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IPI e IOF
Miguel Tadeu Bertanha de Abreu
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TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL
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Questões
Resposta:
Inicialmente, destaco as palavras da Il. Prof. Aurora Tomazini sobre a premissa para
estabelecer a regra-matriz:
No que diz respeito à Regra Matriz de Incidência Tributária (RMIT), temos também o
conceito trazido por Ferragut:
“Regra-matriz de incidência tributária é norma jurídica, definida por nós como sendo a
significação organizada numa estrutura lógica hipotéti-co-condicional (juízo implicacional),
construída pelo intérprete a partir do direito positivo, seu suporte físico. Tem por função
regular condutas intersubjetivas.
Difere das demais normas existentes no direito positivo apenas em virtude de seu
conteúdo, que descreve um fato típico tributário e prescreve a relação obrigacional que
se estabelece entre os sujeitos ativo e passivo, tendo por objeto o pagamento de uma
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nessa se possa ex-primir, não
decorrente de ato ilícito (tributo)”
Desta forma, a regra matriz leva em consideração alguns critérios no seu antecedente
para sua caracterização, sendo eles o (i) o critério material (ii) o critério espacial – local
onde se reputa ocorrido o fato social que enseja a relação jurídica obrigacional, (iii)
critério temporal (momento da ocorrência do evento, cuja certificação se dá por meio de
linguagem jurídica competente – vertido em fato jurídico – consoante descrito na hipótese
normativa).
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Quanto ao Imposto de importação, verificamos que a sua regra matriz esta materializada
no Art. 153, inciso I da CF, que assim dispõe:
Desta forma, passemos a destrinchar a sua RMIT, que em seu antecedente temos:
(i) Critério material = pelo critério material, destaco que o núcleo deste critério sempre
será composto de um verbo que representa a ação a ser realizada pelo contribuinte,
seguido de seu complemento, indicativo da peculiaridade da ação a ser realizada que
individualiza a obrigação tributária decorrente.
Por produto estrangeiro para fins de incidência do II, cuja sua definição não é trazida na
constituição, entende-se tratar de um de um produto ou um bem, por mais que a
constituição tenha trazido somente a expressão produto. Condudo, não podemos fazer
uma interpretação restritiva neste caso, devendo ser interpretado como a incidencia do II
sobre os produtos e os bens/mercadorias, sendo que, mercadoria é destinada ao
comércio, ao passo que produtos são bens corpóreos passíveis de valoração econômica.
“CAPÍTULO II
SEÇÃO I
(ii) Critério Espacial = pelo critério espacial, Paulo de Barros diz tratar-se do local em
que a norma expressamente determina onde o fato deve ocorrer, tratando-se de áreas,
regiões e intervalos territoriais.
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Neste viés, podemos definir que o Critério Espacial faz menção ao local para ocorrência
do fato típico, áreas específicas de ocorrência, hipóteses de critério genérico em um
determinado espaço geográfico, transformando o evento ocorrido naquele determinado
local em fato.
Sobre o II, seu critério espacial seria a entrada do produto no território nacional, nos
termos do Decreto Lei nº 37/66, podendo ainda, ser considerada a entrada do produto no
território nacional a entrada na repartição aduaneira que recebe o bem do exterior.
Neste caso do II, o critério temporal deste tributo aponta para o momento em que o
direito considera realizado o fato jurídico tributário e não para a ação núcleo do
acontecimento. Assim, critério temporal se dá no momento do registro da Declaração de
Importação no Siscomex, conforme entendimento dos tribunais superiores e do art. 73,
inciso I, do Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009.
Nos termos do Art. 104 do Regulamento Aduaneiro, temos que o sujeito passivo é: o
importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria
estrangeira no território aduaneiro; o destinatário de remessa postal internacional
indicado pelo respectivo remetente; e o adquirente de mercadoria entrepostada.
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quantum será pago pelo sujeito passivo e que poderá ser exigido pelo sujeito ativo,
abrangendo a Base de Cálculo e a Alíquota aplicável.
Por base de cálculo, trata-se de um critério abstrato que mede os fatos tributários e
determina o que servirá de alicerce para a quantificação do tributo.
No caso do II, temos que a sua base de cálculo está definida no Art. 20 do CTN, que
assim dispõe:
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar,
alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência,
para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País;
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar
as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da
política cambial e do comércio exterior.
Por sua vez, no que diz respeito à alíquota do II, por este imposto possuir função
reguladora de mercado, poderá onera os produtos de acordo com sua utilidade, assim,
tende aplicar alíquotas menores, ou até mesma nula, àqueles produtos considerados
essenciais e, por outro lado, aplicar alíquotas maiores aos considerados supérfluos ou
perigosos como os Cigarros. Ainda, deve-se ressaltar que, com fundamento político na
extrafiscalidade, as alíquotas desse tributo podem ser alteradas pelo Poder Executivo sem
necessidade de observância ao princípio da anterioridade.
Por sua vez, no que diz respeito ao Imposto de Exportação, passamos a demonstrar
também sua regra matriz de forma mais célere, tendo em vista já ter sido estabelecida as
premissas acima:
Verifica-se que referido critério está exposto na CF, em seu artigo 153, inciso II que assim
dispõe:
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(ii) Critério Espacial = saída de produto nacional, ou nacionalizado, para outro país.
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar,
alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência,
considerando a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos
os tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas
efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo do
financiamento.
Assim como no II, o IE pode por intermédio do Poder Executivo, nas condições e nos
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim
de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
Por sua vez, o conceito de produto para fins de incidência destes impostos, pode ser
definido no seu conceito amplo como acima explicado, visto emglobar os produtos e as
mercadorias, relacionadas aos bens corpóreo e destinado ao comercio, que pode aferir
valor, de uso pessoal direto ou indireto, bem material e virtual (corpóreo ou incorpóreo)
para consumo de valor agregado, para o uso pessoal ou de aplicação, para venda ou de
uso particular.
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Nestes termos, a alíquota aplicável é aquela vigente em 25/06/2017, qual seja, de 38%.
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Nos termos do artigo 49, inciso I da CF/88, temos que esta regulamentação interna
depende do Congresso nacional, conforme abaixo transcrito:
Resposta: Sob pena de invasão da competência tributária, ferindo o disposto no Art. 110
do CTN, entendo que a União não poderá invadir a competência estadual:
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
Outrossim, a política tarifária está prevista na CF no art. 175, parágrafo único, inciso III e
caso a União invada a competência Estadual, o Estado poderá, por analogia, invadir a
compentência Municipal.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
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Resposta: Consiste no uso com a finalidade de obter alguma vantagem, seja econômica
seja pessoal, em desrespeito à boa-fé, dando finalidade diversa aos tratados às quais não
faz jus em razão da sua elaboração/convenção.
Nesta situação, não há necessidade de expressa cláusula antielisiva específica, mas sim,
clausula antielisiva genérica e abrangente, visto que não é possível prever e regulamentar
todas as possíveis interpretações daquele de má-fé.
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conclusão do tratado;
b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a
conclusão do tratado e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado.
3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto: a)qualquer acordo
posterior entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de suas
disposições; b)qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, pela qual
se estabeleça o acordo das partes relativo à sua interpretação; c)quaisquer regras
pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes.
4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a
intenção das partes.
Resposta: Nos termos do entendimento do STF sobre o tema, destaca-se que os lucros
auferidos por controlada ou coligada no exterior serão considerados disponibilizados para
a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados,
na forma do regulamento, bem como que os lucros apurados por controlada ou coligada
no exterior até 31 de dezembro do ano anterior, serão considerados disponibilizados em
31 de dezembro do ano posterior, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das
hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor.
Referida interpretação, a princípio, não está nos moldes do ordenamento jurídico, mas,
para se evitar evasão de divisas a países de tributação favorecida, ou desprovidos de
controles societários e fiscais adequados, deve-se realizar uma interpretação sistemica, a
qual se faz coerente nos termos do julgado do STF, parcialmente abaixo ementado:
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Quanto a arm’s length, consiste em tratar as empresas vinculadas como se não fossem
vinculadas. Desta forma, busca-se alcançar o valor da operação praticada entre pessoas
relacionadas se estivessem negociando em condições de livre comércio, pelo preço fixado
pelo mercado.
Verifica-se que este termo/princípio, não foi positivado no ordenamento jurídico brasileiro,
mas é aplicado implicitamente . Ora, se a função dos arm's length é verificar e aplicação o
preço justo ou imparcial para fins de tributação, o ordenamento jurídico brasileiro através
dos princípios constitucionais da capacidade contributiva, da igualdade e da livre
concorrência visa o mesmo cenário!
Portanto, toda vez que se verificar uma transação entre partes relacionadas que não
respeite o arm's length, ou seja, o preço praticado de livre concorrência, deve-se aplicar
os métodos previstos pela legislação de forma a promover a efetivação do princípio.
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A resposta acima, está baseada nos artigos da CF os quais foram indicados a leitura,
quais sejam: art. 5º, inc. X e XII da CF/88.
Bibliografia utilizada:
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 29. ed. São Paulo:
Malheiros, 2013.