típico do período. No pormenor, uma
decoração em bronze dourado, de inspiração romana.
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ARMÁRIO = Este móvel fundamental sofre uma importante evolução no início do século XVII: os dois
corpos do armário do Renascimento (em que o superior é mais pequeno e recuado) fundem-se num só,
primeiramente dividido por uma simples cornija horizontal que vai diminuindo sucessivamente, até chegar ao
clássico armário com duas portas grandes. O armário mais divulgado durante o reinado de Luís XIII é um
móvel de marcenaria, sem requintes de fabricação, geralmente colocado numa divisão destinada a guardar
roupas. Nos exemplares executados por ebanistas, a decoração inclui colunas ou faixas esculpidas em volta
das portas.
CANAPÉ = é assim designado um pequeno sofá para duas pessoas, que tanto pela sua forma como pelas
características deriva do lit de repos; a mais do que se possui costas num dos lados mais compridos, ligando
as faces laterais acolchoadas. O canapé tem grande divulgação em meados do século XVII e surge em
inúmeras variantes , entre as quais o sofá, que é completamente acolchoado.
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Assunto: Barroco
Elisabetano, Jacobino, Tudor
Isabelino
William and Mary
BARROCO
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( Século XVII e primeira metade do século XVIII)
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representações humanas, utilizadas ainda como partes estruturais dos móveis;
tudo isto harmonizado com eficácia e fantasia extraordinárias.
Entre os mestres mais famosos desta produção, mais escultores do que
propriamente ebanistas, encontramos em Veneza Andrea Brustolon e Francesco
Pianta, na Lombardia Andrea Fantonio, em Gênova Filippo e Domenico Parodi,
em Florença o flamengo Leonardo Van der Vinne.
Poltrona. Mestre indiscutível da técnica do entalhe, Andrea Brustolon transformou esta poltrona,
executada para o nobre Pietro Venier nos primeiros anos do século XVIII, numa obra de
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CREDÊNCIA = Os exemplares mais interessantes encontram-se nas regiões da Toscânia, Emília e Venécia.
Pode ter um só corpo, com gavetas e fechando com portas, com um plano de apoio bastante amplo, ou, ter um
corpo superior que fecha também com pequenas portas. Típicas das credências emilianas são as decorações
em relevo geometricamente aplicadas e, por vezes, sem corpo superior. Os móveis da Venécia apresentam os
lados curvos; as cred6encias toscanas mantêm a simplicidade e a harmonia arquitetônica.
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escultura cujos elementos estruturais, pernas, braços e travessas são realizados com grande fantasia, imiscuindo sem
solução de continuidade figuras, elementos naturalistas e detalhes decorativos.
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CONSOLA = Concebida como mesa de parede para utilizar raramente, e por isso apenas trabalhada em três
dos seus lados, a consola é um móvel já em voga , especialmente na região da Venécia, e ao qual se aplica
toda a invenção decorativa do Barroco. As pernas são curvas e, tal como a faixa, que sustém um tampo de
mármore, são faustosmaente esculpidas, nos casos mais simples, mas freqüentemente com figuras complexas;
a madeira é, em geral , dourada.
GENUFLEXÓRIO = Pequenos móvel de quarto de dormir, com grande divulgação pelo menos até o final do
século XVIII. A base e o apoio para os braços apresentam em geral linhas mistas com espessamentos
emoldurados.
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laterais são de madeira de cerejeira, com embutidos de marfim; os pés são dois delfins, esculpidos frente a frente. No
detalhe, o delicado embutido do tampo.
LUÍS XIV
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O estilo Luís XIV é fortemente influenciado quer pelo Renascimento italiano,
identificado nas estruturas maciças e quadrangulares da parte superior dos
móveis, quer pelo espírito barroco, evidente nas bases, sempre muito trabalhadas
e com freqüência inteiramente esculpidas.
Assiste-se a uma grande divulgação de móveis dourados ou prateados,
inspirados nos modelos encomendados pelo rei para a Galeria dos Espelhos, em
Versalhes’a ampla utilização dos elementos típicos da arquitetura, como
balaústres, pilastras, faixas e medalhões, confere-lhes um aspecto grandioso e
austero.
A decoração, a que se dá enorme importância, é vivamente polícroma, em
especial nos móveis importantes, e requer o emprego de materiais diversos. Os
elementos ornamentais, frequentemente divindades armadas com couraças,
escudos, cetros, cornucópias de clara inspiração clássica, são dispostos ao centro
ou de maneira simétrica. Há também uma grande difusão de figuras de animais
reais ou fantásticos, como esfinges, águias, cavalos alados. Delfins. Mas
sobretudo leões, dos quais é representada apenas uma parte do corpo, em geral a
cabeça ou uma pata. Como é natural não faltam os símbolos da monarquia, como
a flor-de-lis da França, a coroa e o cetro, enquadrados em frisos clássicos como
palmas, corroas de louros e conchas.
Pequena biblioteca. Magnífico exemplo da
obra de Boulle, este pequeno móvel reúne
o desenho requintado do conjunto e uma
sugestiva miscelânea de embutidos em
cobre e tartaruga, aplicações em bronze
dourado e elegantes ornamentos com
grotescos. No detalhe a decoração do
painel central.
ARTISTAS E ARTESÃOS
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decorados com esculturas e miniaturas, e filippo Caffieri, notável bronzista e
decorador, mas também escultor em madeira.
Armário com duas portas, da autoria de Boulle, com embutidos e
aplicações em bronze dourado. Com este luxuoso móvel, Boulle justifica a
fama de habilíssimo construtor de armários. Particularmente bem
conseguido é o disfarce das charneiras, concebidas como elegantes faixas
horizontais.
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em Paris, as tendências de inspiração clássico-renascentista, que se referem aos
grandiosos exemplos da arquitetura romana, e também aos mais propriamente
barrocos, atingiram já um equilíbrio formal estável. A atividade das manufaturas de
Gobelins é exemplificativa deste equilíbrio; elas produzem tapeçarias, móveis,
cerâmicas e todos os outros objetos que possam servir para as muitas residências
do rei ( entre as quais sobressaem as de Marly, fontainebleau, St. Germais e
Grand Trianon).
Cômoda. Executada nos prieiros anos do século XVII, apresenta uma estrutura muito simples, mas com uma decoração
bastante rica características do estilo Luís XIV.
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móveis: contadores esculpidos e dourados, espelhos com embutidos em prata e
tarturaga, cadeiras em talha e pintadas. É durante o reinado de Carlos II que a
Companhia inglesa das Índias Orientais indica a importação de móveis e objetos
chineses e japoneses, que assinalarão uma reviravolta no gosto europeu.
Contador. A parte superior é quadrangular e fecha por meio de
portas pintadas com laca chinesa; a base, prateada, é uma talha de
madeira, ontentando as típicas decorações barrocas.
A TRANSFORMAÇÃO DO GOSTO
Secretária. Atribuída a Jensen, tem
embutidos em tartaruga, latão e estanho.
Os móveis ingleses
modificam-se, assumindo
um aspecto mais elegante e
sedutor, graças à aplicação
de motivos decorativos,
como arabescos, folhas de
acanto, ornamentos. As
costas das cadeiras
apresentam amplas
curvaturas com entalhes
florais e em faixa, as pernas
têm a típica forma em
cabriole, enquanto que o acolchoamento assume uma importância cada vez
maior. Papeleiras, secretárias, mesas são embutidas com ébano, latão e prata; as
pernas podem ser torneadas ou quadrangulares, nas formas t[ipicas em balaústre,
ligadas por travessas em X ou H, muitas vezes com o formato de semicírculos
justapostos; os pés são quase sempre em forma de “cebola”. Têm também grande
divulgação os móveis dourados e os laçados, que seguem a moda crescente de
inspiração chinesa, coexistindo com outros completamente revestidos de prata.
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Outro sinal de modificação é a passagem do uso de madeira de carvalho, ainda
largamente utilizado nos móveis rústicos, para a madeira de nogueira, da qual se
apreciam a tonalidade quente e a qualidade da fibra, bastante mais compacta, e
que facilita o grande emprego das madeiras esculpidas e torneadas.
Cabinet on chest. Móvel com dois corpos, composto por um
contador apoiado numa cômoda com gavetas. É marchetado em
nogueira e decorado em marchetaria com motivos florais muito
desnsos, fazendo lembrar algas marinhas. Os pés apresentam a
típica forma de cebola.
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A técnica dos embutidos
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madeira trabalhada quer acolchoada, e as pernas ostentam cada vez mais o formato em cabriolet,
decoradas em cima com uma concha e terminando com pés em forma de alvião ou de bola e
garra; as ricas travessas de ligação tornam-se mais simples, acabando pó desaparecer
completamente.
Aparece o settee, espécie de sofá geralmente pequeno ( o modelo de dois lugares é
também chamado siège d’amour), que é totalmente acolchoado, com exceção das penas
curvilíneas os tecidos mais utilizados para o seu revestimento são bordados ou em veludo. Assiste-
se a uma grande divulgação das secretárias, bem como dos seus modelos ais complexos,
conhecidos por bureau-bookcase, uma espécie de secretária-estante ornamentada por tímpanos
com arco inteiro quebrado ou em volutas.
Arca. Inspirada no estilo de Kent, esta arca em madeira
dourada apresenta uma decoração rica, tanto em baixo
como em alto relevo (veja o detalhe). Os pés ostentam
a típica forma leonina.
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renovação da arquitetura, com a publicação em 1715 de duas obras : os Quatro
Livros de Arquitetura de Palladio e Vitruvius Britannicus de Colin Campbell; esta
mesma tendência vai também em parte influenciar o mobiliário, graças à obra do
arquiteto William Kente. Este, misturando habilmente ordens clássicas e formas
rigorosas com o fausto do final do estilo Luís XIV, consegue exprimir
inteligentemente um mundo feito de riqueza, elegância e proporção. Estante,
mesas, móveis de dois corpos, secretárias, sofás são ornamentados com frontões,
pilastras e cornijas cujas volutas clássicas, rendilhados e escudos se misturam
com elementos do repertório barroco como esfinges, figuras de crianças e
conchas. Simultaneamente, continua a ter grande sucesso a moda dos móveis
laçados e pintados com figuras orientais, enquanto que o gosto do público mais
exuberante se aproxima dos caprichos do rococó francês. Entre os ebanistas de
maior vulto encontramos Benjamin Goodison, fornecedor real a partir de 1727;
Giles Grendey (1683-1780), um dos primeiros a assinar os seus móveis laçados;
John Gumley e James Moore, que individualmente ou em sociedade produzem
móveis extraordinários, de entre os quais sobressaem os modelados em gesso e
dourados.
Os móveis em gesso
LUÍS XV
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O estilo Luís XV, também chamado Rocaille ou rococó, abandona as formas austeras e
monumentais, as linhas direitas e o gosto pela decoração de origem clássica da [época
precedente, dando lugar a uma maior ligeireza das formas, com um triunfo das linhas curvas, uma
sequência densa e caprichosa de elementos decorativos, produzindo móveis freqüentemente de
pequenas dimensões e de proporções requintadas. Contudo, a passagem do estilo Luís XIV para o
Luís XV não se faz diretamente. De fato, já nos últimos anos do século XVII algo começa a mudar
no estilo Luís XIV”basta pensar na evolução da obra de Boulle, que será um dos protagonistas
desta alteração. Um outro passo será dado no período da Regência (1715-1723), quando, por
morte do Rei Sol, os destinos do reino ficarão nas mãos de Felipe de Orleães devido à muito pouca
idade de Luís XV ( 1710-1774). Os ebanistas são de modo geral os mesmos da época de Luís XIV,
mas de entre os nomes novos sobressaem os de Oeben e Cressent, a quem se deve a invenção
da lina em arbaléte, que caracteriza o perfil inferior das suas cômodas.
A evolução do gosto
Escrivaninha com tampo de baixar. Exemplo de móvel feminino, esta pequena
escrivaninha de proporções elegantes é também chamada “em dorso de burro, dada a
forma sinuosa do corpo superior.
Pode dizer-se que teve lugar por volta de 1730, quando o estilo
rococó atinge o auge, abandonando todas as referências decorativas e
arquitetônicas do repertório barroco para desdobrar uma livre
justaposição de formas sinuosas e ondulantes, feitas de flores, conchas,
contornos de rochas, ondas espumosas e cascatas de água; as flores
são compostas em cestos ou em ramos, ou isoladamente. Muito bronze,
freqüentemente de formato muito elaborado, que sublinham com um
elegante contraste os perfis sinuosos e as superfícies onduladas dos
móveis; também o entalhe dá origem a peças de decoração rica, e por
vezes recobre grande parte dos móveis ou, como nas poltronas, em alguns pontos das costas e na
armação. As madeiras podem ser naturais, enceradas ou envernizadas, ou simplesmente pintadas
com cores vivas, utilizando também duas tonalidades para sublinhar as partes em relevo; não
faltam elementos dourados ou prateados.
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franceses, consegue-se obter uma laca muito semelhante à oriental, sobrepondo-se até 40
camadas de verniz, o que permite uma produção mais vasta de móveis laçados.
Novos modelos
Móvel de Veneza com dois corpos. Executado na Segunda metade do século XVIII
com a técnica da “laca pobre”, é composto por uma comoda com tampo de baixar
e por um alçado com vitrina.
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abauladas e portanto mais cômodas, usadas todos os dias. Nelas se inspiram inúmeros modelos,
para diversos fins: a chauffeuse (poltrona estofada para as pessoas se aquecerem junto à lareira),
a bergére (poltrona estofada com assento coberto por uma almofada), a voyeuse (pequena cadeira
usada sobretudo pelos jogadores de cartas), a tête à tête (pequeno sofá para duas pessoas).
Escrivaninha. Executada por Oeben por volta de 1760, esta escrivaninha “em tambor” destina-se a um
uso predominantemente feminino. Estilisticamente situada na transição entre Luís XV e Luís XVI, alia
soluções formais e decorativas típicas da fase de transição
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a expressão mais autônoma é certamente representada pelo trumeau (tremo), que é sempre
finamente esculpido e de proporções elegantes. Tem também grande divulgação o móvel laçado,
típico com o seu fundo claro e de cor viva e as decorações florais, mas sem dúvida inferior ao da
Veneza. N Itália centro-meridional, Roma, Nápole e Sicília, predomina o gosto francês, com móveis
embutidos e ornados com aplicações em bronze, nos quais se encontram ainda ecos barrocos,
com uma grandiosidade e o excesso decorativo.
Secretária-tremó genovesa. Caracterizado por uma cimalha de linhas mistas, este móvel é folheado a
nogueira espinhada, com um interessante jogo de veios e molduras em pau-santo. A parte superior
composta por duas portas com espelhos, de perfil trabalhado; a inferior é do tipo comoda, encimada por
um tampo de baixar.
CHIPPENDALE
(Segunda metade do século XVIII)
Cama. Desenhada por Chippendale por volta de 1754, esta cama com dossel em
estilo chinês, lacada a negro e vermelho com partes douradas, é característica do
estilo do autor.
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que um estilo, as decorações tornam-se mais leves, desenvolvendo-se com graciosidade os
entrelaçados de fitas, grinaldas, festões, grades com losangos, arcos quebrados, cabeças de
leões, motivos de urnas e cachos de uvas.
Pequena vitrina. Pequeno móvel em mogno, com decorações em bronze dourado. É um exemplo típico de chippendale
chinês, e as suas cúspides em forma de pagode conferem-lhe um aspecto extremamente bizarro.
Thomas chippendale, embora tendo a sua própria oficina de ebanista _ a chippendale &
Haig _, não deve a fama à sua produção de móveis, dificilmente identificáveis devido à grande
quantidade dos seus imitadores, mas à publicação do catálogo de móveis que publicou: The
Gentleman and Cabinet-Maker’s Director, várias vezes atualizado e reeditado.
O estilo chippendale corresponde geralmente a esquemas que podem encontrar-se no seu
diretor. No mercado antiquário, os móveis contemporâneos dos autênticos chippendale são
chamadas da época, enquanto que as suas obras originais (hoje difíceis de identificar) são as
designadas por de chippendale.
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O estilo de George Heppelwhite é reconhecível pela graça natural das formas, pelo uso da
madeira acetinada e pela adição de costas em escudo para as cadeiras, cujas pernas, geralmente
direitas, apresentam uma seção torneada ou quadrada. As decorações mais características de
Heppelwhite são as três plumas e as espigas de trigo esculpidas nas faixas centrais das costas das
cadeiras, que mostram, tal como os perfis curvos ou em serpentina das suas cômodas, uma
inspiração ainda ligada ao gosto rococó. Na sua obra The Cabinet-Maker and Upholster’s Guide
são apresentados móveis laçados, esculpidos e pintados; também os embutidos são amplamente
utilizados e feitos em pau-santo, mogno ou madeira acetinada, par de madeira de importação
recente, como a tuia e o ambone.
Desenho de mesa de biblioteca. O interesse de Sheraton pelos
mecanismos e a funcionalidade dos móveis estão testemunhados nesta mesa
contendo uma pequena escada escondida por um apoio de leitura.
A MODA CHINOISERIE
(Séculos XVII a XIX)
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O interesse da Europa pelas manifestações da arte oriental remonta aos primeiros anos do
século XVII com a constituição, por parte da Holanda e da Inglaterra, de “Companhias das Índias
Orientais”análogas, às quais se associam logo depois a França
Cômoda. A graciosidade desta pequena cômoda de madeira laçada com paisagens, pássaros
e vegetação advém da delicada curvatura das suas paredes laterais.
Cravo. A perícia de Dagly, autor deste cravo de 910, encontra-se patente nestas
pinturas e lacagem com motivos de flores e figuras de inspiração chinesa .
As Lacas Holandesas
A Chinoiserie inglesa
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cheios, a curvatura das costas das cadeiras, o amplo emprego de pequenas grades entrelaçadas,
com losangos ou figuras mais complexas, as pernas direitas ou ligeiramente arqueadas e os
elementos de suporte esculpidos em cana de bambu. São menos convincentes as reconstituições
que, pretende ser integrais, como a extravagante cama com pagode de autoria de chippendale, e
que na realidade não passam de invenções cenográficas. Além de Thomas chippendale, a quem
se deve o chamado Chippendale chinês, são muitos os ebanistas que produzem chinoiserie. Entre
eles, William Ince e John Mayhew, aos quais se deve uma obra de título singular. O autêntico
amigo e companheiro do construtor de móveis e cadeiras, ou sistema universal de construir
cadeiras tornado simples e fácil, publicada entre 1759 e 1763. Além do estilo chinoiserie, Ince e
Mayhew produzem móveis rococó e neogóticos.
Poltrona executada por volta de 1760 pelos ebanistas ingleses Ince e Mayhew, em faia
pintada de brabco, apresenta no trabalho com aberturas das costas um motivo
geométrico de gosto oriental.
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Armário genovês. Caracterizado por lacas chinesas em ouro e negro
representando paisagens, figuras e motivos vegetais, apresenta uma
frente fechada por meio de portas ornadas de painéis trabalhados.
Esplendores de Veneza
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Escrivaninha. Magnífica escrivaninha com tampo de baixar,
executada por Riesener cerca de 1783 para Maria Antonieta;
apresenta na frente dois painéis de laca japonesa com paisagens e
elementos florais.
A Laca
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