Slides 2 - Textualidade

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TEXTUALIDADE:

NOÇÕES BÁSICAS
E IMPLICAÇÕES
PEDAGÓGICAS

Profº Ms. Michel Luís da C. R.


Leandro
O problema inicial é este mesmo: ser autor na escola. Mas, em
consequência, o maior problema é ser autor de bons textos na
escola, problema que, por sua vez, já inclui outra questão: saber em
que consiste um bom texto; que propriedades ele deve ter; que
propriedades são constitutivas e, assim, são mais importantes.

Diante de alguns textos dos alunos, chegamos mesmo a nos


perguntar o que estes alunos fizeram na escola durante onze anos
de estudo de língua portuguesa?

(ANTUNES, 2017).
Discurso pedagógico é
perpassado:

Discurso lúdico
Discurso autoritário
Discurso polêmico
quem está dizendo?

A quem?
Vovó vai à vila.
A pipa é do papai.
Com que intenção?
O pião é do Dudu.
Vovô vê o ovo.
Para obter que resultado?
Lili caiu.
Em reposta a que tipo de solicitação?

É possível se formar autoria com esse tipo de


produção de textos?
quem está dizendo?

A quem?

Com que intenção?

Para obter que resultado?

Em reposta a que tipo de solicitação?

É possível se formar autoria com esse tipo de


produção de textos?
Em nossa sociedade, a autoria, em qualquer área, está
reservada a quem cria alguma coisa, seja um objeto de arte,
seja um instrumento de trabalho qualquer. No caso da produção
de textos, a autoria também supõe a criação de um objeto;
especificamente, de um objeto comunicativo-interativo e
funcional, portanto, relevante contextualmente.
(ANTUNES, 2017).
Mas, para isso há um pressuposto: não se pode pensar em
autoria para quem não tem a consciência de ser sujeito de sua
história, de seu destino; ninguém pode pensar em autoria para
quem tem apenas a experiência de ser “objeto”, ou receptáculo
passivo do que os outros aprenderam e que, agora, lhes passam,
como dever, para cumprir um programa. A autoria exige um
sujeito. Sujeito que tem alguma coisa a dizer. Em diálogo com
outro. A autoria não se desenvolve sem a consciência de se ter
uma palavra a dizer a outros deste mundo.

(ANTUNES, 2017).
"Comida ou infância.“
"Minha família ou meu melhor amigo(a) ou planos para o futuro.“

"Internet.“
"Escola.“

"Filmes ou livros favoritos.“


"Um artista que admiro.“

"Música.“
"Festas.“

"Super-heróis."
"O melhor professor que já tive."
"Férias."
1) Cadê um propósito comunicativo para esses textos?
2) Que objetivos têm?
3) O que pretendem conseguir?
4) Para quem eles serão escritos, ou, com quem pretendem interagir?
5) Em que suporte o texto deverá chegar até as mãos do interlocutor: um jornal, uma
simples folha de papel, um cartaz, um folder?
6) Sob a forma de que gênero devem escrever?
7) Sob a forma de uma carta?
8) De um comentário?
9) De um aviso?
10) Um anúncio?
11) Uma notícia?
12) Um depoimento?

Já não é sem tempo; ou melhor, já passou do tempo de a escola tomar consciência de


sua responsabilidade de criar condições para que os alunos desenvolvam as múltiplas
competências em produção de textos: adequados à situação (logo, corretos, às vezes)
e relevantes (expressando conteúdos significativos que interessem vivamente aos
leitores presumidos). (ANTUNES, 2017).
Essas condições incluem:

- professores (bem pagos e com boas condições de trabalho!) que


conheçam as teorias que explicam o funcionamento da linguagem;

- professores que vivam também eles a experiência de escrever textos reais


e que se interessem por ampliar seus repertórios pela leitura de bons textos;

- professores que motivam os alunos para o desafio da produção de textos;


que estimulam; que reforçam a autoestima, ou a confiança de que eles são
capazes;

- (ANTUNES, 2017).
Essas condições incluem:

- salas de aula que possibilitam um exercício de produção, o que implica


salas de aula com menos alunos, para que todos possam receber
orientações adequadas;

- atividades de produção de textos planejadas e revisadas;

- focalização da produção de textos em outras questões que não apenas a


correção gramatical;

- sedimentação da certeza de que escrever não é um dom inato; que nasce


com o sujeito; mas é fruto de um trabalho persistente, continuado e
perseverante de prática, prática, prática...

- (ANTUNES, 2017).
- Não da mais para ensinar apenas gramática;

- É preciso desconstruir alguns mitos da língua portuguesa na escola, por


exemplo, o discurso de que a língua portuguesa é muito difícil;

- “Privilegiar o estudo do texto na sala de aula é aceitar o desafio do


convívio com a instabilidade, com um horizonte cheio de
possibilidades” (GERALDI, 2010, p. 119);

- “O texto abre as portas para o inusitado, para o mundo da vida invadir


a sala de aula, para o acontecimento conduzir a reflexão, sem que os
sentidos se fechem nas leituras prévias e privilegiadas com que os
trechos têm sido silenciados quando presentes na sala de aula”
(GERALDI, 2010, p. 124).
- Linguística Textual (do texto):

- Textualidade: o qual implica que toda e qualquer atividade de


linguagem somente ocorre em forma de textos; assim, tudo o que as
pessoas dizem, em qualquer circunstâncias social, constitui um texto; a
dimensão desse texto não importa.

- Intencionalidade – Semanticidade – Comunicabilidade – Referência a


parceiros
- Amanhã tem início a temporada das férias
escolares!
E alguém complementa:
- Que bom! O trânsito vai melhorar!

(Conhecimentos: enciclopédico, linguístico,


interacional).
- Cinema – Pipoca – Coca-cola

(Formam uma cadeia de nexos (campo semântico),


ou uma cadeia coesiva, garantido, por sua vez, a
coerência).
SOMOS “SERES DE LINGUAGEM”, E, POR ISSO, SOMOS CAPAZES DE CRIAR E
VIVER DIFERENTES MUNDOS.

A CONVIVÊNCIA COM DIFERENTES TEXTOS, DE DIFERENTES GÊNEROS,


DESENVOLVE EM NÓS ESSA COMPETÊNCIA PARA LER DIFERENTEMENTE.

NINGUÉM SELECIONA AS PALAVRAS DE UM TETXO QUE VAMOS PROFERIR A


PARTIR DE SUAS CONDIÇÕES ORTOGRÁFICAS. TODOS SELECIONAMENTOS
AS PALAVRAS CONFORME SEUS SENTIDOS E SEGUNDO ELAS POSSAM
EXPRESSAR O QUE QUEREMOS E PODEMOS DIZER.

O QUE ESTÁ EM JOGO É A DIALOGICIDADE DA LINGUAGEM E A


COMPREENSÃO GLOBAL DO TEXTO: O QUE FOI DITO, POR QUE FOI DITO,
COMO SE CONSEGUIU DIZER O QUE FOI DITO: INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS E
IMPLÍCITAS (PRESSUPOSTOS E SUBTENDIDOS). (ANTUNES, 2017).
“Vazios”, as lacunas que o
leitor vai preenchendo, o
que se dá na interação
leitor-autor. (ANTUNES).

“Espaços vazados que o


texto literário deixa e
provoca ao leitor”
(BRAGATTO FILHO).

“A poesia é um corpo-
estranho que precisa se
tornar um corpo-textual
familiar” (LEANDRO).
Referências
• ANTUNES, I. Textualidade: noções básicas e implicações pedagógicas. São Paulo: Parábola, 2017.
• FIORIN, J. L. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2002.
• GERALDI, J, W. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997.
• ILARI, R.; GERALDI, J. W. Semântica. 10. ed. São Paulo: Ática, 2002.
• KOCH, I. G. V. Argumentação e linguagem. 9.ed. São Paulo: Cortez, 2004.
• MATENCIO, M. L. Leitura produção de textos e a escola. Campinas: Mercado das Letras, 1994.
• MOURA, H. M. M. Significação e contexto: uma introdução a questões de semântica e pragmática. 2. ed.
Florianópolis: Insular, 2000.
• TAMBA, M. I. A semântica. São Paulo: Parábola, 2006.
• ZILBERMAN, R. (Org.). Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 9. ed. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1988.

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