A Quimica Das Aguas Naturais
A Quimica Das Aguas Naturais
A Quimica Das Aguas Naturais
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
A QUÍMICA DAS ÁGUAS NATURAIS
Nathália Reis Silva 201405653
Gabriel Eduardo Nascente 201502875
Química Geral
Prof. Dr.
Raquel Ferreira dos Santos
Goiânia, GO.
Junho, 2016.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
A QUÍMICA DAS ÁGUAS NATURAIS
Goiânia, Go.
Junho, 2016.
INTRODUÇÃO
A água ocupa cerca de 71% da superfície terrestre, entretanto boa parte dessa
água não serve para consumo humano, ou seja, não é potável. Essa água é chamada de
água salgada.
A água potável, chamada de água doce, constitui uma pequena quantidade dos
corpos d’água no mundo – apenas 2,5% como mostrado na figura 1 sendo que a maior
parte está congelada nos polos e o restante se encontra em rios, lagos e reservatórios
subterrâneos. (James e Mendes, 2011).
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Água subterrânea é o nome dado para águas doces encontradas na zona saturada –
local onde a água desloca todo o ar dos espaços porosos deste solo – de solos úmidos.
Em torno de 0,6% do abastecimento total de água do mundo é proveniente de águas
subterrâneas. (Baird, 2011).
Oxigênio dissolvido
As reações de oxirredução são reações em que ocorrem a transferência de
elétrons de uma espécie química para outra. Ou seja, há uma mudança nos números de
oxidação (nox) dos elementos presentes.
O agente oxidante mais importante – aquele que extrai elétrons de outras
espécies – em corpos d’água naturais é o oxigênio molecular dissolvido. (Baird, 2011)
A concentração de oxigênio dissolvido em água é baixa:
O ↔ O
2(atmosférico) 2(dissolvido)
[O2dissolvido]
Temos então que; Kh = PO2(atmosférico)
Como o Kh é a constante da Lei de Henry, que para o Oxigênio a 25°C é 1,3 x
3
10 mol/L x atm, temos que a solubilidade em 25° C é:
4
Para um mol de Oxigênio molecular, temos: 2,73 x 10 mol/L x 32 g/mol = 8,73
mg/L.
O oxigênio dissolvido em meio aquoso forma um sistema oxidante conforme as
seguintes reações:
O + 2H
2(aquoso) O
2 + 4e
(líquido) ↔ 4HO
(aq) (Eq: 1)
+
O + 4H
2(aq) (aq)+ 4e ↔ 2HO
2 (Eq: 2)
(l)
DEMANDA DE OXIGÊNIO
Para sobreviver, algumas espécies de peixes precisam de 5mg/L de oxigênio
dissolvido na água. (Baird, 2011).
{CHO}
2 + O
n(aq) CO
2(aq) ↔ + H
2(g) O
2 (aq)
+ +
NH + 2O
4(aq) NO
2(aq) ↔ + 2H
3(aq) + H
(aq) O
2 (aq)
As equações acima demonstram reações que consomem o oxigênio dissolvido na
água. A fórmula {CHO}
2 representa uma matéria orgânica qualquer.
n
Oxidação da amônia e do íon amônio
Podemos equacionar o que se forma na reação do amônio na água, como visto
acima:
+ +
NH + 2O
4(aq) NO
2(aq) ↔ + 2H
3(aq) + H
(aq) O
2 (aq)
Entretanto, a amônia (NH) forma um sistema de reações com a água, análogo
3
ao que será discutido sobre o sistema COCarbonato, com várias equações que favorece
2
à formação do íon nitrato.
O NO
3 serve como alimento para algas e pode causar um aumento no
crescimento de algas e diminuir a quantidade de oxigênio dissolvido.
A deficiência de oxigênio é um deletério à vida aquática.
Água aerada
Uma das formas de repor de oxigênio dissolvido é a aeração de corpos d’água.
A aeração consiste em criar uma turbulência no corpo d’água criando, assim,
uma área de contato maior facilitando a solubilidade de oxigênio na água. Além disso, a
água agitada faz com que o ar atinja o corpo d’água com uma pressão maior.
Esse processo ocorre naturalmente em rios e lagoas, mas como pode se ver na
figura 3, ele pode ser feito artificialmente em tratamentos de esgoto ou em recuperação
de rios.
Em rios ou lagoas que não recebem afluente ou escoam a água se torna
estagnada.
Água estagnada
A água parada possui uma quantidade de oxigênio dissolvida baixa, facilitando o
aumento do amônia e íons nitrato, que servem de alimentos para algas. Um aumento
expressivo de algas causa a eutrofização do rio ou lago, causando a morte de todos os
seres vivos presentes nela, uma vez que as algas irão crescer até consumirem todo o
oxigênio.
DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO
A capacidade da biota – matéria orgânica ou biológica – em águas naturais de
consumir oxigênio, catalizadas por bactérias presentes nos corpos d’água, é chamado de
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). (Baird, 2011).
matéria orgânica.
[O]antes ↔ [O
2 ]depois
2
No laboratório, a amostra de água com a carga orgânica é incubada a 25° C,
mantida em local escuro e mantida estagnada por um período de 5 dias, tempo que
teoricamente seria necessário para a matéria orgânica estabilizar. A demanda de
oxigênio nesse caso é chamada de DBO.
5
DECOMPOSIÇÃO ANAERÓBIA
A matéria orgânica dissolvida é decomposta em água por seres anaeróbios se as
bactérias necessárias estiverem presentes e, obviamente, se não houver oxigênio
presente.
A falta de oxigênio dissolvido ocorre naturalmente em águas estagnadas, como visto
anteriormente, e em regiões profundas de lagos, rios ou mares.
{CHO} ↔ CH
2 (g) + CO
4 2
Nas camadas inferiores de lagos, rios ou mares, há uma menor quantidade de
oxigênio dissolvido e há acumulo de matéria orgânica e outros resíduos. Nessa camada,
geralmente está presente os elementos em sua forma reduzida.
COMPOSTOS DE ENXOFRE EM ÁGUAS NATURAIS
Em moléculas orgânicas e bioinorgânicas, como os aminoácidos, o enxofre está
presente com graus de oxidação intermediários. Sua decomposição em via anaeróbica, leva a
emissão de H 2S e outros gases contendo enxofre reduzido (metanotiol CH 3SH,
dimetilsulfeto CH 3SCH 3 – gás do pântano).
Na água, o HS pode ser totalmente oxidado por certas bactérias:
2
HS + 2O
2 → H
2 SO
2 4
Algumas bactérias anaeróbicas podem usar o íon sulfato como agente oxidante
para conversão de matéria orgânica:
2 +
2SO
4 + 3CHO + 4H
2 → 2S + 3CO + 5H
2 O
2
Estas reações são importantes na água do mar, onde a concentração do íon
sulfato é muito mais elevada do que em água doce.
COMPOSTOS DE NITROGÊNIO EM ÁGUAS NATURAIS
+
Processo de nitrificação: catalisado por microorganismos; NH4 e NH3 são oxidados para
NO3.
Processo de desnitrificação:
NO
e NO
Processo de desnitrificação: NO3
e NO2 são
reduzidos reduzidos para N 2 (óxido nitroso, N2O subproduto minoritário em ambos os
processos).
Ambientes aeróbicos
(superfície de lagos): → NO3
+
Ambientes anaeróbicos
(fundo dos lagos estratificados): → NH4 e NH3
NO2 → ambiente anaeróbico → solos alagados, que não são redutores o suficiente para
converter todo o nitrogênio em amônia.
+
Plantas → pode absorver nitrogênio unicamente na forma de NO3, NH3 e NH4 usados
como fertilizantes devem ser primeiramente oxidados através de microorganismos para que
sejam úteis.
NITROSAMINAS NA ÁGUA
O excesso de nitrato na água potável constitui um risco para a saúde, visto que pode
resultar em metemoglobinemia tanto em bebês recémnascidos, como em adultos com
deficiência enzimática. A fonte do excesso de nitrato é o excesso de fertilizantes químicos
aplicados nas áreas agrícolas, onde são arrastado pelas chuvas e levados para os rios e águas
subterrâneas.
As bactérias presentes em mamadeiras que não são esterilizadas ou no estômago do
bebê, reduzem parte do NO3 para NO2. O nitrito combinase com hemoglobina do sangue e
promove sua oxidação, impedindo a absorção e o transporte de oxigênio para as células. O
bebê tornase azul e sofre insuficiência respiratória.
O excesso de íons NO3 na água potável e nos alimentos pode levar a um aumento na
incidência de câncer de estômago em seres humanos, dado que parte desses íons é convertida
em íon NO2 no estômago. O problema reside no fato de que os nitritos poderiam reagir com
aminas para produzir Nnitrosaminas, compostos conhecidos por sua ação carcinogênica em
animais.
As Nnitrosaminas são potentes agentes carcinogênicos, em especial a
Nnitrosodimetilamina (NDMA). A NDMA é produzida no estômago e podem também
ser encontrada em alimentos e bebidas, adicionase nitrato para “curar” os alimentos.
Parte deste nitrato é reduzida bioquimicamente para íons nitrito, o que impede o
botulismo. O nitrito mantém o sabor e aparência dos alimentos e se transforma em
nitrosaminas no processo de fritura e no estômago.
A água com níveis elevados de nitrato aumenta o risco de aparecimento de
linfoma do tipo nãoHodgkin. Na União Européia, a concentração máxima de íon
nitrato na água potável é de 50 ppm e nos estados Unidos, a concentração máxima de
íon nitrato na água potável é de 10 ppm.
A QUÍMICA ÁCIDOBASE EM ÁGUAS NATURAIS
Sistema CO2Carbonato
As águas naturais, mesmo as consideradas “puras’, contém quantidades significativas
de CO 2 dissolvido e de seus ânions derivados, assim como Ca2+ e Mg2+.
A química ácidobase em muitos sistemas aquáticos é dominada pela interação do íon
2
carbonato, CO
3, uma base moderadamente forte, com o ácido fraco HCO
2 , ácido carbônico.
3
1ppm. O controle de íon sódio também é importante, pois pode causar aumento na
pressão arterial. O excesso de sulfato (acima de 500mg/L) pode causar efeito laxante.
Tabela 1. Concentrações iônicas em água de rio e padrões para íons em água potável.
Água do mar
A concentração de íons totais na água do mar é bem maior do que nas águas
doces. Podese encontrar íons sódio, cloreto, magnésio e sulfato.
Na evaporação gradual da água do mar temos as seguintes precipitações:
CaCO
3 (0,12 g/L), CaSO•H
4 O (1,75 g/L), NaCl (29,7 g/L), MgSO
2 4 (2,48 g/L),
MgCl (3,32 g/L), NaBr (0,55 g/L) e KCl (0,53 g/L)
2
1
O pH é de aproximadamente 8,1 e o DQO é de aproximadamente 1 mg L
Dureza em águas naturais
2+ 2+
Este índice mede a concentração de Ca e de Mg . O índice de dureza é
definido como:
2+ 2+
dureza = [Ca ] + [Mg ]
CaSO e a maior parte do magnésio se deve ao calcário dolomítico (CaMg(CO
4 )
3 ).
2
A dureza é uma característica importante, pois os íons cálcio e magnésio
formam sais insolúveis com os ânions dos sabões. As águas “moles” possuem o pH
mais próximo a 7,0.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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<http://www.freedrinkingwater.com/water_quality/quality1/1bodeffectsonwaterqual
itypage2.htm>. Acesso em: 18 Junho 2016.
COLIN BAIRD, M. C.
Química Ambiental
. 4°. ed. [S.l.]: bookman, v. único, 2011.
ENVIRONMENTAL EDUCATION AND RURAL HEALTH. wheatleyriver .
Disponivel em:
<http://www.wheatleyriver.ca/currentprojects/wrigpilotnitratestudy/nitratesandthei
reffectonwaterqualityaquickstudy/>. Acesso em: 18 Junho 2016.
LENZI, E.
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Ciência, vida e sobrevivência. 1°. ed. [S.l.]:
LTC, v. único, 2014.
ONNIG, J. Geografia:
estudos para compreensão do espaço. 1°. ed. São Paulo: FTD, v.
único, 2011.
ORAM, M. B. Water reseach center . Disponivel em:
<https://www.waterresearch.net/index.php/ammoniaingroundwaterrunoffandstrea
ms>. Acesso em: 18 Junho 2016.