Drenagem Urbana e Controle de Enchentes
Drenagem Urbana e Controle de Enchentes
Drenagem Urbana e Controle de Enchentes
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IF-SC 160281
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17 INTRODUÇÃO
93 ESTUDOS HIDROLÓGICOS
94 3. 1 Definição da Chuva de Projeto
106 3.2 Modelos Chuva x Deflúvio
133 3.2 Softwares de Simulação Hidráulico-Hidrológica
11
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Durante muitos anos, tanto no Brasil como em outros países, a dre- z
nagem urbana das grandes metrópoles foi abordada de maneira
acessória, no contexto do parcelamento do solo para usos urba-
nos. Na maior parte dessas grandes metrópoles, o crescimento das
áreas urbanizadas processou-se de forma acelerada e somente em
algumas a drenagem urbana foi considerada fator preponderante
no planejamento da sua expansão.
O aumento das áreas urbanizadas e, consequentemente, imper-
meabilizadas, ocorreu a partir das zonas mais baixas, próximas às
várzeas dos rios ou à beira-mar, em direção às colinas e morros, em
face da necessária interação da população com os corpos hídricos,
utilizados como fonte de alimento e dessedentação, além de via de
transporte.
Modernamente, as várzeas dos rios foram incorporadas ao sistema
viário por meio das denominadas "vias de fundo de vale". Para tanto,
inúmeros córregos foram retificados e canalizados a céu aberto ou
encerrados em galerias, a fim de permitir a construção dessas vias
marginais sobre os antigos meandros. Isso significou que as vár-
zeas, sazonalmente sujeitas ao alagamento, fossem suprimidas, o
que provocou, além da aceleração dos escoamentos, o aumento con-
siderável dos picos de vazão e, por conseguinte, das inundações,
em muitos casos.
As soluções adotadas para tais problemas, de um modo geral, apre-
sentam caráter localizado. Os trechos de canais, ampliados aqui e
acolá, reduzem o prejuízo das áreas afetadas, mas, por causa da
transferência de vazões, as inundações agravam-se para jusante,
uma vez que a drenagem urbana é fundamentalmente uma questão
de "alocação de espaços". Isto é, a várzea utilizada pelo rio ou córre-
go nas cheias, suprimida pelas obras de urbanização, será sempre
requerida a jusante.
Essas vias de fundo de vale, ao longo do tempo, atraem intensa ocu-
pação, principalmente comercial. A ampliação dos sistemas de dre-
nagem existentes nesses locais torna-se muitas vezes impraticável,
pelos altos custos sociais envolvidos e pelos elevados investimen-
tos necessários à implantação de obras hidráulicas de grande porte.
Em muitos casos, por causa do alto custo ou da impossibilidade de
desapropriação de áreas ribeirinhas, bem como pela necessidade
de interrupção do tráfego, a solução requer a utilização de métodos
executivos sofisticados e, portanto, custosos, como, por exemplo,
túneis em solo.
Diante desse cenário, o estudo e a aplicação de novas soluções
estruturais, notadamente para a adequação de sistemas existentes,
ganharam grande impulso nas duas últimas décadas.
Os conceitos "inovadores" mais adotados para a readequação ou o
aumento da eficiência hidráulica dos sistemas de drenagem têm por
objetivo promover o retardamento dos escoamentos, de forma a
aumentar os tempos de concentração e reduzir as vazões máximas ;
amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da
retenção em reservatórios; e conter, tanto quanto possível, o run-off
no local da precipitação, pela melhoria das condições de infiltração,
ou ainda em tanques de contenção.
Isso significa uma mudança radical na filosofia das soluções estru-
turais em drenagem urbana, pois anteriormente implantavam-se
obras de canalização que aceleravam o escoamento para o afasta-
mento rápido dos picos de cheias para os corpos d'água de jusante.
Essa visão "higienista" era adotada pelos responsáveis pela drena-
gem de águas pluviais . A exemplo dos esgotos sanitários, os proje-
tos preconizavam a rápida retirada das águas drenadas dos locais
onde haviam sido originadas, o que ocasionava a sobrecarga de cór-
regos receptores, ou seja, da macrodrenagem. Atualmente, a verten-
te "conservacionista", que busca reter os escoamentos pluviais nas
proximidades de suas fontes, constitui o paradigma da moderna
drenagem urbana.
Embora a bibliografia disponível em outros países seja pródiga
em exemplos da aplicação dos conceitos "inovadores" descritos,
no Brasil, surpreendentemente, a aplicação desses conceitos, ou
mesmo a especulação da sua aplicabilidade, ainda é incipiente.
Em contrapartida, os problemas de drenagem urbana nas gran-
des e médias cidades brasileiras que ainda experimentam grande
expansão mostram-se calamitosos. A frequência e a gravidade das
inundações em algumas cidades e regiões metropolitanas, como,
por exemplo, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas
e Recife, demonstram a necessidade de procurar soluções alterna-
tivas estruturais e não estruturais e mesmo de conhecer melhor
a fenomenologia climatológica, ambiental, hidrológica e hidráuli-
ca do problema, além dos seus componentes sociais com relação à
habitação, saúde, saneamento e os demais aspectos, inclusive polí-
tico-institucionais.
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Enquanto nos países mais desenvolvidos a ênfase nas questões de z
drenagem urbana concentra-se nos aspectos relativos à qualida-
de da água coletada, encontrando-se práticas ligadas ao controle
das inundações em geral bastante adiantadas, no Brasil, o controle
quantitativo das enchentes ainda é o principal objetivo das ações.
Há ainda a problemática carência do saneamento básico nas cida-
des, que transforma praticamente todos os córregos urbanos em
condutores de esgotos a céu aberto. E, po r consequência, as inun-
dações, além de todos os danos que acarretam ao tráfego, às pro-
priedades em geral, às moradias e ao comércio, trazem consigo
as doenças decorrentes do contato com a água contaminada pela
população diretamente afetada, tais como a leptospirose, a febre
tifoide e a hepatite.
Anualmente, nos períodos de chuvas de verão, chega a centenas
o número de casos de leptospirose associados às inundações na
cidade de São Paulo; a taxa de mortalidade, por sua vez, atinge
cerca de 20% dos casos. Nos demais períodos do ano, a anotação de
casos de leptospirose tem caráter endêmico.
A análise das soluções para tal flagelo deve, portanto, ser multi-
disciplinar e pragmática, dado o enorme impacto social. É -neces-
sária a realização de estudos de planejamento global de drenagem
urbana, por meio dos planos diretores de drenagem, em que todos
os aspectos voltados às obras de infraestrutura e de planejamento
urbano sejam analisados de forma integrada.
Neste trabalho pretende-se enfatizar a importância do equa-
cionamento abrangente dos problemas de drenagem em centros
urbanos, bem como apresentar e discutir alguns conceitos "ino-
vadores" em nosso País em relação à abordagem hidráulico-hidro-
lógica. O objetivo principal é verificar a aplicabilidade desses
conceitos, já utilizados em outros países, na solução de problemas
de inundações em cidades brasileiras.
O gerenciamento de drenagem nas cidades brasileiras, de maneira
geral, é realizado pelas prefeituras municipais, uma prática adota-
da na maioria das cidades do mundo. Entretanto, inexiste entre nós
uma visão global que integre esse gerenciamento ao planejamento
urbano .
Por essa razão, apresenta-se uma conceituação geral do planeja-
mento de drenagem urbana, seus benefícios, condicionantes e obje-
tivos principais.
Durante os estudos da aplicação dos conceitos desenvolvidos na tese
de doutorado que originou este livro (1992/1995), algumas alterna-
tivas de solução foram à época levadas pelo autor aos órgãos res-
ponsáveis pelo gerenciamento de drenagem da cidade de São Paulo
- Prefeitura do Município de São Paulo/Secretaria de Infraestrutura
Urbana - Siurb e Empresa Municipal de Urbanização - Emurb .
A acolhida a essas soluções superou as expectativas e resultou, de
imediato, na implantação do reservatório para controle de cheias
da Av. Pacaembu (zona oeste de São Paulo), em 1993/1994. Permi-
tiu também prosseguir, no período 1994/1998, o detalhamento dos
projetos do sistema Água Espraiada/dreno do Brooklin (na zona
sul), e das obras de detenção nos córregos Guaraú e Bananal, na
bacia do rio Cabuçu de Baixo (na zona norte), que constituíram os
três projetos pioneiros na aplicação de novas tecnologias no contro-
le das -enchentes na cidade de São Paulo .
Posteriormente à publicação da tese de doutorado (1995), o autor
teve a oportunidade de coordenar, a partir de 1998, o PDMAT, ela-
borado para o DAEE, o qual abrange a Região Metropolitana de São
Paulo - RMSP. Nesse mesmo ano, a Hidrostudio Engenharia, da qual
o autor é sócio-diretor, obteve o Prêmio Prestes Maia de Urbanismo,
com o trabalho Estudo Integrado de Controle de Enchentes na Bacia
do Rio Aricanduva . Esse prêmio foi uma iniciativa da PMSP, propor-
cionado pela Secretaria Municipal de Planejamento - Sempla e pelo
Instituto de Engenharia - SP. À época, nosso trabalho já preconiza-
va, além das obras de retenção, o retardamento dos escoamentos
no canal do Aricanduva.
Os estudos e projetos apresentados, que abrangem a aplicação dos
conceitos propostos pelo autor, estão detalhados nos Caps . 7 e 8.
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Evolução da Drenagem Urbana em São Paulo z
A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), por meio de ações da
PMSP, e do DAEE, bem como das prefeituras da região do ABCD,
transformou-se nos últimos anos em referência nacional na implan-
tação de soluções inovadoras de drenagem urbana. A quantidade e
o porte das obras "não convencionais" de drenagem já implantadas
na região, entre 1994-2003, justificam a sua condição de líder nacio-
nal nessa especialidade.
Como resultado das ações empreendidas até o ano de 2003, cerca
de 33 bacias de detenção, denominadas piscinões com um volume
de retenção total próximo de 4,5 milhões de metros cúbicos, foram
implantadas na RMSP. Outras obras similares estão em andamento.
O Quadro i apresenta a necessidade de reservação preconizada pelo
PDMAT em algumas bacias da RMSP, e o realizado até 2003 (ver Cap. 8).
O histórico da evo lução conce ituai nas ações de dren agem na RMSP
pode ser observado no Quadro ii. Nota-se que, desde a mudança
do paradigma, representada pela implantação do reservatório do
Planejamento integrado
-
A falta de visão sistêmica no planejamento da macrodrenagem, que
predomina por diversas razões, é a grande responsável pelo estado
caótico do controle das enchentes nas áreas urbanas brasileiras.
Nesse cenário, destaca -se a necessidade inadiável de planificar
ações preventivas, onde ainda forem possíveis, e corretivas, onde o
problema já se encontra instalado. No entanto, essas ações devem
ser realizadas de maneira integrada, abrangendo toda a bacia hidro -
gráfica, esteja ela inserida num ou em vários municípios. Tais são,
em resumo, a abordagem e o principa l objetivo do plano diretor de
macrodrenagem que muitas cidades e regiões metropolitanas do
Brasil e de outros países vêm adotando sistematicamente.
Planejamento
de Sistemas
de Drenagem
Urbana
A aceleração dos escoamentos teve como efeito transferir para
jusante o problema de redução de espaços naturais. Quanto menor
o tempo de concentração , maior o pico da vazão a jusante. Isso,
com frequencia, traz inundação em áreas que anteriormente não
sofriam tais problemas, visto que a ocupação urbana nos vales nor-
malmente se desenvolve no sentido de jusante para montante.
Diversas leis têm sido formuladas e jurisprudências são adotadas
para proteger os atingidos por tais problemas, ao longo das últimas
décadas, principalmente nos países mais desenvolvidos.
A resposta normalmente ditada pelos planos diretores de drenagem
é recomendar a construção de mais obras de galerias e canaliza-
ções, que acabam por sobrecarregar rios e córregos com alguma
capacidade de absorção dessas sobrecargas ou então afetam popu-
lações mais rarefeitas (Sheaffer e Wright, 1982).
A falha em incorporar a drenagem na fase inicial do desenvolvimen -
to urbano em geral resulta em projetos muito dispendiosos ou, em
esrágios mais avan çados, na sua inviabilidade técnico-econômica
(Braga, 1994).
Esse cenário demonstra a importância do planejamento integrado e
abrangente dos sistemas de drenagem urbana e expõe os conflitos,
aos quais o planejador deve dar respostas apropriadas.
Como ilustração da oportunidade e relevância do tema, estimou-se
que 7% da área dos EUA correspondem a locais sujeitos a inundação,
admitindo tempos de recorrência de até cem anos. Essa área total
corresponde ao Estado do Texas. Nos EUA, as inundações provocam
...e:
Vl
C1J
prejuízos estimados em US$ 2 bilhões por ano. Nos anos de 1970,
C1J
..e: houve o registro de 200 mortes em média, com cerca de 80 mil
u
e:
LLJ pessoas obrigadas a abandonar suas casas , segundo o U.S. Water
C1J
"O Resources Council (1981) e Wanielista e Yousef (1993) .
C1J
....o
...e: Neste livro, expõe -se uma descrição dos prejuízos e dos problemas
o de grande proporção trazidos pelas inundações na RMSP. Desta-
u quem-se as iniciativas de introdução do conceito de plano diretor
C1J
ro de drenagem urbana da Empresa Metropolitanade Planejamento da
e:
ro Grande São Paulo S/A Emplasa (1983), e as diretrizes contidas no
.e
....
:::i plano estadual de recursos hídricos, do DAEE (1990) .
E
C1J
bJ) Entretanto, a aplicação dos conceitos e diretrizes de tais planos
ro
e: foi praticamente ignorada pelos órgãos responsáveis, quer pelas
....C1J dificuldades políticas, oriundas da pressão pela urbanização, quer
Q
pelas econômicas, com a crônica falta de recursos.
Segundo Braga (1994), a maioria dos países em desenvolvimento,
incluindo o Brasil, experimentou nas últimas décadas uma expan- <a
e
são urbana com precária infraestrutura de drenagem, advindo os <a
.e
.....
problemas de inundação principalmente da rápida expansão da :::i
população urbana, do baixo nível de conscientização do problema, E
Q)
VI
Para a conveniente seleção entre as muitas alternativas possíveis ao Q)
"O
planejamento de drenagem urbana, é necessário escolher uma política E
ou partido de atuação que determine as decisões presentes e futuras. e
Q)
E
Visando à consolidação de tais políticas, é preciso dispor de crité- <a
'cii'
rios gerais de projeto, operação e manutenção. Também são impor- e
.!!l
tantes os dados físicos da bacia, hidráulicos, hidrológicos, de uso Q.
E
Medidas Estruturais ctS
ºiif
e
As medidas estruturais compreendem as obras de engenharia, que ctS
......
As medidas intensivas, de acordo com seu objetivo, podem ser de
quatro tipos: de aceleração do escoamento: canalização e obras cor-
relatas; de retardamento do fluxo: reservatórios (bacias de deten-
ção/retenção), restauração de calhas naturais; de desvio do escoa-
mento: túneis de derivação e canais de desvio; e que englobem a
introdução de ações individuais visando tornar as edificações à
prova de enchentes.
Por sua vez, as medidas extensivas correspondem aos pequenos
armazenamentos disseminados na bacia, à recomposição de cober-
tura vegetal e ao controle de erosão do solo, ao longo da bacia de
drenagem.
Medidas Não Estruturais
Em contraposição às medidas estruturais, que podem criar uma
sensação de falsa segurança e até induzir à ampliação da ocupação
das áreas inundáveis (Tucci, 2002), as ações não estruturais podem
ser eficazes a custos mais baixos e com horizontes mais longos de
atuação.
As ações não estruturais procuram disciplinar a ocupação territo-
rial, o comportamento de consumo das pessoas e as atividades eco-
nômicas .
Considerando aquelas mais adotadas, as medidas não estruturais
podem ser agrupadas em: ações de regulamentação do uso e ocu-
pação do solo; educação ambiental voltada ao controle da poluição
difusa, erosão e lixo; seguro-enchente; e sistemas de alerta e previ-
são de inundações .
Por meio da delimitação das áreas sujeitas a inundações em função
do risco, é possível estabelecer um zoneamento e a respectiva
regulamentação para a construção, ou ainda para eventuais obras
de proteção individuais (co mo a instalação de comportas, portas-
-estanques e outras) a serem incluídas nas construções existentes .
Da mesma forma pode-se desapropriar algumas áreas , destinando -
-as a praças, parques, estacionamentos e outros . Por outro lado, os
seguros-enchente podem ser calculados a partir da determinação
dos riscos associados às cheias .
Os sistemas de previsão e alerta vi sam evitar o fator surpresa, que
muitas vezes provoca vítimas fatais e grandes prejuízos pelo ala-
gamento de vias, aprisionamento de veículos, inundação de edifica-
ções e de equipamentos. O sistema de alerta facilita as ações pre -
ventivas de isolamento ou retirada de pessoas e de bens das áreas
sujeitas a inundações, bem como a adoção de desvios de tráfego .
As ações de regulamentação do uso e ocupação do solo visam pre-
venir contra os fatores de ampliação dos deflúvios , representados
pela impermeabilização intensiva da bacia de drenagem e pela ocu-
pação das áreas ribeirinhas inundáveis, fatores que sobrecarregam
a capacidade natural de armazenamento e o escoamento das calhas
dos rios .
Em um planejamento consistente de ações de melhoria e controle
dos sistemas de drenagem urbana, deve estar prevista uma com-
Vl
binação adequada de recursos humanos e materiais , e um balan-
..,
Q.)
ceamento harmonioso entre medidas estruturais e não estruturais .
e
Q.)
.e Em certos casos nos quais as soluções estruturais são inviáveis
u
e técnica ou economicamente, ou mesmo intempestivas, as medidas
t-1.l
Q.) não estruturais, como, por exemplo, os sistemas de alerta, podem
"O
Q.) reduzir os danos esperados a curto prazo, com investimentos de
õ.... pequena monta .
..,
e
o A Fig. 1.1 mostra as curvas de atendimento às demandas da drena -
u
Q.) gem urbana a partir das ações referentes às medidas estruturais e
rn
e não estruturais, segundo Braga (1994) .
rn
.e
.... 1.3 Formulação dos Planos Di retores
=i
EQ.)
Na formulação do plano diretor de macrodrenagem, deve -se con-
o.o siderar que a drenagem é um fenômeno de abordagem regional: a
rn
e
Q.)
.... unidade de gerenciamento é a bacia hidrográfica, portanto, pode
o transcender os limites administrativos do município. A drenagem é
também uma questão de alocação de espaços : a supressão de várzeas
Capacidade insuficiente
A.
ct!
o e:
'> Capacidade ct!
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atendimento às estruturais
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demandas de drena- Q)
gem urbana Tempo "O
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..,
inundáveis, naturais ou não , implica sua relocação para j usante, e e:
Q)
3 - Restrições
4 - Dados de quali- que afetam o >+--- -~ 4 - Avaliação das ► 5 - Revisão das
dade d'água planejamento alternativas alternativas
5 - Dados de ocupa
ção e uso do
solo
Fig. 1. 2 Plan ejamento de siste mas de drenage m urbana - Fluxograma das atividades p rin cipais (Wan ielista e Yousef. 1993)
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5
Informações Diagnóstico da Recomendações Ações prioritárias Ações
básicas situação atual de intervenções
imediatas
nas sub-bac ias sistemáticas
Diretrizes básicas 1- Plano de educação
.
Modelagem ambiental
Definição do - hidráulico-
hidrológica ·-
11
Definição
das vazões ► Concepdão ► edeproJeto
planejamento
em
drenagem urbana
i" ~==============
Programa de atuali -
da situação ► básica as
+
sistema de 1.. Indicações de de restrição ► 1 zação tecnológica
atual ordem opera- medidas
macrodre- estruturais Elaboração e im- e capacitação pro-
~
nagem Análise e ➔ c1oné!l/manu- ,. Hldentificação ► plantação de sis- fissional
Consolidação!_.
1--> C?nsolida- I➔
7iªº
tençao nos
sistemas de
das sub-bacias
prioritárias Recomen- t~ma de informa-
çoes
i" - ,
dos critérios das 1n-
ormações IA drenagem A
--• dação de 1➔ -
bás icos Detalhamento medidas
Programa de mo-
Análise das I Correções/ do modelo não estru-
-► nitoramento hi-
Coleta de da- 1--> obras em
dos, estudos i-. curso e pro -►
1
adaptações
► de obras e/
,. 1
1• hidráulico-
hidrológico
➔
turais
dráulico-hidroló-
gico
Sistema de
► suporte a
decisão
e proJetos gramadas ou projetos Programa
existentes em curso 1 nas sub-bacias
Levantamento~
1
Recomenda-
ções de áreas
1
Estudo de
L• alternativas
1➔
para imple-
mentação
das ações
w -► Modelo de opera-
ção do sistema -►
Programa de
► implementação
do plano
Programa de me-
► didas de controle
de poluição
difusa
Sistema de acom-
panhamento e
Fig. 1.3 Fluxograma adotado no PDMAT - RMSP (DAEE) revisão do plano
1
No que se refere às regiões metropolitanas, o plano diretor de macro-
drenagem deve uniformizar os procedimentos de análise hidráu-
lico-hidrológica, possibilitando a harmonização das intervenções
realizadas pelos órgãos das administrações estadual e municipal e
pelas concessionárias, visando alcançar maior eficácia e economia.
Se os objetivos são expressos em unidades monetárias, a melhor
alternativa é a que apresenta custos mínimos ou a que maximiza os
benefícios. Outras formas de avaliação das alternativas, em que os
aspectos de melhoria da qualidade de vida, nível de emprego e lazer
podem ser quantificados, também são possíveis, conforme exposto
no Cap. 6 - Análise das alternativas.
Nos capítulos seguintes são descritas em detalhe as ações que
devem ser empreendidas no encaminhamento de soluções alterna-
tivas estruturais para problemas de drenagem urbana. No Cap. 7,
apresentam-se análises comparativas de alternativas de solução,
propostas pelo autor para alguns pontos críticos de inundação da
cidade de São Paulo.
No Cap. 8 tem-se a descrição completa da metodologia, dos critérios
e das diretrizes adotadas em um caso concreto, levado a efeito na
RMSP, praticamente todo voltado à bacia do Alto Tietê, assim como
dos principais resultados e das medidas realizadas por meio desse
plano.
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Conceituação Geral
As medidas não convencionais em drenagem urbana podem ser
entendidas como estruturas, obras, dispositivos ou mesmo como
conceitos diferenciados de projeto, cuja utilização não se encontra
ainda disseminada. São soluções que diferem do conceito tradicio-
nal de canalização, mas podem estar a ela associadas, para adequa-
ção ou otimização do sistema de drenagem.
Dentre as medidas não convencionais mais frequentemente adota-
das, destacam-se aquelas que visam a incrementar o processo da
infiltração ; reter os escoamentos em reservatórios; ou retardar o
fluxo nas calhas dos córregos e rios. Também se incluem as medi -
das destinadas a proteger as áreas baixas com sistemas de diques
do tipo pôlder, e derivar os escoamentos, promovendo bypass em
áreas afetadas.
As soluções que envolvem a retenção dos escoamentos são compos-
tas por estruturas que amortecem os picos de vazão por meio do
conveniente armazenamento dos deflúvios.
Walesh (1989) classifica as diretrizes gerais de projeto de drenagem
urbana em "conceito de canalização" e "conceito de reservação". Ele
apresenta uma comparação entre as características dos dois concei-
tos, cuja adaptação está no Quadro 2.1.
O "conceito de canalização" definido por Walesh, refere-se à prá-
tica da canalização convencional exercida por décadas no mundo
todo e particularmente no Brasil, voltada à implantação de galerias
Medidas Não
Convencionais
e canais de concreto, ao tamponamento dos córregos, à retificação
de traçados, ao aumento de declividades de fundo e demais inter·
venções, que visavam, prioritariamente, a promover o afastamen-
to rápido dos escoamentos e o aproveitamento dos fundos de vale
como vias de tráfego, tanto laterais aos canais como sobre eles.
Em grande parte das bacias afetadas por inundação, verifica-se que
a ocupação urbana local desenvolveu-se no sentido de jusante para
montante do rio/córrego. Ou seja, à medida que a bacia se desen-
volve, os picos de vazão afluentes às canalizações nas porções
de jusante crescem, e a solução para compatibilizar as capacida-
des torna-se difícil ou mesmo inviável, mu itas vezes pela própria
presença da urbanização, já bastante consolidada nas áreas mais
baixas, ribeirinhas aos córregos. Ver Fig. 2.1.
..,
Q) trechos de picos das enchentes em relação dimensionadas para impacto
e: jusante à condição anterior zero (Legislação EUA)
Q)
.e: (quantidade) Maiores obras nos sistemas Reab ili tação de sistemas:
u de jusante podem tornar vazões a jusante
e:
!.JJ compatíveis com capacidade
Q)
-o disponível
Q)
Impacto nos Transporta para o corpo Facilita remoção de material
õ.... trechos de receptor toda carga poluente flutuante por concentração em
..,
e: jusante afluente áreas de recirculação dos
o (qualidade) reservatórios e dos sólidos
u
Q) em suspensão, pelo processo
rd natural de decantação
e:
rd Manutenção/ Manutenção em geral pouco Necessária limpeza periódica
.o
.... operação frequente (pode ocorrer excesso Necessária fiscalização
::>
de assoreamento e de lixo) Sistemas de bombeamento
E
Q) Manutenção nas galerias é requerem operação/manutenção
b.O
rd difícil (condições de acesso) Desinfecção eventual(insetos)
e:
~ -
Estudos Requer definição dos picos de Requer definição dos
Cl hidrológicos/ enchente hidrogramas
hidráulicos (volumes das enchentes)
-
As cidades de Ribeirão Preto (SP) e Uberaba (MG) são exemplos mar-
rJ'J
cantes desse processo . O mesmo se aplica às diversas cidades lito- ro
râneas (Rio de Janeiro, p.ex.). Esse diagnóstico também se aplica e::
o
à grande maioria dos locais mais críticos de drenagem urbana da u
e::
Q.)
cidade de São Paulo, como os constatados no córrego Pirajuçara, no >
e::
rio Cabuçu de Baixo, no córrego do Cordeiro (av. Roque Petrônio Jr./ o
u
av. Vicente Rao), no rio Cabuçu de Cima, no córrego Água Espraiada, o
•ro
no rio Aricanduva e outros, onde a ocupação urbana processou-se z
rJ'J
no sentido da foz para as cabeceiras. ro
"O
As medidas alternativas analisadas neste trabalho visam tanto à "O
Q.)
Fig. 2.1 Processo de retificação dos rios e ocupação das várzeas na região central de São
Paulo. Confluência do rio Tamanduateí com o rio Tietê, em 1928 e em 2000
A tecnologia de detenção pode ser aplicada de diferentes formas,
segundo a situação e a conveniência das administrações munici-
pais. Pode ser realizada em cada lote, mediante pequenos reservató-
rios associados, por exemplo, a áreas permeáveis, nos pavimentos e
pisos, ou no âmbito das sub-bacias, em bacias de detenção maiores,
fechadas - a exemplo do que ocorre no reservatório para controle
de cheias da av. Pacaembu (seção 7.1)-ou a céu aberto. Neste último
caso, essas áreas permanecem secas nos períodos de estiagem (de
oito a nove meses por ano) e podem, portanto, ser utilizadas como
áreas de lazer. Outra vantagem da implantação das bacias de deten-
ção é a melhoria da qualidade da água, no que se refere aos efeitos
da poluição difusa, e do transporte de sedimentos, causada pelas
águas da lavagem do sistema viário e dos sólidos resultantes do pro-
cesso de ocupação do solo, que são lançados nos córregos. Durante
a permanência das águas nos reservatórios, ocorre a sedimentação
e a decantação dos poluentes, que serão depois removidos e dis-
postos convenientemente em aterros sanitários. Obras desse tipo
encontram-se em operação nos municípios de São Paulo, Santo
André, São Bernardo do Campo e Mauá, no Estado de São Paulo.
Após a implantação completa dos sistemas de coleta e tratamento
dos esgotos sanitários, o controle da poluição difusa transportada
principalmente pelo sistema de macrodrenagem será, no futuro, o
grande desafio para a preservação dos corpos hídricos receptores.
Embora o enfoque principal deste livro recaia sobre as alternati-
vas de detenção, pela sua própria importância, outras soluções
</J
alternativas, como o retardamento dos escoamentos na calha, a
....,
Q.)
derivação dos escoamentos e a implantação de pôlderes, também
s::
Q.)
..s:::: são referenciadas .
u
s::
W-l As ações que objetivam o retardamento na calha remetem ao con -
Q.)
"O ceito da conservação, ou mesmo de restauração, tanto quanto pos-
Q.)
enchentes Recreação
Paisagismo
Recreação Outros usos
Paisagismo - -- - -- - -
Outros usos Controle de
qualidade
da água
Controle de _ _ _ __ __ _
qualidade
Mananciais
da água
-------- urbanos
------ (wateY hat-vesting)
- ~-
Fase (D Fase @ Fase ~ Fase f
Fig. 2.2 Evolução de obras de detenção em centros urbanos (adaptado de Walesh,
1989 e Usepa, 1999)
Can3/f~aç/ o
I I I I
1~Í --
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-♦, 1 R~~erv.i.ção ,'
/ /
I / J J I I 1
D_eflúvio , / ,' ,' / , it ,' ,' , , ,' ,' ,' ,
direto ,',' 1 , ,' 1 ,' ,1 , , ,' ,', , ,' ,'
, , 1 ,' 1 ,' , , ~, , ' , , ,' / Djspositivos de controle
•
',' /, 1 ,' ,' ,' 'i , ,' ,' ,..,,,,.-r· fio/ telhados
1 1 .,,,,,,- 1 1
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impermeáve is
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permeáveis
~
Tubo de !
-
V)
Q) Coletores ' - drenagem! '--._./
s:::: Pavimentos porosos
Q)
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u
s:::: e,,,,,,. ~ ,- -.e··~
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u.J
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~m:rITti Canaletas
Q) Picos elevados permeáveis
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u Picos reduzidos
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s::::
ro
.o
t~ .
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E
Q)
eo
ro
s::::
,_
Q)
:E
gerados (fonte), para o melhor aproveitamento do sistema de condu-
N
ção do fluxo para jusante. Esse tipo de solução apresenta algumas
vantagens, como o fato destes dispositivos serem normalmente
compostos por pequenas unidades de reservação, que podem ser
padronizadas. A alocação dos custos pode ser simplificada, por
causa da menor sobrecarga para cada área controlada e da relação
direta que é possível estabelecer entre área urbanizada e deflúvio.
Os custos de manutenção e operação podem elevar -se pela multipli-
cação das unidades, e a avaliação do desempenho global, para fins
de dimensionamento e projeto, pode tornar-se complexa e trazer
incertezas ao projetista.
Disposição no iJ - Infiltração
local - Percolação
(meios naturais) - Pavimentos porosos
L
.. Controle de
entrada
.
ti
li
- Arm azenamento (telhados/ coberturas )
- Áreas de estacion amento
- Áreas industriais
(lei municipal • S.P. 1074/89)
Reservatórios Reservatórios
on-line
' of(-line
V,
....,
<l)
e::
<l)
..e:
u
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WJ
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o
u
<l)
C1l
·.~,:~,. j«:-·
b'. :·· 1
e: ;;;;- •'
C1l
..o
.... .\J
::J Foto 2.1 Jardins em 1
E
<l)
edifícios, utilizados
b.O como maneira de
C1l
e:: retardar a entrada
<l)
.... na rede de drenagem
Cl (Portland, 2002)
-
■ difícil fiscalização da operação e manutenção;
■
VJ
conflito de interesse com o uso da água de chuva; C'd
■ efetividade no controle de cheias na bacia como um todo. e::
o
'-'
Ressalta-se que as medidas de controle na fonte desempenham e::
Q.)
=
rtj
.e
tração; detenção/retenção; transporte e captação da água. Já o con-
.... trole da qualidade é realizado a partir de sedimentação, adsorção,
:::i filtração, biodegradação, precipitação, assimilação, fotólise, nitrifi-
E
Q) cação e volatilização dos componentes.
bJl
rtj
=
Q)
....
■ Urbanização de Baixo Impacto (LID)
Cl O LID tem como objetivo o planejamento integrado para o total
-
desenvolvimento de uma área e das atividades que serão feitas,
com particular atenção à manutenção das características hidroló-
[jj
gicas locais (DOO, 2004). Essas características passam a ser o ele- C'd
mento integrador do projeto. Dessa maneira, de forma a compensar e
o
os impactos na quantidade e na qualidade das águas, as técnicas u
e
Q,)
de LID buscam mimetizar as condições hidrológicas existentes por >
e
meio de instrumentos, conceitos de design e unidades de controle o
u
que buscam a manutenção do armazenamento, da detenção e da o
IC'd
infiltração e a evaporação de pré-desenvolvimento (Prince Georges z
[jj
County, 1999). C'd
"O
O processo de planejamento com essas técnicas pode ser potencia- "O
Q,)
Q Q Pré-desenvolvimento
/
....,
QJ
-
O custo final desse sistema correspondeu a 33% do custo da solução
V,
por detenção em bacias abertas, dado o alto custo, no Japão, das ro
áreas necessárias para esta solução. s::
o
u
s::
A capacidade de absorção de um solo depende de inúmeros fatores, Q)
>
entre os quais: cobertura vegetal, tipo de solo, condições do nível s::
o
freático e qualidade das águas de drenagem. u
o
•ro
Uma parte da precipitação que atinge o solo se infiltra. O movimen - z
V,
ro
to da água nas zonas não saturadas do solo, acima do nível freático, -a
-a
é denominado percolação. A porosidade efetiva é definida como a Q)
~
quantidade de água que um solo pode drenar.
N
O Quadro 2.2 fornece valores aproximados de porosidades efetivas
para vários tipos de solos/pavimentos.
-
A proteção dessas valetas com vegetação é importante para a con-
t/l
servação da superfície mais permeável do solo, que pode colmatar <ll
com a decantação de partículas finas. É possível que eventualmente e:
o
seja necessária a retirada do material acumulado para restaurar a u
e:
Q.)
capacidade de infiltração . >
e:
o
As valetas gramadas são geralmente estruturas rasas dotadas de u
o
controle de nível, como pequenos vertedores. Apresentam largura •<ll
z
de até 2,0 m, margens com inclinação 3:1 e declividade longitudi- til
<ll
nal de 1%. Essas estruturas promovem a melhoria da qualidade da "O
'O
água por meio da retenção de volumes e posterior sedimentação e Q.)
:E
também pela filtração promovida pela vegetação. Para maior eficá-
cia na melhoria da qualidade da água, o dimensionamento da estru- N
Subdreno eventual
(solos argilosos)
i i
Decl ividade: Z ? 4%
/ ~Valeta- gramada (i<2%)
Vl
...,
Q)
e
Q) Comprimento:, K
..e:: (K=0 ,3m) (SO Leito
u
e pavimentado
1-Ll
Q)
"O
Q)
o
...
...,
Camada _. / ______ _.- [ · !
1 Acostamento
e arenosa ~ passeio
o
u
Q)
'1l
e
í
1,25m
w
'1l (mínimo)
.a 1
;:j
E
Q)
bl)
'1l
e
...
Q)
-
1993)
As valetas secas, estreitas e mais
profundas que as valetas gra- <J)
c'1
madas, podem ser utilizadas em e
o
áreas com ocupação mais densa . u
e
a)
Elas são dotadas de um dreno >
e
submerso recoberto com casca- o
u
lho, em que o fator preponderan- o
1('1
te para a melhoria da qualidade z
<J)
e a diminuição da quantidade c'1
"O
é a infiltração. Para esse tipo "O
a)
de valeta, a taxa de infiltração Foto 2.4 Colocação de membrana ~
do solo passa a ser um fator de geotêxtil em valeta (Maccaferri, 2008)
N
importância e deve ser superior
a 7 mm/h.
Ambos os sistemas devem ser dimensionados de forma a evitar os
extravasamentos. As valetas podem receber estruturas acessórias
para garantir baixas velocidades de escoamento, formação de pisci-
nas, maior tempo de retenção e volume retido, bem como intercep-
tação de sedimentos .
Em casos especiais. pode-se complementar esses dispositivos com
trincheiras de percolação, instaladas espaçadamente em relação às
valetas, que são dimensionadas para interceptar os escoamentos
(normalmente para TR = 25 anos). As águas penetram nas valetas
através de filtros e transições arenosas, com a função de evitar a col-
matação. Com esse mesmo objetivo, é também recomendado revestir
as valetas com grama.
Lagoas de infiltração: são constituídas por pequenas bacias de de-
tenção especialmente projetadas, com nível d'água permanente e
volume de espera, que facilitam a infiltração pela dilatação do tempo
de residência.
Bacias de perco/ação: o uso de bacias de percolação para a dispo-
sição de drenagem iniciou-se nos anos 1970, segundo Urbanas
(1993). Uma bacia de percolação é construída por escavação de uma
valeta que, posteriormente, é preenchida com brita ou cascalho, e
sua superfície reaterrada. O material granular promove a reserva-
ção temporária doescoamento, enquanto a percolação se processa
lentamente para o subsolo (Figs. 2.10 e 2.11 e a Foto 2.5).
Geralmente, esses dispositivos são dimensionados com uma pro-
fundidade de até 0,6 me grãos de dimensão de 0,5 a 1 mm. A razão
mínima entre o comprimento e a largura da estrutura deve ser
de 2:1.
As bacias são dispositivos de manutenção constante e custosa,
devido à necessidade de limpeza e troca do meio filtrante com fre-
quência. Os inconvenientes desse sistema são a possibilidade de
colmatação biológica e a geração de odor desagradável.
Poço de entrada
Reaterro
r
Preenchimento com
material granular
Fig. 2.10 Bacia de perco/ação em uma Foto 2.5 Bacia de perco/ação (Port/and,
residência 2002)
Área gramada
Seção longitudinal
-
Vl
Q.J
sQ.J:: Áreapavi~
..e:
u
s::
1-Ll
Q.J
-o filll
~
-
Filtro
....o geotêxtil ' ,
s:: , Tubo
o
u Fig. 2.11 Bacia de perco/ação . perfurado
Q.J
acoplada a boca-de-leão Preenchimento
<ti com material granular
s:: (Nakamura, 1988)
<ti
..e
....
;:)
E
Q.J
bO Pavimentos porosos: os pavimentos porosos são constituídos
<ti
s::
Q.J
normalmente de concreto ou asfalto convencionais, dos quais foram
.... reti - radas as partículas mais finas . Adicionalmente, podem ser
o
construídos sobre ca madas permeáveis, geralmente bases de mate -
•
ria! granular. Uma variação de pavimento poroso pode ser obtida
V)
com a implantação de elementos celulares de concreto, também ro
colocados sobre base granular. Mantas geotêxteis são colocadas e::
o
geralmente entre a base e o pavimento, de forma a evitar a passa- u
e::
CIJ
gem de finos (Fig. 2.12 e Foto 2.6). >
e::
o
u
o
•ro
z
V)
ro
"O
"O
CIJ
:E
N
Manta geotêxtil
----------- ~~ solo
-- ~ --:
porosos - exemplos e
corte típico (Portland, Manta geotêxtil
2002)
----~------ - Solo natural
'•:'." . . .
ií~}~)}J:~tdúi iI itl~{\)<tt
Foto 2. 6 Pavimento
poroso - Parque
lbirapuera (São Paulo,
1996); Portland e
Monter ey (EUA , 2002)
Poços de infiltração: os poços de infiltração são as medidas de
contenção na fonte mais recomendadas quando não se dispõe de
espaço ou quando a urbanização existente, já consolidada, inviabi-
liza a implantação das medidas dispersivas de aumento da infiltra-
ção. Para uma operação eficiente dos poços, é necessário que o nível
freático se encontre suficientemente baixo em relação à superfície
do terreno e que o subsolo possua camadas arenosas . A qualidade
da água drenada é outro fator que pode restringir a implantação dos
poços. A estrutura típica de um poço de infiltração é apresentada
na Fig. 2.13.
/ Poço de visita
-
rJ)
QJ
e::
QJ
..s:::
<..J
e:: Fig 2.13 Estrutura típica de um poço
L.i.J
de infiltração (Nakamura , 1988).
QJ
'"O
QJ
õ....
-
u
e::
o
Desempenho de Pavimentos Porosos
Experiência de Harada e lchikawa
QJ
(tl
O desempenho dos pavimentos porosos na redução dos picos das
e:: vazõ es de drenagem, em função da sua composição, foi analisado
tCl
.o
.... por Harada e Ichikawa (1994), da Universidade de Tóquio .
::i
E
QJ
Os autores propuseram um pavimento poroso, chamado Drainage
bl)
tCl
Infiltration Strata (1990), composto por camadas de turfa artificial,
e::
QJ pavimento permeável, cascalho e areia, com um tubo de drenagem
....
Cl na parte inferior.
-
A função desse pavimento é servir de elemento de retenção na
V)
fonte, para reduzir os picos e volumes dos deflúvios. ro
s::
Para a análise do desempenho, foi construído um modelo físico o
u
integral (escala 1:1) e utilizado um modelo matemático para as s::
(lJ
~
Foram realizadas análises estatísticas para quantificar o efeito das
N
camadas sobre alguns índices estabelecidos, como o retardamento
inicial dos escoamentos e a redução no pico do deflúvio.
O experimento compreendeu 60 eventos de chuva entre os anos
de 1984 e 1988. A intensidade de pico (média) foi de 7,20 mm/h e
o total precipitado (médio) foi de 380 mm. A análise de perda de
deflúvio total em todos os eventos, resultou em uma média de 58%.
Foi realizada uma análise de redução no pico do deflúvio pa ra doze
eventos particularmente intensos , com intensidade máxima (média)
de 17,20 mm/h e volume (médio) de 82,7D mm. Essa análise resultou
em uma redução média nos picos dos deflúvios de 22%.
Co m um modelo numérico baseado nas equações de Richard-
·Campbell e ca librado a partir dos resultados do modelo físico,
foi possível avaliar o desempenho do pavimento com subcamadas
diferentes . Os parâmetros hidrogeotécnicos característicos das
camadas foram determinados em modelo reduzido. Adotou-se uma
chuva de projeto padronizada pelo Sewerage Bureau of Tokyo , com
intensidade de pico de 50 mm/h e total de 151 ,90 mm .
12m
1-'~~
Terreno superficial /·✓~--
Turfa artifici al
(2cm)
~Pa~v_im
_ e~n~tº~ - ---f-,'" ... k = 0,2cm/s (permeabilida e)
Permeáve l (10cm)
Porosidade
Cascalho (30cm) efetiva 35%
Fig. 2.14 Pavimentos
Areia (5/l 0cm) porosos - experiências
de Harada e Ishikawa
Tubo de drenagem
(1994)
Analisaram-se três casos com diferentes subcamadas de cascalho:
30 cm, 45 cm e 75 cm, mantendo-se as demais camadas inalteradas
(Fig. 2.14).
Ê120 .
.s
.~u- 90
"'
'g_ 60
u 1
'11
C: 30 - -- -----1-- a--i,c---
Vl
cu
...., Fig. 2.15
e Desempenho de o
cu um pavimento
.e
u poroso definido
e
I.J..l analiticamente
cu (Harada e o 8 16 24 32 40 48
"O
cu Ichíkawa, 1994) Tempo (h)
...o
....,
e
o
u
cu Experiências de Pratt, Mantle e Schofield
e-d
e Pratt, Mantle e Schofield (Pratt et ai., 1988) construíram um pavi-
e-d
...
..e
:::i
mento experimental no Clifton Campus da Trent Polytechnic, em
E Nottingham (RU), e realizaram uma série de experimentos para
cu
Cll avaliar a sua capacidade de armazenamento de deflúvios. Na parte
e-d
e inferior do pavimento, foi assentada uma membrana impermeável,
...cu
Cl de forma que a atuação do pavimento ficou restrita à sua própria
-
capacidade de armazenamento, e vedada a infiltração no subsolo.
O pavimento experimental possuía 40 m x 4,60 m, na área de esta-
V)
cionamento do campus, que foi fracionada em quatro parcelas que <ti
foram preenchidas com materiais granulares de diferentes caracte- e
o
rísticas (cascalho e brita). u
e
Q)
~
entre precipitação e deflúvio obtida em um dos eventos registrados,
e a Foto 2.7, aspectos do experimento. N
25-
20- Precipitação
.e
Êl S-
E
10-
Deflúvio
5- Fig. 2.16 Pavimento poroso
1
experimental - Testes de Pratt,
4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mantle e Shofield
Tempo (Pratt et ai., 1988)
. .
<~~--~-·~-~~:li~
Foto 2.7 Pavimento poroso experimental- testes de Pratt, Mantle e Shofield (Pratt et ai., 1988)
Ili
de reservação podem conter elementos para facilitar a infiltração. A
C/1
introdução de extravasares nos reservatórios é obrigatória. ·@
s:::
Mediante a previsão de depressões nas praças públicas, estacio- o
u
namentos e outros locais, também é possível obter um retarda- s:::
Q.)
mento de forma ainda mais controlada. Esses locais podem conter >
s:::
o
um espelho d'água permanente, além de um volume de espera. Em u
Denver (EUA), o Skyline Park é um exemplo típico de uma solução o
,ro
desse tipo. z
C/1
ro
"O
Na cidade de São Paulo, a Lei Municipal nº 13.276, de 4/1/2002, "O
regulamentada pelo Decreto nº 41.814, de 15/3/2002, torna obri- Q.)
~
gatória a execução de reservatórios para as águas coletadas por
N
coberturas e pavimentos nos lotes, edificados ou não, que tenham
área impermeabilizada superior a 500 m 2 . A Lei Estadual nº 12.526,
de 2007, ampliou a abrangência da mesma lei para todo o Estado
de São Paulo. Essa lei vinculou a aprovação dos novos projetos de
edificações residenciais, comerciais ou industriais, à existência de
dispositivos de armazenamento das águas de chuva, com volume
proporcional à área impermeabilizada do terreno. A formulação
básica para o dimensionamento desses tanques é:
Vres = 0,15.A, .P.t
onde:
Vres - volume do reservatório (m 3 );
A1 - área impermeável do terreno (m 2);
l - duração da chuva (1 h);
P - igual a 60 mm/h (0,06 m/h).
ctl
de um loteamento poderia ser impermeabilizada desde que fosse
s:: construído um reservatório com volume equivalente a 30 l/m 2 . Foi
ctl
..Cl
..... prevista uma exceção para a construção dos reservatórios se um
:J
E engenheiro atestasse a inviabilidade deles.
Q.)
t:Jl
ctl Para efeito de comparação, no caso de um lote com SOO m 2 de área
s::
,_
Q.) impermeabilizada, deve ser disponibilizado um reservatório com
□ altura equivalente de chuva de 30 mm ou 15 m 3 .
2.1.3 Detenção ln Situ
C/l
As obras de detenção in situ compreendem os reservatórios implan- C'Cl
e:
tados para controlar áreas urbanizadas restritas, como condomí- o
u
nios, loteamentos e distritos industriais (Foto 2.8). e:
a;
>
e:
Nos EUA, diversos Estados possuem leis bastante restritivas quanto o
ao controle das enchentes em áreas a serem urbanizadas. O critério u
o
básico é que a urbanização proposta não amplie os picos naturais •ct!
z
ou anteriores, resultando em um impacto zero no sistema de drena- C/l
C'Cl
"O
gem. A aprovação de novas áreas de desenvolvimento está, portan-
"O
a;
to, condicionada a esse requisito por força de instrumentos legais.
~
As áreas de reservação são normalmente incorporadas aos projetos N
de paisagismo e recreação, propiciando a formação de lagos ou a
instalação de quadras de esportes nas partes secas que são atingidas
apenas pelas enchentes maiores. Todos os princípios hidrológicos e
hidráulicos aplicados para o projeto de bacias de detenção, são nor-
malmente adotados para os reservatórios de menores dimensões.
No Brasil, o conceito de reservação, visando ao impacto zero,
enquanto critério para aprovação pelos órgãos competentes, deve-
ria ser aplicado para as novas áreas a serem ocupadas, como os
1 .
;fREM DE MANEJO
~-- :a:
Qualidade da água do corpo receptor
Baixa Média Alta
Característica do escoamento
Telhados
Zonas
Baixa Área
Técnica Resi dência Ruas Comércio Indústria Construção industriais em
densidade contaminada
t4 J,~urbani zação
Bacia de
Sim Sim Sim 1 Sim 2 . Sim 2 Sim 3 Sim Sim 2
retenção
Detenção Reservatório
Sim Sim Sim Sim Sim Sim 3 Sim Sim
in situ enterrado
Bacia de
Sim Sim Sim 1 Sim 2 Sim 1•2 Sim 3 Sim Sim 2
deten ão
Trincheira de
Sim Sim Sim 1 Sim 2 Não Não Sim Sim 4
infiltração
1nfiltração Bacia de
Sim Sim Sim 1 Sim 2 Não Não Sim Sim 4
infiltração
Sumidouro Sim Sim Sim 1 Sim 2 Não Não Sim Sim 4
Filtro de areia
Não Sim Sim 1 Sim 2 Sim 2 Não Sim Sim 2
superficial
Filtro de areia
Não Sim Sim 1 Sim 2 Sim 2 Não Sim Sim 2
subsuperficial
Filtração Filtro de areia
Não Não Sim 1 Sim 2 Sim 2 Não Sim Sim 2
perimetral
Biorretenção Sim Sim Sim 1 Sim 2 Sim 2 Não Sim Sim 2
Trincheira de
Sim Sim Sim 1 Sim 2 Sim 2 Não Sim Sim 2
filtra ão
Vala comum Sim Sim Sim 1 Sim 2 Sim 2 Sim 3 Sim Si m 2
Canais
Vala seca Sim Sim Sim 1 Sim 2 Sim 2 Sim 3 Sim Sim 2
abertos
Vala úmida Sim Sim Sim 1 Sim 2 Sim 1 Sim 3 Sim Sim 2
Telhado verde Sim Sim Não Sim 2 Sim Não Sim Sim
Contro le na Cisterna Sim Si m Não Não Não Si m Sim
Sim 2
ent rada
Pavimento
Si m Sim Não Sim 2 Si m 1 Não Sim Sim 2
oroso
Alag ado raso Sim Sim Sim 1 Sim 2 Sim 2 Não Sim Sim 2
Al agados Detenção em
Sim Sim Sim 1 Sim 2 Sim 2 Não Sim Sim 2
con struíd os alagado
Alag ado
Sim Sim Si m 1 Sim 2 Sim 2 Não Sim Sim 2
subsu erficial
1: pode necessitar de mais um estágio de tratamento; 2: pode necessitar de mais dois estágios de tratamento; 3: pode necessitar de
reabilitação após a construção; 4: o projeto deve inibir a movimentação dos contaminantes.
Baci a de
Sim Sim 1 Sim Sim 5 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim
reten ção
Detenção in Reservatório
Sim Sim Sim Sim 5 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
situ enterrado
Bac ia de
Sim Sim1 Sim Sim 5 Não Sim Sim Sim Não Sim Não Si m
d ete nção
Trin cheira de
Não Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim
infiltração
Bacia de
Infiltração Não Sim Sim Sim 5 Não Sim Sim Sim Sim Não Não Sim
infiltração
Sumidouro Não Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim
Filtro de areia
Sim Sim Sim Sim 5 Não Sim Sim Não Não Sim Sim Sim
superficial
Filtro de areia
Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Não Sim Sim Sim
subsuperficial
Filtro de areia
Filtração Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim
per imetral
Biorretenção Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Sim Sim Não Sim
Trinch eira de
Sim Sim' Sim Não Não Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim
filtr ação
Vala comum Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Sim Não3 Não Sim
Canais abertos Val a seca Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Sim Não 3 Não Sim
Vala úmida Sim 2 Sim 4 Sim Não Sim Sim Sim Não Sim Não 3 Não Sim
Telhado verde Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Controle na
Cisterna Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim - - -
entrada
Pavimento
Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim
poroso
Alagado raso Sim 2 Sim• Sim 4 Sim 6 Sim 2 Sim 2 Sim Não Sim Sim Não Sim
Alagados Detenção em
Sim 2 Sim 4 Sim 4 Sim 6 Sim 2 Sim 2 Sim Não Sim Sim Não Sim
construídos alagado
Alagado
Sim 2 Sim 4 Sim 4 Sim 6 Sim 2 Sim 2 Sim Não Sim Sim Não Sim
subsuperficial
1: com manta impermeável; 2: com provável vazão de base; 3: a não ser que siga curvas de nível; 4: com manta impermeável e vazão de base;
5: possível, mas não recomendado; 6: com desvio das vazões mais altas.
Bacia de
Alto Médio Médio Médio Alto Baixo Alto Alto Al t o
retenção
Detenção in Reservatório
Baixo Baixo Bai xo Baixo Baixo Baixo Alto Alto Alto
situ enterrado
Bacia de
Médio Médio Bai xo Baixo Baixo Baixo Alto Alto Alto
detenção
Trincheira de
Alto Alto Alto Médio Alto Alto Alto Alto Bai xo
infiltração
Infiltração Bacia de
Alto Alto Alto Médio Alto Alto Alto Alto Alto
infiltração
Filtro d e areia
Alto Alto Alto Médio Alto Bai xo Alto Médio Baixo
subsuperficial
Biorretenção Alto Alto Alto Médio Alto Baixo Alto Médio Baixo
Trincheira de
Alto Alto Alto Médio Alto Baixo Alto Médio Baixo
filtração
Vala comum Alto Médio Médio Médio Alto Médio Alto Alto Alto
Canais
Vala seca Alto Alto Alto Médio Alto Médio Alto Alto Alto
abertos
Vala úmida Alto Alto Médio Alto Alto Baixo Alto Alto Alto
Controle na Cisterna Médio Baixo Baixo Baixo Médio Médio Baixo Baixo
entrada
Pavimento
Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Baixo
poroso
Alagado raso Alto Médio Alto Médio Alto Baixo Alto Médio Baixo
Detenção em
Alagados Alto Médio Alto Médio Alto Baixo Alto Médio Baixo
alagado
construídos
Alagado
Alto Médio Alto Médio Alto Baixo Alto Médio Baixo
subsuperficial
-
■ créditos nos impostos, taxas , certificações e outorga onerosa ;
■ prioridade na aprovação de projetos, licenças e Habite-se para Cf)
·;;;
projetos que utilizem técnicas compensatórias; e
o
■ financiamento público para grandes projetos ; u
e
■ permissão de publicidade. QJ
>
e
Uma característica inerente à própria aceitação desses dispositi- o
u
vos relaciona-se com o caráter-privado da geração do escoamento
superficial, passando pela necessidade de implantação dessas solu-
·~
o
e
Cf)
~
ções e pelos ganhos majoritariamente públicos após a introdução tl
desses sistemas. tl
QJ
:E
Enquanto localmente os benefícios de LID/ SUDS são marginais,
N
como o aumento do valor venal da propriedade , o poder público
consegue, com sua implantação em larga escala, diminuir os gastos
com a implantação, manutenção e operação de sistemas conven-
cionais . Com incentivos, poderia ser encontrada uma maneira de
potencializar a introdução desses dispositivos e, ao mesmo tempo,
reduzir os custos do empreendedor privado.
Pesqui sas realizadas pela Usepa (2000) indicam que, se por um lado
a instalação dessas estruturas é geralmente mais cara do que a de
estruturas convencionais , por outro elas demonstram melhor rela-
ção custo -benefício em ra zão do armazenamento que propiciam,
reduzindo os custos de implantação das estruturas a jusante .
Segundo Fisher-Jeffes e Armitage (2011), esse tipo de comparação
ainda não representa de maneira justa os dois sistemas, uma vez que
eles não são equivalentes , ou seja, não exercem as mesmas funções .
Um erro comum ao reali zar a comparação direta entre os diferentes
sistemas é que a análise de seus ciclos de vida não é considerada.
O autor enfatiza que tanto o LID quanto os SUDS devem ter, integra-
dos à rel ação custo-benefício, os "Custos de Danos Evitados", devido
tanto à diminuição da quantidade de água nos dispositivos de dre-
nagem e a consequente diminuição dos eventos de en chen te quanto
à melhoria da qualidade da água e a menor degradação do sistema
natural, o que não pode ser a lc a nçado por sistemas convencionais.
Resumidamente , ao compararmos esses sistemas somente sobre
bases monetárias, estaremos excluindo seu maior benefício, que é
a não externalização de custos de vido à necessidade de sistemas
de re se rvação e tratamento da água, comumente empregados em
sistemas tradicionais .
Existem, obviamente, outras questões relevantes que deverão ser
levadas em conta para o sucesso desses sistemas e que certamente
representam empecilhos enormes a essa mudança de paradigma.
Embora a melhor eficiência desses sistemas se dê por meio da inte-
gração de proprietários privados junto a agências públicas , torna-se
quase impossível conceber um sistema de fiscalização para acom-
panhar o andamento das construções e a execução correta da manu-
tenção. Soma-se a isso a necessidade de normatização dos sistemas ,
para que, no futuro, conforme descrito por Lucey et ai. (2011), seja
possível uma maior flexibilidade com relação à manutenção caso o
poder público venha a assumir a manutenção e a operação desses
sistemas, fato esse ocorrido na Escócia. Segundo Urbonas (2009),
deve-se ainda recordar que não basta adicionar esses dispositivos
em uma bacia sem atentar para o fato de que eles são, no fundo , sis-
temas de tratamento de água de chuva e devem ser vistos como tal.
Além das inspeções regulares , devem estar previstos e contabiliza-
dos os custos com disposição de material contaminado em aterro
sanitário, reparos, reabilitação e, em último caso, reconstrução do
dispositivo.
Com relação à introdução dessa tecnologia nas cidades brasileiras,
mesmo em uma época de grande mudança de paradigma com rela-
ção à questão ambiental, inúmeras barreiras devem ser ultrapassa-
das até que essas tecnologias venham a ser plenamente aceitas e
normatizadas, e os problemas, devidamente solucionados . Segundo
Guy, Marvin e Moss (2001), as barreiras para a resolução de conflitos
ambientais seguem a seguinte ordem:
■ problema - consciência e consenso sobre um problema ambien-
tal;
■ acordo - estabelecimento de objetivos comuns para a solução
C/') do problema por parte do poder público, empresas e sociedade;
<l.)
+-'
i::
■ conhecimento - suprimento da cadeia de produção científica
<l.)
..e: acerca do problema (técnicas , normas e outros) ;
u
i:: ■ tecnologia e economia - inovação , adaptação junto às tecnolo-
1-Ll
<l.) gias antigas, viabilidade técnica e econômica, taxas e incenti-
'O
<l.) vos;
....o
+-'
■ sociedade e política - motivação e resolução de conflitos devido
i::
o ao detrimento de tecnologias antigas, modos de introdução das
u novas tecnologias, normas, leis e aceitação;
<l.)
ro ■ solução.
i::
ro
.o
.... Segundo os mesmos autores, dentro de um contexto urbano, a
::::,
emergência dessas tecnologias é bastante complexa, uma vez que
E:
<l.)
bl)
necessita de redistribuição de custos , responsabilidades e influên-
ro cia política das concessionárias de águas e esgoto para os proprie-
i::
<l.)
.... tários privados. O modo e a velocidade para a mudança tecnológica
o
dependem de como os fatores citados anteriormente se combinam
ao longo das discussões. Em alguns exemplos apresentados, dentro
de um mesmo país, diferentes cidades adotaram ou não as práticas U)
ctS
LID, conforme a interação dos atores. s::
o
u
Vale ressaltar ainda que, embora esses conceitos e técnicas promo- s::
(1.)
vam muitos benefícios, são apenas mais uma ferramenta que os >
s::
profissionais da área podem utilizar nas situações que exigem inter- o
u
venção nos sistemas urbanos, não constituindo a solução definiti- o
•ctS
va para os problemas de drenagem urbana nem sendo adaptados a
s::
U)
ctS
todas as situações. 'O
'O
(1.)
O uso dessas técnicas deve estar amparado em um estudo extensivo ~
dos objetivos a serem atingidos em dada situação, junto a uma aná-
N
lise de alternativas viáveis econômica e ambientalmente.
2.1.4 Detenção a Jusante
As estruturas de detenção dos deflúvios situadas a jusante visam
controlar os escoamentos das bacias ou sub-bacias de drenagem;
portanto, são de maior importância e significado para a intervenção
urbana . Por meio da reservação dos volumes escoados, obtém-se o
amortecimento dos picos das enchentes (Fig. 2.18).
Qpico.•
__r-
Vazão afluente (a) Eficiência= Qp;co,e
Qpico,a
o
""
N Vazão efluente (e)
>"'
Fig. 2.18 Efeito da
detenção a jusante de
enchentes Tempo
rJl
....,
<1)
s::
<1)
..s::
u
s::
1-W
<1)
"O
<1)
....o
....,
s::
o
u
Q)
Cd
s::
Cd
,.O
....
::i
E Foto 2.9 Reservatórios
<1) AT-la em Mauá e A M-3 em
bll
Cd Santo André, ambos na
s::
Q) RMSP, com áreas verdes
.... e de lazer incorporadas
Cl
(DAEE - Projeto: Hidrostudio
Engenharia, 1999)
carreados pelas partículas sólidas e podem ser removidos após a
decantação no reservatório. Cfl
cu
e:
A utilização da reservação em drenagem urbana transformou-se em o
u
um conceito multidisciplinar. O aspecto paisagístico adquir e funda- e:
Cl.)
til
A Fig. 2.21 apresenta um esquema da localização dos reservatórios
...,
QJ
on-line e of{-line no sistema principal de drenagem .
e:
QJ
..s::: Os diversos condicionantes hidrológicos, hidráulicos e de operação
u
e:
µ_i e manutenção a serem considerados no planejamento e projeto das
QJ
'O bacias de retenção/detenção estão detalhados nos Caps. 3 e 4.
QJ
õ.... Uma verificação básica que deve ser procedida quanto à eficiência
...,
e: do sistema é a possibilidade de, ao contrário do pretendido, provo-
o
u car uma ampliação dos picos de cheia a jusante da bacia de reten-
QJ
n:! ção/detenção; isso pode ocorrer caso o timing na composição dos
e:
n:! hidrogramas de cheia afluentes pelas diversas sub-bacias contri-
...
.o
=i
buintes (amortecidos ou não) resulte nesse efeito. O exemplo apre-
E sentado na Fig. 2.22, segundo Debo (1989), adaptado pelo autor, é
QJ
t,l)
n:!
autoexplicativo e mostra um caso em que seria possível o agrava-
e: mento dos picos a jusante.
o
...
QJ
-
namento na fonte leva a algumas considerações que, em certos
® Reservatório on-line
V)
ro
Canalização e
a jusante
o
Bacia de Reservatório de Corpo "ü
drenagem receptor
e
detenção/retenção Q.)
e>
o
u
o
,ro
e
© Reservatório off-line V)
ro
-o
Reservatório de Canalização -o
Q.)
detenção/retenção a jusante ~
Bacia de Corpo
N
drenagem receptor
Reservatório de
detenção/retenção Canalização
a jusante
Bacia de Reservatório de Corpo
drenagem detenção receptor
- Bacia l
- --- -·~ -- ......... ··- Bacia 2 se m reservatório
1 -
.. .... Bacia 2 com reservatório
- Bacia l + 2 sem reservatório
-- Bacia l + 2 com reservatório
o
""-!];
N
~ Sub-bacia de
\ drenagem
\ _Reserva.!_ório Tempo
Hidrogramas de cheias no ponto "A"
Planta geral
Fig . 2.22 Ampliação do pico de cheias por efeito da bacia de retenção/ detenção
(Debo, 1989)
-
(/'J
Q.)
i::
Q.)
...e::
u
i::
U.J Fig. 2.23 Esquema de túnel
Q.)
-o reservatório off-line, em
Q.) Tóquio (Water World, 1987)
u
-
õ.....
o
i::
Q.)
C'Ó
i::
C'Ó
.e
.....
:::,
E
Q.)
o.O
C'Ó
e Foto 2.11 Túnel
Q.)
..... reservatório on-line,
o
em Osaka
-
(Nakamura, 1988)
da estrutura de entrada ao reservatório, principalmente em razão
Vl
do fenômeno das cheias instantâneas (f[ash-f[oods) que atingem C'Cl
essa região, já que a parte superior da bacia situa-se em áreas mon- e
o
tanhosas íngremes . u
e
<l)
. .
- .
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.,.,,
I
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-
. .
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i e Jiil;
õ.... E
..., Q)
e: o,
o ~ l 00
u ~
<1) -e 6
<1l
a,
-e
80
e:
<1l
.o
....
:::i
E
<1) Fig . 2.24 Efeito
b.O
<1l da urbanização x
e:
<1) sistemas de drenagem
....
o no incremento dos
deflúvios (Leopo/d,
-
% área impermeável 1968)
A Fig. 2.25 mostra como o somatório dos hidrogramas de enchen-
tes de duas sub-bacias pode sofrer grande amplificação quando se (fJ
ctS
reduz o tempo de concentração de uma delas. Essa situação, por e
o
exemplo, poderia ocorrer no rio Tietê, na região central de São Paulo, e
u
caso, por efeito da canalização, fossem acelerados os escoamentos Q.)
>
e
na porção da bacia situada a montante da barragem da Penha (no o
exemplo, sub-bacia 2), ainda dotada de várzeas remanescentes e o
u
o
•ctS
traçado de sua calha próximo ao natural (meandrado). e
(fJ
ctS
"O
Meandros (antes) "O
Q.)
:E
N
t.t, depois
o
'"'~ 1-----+- -\-b.--.\-+-- Qpico - depois
CD
óta - ótd = redução no intervalo entre os
picos do hidrograma "---- -' - L -- - ' - - - __,u___.,.__, __,_____
Tempo
,..
1
200 1
180
AC = Área necessária do canal
160
V,
'E-v;- 140
,. o 120
.s ~
X"'
•rdN 100 •
E 11
oo:: 80
,m t:.
N
~ 60
- tc=2 l ,7 min
40 - tc= l 5,4 min
20 - tc=l 1,9 min
75 80 85
CN
90 ------ 95
Urbanização crescente -
....o
E
o
u
QJ
ro
e:
ro
..o
....
:::> Foto 2.15
Manutenção do
E
QJ traçado origina l,
o.o
ro canal em grama ,
e: via de serviço
....QJ (ciclovia)
Cl
- Cherry Creek
-
(Denver - 1996)
-•...'"~•
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o
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(lj
"O
"O
Q.J
Foto 2.16 Soleiras de pedra argamassada - Cherry Creek
2'.
(Denver - 1996)
N
desde que compatíveis com as velocidades que se pretenda
manter (Foto 2.17 e 2.19).
■ Dotar a seção hidráulica de patamares (seções mistas), manten-
do as vazões mais frequentes contidas no leito menor. No leito
maior devem ser previstos parques e áreas de lazer, implantan-
do-se vegetação arbustiva e gramados (Foto 2.18). Para o escoa-
mento de base, pode-se adotar um canalete no fundo da calha,
revestido com pedra argamassada ou concreto, para proteção
contra erosão de pé e para facilitar os trabalhos de manutenção
(Foto 2.17).
Foto 2.17 Soleiras em execução (em gabião "caixa ") e calha do rio
Aricanduva (em gabião "colchão") (2002)
(/)
...,
QJ
i::::
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..s::::
u
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...'°
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E
QJ
O!)
Foto 2.20 Exemplo de
...'°
i::::
QJ restauração das condições
Cl naturais de um córrego
em Sidney, Austrália
(Frost, 2002)
CJl
ro
Fig. 2.27 Seção típica da e::
o
canalização no projeto u
de reconstrução do e::
Q)
sistema de drenagem >
e::
da bacia do Emscher o
(Londong e Becker, 1994) u
o
Seção típica existente •ro
e::
CJl
ro
"O
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Q)
Seção futura
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-
. •.
-.
•
Fig. 2.28 Recuperação dos fundos de vale na bacia do Aricanduva - croqui de
trecho do córrego Fazenda
-
2.3 Sistema de Proteção de Áreas Baixas (Pôlderes)
(j'J
õ,_
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o
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Q)
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E
Q)
ti.O
ro
.::
,_
Q)
Cl
Foto 2.21 Muro-dique móvel
-
em Colônia, na Alemanha
barragens, principalmente no que se refere aos fatores de segu-
rança quanto aos esforços, condições de fundação (prevenção de C/)
C!l
erosão regressiva ou piping), subpressões e bordas-livres. Outro s::
item importante é analisar a condição de galgamento em relação -~u
s::
aos esforços, e também as proteções necessárias ao dique e suas Q.)
>
fundações e às possíveis erosões de pé. Além disso, o sistema de s::
o
u
recalque deve ser operado continuamente e não apenas durante as o
•C!l
eventuais cheias do rio, a fim de prevenir falhas provocadas pela s::
C/)
falta de manutenção e uma forma de operar continuamente é pro- C!l
"O
mover o rodízio das bombas no recalque das vazões de base. Deve "O
Q.)
ser prevista uma válvula de descarga no poço de bombas, para ~
possibilitar o esvaziamento da área interna na situação de não ope-
ração das bombas e corpo d'água receptor com nível d'água abaixo
das cotas de inundação, sendo necessário garantir que a válvula
seja novamente fechada após o esvaziamento. É relevante, ainda,
no que se refere aos pó/deres, que a casa de bombas tenha no
mínimo duas unidades, de preferência com acionamento elétrico,
e quadro de comando programado para promover o rodízio entre
elas. Acrescenta-se que sempre há de se considerar a possibilidade
de implantação de um reservatório de armazenamento e decanta-
ção, visando reter os detritos e reduzir o pico de vazão nas bombas
(é recomendada uma análise econômica), principalmente nos casos
em que as áreas "polderizadas" forem pequenas e, portanto, com
hidrogramas de altos picos e pequenos volumes . O reservatório,
ademais, aumenta a segurança do sistema. Deve-se providenciar
um manual de operação e manutenção do sistema, incluindo tanto a
parte civil como a eletromecânica dos equipamentos. Em eventuais
cortes no fornecimento de energia elétrica, a operacionalidade pode
ser garantida com um sistema de abastecimento de energia emer-
gencial, tipo geradores a diesel, desde que se tenha um programa
de manutenção que inclua testes frequentes desses equipamentos.
Os primeiros sistemas de pó/der implantados na cidade de São Paulo
foram os pôlderes das pontes das Bandeiras, da Casa Verde e Attí-
lio Fontana (Rodovia Anhanguera), no rio Tietê . No pó/der da Ponte
das Bandeiras, na av. Assis Chateaubriand/av. Pres. Castelo Branco
(Marginal do rio Tietê), por necessidade de gabarito vertical rodo-
viário, as pistas da marginal tiveram de ser rebaixadas sob essa
ponte, criando um ponto mais baixo, sujeito à inundação quando
das cheias do rio Tietê, por refluxo dos bueiros conectados ao rio.
Neste local, em ambas as margens do rio, foram implantados diques
de concreto, e os sistemas de drenagem existentes nas microbacias
foram redirecionados para os reservatórios de armazenamento e
decantação.
Os cálculos de amortecimento no reservatório da margem esquer-
da do rio Tietê mostraram que, para um pico de vazão de 1,8 m 3/s
(TR = 25 anos), afluente ao reservatório, resultou uma vazão máxima
a ser bombeada de cerca de 0,9 m 3/s. Foram previstas três bombas,
tipo submersíveis, com capacidade unitária de 330 m 3/s , com acio-
namento automático em função dos níveis d'água atingidos no inte-
rior do reservatório. A Fig. 2.30 mostra o esquema típico da solução
implantada na ponte das Bandeiras.
O custo total do sistema de pô/der foi estimado em US$ 2 milhões,
contra uma previsão de US$ 15 milhões para a alternativa de altea-
mento da ponte, cuja viabilidade técnica não chegou a ser totalmen -
te comprovada, dadas as incertezas quanto ao projeto estrutural da
ponte e o intenso tráfego que deveria ser desviado.
Embora alguns problemas de manutenção tenham sido registrados,
o sistema opera com eficiência desde 1992, tendo sido adotada essa
solução noutros locais, como a Ponte Casa Verde e a Ponte Attílio
Fontana (saída para a Rodovia Anhanguera), ambas no rio Tietê na
cidade de São Paulo . Após as obras de ampliação e reb aixamento da
calha do ri o Tietê, a ind a é necessá ri a a ma nuten ção dos p ôlde res.
Há também os p ô/de re s impla nt ados no município de São Caetano
do Sul , às ma rge n s d o rib eirão dos Meninos .
As Fotos 2.22 e 2.2 3 a pre sent a m obra s n o p ôlde r da Ponte Casa
Verd e .
Em 200 9, o b airro do Jardim Rom a n o, na cid ade de São Paulo , sofreu
se veramente com as chei a s do ri o Tietê , passa nd o vári os di as so b
<./) inund ação. A s olução para prote ge r o b a ir ro foi a impl a ntação de
...,
Q)
um sistem a de p ôlder. O p ôlder do Ja rdim Roma n o foi p roj etado e
s::
Q)
..s::: executado com muro-dique em a terro, rede s de microdre nage m e
u
s:: re s ervatório a céu aberto com sistema de bombeamento . A á rea pro-
LJ.J
Q)
"O
~ Fig. 2.30 Exemplo de solu ção
o
,_
..., tipo pô lder na Ponte das
s:: Bandeira s
o
u
Q)
rtl ~ ~
e::
rtl A Av. Av. Av
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,_ Margv.n I Marg inal Ma~gin al Marg.1- nal
1 ª pi sta pista .
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pi sta local ex press a ex prwa pista local
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"O
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Mu •nCIP lô OE
rr.-.OUAOUECE'TV&'
MUNICIPtODE
SÃO PAlAO
Fig. 2.3 1 Pôlder Jardim Romano - mapa de inundação com hipsometria para
TR 25 anos e TR 100 anos
-"~ · ~~~:·~~-----4 ·?
,;/3'
Profundidade
Faixa Cor
(m)
o.ao a 0.20
2 0.20 a 0.50
,. 3 0.50 a 1.00
li
ji 4 1.00 a 1.50
'
i 5 1.50 a 2.00
■
!1
6 2.00 a 2.50
■
7 acima de 2.50
■
til
Q.)
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s:::
Q.)
.e: Foto . 2.24 Inundação do jardim Romano em 2009
V
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Foto 2.25 Canal de drenagem interno e dique de terra
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:E
Foto 2.26 Situação durante
e após a execução do N
reservatório do pô/der da
Ponte da Vila Maria (margem
direita) e detalhe do muro-
dique integrado com cana/ete
de drenagem
Quadro 2.8 Características dos pôlderes da Marginal Tietê - Fase 2 (2012) - DAEE
- - ÁR~~- D~~- - -VOLUM; D~ - -....e COMPRIMENTO DO
LOCAL (PONTE) DREN~ÇEf1 :--- RESERVATÓRIO MURO-DIQUE (m)
(mz) -P _: (m3) Jusante Montante
_ . •. ~ _ da ponte da ponte
Limão - margem direita 146.000 1.550 93 117
Vila Guilherme - margem
180.000 3.260 67 355
esquerda
Vila Maria - margem direita 30.000 2.187 60 120
Vila Maria - margem esquerda 195.000 4.577 120 525
Aricanduva - margem direita 92 .300 2.420 705 38
Aricanduva - margem esquerda 160.000 4.349 63 668
[jJ
Q.)
.....,
e
Q.)
..e
u
e
W-l
Q.)
"O
2::
....o
.....,
e
o
u
Q.)
ro
e
ro
..e
....
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E
Q.)
bJ)
ro
e
....
Q.)
o
Condicionantes Gerais
As medidas modernas voltadas ao projeto ou correção de sistemas de
macrodrenagem normalmente interagem com os elementos determi-
nantes da formação das ondas de enchente, para promover a altera-
ção nos tempos de concentração ou a redução das áreas de drenagem
(efeitos obtidos via derivação) ou, ainda, a redução dos volumes a
escoar (obtida pela detenção) . A adequada definição dos hidrogramas
de projeto nos diversos pontos notáveis do sistema de drenagem é
uma atividade essencial para o sucesso da medida proposta.
Nos estudos hidrológicos voltados à drenagem urbana, principal-
mente em virtude da carência de dados fluviométricos que pode-
riam subsidiar análises estatísticas de cheias, normalmente são
adotados modelos matemáticos do tipo chuva x vazão para a defini-
ção dos hidrogramas de projeto.
Os dados necessários à elaboração desses estudos compreendem
fundamentalmente as características hidráulicas e geomorfológicas
da bacia, suas condições de impermeabilização, tempos de concen-
tração, bem como as precipitações de projeto.
Com relação aos dados pluviométricos, estão disponíveis para as
principais cidades do País as relações IDF (intensidade-duração-
-frequência). Entretanto, a desagregação dessas precipitações para
a determinação dos hietogramas é o grande problema do hidrólo-
go, visto que, para cada distribuição temporal das chuvas, têm-se
hidrogramas diferentes.
Estudos
Hidrológicos
Nos casos de dimensionamento de reservatórios de amortecimento
de cheias, quando, além da correta estimativa do pico de vazão,
também é vital a determinação dos volumes associados, os estudos
para a definição dos hidrogramas de projeto exigem uma análise
mais profunda dos mecanismos climatológicos que influenciam a
desagregação das precipitações e das durações críticas. Por essa
razão apresentam-se, no item Definição da chuva de projeto, diver-
sos métodos disponíveis para desagregação das precipitações . No
item Modelos chuva x deflúvio, são descritos os principais méto-
dos adotados para a transformação chuva x vazão em projetos e
estudos de drenagem urbana, incluindo as formas de obtenção dos
tempos de concentração em áreas urbanas .
3.1 Definição da Chuva de Projeto
Nos projetos de canalização, o parâmetro mais importante a con-
siderar é a vazão de projeto, ou seja, o pico dos deflúvios associa-
do a uma precipitação crítica e a um determinado risco assumido.
Portanto, outras precipitações que levem a picos de vazão menores
serão sempre conduzidas com segurança pelo sistema existente ou
projetado. Ou seja, o volume das cheias, associado às diferentes
precipitações, passa a ter interesse secundário.
Entretanto, nos projetos de obras de reservação de deflúvios,
é fundamental a definição do hietograma da precipitação e do
volume de deflúvio. A determinação da intensidade média da pre-
cipitação, em muitos casos suficiente para o dimensionamento de
canais de drenagem, não o é para o projeto de reservatórios de
controle de cheias.
"'
...,
Q)
À medida que o projeto se torna mais complexo, cresce a neces-
i::
Q) sidade de utilizar registros históricos (cronológicos) de precipita-
..e:
u ção, que muitas vezes não são disponíveis. Nesse caso, dados de
i::
WJ
Q)
locais próximos poderão ser utilizados, porém comprometendo
"O
Q)
a confiabilidade dos resultados. Em sistemas maiores requer-se,
õ..... muitas vezes, não só a distribuição da precipitação no tempo,
u
- i::
o
como a sua variação espacial. Dados dessa natureza são quase
inexistentes. Portanto, as obras de reservação e mesmo as de
Q)
-
3.1.l Curvas de Intensidade-Duração-Frequência (IDF)
Vl
60
40 E
1
20 r, -
-~====----=:: ::::::;;~§~~êi~
- - - - - -- - - - -- -- -
0
o 30 60 90 120
Duração (min)
Estação: São Paulo - IAG Período de dados: 1933-1997
Fig. 3.1 Exemplo de curvas
Latitude: 23º39'5 i: mm/min IDF (intensidade-duração-
Longitude: 46°48'W t: min frequência) para São Paulo/SP
Altitude: 780 m T: Período de retorno (anos) (Magni e Martinez, 1999)
it,T = 39,301 5 (t + 20)"°·'"' + 1O, 1 767 (t + 20) 08764 •
• [-0,4653 - 0,8407 ln ln (T/T - 1)] para 1O<: t <: 1440
240-
220--- - -- - - - - -
200- - - -TR = 5 anos
180-~- ... TR = 1O anos
~ 160- ~- - ·- -- - - - - ... TR = 25 anos
-TR = 50 anos
õ
.e: 140
- TR = 100 anos
'-120 -
êl OO - -"'-~c-~.=---.------ - - - -- - - - --
:-:-80-
60
40 -
2 0 - - - - --
0
o 30 60 90 120
Duração (min)
Estação: Santos Período de dados: 1924-1974
Latitude: 23º56'5 i: mm/min
Fig. 3.2 Exemplo de curvas
Longitude: 46º20'W t: min
IDF (intensidade-duração-
Altitude: 14 m T: anos
frequência) para Santos/SP
(Magni e Mero, 1986) i = (t + 20) 0 " [l 5,53 - 6,08 ln ln(T/(T - 1))], para 1O:'.S t:'.S60
i = tº'" [8,60 - 3,36 ln ln(T /(T - 1))], para 60 < t s 1440
Na ausência de outras informações, a composição de hietogramas a
partir das curvas IDF pode ser bastante útil para o projetista. Com
a adoção desse método, ocorre uma maximização das precipitações
para cada duração, já que muito raramente os totais precipitados
máximos para cada duração ocorrerão em um único evento.
3. l.2 Tormentas Padronizadas
Um dos métodos mais utilizados para a definição da chuva de proje-
to, em obras de reservação, consiste na adoção de chuvas padroniza-
das. Em alguns casos, essas chuvas são obtidas a partir das relações
IDF e, em outros, são derivadas de dados pluviométricos existentes.
O que se espera de uma chuva de projeto é que seja representativa
de muitos eventos registrados e tenha as características de inten-
sidade, volume e duração de uma tormenta de mesma frequência.
Quando se dimensiona uma obra de reservação a partir de uma
determinada precipitação de projeto, espera-se que, em média, sua
capacidade, assim definida, sirva para proteger a bacia contra even-
tos de mesma recorrência desta precipitação de projeto. Nesse caso,
é importante assumir implicitamente algumas hipóteses, tais como:
a tormenta de projeto tem um volume equivalente ao de uma chuva
observada com a mesma recorrência; a distribuição temporal da
chuva adotada é representativa de uma tormenta ocorrida; o reser-
vatório está vazio quando da entrada da cheia oriunda da chuva de
projeto; e a chuva é considerada uniformemente distribuída na bacia.
A adoção de tormentas padronizadas foi criticada por diversos
autores: Marsalek (1978), Marsalek e Watt (1983), McPherson (1976),
cri Walesh (1989) e Wenzel (1978), pelo fato de que essas tormentas não
...,
<l)
õ.... sejam ainda amplamente utilizadas tanto na Europa como nos EUA.
...,
t:: Os métodos mais usados para a desagregação de tormentas e com-
o
u posição da chuva de projeto são descritos nos itens seguintes.
<l)
ro
t::
ro
a) Bloco de Tormenta (B/ock Rainstorm): é o método mais simples
.e
.... de desagregação de tormentas de projeto. Um bloco de tormenta
::::,
tem uma intensidade constante durante todo o evento, obtida
E
<l)
b!)
a partir das curvas IDF. Tem sua origem no método racional.
ro Sua utilização é discutível para o dimensionamento de obras
t::
<l)
.... de reservação, por considerar apenas o período de chuva mais
o
intenso (Figs. 3.3 e 3.4) .
•
b) Método de Sifalda : Sifalda (1973) apresentou uma modificação
til
do método do bloco de tormenta, incluindo um padrão de hie- o
u
tograma trapezoidal antes e depois do bloco relativo ao período bO
·O
de chuva mais intenso (Fig. 3.5). õ.....
Arnell (1983) comparou estatísticas de volume x duração e con- "O
M
~
::i
.e
u
7 'ntensidade média (iT)
"'
"O
cu Fig. 3.3 Definição do
"O
bloco de tormenta como
"'
"O
iii chuva de projeto
e
cu
.E
Duração da chuva ( t )
Duração da chuva ( t)
onde:
r - coeficiente de avanço da tormenta
tP - instante do pico
tb - tp - t
ta - t - tp
E M
ão Paulo 0,36 : Tempo
Porto Alegre 0,44
25 r - Equação IDF
■ Blocos alternados
Ê20 - - - - --
E
~ l 5 .-
•~ . - - - - --
V-
~
...."'s::
<I)
<I)
..s::
u
s::
1-1-l
<I)
comparativo entre
as distribuições de
precipitação da
equação IDF e blocos
alternados
1 :l _L
1O 20 30
Tempo (min)
40 50 60
-o
<I)
e) Método de Yen e Chow: a principal virtude desse método é a
.......
o
simplicidade. Baseado em análises de cerca de 10 mil tormentas
s::
o em quatro locais bastante diferentes do ponto de vista hidro-
u
<I) lógico: Boston (Massachussets), Elizabeth City (New Jersey), Ur-
ro bana (Illinois) e San Luiz Obispo (Califórnia), Yen e Chow (1983)
s::
ro
...
.e propuseram um hietograma triangular. A intensidade de pico
;:) fica definida por:
E
<I)
bO
ro
s::
...
o
<I)
onde :
-
iP - a intensidade de pico (mm/min);
2p - precipitação total (mm);
[fJ
td tempo de duração da precipitação (min).
- o
u
O instante de ocorrência do pico foi definido como tp = 0,375 • td b.O
·O
(ver Fig. 3.9). õ....
-o
:e
V,
-----.-- o
-o
ê ....
~
;::l
.....
E o.. P (mm) V,
----
N
1.1.J
----
E li M
5
íig. 3.9 Método de
Duração da chuva (min) Yen e Chow (1983)
:,:-
.., 7 'l 1---
QJ
·e. ~-
,~
6
"'i::: "ü 5 r >- - ~
>-
-· 1 r
~
"'....
..a o..
4
3 ; ! i r r i· -
-
-
>- -
>- -
-
-
>-
E
QJ
o.o
1
o ffi fü fil fü
o,
l f _ij~ .líl íl1 H - ~;
rti H·, ff, ft f li1 i il
10,20,3 0,4 0, 50 ,60, 7 0,80,9 1,0 1, 1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,71,81,9 2,0
Fig. 3.12
"'i:::
QJ Distribuições Te mpo (h)
.... temporais de
o Nota: Precipitação de 2 horas
chuva pelo Vazão excedente - ses - CN = 86
método de Huff São Paulo - TR = 25 anos
pela equação IDF para São Paulo, com duração de 2 horas e período de
V,
retorno de 25 anos, para as quatro distribuições propostas por Huff o
u
(1 ° a 4° quartis). b.O
•O
....o
-o
3.1.3 Comparação entre Diferentes Métodos de Distri buição :e
V,
Tempora l de Prec ipitação o
-o
A Fig. 3.13 apresenta uma comparação entre hietogramas obti dos ::l
...,
V,
por meio de diferentes métodos de distr ibuição das precipitações. t.L.l
12 ~ - - -- -- - -- - - -- -- - -- - - - - - - - - -~
Nota: Precipitação de 2 horas
■ Huff 2° quartil
11 Vazão excedente - SCS - CN = 86
lO +-- ~ Sa~
-o~Pa=u~l~o__-__ __2~5~ a__no~s~-- -,,-...- -- - -- - Blocos
T~R__= [illj
alternativos
9 +-- - - -- - - - - ---n--n- -- .,H-- - - -- - - ;;_:; Huff 1° quartil
Ê 8 □ Método de
_E_ Chicago
- 7+--- - - - - - - - - - - - j H f - ~~-t,HHh - - - - - - - - -- -- - - - - - - - - - 1
o
':3- 6 +--- - ~ ·____.,._ - - - - - - j H Hf------ci4- I---,~- - - -- - - - - - -- ------,
~ t: i
e.
~
5
3
;~:+~~,:_
.. 1·
;~--<-·- .~:- ,- -
- - - - i r --H-H-H-oi l
~
i
!11
:__:_;~e__>~~:~~: . . . ; :,
1
C/l
Assim, numa comparação inicial, pode-se aproximar a área de drena-
(IJ
+-' gem do córrego Pacaembu à bacia Linkõping 1, estudada por Arnell.
e:
(IJ
..s::::
V
O volume da bacia de detenção da Praça Charles Miller foi definido
e: em 74.000 m 3 , para um período de retorno d e 25 anos e uma área de
1-Ll
"O
(IJ
drenagem de 2,22 km 2 , com ocupação mista e parcela impermeável
(IJ
de 55% (ver seção 7.1).
õ....
+-'
e:
o
u Tab . 3.3 Características das bacias estudadas por Arnell (1984)
(IJ
PARTE DETENÇÃO
ctl
e: BACIA
ÁREA uso
ctl
IMPERMEÁVEL SUPERFICIAL DECLIVIDADE
.o km 2 PREDOMINANTE
.... (%) (mm)
::,
Bergsjõn 0,154 38 Residencial 0,42 Forte
E
(IJ (prédios)
bO
ctl Linkõpin g 1 1,450 46 Res idencial e 0,70 Plana
e:
....
(IJ
co mercial
o Linkõping 2 0,185 34 Residencial (uni- 0,63 Média
familiar)
Com base nos resultados obtidos por Arnell para TR = 25 anos,
<fl
no caso da bacia de Linkõping 1, ter-se-ia um valor aproximado ou
de armazenamento específico de 300 m 3/ha, o que resultaria , em bO
•O
uma primeira aproximação , num volume de 66.000 m3 , para o caso o
,_
do reservatório do Pacaembu, valor bastante próximo ao adotado -o
naquele projeto . ::r:
<fl
o
As pesquisas de Arnell conduziram a algumas constatações a res- -o
::s
....,
peito das distribuições de chuvas de projeto. Assim, a adoção de <fl
L.IJ
hietogramas pelo método de Chicago levou a uma subestimação
dos volumes a reservar de cerca de 15%-20% em média. Ainda com
relação ao método de Chicago, constatou-se que os valores serão
mais corretos, quanto maiores forem as vazões efluentes admissí-
BERGSJÔN
Oe11 =20 .e/s.ha
"' .e
í?200 - - - .
"ü ;:;-- X X X 0)(
]s X 0
o
{l ,~ l 00 - --><-- ---"-- - -- - - -- - - - -
w U- )( o
-
X
E ~ • X
o
- :::, QI o
0 -o 50 - -- -- --
> QI
-o 1/2 2 3 4 5 lO 20 30
TR (anos)
LINKÔPING 1
Oefl = l O.e,ls.ha
í? 300
·-"'.e
,
x Registros históricos
.. Método de Sifalda
u"
].§. 200 . .X
X X ÁX
o
X
o
o Método de Chicago "'o X o
-o '"'
QI u- l 00 •• xx
I.D.F. uniforme
-
0 X X X ..
E~ o
Q,11 = vazão máxima - :::, QI
efluente o -o 50
> QI
-o 1/2 2 3 4 5 10 20 30
TR (anos)
LINKÔPING 2
Oeíi = 30.e/s.ha
~200
-- "',
"'.e ... X
u "
]E . X o
o
"'~ 100 · ,.X X o
-o'"'
QI u- X 0
X
E~ o
~ 4Í 50
• X
Fig . 3. 14 Estudos
o -o ;
> QI 9 de Arnell (1984) -
-o dimensionamento de
bacias de detenção x
1/2 2 3 4 5 10 20 30 chuvas de projeto
TR (anos)
veis. Isso explica por que esse método leva a picos de vazão mais
elevados, que adquirem importância maior nos eventos mais crí-
ticos. Por outro lado, adotando-se hietogramas pelo método de
Sifalda, obteve-se uma superestimativa, em média de 13%, para o
volume de armazenamento, enquanto a utilização da intensida-
de de chuva média (uniform intensity design storm) resu ltou em
vo lumes de detenção 18% menores do que os obtidos com chuvas
históricas. A razão está na desconsideração das precipitações ante-
cedentes e posterio res ao bloco principa l da chuva, carac terística
desse método.
Johansen (1987) concluiu que o uso de chuvas registradas, associa-
das ao método do hidrograma un itário, resultou em valores seme-
lhantes ao uso de tormentas padronizadas que adotam os valores
das cu rvas IDF. Marsalek (1978), ao adotar o método de Chicago,
obteve volumes ma iores do que conseguiria caso aplicasse distri-
buições de chuvas históricas. Pecher (1978) concluiu que o uso de
chuvas históricas poderia levar a volu mes menores do que os esti-
mados pelas relações IDF.
3.2 Modelos Chuva x Deflúvi o
A inexistência ou a insuficiência de dados fluviométricos provenien-
tes de campanhas sistemáticas de hidrometria em áreas urbanas,
associadas às dificuldades inerentes a essas campanhas, incluindo o
grande número de parâmetros variáveis como o tipo de solo e a ocu-
pação das bacias de drenagem urbanas, induzem à utilização de pro-
cessos indiretos para a determinação dos hidrogramas de projeto.
Por outro lado, a necessidade de planejamento urbano exige, muitas
(/)
....s::
Q)
vezes, o prévio conhecimento dos efeitos da urbanização, com a
Q) alteração do uso e ocupação do solo da bacia, assim como a ava-
..e::
u liação de alternativas de intervenções propostas. Isso só pode ser
s::
1-1.l
Q)
obtido de forma indireta, mediante simulações de modelos.
"O
Q) Os hidrogramas obtidos de forma indireta são denominados sin-
õ....
....s:: téticos. Para a sua determinação é necessário estimar o volume de
o deflúvio, ou excesso de precipitação, e a forma do hidrograma. A
u
Q) forma do hidrograma é especificada pelo tempo entre o seu início e
ro o de ocorrência do pico e pela duração da recessão .
s::
ro
.o
.... Os modelos disponíveis para o uso em drenagem urbana podem ser
::i
E classificados em discretos, ou por eventos, e contínuos.
Q)
bl)
ro Essa caracterização é importante, porque a necessidade de dados
s::
Q)
.... varia significativamente entre as duas técnicas.
Cl
a) Simulações Discretas
Neste tipo de simulação é feita uma análise estatística dos dados
li
históricos, em termos de picos e volumes de cheias, e, então,
rJl
selec ionados os eventos extremos . o
u
Emprega-se também a geração de hietogramas de projeto com .bO
•O
base nas equações do tipo IDF.
Em seguida, com um modelo do tipo chuva x deflúvio, geram-se
...o
:9
os hidrogramas dos eventos selecionados, e assume -se que a :r:
rJl
vazão excedente apresenta a mesma re corrência estatística da o
"O
::l
....,
chuva que a gerou . rJl
UJ
b) Simulações Contínuas
Destaca-se a simulação contínua no dimensionamento de bacias
de detenção e outras soluções não convencionais significativa-
mente dependentes da distribuição temporal da precipitação
de projeto. Esse tipo de simulação requer a obtenção de dados
históricos contínuos, em geral não disponívei s. Nos trabalhos
de Urbanas (1990), Tucci (1993), e ASCE (1992), são descritos e
comentado s os diversos modelos contínuos disponíveis.
Quando não há registros históricos contínuo s , a simulação pseu-
docontínua pode ser adequada, e consiste, basicamente, na execu-
ção de algumas atividades (Walesh, 1989), como, por exemplo , a
definição dos hietogramas para os eventos considerados extremos,
ocorridos na bacia , com o registro das condições antecedentes e,
por meio dos modelos discretos , a obtenção dos hidrogramas cor-
respondentes. Além disso, selecionam-se os picos máximos anuais
ou os volume s máximos dos deflúvios e realizam-se análises esta-
tí sticas de vazão x frequência ou volume x frequência (Fig. 3.15).
1
I
1 .•e• E
=
=
=
\ 1 i
=
Modelo
chuva x 1 Dis creto 1
1 Contínuo 1
deflúvi o
· · ··~ · · · • txJ ·
a~
~~L
ºõ'
1rtS
N
~
i....
e. probabilidade
E-iL
:J 1,,_
hidrograma de projeto .
Existem inúmeros modelos chuva x
- C..
~ ~ probabilidade
deflúvio discretos e contínuos, disponí-
Fig. 3.16 Modelo chuva x deflúvio. veis para utilização nos estudos e proje-
Comparação conceituai entre modelagens
tos dedrenagem urbana. Alguns desses
discreta e contínua (Walesh, 1989)
modelos são descritos sucintamente a
(/)
seguir, para ressaltar em cada caso os
(1.)
+-'
e
parâmetros principais e as suas inter-relações com as intervenções
(1.)
.e: na bacia. Também são indicadas as técnicas de uso mais difundidas
u
e atualmente.
UJ
(1.)
-o 3.2.1 Determinação da Chuva Excedente
..:!: Chuva excedente é a denominação dada à parcela da chuva que
o....
+-'
e escoará superficialmente pela bacia . Existem pelo menos quatro
o
u conceitos de uso generalizado para a determinação da parcela da
(1.)
ro
precipitação que infiltrará (Wanielista e Yousef, 1993): a razão de
e infiltração variável e específica do local; a razão constante de infil-
ro
.o
.... tração; o balanço de massa ; e o número de curva (CN - SCS) .
:::i
E
(1.)
a) Razão de Infiltração Variável e Específica do Local
bl)
ro Esse conceito assume que a parcela de infiltração é geralmente
e
(1.)
.... maior no início e decai ao longo da precipitação, até atingir um
Cl patamar constante. Horton (1939) procurou refletir essa hipóte-
-
se por meio de uma relação exponencial, válida quando o poten-
eia! da vazão de infiltração é maior ou igual à precipitação.
(J)
A relação proposta por Horton é: o
.:::!
bll
•O
õ...
onde: -o
f(t) - infiltração (cm/h) em função do tempo; :e
(J)
t - tempo (h). M
Q
I
onde:
Q - deflúvio (m 3/s);
I - precipitação (mm/h);
Ad - área total de d renagem (km 2 ) ;
C - fr ação da á rea impermeável (adime nsional).
Tab. 3.4 Coeficiente de escoa mento supe rfi cial (C) - Método Racional
(Mays, 2001)
PERÍODO DE RETORNO (ANOS)
USO DO SOLO
2-10 25 50 100
Sistema viário
Vias pavimentadas 0 ,75 - 0 ,85 0,83 - 0,94 0,90 - 0,95 0,94 - 0,95
Vias não pavimentadas 0,60 - 0,70 0,66 - 0,77 0,72 - 0,84 0,75 - 0,88
Áreas industriai s
Pesadas 0,70 - 0,80 0,77 - 0 ,88 0,84 - 0,95 0,88 - 0,95
Leves 0,60 - 0,70 0,66 - 0,77 0,72 - 0,84 0,75 - 0,88
V)
...,
Q) Áreas comerciais
eQ) Centrais 0,75 - 0,85 0,83 - 0,94 0,90 - 0,95 0,94- 0,95
..e:: Pe riféricas 0,55 - 0,65 0,61 - 0,72 0,66 - 0,78 0,69 - 0,81
u
e Área s residenc iai s
w
Q)
'"O
Gramados planos 0,10 - 0,25 0,11 - 0,28 0,12 - 0,30 0,13 - 0, 31
Q) Gramados íngremes 0,25 - 0,40 0,28 - 0,44 0,30 - 0,48 0,3 1 - 0,50
o
....
..., Condomínios c/ lotes >300m 2 0,30- 0,04 0,33 - 0,44 0,36 - 0,48 0,31 - 0,50
e Residências unifamiliares 0,45 - 0,55 0, 50 - 0,61 0,54 - 0,66 0,56 - 0,69
o
u Uso misto - denso 0,50 - 0,60 0,55 - 0,66 0,60 - 0,72 0,63 - 0,75
Q)
<'tl Prédios/conj unto de aparta- 0,60 - 0,70 0,66 - 0,77 0,72 - 0,84 0,75 - 0,88
e mentos
<'tl
.e
.... P/a.yground/Praças 0,40 - 0,50 0,44 - 0,5 5 0,48 - 0,60 0,50 - 0,63
=i
Áreas rurais
E
Q) Áreas agrícolas 0,10 - 0,200,11 - 0,22 0,12 - 0,24 0,13-0 ,25
o.o
<'tl Solo exposto 0,20 - 0,300,22 - 0,33 0,24 - 0,36 0, 25 - 0,38
e
Q)
.... Ter renos montanhosos 0,60 - 0,800,66 - 0,88 0,72 - 0,95 0,7 5 - 0,95
o Telhados 0,80 - 0,900,90 0,90 0,90
Fonte: Adaptado de Drainag e Design Manua l of Marico pa, Arizona (Mays, 2001)
rência adotada para a chuva de projeto, em função das diferentes
(/')
perdas relativas, por causa da abstração inicial em cada caso. o
u
d) Número de Cu rva (CN - SCS) b.O
·O
O método do ses (1986), atualmente NRCS - National Resou rc e õ,_
Conse rvation Service, do U.S. Department of Agriculture, utiliza -o
parâmetros de classificação hidrológica e de cobertura dos solo s. :r:
(/')
25.400 - 254CN
SD= - - - -- - -
CN
onde:
S0 - armazenamento máximo (mm);
CN - número de curva (s 100) (quando o número de curva é
igual a 100, o armazenamento é nulo).
ÁREAS IMPERMEÁVEIS
('()
A;mp
- - - % = - 3,86 + 0,55.d (para 7 s d s 115 hab/ ha)
Awcal
A;mp
- - - % = 53,2 + 0,054.d (para d> 115 hab/ha)
Awcal
Grupo de
litotipos
Sedimentos aluvionares Amx Micaxixtos
Quartenários 1
4
2 TQa Sedimentos Terciários L peAcm Calcoxixtos
da bacia de São Paulo
Intrusões graníticas e Filitos
granodioríticas
Quartzitos
1
5 Aam Anfibolitos
"'
Q.)
+-'
Meta-arenitos Gnaisses e
6 pEAam migmatitos
e
Q.)
.e::
u Fig. 3.17 Compartimentação e Jitotipos da bacia do Alto Tietê (Kutner, 1998)
e
1-i.l
Q.)
'O Alguns autores sugerem o valor de IA = 0,1S0 para áreas urbanas,
Q.)
C'd
C
A Fig. 3.20 contém uma solução gráfica para as equações apresenta-
C'd
.e das, para diferentes CN.
....
::J
3.2.2 Tempos de Concentração
E
Q.)
00 O tempo de concentração para uma dada bacia hidrográfica é defi-
C'd
e nido como o tempo de percurso da água desde o ponto mais afas-
....
Q.)
li
100
V)
90 o
u
.8
V, b.O
o ~
e.
E 70
o
...
o
-o
u
z 60
:e
Fig. 3.18 Ábaco para u V)
o
determinação do CN 50 -o
::,
composto com área
..,
V)
O.O g
n:I
"O
..,
n:I
u
Q)
-
~
-;;;
0.5 oe:
u
§
o Q)
,n:s >
1.0 e: •n:I
Q)
ã:i
> E
•n:I Q)
Q)
e. Fig. 3.19 Ábaco para
E
Q)
E determinação do CN
e. n:I
Q) composto com área
E
·- -~ imperm eável conectada e
o 10 20 30 n:I
...
Q) total da área impermeável
CN - composto Área impermeáve l ·<i: menor do que 30% (SCS,
total(%) 1986)
200 ,
180 -~
t·
160 1 i f 1
140
Ê 120 ~ ~ -·
5 100 . .
o::: 80 ;
60
40
20 ' Fig. 3.20 Chuva
~
oo 20 40 60 80 100120 140 160 180 200 220 240
excedente pelo método
do SCS - solução
P(mm) gráfica
onde:
te - tempo de concentração (h);
t5 - tempo de escoamento em superfície (h);
tn - tempo de escoamento em canais rasos (h);
tq - tempo de escoamento em canais ou galerias definidos (h).
Normalmente esses três tipos de escoamento são encontrados em
bacias urbanas (Fig. 3.21).
Escoamento em
superfície
(over/and flow)
~ - - --
Área sem o talvegue
bem definido
Escoamento em canais rasos
--~(shal/ow concentrated flow)
Área com o talvegue
já definido
li
O,O9J(n.L)0,B V,
o
pg·~ 50,4 .:::
oJl
'ºo
onde: ....
"O
n - coeficiente de rugosidade de Manning (s/mS/2); :e
L - comprimento do trecho (m); V,
o
P2 - total precipitado em 24 horas para recorrência de "O
;:s
+,-'
2 anos (mm); V,
1.1..l
S - declividade do terreno (m/m).
M
Os coeficientes de rugosidade de Manning encontram-se na biblio-
grafia corrente (Chow, 1973; Walesh, 1989). A Tab. 3.7 apresenta
alguns valores de n para escoamento em superfícies.
As ca racterísticas geométricas
0,005 são obtidas por meio do proje-
0,3 0,6 1,2 1,8 3,0 6,0 to ou no campo . A estimativa
Velocidade média (m/s) do va lor de n consta no Cap. 4 e
em d iversas publicações (Mays,
Fig. 3.22 Estimativa da velocidade média em
canais rasos (SCS, 1986) 200 1; Chow, 1973; French, 1985),
e na Tab. 3.8 estão os valores de
n para os revestimentos mais
usuais, considerando-se a seção
hidráulica plena para a avaliação das velocidades .
Tab . 3.8 Va lores de n para revestimentos usuais em canais
(/J
...,
Q.J REVESTIMENTO DO CANAL FAIXA DE PROFUNDIDADE (M)
s:: O - 0,15 0,15 - 0 ,60 >0,60
Q.J
..e Concreto liso 0,015 0,013 0,013
u
s::
1..1-1 Concreto com juntas ou rugoso 0,018 0,01 7 0,01 7
Q)
-a Pedra argamassada 0 ,040 O,Q30 0,028
Q.J
Solo cim ento 0,025 0,022 0,020
o
...,
1-< Escavado em solo 0,04 5 0,035 0,025
s:: Gabião 0,030 0,028 0,026
o
u Grama baixa 0,033 0,027 0,022
Q.J
rd Grama alta 0,03 5 0,033 0,030
s::
rd Cascalho 0,033 O,Q30 0,027
J:l
1-<
::, Fonte: adaptado de Brown e Stein (1996), Akan e Houghtalen (2003).
s
Q.J
01)
rd 3.2.3 Hidrogramas Unitários Sintéticos
s::
Q.J
1-< O conceito de hidrograma unitário é atribuído a Sherman (1932); é
Cl
definido como uma função de transferência usada para converter
-
um hietograma de chuva excedente em um hidrograma de projeto.
Baseia-se na hipótese de que, se uma bacia ideal comporta-secomo
Ili
"'o
.'.:::
um reservatório linear, pode-se demonstrar que chuvas efetivas de bJl
•O
intensidades constantes e mesmas durações geram hidrogramas
....o
com tempos de pico e durações iguais. Os deflúvios gerados estarão "O
-
r/J
(l.) A sua forma representa a média de um grande númerode
s(l.):: hidrogramas unitários debacias de diferentes características
..s::
u (Fig. 3.24), onde Qu é a vazão por centímetro de chuva excedente
s::
I.J-l (m 3/s.cm); Qu,r , a vazão de pico por centímetro de chuva exce-
(l.)
-o dente (m 3/s.cm); e tr, o tempo de ocorrência do pico (h).
(l.)
Pode-se converter esse hidrograma adimensional em um hidro-
...o
u
-
s::
o
grama unitário para uma duração desejada, desde que ~ ,p e tp
sejam conhecidos.
(l.)
ro
O hidrograma total de um dado evento pode ser construído
s:: pela soma dos hidrogramas parciais obtidos para cada bloco de
ro
=i
...
..e chuva excedente (correspondente a cada intervalo de tempo M),
E obtendo-se assim o hidrograma final para dada precipitação.
(l.)
b.O O tempo de ocorrência da vazão de pico (t p ) e a vazão de pico
ro
s:: (~ ,p) são calculados por:
a
...
(l.)
Qu,p
1,00 j ! 1 l : 17 r.tl
-~ -- : 1 1 ' l o
' 1'
! ! ' 1 ' 1
u
: !
f--------------...J__ _
1,
I -- : \ ' 1
;. ,_
' i ' bJ:)
"',, ,_,.L:i ,_ l
'
1 i
,_
'i' ' ''
' ' ',%,
1
•O
0 ,75 [: i
1 ~
' 1 '
'
y
i 1
' ' 1
1 õ...
a. ,•
i; 1
!
'
,,
\,, '
/
' V,
'
1 1
! ! - : -: f.-l L ,;' '
:
i i i
"O
:J 1 '\ - .,;:
' ' ' i 1 :r:
~ o.50
,,
_'f ' \. ~ :' ' :
' : !' i! :• ,
' '
:.-H-++J
'' i r.tl
o
:J
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"'
"-'
'
' i'
' 1
1, 1 1 i:t ''-'"i ,, ,. ...... 'i' i 'í '
1
o
-
1
"O
-
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1
~
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i 1
i 1 1
;:l
' ' ! ! ~......._ i ' : ' 1
1
r.tl
0,2 5 - // --- i'1 l / . ! '~ ' ' 1-W
- '
1
t 1 '
•- -- 1 i ~-- i 1
' M
----n-- ---i+ F~
1 : 1
1-- -
' 1 1
"' ,._ ' .. - ---'--~-
' ' :-· . ,.
o 1 1
'
D 0 ,5 1,00 1,50 2,00 2 ,5 0 3,00 3,50 4,00 4,50 5, 00
- p ~~ ·
TB =2 67 t p
onde:
tP - tempo de ocorrência do pico (h) ;
tR - duração da precipitação excedente (h);
tL - tempo de resposta da bacia (h);
te - tempo de concentração (h) ;
Ad - área de drenagem (km 2) .
O método do ses fo i desenvo lvido somente para tR = 0,2tP ou tR
= 0,133tc. Entretanto, em te r mos práticos, admite-se a sua vali -
dade para tR s 0,25tP ou tR s 0,17tc (Akan e Houghtalen 2003; U.S.
Department of the Interior, 1987).
Esse hidrograma curvilíneo pode ser aproximado por simplici-
dade a um hidrograma triangular, com o tempo de base desse
t riângulo T8 , calculado por T8 = 2,67tP, em unidades de tempo
consistentes (Fig. 3. 24).
c) Método de Santa Bárbara
O SBUH (Santa Barbara Urban Hydrograph) foi desenvolvido
pelo Santa Barbara County Flood Contrai and Water Conserva-
t ion District, Califórnia, por Stubchaer (1975).
Nesse método, a parcela impermeável da bacia é assumida como
diretamente conectada ao sistema de drenagem, e as perdas da
precipitação nessas áreas são desprezadas . Para determinar as
perdas nas áreas permeáveis, pode ser utilizado, por exemplo,
o método do SCS -CN (1986) ou o de Horton (1939) .
O SBUH combina os deflúvios das áreas permeáveis e impermeá-
ve is para desenvolver um hidrograma instantâneo das va zões
excedentes, o qual é amortecido em um reservatório imaginário
qu e provoca um retardamento igual ao tempo de concentração
EXEMPLO 3.1
tL = 0,6tc = tL = 0,36h
assim,
-"'
<l)
e:
<l)
.e o
lr,l
u u-
e: ...,rll
U.J 'õ.
<l) u Precipitação efetiva= 2cm (20 mm)
"O ~
<l) o..
-
õ....
u
e:
o tp = 0,44h
T 8 =l, 17h
<l)
~ 0
20
e: trd
~
.o ~ 15
.... >
::::i 10
a
<l)
bO Fig. 3.25 Solução do 5
~
e: exemplo 3.1
....
<l)
0,25h 0,Sh 0,75h lh
Q
Tempo
da bacia. Para cada intervalo de tempo M, é calculado o valor da
Cll
ordenada do hidrograma, adotando-se um sistema de unidades o
u
consistente, na forma: bJl
,o
I = [i. d+ ie (1,0 - d)] Ad õ....
"O
onde: ::r::
I - ordenada do hidrograma instantâneo; Cll
o
"O
- precipitação; ...,
;::!
com
M
Kr=----
2tc + CH
onde:
Q - o deflúvio;
te - tempo de concent ração.
Os índices j-1 e j indicam intervalos sucessivos de tempo.
d) Convolução Contínua
De acordo com a teoria do h idrograma unitário, o produto
da hidrógrafa unitária pela precip itação excedente resulta no
hidrograma da bacia para um dado hietograma.
De modo geral, a convolução na forma de integral pode ser
assim escrita (Wanielista e Yousef, 1993):
onde:
k - coeficiente de routing (min- 1);
t - tempo (min);
D - período de cada intervalo de precipitação.
onde:
tP tempo de retardo, correspondente ao intervalo entre o
-
ponto médio da chuva efetiva e o pico do hidrograma
unitário (h) ;
L - extensão do talvegue principal da bacia hidrográfica (km);
Lg - extensão ao longo do talvegue, desde a seção de estudo
até a projeção do centro de gravidade da bacia sobre o
talvegue (km);
C1 - coeficiente empírico que depende das características da
bacia, o qual pode ser estimado por:
7,81
er = - - - - , para Ia> 30%
fa0,78
ro
e:
ro
...
.e
::J
onde :
qP - pico do hidrograma unitário (m 3/s .km 2) ;
E
Q)
o.o CP= 0,89 (Ct)Q,46.
ro
e:
...
Q)
Chuva unitária
,Chuva unitária
~ , '
:r: : ~---~ :
i ---;H 2 ·i-i;' Hidrograma
E H-i unitário
u
>
o
,rcs
N
rcs
ªo
,rcs
N
rcs
>
Tempo Tempo
B
li
A seguir, deve-se proceder ao cálculo da chuva excedente na bacia:
Vl
o
u
25.400 - 254.80 '5'o
Sv = - - - - - - = 63,5 ,o
80 õ....
'O
Como a chuva é dividida em intervalos, deve-se calcular a chuva ::e:
Vl
excedente com os totais acumulados em cada intervalo. A Tab. 3.9 o
'O
apresenta o cálculo, e a Fig. 3.29 o gráfico correspondente. ...,
::l
Vl
I.U
Qu,p
19
18 '
1 1 ! 1 1 1 1 ! i 1 1 -
1
■
17 Chuva total -
!
16 ~f- --· ' f-
■ Chuva excedente :
15 1
14 !
Êl3
1
'
E 12 i i i 1 1 i ; ! j 1
1 1
1 ! !
';° l l 1
1
'ô. 10 1 1 ! 1
i ! !
i i 1 i
!;! 9 1
"ã. 8 1
1
1 . ! i 1
-~ 7 ' 1 1 1
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6 i
1
li: 1 1 ! ! 1 1 1
.. 1 1 1 1 1 i 1 i
5 ~
4 ~
l ! 1 i
3
2 ' 1 1
i
~ ~ ~
' L
1
! !
1
i
1
1 1 1 • • 111.... _;
1
l
o 1 1 1 1 1 1 1 1 ' ,-. ; ~- ·
,li • • •
'
li .. ..
1
0 , l 0 ,2 0 ,3 0 ,4 0 ,5 0 ,6 0 ,7 0 ,8 0 ,9 l ,0 l , l 1,2 l ,3 l ,4 l ,5 l, 6 1,7 l, 8 l ,9 2, 0
Tempo (h)
Fig . 3.2 9 Chu va total e excedente - m étodo do hidrograma unitário
-
V,
<I) triangular com t P, T8 e Q,, próp r io s (Ta b. 3.10).
e::
<I)
J:: Pode -s e o bservar que o hidrograma começa a partir do início
u
e::
t.L.l
<I)
"Cl Tab. 3.10 Cálculo dos tempo s de pico , ba se e valo res dos picos
<I) dos hidrogramas em cada bloco de chuva excedente
õ,_
-
u
e::
o
BLOCO DE
CHUVA
EXCEDENTE
TEMPO t (h) T; (h) T8 ' (h) Ou.P (m3/s)
<I)
-
Tab. 3.10 Cálculo dos tempos de pico, base e valores dos
VJ
picos dos hidrogramas em cada bloco de chuva o
u
excedente (cont.) bO
BLOCO DE :3
CHUVA TEMPO t (h) TP' (h) T." (h) Ou.P (m l/s)
...o
-o
EXCEDENTE ::r:
Bloco 9 1,60 2,01 2,69 1,51 o"'
JUoco 10 1,70 2,11 2,79 1,16 -o
Bloco 11 1,80 2,21 2,89 0,91
....
;=j
"'
1-1.l
..Bloco 12 1,90 2,31 2,99 0,72
M
Bloco 13 2,00 2,41 3,09 0,82
Obs.: t/ = t + tp; T." = t + T8
rn
o N rn
N '<t" Ln lD "- co O'>
o
u
o
u
o
u
ou o
u
o
u
o
u
o
u
o
u
o
u
o
u
o
u
o ....J
u ~
Ê o....J o....J o....J o....J o....J o....J o....J o....J o....J o....J o....J o....J o....J o
"" "" "" "" "" "" "" "" "" "" 0,45
"" "" "" 1-
2,00 0,00 0,00 1,06 3,79 3, 18 2,59 2,11 1,79 1,47 0,85 0, 18 0,00 17,48
2, l O 0,00 0,00 0,00 1,85 2,10 1,93 1,69 1,49 1,31 1,13 0,67 0,35 0,20 12 ,72
2,20 0,00 0,00 0,00 0,00 1,02 1,28 1,26 1,19 1,09 1,01 0,89 0, 53 0,40 8,67
2,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,62 0,83 0,89 0,87 0,84 0,79 0,71 0,60 6, 15
2,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,40 0,59 0,65 0,67 0,66 0,6 3 0,80 4,40
2,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28 0,43 0,50 0,53 0,52 0,72 2,98
2,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,21 0,33 0,39 0,42 0,60 1,95
2,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 o,16 0,26 0,31 0,48 1,21
2,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13 0,21 0, 35 0,69
2,90 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 O, l O 0,23 0,33
3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 o, 11 o,11 .
3, l O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
30 -
25
:t
vi' 20
;;;--
5
O 15
-
V)
Q)
eQ):
..e: 5 +----- - - ---
u
e:
L.&.l
Q)
"C
Q) 0,1 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
õ.... Tempo t (h)
-
u
e:
o
··········Bloco l
-------Bloco 2
- · -Bloco 4
··-··-Bloco 5
- - ·Bloco 7
- Blocos
..... Bloco 10
=Bloco 11
- Bloco 13
--Total
Q)
----Bloco 3 - -Bloco 6 - Bloco 9 - Bloco 12
<1l
e: Fig. 3.30 Hidrogramas parciais e total- método do hidrograma unitário -
<1l
.o
.... exemplo 3.2
=,
E
Q)
bl)
<1l
e: 3.2.5 Avaliação Expedi t a de Cheias Urbanas - Exemplo
....
Q)
Em estu d os pre li m inares, principa lmente voltados para o planej a-
o
mento de sis temas de drenagem, é de grande va lia a consulta a estu-
dos paramétricos que permitam a estimativa de vazões de projeto
rJl
de maneira expedita. o
u
b.O
Conte (2001) apresentou resultados de experiências obtidas com a ,o
utilização do método do ses e o auxílio do modelo CABC-Análise de ....o
-o
Bacias Complexas, desenvolvido por Porto, Kamel e Gikas (FCTH, ::r::
1998a), com a finalidade de definir diretrizes de projeto em diver- rJl
o
sas bacias hidrográficas localizadas na RMSP, com áreas de drena- -o
;:::s
.....,
gem entre 50 km 2 e 100 km2, subdivididas em módulos variáveis rJl
LJ.J
entre 1 km 2 e 10 km 2 • Assim, para as bacias dos rios Pirajuçara e
Aricanduva e dos ribeirões dos Couros e dos Meninos, foi possível
estabelecer alguns parâmetros médios de análise que possibilita-
ram a proposição de um método expedito para a avaliação de cheias
específicas de projeto, em função do tamanho da área de drenagem,
recomendado para áreas de drenagem entre 1 km 2 e 100 km 2 •
Foi adotada a equação IDF de Magni e Mero (1986) para São Paulo,
com chuva de 2 horas e distribuição temporal de Huff 1° quartil.
Os demais parâmetros foram obtidos conforme se descreve a seguir.
a) Estimativa dos Tempos de Concentração
De acordo com a análise de alguns hidrogramas observados, e
considerando os comprimentos dos talvegues de algumas bacias
como as dos rios Pirajuçara, Aricanduva e ribeirão dos Meninos,
os seguintes tempos médios de concentração em função das
áreas de drenagem foram adotados para a avaliação expedita
dos picos de vazão, conforme Fig . 3.31. A hipótese de projeto
para fixar esses tempos de concentração foi a consideração de
uma faixa para as velocidades médias de percurso das vazões
entre 2,2 m/s e 2,5 m/s .
- 2, 50 ~ ~ - - - - - ~ -- -~ -- -- - ~
..e
- i
; 2,00 rf-- + - -+-- l -__
--+
--+-_ -_ -_ ...
+-_-_- +----+--+- -:;j.,""'----1
~
~ 1,50
u
,r -- ,-,-i--1---t---:::;::;p'.'.'."':::::j::::= t--- i--""=1
e
.8
"O
1,00 ~--+-+=--+-~~=t=:..+-+-- +---+- - -4
g_ o,5O 1----+,,,,-=:..- + --+-- -+--+-- +-----+- -+=-=-~l-:=_-_--=-J
Fig . 3.31 Tempos
E
j!!. médios de
0,00 ~ - - -- -- - ~ ~- - -~ -~ - ~ concentração
O 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 (Conte, 2001)
2
Área de drenagem (km )
b) Hidrogramas Típicos
Para as bacias densamente urban izadas, adotou-se CN = 86 .
Com todos os demais parâmetros já mencionados, obtêm-se
os hidrogramas característicos para áreas de drenagem entre
1 km 2 e 100 km ', determinados com o modelo CABC, de acordo
com o método do ses (Fig. 3.32).
600
1 1
l km 2
500 5 km 2 -
-;;;-
l O km 2
;;;-- 400 25 km 2 _
5 50 km 2
o
,1-- ......... l 00 km 2
/ j \
'"'
N 300
1
200
100
Fig. 3.32 Hidrogramas ············
característicos para T = 25 anos o
(CN = 86, P = 15,8 mm, d = 2 o 2 3 4 5 6 7
horas) (Conte, 2001) Tempo (horas)
r/l
a;
...,
e:
a; onde:
..e:
u Q25 - vazão específica para TR = 25 anos (m 3/s .km 2 );
e:
u..J Ad - área de drenagem (km 2 ).
QJ
-o
a;
o
,_ ,,;-- 25 - -- - - -- - - - - -- - - - - --
..., E
e: .o,; Q25 = -3,257-en(A,) + 20
o
u ~ 20 ::c---- ~ ----'--+---+-- -- - -- -- -
a;
rtJ
1
e: GlS I--- -- --="-"'- ~ -- -- - -- - - -
rtJ ~
..e
,_ ·u
Q)
::, ~10~- - -- - - -+-i-__L__ ___:::,,,.._._ _ _ _----1
Fig. 3.33 Vazões
E
a; específicas para
Q)
o
b.O
rtJ
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QJ
Cl
P = 75,8 mm,
d= 2 horas)
â 0 ' -- ----'----'-- ~ . L . L ~ - - - - -- - - --'
l lO l 00
(Conte, 2001) A,, área de drenagem (km ' )
c) Generalização das Vazões Específi cas de Cheia
r.r,
Com o método do ses, fo i possível obter, para d iversos TR e o
u
CN, as vazões espec íficas de enchente em função das áreas de bO
·O
d renagem . (Co nte , 2001) . o
,_
A Fig. 3.34 most ra a fa míli a de curvas de vazão es pec ífica x área "O
1
N
T - l 00 anos
1
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11 5
,_ T 2 anos - - f - - 1
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O'
o 1 : 1
- ~ f-- 1
l 10 100
2
A = área de drenagem (km )
Fig. 3.34 Cheias específicas na RMSP (chuva de duas horas; CN = 86) (Conte, 2001)
l ,00 N = 8 6 - - - - - - - -- - - - - -- - -~
0,90
1 10 100
Período de retorno T (ano s)
li
o ajuste que melhor reproduza as características da bacia com base
f./l
em dados observados. o
-~
bJ)
Interface amigável: telas de trabalho de fácil manipulação, com ,o
janelas, menus e barras de ferramentas intuitivas, contribuem para ol-<
'O
a boa comunicação entre usuário e software e para o sucesso do ::r::
projeto. Mensagens claras de status dos processos e dos erros, com f./l
o
'O
informações diretas e precisas, trazem eficiência para a simulação.
Visualização e apresentação dos resultados: é importante que o soft-
-;::l
f./l
1-ú
-
Plataforma HEC (Hydrologic Engineering Center)
<JJ
A plataforma HEC (Hydrologic Engineering Center) possui diferentes ou
bIJ
módulos que permitem realizar simulações para variadas finalida-
'º
õ
des em gerenciamento de recursos hídricos. A seguir estão apresen- ,_
"O
tadas as principais características e funcionalidades dos módulos ::r:
hidrológico (HMS) e hidráulico (RAS) mais adequados às simulações <JJ
o
em drenagem urbana. "O
::l
+-'
<JJ
Módulo HEC-HMS (Hydrologic Modeling System) (h idrológico) LJ.J
Licença gratuita X X X
Documentação comple-
ta : manual de usuário,
manual de fundamentos X X X X X X
dos modelos e projetos-
-exemplo
Interface gráfica para
entrada de dados e exibi- X X X X X X
ção de resultados
Exportação de resultados
em formato compatível X X X X X X
com outros aplicativos
Integração com sig para
entrada de dados e
X X X X X X
exibição de resulados de
forma georreferenciada
Ferramenta automática
para calibração de parâ- X X X X X X
metros dos modelos
Modelagem hidrológica
X X X X X X
concentrada e distribuída
Simulação hidrodinâmica
X X X X X X
lD
3 Estudos Hidrológicos
• idioma: inglês;
• entrada de dados: tabular ou por interface gráfica;
• resultados: gráfica e tabular, exportável em formato compa-
tível com Excel;
• integração com SIC: possível por meio do módulo HEC-GEO -
-HMS, que funciona como uma barra de ferramentas na pla-
taforma ARC-GIS. Possibilita a inserção automática de dados
a partir de modelo digital de terreno e a exportação dos re -
sultados em base georreferenciada .
A Fig. 3.36 apresenta as tela s de entrada e saída de dados do HEC-
-H MS .
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Fig. 3.36 Telas de entrada e saída de dados do HEC-HMS
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Módulo HEC-RAS (Rive r Analysis System) (h idráulico)
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Plataforma SWMM
A plataforma SWMM (Storm Water Management Modef) é um soft-
ware hidrológico-hidráulico desenvolvido pela Agência de Prote-
ção Ambiental dos Estados Unidos (U.S. Environmental Protection
Agency - Usepa) para a modelagem e simulação do escoamento
superficial em áreas urbanas.
O SWMM utiliza uma abordagem distribuída para o cálculo das
vazões, integrando a modelagem da microdrenagem e da macrodre-
nagem. Essa simulação integrada da rede de galerias com o escoa-
mento superficial possibilita a simulação de alagamentos, que são
fenômenos hidráulicos muito comuns em bacias urbanas, decorren-
tes da sobrecarga nas galerias e bueiros de drenagem e que ocasio-
nam o transbordamento dessas bacias e o aumento do nível d'água
nas ruas sem que necessariamente tenha havido transbordamento
dos córregos e canais principais.
O SWMM é um pacote livre, que possui um modelo hidráulico de
simulação do escoamento em condutos fechados integrado com um
modelo de simulação do escoamento superficial. Para a propagação
do escoamento são utilizadas equações hidrodinâmicas completas.
A solução do sistema de equações de Saint Vennant é feita por meio
de processo explícito de discretização numérica das equações dife-
renciais. A solução do sistema de equações não linear é feita pelo
método iterativo de Newton-Raphson.
■ Opções de modelagem no SWMM:
• representação da bacia em sistemas de nós conectados por
elementos da bacia hidrográfica e da rede de drenagem;
• representação dos condutos por meio de galerias, sarjetas e
canais, caracterizados pelo comprimento, rugosidade, decli-
vidade e geometria da seção transversal;
• precipitação: hietogramas fornecidos pelo usuário;
• separação do escoamento: modelos de Green and Ampt, mo-
delo ses (curve number) e Horton;
• modelo de escoamento superficial: feito no módulo runoff
do programa, em que as sub-bacias são representadas por
reservatórios não lineares .
• modelo de propagação do escoamento na rede de drenagem:
baseado nas equações da continuidade e de conservação dos
momentos (modelo hidrodinâmico). A situação de sobrecar-
ga em uma junção é identificada quando o escoamento atinge
o nível máximo da seção de um dos condutos ligados ao nó.
Para essas situações, o programa assume a condição de que
o somatório das vazões de entrada e saída na junção é igual
a zero, considerando que a variação de pressão corresponde
a um ajuste do nível d'água no nó que tem que ocorrer para
garantir a condição de continuidade. A vazão nos condutos
é então recalculada considerando essa condição na junção e
o cálculo das características hidráulicas do escoamento é re-
feito, e novamente a variação no nó é calculada . O processo
se repete até que seja atingida a convergência definida pelo
usuário;
tJl
Q)
• o software possui também a opção de calibração dos parâme-
ê tros para ajuste das variáveis simuladas a valores observa-
Q)
..e
u
dos previamente fornecidos pelo usuário .
e: ■ Características do software SWMM:
1-1-l
Q)
"O
• sistema operacional: Windows;
Q)
• instalação: arquivo executável disponível para download no
...o
+-'
site da U.S. Environmental Protection Agency - Usepa;
e:
o • documentação: manual de usuário e manual de fundamentos
u
Q) dos modelos e projetos-modelo, disponíveis para download
ro gratuito;
e:
ro
...
..o • idioma: inglês ;
:::> • interface gráfica para traçado de trechos de canal, redes de
s
Q) canais, junções e seções transversais; seleção de modelos,
b.l)
ro inserção de dados, visualização e edição de resultados.
e:
...
Q)
Cl
A Fig. 3.39 apresenta a tela de trabalho do SWMM.
-
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o
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~ ~ ~ ~ m ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
DetiJICC (II/
Estudos
Hidráulicos
Para definir as linhas d'água e verificar as capacidades de vazão em
canais com essas características variáveis, que conduzem a escoa-
mentos gradual ou bruscamente variados, é necessária a análise das
curvas de remanso, no primeiro caso, ou , por exemplo, a análise
do ressalto hidráulico no segundo caso . Os aspectos metodológicos
para essas análises são encontrados em Chow (1973) e French (1985).
Em termos práticos, no campo da drenagem urbana o escoamen-
to permanente uniforme é frequentemente considerado no dimen-
sionamento e na verificação da capacidade da vazão dos canais.
Isso decorre da maior facilidade e simplicidade matemática caracte-
rísticas da aplicação dessa metodologia. A possibi lidade de análise,
considerando trecho a trecho, com características razoavelmente
uniformes dos canais de drenagem, também concorre para esse
fato. Nos casos em que ocorre o desemboque em lagos ou córregos
cujos níveis d'água influenciam o escoamento nos trechos finais, a
determinação da linha d'água nesses segmentos deve considerar o
escoamento gradualmente variado para canais prismáticos.
As grandezas fundamentais inerentes à hidráulica dos canais são o
raio hidráulico (RH): a razão entre a seção hidráulica (AH) e o períme-
v2
tro hidráulico (P H); e a energia específica: E = --+ y
2g
(y: profundidade média; V: velocidade média; g: aceleração da gra-
vidade).
4.1.2 Regime Permanente Uniforme
O escoamento em regime uniforme ocorre quando, em um canal
Vl com geometria e declividade constantes, a profundidade, a área
....,
<J.)
e
<J.)
molhada e a velocidade, em todas as seções transversais , são cons-
..e: tantes e há o equilíbrio entre a energia disponível e a despendida
u
e pelo fluxo, de forma que a linha de energia é paralela à linha d'água.
1-1-J
<J.)
"O
<J.)
A equação de Chézy, desenvolvida em 1769, descreve em te rmos
õ.... matemáticos o escoamento uniforme em condutos livres :
....,
e
o V = C ✓RH (
u
<J.)
ccl
onde:
e
ccl
.o V -velocidade média do escoamento;
....
:::i C - fator de resistência, coeficiente de Chézy;
E<J.)
RH - raio hidráulico;
bJ)
ccl declividade do fundo = declividade da linha de energia (J)
e
<J.)
.... (que decorre da definição de regime permanente uniforme) .
o A maior dificuldade em aplicar a equação consiste em obte r o valor
de C, coeficiente de Chézy. Na prática, esse valor é obtido mediante
li
experimentos de campo e
V2(Zg ------_l__~i~:~n~a c/l
de laboratório. o
• (i==i) u
A expressão de uso ::i
,c,j
C=-RH
l 1/ 6
n
.
it.x + +--V/ = +--+
Yz
2g
V/ .
Y1
2g
Jt.x
'---,------1 '----v------'
Ez E1
~z+IJ-~1 +~J (j - i)
tu
....,
QJ
4.1.4 Estimativa do valor de n
i:::
QJ
.e O valor de n de Manning depende de inúmeras variáveis, além da
u
i:::
UJ
rugosidade da superfície do canal, como: o efeito da vegetação, as
QJ
"O
irregularidades nas paredes, as variações na seção hidráulica, as
QJ
õ...
....,
i:::
o
u
QJ
ro
i:::
ro
...
..e
::i
E
QJ
o.O
ro
i:::
...
QJ
Cl
t+------ ill(----->1
-
Fig. 4.2 Método standard step
EXEMPLO 4.1
C/J
o
Um canal reta ngu la r, com ba se b = 5 m, n = 0,025, i = 0, 1%, co nduz, -~
::,
em regime unifo rme , uma va zão de 30 m 3/s . Esse ca nal deság ua,
em descarga liv re, em uma bacia de de tenção. Ca lc ular a que d istân-
...
•Cll
"O
Solução:
a) Características de mo ntante:
yN = 3,64 m, vN = 1,65 m/s (escoamento un iforme)
30
vazão específica no cana l: q = - = 6 m 3 /s. m ; g = 10m/s 2
5
Yc = 3
~ - ⇒ Yc = 1,53 m; Vc = 3,92 m/s
(m) (m') (m) (m) (m / s) (m) (m) (m/s) (m) (m / m) (m) (m)
1,53 7,65 8 ,06 0,95 3,92 0,77 2,30 0,00
3,80 0,97 0,0094 ·1,01
2,03 10,1 5 9,06 1,1 2 2,96 0,44 2, 47 -3 3,54
2,89 1,14 0,0044 -17,65
2,53 12,65 10,06 1,26 2,37 0 ,28 2,81 -182,34
2,33 1,27 0,0025 -54,10
3,03 15,15 11,06 1,37 1,98 0 ,20 3,23 -6 11,86
1,9 5 1,38 0 ,0015 -160,93
3,53 17,6S 12,06 1,46 l, 70 0,14 3,6 7 -2.408, 95
1,68 1,47 0,0010 ·l.885,73
3,63 18 ,15 12,26 1,48 1,65 0,14 3,77 -4 .294,68
1,65 1,48 0,0010 ·l.090,31
3,64 18,20 12,28 1,48 1,65 0,1 4 3,78 -5 .384,99
- - - -- Fundo - - Linha d'água
--- -----
10
9
~7
E6
8
';;;' 5
õ4
YN
- --- --
u3
2 ------ '
l
o
-5,5 -5,0 -4,5 -4,0 -3,5 -3,0 -2,5 -2 ,0 -1,5 -1,0 -0 ,5 o
Distânc ia (km)
-"'
(J../
e
(J../
..e:
u
e Foto 4.7 Córrego Laureano-
U.J
(J../ Ribeirão Preto/SP
"O
(J../
1/ 2
onde:
P; - perímetro hidráulico da subseção i;
P - perímetro hidráulico total.
....,
Q)
Cll
Método de Muskingum
i::
ctl O método de Muskingum permite calcular o hidrograma efluente
..e
....
=::> amortecido na seção de jusante de um canal, dado o hidrograma
E afluente na seção de montante . Segundo o comprimento do canal
Q)
0/)
ctl
e das suas características de uniformidade, pode-se representar o
i:: canal por meio de uma seção típica ou dividi-lo em diversas seções.
....Q)
o Nesse caso o processo de cálculo é repetido em cada seção até atin-
gir o ponto desejado a jusante.
A equação hidrológica de armazenamento para uma seção do canal
V)
é: o
u
dS
-=l-Q ::l
,c,j
dt ....
-o
onde:
:r:
S - volume de água armazenada na seção do canal; V)
o
t - tempo; -o
::l
...,
I vazão afluente; V)
1,.1..J
Q - vazão efluente.
onde:
6t 6t 2(1 _ X) _ (-6_t)
(-)-2X ( - ) + 2X
K K K
Co=-------; Ci=------- e C2 =-------
2(1 _ X) + (-6_t) 2(1 _ X) + (-6_t) 2(1 _ X) + (-6_t)
K K K
Note que C0 + C1 + C2 = 1. Além disso, para que C0 , C1 e C2 sejam
adimensionais, K e t devem ter a mesma unidade de tempo.
A única variável desconhecida na equação de amortecimento é Q2
em qualquer passo de tempo. As variáveis I 1 e I 2 são conhecidas pelo
hidrograma afluente e Q1 é determinado pelas condições iniciais ou
pelos cálculos nos instantes anteriores. Para proceder ao cálculo do
amortecimento, inicialmente avaliam-se os coeficientes C0 , C1 e C2 ,
usando as equações apresentadas; então, determina-se Q2 .
EXEMPLO 4.2
-
vação do volume, podem ser generalizadas para qualquer canal em
regime transitório, desde que o número de Froude não sej a muito
CJl
alto , e não haja contr ibu ições inte rmediárias ao longo dele . o
u
::s
•C'CS
450 r--r----.--,--,--,-----,- ,- -,---,---,--,,----,----,--,-,- ,---
, ~1-,-1, ---, ....
-a
· -- -- O efluente
400 + --+---+----+- ~ "---l
./"r-.
___..,+--+---+----+f--+ --+---+-----+- - :e
-0afluente
/ 'r\
3 50 +---+---+----+-+-+---+---+-- - + ---+---+-----ar -+--+---+- t-- t---t--t----,
CJl
o
-a
....::s
? ºº 3 +---+--+-----'l-/
----,-+-,'-t·-···_
···+-K,.···-+··_····~·•..,--+---+---+----+-+--+--+---+---+-----, CJl
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~ 2 sº +---+---+-/--J,'-+---+------H- +---+----ilcl\
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100 1 / /. --- _ _
····~_
......... :::-~
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•
8 14 16 333 253 339 33 1
9 16 18 253 192 331 298
10 18 20 192 152 298 255
11 20 22 152 125 255 215
12 22 24 125 103 215 180
--;.. ,_ 13 24 26 103 89 180 151
14 26 28 89 78 151 127
5 28 30 78 70 127 108
16 30 32 70 61 108 93
m m11 32 34 61 54 93 81
18 34 36 54 51 81 71
19 36 38 51 50 71 63
20 38 40 50 50 63 58
Método de Muskingum-Cunge
Uma limitação do método de Muskingum é que os parâmetros K e
X não têm base física e são difíceis de estimar. Essa dificuldade é
superada no método de Muskingum Cunge (Cunge, 1969), que per-
mite expressar K e X em termos de características físicas do canal,
da seguinte forma (Akan e Houghtalen, 2003):
L
K=--
mV0
X= 0,5 (i _ J
Qo/To
l SomVoL)
onde:
L - comprimento do canal;
m - expoente da seção A quando se dispõe de uma relação de
canais abertos do tipo Q = e Am;
V0 - velocidade média no canal, correspondente à vazão de
referência;
~ - vazão de referência;
T0 - largura máxima do canal correspondente à vazão de
referência;
50 - declividade longitudinal do canal.
Como vazão de referência, pode-se utilizar a vazão de base, vazão
mínima de seca, o pico do hidrograma afluente ou a vazão média
afluente.
Com os parâmetros K e X determinados pelas equações acima,
r./)
(l)
obtêm-se os coeficientes C0 , C1 e C2 pelas equações do método de
"2:
(l) Muskingum, e então pode-se calcular o amortecimento do hidrogra-
.e
u ma afluente por meio do canal.
s:::
"1-l
(l)
"'O
No método de Muskingum-Cunge, X não é mais interpretado como
(l) fator de ponderação e pode assumir valores negativos. Deve-se
o
.....
+-'
notar que, apesar das equações de amortecimento desse método
s:::
o serem montadas da mesma forma que no método de Muskingum, os
u dois métodos são conceitualmente diferentes. Enquanto o método
(l)
Qi
EXEMPLO 4.3
Determina-se primeiro T0 e V0 :
Ao= (°-of e)llm
Yo = (A/5)112
To= lOyo
V0 = °-ofA 0
Ao se proceder como no método de Muskingum, tem-se, para
C2o = 60 m 3/s:
S0 e m Q0 A0 y0 T0 V0 L K X õ.t C0 C, C2
(m '/3/s) (m 3/s) (m 2 ) (m) (m) (m/s) (m) (h) (h)
0,001 0,343 1,333 60,000 48, l O 3, l O 31,02 1,247 l.000 O, 167 -0,082 0,25 0,454 0,364 0, 182
0,001 0,343 1,333 30,000 28,60 2,39 23,92 1,049 l.000 o, 199 0,052 0,25 0,366 0,432 0,202
0,001 0,343 1,333 10,000 12,55 l ,58 15,84 0,797 l.000 0,261 0,203 0,25 0,216 0,534 0,250
Os resultados do método de Muskingum-Cunge dependem da esco-
lha da vazão de referência. Os cálculos são ap resentados na Tab. 4.3
e os hidrogra m as resultantes, na Fig. 4 .7.
1 - - ~1- - 1, -----,1- - --,1- -~
70,00~ ----,,-----,- - - , - - - -- ~
- - - Oafiuente
., ., "r--..~:, ----
3
60,00,+---+-----+v~-...-~ •.-+r---- ······· ·....... Oenuente para Oo = 60 m3/s
Oefluente para Oo = 30 m /s
vi" 50,001t-----11---l
/ -...
I~.~~l!'-c---+-'~\
..-;,, ·
.-; . "'' - ·- ·- Qefluente para Oo = 1o m3/ s
·', ,_, ~-~-+j - --+-- --+--- -r------t---,
......__ 1 _..., , \ -..:.,,
}_ 40,0l)u+--- -+-t--,,_,...-+--- t--~ .--'lr-- -t--- --1-- - + -- - + - --,
.~
1/ .:'S/
t.
\ ·~\.~,
~
:;! 30,00 : I •.•_.,:
> 20 00 ; . .; / ~ ..~ .
' À///1
-~. ' . . . . . .~
~,_.. ~
~ .:::._.
1
1 0,00 ,... 1 ~ ~ : : : . . .....
1
0 ,00 - ~ 1
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4 ,50
Tempo (h)
(1) (2) (3) (4) (5) (6a) (7a) (6b) (7b) (6c) (7c)
---
Passo de h
t, ( ) t, ( )
h
11 1, O, O, Q1 Q, Q1 O,
tempo (h) (m 3/ s) (m 3/ s) (m 3/ s) (m 3/ s) (m 3/ s) (m 3/ s) (m 3/ s) (m 3/ s)
-
V)
Q) 1 0,00 0 ,25 10,00 16,00 10,00 12 ,72 10,00 12,20 10,00 11,29
sQ):: 2 0,25 0,50 16,00 31 ,00 12 ,72 22 ,21 12,20 20,72 11, 29 18 ,06
..e: 3 0,50 0,75 31,00 50,00 22,21 38,02 20,72 35 ,88 18,06 31,87
u
s:: 4 0,75 1,00 50,00 58 ,00 38 ,02 51 ,45 35,88 50,07 31,8 7 47,19
w
Q)
"O
5 1,00 1, 25 58 ,0 0 60,00 51, 45 57,71 50,07 57,13 47,19 55,73
Q) 6 1,25 1,50 60,00 54 ,00 57,71 56,86 57, 13 57,22 55,73 57,64
o,._
-
u
s::
o 8
7 1, 50
1,75
1,75 54,00
2,00 42 ,00
42,00
32,00
56,86 49,08 57,22 50,26
49,08 38,75 50,26 40,01
57,64
52,32
52,32
42,42
9 2,00 2,25 32 ,00 25,00 38 ,75 30,0 5 40,01 31,06 42,42 33,09
Q)
10 2,25 2,50 25 ,00 20,00 30,05 23,65 31,06 24 ,39 33,09 25,94
ro
s:: 11 2,50 2,75 20,00 17,00 23 ,65 19,30 24,39 19 ,79 25,94 20,84
ro
.e
.... 12 2,75 3,00 17,00 15,00 19 ,30 16 ,51 19,79 16 ,83 20,84 17,53
::,
13 3,00 3,25 15,00 13,00 16, 51 14,37 16,83 14,64 17,53 15,20
E
Q) 14 3,25 3,50 13,00 12,00 14 ,37 12 ,80 14 ,64 12 ,97 15 ,20 13 ,33
tl.O
ro 15 3,50 3,75 12,00 11,00 12 ,80 11 ,69 12,97 11 ,83 13, 33 12,12
s::
,._
Q) 16 3, 75 4,00 11 ,00 10,00 11,69 10,67 l l ,83 10 ,80 12,12 ll ,06
o 17 4,00 4,2 5 10,00 10,00 10,67 10,1 2 10,80 10,16 11,06 10,27
18 4,25 4,50 10,00 10,00 10,12 10,02 10,16 l 0,03 10,27 l 0,07
19 4 ,50 4, 75 10,00 10,00 10,02 10,00 10,03 10 ,01 10,07 10,02 -
20 4,75 5,00 l 0,00 l 0,00 10,00 l 0,00 10,01 10,00 10,02 l 0,00
Método de Att-Kin Modificado
Vl
onde:
L - comprimento do canal;
m - expoente da seção molhada A, numa relação de
canais abertos, na forma Q = e Am;
VP = IP/AP - velocidade correspondente ao pico de vazão
afluente;
IP - pico de vazão afluente;
AP - área molhada referente ao pico de vazão afluente.
com
60 ,0 0
1 1 1 1
20 ,00
,,
.. /
,, /
,,
,
''
.,/
' ' ...... ..
" "'
•, . ..
.... ......
'-.,,._
,...._____
. ... . _ -...... r--
Fig. 4.8 Hidrogramas
afluente ao canal e
efluente resultante
10,00
do amortecimento no
canal pelo método de
0 ,00
0 ,000 ,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,0 5,5 6,0 Att-Kin modificado
Tempo (h)
~
...
.D
11 5,0 5,5 10,0 15,9 13 ,l
12 5, 5 6,0 10,0 13, 1 11,6
a
a.,
b.O
ro
e::
a.,
Os resultados do cálcu lo permitem obter:
....
Q
Como MK > Mª, o processo pode ser
fina li zado. 41,0 3936 0,80 1,00
4.2 Bacias de Detenção - Fase de Planejamento (/J
onde:
V5 -volume requerido de reservação para obter a condição
original de efluência anterior à urbanização;
Vª - volume escoado após a implantação do projeto de
desenvolvimento em estudo.
Para a equação (a), o pico do hidrograma efluente ocorre depois do
instante em que as vazões efluente e afluente se igualam (Fig. 4.9).
No caso especial de a = 2 - y, o instante do pico do hidrograma
efluente ocorre na interseção dos dois hidrogramas . Nesse caso:
o....
u
-
s::
o
V=
s
Va -Vb
Cl)
ro
s:: o
ro 1
Volume requerido
..e ~
.....
::i
~ para reservação
E
Cl)
Qp,a 1 - - - -- -Á
OI)
ro
s::
Cl)
.... Fig. 4.9 Método generalizado
o
(McCuen, 1989)
-
Onde Vª e Vb podem ser considerados como alturas de run-off, res-
(JJ
Vs = (Qp,a - Qp,b)tc,b
4.2.4 Método de Baker
O método de Baker (1979) baseia-
o Volume requerido
sena premissa de que o instante
""
N para reservação
de máxima vazão efluente do ~
hidrograma amortecido ocorre
no cruzamento das duas hidró-
grafas. Nesse caso particular do
método generalizado descrito
anteriormente, tem-se: 2t,,b
Tempo
onde:
~ - vazão máxima efluente;
Q., - vazão máxima afluente.
4.2.6 Método de Wycoff e Singh
Wycoff e Singh (1976) desenvolveram um método simplificado para
análises preliminares de pequenas bacias de detenção. A relação
abaixo para a determinação de volume foi desenvolvida pela análise
de regressão, com dados obtidos de estudos de modelagem hidroló-
gica:
Vs (1 -a) O, 753
Cll
Q)
+-' Va (Tb/tp) 0,411
e
Q)
..e:
onde:
u
e Tb - tempo de base do hidrograma afluente;
1-U
Q) tb - tempo de pico do hidrograma afluente.
-a
Q)
4.2.7 Método do SCS
....o
+-'
e O SCS desenvolveu um método aproximado para estimativas rápi-
o das do volume de armazenamento necessário, baseado nos valores
u
Q)
médios obtidos para os volumes de amortecimento de diversos pro-
rd
e jetos e estruturas que foram dimensionadas a partir de métodos
rd
..a
.... hidráulico-hidrológicos mais completos (SCS, 1986) .
;:J
E
Q)
A Fig. 4.14 mostra graficamente as relações obtidas para V/Va em
bO função de a. A equação correspondente é:
rd
e
....
Q)
Cl
-
Onde C0 , C1 , C2 e C3 são os coeficientes apresentados no Quadro 4.5.
cn
ou
Quadro 4.5 Coefic ientes do método do SCS (1986) ;:s
•ro
,_
DISTRIBUIÇÃO DE eº e, c2 C3 "d
CHUVA ::r:
0,660 -1,760 1,960 -0,730 cn
1ou IA o
"d
li ou Ili 0,682 -1,430 1,640 -0,804 ;:s
.....,
cn
"'-1
dotado preliminarmente e as
00 À iii.:..!!!!!!W
vazões efluentes são confron-
' O 3 6 9 12 15 18 21 24
tadas com o cri tério estabele- Tempo (h)
cido. Para dimensionamentos
ses
-
Fig. 4 .13 Distribuição de chuva - método do
ainda preliminares, em que se
deseja uma precisão maior do
que a dos métodos anterior- >11
.__..
o
mente descritos, podem ser
utilizados os gráficos desenvol-
·;;;
,:::,
e;::
~ 0,5
- ,1 -
l i
vidos por Akan (1990a, 1990b). -......
o
-e i
Akan desenvolveu estudos ~ 0,4
QJ
N
Tipos li e Ili
visando obter fórmulas e n:s
ábacos de aplicação imediata § o,3 --.. . .=----- --- •- -, 1
~
n:s
para determinar o volume de 5 0, 2
QJ Tipos I e /
IA . - ~ .....
reservação em função do amor-
tecimento desejado, conside- O, l ~ - - - - - - --'---- -'--- - -
rando o efeito da estrutura de 0, 1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
controle da bacia de detenção. Pico de vazão efluente _igJ
ª=Pico de vazão afluente (q 1)
Para bacias com apenas um
dispositivo hidráulico de con- Fig. 4.14 Avaliação expedita de volume a
trole (orifício ou soleira), Akan armazenar- método do ses
desenvolveu ábacos onde Q·'-, P e S0 são adimensionais, definidos
como:
onde:
QP - pico de vazão efluente;
IP - pico de vazão afluente;
K0 - coeficiente de vazão do orifício (adimensional);
a 0 - área da seção transversal do ori fício;
g - aceleração da gravidade;
tP - instante da ocorrência do pico da vazão afluente;
b - coeficiente da curva cota x volume do reservatório'';
e - expoente da curva cota x volume do reservatório'';
s0 - volume armazenável abaixo da tomada d'água inicial;
equação da curva cota x volume do reservatório: s = b.hc,
com h = profundidade do reservatório.
Os gráficos apresentados na Fig. 4.15 contêm as curvas das soluções
para a estrutura de controle em orifício único .
1,0 1,0
C= e= 2,5
2,Q ~
0,9 0 ,9 l,5_
r l ,2
0,8 Ü,8 L (,o
0,7 oJ
Q* Q* L
1
0,6
"'
CI.)
+-'
s::
CI.)
.s::::
u
0,5
(a)
º·'!
0,5
(b)
s:: 0,4 5. = o 0,4~ s. = 0, 1
U-1
CI.) 0,3 1
"C o 2 3 4
2 3 4
CI.)
p 1,0 p 1,0 ,
õ,_ C= 2 / o ~ 1--
C=
+-'
s::
o
0,9 i;~
1,2
u
CI.)
Cll
0,8 f.o º·'f
0,8
s::
Cll
..o
Fig. 4.15 Método
0.7
Q*
º.7r
Q*
,_
:::,
de Akan (1990a, 0,6 r
0,6 -
1990b)- ábacos
E
CI.) para estruturas 0,5 o,5 [
co de controle com (e)
L (d)
ro
s:: orifício único 0,4 s, = 0,2 S, = 0,3
,_
CI.) 0,4 t
o 0,3 0,3 , '
o 2 3 4 o 2 3 4
-
p p
Para as bacias de detenção dotadas de extravasares com soleiras
C/l
livres, Akan (1990a, 1990b) desenvolveu os gráficos apresentados o
u
na Fig. 4.16. Nesse caso, o parâmetro Pé definido por: ;:l
,ctj
,_
"O
:r:
C/l
o
"O
onde : ;:l
._,
C/l
Kw - coeficiente de vazão da soleira extravasara; 1.1.l
1,0 1,0
C=
0,9 0,9
0,8 0,8
0,7 0,7
Q* Q*
0,6 0,6
Fig. 4.16 Método de
0,5 0,5 Akan (1990)- ábacos
(a) (b)
s, = 0,1 para estruturas de
0,4 s, = o 0,4
controle tipo soleira
0,3 0,3~~~_L_L___C~~ vertente única
'
O 1 2 3 4 5678 012345678
p 1,0 ~ ,e= ~ ~ ~ .....-= P 1,0
0,9 ~ 0,9
0,8 ~ 0,8
oA
Q* ~
0,7
Q*
0,6 t 0,6
0,5 ~ 0,5
~ (e) (d)
0,4 s, = 0,2 0,4 5, = 0,3
onde:
C5 - coeficiente de vazão dos furos laterais;
A5 - somatória das áreas dos furos;
h 5 - altura do trecho perfurado em relação ao fundo do reser-
vatório.
As estruturas perfuradas são descritas em detalhe no item Tomada
vertical perfurada (p. 162).
4.3 Pré-dimensio namento Baseado em Projetos
j á Implantados
Embora as variáveis hidrológicas, hidráulicas e fisiográficas da
bacia, e também os riscos assumidos, sejam fundamentais no pro-
cesso de definição dos volumes a reservar, é interessante o conheci-
mento prévio da ordem de grandeza que os volumes detidos podem
assumir, tendo em vista a pesquisa de áreas disponíveis e as ativi-
dades preliminares de planejamento.
Deve-se considerar que, na implantação de bacias de detenção em
áreas urbanas, nem sempre o amortecimento ótimo do ponto de
vista técnico e/ou econômico é possível, por causa das inúmeras
restrições existentes, como disponibilidade de área, sistemas em
operação na bacia, aspectos institucionais e outros.
a) Bacias de Detenção de Melbourne (Austrália)
O levantamento realizado por Aitken e Goyen (1982) das bacias de
detenção implantadas em Melbourne (Austrália) apresenta uma va-
riedade de situações, das quais selecionaram-se as do Quadro 4.6.
A cidade de Melbourne possui grande experiência na utilização
de bacias de detenção, cuja imp lantação iniciou-se na década
de 1960. Atualmente, encontram-se em operação cerca de 50
bacias de detenção.
rJl
....,
<l)
i:::
<l)
Quadro 4.6 Características das bacias de detenção em Melbourne -
.e
u
Aust rália
i:::
1.1.J
ÁREA DA BACIA VOLUME DO RELAÇÃO
<l) NOME DE DRENAGEM RESERVATÓRIO VOLUME/ÁREA
"O
<l) (ha) (m 3 xl0 3) (m 3/ha)
o
,_ Army Camp 631 126,0 200
....,
i::: Hawtorn East 93 49,3 530
o
u Huntigdale Rd 445 82,6 186
<l)
Eley Rd 280 61,7 220
ro
i:::
ro Cornwall St. 102 14,8 145
.e
,_ Lake Rd 245 81,4 332
;::, Killsyth 607 216,0 356
E
<l)
o.o
ro b) Projetos na Cidade de São Paulo
i:::
,_
<l)
O Quadro 4.7 apresenta as relações entre volumes reservados
Cl
e áreas de drenagem para alguns reservatórios projetados para
-
a cidade de São Paulo. Os reservatórios Pacaembu, Jabaquara,
V)
Guaraú , Bananal, Aric a nduva I, Limoeiro e Caguaçu. Fazem par- o
u
te do sistema de controle de inundações das bacias dos córregos ::l
Pacaembu, Água Espraiada, Cabuçu de Baixo e Aricanduva, con - ...
•C'CI
-o
forme exemplificado no Cap. 7. ::r::
V)
o
-o
Quadro 4.7 Bacias de detenção na cidade de São Paulo ::l
....,
V)
l,J.J
ÁREA DA VOLUME DO Q PocodeSaóda RELAÇÃO
NOME BACIA RESERVATÓRIO - - - - - - V~LUME/
DE DRENAGEM QP,co de Entrada AREA
3 3
(ha) (m xl0 ) (TR = 25 ANOS) (m3/ha)
Pacaembu 222 74.000 0,28 333
Jabaquara 860 308 .000 0,18 358
Bananal 1340 264.000 0, 33 197
Guaraú 930 230.000 0,64 247
Caguaçu (RCA-1) 11 00 323.000 0,42 293
Limoeiro (RLl-1) 870 291 .000 0, 10 335
Aricanduva 1 475 153.000 0,10 322
EXEMPLO 4.5
Para o caso da bacia do có r rego do Pacaembu, com área de drena-
gem de 2,2 km 2 e 60% de taxa de impermeabil ização, aplicando as
relações de Urbonas e Glidden, têm-se os seguintes valores preli-
minares, para uma bacia de detenção:
vlO = 304,8. A (0,95 I - 1,90) = 304,8. 2,2. 55,10 = 36.948 m 3
U)
V10 = 53.575 m 3 e V100 = 87.584 m 3
Q.)
....o
+-'
e: 4.3.2 Comparação entre os Métodos de Dimensionamento
o
u
Q.) Hidráulico - Fase de Planejamento
<"d
e: McCuen (1989) apresentou uma interessante análise comparativa
<"d
..e
.... entre os diversos métodos recomendados para a fase de planeja-
=i
mento.
E
Q.)
bO
<"d
Os métodos expostos possuem algumas diferenças quanto aos
e:
Q.) dados de entrada, que são, usualmente, os mesmos parâmetros
....
Cl requeridos nos métodos de estimativa de vazões de pico.
•
A relação V/Q,, e o parâmetro , já definidos, permitem uma compa-
(/J
ração rápida dos resultados. o
u
Para comparar os diversos métodos, é necessário partir de uma
hipótese básica, que relacione o deflúvio com a vazão de pico.
Desse modo, pode-se assumir que o volume de deflúvio equivale ao (/J
a Qp . te
V= (/J
WJ
Então, tem-se:
a) Método da Perda da Reservação Natural
Vs =1- tc,b . Q,,,b =1- k .a
Qa tc,a • Q,,,a
Onde k é a relação entre os tempos de concentração antes e de-
pois da urbanização. Se k = y, tem-se:
v: = 0,97 ~1 - _"-<-P_,
_s n _b J0,753
Va Q,,,a
Racional com k = 1,25
0,5
(j")
....,
Q.)
e:
Q.)
..e:
u
e:
1-l-l
Q.)
"O
Q.)
....o
....,
e:
o
u
Q.)
n:i
e:
n:i
..e
....
::J
E
Q.)
bO
n:i
e:
Q.)
....
a
Embora muitas medidas para o retardamento do escoamento possam
ser utilizadas, as bacias de detenção têm sido as mais difundidas.
Um reservatório desse tipo pode ser implantado mediante a cons-
trução de uma barragem e/ou pela escavação do terreno natural.
Uma bacia de detenção deve sempre ter uma estrutura de controle
de saída para sua operação normal e um extravasar de emergência.
Estruturas múltiplas de controle também podem ser utilizadas para
obter hidrogramas efluentes compatíveis com o controle requerido,
de acordo com os critérios de projeto estabelecidos em cada caso.
Nas fases de planejamento, podem ser empregados os métodos
simplificados já descritos, dada a natureza iterativa desse tipo de
dimensionamento. Entretanto, na fase de projeto hidráulico, reco-
menda-se a realização de estudos detalhados, que envolvam simula-
ções matemáticas de amortecimento de cheias (routing).
O problema típico tem como dados de entrada o hidrograma de pro-
jeto, as características físicas do reservatório (curva cota x área x
volume, níveis d'água máximo e mínimo admissíveis) e a curva (cota
x vazão) da estrutura de controle de saída e, como resultado espera-
do, o hidrograma das vazões efluentes, os níveis d'água atingidos na
saída da bacia de detenção e o volume armazenado.
Projetos
Hidráulicos
5.1 Amortecimento de Cheias em Reservatórios (routíng)
A variação do volume armazenado em um reservatório pode serdes-
crita pela equação:
dS
J-Q=-
dt
onde:
l - vazão afluente;
Q - vazão efluente;
S - volume.
A Fig. 5.1 ilustra um routing típico.
Para um intervalo de tempo M, a
máx. Volume armazenado
1 equação acima pode ser escrita na
forma de diferenças finitas e rear-
ranjada como:
Tempo
(/ 1 + l) + t~ -QJ = ( ~;+ QJ
dS/dT onde:
l(t)
N.A. 11 e 12 - vazões afluentes nos
instantes 1 e 2;
s M - período de tempo entre
1 e 2;
Fig. 5.1 Amortecimento de cheias em S 1 e S2
volumes reservados nos
-
reservatórios instantes 1 e 2;
Q1 e Q2 - vazões efluentes nos
C/l
IJ.)
+-'
instantes 1 e 2.
e::
IJ.) As incógnitas são, portanto, S2 e Q2 , que podem ser obtidas pelas
..e:
u relações das curvas (cota x volume), (cota x vazão efluente), e curvas
e::
1-Ll
IJ.)
auxiliares, conforme apresentado a seguir.
"O
IJ.) a) Curva Auxiliar em Função do Volume Armazenado
o
._
+-'
Esse método consiste em um algoritmo matemático que permite
e:: pesquisar soluções no instante t, baseadas nos volumes arma-
o
u zenados no instante t - 1.
IJ.)
Cll
e:: Para tanto, rearranja-se a equação de diferenças finitas, acima
Cll
.e
._ descrita, na forma:
:::i (Il + 12 - Ql)M + 2S1 = Qpt + 2S2
E
IJ.)
bJ) e definindo-se uma função Ft em unidades de volume, como:
Cll
e:: F1 = Q/it + 2s1
._
IJ.)
25, + Q, lf'l
t.t
p = 2S, + Q
t 6.t 1
tem-se:
F/ = ! 1 + 12 + F1 * - 2Q1 (conhecidas as vazões afluente e efluente no
instante 1)
e
(Ot x L'>t)+25t x Q
F * = 2S2 + Q
2 6.t 2
L (logS)(logh) _ (LlogS)~Llogh)
C=
L0ogh)2 - f (l~gh)l
e
b = 10[Ilog5 - c(I!ogh)] 114
s::
Q)
As vazões efluentes das bacias de detenção on-line dependem do
.s:::
u tipo e das dimensões da sua estrutura de controle de saída. As
s::
t.Ll relações entre o NA e as vazões ext ravasadas podem ser obtidas
Q)
-o mediante utilização dos parâmetros hidráulicos (como coeficientes
Q)
de descarga) aplicados às relações básicas do escoamento em cada
....o
...,
s:: caso. Nos casos de estruturas de controle mais complexas, a deter-
o minação dos coeficientes de vazão pode necessitar do auxílio de
u
Q)
modelo físico. Por outro lado, deve-se verificar a condição do escoa-
ctS
s:: mento a jusante da estrutura de controle, que pode influenciar os
ctS
..e
.... coeficientes de descarga. Em certos casos, a relação (cota x vazão) a
::i
jusante da estrutura de controle pode não ser biunívoca em relação
E
Q)
b.O
à vazão descarregada, dependendo da vazão nos trechos de jusante
ctS
s:: e nos controles eventualmente existentes.
Q)
....
Cl Em linhas gerais, as estruturas de controle de saída mais usuais, nas
bacias de detenção do tipo on-line, podem ser classificadas em três
grupos principais: orifícios, soleiras vertentes e as tomadas perfura-
V)
das (perforated river outlets), bastante difundidas nos EUA. o
u
Dependendo das características do hidrograma efluente desejado, ::l
onde:
K0 -coeficiente de descarga do
orifício (adimensional);
a 0 - área da seção transversal do
orifício;
h - lâmina ou altura d'água, acima
do eixo central do orifício
(orifício livre) ou diferença de
nível d'água (orifício afogado).
Fig. 5.4 Escoamento em orifícios
Essa equação é válida para h/D > 1,2 (D: altura do orifício). O valor
típico de K0 , para orifícios com cantos vivos, é 0,6.
Essas aproximações são vál idas para pequenos orifícios. Para levar
em conta os escoamentos em seção parcial ao longo dos orifícios
de dimensões ma iores, deve-se considerar as formulações adiante
apresentadas para a obtenção de curvas de vazão de galerias de
fundo com controle de entrada, admitindo -se o comprimento da
galeria igual a zero.
Galerias de Fundo com Controle de Entrada
Uma galeria de fundo opera com controle de entrada quando o
escoamento é limitado apenas pelas características hidráulicas de
seu emboque, sendo então a capacidade de vazão da galeria supe-
rior à da sua entrada. Essa condição ocorre quando o escoamento
na galeria é torrencial (supercrítico), ou seja, a galeria possui decli-
vidade superior à declividade crítica. Podem ocorrer casos de con-
trole de ent rada com o afogamento da galeria por jusante, quando o
ressalto hidráulico forma-se no interior da galeria, não interferindo
com a tomada d'água.
A Fig. 5.5 mostra os diversos tipos possíveis de controle de entrada
em galerias.
'l,A.mont
t
r\
t ~.A. jus
</J
.....,
(1/
i:::
(1/
Li_:%,.'.tJ==»mu;0:;,»mm
i > i, i > ic
..e:
u Caso 1: H $ 1,2 D Caso 2: H $ 1,2 D
i:::
1-W - escoamento livre a jusante - escoamento afogado a jusante
(1/ - ressalto na galeria
L\
"O
rw
(1/
....o
.....,
i:::
o
rmont ~A. jus
u
(1/
ro
i:::
ro
.o
....
;::)
Ll.i.==-.._,_ D
E
(1/
Caso 3: H > 1,2 D Caso 4: H > 1,2 D
o.O - escoamento afogado a jusante - escoamento livre a jusante
ro - ressalto na galeria
i:::
....
(1/
Cl
onde: ....o
o..
q - vazão específica (m 2/s);
l.1"l
g - aceleração da gravidade (m/s 2).
Em termos de vazão, tem-se:
3 2
H )
Q=b./Zg- 1
( 1,5
onde:
b - largura da galeria (m);
Q - vazão (m 3/s).
Para seções circulares, pode-se utilizar a fórmula aproximada a
seguir para o cálculo da altura crítica (Akan e Houghtalen, 2003):
(e)
0 25
d
e
= 1,01 -
gD
.
, para 0,02D :c,; d
e
:c,; 0,85D
b) Casos 3 e 4
Quando a entrada é submersa, o escoamento pode ser conside-
rado semelhante ao do orifício, quando houver um canto vivo ou
reentrância que promova o descolamento do fluxo na face supe-
rior da galeria (Fig. 5.5). Dessa forma, considerando H medido
entre o nível d'água de montante e o fundo da abertura, tem-se:
Q = C,, . b . D ./ZgH
onde:
Cv - coeficiente de vazão (adimensional);
b - largura da entrada (m);
D - altura da entrada (m).
!j;Amoot
+ f
A t N.A. ju s
crítica, o escoamento é fluvial, e
pode ocorrer escoamento livre.
Os escoamentos a seção plena
~~s~ 2%5%h%ti~
poderão ocorrer sempre que a
capacidade de vazão da galeria
i < i,
a escoamento livre for excedi-
Caso 5: escoamento fluvial com seção
parcialmente cheia da, ocorrendo o afogamento por
jusante.
N.A. mont
---- -----T- Na passagem de uma onda de
"'Q.)
1
H
HT N.A. jus
~-......-- enchente pela bacia de detenção,
...., à medida que o nível d'água do
e:
.s:::
u
Q.)
e:
º- reservatório sobe, podem ocorrer
W-l
os diversos tipos de escoamento
H > 1,20
Q.) na galeria de saída (Fig. 5.6).
"O Caso 6: seção plena, descarg a afogada
~ a jusante
a) Caso 5
o...
...., N.A. mont No Caso 5, a lei cota x vazão
e:
u
o •1 HT
pode ser obtida pelo cálculo da
Q.)
H -""T-------- JN.A. jus
linha d'água no interior da gale-
C"d
e: -......-- ria, considerando escoamen-
C"d
..a
~
... to gradualmente variado . Para
i < i, cada nível d'água de jusante e
E
Q.)
00 Caso 7: seção plena, descarga livre vazão, obtém-se o correspon-
C"d a jusante dente nível d'água de montante
e:
...
o
Q.)
(reservatório). Deverão ser con-
Fig. 5.6 Galeria de fundo com controle de
saída - casos típicos sideradas as perdas localizadas
-
na tomada d'água, bem como as perdas distribuídas ao longo da
(/')
galeria. o
u
b) Casos 6 e 7 ;:l
,ctj
Tem-se o escoamento forçado (à pressão), e a obtenção da rela- ....
-o
ção cota x vazão pode ser realizada considerando que: ::r:
(/')
o
.....
<li
V2
H r =L.K-
/ "õ'
....
29 o..
onde :
HT - desnível total (m);
2.K;- somatório dos coeficientes de perda de carga ao longo
da galeria;
V - velocidade média na galeria (m/s).
Para obter a vazão, tem-se, então:
Q = V.S. Logo,
VL= HT. 2g ⇒
L.K;
Q2
S2
H r · 2g, portanto: Q =
L.K;
tH r ·
L.K;
j112
29 . S
onde :
Ke - perda na entrada da galeria (tomada d'água);
Kd - perdas distribuídas ao longo da galeria;
KL - perdas localizadas (curvas, transições);
K5 - perda na saída.
Projetado do aterro,
0,5
sem alas
Galeria Retangular
~
1
0,35
Cfl
...,
Cl.)
Muros-ala com ângulo
e =---------1d
Cl.)
de abertura e cantos ..,. 0,2
.e
u
e arredondados
1-Ll
Cl.)
-o Tubo de Metal Corrugado
Cl.)
o
.....
..., Projetado de aterros ,
e 0,8
o sem alas
u
Cl.)
ro
e
ro
.o
..... Com muros-ala paralelos 0,7
:::>
E
Cl.)
oi)
ro
~ ~
e
Cl.)
.....
Cl
Com mornsala rnm âogolo 0,5
b) Perdas Distribuídas (Kd)
A perda distribuída equivale à energia potencial requerida na o"'
u
entrada da galeria para vencer o atrito imposto pela rugosidade ;::l
•C'tl
das paredes. Essa perda (hd) pode ser expressa em termos de n ....
"O
de Manning e da velocidade média do escoamento ao longo da :e
galeria (item 4.1.2): "'o
...,
<li
n2 V2 . L = Zg n2 L V2 l J ·-,
....o
o..
RH 4/3 RH 4/3 lzg)
Ll"l
logo
2
K = Zg n L
d R 4/3
H
onde:
L - comprimento da galeria (m);
RH - raio hidráulico (m);
n - coeficiente de Manning.
Os valores de n de Manning em função do tipo de revestimento
da galeria encontram-se no item 4.1.4.
c) Perdas na Saída (K)
Assim como a perda na entrada, a perda na saída corresponde a
uma parcela da altura cinética do escoamento à saída, ou seja,
V2
hs = K
s -
Zg
onde:
V - velocidade média do escoamento na seção de saída (m/s)
para K5 normalmente adota-se 1.
EXEMPLO 5.1
----.,----.-..-J
t.H
1
1
H
N.A.jus
24m 3/s ---..,-
30m - - - - -- - -
Fig. 5.7 Exemplo 5.1
Solução
..,
QJ afogada, com controle de saída.
s::
QJ b) Definição do desnível necessário para escoa r Q = 24 m 3/s,
..s::
u
s:: considerando o controle de saída:
1.1.J
QJ
A seção plena ⇒ AH= 4 m 2 e RH= 0,5 m
"O
\/2
~ HT=K.-;g=lOm/s 2
....o
..,
'2
g 24 \/2
s::
o para 24 m 3/s ⇒ V=-= 6 m/s :. - = 1,80 m
u 4 2g
QJ IK; = Ke + Kd + K5
(ll
s::
(ll conforme apresentado nos itens anteriores:
.o
....
:) Ke = 0,50
E
QJ K - 2g n2 L =0,33
bO d - RH 4/ 3
(ll {
s:: K5 = 1
....
QJ
Cl
logo,
Ul
2..Ki = (0,50 + 0,33 + 1,00) = 1,83 ⇒ ti.H = 1,83 x 1,80 = 3,30 m o
.;:!
Respostas: ::l
, (tj
,_
a) regime de escoamento afogado "O
b) desnível necessário: ti.H = 3,30m ::e
Ul
o
~
B,_
o..
Extravasares de Soleira Livre
L/"\
Q= Cv . Lu .ffg H 3/ 2
onde:
Q - vazão em m 3/s;
Cv - coeficiente de vazão (adimensional);
Lu - comprimento útil da soleira (m);
.r-- ~
V /2g
N.A.
....---
Soleira
=-~-=+~---.
i
- H +
~' L
Cota de fundo
~ --- -- -
Rio N.A.
Bacia de
detenção
Fig. 5.10 Vertedor de soleira Rio
espessa
s::
Q.J
..e:
u
s::
UJ Fig. 5.11 Características
Q.J
"d
hidráulicas de um vertedor de
soleira espessa
~ e
....o
...,
s:: A velocidade inicia l (V0), as relações e/h e P/h e a perda de carga na
o
u soleira, bem como a borda de ataque da soleira, com canto vivo ou
Q.J
c,;j arredondado, influenciam o seu coeficiente de vazão (CJ .
s::
c,;j
.o
.... O nível d'água de jusante também exerce influência sobre Cv .
:::i
E Pode-se demonstrar que nesse tipo de vertedor a lâmina crítica é
Q.J
bl)
c,;j
s:: 2
Q.J
.... h = - H (Chow, 1973).
o e 3
-
Quadro 5.4 Coeficiente de va zão para solei ra espessa
"'
o
__
h_ Cv, Cv2 u
:::,
P+ h {ARESTA VIVA) ARR~~~~:DA) •n:l
....
-a
0,2 0, 32 0,37 :r::
0,5 0,34 0,39 <f)
Quando a espessura d a soleira (e) for ma ior que 2h, o vertedor é con- Ll"l
EXEMPLO 5.2
Uma bacia de detenção on -line deverá reduzir o pico do hidrograma
de enchente afluente TR = 25 anos, chuva de duas horas de duração
(Tab . 5.1), para 20 m 3/s:::; Qefl' máx < 25 m 3/s. Dado que a área dispo-
nível é de 125 m x 100 m, definir o volume útil total, considerando
paredes laterais verticais do reservatório e a estrutura de controle
mista, conforme indicado na Fig. 5.12, necessá r io para obter esse
desempenho. A máxima profu ndidade para operação à gravidade
é de 6 m.
Dados
a) Estrutura de controle mista
...,
Q) hl 2,50 2 25.000
s::
Q)
h2 3,20 3 37.500
..e: H 7,00 4 50.000
u
s:: L 4,0 0 5 62 .500
w
Q)
-o 6 75 .000
Q) 7 87.500
õ...
...,
s::
o Ao aplicar o algoritmo de routing (item 5.1) nos dados das tabelas
u
Q) acima, obtém-se o hidrograma efluente, cujo pico de vazão atende
n::l
s:: ao critério estabelecido.
n::l
...
..o
:::>
Portanto, com os resultados dessa solução, dentre as diversas pos-
E síveis, mas que atende aos requisitos do problema, obtém-se o
Q)
bl) hidrograma efluente. A Tab. 5.5 apresenta o hidrograma efluente e
n::l
s:: os níveis d'água no reservatório, indicando que o volume máximo
...
o
Q)
Tab. 5.4 Curva cota x vazão
ORIFÍCIO VERTEDOR TOTAL
h h h til
Qorificio Q ve nedor Qmi sto o
(m) (m 3/s) (m) 3
(m /s) (m) (m 3/ s) u
0,00 0,000 0,00 0,000 0,00 0,000 ::l
-o
1,00 3,101 1,00 0,000 1,00 3,101 :r:
1,50 5,256 1, 50 0 ,000 1, 50 5,256 til
o
...,
2,00 6,624 2,00 0,000 2,00 6,624 a;
·--,
2,5 0 7,754 2,50 0 ,000 2,50 7,754
3,00 8,739 3,00 0,000 3,00 8,739
...o
0...
---
1,2 2,135 0,8 5+---+-+-- - - -- - ~' --- - - -----<
1,4 7,814 2,5
0 +--- - ' - - -~ ------';- - ~- --r"--'""----'--I
1,6 14,959 4,4 O 2 3 4 5 6
1,8 24,538 5,2 Tempo (h)
2,0 23 ,034 5,1
2,2 18,189 4,7 Fig. 5.13 Hidrogramas afluente e
2,4 13,630 4, 3 efluente
2,6 10,567 3,9
2,8 9,499 3,4 atingido é de 65.000 m3, na cota
3,0 8 ,676 3,0 referente à profundidade de
3,2 7,797 2,5 5,2 m . Isso indica que o reserva-
3,4 6,881 2,1
tório deve ter altura útil de, no
3,6 5,962 1, 7
3,8 4,997 1,4 mínimo, 5,2 m.
4,0 3,949 1,2
4,2 2,986 1,0
4 ,4 2, 324 0,8
4,6 1,839 o, 7
4,8 1,488 0,6
5,0 1,204 0,5
5,2 1,000 0, 5
5,4 0,850 0,4
5,6 0,722 0,4
5,8 0,613 0,3
* Obs.: Nível de referência 0,00 m
EXEMPLO 5.3
Solução
Como V0 =O ⇒ H= h ⇒ (220 - 218) = 2 m
2
h c =-H ⇒ hc= 1,33 m
3
....!_ =
10
=5 ⇒ soleira espessa (e> 2h; ver p. 159)
h 2
<l.)
..e: h 2
u - - - - = 0,5 ⇒ c vl = 0,34, logo
e: P+ h 2+ 2
I.Ll
<l.)
"O
<l.)
Q= cvl . L . 2g H312 ' logo
õ,_
...
e:
u
o Q = O, 34 • 4 ✓19, 62 . (2) 312 = 17, 04 m 3/ s
<l.)
C1)
e:
C1)
..e
,_
=i
E Tomada Ve rtical Perfu rada (Perforated Ríver Outlet)
<l.)
bJ)
C1) O esquema da Fig. 5.15 apresenta as características principais de
e:
,_
<l.) uma tomada d 'água vertical perfurada. Essas estruturas são muito
Cl comuns em bacias de detenção nos EUA e, por sua simplicidade,
podem ser utilizadas em casos específicos.
A Foto 5.1 mostra dois exemplos existentes na cidade de Los Ange-
U)
les. Essa tomada é constituída normalmente por um tubo perfurado o
u
com espaçamento uniforme entre as aberturas. Quando necessá- ::l
-C'd
rio, pode-se instalar um orifício de controle no fundo do tubo para ....
"O
restringir a capacidade de escoamento. Estudos experimentais de ::r::
McEnroe et ai. (1988) mostraram que essa estrutura, sem orifício de U)
o
.....
fundo, possui uma lei de descarga do tipo: <l)
--,
....o
o..
2A
Q= C _ _s_§rihl12 = (Qem m 3/s) 1../"l
s 3h s
onde :
C5 - coeficiente dos furos laterais (adimensional)
A5 - área total dos furos (m 2)
h5 - altura do trecho perfurado (m)
McEnroe estipulou, com base nos expe-
rimentos, o valor de C5 = 0,611 . A equa-
ção acima só é válida para h < h 5 •
o ]~2
NA o
o h,
o h
Referência o d/2
-
Oo