Etica Na Educação Fisica PDF
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PROFISSIONAL
Introdução
Neste capítulo você vai ler sobre um importante marco histórico da
profissão de educação física: a sua regulamentação como atividade
profissional, em 1998. A partir desse momento, surgiu também a res-
ponsabilidade ética do profissional, em que se identificou a importância
de um conhecimento técnico e científico especializado e a necessidade
do desenvolvimento de competências específicas para a sua atuação,
possibilitando o atendimento a toda a sociedade com os valores e os
benefícios advindos da sua prática.
Paralelamente à regulamentação, você verá que questões éticas e mo-
rais foram surgindo e referem-se a fatores do contexto social e a questões
gerais e específicas da educação física, tais como doping, comercialização,
exercício profissional de baixa qualidade, violência, corrupção, intolerância
e injustiça social — problemas que dificultam e comprometem o exercí-
cio profissional da educação física, gerando processos de justiça social.
Por fim, convidamos você a identificar a importância da conduta ética
do profissional de educação física em meio às diversidades de campos
disciplinares tanto da saúde quanto da educação.
2 Ética do profissional de educação física
Princípios Diretrizes
(Continua)
Ética do profissional de educação física 5
(Continuação)
Princípios Diretrizes
Há, ainda, muitos brasileiros que não têm acesso aos benefícios da
educação física e esportes. Infelizmente, muitos processos de inter-
venção na educação física e esportes não garantem a inclusão dos
participantes. Há discriminações em função de idade, sexo, religião e
nível socioeconômico. Falta respeito e valorização da diversidade e da
tolerância entre os participantes.
Tem sido comum o uso exacerbado de substâncias ilícitas para obter
vantagens: o doping, grande flagelo do esporte atualmente. O slogan
“sem doping, sem esperança” (do inglês: no dope, no hope) tem sido
lema dos treinadores e preparadores físicos de atletas. Muitas vezes os
atletas são orientados a processos de preparação e treinamento ilícitos,
contrários às regras, em desrespeito ao espírito esportivo e à dignidade
da pessoa.
A pedofilia tem sido um comportamento habitual em professores e
técnicos esportivos de crianças e jovens.
O desejo de vitória a qualquer custo no contexto do esporte, muitas
vezes pressionado pelos dirigentes, tem feito com que profissionais
da educação física utilizem meios ilícitos e pouco humanitários na
preparação e treinamento de atletas.
O alto nível de exigência na performance esportiva de crianças tem feito
com que estas deixem de viver plenamente a fase da infância, gerando
sérias consequências à vida psicológica e social delas. Precocemente,
muitas abandonam a família e os estudos para se dedicarem ao esporte.
A formação dos profissionais de educação física às vezes é compro-
metida em relação às suas competências técnica, científica e ética. O
rápido crescimento do número de cursos universitários para formação
desse profissional no Brasil nem sempre tem sido acompanhado pelo
crescimento da qualidade do ensino.
Lidar com os fenômenos da corrupção e da violência do contexto social
amplo faz parte do exercício profissional em educação física. Há uma
estreita comunicação entre ambos. É necessário analisá-los de forma
crítica e reflexiva.
esta é uma área do conhecimento que tem sua inserção como prática
social;
a intencionalidade, em qualquer das suas atividades, é educativa;
8 Ética do profissional de educação física
(Continua)
Ética do profissional de educação física 11
(Continuação)
Além da Lei nº. 9.696/1998, que dispõe sobre a regulamentação da profissão de edu-
cação física e cria o Confef e os Crefs complementarmente outros documentos nor-
malizadores foram elaborados ou aperfeiçoados com o objetivo de alinhar demandas
de um novo mercado de trabalho que se delineava e a nova profissão que emergia
para atender à demanda da sociedade (SILVA, 2017).
Entre as principais normativas, podemos citar:
Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº. 218, de 6 de março de 1997
— reconhece como profissional de saúde de nível superior o profissional de edu-
cação física;
Resolução CNS nº. 287, de 8 de outubro de 1998 — relaciona as categorias profis-
sionais de saúde de nível superior para fins de atuação no Conselho;
Resoluções do Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno (CNE/CP) nº. 1, de
18 de fevereiro de 2002, e nº. 2, de 19 de fevereiro de 2002 — ambas revogadas
pela atual Resolução CNE/CP nº. 2, de 1º de julho de 2015, que define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior nos cursos de
licenciatura, de formação pedagógica para graduados e de segunda licenciatura,
bem como para a formação continuada hoje vigente;
Resoluções do Conselho Nacional de Educação/Conselho de Educação Superior
(CNE/CES) nº. 7, de 31 de março de 2004, e nº. 4, de 6 de abril de 2009 — relativas
ao curso de bacharelado.
As Resoluções CNE/CP nº. 2/2015 e CNE/CES nº. 4/2009 foram recentemente revo-
gadas pela Resolução CNE/CES nº. 6, de 18 de dezembro de 2018.
CONFEF. Resolução nº. 307, de 9 novembro de 2015. Dispõe sobre o Código de Ética dos
Profissionais de Educação Física registrados no Sistema CONFEF/CREFs. Diário Oficial da
União, Brasília, 2015. Disponível em: https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/381.
Acesso em: 10 abr. 2019.
DIAS, J. M. Ética e bioética nas intervenções profissionais da educação física. In: TOJAL, J.
B.; BARBOSA, A. P. (org.). A ética e a bioética na preparação e na intervenção do profissional
de educação física. Belo Horizonte: Casa da Educação Física, 2006.
SANTOS, A. R. R. Ética e deontologia ética e deontologia da educação física da edu-
cação física. In: TOJAL, J. B.; BARBOSA, A. P. (org.). A ética e a bioética na preparação e
na intervenção do profissional de educação física. Belo Horizonte: Casa da Educação
Física, 2006.
SILVA, V. S. S. Profissionalização e ética na educação física. In: VARGAS, A. (org.). Di-
mensionamento ético da intervenção profissional em educação física. Rio de Janeiro:
CONFEF, 2017.
Leituras recomendadas
TOJAL, J. B.; BARBOSA, A. P. (org.). A ética e a bioética na preparação e na intervenção do
profissional de educação física. Belo Horizonte: Casa da Educação Física, 2006. Disponível
em: https://www.listasconfef.org.br/arquivos/etica/A.Etica.e.a.Bioetica.4.pdf. Acesso
em: 10 abr. 2019.
TOJAL, J. B.; DACOSTA, L. P.; BERESFORD, H. Ética profissional na educação física. [S. l.]:
Shade, 2003.
VARGAS, A. (org.). Dimensionamento ético da intervenção profissional em educação física.
Rio de Janeiro: CONFEF, 2017. Disponível em: https://www.listasconfef.org.br/arquivos/
dimensionamento_etico_angelo.pdf. Acesso em: 10 abr. 2019.