FSSPX Tenho-Vocacao
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Tenho Vocação?
A SÃO JOSÉ
Padroeiro das Vocações
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Sumário
Apresentação .................................................................................................................... 3
Apresentação
O Ilmo. Pe. Luis Maria Barrielle foi o Diretor Espiritual do Seminário São Pio
X em Ecône, escolhido para esta função tão importante por Dom Marcel Lefebvre,
Fundador da Fraternidade Sacerdotal São Pio X.
Neste trabalho dedicado a São José, padroeiro das vocações, nos explica quais
são os princípios básicos da doutrina católica acerca da vocação.
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Tenho vocação?
Eis aqui uma questão que perturbou a muitas almas generosas... “Posso?...
Devo me entregar totalmente a Deus?...”
Por esta razão, a fim de ilustrar bem aos jovens que no começo da sua vida se
fazem esta pergunta de conseqüências incalculáveis: “tenho vocação?” e ajudar
igualmente as almas já comprometidas mas perturbadas, é que vamos considerar o tema
nestas breves páginas:
Que alegria e que glória para essas famílias numerosas das quais Deus
escolheu tantas vocações seletas: Santa Teresinha (a nona), Santo Inácio (o décimo
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primeiro), São Francisco Xavier (o décimo terceiro), Santa Catarina de Sena (a vigésima
quarta)...!
Um sobre três
Homens que conheciam o tema, como São João Bosco e Santo Afonso Maria
de Ligório, diziam: “em geral, de cada três meninos, tem ao menos uma vocação”!
* Certas pessoas crêem que para ter vocação devem ter alguma inclinação...
No entanto, existem muitos que não têm inclinação e têm vocação... e há outros que
embora tenham o desejo, de maneira evidente estão longe de ter vocação... não tem as
disposições requeridas.
* Outros imaginam que faz falta ter escutado algum dia, uma pequena voz
interior que lhes dizia: “vem...!”
Santo Afonso Maria de Ligório acabava de abrir uma casa para favorecer as
vocações sacerdotais e de irmãos.
O jovem Geraldo Majella escutou falar disso. Sem duvidar, abraçou seu pai e
sua mãe e se foi...
- “Aonde vais?”
E foi ali. E graças a esta ação, Nossa Senhora lhe concedeu a graça de realizar
seu desejo de santidade.
E tu? ... Por que não podes fazer como São Geraldo?
Si vis! Se tu queres!
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Não se pode dizer: “quem por sua culpa for infiel à sua vocação se condenará
necessariamente”. Não! Isso é falso! Porque qualquer pecado que se tenha cometido,
por mais grave que seja, se nos humilhamos e pedimos perdão a Deus, Ele nos perdoa e
nos concede todos os meios necessários para nos salvar.
No entanto, é verdade que um homem que por sua culpa se põe fora do
caminho que Deus o chama de maneira certa e insistente (porque há chamados mais
insistentes que outros), este indivíduo se privaria de muitas graças e poria em risco a sua
salvação. Se São Francisco de Assis tivesse permanecido como comerciante de gêneros
ou se Santo Inácio tivesse continuado como cavaleiro, poderíamos nos perguntar o que
teria sido deles.
Tenho vocação?
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Há homens que jamais tinham pensado nisto até que um dia, perguntando-se
sobre a vocação, levaram em diante uma vida totalmente diferente que os conduziu à
santidade. E melhor ainda, passaram a ser instrumentos de salvação nas mãos de Deus
para milhares e milhares de almas. (Um São Paulo, um São Francisco Xavier, um Santo
Afonso Maria de Ligório, etc.).
Tenho vocação?
É necessário ter idéias claras sobre o tema. Se não, muitos chamados não
responderão... e as almas que teriam de salvar, talvez nunca o serão.
Porque muitas vezes, a gente não sabe bem até só depois... posto, que Deus
tem o direito de pedir a quem quer o sacrifício de Abraão (Deus pediu a Abraão que lhe
sacrificasse seu filho Isaac e no momento que o pai ia lhe cravar a faca, um anjo o
deteve. Deus se conformara com a obediência). Assim: São Camilo entrou duas vezes
nos Capuchinhos e duas vezes teve de sair... Deus o reservava para fundar a Ordem dos
Camilos. São Benito José Labre entrou na Trapa... e saiu. E o senhor Martim, o futuro
pai de Santa Teresinha, acaso não foi chamar à porta do mosteiro de São Bernardo
solicitando sua admissão? Foi rejeitado. Deus tinha outros propósitos para ele. Mas seu
ato de generosidade perdurou.
Deus quis que em toda vocação existisse algum risco. Também existe risco
em qualquer matrimônio... em todo alistamento de um marinheiro ou de um soldado...!
Por que não arriscar algo por Cristo? Em todo caso, saibam que este risco terá sempre
sua recompensa.
Assim, pois, Santo Inácio não faz a pergunta desta forma: Tenho vocação?...
Ele a formula duma maneira mais concreta:
Porque esta pergunta – O que devo fazer hoje? - se ilustra com princípios
teológicos e acontecimentos providenciais que nos mostram esta vontade de Deus, que
devemos sempre querer seguir.
tomem consciência da ação que desenvolve a graça celestial e para que levem à
maturidade a semente divina depositada nas suas almas...”
Portanto, a vocação vem de Deus. Ela não vem de nós. A palavra “vocação”
vem do latim “vocare”: chamar. É Deus quem chama.
Não poucas vezes, até mesmo em uma família cristã, se provoca uma
deformação precoce frente ao menino a quem se faz esta pergunta:
Trata-se de buscar “onde quer sua divina Majestade servir-se de mim” durante
minha breve peregrinação terrestre, cujo fim é “louvar, reverenciar e servir a Deus
Nosso Senhor, e assim salvar a minha alma” (nº 23).
Temos aqui uma luz que nos ajudará a ver a vontade de Deus sobre nós.
Tratar-se-á, pois, de “escolher”, diz Santo Inácio, “o que mais nos conduz ao
fim para que somos criados”. A questão se esclarece... Continuemos:
“Mas Deus pede ao homem que responda ao seu convite pelo livre
assentimento da sua vontade (continua ensinando-nos a Igreja); em outras palavras, a
vocação divina exige que o homem escute...”
Sem dúvida, será necessário “proporcionar aos fiéis, às almas dos jovens em
particular, os elementos subsidiários pelos quais estas almas possam escutar a palavra
divina e saibam responder a Deus...
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No Capítulo XIX de São Mateus, vemos Nosso Senhor dar-nos uma aula
magistral sobre esta questão:
O jovem tem aptidão. O Senhor acaba de vê-lo na sua resposta. Assim lhe faz
o convite:
“Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um
tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” Se queres...!
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A reflexão que faz Nosso Senhor então, faz ainda duvidar da salvação do
rapaz...
Por isto:
1. O chamado de Deus: que tem de ser dirigido pelo Bispo ou pelo superior
eclesiástico responsável, encarregado de admitir em nome da Igreja ao estado de
perfeição, e...
São José, Padroeiro e Guarda das vocações, dignai-vos vir na minha ajuda!
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Dizei com São Paulo: “Senhor, que queres que eu faça...?”, ou com o jovem
Samuel: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta”, invocai a Nossa Senhora do Bom
Conselho, rezai a São José, padroeiro das vocações, ao vosso anjo da guarda, ao vosso
padroeiro de batismo, etc...
vezes vãs e vazias, e outras muitas ainda que são más e perniciosas, e que os impede
conceber e meditar a idéia da vida perfeita, o valor e a beleza desta vida... Serão muito
proveitosos momentos de silêncio, de recolhimento... a meditação das realidades
eternas, a ação de graças depois da Missa; principalmente graças a isto se unem com
Deus e Deus mesmo lhes revela paulatinamente as suas vontades misteriosas; e... desse
modo os adolescentes entendem melhor se são chamados ao sacerdócio ou qual é o
papel que Deus lhes confia”.
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Eis aqui cinco. Estes demonstrarão ao jovem se tem direito...e talvez o dever
de dizer: “Aqui estou Senhor!”
Falando daqueles que permanecem virgens para o reino dos céus, Nosso
Senhor nos diz que isto não se pode compreender sem uma graça especial: “Nem todos
são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi
dado” (São Mateus XIX, 11). Não se trata de saber que em teoria a vocação religiosa é
mais elevada que o caminho comum; mas se trata de saber se eu, com as minhas
qualidades concretas, servirei melhor ao Senhor em tal estado. Assim, pois, se o
compreendo, já tenho uma primeira indicação divina.
Na 15ª anotação, Santo Inácio nos diz que “fora do tempo dos Exercícios,
podemos, lícita e meritoriamente, mover todas as pessoas, que mostrem com
probabilidade as disposições necessárias a escolher a continência, a virgindade, o estado
religioso e qualquer outra forma de perfeição evangélica”.
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“É melhor não fazer um voto, diz o Eclesiástico (V, 4), que fazê-lo e não
cumpri-lo”. Alguém que não queira, por exemplo, observar a castidade, a pobreza ou a
obediência, não deve comprometer-se na vida religiosa. Um homem que peca
habitualmente contra a castidade, não deveria avançar sem ter-se corrigido deste mau
costume: “Uma longa castidade, diz São Bernardo, é uma segunda virgindade”.
Assim, pois, não devemos julgar rápido demais. Podemos nos enganar!
1. a intenção reta,
2. o chamado do Bispo,
3. as qualidades necessárias,
Se alguém cumpre com estas quatro condições, pode se entregar sem temor de
errar?
Ensino do Magistério
Os professores... devem esforçar-se em fazer florescer nos jovens que lhes são
confiados a vocação, de tal maneira que eles possam escutar o chamado de Deus e
responder voluntariamente...
Jovem, se queres!
Eis aqui um jovem qualquer, vivo, inteligente. Ele se casaria, com boa
vontade. Várias moças andam a sua volta, não teria mais que dar um sinal.
4. Não há “contra-indicações”.
Este jovem pode se dizer: “Deus me chama? Entrego a Ele a minha vida?
Dou-me ao seu serviço?”
Sem nenhuma dúvida! Este jovem pode considerar como ditas a ele mesmos
estas palavras do Divino Mestre: “Si vis! Se queres, vai, vende todos os teus bens, dá-os
aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!”
Santo Tomás (leia todo o artigo 10 da questão 189, II-IIae da Suma Teológica)
nos diz que são precisas mais razões para não se tornar religioso que para tornar-se
religioso. E ele repete várias vezes no mesmo artigo: “Sobre tudo, não vades buscar
conselho com aqueles que vos impedirão” e cita estas palavras de São Jerônimo “Dai-
vos pressa, vos rogo, e se duvidais encontrando-se amarrado no meio do barco, rompe a
corda antes que perder o tempo de desatá-la”.
Que o jovem não faça a Deus esperar. Da sua parte, quando a questão estiver
clara, que se entregue generosamente a Cristo e passe à sua realização em quanto puder.
Não se deixa a Nosso Senhor esperar.
Resposta às objeções
1º. Mas se é assim, todo o mundo deveria entregar-se a Deus? Seria o fim
do mundo!
Mas tranqüilize-se, está o “Si vis!” (se queres) e muitos não querem... e, além
disso, os cinco sinais que falamos eliminam a muitos...
Por outro lado, já que a nossa peregrinação terrestre nos foi dada como meio
para amar e servir a Deus livremente aqui na terra e merecer fruir dEle em um êxtase de
contemplação e de amor, devemos eleger tudo o que nos ajude o máximo possível a
isso. É Deus quem nos convida.
- Por acaso não credes - dizia – que não vos tentará no matrimônio? Terás ali
mais ocasiões de pecados internos e externos... Na vida religiosa tereis muito menos
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ocasiões de pecado, muito mais auxílios. Seria um pecado contra a esperança crer que
com todos estes auxílios que dá a regra, não se pudesse resistir aos demônios.
Esta pessoa facilmente praticará a castidade perfeita. É uma das graças e das
mais puras alegrias da vida religiosa.
Deus nos leva... Se Ele nos chama lhe fará conhecer a Congregação na qual
lhe quer... ou se quer vê-lo no clero diocesano.
Santo Inácio responde: “se alguém não fez uma eleição a uma Congregação
com votos definitivos como devia - por exemplo, para agradar a madrinha ou para ter
uma boa posição – deve, arrependido, procurar viver bem a sua eleição” (n. 172). Deus
o ajudará.
Sobre quem entrou em um estado de vida aprovado pela Igreja com intenção
reta e com o chamado legítimo dos superiores, não está fora do seu caminho... “O
demônio é um mentiroso” (São João VIII, 44). Quem está nesta situação não deve se
preocupar nem mudar de vida. Que despreze estas tentações. Não nos enganamos
entregando-nos a Deus. Se o inimigo trata outra vez de trazê-lo a sentimentos de um
egoísmo estreito, que o eleito do Senhor rejeite o demônio renovando com todo o
coração a sua consagração total ao Imaculado Coração de Maria e o auxílio de São José,
terror dos demônios. Que continue sem discutir no cumprimento fiel dos seus deveres
de estado. E o demônio fugirá.
“Non deserit nisi deseratur”, diz Santo Agostinho (não nos abandona, a não
ser que O abandonemos).
“O temor daqueles que tremem por não poder chegar à perfeição com o seu
ingresso na vida religiosa não é sensato”, diz Santo Tomás. E cita as palavras de Santo
Agostinho: “Por que vacilais? Lançai-vos nEle. Não temais. Ele não vai se afastar de
vós para vos deixar cair. Lançai-vos nEle com toda a segurança. Ele vos recebirá e vos
guardará” (Confissões VIII).
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É uma velha maçaneta octogonal, de cobre cinzelado, fixada ao seu eixo por
um prego torcido...
Momento decisivo, porque se passa a porta não voltará mais... toda uma
vocação está em jogo. Uma voz forte grita no fundo do seu coração:
- Se passa esta porta, as almas que deveria salvar não o serão mais!
O jovem vacila... Vê o que está em jogo tão tragicamente pela sua ira... A voz
se torna mais forte...
Algum tempo depois, velho missionário de 80 anos, tremerá pensando que por
este movimento de raiva de menino, o demônio teria podido impedir centenas e
milhares de conversões... e provocar numerosas condenações...
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Um seminarista desanimado!
- “Volte! A partir de hoje terás uma boa memória. Serás sábio e fará muito
bem. Mas para que saibas que sou eu quem obtive esta graça do meu Filho, um dia, na
tua velhice, no meio de um sermão, perderás de repente essa memória. Então contarás a
graça que te obtive e já não te restará mais que preparar-te para morrer”.
“Quando Deus vos fizer um dia a honra de vos pedir um dos vossos filhos
para o seu serviço, sabei apreciar esta honra e privilegio de graça tão grande, para o
vosso filho, para vós, e para a vossa família.” (S.S. Pio XII)
“O maior dom que Deus pode fazer a uma família é um filho sacerdote.” (São
João Bosco)
“O idoso casal de Santa Ana e São Joaquim terá que viver sozinho na casa de
Nazaré, cada dia mais vazia y triste. Ambos terão sem embargo algo que não disminui:
a santidade dos corações, a santidade de um casamento... E com isto uma grande paz
que lhes permite dizer a cada um: Sofro... mas cumpri com o meu dever de amor a
Deus. Uma consciência reta vos dá una morte serena, e as orações dos santos vos
alcança tal morte...”
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“Se alguém deixa sua casa, seu pai, sua mãe... ou a seus filhos por meu nome,
receberá o cêntuplo e a vida eterna” (São Mateus XIX, 29).
Necessita-se com urgência, para defender a Igreja e a Pátria, uns João Bosco,
uns Francisco Xavier, uns Vicente de Paula... e também umas Joana d'Arc, umas
Terezinha do Menino Jesus, etc... Não o duvideis!