Guia Da Aventura Escoteira Pistas e Trilha PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 292

Pistas e Trilha

Guia da Aventura Escoteira


Etapas Pistas e Trilha

Este é o guia oficial da UEB - União dos Escoteiros do Brasil - para escoteiras e escoteiros
nas etapas de Pistas e Trilha, conforme sistema aprovado pelo CAN – Conselho de
Administração Nacional, e produzido por orientação da Diretoria Executiva Nacional
com base na experiência centenária do Movimento Escoteiro no Brasil.

1ª edição | Abril de 2010 | 3.000 exemplares


2ª edição | Maio de 2018 | 1.000 exemplares
1ª reimpressão | Maio de 2019 | 1.000 exemplares

Ilustrações
Muitas das ilustrações que aparecem neste guia foram retiradas, com autorização do autor,
da Bitácora Pistas y Senda e Bitácora Rumbo e Travesía produzidos pelo Escritório
Escoteiro Mundial – Região Interamericana.

Também foram usados desenhos produzidos ou adaptados por Andréa Queirolo e


Veridiana Kotaka, assim como ilustrações em geral que fazem parte do acervo
da UEB ou são de domínio público.

Diagramação
Andréa Queirolo, Raphael Luis K.

Edição
Luiz Cesar de Simas Horn, Vitor Augusto Gay

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte desta publicação poderá ser traduzida ou adaptada a nenhum idioma,
como também não pode ser reproduzido, armazenado ou transmitido por nenhuma
maneira ou meio, sem permissão expressa da Diretoria Executiva Nacional da União dos
Escoteiros do Brasil.

Escritório Nacional
Rua Coronel Dulcídio, 2107 - Bairro Água Verde | CEP 80250 100 - Curitiba - PR
Tel.: 41. 3353-4732 | www.escoteiros.org.br
Mensagem
Nos últimos quinze anos, a União dos Escoteiros do Brasil vem
investindo na atualização do seu Programa Educativo, buscando torná-lo,
conceitualmente, o mais próximo possível ao proposto por Baden-Powell,
considerando a realidade do mundo em que vivemos, com um conteúdo
que desperte o interesse e produza experiências relevantes para contribuir
no crescimento pessoal dos jovens.
A partir da implantação de algumas propostas, foi possível perceber o
impacto, os aspectos positivos e as dificuldades, permitindo à Instituição
desenvolver uma análise mais profunda, que nos levou a fazer algumas
alterações significativas no sistema de progressão oferecido aos jovens, que
é o principal instrumento para direcionar e avaliar seu desenvolvimento.
Nesse importante processo, que começou com um estudo da então
Comissão Nacional de Programa de Jovens, somaram-se várias forças da
UEB, com a participação efetiva do CAN – Conselho de Administração
Nacional, das Regiões Escoteiras, do Escritório Nacional e da estrutura da
área de Métodos Educativos.
Graças a este esforço conjunto, que a Diretoria Executiva Nacional teve
a satisfação de coordenar, chegamos a um resultado totalmente positivo, de
tal forma que podemos lançar, simultaneamente, os quatro livros necessários
para aplicação no Ramo Escoteiro: guia da “Aventura Escoteira – Etapas
Pistas e Trilha”, “guia da Aventura Escoteira – Etapas Rumo e Travessia”, os
livro de bolso “Tropa Escoteira em Ação” (para o jovem), e o livro de bolso
“Escotistas em Ação” (para os chefes).
Agradecemos a todos que contribuíram, de uma forma ou outra, para
alcançarmos este momento. Estamos certos de que este passo terá um
importante reflexo no futuro da União dos Escoteiros do Brasil, para torná-
la cada vez melhor e com maior capacidade de realizar a sua missão.

Sempre Alerta Para Servir

Diretoria Executiva Nacional


Apresentação
O guia da Aventura Escoteira é uma publicação dirigida aos jovens de 11
a 14 anos, escoteiras e escoteiros, que terão a oportunidade de vivenciar
muitas atividades e aventuras inesquecíveis com seu grupo de amigos.
Ao mesmo tempo, explorando novos territórios, poderão aprender muito
e desenvolver importantes habilidades que serão úteis por toda a vida,
inclusive cultivando atitudes e valores que nos tornam pessoas melhores a
cada dia.
Concluir o material de apoio ao Programa Educativo do Ramo Escoteiro
era um sonho que agora se torna realidade. E foi graças ao esforço de
muitos Escotistas, Dirigentes de todo o Brasil e profissionais do Escritório
Nacional, a quem a UEB agradece, que foi possível chegar até aqui.
É claro que ainda podemos aprimorar o guia, já que, a cada nova edição,
queremos introduzir as modificações necessárias. Portanto, envie suas
sugestões para melhorar o trabalho para o e-mail - programa@escoteiros.
org.br - pois a sua opinião e participação serão muito bem-vindas!
Finalmente, é importante dizer que existem outras publicações disponíveis
para as atividades do Ramo Escoteiro. Conheça o “Tropa Escoteira em Ação”,
cujo download pode ser feito a partir da página da UEB na internet ou, se
preferir, pode ser adquirido nas lojas escoteiras. Trata-se de um importante
instrumento de apoio para o seu dia-a-dia de atividades escoteiras e vai
ajudar a acompanhar o seu desenvolvimento pessoal.
Os adultos também possuem duas publicações dedicadas especialmente
a eles: o “Manual do Escotista do Ramo Escoteiro” e o Escotistas em Ação –
Ramo Escoteiro”. Com o uso dos materiais disponibilizados a dinâmica da
tropa escoteira ficará cada vez mais interessante e educativa.
Desejamos que tenham ótimas atividades, que aprendam muito e sejam
muito felizes.

Sempre Alerta!

Diretoria de Métodos Educativos


Índice
Mensagem............................................. 3 Especialidades..................................................... 15
Apresentação........................................ 4 Insígnias de Interesse Especial............... 15
A sua Progressão Pessoal.................... 11 Insígnias das Modalidades......................... 18
Como usar este guia........................................ 12 Fluxograma de progressão................. 21
Além das etapas de progressão, existem Uso correto dos distintivos.................. 22
outras conquistas.................................. 14

Meu desenvolvimento Físico Já que falamos de cozinha...........................36


Os diferentes tipos de atividades Conservação de alimentos................... 37
ao ar livre .............................................. 24 Conservação de alimentos
Excursões..................................................................24 perecíveis...................................................................38
Jornadas.....................................................................24 Montando uma despensa..............................40
Bivaques ...................................................................24 As medidas do corpo............................ 41
Acampamentos ....................................................25 A polegada................................................................42
Acampamentos de final de semana......25 O palmo.......................................................................42
Acampamentos de média duração........25 O pé................................................................................42
Acampamentos volantes...............................25 Braça.............................................................................42
Acampamento de longa duração............26 Côvado.........................................................................42
Acantonamentos..................................................26 O passo normal.....................................................42
Jornadas ................................................. 27 O passo duplo.........................................................43
A caminhada...........................................................27 Passo escoteiro....................................... 43
O descanso durante a caminhada..........28 Estojo de primeiros socorros................ 44
Alimentação.............................................................29 Primeiros socorros................................. 45
Barracas.................................................. 30 Hemorragias............................................................46
A barraca...................................................................30 Picadas de insetos e animais
Localização da barraca...................................30 peçonhentos............................................................46
Preparando o local..............................................31 Queimaduras...........................................................46
Orientação.................................................................31 Ferimentos................................................................47
A montagem da barraca................................31 Choque elétrico.....................................................47
Durante o acampamento...............................32 Gases venenosos, vapores químicos
Desmontando.........................................................32 ou falta de oxigênio...........................................48
Cozinha ao ar livre................................ 33 Fraturas, entorses e luxações....................48
Onde instalar a cozinha..................................33 Ataduras e tipóias..............................................49
Receitas tradicionais........................................35
Alguns exemplos de tipóias e Saber escolher uma mochila................ 65
ataduras......................................................................49 Tecido ..........................................................................65
Ajuda no transporte de acidentados.. 50 Comodidade.............................................................65
Ajudando a caminhar.......................................50 Capacidade...............................................................65
Carregar uma pessoa........................................51 Costuras e zíperes...............................................65
Assento com quatro mãos...........................51 Correias e alças.....................................................65
Maca com camisas.............................................51 Modelos.......................................................................66
Medidas de segurança......................... 52 Lista de material para
Gás de cozinha......................................................52 acampamento........................................ 67
Energia elétrica.....................................................52 Atividades de patrulha......................... 68
Produtos tóxicos e inflamáveis ..............53 Pirâmide da alimentação..................... 69
Precauções gerais...............................................53 A água no acampamento.................... 72
Cuide bem da sua saúde...................... 54 Você pode purificar a água..........................73
Vacinação..................................................................54 Construir um filtro................................. 74
Cuidados com a exposição ao sol....... 55 Como fazer um fogo..........................................76
Câncer de pele e cuidados durante Pirâmide......................................................................78
exposição ao sol...................................................56 Pagode.........................................................................79
Informações sobre filtro solar...................56 Apagando o fogo.................................................79
A desidratação......................................................57 A administração do tempo.................. 80
Insolação....................................................................57 Escolha e use uma ferramenta para
Queimadura solar ...............................................58 gerenciar seu tempo..........................................80
O vestuário e o uniforme escoteiro.... 59 Não tente fazer tudo.........................................80
A aparência também é importante.......60 Reserve tempo para seus compromissos
O vestuário ou uniforme também deve da semana.................................................................81
ser confortável e útil.........................................60 Aprenda com as lições da vida ...............81
Higiene de campo................................. 61 Reserve seu tempo de descanso.............81
“Engenhocas” – as pequenas pioneirias Organize seu ambiente...................................81
que ajudam no acampamento...................61 Cuidado com seus e-mails, Whatsapp,
Repensar, arrumar, reutilizar, Messenger, Skype, etc ....................................81
reduzir e reciclar.................................... 62 Administre seu tempo.....................................81
Lixo orgânico .........................................................62 Um tempo apropriado para
Lixo inorgânico (também conhecido estudar.................................................... 82
como lixo seco) ...................................................62 Esportes e desportes - o que
Lixo sanitário ........................................................62 praticar.................................................... 83
O Canto de Patrulha............................. 63 Especialidades na área de
Material de patrulha - conservação, desportos................................................ 85
organização e asseio............................. 64
Meu desenvolvimento Intelectual O que é uma Especialidade?.................... 109
Sinais de pista....................................... 87
As Especialidades permitem
Bússolas................................................. 89
aprender, fazer e servir................................. 110
A bússola................................................................. 90
Especialidades de Serviço.......................... 111
Partes de uma bússola.................................. 90
Lembre-se que..................................................... 112
Usando a bússola............................................... 90
Fogo de Conselho................................. 113
Os mapas............................................... 91
Sobre o conteúdo de um Fogo de
As escalas................................................................ 91
Conselho recomendamos............................ 114
Método do cordão para medir
Sucata e reciclagem............................. 115
distâncias num mapa..................................... 92
Reaproveitando sucata................................. 116
Os sinais topográficos................................... 92
Cantando nossos hinos........................ 118
Observação e tocaia............................. 93
Hino alerta.............................................................. 118
Confundir-se com o fundo.......................... 94
“Avançam as patrulhas”.............................. 119
Mover-se sem fazer ruídos........................ 94
Os códigos secretos.............................. 120
Ao se aproximar do objetivo,
Uma patrulha bem comunicada............. 122
troque a forma de avançar........................ 94
Usando um rádiocomunicador................ 122
A comunidade onde você vive........... 95
Ferramentas de internet e a
Avaliando alturas e distâncias............ 96
comunicação......................................... 123
Avaliação de altura.......................................... 96
Correio eletrônico.............................................. 123
Avaliando distâncias...................................... 97
Blog.............................................................................. 124
Previsão do tempo............................... 98
Alguns nós úteis para a construção
As nuvens................................................................ 98
de pioneirias.......................................... 125
A coloração do céu........................................... 100
Características de um bom nó................ 125
A umidade............................................................... 101
Amarras................................................. 126
O vento...................................................................... 101
A construção de um tripé........................... 128
Os animais e plantas....................................... 101
Uso de equipamentos: ferramentas
Barômetro caseiro............................................ 102
de corte.................................................. 129
Os jogos democráticos expressam a
Faca ............................................................................. 130
vontade da maioria.............................. 103
Facão e machadinha....................................... 130
Conselho de Patrulha........................... 105
Lampiões e fogareiros......................... 133
Que notas se devem anotar em
Uso de lampiões................................................. 133
cada Conselho...................................................... 106
Vamos ver agora como se acende
Excursão de patrulha........................... 107
cada tipo de lampião...................................... 134
Cinco passos para organizar uma
Fogão Suspenso.................................... 137
excursão de patrulha...................................... 107
Forno de acampamento...................... 138
As especialidades e você..................... 109
Meu desenvolvimento do Caráter O Escoteiro é leal.................................150
Sei que posso ser cada dia Animando o Fogo de Conselho
melhor...................................................140 da patrulha...........................................152
Avaliação da progressão pessoal As representações e esquetes de
no Conselho de Patrulha...........................141 Fogo de Conselho................................153
Conhecendo e explicando a Lei Escoteiro símbolo do Brasil................154
e a Promessa Escoteira.......................144 As decisões do Conselho de Patrulha
Esta é a Lei Escoteira...................................145 serão respeitadas por todos...............157
A Promessa Escoteira.................................146 Num Conselho de Patrulha, as
As cerimônias de hasteamento e decisões se podem tomar.........................158
arriamento da bandeira nacional.....146 Para o bem da patrulha é necessário
Hinos.....................................................148 administrar as diferenças e resolver os
Bandeira nacional...............................149 conflitos.................................................159

Meu desenvolvimento Afetivo Para que serve um debate?...................... 171


Drogas, inimigos da saúde e da Como organizar um debate....................... 171
sociedade ............................................. 162 Assembleia de tropa ........................... 173
Drogas lícitas e ilícitas................................. 162 Ajudando um novo membro da
O fumo........................................................................ 163 patrulha................................................. 174
O álcool...................................................................... 164 Um escoteiro ajuda a quem precisa.. 175
O abuso prolongado, crônico, tem Direitos humanos e os direitos das
conseqüências gravíssimas ..................... 164 crianças.................................................. 177
O livro de patrulha............................... 165 Homens e mulheres têm direitos e
Para que serve um livro de deveres iguais....................................... 180
patrulha?................................................................. 165 Mulheres que fizeram história........... 181
Para que manter atualizado o livro Rachel de Queiroz (1910 – 2003).......... 181
de patrulha?.......................................................... 165 Irmã Dulce (1914-1992)................................. 181
Rondas e vigias nos acampamentos.. 166 Ana Néri (1814-1890)..................................... 182
Registrando a própria história........... 167 Escotismo se faz com o apoio dos
Para confeccionar um diário pais e familiares.................................... 183
pessoal....................................................................... 169 Mantenha a família informada das
Organizando debates.......................... 170 atividades do grupo e da tropa.............. 183
Os debates e o Escotismo........................... 170 Algumas idéias de atividade para fazer
junto a tua família............................................. 184
Meu desenvolvimento Social Você já participou de um
Declaração universal dos Direitos MutCom?.............................................202
Humanos.............................................186 Conhecendo melhor o seu bairro.....203
Preâmbulo............................................................186 Um pouco mais sobre a
Alguns defensores dos Direitos comunidade........................................204
Humanos.............................................188 Preparando um jantar festivo na
Princesa Isabel..................................................188 tropa.....................................................206
Martin Luther King Jr. ...............................189 Folclore brasileiro...............................208
Papel do monitor e do submonitor.. 190 Jogos típicos brasileiros.....................209
Cargos e encargos na patrulha na A flor de lis..........................................210
sede...........................................................................192 Esta é a flor de lis, o símbolo de todos
Cargos de patrulha no campo..............193 escoteiros do mundo...................................210
Todos são importantes na E esta é a flor de lis da União dos
assembleia de tropa...........................194 Escoteiros do Brasil.....................................211
A organização do Escotismo A saudação..........................................................211
no Brasil...............................................195 Aperto de mão..................................................213
Estrutura do grupo escoteiro............196 História do grupo e da tropa
Funções dentro do grupo escoteiro.196 escoteira...............................................213
A boa ação .........................................197 Os grandes eventos escoteiros
Boa ação coletiva, uma oportunidade para jovens..........................................214
de servir...............................................199 A paz ao alcance de todos................216
Ser voluntário é um bom negócio!..200 Biomas brasileiros..............................218
Existem diversas formas e Acampamentos de baixo Impacto
oportunidades de participação............200 ambiental.............................................219
O que é um centro de Não deixar rastros!........................................219
voluntariado?....................................................200 Conselhos para não deixar rastros:.219
O que faz um centro.....................................200 Observando e registrando a
Seja voluntário: legislação.......................202 fauna local...........................................220
“Cookit” - o painel dobrável.............222

Meu desenvolvimento Espiritual Em quais atividades você pode


Orações escoteiras...............................226 vivenciar os valores? .................................228
 Oração do escoteiro.....................................226 Cumprir com os deveres de
Às refeições.........................................................226 sua religião...........................................................230
Pela manhã...........................................................227 Desenvolvimento pessoal .......................230
À noite.....................................................................227 Jorge, o patrono dos escoteiros.........232
Refletindo sobre valores.....................228 Orar é falar com Deus........................234
Já ouviu falar dos cavaleiros Capelas e cantos de orações..............237
antigos? ................................................................228 As religiões no Brasil...........................238
Itens específicos da Modalidade Acampamento em ilhas de mar......... 255
do Mar Acampamento em represas, lagos
Conhecer e saber usar um colete e lagoa.................................................................... 256
salva-vidas.......................................... 243 Flutuar e boiar................................................. 256
História do Escotismo do Mar......... 245 Jogos navais....................................... 257
A chegada do escotismo no Brasil Código Morse.................................................... 257
pelas mãos da Marinha............................. 246 O guarda-costeiro.............................. 258
A idéia do Escotismo do mar O Código Internacional de
brasileiro.............................................................. 246 Sinais (CIS).......................................................... 259
Hino Escoteiro do Mar............................... 248 Método comparação por cores
Nomenclatura de embarcações...... 250 (Chefe Eugênio Pellerano): .................... 259
Encargos da patrulha embarcada.. 253 Pesca.................................................... 260
Escoteiros do Mar também Preparando um peixe................................. 261
acampam............................................ 255 Prumo de mão................................... 262
Acampamentos em praia........................ 255 Caderneta de embarque.................. 264
Acampamentos em ilhas (de rio,
represas, lagos e lagoas )......................... 255

Itens específicos da Modalidade O conceito moderno.......................................277


do Ar Fusos horário........................................279
História da Modalidade do Ar..........267 Uma estação meteorológica
História de Santos Dumont................268 simples..................................................280
Rataplan do Ar.....................................269 Higrômetro ...........................................................280
Hino dos Escoteiros do Ar..................270 Pluviômetro .........................................................281
Componentes básicos de Barômetro..............................................................282
um avião...............................................270 Forças aerodinâmicas.........................282
Partes fixas...........................................................270 Peso.............................................................................282
Partes móveis......................................................272 Sustentação..........................................................282
Construindo uma pipa........................274 Arrasto......................................................................283
Constelações.........................................276 Empuxo....................................................................284
Junte os pontos..................................................277 Planador sementinha..........................285
A sua progressão pessoal
Quando você entrar na tropa do Ramo
Escoteiro, o primeiro passo na sua progressão
pessoal é o Período Introdutório, no qual
você irá conquistar um conjunto de itens que
irão permitir a sua interação de forma mais
rápida e eficiente. Os requisitos do Período
Introdutório são:
• Conhecer a estrutura da tropa escoteira;
• Conhecer os membros da minha patrulha e os seus
encargos;
• Entender e usar o Lema do Escoteiro, o Sinal, a Saudação e o Aperto
de Mão;
• Reconhecer os sinais manuais e apitos de comandos;
• Saber o grito de sua patrulha e conhecer o seu significado;
• Conhecer o vestuário/uniforme escoteiro e o significado dos seus
distintivos;
• Conhecer o sistema de progressão escoteiro;
• Saber como hastear e arriar a Bandeira Nacional;
• Conhecer os aspectos mais importantes da história do Escotismo e do
seu Fundador;
• Conhecer a Lei e Promessa Escoteira;
Naturalmente, ao aproximar-se do final do Período Introdutório, você
terá uma boa conversa com a sua chefia de tropa, quando ficará decidido
que “você está na Etapa de Progressão PISTAS”, ou que “você já está na
Etapa de Progressão TRILHA”.
Agora queremos explicar um pouco mais sobre a aventura que você está
começando, orientá-lo sobre os caminhos a seguir, e o que isso representará
na sua vida.
Progredir é seguir em frente, ultrapassar obstáculo, crescer, aprender... A
nossa “progressão pessoal” é o caminho escolhido para seguir sempre em
frente. Este guia servirá para você enxergar o caminho que está seguindo,
marcando cada passo dado e ajudando a preparar o passo seguinte.
Passo a passo nossa caminhada nos leva de onde estamos até onde
desejamos chegar. Mas, que lugar é este? A grande aventura da nossa
juventude é descobrir coisas novas, de preferência com pessoas queridas
por perto, compartilhando nossas alegrias e tristezas, pois apesar de ser um
caminho pessoal, ele não pode ser feito sozinho. Nossos pais, nossos chefes

11
da tropa, e nossos amigos e amigas nos acompanham nesta caminhada,
as vezes de longe, outras bem de perto, muitas vezes nos ouvindo, e outras
tendo muito a nos dizer.
Nossa jornada começa quando decidimos ir a algum lugar. Mas, não o
conhecemos ainda... Não existe um caminho... Espere! Olhe em volta! Há
indícios aqui... Outras pessoas já estiveram por aqui! São as PISTAS que
usaremos para seguir em frente. Este guia tem muitas PISTAS - exemplos e
conhecimentos - que servirão para que você inicie esta bela aventura de ser
escoteiro, encontre a TRILHA que melhor lhe convém.
Existem muitas formas de descobrir o mundo, mas todas elas têm
algo em comum: juntam os passos de muitos caminhantes. Esta
TRILHA tem tudo para nos levar a um bom lugar.
Contudo, não basta seguir uma TRILHA, seguir
os passos de outras pessoas. É um
bom começo, sem dúvida, mas não
é suficiente. Uma hora a estrada se
divide... E aí? É preciso que sejamos
capazes de tomar nossas próprias
decisões, de escolher o nosso RUMO.
A partir desta hora o caminho é mais
nosso do que dos outros. O RUMO a seguir
foi uma escolha pessoal. Mas, para onde isso vai
nos levar? Certamente a um lugar por onde poucas
pessoas passaram... E, nesta hora será preciso
enfrentar os medos e vencer um
desafio. Talvez, a primeira grande
TRAVESSIA de nossas vidas. A
primeira, mas não a única...
Mas, isso já é outra história!

Como usar este guia


Neste guia da Aventura
Escoteira encontram-se os
conjuntos de atividades que devem
ser realizadas para avançar nas
Etapas de Pistas e Etapa de Trilha, e
que estão divididos em seis áreas de
desenvolvimento: físico, intelectual,
caráter, afetivo, social e espiritual.

12
1

DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Participar de pelo menos cinco atividades ao Ar livre da
patrulha (jornadas , excursões , acampamentos de patrulha ou
tropa) utilizando normas de baixo impacto ambiental
Conhecer e aplicar normas de limpeza no tratamento e na conservação
de alimentos nas atividades de patrulha;
Aferir seu passo duplo, conhecer as medidas de seu corpo e aplicá-las em
avaliações e medições.

Como você vai verificar, existem 36 conjuntos de atividades, e após cada


conjunto existe um conteúdo - orientações, conhecimentos e exemplos -para
ajudá-lo a realizar aquelas atividades.
Nossa proposta é de que, para passar da Etapa de Pistas para a Etapa
de Trilha, sejam realizadas metade das atividades do guia.
A próxima aventura será passar da Etapa de Trilha para a Etapa de Rumo,
e para isso será necessário conquistar a outra metade dos itens, ou seja,
realizar as outras atividades que faltam, completando assim o seu total.
Para os escoteiros de tropas do Mar e do Ar, além desses 36 conjuntos,
existe um a mais, específicos da modalidade, que deve funcionar da mesma
maneira, ou seja, metade na Etapa de Pistas e a outra metade na Etapa de
Trilha.
Mas, os escoteiros que não são de modalidade também podem se
interessar por alguma atividade desses conjuntos, e não há nenhuma
restrição a que acrescentem suas habilidades, conhecimentos e atitudes.
Como cada pessoa é diferente das demais, e com habilidades maiores
ou menores nos diferentes campos de ação do ser humano, eventualmente
você poderá ter uma dificuldade maior em uma ou outra atividade, assim
como, seguramente, terá facilidade em realizar outras.
Nos casos de dificuldades não hesite em pedir ajuda ao seu monitor e
seus companheiros de patrulha, e também procure seus chefes de tropa para
receber orientações e negociar a melhor forma de realizar estas atividades.
Nas situações inversas, quando você percebe que tem muita facilidade para
realizar uma atividade, também pode negociar com seus chefes alguma
forma de tornar sua aventura mais desafiante, inclusive sugerindo novas
atividades.

13
Vá marcando, no guia, as atividades que você entender que está
realizando, e no momento adequado, quando sentar-se para discutir sua
progressão com seus companheiros de patrulha e depois, com seu chefe,
apresente aquilo que você entende que progrediu, e na conversa com seu
chefe defina quais os itens que serão considerados concluídos.
Desejamos que este período desta sua “Aventura Escoteira” você consiga
realizar boas e produtivas atividades, desenvolva-se como um bom escoteiro
e cresça como pessoa. E que este seu guia seja um bom companheiro nesta
aventura!

A felicidade não vem da riqueza, nem do sucesso profissional,


nem do comodismo da vida regalada e da satisfação dos próprios
apetites.
Um passo para a felicidade é, quando jovem, tornar-se forte e
saudável, para poder ser útil e gozar a vida quando adulto.
O estudo da natureza mostrará a vocês quão cheio de coisas belas
e maravilhosas Deus fez o mundo para o nosso deleite.
Fiquem contentes com o que possuem e tirem disso o melhor
proveito. Vejam o lado bom das coisas ao invés do lado pior.
Mas, o melhor meio para alcançar a felicidade é proporcionando
aos outros a felicidade.

Além das etapas de progressão, existem


outras conquistas!
Como escoteiro você também tem a opção de conquistar outros distintivos,
que também estão relacionados com seu crescimento pessoal. Veja tudo o
que existe:

14
Especialidades
Cada distintivo de especialidade está vinculado a um conhecimento ou
habilidade particular, e estão distribuídas em cinco ramos de conhecimento –
Ciência e Tecnologia, Cultura, Desportos, Serviços e Habilidades Escoteiras
– e podem ser conquistadas em três diferentes níveis, conforme o grau de
complexidade e dificuldade dos requisitos estabelecidos para a conquista.
Você pode encontrar mais informações no Guia de Especialidades.

Insígnias de Interesse Especial


Além dos distintivos de progressão e das especialidades, o Ramo
Escoteiro também conta com mais quatro insígnias, que partem única e
exclusivamente de seu interesse em querer conquistá-las. São elas:

Insígnia do Cone Sul

Visa promover o conhecimento, o estreitamento dos laços, bem como


o intercâmbio entre escoteiros dos países que integram o Cone Sul: Brasil,
Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Bolívia.
A insígnia trabalha com atividades que farão você explorar as seguintes
dimensões: Escotismo; Cultura; Linguagem e Comunicação e Geografia.

15
No Ramo Escoteiro, ela reforça o que os países do Cone Sul tem em
comum, propiciando o intercâmbio e vivência cultural entre os jovens.

Insígnia da Ação Comunitária

Tem o objetivo de despertar o espírito da ação, da pró-atividade e serviço


ao próximo. É uma excelente oportunidade para contribuir de maneira
intensa na comunidade e fazer a diferença.
Para conquistá-la você deverá participar de atividades comunitárias e
realizar um projeto com duração mínima de 3 meses.

Insígnia da Lusofonia

Visa promover o conhecimento, o estreitamento de laços, bem como


o intercâmbio entre escoteiros dos países que integram a Comunidade
Escoteira Lusófona (CEL): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné- Bissau,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
A insígnia oferece atividades que farão você explorar as seguintes
dimensões: Escotismo; Cultura; Linguagem e Comunicação e Geografia.

16
No Ramo Escoteiro, ela propicia a vivência da cultura de outros países da
CEL, reforçando o “trazer o de lá, para cá”.

Você pode encontrar mais informações sobre a Insígnia da Ação


Comunitária, Insígnia do Cone Sul e Insígnia da Lusofonia no Guia das
Insígnias de Interesse Especial do Ramo Escoteiro.

Insígnia Mundial do Meio Ambiente (IMMA)

A Insígnia Mundial do Meio Ambiente faz parte de um programa da


Organização Mundial do Movimento Escoteiro que promove a participação
dos jovens na solução de questões ambientais, ao mesmo tempo em que
ajuda na formação de uma consciência baseada na sustentabilidade.
Para conquistar a IMMA você deve explorar, refletir e realizar atividades
voltadas para cada um dos objetivos que são: ar e água, habitats e espécies,
substâncias perigosas, melhores práticas ambientais, riscos ambientais e
desastres naturais.

Você pode encontrar mais informações no Guia da IMMA.

17
Insígnias das Modalidades
Para avançar no seu crescimento pessoal, você também pode conquistar
estas insígnias, que são baseadas na conquista de especialidades,
relacionadas as modalidades Básica, do Ar e do Mar.

Insígnia da Modalidade do Ar – Aviador: Para conquistá-la, você


deverá possuir 3 especialidades relacionadas à Modalidade do Ar, pelo
menos no nível 2, dentre as seguintes: Meteorologia, Radioamadorismo,
Aeromodelismo, Planador, Astronomia, Técnica Aeronáutica, História
Aeroespacial, Mecânica Aérea, Navegação Aérea, Observação Aérea,
Astronáutica, Plastimodelismo e Paraquedismo.

Insígnia da Modalidade Básica – Explorador: Para conquista-la,


você deverá possuir 3 especialidades relacionadas à Modalidade Básica,
pelo menos no nível 2, dentre as seguintes: Meteorologia, Cartografia,
Sobrevivência, Sinalização, Acampamento, Pioneiria, Rastreamento,
Técnicas de Sapa, Culinária, Excursões, História do Escotismo, Lenhador e
Fogo de Conselho.

18
Insígnia da Modalidade do Mar – Grumete: Para conquista-la, você
deverá possuir 3 especialidades relacionadas à Modalidade do Mar, pelo
menos no nível 2, dentre as seguintes: Arte da Marinharia, Aquariofilia,
Canoagem, História Marítima, Marinharia, Mergulho Autônomo, Mergulho
Livre, Mecânica de Motor de Popa, Natação, Pesca, Vela, Meteorologia,
Oceanologia, Reparos Navais, Salvamento, Sinalização, Aquicultura,
Sinalização Marítima, Remo, Navegação Marítima, Cozinheiro Naval,
Segurança Naval, Salvatagem e Sobrevivência no Mar.

Cordão Verde e Amarelo


Para conquistar este importante cordão, você deverá possuir pelo menos
seis especialidades, distribuídas nos cinco ramos de conhecimento, em
qualquer nível, além de ser recomendado pela Corte de Honra.

19
Cordão Vermelho e Branco
Para conquistar este importante cordão, você deverá ter conquistado
o Cordão Verde e Amarelo e pelo menos doze especialidades, estando
entre estas a especialidade de Primeiros Socorros, no nível 2, e mais três
especialidades do ramo de conhecimento serviços, também no nível 2.

Distintivo de Escoteiro Lis de Ouro


Este deve ser o objetivo de todo escoteiro e, para conquistar esse
distintivo, você deverá concluir todas as atividades previstas no Guia da
Aventura Escoteira – Rumo e Travessia, ser portador do Cordão Vermelho e
Branco, possuir pelo menos uma das Insígnias de Interesse Especial (IMMA,
Lusofonia, Cone Sul ou Ação Comunitária), possuir pelo menos 10 noites de
acampamento como escoteiro com sua patrulha ou tropa, possuir a insígnia
de sua modalidade (Aviador, Grumete ou Explorador), ser recomendado
pelos escotistas e pela Corte de Honra.

20
Fluxograma de Progressão
Ramo Escoteiro

Período
Introdutório

Distintivos de Insígnias de Insígnias das


Especialidades Cordões de Eficiência
Progressão Interesse Especial Modalidades
Acesso linear

e/ou
Acesso direto

e/ou

e/ou

• Ter realizado a totalidade das atividades previstas no Guia da Aventura Escoteira - Rumo e Travessia;
• Possuir o Cordão Vermelho e Branco;
• Possuir uma das seguintes Insígnias de Interesse Especial do Ramo Escoteiro: Insígnia Mundial do Meio
Lis de Ouro Ambiente, Insígnia da Lusofonia, Insígnia Cone Sul ou Insígnia da Ação Comunitária.
• Possuir pelo menos 10 noites de acampamento com sua patrulha ou tropa Escoteira.
• Possuir uma das Insígnias da Modalidade do Ramo Escoteiro (Aviador, Grumete ou Explorador).
• Seja especialmente recomendado pelos Escotistas e pela Corte de Honra da tropa.

21
22
Vestuário Escoteiro - Ramo Escoteiro - Camisa de Manga Curta | REGRA 045
Cordão Verde e Amarelo /
Vermelho e Branco

Listel da Região Escoteira


Distintivo
Vestuário Escoteiro - Ramo Escoteiro - Camisa de Manga Curta | REGRA 045da Organização Mundial
do Movimento Escoteiro Cordão Verde e Amarelo /
Vermelho e Branco
Numeral
Distintivo de Recrutador Insígnia Mundial do Meio Ambiente
Listel da Região Escoteira
Distintivo da Organização
(IMMA) Mundial
Distintivo Adicional de Idiomas do Movimento Escoteiro Distintivo Lis de Ouro
Distintivo de Radioescotismo Insígnia do Cone Sul
Numeral
Distintivo de Recrutador Insígnia Mundial do Meio Ambiente
(IMMA) Distintivos de Especialidades
Distintivo de Idiomas Insígnia da Lusofonia (Desportos / Ciência e Tecnologia / Cultura)
Distintivo deAdicional
Grupo Padrão Distintivo Lis de Ouro
Distintivo de Radioescotismo Insígnia do Cone Sul
Insígnia de Ação Comunitária Insígnias da Modalidade MANGA DIREITA
Distintivos de Especialidades
Distintivo Anual
Insígnia da Lusofonia (Desportos / Ciência e Tecnologia / Cultura)
Distintivo de Grupo Padrão
Estrela de Atividade

Distintivo Escoteiros do Brasil Insígnia


Distintivo de de Ação
Promessa Comunitária
Escoteira Insígnias da Modalidade MANGA DIREITA
Distintivo Anual
Distintivo de Atividade Distintivo de Monitor(a) / Submonitor(a)
Estrela de Atividade

Distintivo Escoteiros do Brasil Distintivo de Promessa Escoteira

Distintivo de Atividade Distintivo de Monitor(a) / Submonitor(a)


Distintivo de Patrulha

Distintivo de Progressão
uniforme e vestuário

Distintivo de Patrulha

COMPLEMENTOS:
Distintivo de Progressão
Uso correto dos distintivos no

Distintivos de Especialidades
COMPLEMENTOS: (Habilidades Escoteiras / Serviços)
MANGA ESQUERDA

Distintivos de Especialidades
(Habilidades Escoteiras / Serviços)
Opcional + escolhido por Bermuda, calça ou saia Opcional + escolhido por Escolhido por Azul marinho (padrão
MANGA ESQUERDA
decisão individual Obrigatório decisão individual decisão individual definido pela DEN)
Publicado em 17/03/2014

Opcional + escolhido por Bermuda, calça ou saia Opcional + escolhido por Escolhido por Azul marinho (padrão
decisão individual Obrigatório decisão individual decisão individual definido pela DEN)
Publicado em 17/03/2014
Meu Desenvolvimento

Físico

O peixe, habitante das águas, nas


quais se originaram as primeiras
formas de vida de nosso planeta,
representa o desenvolvimento físico.

Desenvolver e manter um
corpo forte e saudável, praticar
atividades ao ar livre, cuidar do seu
corpo, saber como funciona seu
organismo, são alguns dos desafios
que esta área de desenvolvimento
lhe propõe.

A felicidade do corpo se fundamenta na saúde;


a da compreensão no saber.
Tales de Mileto

Imagem do selo de antigo pergaminho do século XI,


encontrado em Novgorod, Rússia.

23
1

DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Participar de pelo menos cinco atividades ao ar livre da
patrulha (jornadas , excursões , acampamentos de patrulha ou
tropa) utilizando normas de baixo impacto ambiental
Conhecer e aplicar normas de limpeza no tratamento e na conservação
de alimentos nas atividades de patrulha;
Aferir seu passo duplo, conhecer as medidas de seu corpo e aplicá-las em
avaliações e medições.

Os Diferentes Tipos de Atividade ao Ar Livre

Uma característica do escotismo é a vida ao ar livre. São várias as


atividades que são possíveis de realizar, das quais a melhor de todas são
os acampamentos. Vamos descrever quais são e em que se constituem.

Excursões
São atividades ao ar livre, sem pernoite e normalmente em área não
urbana, onde é aprimorada a aplicação de técnicas mateiras, orientação,
observação, avaliação, entre outras. No Escotismo, as atividades com
objetivo de turismo e/ou recreação são chamadas de visitas ou passeios.

Jornadas
Uma jornada também é um tipo de excursão, uma expedição ao ar livre
em área não urbana, usualmente feita a pé, mas que também pode ser
feita por outro meio de locomoção não motorizado. A jornada não implica
apenas em caminhar, mas em usar mapas e bússolas para orientar-se, e
seguir instruções previamente transmitidas.

Bivaques
São atividades de campo em que a pernoite é realizada em abrigo
constuído, e não em barracas. Depende de treinamento prévio, boas
condições de tempo e material disponível. Em alguns lugares do Brasil se
entende bivaque como uma atividade no campo, sem pernoite, semelhante
a uma excursão.

24
Acampamentos
Uma das atividades mais interessantes
que realizamos! Sair da sede e entrar em
contato direto com a natureza durante
alguns dias é uma experiência que
realmente nos motiva a sermos escoteiros.
No acampamento vamos colocar
em prática todas as técnicas escoteiras,
mateiras e de segurança, ou seja, tudo
aquilo que aprendemos na sede.
Montando a barraca, as pioneirias
do canto de patrulha, cozinhando as
próprias refeições, divertindo-se nos
jogos, cantando no fogo de conselho
ao redor da fogueira são momentos que
você irá lembrar por muito tempo, por ter
vivenciado a fraternidade escoteira.

Acampamentos de final de semana


É o acampamento ou excursão de dois dias de duração, geralmente
ocorrendo a cada ciclo de programa. Nestas atividades, a patrulha
organiza seu campo de patrulha, assim que chega ao local, com algum
tempo considerável para montagem das barracas e de pequenas pioneirias.

Acampamentos de média duração


É a atividade onde aproveitando um final de semana prolongado, ou as
férias escolares de meio de ano, devendo durar de 3 a 5 dias. Nesta atividade
as patrulhas deverão montar um acampamento com uma estrutura mais
elaborada, organização de intendência e enfermaria por tropa, elaboração
de locais de higiene e eliminação de resíduos.

Acampamentos Volantes
Nos acampamentos volantes a patrulha ou tropa sai em excursão ou
jornada, porém, em pontos pré-determinados, para para armar as barracas
e a cozinha do acampamento. Para isso a patrulha deverá ter em conta que
todo o material da atividade deverá estar acondicionado nas mochilas.

25
Acampamento de Longa duração
É a atividade desenvolvida durante mais de uma semana, geralmente
ocorridas durante as férias de verão. É preciso considerar que este
acampamento marca o final do “ano escoteiro” e deve ter toda a estrutura
de um acampamento de média duração. Durante o desenrolar destes
acampamentos, cada patrulha deve realizar, pelo menos uma vez, uma
excursão para fora do local em que a patrulha está acampada. Esta saída
pode durar até 48 horas. Não se trata de um passeio e, por isso, deve
ter um forte conteúdo de exploração da natureza e observação do meio
ambiente, conhecimento da região e de seus habitantes e, evidentemente,
uma dose equilibrada de esforço físico.

Acantonamentos
A principal diferença entre acampamento e acantonamento é que no
acampamento os escoteiros montam seu canto de patrulha, dormindo nas
barracas. Enquanto no acantonamento os escoteiros dormem em área
coberta, tais como galpões, ginásios, casas, etc, sendo que as demais
atividades podem ocorrer normalmente como em um acampamento,
conforme a programação planejada.

Baden-Powell disse que:


viver neste ar livre que Deus nos deu, entre colinas e árvores, pássaros
e animais, junto ao mar ou aos rios, isto é, viver com a natureza,
tendo sua pequena casa de lona, preparando sua própria comida e
explorando em sua volta – tudo traz saúde e felicidade, num grau que
nunca se consegue obter entre os tijolos e a fumaça da cidade
(Escotismo para Rapazes)

26
Ar puro e fresco é meio
caminho andado para
obter-se resultados dos
exercícios físicos e deve,
sempre que possível,
ser absorvido tanto pela
pele como pelo nariz.
Sinceramente : - este
“ar livre” é o segredo
do êxito. E para isto foi
criado o Escotismo: para
desenvolver ao máximo o
hábito da vida ao ar livre.
(guia do Chefe Escoteiro –
Baden-Powell)

Jornadas
A caminhada
Caminhar carregando uma mochila, por trilhas naturais é muito diferente
de fazer isso em uma rua da cidade. Ainda que a técnica não seja difícil,
existem alguns segredos que você deve conhecer:
· Caminhem sempre em fila pelas laterais das estradas, na mão inversa do
trânsito, de maneira que seja possível ver os automóveis vindo de frente.
· Quando a caminhada for de noite o primeiro da frente deve levar de
modo visível uma luz branca e o último da fila uma luz vermelha.
· Sem perder sua forma natural de caminhar, avance apoiando a totalidade
da planta do pé e flexionando levemente os joelhos.
· Um ritmo apropriado de caminhada é aquele que permite economia
de energia. Correr em algumas áreas ou saltar e subir obstáculos sem
necessidade, somente gastará suas forças que você poderá ter que usar
mais adiante.
· O ritmo da caminhada também depende do objetivo da sua excursão.
Se for observar animais ou recolher plantas, será mais adequado mover-se
num ritmo lento. Mas se, por outro lado, o objetivo é fortalecer a musculatura
das pernas, então pode ser melhor que o ritmo seja mais rápido do que
uma caminhada normal.

27
· O ritmo da caminhada deve adaptar-se ao declive
do terreno.
· Ao enfrentar um declive você deverá reduzir a
velocidade, manter o corpo erguido, dar passos
curtos e avançar em ziguezague – nunca de forma
direta ou correndo. É mais longo, porém cansa
menos e é mais seguro.
· Mantenha um ritmo tranquilo e relaxado de
respiração (adequado à velocidade da marcha).
· Seguramente em sua patrulha há alguém que
ande mais rápido do que outros. Encontrar um
ritmo comum a toda a patrulha é uma tarefa que
ajudará a fortalecer o sentido de equipe.

Quantos dias levaria para correr ao redor da Terra?

O diâmetro da Terra foi calculado pela primeira vez por


Eratóstenes, em Alexandria, entre 276 a.C e 196
a.C. Utilizando apenas cálculos matemáticos
baseados nas projeções de sombras em
diferentes lugares, o estudioso chegou ao
resultado aproximado de 40.000 km. Hoje
em dia, sabemos que a Terra possui 39.830
km, espaço que poderia ser percorrido por
um maratonista que corresse sem parar,
na velocidade média de 9,5 km/h, por
aproximadamente 175 dias.

O descanso durante a caminhada


· No momento de descanso descarregue a mochila e se recoste com
os pés elevados acima do nível dos quadris. Isto permitirá normalizar a
circulação sanguínea, que até o momento trabalhou intensamente. Não
retire o calçado.
· Não demore muito tempo, pois o corpo vai esfriar e os músculos
ficarão entorpecidos e você perderá o ritmo de marcha. Uma medida boa é
descansar de 3 a 5 minutos durante cada hora de caminhada.
· Se fizer frio coloque-se ao sol e protegido do vento. Se fizer calor,

28
descanse na sombra. Lembre-se de beber água para manter-se hidratado,
porém sem excessos, para não se sentir pesado.
· Ainda que sinta calor, não se descubra de repente. A parada também
será boa se você organizar o equipamento, ajustar sua mochila e beber
água.

Alimentação
· Leve sanduíches e frutas frescas para comer ao meio-dia.
· Nozes, frutas secas, balas azedas e barras de chocolate podem fornecer
energia extra durante a caminhada.
· Para beber prefira sempre água.
· Uma opção divertida é preparar a alimentação durante a caminhada
mediante técnicas de “cozinha mateira”.

29
Barracas
A barraca
A barraca da patrulha é o nosso dormitório ao ar livre e igual que fazemos
em nossa casa, é um espaço que devemos cuidar e desfrutar. Para nos
beneficiar, existem dois requisitos fundamentais: manter a barraca em boas
condições e armá-la corretamente.

Barraca tipo “canadense” Barraca tipo “iglu”

Como montar corretamente uma barraca?

Localização da barraca
• Escolha um local elevado, plano e com uma boa drenagem no caso de
chuva, ou levemente inclinado para não empoçar água da chuva.
• Nunca ponha sua barraca nas margens de um rio ou arroio, nem
dentro do leito seco.
• Não monte a barraca debaixo de grandes árvores. A queda de ganhos
ou grandes frutos poderão causar acidentes. A resina de algumas árvores
pode inutilizar o sobre-teto da barraca.
• É perigoso armar a barraca debaixo de árvores solitárias, porque
poderão atrair raios em caso de tempestade.

30
Preparando o local
• Limpe o local de elementos duros
tais como paus, pedras, espinhos,
vidros, latas e outros que possam rasgas
o piso da barraca e incomodar na hora
de dormir. Lembre que alguns objetos
podem parecer muito pequenos, porém
podem resultar em grandes tormentos
na hora de deitarmos sobre eles.
• Prepare um colchão de palha, ervas e folhas secas e cubra-os com
plástico grosso para que o piso da barraca não se suje nem umedeça.

Orientação
• Oriente a entrada da barraca para que receba sol pela manhã e
sombra a tarde.
• Coloque-a de modo que a entrada não fique para o lado dos ventos
dominantes.

A montagem da barraca
• Desembale a barraca e estenda no
local escolhido, alisando-a bem para
não formar dobras.
• Durante a montagem, todos os
zíperes devem permanecer fechados.
• Fixe o piso da barraca usando
espeques, começando pelos vértices
opostos para que a tensão seja
constante e parelha.

• Monte a armação da estrutura, abra


a barraca e introduza-os para o local
indicado, normalmente com reforço do
tecido. Colocados a armação, volte a
fechar a barraca.
• Para que a barraca se mantenha de
pé, estique os estais e fixe-os no solo
com espeques, da mesma maneira que
você fez com o piso da barraca.
31
• Estique e tencione os estais principais
(porta e da parte traseira) e se for
necessário, endireite a barraca afrouxando
ou esticando os estais laterais.
• Para instalar o sobre-teto se procede da
mesma maneira. O sobre-teto nunca deve
estar em contato com o teto da barraca.
• Em certas condições de clima e de terreno,
a localização da barraca pode correr
o risco de entrar água da chuva. Nestes
casos, e apenas se absolutamente necessário,
você deverá fazer uma valeta de não mais de
10 cm de profundidade
em volta da barraca,
procurando que o desague
se faça por um declive
natural. Lembre sempre de
reservar a terra retirada para tapar a valeta e outros
buracos quando for levantar acampamento.

Durante o acampamento
• Ao fazer o asseio matinal, abra bem a barraca para que ventile e
feche-a depois de um tempo para que não entre animais ou suje.
• Procure não entrar e sair constantemente da barraca, pois além de
sujá-la você pode ainda fazer algum estrago.
• Nunca entre com os calçados nos pés.
• Tencione, estique ou afrouxe os estais
diariamente.
• Mantenha os zipers totalmente abertos
ou totalmente fechados, pois ao contrário
se quebram facilmente.

Desmontando
• Antes de desmontá-la, limpe bem seu
interior e exterior.
• Siga os mesmos passos da montagem
porém em sentido inverso.
• Limpe a terra dos espeques e guarde-os imediatamente em sua sacola,
deste modo você evitará que se deteriorem e se percam.

32
IMPORTANTE: lembre-se que em parques, reservas e áreas públicas
existem regras específicas, e normalmente não se pode fazer buracos, valetas
e fogo. Por isso, sempre se informe sobre o lugar onde irá acampar.

Cozinha ao Ar livre
Cozinhar ao ar livre ou sobre as brasas não significa cozinhar
sujo ou desleixado. Ao contrário, devido a maior exposição ao
solo no acampamento e excursões você deverá ter mais cuidado
com as regras de higiene do que teria se estivesse cozinhando
em sua casa.

Onde instalar a cozinha


Quando instalar uma cozinha em um acampamento, lembre-se sempre
que um bom acampador desfruta da natureza tratando de deixar um rastro
mínimo ao passar por ela. Você deve pensar que não é somente sua patrulha
a única a passar por aquele lugar, e se todos forem deixando seus resíduos
no terreno, o impacto no ambiente será considerável.
Sempre que puder use um fogareiro a gás. Se precisar de uma fogueira
para cozinhar, faça-o nos lugares destinados para este fim.
Em lugares que não tenham áreas específicas para fazer fogo, você deve
se preocupar em escolher um lugar para cozinhar que:

33
• Esteja protegido do vento, assim evitará que este possa propagar o
fogo e causar incêndios.
• Não tenha vegetação ao redor, nem um galho sobre a fogueira.
• Se encontre longe de barracas e lugares onde pessoas transitam; o espaço
da cozinha deve permitir o livre e seguro movimento dos cozinheiros.
• Esteja longe de latrinas.
• Esteja próximo de um fornecimento de água
• Tenha a área da fogueira protegida com pedras que a rodeiem ou
possa ser montada em um buraco.
• Distribuam as tarefas entre os cozinheiros de modo que possam
trabalhar com facilidade e não estejam se chocando um com os outros ou
trombando-se.
• Nunca cozinhem descalços nem com o cordão dos sapatos
desamarrados.
• Manipulem facas e objetos cortantes e pontiagudos com precaução.
• Tenham à mão panos secos para pegar as panelas e frigideiras
quentes.
• Não permitam que a cozinha se encha de curiosos e muito menos
pessoas que estejam jogando ou correndo enquanto se preparam os
alimentos.

34
Receitas Tradicionais
Um escoteiro deve saber preparar uma refeição para sua patrulha, de
forma higiênica e nutritiva. Veja a seguir alguns pratos simples que podem
ser feitos no campo.

Saladas
Prefira as saladas cruas, fáceis de serem
feitas, usando alface, tomate, cebola, cenoura,
pimentão, rabanete, etc. Não se esqueça de
lavar bem antes de preparar o prato.

Carne com batata


Corte a carne em pequenos pedaços e tempere-os com sal e alho.
Coloque uma panela no fogo com um pouco de óleo vegetal e,
quando estiver fervendo, ponha a carne na panela, mexendo-a bem
e tampando em seguida. Enquanto a carne
refoga, descasque as batatas e corte-as em
pedaços bem pequenos. Em seguida coloque
as batatas na panela, juntamente com um
pouco de cebola e tomate. Conservando a
panela fechada, acrescenta-se água de vez
em quando, de modo a que o caldo fique
grosso. Depois de meia hora está pronto.

Arroz
Lave o arroz e escorra bem. Em uma
panela coloque uma colher de óleo vegetal
e refogue um pouco de alho e cebola
bem picado. Quando estiver dourando,
coloque o arroz e mexa aos poucos até que
esteja bem solto. Em seguida acrescente a
água quente e sal a gosto. Normalmente
a proporção de água é de 2 a 3 vezes a
quantidade de arroz, podendo-se usar uma
caneca como medida. Espere que cozinhe
sem mexer, até que a água seque. Se isso acontecer antes de que o
arroz esteja cozido, coloque um pouco mais de água quente.

35
Macarrão
Coloque no fogo uma panela grande com água, acrescentando sal e
um “fio” de óleo vegetal. Quando a água estiver fervendo, acrescente
o macarrão. Normalmente o macarrão leva em torno de 7 minutos de
fervura para estar pronto. Quando estiver cozido (experimente um
fio) despeje o macarrão em uma peneira ou escorredor. O
molho para o macarrão pode ser feito em uma panela com
um pouco de óleo vegetal, refogando tempero (alho,
cebola, salsinha, cebolinha e sal) e acrescentando
massa de tomate ou carne moída. Quando o
molho estiver pronto pode ser misturado com o
macarrão, espalhando um pouco de queijo ralado
por cima.

Pão de Caçador
Este é um tradicional prato escoteiro
da cozinha sem utensílios. É feito com
farinha de trigo e uma pitada de sal
e outra de fermento, ao que se vai
adicionando-se água aos poucos e
misturando e amassando até ter boa
consistência. Alonga-se a massa como
uma cobra que deverá ser enrolada
em uma vara antes preparada (limpar
e passar no fogo). A massa vai ser assada na brasa e o pão deve ser
comido quente.

Já que falamos de cozinha.....

36
Conservação de Alimentos
Quando saímos de excursão ou para acampar e
deixamos as comodidades de nossa casa, devemos
tomar algumas precauções para evitar que os alimentos
que levamos não se estraguem.
O período de conservação dos alimentos varia de
acordo com as características de cada produto. É por
isso que nas excursões e acampamentos deve-se levar
principalmente, alimentos não perecíveis. Para ajudar
em sua conservação, estes alimentos devem ser guardados em lugar fresco,
seco e bem ventilado, protegidos de insetos, roedores e outros animais.
Porém uma alimentação sadia requer também o consumo de alimentos

37
frescos como carnes, peixes e verduras. Por isso, um acampamento bem
preparado deve considerar a preservação de alimentos mais perecíveis.
Lembre-se que consumir alimentos em mau estado pode causar sérias
enfermidades.

Conservação de alimentos perecíveis:


É recomendável que as carnes (vermelhas e brancas) devam ser
consumidas durante o primeiro dia, já que se decompõem rapidamente.
Uma boa alternativa para conservá-las é o congelamento, pois essa técnica
adia a reprodução das bactérias que produzem a decomposição.
Uma vez adquiridas as carnes que serão
levadas ao acampamento, mantenham-nas no
congelador por pelo menos 24 horas a uma
temperatura de -18°C (18° abaixo de zero).
No momento de partir, transfira as carnes a
uma conservadora portátil. Use uma mistura
de álcool e glicol engarrafada e congelada
para manter a temperatura baixa. Com este
sistema, os alimentos podem conservar-se até
36 horas. Se você utilizar como congelante
o gelo de água, o tempo de conservação
se reduz em 50%. Se, mesmo quando
conservado congelado, você notar que o
alimento tem mau cheiro e uma aparência
estranha, é preferível que não seja consumido.

No caso de peixes, você deverá limpá-los, tirando-lhes a cabeça e as


entranhas e consumi-los antes de 24 horas. Você pode conservar em sal
durante alguns dias ou guardá-los em gelo, sendo que este último não por
muito tempo. Para saber se o peixe está fresco, revisa as seguintes partes:
Olhos: devem ser esféricos, salientes na maior parte, transparentes e de
córnea limpa;
Guelras: devem ser de cor viva e limpa, vermelho vivo na maior parte das
espécies e rosa em outras. Suaves e escorregadias ao tato.
Couro ou escamas: o couro deve ser escorregadio, suave, brilhante e
limpo; com dificuldade que é separado da carne. As escamas devem ser
abundantes e difíceis de retirar em algumas espécies; em outras as escamas
saem com facilidade. Os peixes recém pescados são muitos escorregadios
devido ao muco viscoso que eles produzem.

38
Cavidade abdominal: a pele interna que envolve deve ser brilhante, limpa,
suave e difícil de retirar.
Carne: deve ser firme e consistente. Sua cor tem características diferentes
segundo a espécie.
Odor: tem que cheirar a umidade limpa, a mar ou a água doce, segundo
a espécie.
Espinha central ou vértebra
Pele ou Escamas
Olhos
Carne

Cavidade abdominal

Consuma os ovos, as carnes e os peixes sempre bem cozidos.

Para conservar melhor os “frios” (queijos, embutidos e fiambres), você


pode cobri-los com papel alumínio e conservá-los em local muito fresco.
As verduras e frutas também devem se conservar em local fresco e seco.

39
O pior inimigo dos alimentos é o calor, já que favorece a reprodução das
bactérias e, por consequência, sua decomposição.
Caso tenha uma corrente de água próxima, você pode guardar os
alimentos em recipientes impermeáveis e mergulhá-los, porém se garantindo
com um bom peso ou uma corda amarrada a uma pedra, árvore ou outro
objeto imóvel. O importante é que estejam ali quando voltarem para pegá-
los.
A comida enlatada que não tenha sido aberta, deverá ser guardada
em áreas fresca, secas e a sombra. Aquela que foi aberta deverá ser
consumida em seguida. Não use o material das latas cujas embalagens
estejam danificadas ou amassadas. Tampouco quando estejam infladas ou
liberarem pressão ao abrir. Verifique a data de vencimento.
Os alimentos devem manter-se longe de todos os tipos de animais,
especialmente moscas, formigas e ratos. Para isso, é recomendável o uso
de despensas de acampamento.

Montando uma despensa

30 cm
Materiais:
- Lona impermeável;
- Cordas costuradas com linha na
Lona impermeável

lona;
- Ilhoses metálicos ou plásticos; 90 cm
- Madeira;
- Pregos.
35 cm 30 cm 35 cm 30 cm

Como montar:
Corte a lona no tamanho
corda costurada
indicado; na lona
Bata pregos nas laterais da
madeira e entorte-os ao meio,
para que quando prender a
lona ela não escape. 30 cm
madeira
Arme conforme a figura:

35 cm

40
s
lico
m etá
s s
se tico
ilho plás
ou

armado

Dica:
Para refrescar manter a
lona molhada no verão;

As medidas do Corpo
Nos próximos anos seu corpo vai apresentar várias transformações.
Uma forma útil de acompanhar este processo é a utilização de
medidas pessoais para avaliar distâncias.
Antigamente, antes dos sistemas modernos, as medições estavam
ligadas ao corpo, em medidas como “braça”, “polegada”, “pés”,
“palmo”, etc. Claro, antigamente também era difícil ter padrões
comuns às várias pessoas, pois as medidas de uma pessoa não
coincidiam com as outras. De qualquer maneira é interessante que
você saiba usar o seu corpo para medir, e isso é bastante fácil.

Quem faz trabalhos de pioneiria e calcula


distâncias deve conhecer com exatidão suas
medidas pessoais nas várias partes do corpo, que
exemplificaremos a seguir com as medidas médias
de um homem adulto:

41
A polegada PALMO
Falange do polegar – 2,50cm

O Palmo POLEGADA
Com a mão aberta, meça a distância entre as
duas extremidades mais distantes, ou seja, da ponta
do polegar até a ponta do dedo mínimo. Esta
unidade pode ser usada para medir pequenas superfícies. – 22,50cm. E a
maior abertura entre as pontas do polegar e do indicador é o palmo menor
– 20 cm.

O Pé
Tal como o palmo, meça o comprimento total do seu pé.
Você pode ter duas medidas – com o pé descalço e com o
calçado que você usa habitualmente. Esta unidade serve para PÉ
medir o chão de pequenas áreas.

Braça
É a medida da extensão dos seus braços abertos, de uma mão até a
outra. Esta unidade também é chamada de “envergadura”, e serve para
medir comprimento de cabos, fitas, tecidos, etc. e é aproximadamente igual
à altura da mesma pessoa.

Côvado côvAdo
É a medida do cotovelo à
ponta do indicador – unidade
de medida muito antiga –
Braça
mede aproximadamente ou
42,50 cm.

O Passo Normal
Para aferir o passo normal faça o seguinte: em uma pista de atletismo
ou no passeio em sua rua marque uma distância de 100 metros; faça o
percurso três vezes, contando os passos de cada vez. Some o total dos
passos e divida o resultado por 3, achando, assim, a média de seus passos
em 100 metros. Dividindo este número pela média de seus passos, terá o
seu passo aferido. Exemplo: média dos passos = 142; 100m divididos por
142 passes, igual a 0,70m; seu passo normal mede 70 centímetros.

42
O Passo Duplo
Para utilizar numa distância muita longa recomendamos a utilização do
passo duplo, que nada mais é do que a contagem do passo toda vez que
o pé direito tocar no chão. O aferimento deste passo se faz no mesmo
processo do passo normal.

Passo Escoteiro
O passo do escoteiro é digno de toda atenção. Pode servir para medir
distâncias, como para calcular tempo, sabendo-se a extensão do passo
normal e o tempo comumente gasto em percorrer certos limites.
Caminhando podemos dar 80 passos por minuto; em marcha cadenciada
normal chegamos a 110 passos; em ritmo de “parada”, 120 passos; em
marcha acelerada, correndo, não apenas o passo é mais ex­tenso, como
podemos dar até 180 passos por minuto.
Para habituar o escoteiro a
ter regularidade na caminhada
e desenvolver, sem se cansar, a
maior velocidade na execução de
uma tarefa, é interessante exercitar
o percurso de 1.600 metros em 12
minutos, procurando limitar o erro
em um minuto para mais ou para
menos. Ora, você só conseguirá
esta média de tempo se empregar
o “passo escoteiro”, isto é, se fizer
o percurso andando 40 passos
e correndo 40, alternadamente.
Você já percebeu como os animais,
especialmente os cães, podem
vencer distâncias enormes sem
cansaço? Trotam em cadência certo
espaço e a seguir correm outro
tanto, alternadamente. Quando
diminuem o ritmo retomam a
respiração normal, voltam à calma,
chegando ao fim da jornada sem
agitação, tranquilos.

43
2

DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Conhecer os elementos que compõem a caixa de
primeiros socorros da patrulha;
Conhecer as ações iniciais que devem ser tomadas
num acidente e saber como cuidar de ferimentos leves;
bandagens e transporte de feridos, pequenos cortes e insetos.
Aplicar medidas de segurança nas atividades de patrulha e tropa;
Saber como prevenir os males da exposição ao sol: insolação, desidratação,
queimaduras, câncer de pele.

Estojo de Primeiros Socorros


Apesar de estarmos “Sempre Alerta”, um acidente pode acontecer a
qualquer momento e devemos estar prontos para prestar os 1º Socorros.
Toda patrulha deve ter seu próprio estojo de socorros. Você deve aprender
a conhecê-lo bem e saber se todos os materiais e instrumentos estão em
ordem.
Nunca se sai para uma excursão em acampamento sem antes verificar se
o estojo está completo. Para isto basta comparar seu conteúdo com a lista
que deve ser preparada, relacionando tudo que há dentro da caixa, além
de observar se os medicamentos estão dentro dos prazos de validade.
Importante: Não possua, dentro do estojo, medicamentos que
necessitem prescrição médica, ou seja, aqueles de tarja vermelha ou preta.
Evite medicamentos denominados “remédios de via oral ou
injetável” (tomados pela boca ou do tipo injeção), pois
muitas pessoas são alérgicas a estes produtos,
podendo em vez de ajudar, agravar o problema
de seu amigo escoteiro. Mesmo medicamentos
simples como anti-térmicos e analgésicos, podem
ocasionar sérios problemas em pessoas alérgicas.
Cada escoteiro, quando sai para atividades
externas, deve saber e levar os medicamentos que
costuma utilizar.

44
Material:

Pequena tesoura Pequena lanterna


Pinça Lista de telefone contendo
Canivete número de telefone de: membros
Ataduras de crepom da patrulha, dos hospitais da
Compressas de gaze região, dos chefes da tropa e
Algodão grupo, dos bombeiros e polícia.
Talas para imobilizar fraturas Ataduras triangulares (igual
(madeira ou papelão) ao lenço escoteiro, só que
Fichas e/ou cartão telefônico confeccionado em tecido tipo
Esparadrapo algodão cru)
Curativos auto-adesivos Luvas descartáveis

Medicamentos: Indicação:
Soro fisiológico Limpeza
Anti séptico à base de Desinfecção e cicatrização
clorexidina
Pomada com corticóide ou Picadas de inseto
anti-histamínico
Vaselina líquida Queimaduras

Primeiros Socorros
Primeiros socorros ou socorros de urgência é o nome dado às primeiras
providências que tomamos para diminuir as consequências e o sofrimento
da vítima.
Em qualquer caso lembre-se do seguinte:
1) Mantenha a calma.
2) Observe se o local está seguro para poder atender a vítima, sem riscos
para você.
3) Verifique se a vítima está respirando. Se não estiver, deve-se passar
para as manobras de ressuscitação cardiorrespiratória.
4) Em seguida, verifique o pulso. Pulso fraco pode ser sinal de hemorragia
ou problema cardíaco.
5) Se tudo estiver bem, tranquilize a vítima, mantenha-a deitada e cuide
dos ferimentos.

45
Hemorragias
Hemorragia e sangramento significam a mesma coisa, isto é, sangue que
escapa de artérias ou veias. Todo ferimento produz hemorragia, mesmo
pequeno. Porém, se após o curativo a hemorragia persistir, use a seguinte
técnica.
1) Coloque uma compressa de gaze sobre o ferimento e comprima com a
mão o local;
2) Se isto não for suficiente, levante o membro ferido para que fique em
posição mais alta que o coração;
3) Se a vítima perdeu muito sangue, mantenha-a deitada, aquecida com
cobertores e com os membros inferiores (pernas) elevados.

Picadas de insetos e animais peçonhentos


Em caso de picada de insetos devemos:
1) Aplicar pomada com anti-histamínico sobre o local picado;
2) No caso de picada de abelha ou marimbondo, você poderá tentar
remover o ferrão com a parte cega da lâmina de uma faca ou canivete,
passando sobre o ferrão em sentido paralelo (raspando) com a pele.
Para animal peçonhento, o mais correto é:
1) Acalmar a vítima;
2) Colocar a vítima deitada;
3) Lavar o local da picada com água e sabão;
4) Se a picada for na perna ou braço mantenha-os em posição horizontal;
5) Transportá-la imediatamente para o hospital, se possível levando junto o
animal que o picou.

Queimaduras
Há, de acordo com a gravidade, uma classificação para as queimaduras:
1º Grau - A pele fica avermelhada. Aplica-se água fria em abundância
(não use gelo) sobre a região afetada. Sempre que for possível, deve-se deixar
as queimaduras expostas ao ar, livres de ataduras ou qualquer cobertura.
2º Grau - Há formação de bolhas. Estas bolhas não devem ser perfuradas.
Se a queimadura for pequena, faça o tratamento já indicado para o 1º grau
e procure um médico.
3º Grau - Há partes carbonizadas com desagregação dos tecidos,
apresentando as vezes bolhas de sangue. Proteja o ferimento com uma
compressa de soro fisiológico e leva a vítima ao médico.
No caso de uma queimadura por água-viva, aplique vinagre (ácido acético)
sobre o local, por no mínimo 30 minutos. Não use água doce nem esfregue.
(Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos
- FUNASA-MS).
46
Importante:
Em casos graves, nenhuma medida deve atrasar a busca de
atendimento médico. Se necessário ligue para os serviços de
emergência: SAMU 192 ou Bombeiros 193.

Ferimentos
Lave com água e sabão ou soro fisiológico. Se houver algum corpo
estranho (caco de vidro, espinho, farpa, etc) remova-o com a pinça, se
puder fazê-lo com facilidade. Senão, deixe esta tarefa para o médico.
Se o ferimento for pequeno, cubra com curativo adesivo. Se for maior,
coloque uma atadura de gaze e prenda com esparadrapo.
Quando o ferimento for um pouco profundo ou não muito pequeno,
pode-se aplicar um cicatrizante, cobrindo então com a atadura.

Choque elétrico
- Não toque na vítima enquanto ela estiver em
contato com aquilo que está transmitindo a energia
elétrica.
- Tentar separar a vítima de um cabo condutor de energia
é muito perigoso, principalmente se
estiver em lugar úmido ou molhado,
ou cercado de muitos materiais
condutores (ferramentas, fios,
pedaços de ferro, máquinas, etc.)
- Assim, sabendo que é
importante para a sobrevivência
da vítima interromper o contato
com a corrente. Caso você tenha
conhecimento desligue a tomada
ou a chave geral de corrente
elétrica. Se não souber fazer isso, chame imediatamente quem
entenda do assunto ou então use uma vara de madeira seca para afastar
ou empurrar o fio para longe da vítima. Toque apenas em material seco não
condutor de eletricidade.
- Se for preciso, inicie a respiração boca-a-boca logo que a vítima estiver
livre do contato com a corrente.

47
Gases venenosos, vapores químicos ou falta de oxigênio
A primeira providência é verificar se é possível cortar com segurança
a fonte dos gases e vapor e, se positivo, fazer isso. Se a fonte está dentro
do mesmo ambiente que a vítima, procure arejar o local para não ser
vítima também. Depois, remova a vítima para um local arejado e não
contaminado, e somente em segurança, se necessário, inicie a respiração
de socorro pelo método boca-a-boca.

Fraturas, entorses e luxações


Fratura é a perda, total ou parcial, da continuidade de
um osso.
Entorse é a ruptura total ou parcial de ligamentos de
uma articulação.
Luxação é uma lesão onde as extremidades ósseas que
formam uma articulação ficam deslocadas, permanecendo
desalinhadas.
A imobilização provisória é o socorro mais indicado no
tratamento de fraturas ou suspeitas de fratura, entorses
ou luxações. Quando executada de forma adequada, a Fratura
imobilização alivia a dor,
diminui a lesão dos tecidos, o
sangramento e a possibilidade
de contaminação de uma
ferida aberta, para que a
vítima possa ser encaminhada
à avaliação médica.
Realize a imobilização com
o auxílio de talas de papelão
ou madeira, ou ainda com Entorse
outros materiais rígidos
improvisados, como réguas,
jornais dobrados, etc. Caso
não haja nada para servir de
tala, há ainda a possibilidade
de auto-imobilização, que
consiste em fixar o membro
inferior fraturado ao membro
sadio, ou o membro superior
fraturado ao tórax da vítima.
Luxação
48
Em fraturas expostas (osso rompe a pele e as
vezes fica exposto ao ambiente), antes de imobilizar,
você deve lavar muito bem o local e cobrir o ferimento
com pano limpo ou gaze estéril.
Nos entorses e nas fraturas em articulações (cotovelo,
joelho, etc), procure imobilizar o membro na posição
que ele for encontrado.
Nos casos de entorse, aplique gelo e compressas
frias. Não aplique nada quente sobre a parte afetada
durante as primeiras 24 horas.
Fratura
Exposta
Ataduras e tipóias
São usadas para imobilizar ou proteger um local
machucado. Observe no desenho alguns tipos de ataduras utilizando o
lenço escoteiro ou atadura triangular.

Alguns exemplos de Tipóias e ataduras:

Tornozelo

49
Cabeça Ombro

Mão

Joelho

Ajuda no transporte de acidentados


Muitas vezes é necessário ajudar uma vítima
de acidente a deslocar-se. Existem muitos
métodos para isso, mas vamos tratar aqui de
algo muito simples, usando apenas as mãos,
mas que permitem atingir o objetivo de forma
segura.

Ajudando a caminhar
Alguém que sofreu um acidente menor ou
que se sente fraco pode ser ajudado a andar.
Coloque um de seus braços sobre seu pescoço
e prenda em seu pulso, e passe seu braço livre
em torno da cintura da pessoa.
50
Carregar uma pessoa
Ajoelhe-se de lado ou de costas junto à vítima.
Segure suas mãos e procure deixar a pessoa
sentada, e passe os seus braços ao redor do
pescoço, segurando-os junto ao seu peito. Para
erguer-se evite forçar as suas costas, mantendo-a
em linha reta, e erga-se usando as pernas. Use
este método somente se você não suspeitar de
lesão na coluna.

Assento com quatro mãos


Duas pessoas podem transportar alguém
consciente com este sistema, mas somente se a
pessoa conseguir segurar-se. Cada um agarra
seu próprio pulso direito com a mão esquerda,
e com a mão livre segura no pulso esquerdo do
companheiro. O paciente se senta sobre as mãos
e coloca os braços em volta dos ombros dos que
o socorrem.

Maca com camisas


Uma maca simples e rápida pode ser feita,
em uma emergência, usando dois bastões e
duas camisas, abotoadas, e colocadas como no
desenho:

51
Medidas de Segurança
O Lema dos Escoteiros é SEMPRE ALERTA! Portanto, um escoteiro
está sempre prevenido para alguma eventualidade, devendo sempre
agir de forma a prevenir um acidente e, ainda, orientar os adultos
quando regras de segurança estiverem sendo esquecidas. Observe
estas regras de segurança em casa, na rua e em atividades escoteiras.

a) De modo geral
Gás de cozinha:
Um escoteiro deve sempre observar se o botijão de gás está em condições
de uso (sem grandes marcas de amassado), bem como se a mangueira e
o registro de gás do fogão estão adequados e sem remendos. Ao trocar o
botijão não devemos utilizar nenhuma ferramenta para apertar o registro
(torneirinha). Para verificar se existe vazamento devemos colocar espuma
de sabão em volta do bocal da rosca; se fizer bolhas devemos refazer a
colocação do registro. Se em qualquer
momento você sentir cheiro forte de gás,
cuide para que não sejam acionados
interruptores de eletricidade (de luz, por
exemplo), e também para que não sejam
ligados ou desligados equipamentos elétrico
ou eletrônico que possam produzir faíscas.
Desligue a chave geral de eletricidade somente
se ela estiver fora da residência. Chame a
atenção dos adultos e abra bem as portas
e janelas para ventilar naturalmente o local.
Nunca acenda fósforos ou isqueiros para verificar vazamentos de gás. Com
relação ao fogão, sempre que estiverem sendo preparados alimentos, as
panelas devem ficar com o cabo virado para o lado de
dentro do fogão.

Energia elétrica:
Aparelhos elétricos não devem ser ligados em
lugares úmidos ou se estiverem molhados. Também
não devemos brincar com equipamentos
elétricos, principalmente desmontando-os
para ver como são por dentro. Nunca desligue

52
um equipamento elétrico puxando pelo fio, pois pode provocar um curto-
circuito. Use sempre o botão liga-desliga do aparelho. Não introduza nada
pelos orifícios de uma tomada, nem se deve utilizar uma única tomada para
ligar, ao mesmo tempo, vários aparelhos.

Produtos tóxicos e inflamáveis:


Um escoteiro deve ter muito cuidado com relação aos
produtos de limpeza e inflamáveis. A maior parte deles, como
o álcool, deve ser manuseado apenas por adultos. Nunca
devemos utilizar frascos vazios de produtos químicos
para guardar outros materiais. Não guarde junto com os
alimentos produtos de limpeza e re­médios e nunca deixe
estes produtos ao alcance de crianças pequenas.

Precauções gerais:
Devemos sempre deixar nossa casa bem arrumada.
Objetos ou brinquedos esquecidos em caminhos ou
corredores podem causar acidentes graves. Nunca
jogue um fósforo aceso dentro da lata de lixo, pois pode
iniciar um incêndio. Ao sair de casa lembre aos adultos
para fechar o registro do gás e verificar se nenhum aparelho elétrico foi
esquecido ligado, principalmente o ferro elétrico. Se existir algum degrau de
escada muito alto, piso escorregadio ou uma porta muito baixa, devemos
utilizar um pequeno cartaz informando. Podemos assim evitar um acidente.

b) Na Sede
Na sede de nosso grupo escoteiro devemos também prestar atenção nas
regras de segurança, evitando, principalmente, correrias desnecessárias e o
uso indevido de facas, facões e machadinhas. Além disto, devemos também
prestar atenção no que já foi anteriormente exposto, tais como: energia
elétrica, produtos químicos e semelhantes.

c) Na rua
Ande sempre pela calçada. Se ela não existir, caminhe pelo canto da
rua, sempre na contramão dos veículos, para que você possa enxergá-los
de frente.
Para atravessar uma rua, todos devem utilizar a faixa de pedestres,
respeitando o semáforo para pedestres e tomando cuidado adicional de
olhar para os lados. Caso não haja nenhuma faixa de pedestres por perto,

53
deve-se olhar para os dois lados e, não vindo nenhum veículo, atravessar
em linha reta sem correr. Sempre siga as orientações de guardas e policiais
de trânsito.
O escoteiro é uma pessoa educada, e como tal não anda de skate, patins
ou bicicleta sobre as calçadas. Quando está se divertindo ou utilizando
algum deles, não esquece de usar os equipamentos de proteção individual
(joelheiras, cotoveleiras, capacetes, etc.).

d) Em excursão no campo
Utilize calçado adequado para caminhar no campo. Nunca pise em cima
de pedra ou tronco caído que possa rolar ou quebrar. Se alguém torcer o
tornozelo, lá se vai a alegria do passeio.
Ao subir um morro ou quando estiver contornando um barranco, procure
ter a certeza que o arbusto, capim ou árvore está bem firme antes de agarrá-
lo.
Quando necessário, utilize um bastão de madeira para poder remexer
nos arbustos antes de sentar-se ou passar por eles. Nunca sabemos quando
iremos nas deparar com algum animal peçonhento.

e) Em excursão na estrada
A patrulha deve sempre caminhar em fila indiana pelo acostamento e na
contramão, com o monitor à frente e o sub-monitor como último da fila.
De noite, o primeiro (monitor) deve levar de modo visível uma luz branca,
e o último (submonitor) deve levar uma luz vermelha. Pode ser uma lanterna
com cone de sinalização acoplada ou um pequeno lampião (a pilha ou a
gás) com vidro pintado ou aplicado nas cores específicas.
Só peça carona em casos de emergência.

Cuide bem da sua saúde


Vacinação
Uma das regras, que visa proteger a saúde de todos, diz respeito à aplicação
de vacinas, assegurando, principalmente, que doenças contagiosas não se
transformem em epidemias. As crianças devem ser levadas aos órgãos de
saúde, para vacinação, pelos pais e responsáveis, mas se espera que um
escoteiro seja capaz de assumir para si este compromisso, e mantenha sua
carteira de vacinação em dia, sem depender dos outros.
Veja a seguir quais as vacinas destinadas aos jovens, e incentive outros
adolescentes a tomar todas as vacinas que lhe cabem
54
Idade Vacina Dose
- Hepatite B 1ª dose
11 a 19 anos (na
- Difteria e tétano 1ª dose
primeira visita ao serviço
- Febre amarela dose inicial
de saúde)
- Sarampo, rubéola e caxumba dose única
1 mês após a 1ª dose
Hepatite B 2ª dose
contra Hepatite B
6 meses após a 1ª dose
Hepatite B 3ª dose
contra Hepatite B
2 meses após a 1ª dose
Difteria e tétano 2ª dose
contra difteria e tétano
4 meses após a 1ª dose
Difteria e tétano 3ª dose
contra difteria e tétano
A cada 10 anos, por Reforço
Difteria, tétano e Febre Amarela
toda a vida Reforço
Fonte: Ministério da Saúde - site: http:portal.saude.gov.br

Além dessas também existem as vacinas especiais, e dentro delas está


a vacina contra o HPV, que reduz as chances de doenças como cânceres
vaginais e no colo do útero, e deve ser tomada por mulheres com idade
entre 9 e 26 anos, em três doses, mas que ainda não são fornecidas
gratuitamente pelo ministério da saúde.

Cuidados com a Exposição ao Sol


"Todo muito precisa tomar sol, mas exagerar na
dose pode fazer muito mal”. Esta é uma mensagem
permanente das campanhas do Ministério da
Saúde para o verão brasileiro. É necessário
conhecer os efeitos do sol, tanto os bons como
os ruins, destacando, por exemplo, o seu efeito
benéfico para os ossos como fonte de vitamina
D, mas sem esquecer o fato de que o excesso
de sol tem uma relação direta com vários males,
dentre eles a ocorrência de câncer de pele.

55
Câncer de Pele e Cuidados Durante Exposição ao Sol
O câncer de pele é bastante encontrado em países tropicais, como o
Brasil, e os raios solares em horários inadequados podem trazer um risco
maior de câncer, especialmente o mais temível deles, o melanoma. O
melanoma é relativamente raro, mas é o mais perigoso entre os tipos de
câncer de pele.
A seguir, os principais conselhos para você aproveitar a praia ou piscina
de maneira correta:

1. O melhor horário para exposição


ao sol vai até às 10 horas (11 horas no
horário de verão), ou após as 4 da tarde
(5 horas no horário de verão).
2. Bebês até seis meses não devem se
expor ao sol, ficando sempre na sombra.
3. Crianças devem se proteger com chapéu e usar
protetor solar com fator de proteção número 15, que deve ser
reaplicado a cada duas horas ou após entrar na água do mar.
4. Pessoas de pele clara devem ter ainda mais cuidado - o fator
de proteção solar usado deve ser maior do que 15.
5. Mesmo nos dias nublados a pele é atingida pelos raios
solares - não deixe de usar o filtro solar.
6. Peles mais morenas tem maior resistência ao sol - um filtro solar com
fator mais baixo pode ser usado, mas os horários perigosos devem ser
evitados, principalmente nas crianças.
7. Outras atividades ao ar livre tornam também
necessário o uso do filtro solar, como andar de
bicicleta, caminhar, etc.

Informações sobre Filtro Solar


Fator de Proteção Solar - FPS (ou simplesmente FS) é o índice
que determina o tempo que uma pessoa pode permanecer
ao sol sem produzir eritema, ou seja, sem deixar a pele
vermelha. Em outras palavras, é o número que indica o nível
de proteção que um dado produto oferece contra os raios
ultravioletas (UV).
A pele, quando exposta ao sol sem proteção, dependendo
do tipo de pele do indivíduo, leva um determinado tempo
para ficar avermelhada. Quando se usa um filtro solar com

56
FS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar
vermelha. Se, em vez disso, usarmos FS 30, significa que a pele levará 30
vezes mais o tempo para ficar vermelha.

A Desidratação
A desidratação é a perda de líquidos e sais minerais do
corpo. Normalmente, perdemos em média 2,5 litros de
água por dia, seja pela urina, fezes, suor ou até mesmo pela
respiração. Essa perda pode ser aumentada por vários fatores
no verão. O aumento da transpiração, ou ainda alterações
provocadas pela ingestão de alimentos contaminados ou mal
conservados como vômitos e diarréias são mais freqüentes
neste período.
Quando uma pessoa está desidratada, ela apresenta sede,
fica muito tempo sem urinar, com a boca e mucosas secas,
olhos ressecados e fundos, e mais irritada.
A desidratação pode ser grave e por isso, deve ser evitada. Algumas
dicas importantes para prevenir a desidratação são: prefira local arejado
e com sombra, use roupas leves e ingira constantemente líquidos. Deve-se
estar atento, também, aos alimentos consumidos.
O soro caseiro pode ser utilizado sempre que se suspeitar de uma
desidratação. Ele deve ser feito misturando uma colher de sopa de açúcar e
uma colher de café de sal em um litro de água fervida ou mineral. Deve-se
oferecer à pessoa desidratada à vontade a cada 20 minutos e após cada
evacuação no caso de diarréia. Há casos em que a desidratação se torna
mais grave sendo necessário o atendimento hospitalar.

Insolação
A insolação é provocada pela exposição excessiva ao sol. Ela pode
provocar intensa falta de ar, dor de cabeça, náuseas
e tontura, temperatura do corpo elevada, pele quente,
avermelhada e seca, extremidades arroxeadas e até mesmo
a inconsciência.
Mesmo sem estar diretamente exposto ao sol, é possível
ter insolação. A areia reflete o sol e, desse jeito, aumenta
a temperatura da pessoa pelo calor, não pela exposição
direta ao sol. Nesse caso, a pessoa não queima, mas
“assa”.
Na insolação ocorre também desidratação e o individuo

57
apresenta queimaduras que no início se manifestam por pele vermelha e
ardida, e quando em estágios mais avançados e graves, leva a formação
de bolhas na pele.
Ao primeiro sinal de insolação é aconselhado que a pessoa procure
a sombra, além de se hidratar de forma adequada. Em casos graves de
queimadura e de aumento da temperatura corporal, é necessário procurar
o atendimento médico.

Queimadura Solar
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, os cuidados
a serem tomados após a queimadura solar vão depender da intensidade
do acometimento, tanto em extensão como em relação à profundidade
atingida na pele:
• Se o quadro se resumir à presença de vermelhidão, sem outros sintomas,
a queimadura foi superficial (epidérmica), e devemos promover uma boa
hidratação da pele, tanto através da ingestão de líquidos como a utilização
de cremes e loções cremosas aplicadas ao corpo, após banhos frios e sem
usar sabonetes, especialmente, nas áreas mais expostas ao contato (mãos e
pés), regiões de dobras (axilas e pescoço) e nos genitais.
• Quando, além da vermelhidão (eritema), a queimadura for acompanhada
de lesões e bolhas, ardor ou dor, calafrios e febre, pela intensidade, extensão
e profundidade atingida, recomenda-se de início os mesmos cuidados
anteriores, evitando a manipulação das bolhas e procurar com urgência
cuidados médicos para evitar infecções, seqüelas de manchas e cicatrizes
na pele.

58
3

DESENVOLVIMENTO FÍSICO
.Manter hábitos de higiene individual, demonstrar
cuidado com o vestuário ou uniforme escoteiro e utilizar
corretamente os distintivos e insígnias;
Classificar o lixo em diferentes categorias e saber como tratar os diferentes
tipos de resíduos de acampamentos ou excursões, utilizando “engenhocas”
para melhorar a higiene e o conforto nos acampamentos;
Participar da manutenção do canto de patrulha; conhecer os materiais de
sua patrulha e contribuir para a sua conservação, organização e limpeza;
1Montar corretamente uma mochila para um acampamento de três dias e
manter seu equipamento pessoal em bom estado.

O Vestuário e o Uniforme Escoteiro


O Fundador Baden-Powell explicava que o
primeiro uniforme escoteiro era muito semelhante
ao usado por seus soldados da “Polícia da África
do Sul”, e que era confortável, útil e capaz de
oferecer boa proteção contra o mau tempo, e
por isso os escoteiros teriam um uniforme quase
igual ao deles. Com o tempo o uniforme foi sendo
adaptado aos diferentes países, considerando as
diferenças econômicas, o clima e seu uso em
outros tipos de vegetação. Hoje, embora existam
algumas semelhanças, cada país adota um tipo
de vestuário ou uniforme.
O vestuário e o uniforme escoteiro têm uma
mesma finalidade: fortalecer a nossa identidade
como “escoteiros”, destacando nossos símbolos e aquilo que é comum entre
nós. Além disso, quando todos se vestem de modo semelhante, diminuem
os fatores que evidenciam as diferenças de condição social ou situação
econômica, facilitando a integração e a interação entre os escoteiros.

59
A aparência também é importante
O uso correto do vestuário ou uniforme, com uso adequado dos distintivos
e insígnias de acordo com nossas regras, e a maneira de usá-lo com orgulho
e, por que não dizer, com certa elegância, torna cada escoteiro motivo de
crédito para o Movimento como um todo. Por outro lado, um escoteiro
desleixado, mal vestido, pode causar, aos olhos do público, uma péssima
impressão sobre todo o Movimento.
Mesmo no retorno de um acampamento de vários dias, ou ao final de
uma reunião muito ativa, que deixam marcas no vestuário ou uniforme,
usá-lo corretamente faz parte da conduta de um escoteiro.

O vestuário ou uniforme também deve ser confortável e útil.


O vestuário ou o uniforme deve ser confortável e adequado às nossas
atividades. É normal que a camisa seja um pouco mais folgada, para
permitir movimentos próprios das atividades realizadas nas reuniões e nos
acampamentos. A camisa de manga curta ou
comprida depende da temperatura, mas no
campo a calça curta é sempre uma vantagem,
pois é mais adequada aos trabalhos pesados,
às excursões e escaladas, e se presta melhor
do que a calça comprida quando o chão está
úmido.
Outros componentes também devem ser
considerados. O chapéu escoteiro tradicional
é uma excelente proteção contra a chuva e o
sol. Se a opção for por outra cobertura, essa
capacidade deve ser considerada também. O
lenço, além de representar o grupo scoteiro,
também pode ser usado para proteger a cabeça
ou pescoço de queimaduras do sol, e serve
como atadura ou tipóia para imobilização. A
camisa, a calça e o cinto servem para montar
uma maca simples com duas varas.
Finalmente, não se pode esquecer do calçado adequado.
Hoje existe uma variedade enorme de calçados para usar no
campo ou em caminhadas. Opte por aquela que seja confortável, fácil de
limpar, e que possibilite manter secos os pés, pois nada pior do que umidade
para causar resfriados e escoriações provocadas por meias úmidas roçando
no pés.

60
Higiene de Campo
“Engenhocas” – as pequenas pioneirias que ajudam no acampamento.
A palavra “engenhoca” foi adotada pelo Escotismo para descrever
as pequenas pioneirias que oferecem conforto ou uma solução criativa
nos acampamentos. A denominação deriva de “engenho”, que significa
invenção ou a capacidade criativa.
Você pode imaginar, por exemplo, que está acampando com muita
chuva, e o barro está se agarrando ao seu sapato, e que seria muito útil
um raspador de barro, para deixá-lo fora do canto da patrulha. Você vai
construir uma engenhoca!
Em um acampamento existem muitas possibilidades de construir
“engenhocas”, para melhorar as condições do canto de patrulha, para
proteger os alimentos, para facilitar o corte de lenha, para secar a louça,
etc. Veja alguns exemplos de engenhocas que ajudam na higiene de campo,
mas o importante é que você e sua patrulha pensem no que pode ser feito
em cada ocasião.

61
Repensar, arrumar, reutilizar, reduzir e
reciclar.
Existe muito material que consideramos lixo e que na verdade ainda tem
utilidade. É importante separar o papel, o alumínio, o plástico, o vidro e a
matéria orgânica para reutilizá-las.
Classifica-se o lixo em três diferentes categorias:

Lixo orgânico:
Forma-se a partir de restos orgânicos
como cascas de frutas e verduras, restos
de alimentos, ossos, papel e tecidos
naturais como seda, linho e o algodão.
Este tipo de lixo é biodegradável. Os
dejetos orgânicos podem converter-se em
fertilizantes, adubo caseiro ou alimento
para certos animais.

Lixo inorgânico (também conhecido como


lixo seco):
Provem de minerais e produtos
sintéticos, como metais, plásticos, vidro e
tecidos sintéticos. Materiais que não são
biodegradáveis e muitos deles recicláveis.
Com os dejetos inorgânicos podemos
construir alguns objetos.

Lixo sanitário:
São os materiais utilizados para realizar curativos médicos, como gazes,
faixas e algodão, papel higiênico, absorvente higiênico, lenços e ataduras
descartáveis, etc. Estes são realmente os que consideramos lixo, já que neles
existem microorganismos que podem causar enfermidades e doenças. Por
tudo isso que devemos despachá-los em sacos fechados e anotados em
local visível “Lixo Sanitário” ou “Lixo Hospitalar”.

62
Meu porta-treco de objetos úteis
“Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.”

Pegue uma prancha de cortiça ou de madeira


aglomerada e desenhe nela as silhuetas de
todos os objetos que deseja colocar ali: tesoura,
régua, esquadro...
· Procure um lugar em sua casa ou um lugar de
estudos e coloque a prancha;
· Coloque pregos ou pequenas varas nos
lugares correspondentes e pendure neles
seus objetos.
Ficará tudo visível, em ordem e a mão.

O Canto de Patrulha
É normal que, na sede onde a tropa está instalada, também exista um
espaço específico e exclusivo para cada patrulha. É o canto de patrulha.
Em muitos lugares o canto de patrulha é um espaço fechado, uma sala
pequena, suficiente para que todos se sentem em bancos ou cadeiras, que
deve ser arrumado e decorado de acordo com a história, os gostos e interesses
dos membros da patrulha.
Fotografias, certificados, troféus, eficiências, distintivos, emblemas, lenços,
uniformes ou trajes, pôster e cartazes, desenhos e tudo o mais que tenha
significado para a patrulha serve como ornamentação.
Nesse canto também será guardada a caixa de patrulha, com todos os
seus equipamentos e materiais. Também é importante um baú ou armário,
onde se mantenha o livro da patrulha, os documentos, as fichas, etc., que
devem ser bem guardadas.
Quando a patrulha acampa, este espaço próprio deve se refletir na escolha
dos campos de patrulha, que deverão ser suficientemente independentes
uns dos outros, permitindo assim identidade e vida própria. É neste canto
de patrulha, no campo, que a patrulha dorme, cozinha e faz suas refeições,
guarda o material e mantém padrões de higiene e limpeza.
Em resumo, o canto de patrulha, seja na sede ou no campo, reflete a
formação e a dedicação dos jovens, e a qualidade de tempo e amor que
oferecem à patrulha.
63
Material de Patrulha -
Conservação, Organização e Asseio
Para que possa fazer suas atividades, uma patrulha precisa ter material
e equipamento adequado. A forma de usar e guardar o que estiver aos
cuidados da patrulha vai determinar seu tempo de vida, o que pode
representar maiores ou menores gastos e investimentos.
Vamos relacionar tudo o que é importante para a patrulha:

Barracas, em quantidade suficiente para abrigar todos os escoteiros


em acampamento. Idealmente não deve haver mais do que duas
barracas por patrulha, onde se instalarão 4 escoteiros em cada
uma, mas uma terceira barraca pode ser incluída, se for
necessário.
1 Barraca de intendência, para acampamentos, onde
será guardado o material de patrulha, tal como alimentos,
ferramentas, etc.
2 Toldos, de tamanho ideal de 3 x 4 metros, sob o qual se
poderá instalar, em acampamento, fogão e mesa.
2 Lampiões. Podem ser a gás, com bujão descartável ou recarregável,
ou alimentado por pilha ou bateria.
Fogareiro portátil, com, no mínimo, duas bocas e abas corta-vento.
Jogo de cozinha com, no mínimo, três panelas com tampa,
uma frigideira, chaleira e bule. Pode ser um paneleiro com essa
configuração.

1 facão, com bainha. 3 travessas para servir


1 machadinha, com bainha. 1 abridor de latas
1 marreta (macete) 1 caixa de primeiros socorros
1 serrote 1 rolo de cabo sisal,
1 conjunto de acessórios de preferencialmente com duas
cozinha, com duas facas grandes, “pernas”.
concha e garfo grande. 20 metros de cabo
1 pedra de amolar (afiar) 1 martelo
1 tábua de cozinha ferramentas de sapa – enxada
2 bacias plásticas e pá – ou uma ferramenta
3 panos de prato multifuncional.

64
Saber Escolher uma Mochila
Existe grande variedade de mochilas no comércio. Escolher
a mais adequada depende do uso que você quer dar e de
quanto dinheiro pode gastar.
Por isso, no momento de escolher uma mochila você tem
que ter em conta estas recomendações:

Tecido:
Não se deixe enganar pelo aspecto externo de uma mochila. Dê uma
olhada no tecido, preste atenção que não tenha raspões, rasgos, furos
ou outras falhas. É melhor se puder comprar uma mochila com tecido
impermeável, porém não se preocupe com isso se o dinheiro for pouco,
porque poderá proteger suas coisas com sacos plásticos.

Comodidade:
Uma boa mochila deve distribuir eficazmente o peso ao longo dos
ombros, das costas e do quadril. Ao carregá-la deve sentir-se cômodo,
como se ela fosse parte de teu corpo.

Capacidade:
Escolha um tamanho de mochila proporcional a seu peso e estatura. De
nada servirá uma mochila com capacidade para um peso que não poderá
carregar. Os ortopedistas recomendam que na sua idade, o peso de uma
mochila carregada corresponda a no máximo 15 por cento de seu peso
corporal.
Você sabia que a capacidade das mochilas se mede em litros? Descubra
o porquê e compartilhe com sua patrulha!

Costuras e zíperes:
Observe que os zíperes e as costuras sejam fortes, bem herméticos e
parelhos. Caso descosture ou rasgue sua mochila durante uma atividade,
pode lhe trazer muitos inconvenientes e a seus companheiros.

Correias e alças:
São os elementos os quais se une a mochila a seu corpo. De sua
comodidade e modelo depende em grande parte que a mochila seja
confortável. As correias devem ser largas e acolchoadas na parte interna e
um tanto mais rígida em sua parte externa.

65
Vértebra cervical

União dos
anéis das
alças

Alça

Quadril

Modelos:
Existem no mercado modelos de mochilas que têm em conta a anatomia
feminina e masculina, ou seja, mochilas pensadas para serem usadas por
mulheres e mochilas para homens. Considere isso no momento de comprar
uma.
O ideal é contar com duas mochilas de diferentes tamanhos, uma
maior para grandes acampamentos e outra menor para excursões e saídas
curtas.

Partes da mochila: Uso da mochila:


morral Mapas / bussolas / dados pessoais
impermeável / machadinha
bolso externo
lateral roupa de trabalho
utensílios de alimentação
roupa / toalhas
vários: livros / papel higiê-
nico / Máquina fotográfica
apoio para as
costas
saco roupas usadas

armação
saco de dormir
cinto do quadril asseio pessoal / material
para costura / estojo de
primeiros socorros

66
Lista de Material Para Acampamento
Higiene pessoal Para dormir:
Xampu e creme Saco de dormir ou cobertas
Pente ou escova de cabelo Isolante para o piso da barraca
Sabonete
Escova e pasta de dente
Papel higiênico Equipamento de emergência
Toalha de mão Fósforos protegidos da umidade
Toalha de banho Tesoura pequena
Lenços umedecidos Quite de costura: agulhas, linhas,
Talco para os pés botões, alfinetes de segurança...
Espelho Band-aids
Cortador de unhas Cadarços para sapatos.

Material de mesa
Prato (inquebrável) Outros objetos
Caneco (inquebrável) Mapas
Garfo, faca e colher Dinheiro para emergência
Pano de prato Documentos pessoais
Cantil Carteira da UEB
Relógio
Vestimentas Repelente para insetos
Uniforme ou vestuário escoteiro Câmera fotográfica
Calças compridas Óculo de sol
Bermudas Protetor solar
Roupa íntima Bússola
Meias Canivete (com abridor de latas,
Agasalho (apto para o clima) alicate...)
Camisetas Caneta ou lápis
Traje de banho Caderneta para anotações
Lenços Cabo solteiro
Gorro ou chapéu Lanterna com pilhas extras
Jaqueta ou capa impermeável Pequenos instrumentos musicais
Poncho para o fogo de conselho (gaita de boca, flauta...)
Sandálias
Calçado para trocar
Sacolas para roupa suja.

67
4

DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Montar o cardápio de uma jornada e durante as
atividades de sua patrulha, fazer as refeições de maneira
equilibrada;
Colaborar na elaboração de alimentos (como cozinheiro ou copeiro) em
pelo menos três atividades ao ar livre da patrulha; (jornadas, excursões
ou acampamento de patrulha)
Montar uma solução para purificação de água em acampamentos.
Utilizar diversos tipos de fogos de acampamento, de maneira adequada e
segura.

Atividades de Patrulha
As atividades de patrulha são aquelas que uma patrulha realiza sem ter,
necessariamente, relação com as outras patrulhas.
De acordo com o calendário estabelecido, cada patrulha realiza suas
atividades com autonomia, sob a coordenação do monitor da patrulha,
com o apoio dos chefes e a supervisão da Corte de Honra.

68
As atividades de patrulha se articulam com as atividades de tropa, por
vezes, sucessivas e, em outras ocasiões, simultâneas. Servem para fortalecer
o espírito de patrulha, mas também como oportunidades de treinamento
técnico ou desenvolvimento de um programa de interesse dos seus membros.
Para que a chefia da tropa e a direção do grupo escoteiro autorizem uma
atividade de patrulha, ela deve ser adequadamente planejada e organizada.
Isso significa que além da atividade estar dentro do calendário da tropa,
e autorizada pela Corte de Honra, alguns itens devem ser submetidos à
análise e aprovação da chefia, tais como:

responsáveis e
1. Programação, incluindo os horários,
material necessário;
autorização de uso
2. Informes sobre as condições do local,
e indicações de como chegar;
rança no trajeto;
3. Meio de transporte e questões de segu
4. Cardápio;
5. Autorização dos pais.

Uma atividade de patrulha é, antes de tudo, uma demonstração de


confiança – dos jovens em si mesmos e no que aprenderam; dos chefes na
responsabilidade e lealdade dos jovens; e dos pais, no Movimento Escoteiro.

Pirâmide da Alimentação
Na pirâmide alimentar estão descritas a faixa de porções adequadas para
cada grupo, no entanto a quantidade que cada indivíduo precisa, depende
de quantas calorias são necessárias para o mesmo, levando em conta o
sexo, idade, peso, altura e atividade física.
Começando pela base da pirâmide, é nela que estão os alimentos
ricos em carboidratos como pães, massas, cereais e arroz. Por estarem
compreendidos no maior grupo de alimentos devem ser ingeridos em
maiores quantidades, pois são importantes fontes de energia. Mas não
confundam essa propriedade com uma maior importância na alimentação,
já que todos os grupos aqui citados são necessários e importantes para a
saúde; cada grupo com uma quantidade diária recomendada para o bom
funcionamento do organismo.
69
Gorduras, óleos e doces
Use moderadamente

Leite, iogurte e queijo Carnes, aves, peixes,


2 - 3 Porções feijão, ovos e nozes
2 - 3 Porções

Vegeteais Frutas
3 - 5 Porções 2 - 4 Porções

Pão, arroz, cereais e


massas
6 - 11 Porções

Logo acima da base estão os alimentos reguladores que são representados


pelos grupos das frutas, verduras e legumes. São assim chamados porque
são fontes de vitaminas, minerais e fibras que ajudam na regulação de
várias reações do nosso corpo.
No terceiro nível da pirâmide alimentar estão outros dois grupos de
alimentos os quais fazem parte, em sua maioria, os de origem animal como
leite e derivados, carne, frango e ovos. Além desses, estão nestes grupos os
feijões, ervilhas e nozes. Todos esses alimentos são importantes fontes de
proteína e minerais.
O topo da pirâmide é representado pelos alimentos que devem ser 
usados com moderação pois além de calóricos podem levar à obesidade,
doenças cardiovasculares, diabetes entre outras enfermidades. Neste grupo
estão os óleos, manteigas e margarinas, açúcares e doces.
Para começar uma alimentação mais equilibrada: procure comer em
cada refeição um alimento de cada um dos grupos mostrados na pirâmide
seguindo o número de porções diárias. Assim a sua alimentação estará
variada e mais nutritiva.

Agora você vai encontrar quais são os principais alimentos


de cada grupo e as quantidades equivalentes das porções
recomendadas:

70
Grupo das Frutas Grupo das hortaliças

Grupo das Leguminosas Grupo dos açúcares

Grupos de carne bovina, suína, Grupo do Leite e


peixe, frango e ovos Produtos Lácteos

71
Grupo dos Pães, Cereais,
Raízes e Tubérculos
O que é uma
caloria?
Os alimentos produzem
energia quando são
metabolizados pelo
organismo. Esta energia
se manifesta na forma
de calor e se mede em
calorias, que equivale
à quantidade de calor
necessário para elevar
em 1°C a temperatura
de 1 grama de água.

Grupo de Óleos e Gorduras

A Água no Acampamento
Não pense que a água de mananciais,
rios e poços é potável só por estar distante
da civilização, e tenha muita precaução no
momento de beber água no acampamento.
As regras que mostraremos servirão como
guia ao escolher os lugares para beber
água na natureza:

72
· A água estagnada e as de lagoas não são boas para beber. Pode-se
utilizar a de poços profundos. Descarte os poços velhos e abandonados; pois
não se sabe o que caiu ou o que tem acontecido em seu interior.
· Poucas vezes a água dos rios é potável, quando em seu trajeto passa por
povoados e casas, pois geralmente o usam para deságüe.
· Se na água flutuam plantas parasitas ou insetos, é provável que contenham
organismos em decomposição.
· Da água de arroios é melhor beber a que corre pelo fundo.
· De todas as fontes de água possível, é altamente recomendável a água
dos mananciais que nascem entre as pedras das montanhas e quebradas.

Se não está seguro se é potável, não hesite em purificá-la, pois a água


contaminada pode ocasionar tifo, disenterias, problemas intestinais, etc.

Você pode purificar a água:

a) Por filtração:
Fazendo a água passar através de um filtro. Estes
filtros são fáceis de construir, podem ser de muitas
maneiras diferentes e são geralmente feitos de areia,
pedra porosa e carvão. A areia retira as substâncias
sólidas em suspensão. O carvão absorve os gases
contidos na água. Para beber com maior segurança,
a água filtrada deve ser fervida.
Mais adiante, neste guia, ensinaremos passo a
passo como construir um filtro. a) filtrar

b) Por fervura:
Filtre a água dentro de um recipiente e ferva-a
por pelo menos durante uns 20 minutos. Passe-a
várias vezes de um recipiente para outro para
“aerá-la”. Tape-a e deixe esfriar. Já está pronta para
ser consumida. Fervê-la mata as plantas e animais
daninhos; aerá-la dá um bom sabor e impede a
indigestão.

c) Por meio químico:


Existem distintos produtos químicos que, em
diferentes preparos e quantidades, permitem purificar b) ferver

73
a água, como os tabletes de “halazona”,
solução de hipoclorito e permanganato de
potássio. Verifique com um perito da área
da saúde qual deles poderá usar e que dose
empregar. Não use produtos caso não esteja
seguro das doses adequadas; alguns deles
utilizado em excesso, podem resultar em
venenos.
c) Oxigenar e clorar
d) Por destilação:
Se a água contém uma grande quantidade de
sais dissolvidos, então será necessário destilá-
la. Neste procedimento, de um recipiente para
outro através de uma mangueira, a água ferve,
se condensa e logo goteja já purificada. A água
que resulta da destilação deve ser aerada antes
de bebê-la.

d) Destilação

Construir um Filtro
A natureza filtra naturalmente toda a água que vem da chuva. A água
passa por diversa camadas de solo até chegar aos rios subterrâneos para
voltar à superfície numa nascente cristalina.
O filtro descrito a seguir é uma maneira de eliminar sedimentos da água.
Ela ficará mais limpa e com melhor gosto, mas isso não basta para que
esta água seja bebida. Ainda assim é necessário que ela seja fervida. Este
filtro se destina, em princípio, para filtrar água corrente, não contaminada
quimicamente, mas que esteja suja com barro ou outros elementos. Águas
paradas deve ser evitadas.
O filtro pode ser feito em um saco plástico, um pedaço de bambu, um
balde, etc., desde que seja um reservatório com uma abertura maior na parte
superior e um pequeno orifício de saída em baixo. No nosso caso vamos
usar uma garrafa PET, de dois litros, transparente para que o processo de
filtragem seja melhor observado.
1- Cortar o fundo de uma garrafa de refrigerante de dois litros.
2- Colocar primeiro um pouco de algodão limpo ou um pedaço de pano
tampando a saída do gargalo.

74
3. Sobre o algodão colocar uma
camada de carvão moído. Esse carvão
pode ser resto de uma fogueira recente,
bem triturado.
4- Depois, em ordem, conforme o
desenho, colocar pedras e areia.
5- Colocar a garrafa sobre um copo
grande ou qualquer reservatório para
receber a água limpa.
6- Colocar água no filtro para que
seja feita uma primeira lavação. Isso
também faz com que a areia e as pedras
se acomodem.
7- Despejar a água suja aos poucos
e esperar que saia limpa pelo gargalo, deixando toda a sujeira dentro do
filtro.
8- Com o tempo o filtro ficará saturado de sujeira e seus elementos
precisarão ser trocados.

75
Fogos e Fogueiras
Um bom fogo de acampamento se caracteriza porque:
• Produz mais calor com menos combustível;
• Resulta pouca fumaça e chispas;
• Causa pouco impacto ao solo e sua cobertura de grama.

O fogo para cozinhar ou para compartilhar uma boa conversa em torno


dele não tem porque ser de grandes proporções; mantenha uma fogueira
de um tamanho razoável, assim queimará menos lenha e poderá controlar
melhor suas chamas, evitando acidentes.

Como fazer um fogo

Primeiro passo:
escolha um local

Escolha um local não muito aberto, protegido de ventos que possam


espalhar chispas. Não faça o fogo debaixo de árvores nem em um terreno
coberto com folhas ou agulhas de pinus. O terreno ideal é aquele de solo
mineral com pouca matéria orgânica.
Sempre que possa, utilize os locais de fogueiras já existentes. Lembre-se
que cada nova fogueira contribui para a degradação do solo.

Segundo passo:
limpe o local escolhido

Limpe o local onde você irá acender o fogo, retirando todo o material que
possa queimar a uma distância de pelo menos três metros de raio.
Após, cubra com pedra uma área circular ou quadrada, sobre a qual será
feito o fogo.

76
Caso tenha que fazer o fogo numa área coberta de grama, corte um pedaço
quadrado de 50 x 50 cm e de 8 cm de profundidade na grama: retire-o com
cuidado com uma pá, e coloque num local reservado. De maneira que possa
voltar a colocar no lugar original quando você for embora.
Em solo úmido construa uma plataforma de lenha verde ou pedras.
Em solos esponjosos e compostos por uma grande quantidade de materiais
orgânicos não o faça em um buraco ou cova. O fogo poderia espalhar sob
forma subterrânea até chegar a um tronco de uma árvore seca que servirá
para sair a superfície; o incêndio brota em chamas muitas vezes bem distantes
de seu local de origem.

Terceiro passo :
preparar a lenha

É melhor manter uma provisão de lenha adquirida


na cidade ou povoado mais próximo do acampamento.
Sempre que possível trate de não extrair ramos e madeira seca
existente no local porque essa madeira cumpre uma função
importante: é o habitat de milhares de pequenos organismos,
bactérias, fungos e insetos e mantém a umidade do solo e o
húmus, permitindo a regeneração da mata.
É bom que faça um cálculo da lenha que precisará.
Acomode-a perto da fogueira e assim poderá dispor delas
na medida que precise.
Uma boa fogueira é composta de três tipos de lenha:
Isca: é um tipo de lenha pequena e facilmente inflamável,
por isso a usamos para acender o fogo. Você pode encontra-
las nas cortiças e cascas de algumas árvore como eucalipto,

77
ramos secos de pinheiro ou agulhas de pinos caídas
no chão, ramos secos de trepadeiras ou pequenas
pinhas. Caso não encontre nada apropriado, corte
lascas de uma galho seco.
Lenha pequena ou ligeira: ramos e galhos secos
com um diâmetro pouco maior que um lápis.

Lenha grossa ou combustível: ramos e galhos


grossos ou pequenos troncos de 30 a 50cm de
comprimento.

Quarto passo:
montar a fogueira

Antes de montar uma fogueira deverá saber qual o objetivo dela. Caso
for usada para ferver algo ou para conversar ao redor dela, é conveniente
que produza chamas, e se irá utilizá-la para assar algum alimento, então
convém que tenha brasa.
Provavelmente você já conhece algum tipo de fogo. Agora mostraremos
dois tipos diferentes para que possa escolher o que mais lhe convir.

Pirâmide
Utilidade: produz muita chama, é ideal para cozinhar.
Preparação: Coloque um pouco de isca no centro do local selecionado.
Crave uma vara inclinada em relação ao solo sobre a isca. Apóie gravetos
sobre a vara, formando uma espécie de pirâmide e deixando uma abertura
orientada para o vento.
Faça um anteparo com o corpo e acenda um fósforo e coloque-o na
abertura que você deixou. Se necessário, pode ajudar a acender o fogo
soprando de forma suave e contínua.
Quando a chama envolver toda a isca e os gravetos, comece a por
gradualmente ramos ou galhos mais grossos, evitando derrubar a pirâmide.
Lembre-se que o princípio fundamental para acender um fogo é “abundante
material combustível ao alcance da mão para alimentar o fogo por cima e
uma boa ventilação por baixo”.
Não tape com galhos ou ramos a abertura deixada, lembre-se que o
fogo consome oxigênio e precisa de uma boa circulação de ar.

78
Pagode
Utilidade: utiliza-se para cozinhar, nos brindar
com o calor e é o fogo típico dos fogões de
acampamento.
Preparação: Monta-se um fogo pirâmide e
feche-o ao redor com quatro lenhas que vão
diminuindo seu tamanho e diâmetro a medida
que se sobrepõem umas sobre as outras. As
lenhas mais grossas se colocam na base e as
mais fina na parte superior.
Para saber a intensidade necessária do
fogo para cozinhar, ponha a palma da mão
em direção a brasa a uma distância de aproximadamente 10 cm e conta
os segundos desta maneira “1001, 1002, 1003, etc.” até que sintas que o
calor está incomodando (não se trata de queimar).
6 a 8 segundos: leve (120 a 175 graus)
4 a 5 segundos: moderado (175 a 200 graus)
2 a 3 segundos: forte (200 a 230 graus)
1 ou menos segundos: muito forte (230 a 260 graus)

Apagando o Fogo

Ao sair do local, você deve ter a certeza de


que o fogo foi totalmente apagado, extinto. Para
apagar o fogo utilize água abundante. Mova com
uma vara as cinzas e outros restos que ficaram e
siga regando tudo com água para estar seguro que
nenhuma fagulha restou.
Molhe a terra que rodeia o fogo e finalmente
cubra tudo com terra, de forma que não fique
rastro no lugar. Muitas vezes
pensamos que se sai fumaça de
uma fogueira “apagada”não há
fogo. Porém caso saia fumaça, é
porque existe calor e, portanto,
existe fogo.

79
5

DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Organizar seu tempo utilizando uma agenda ou
instrumento similar;
Realizar, dentro do prazo, as suas tarefas escolares
Freqüentar regularmente as atividades e reuniões da sua patrulha e da
tropa;

A Administração do Tempo
Uma das angústias dos dias que vivemos é, sem dúvida, a falta de tempo
para fazer tudo que gostaríamos. Muitas pessoas têm a constante sensação
de que o tempo está passando rápido demais para dar conta
de tudo o que ha para fazer.
Administrar o tempo se tornou algo totalmente indispensável
e necessário, mas não existem técnicas milagrosas que
resolverão o problema do dia para a noite. É preciso
repensar seu estílo de vida para ter mais tempo, pois cada
um é responsável pela importãncia que dá a cada atividade
ou tarefa.
Para começar este trabalho de organizar seu tempo, seguem
algumas dicas interessantes:

1 - Escolha e use uma ferramenta para gerenciar seu tempo


Um dos problemas com as pessoas é a mania de guardar o que temos
para fazer na cabeça. Isso gera esquecimentos e urgências. É extremamente
necessário que você escolha uma ferramenta para anotar suas prioridades e
liberar sua mente para pensar, não para ficar preocupada com o que deve
ser feito. Você precisa de uma agenda, que pode ser a tradicional em papel,
ou algum software em seu computador que lhe ajude a organizar seus dias,
planejar suas metas, agendar suas reuniões, etc. Crie uma rotina de anotar
tudo o que você tem para fazer, nas diferentes atividades na sua vida.

2 – Não tente fazer tudo.


Você tem limites, e não é correto pensar que pode fazer tudo. Não assuma
compromisso só porque não quer decepcionar os outros. Quando alguém
80
lhe pedir algo ou for convidado para algum evento, avalie antes
na sua agenda se você tem disponibilidade em aceitar.

3 – Reserve tempo para seus compromissos da semana


Não viva correndo atrás de seus compromissos. Reserve na
agenda também os pequenos momentos importantes em seus dias
como, por exemplo, um almoço em família, ir ao cinema, ajudar
seus pais, praticar um esporte ou um hobby você deve planejar sua semana
e não deixar que os compromissos surjam desorganizados.

4 – Aprenda com as lições da vida


Quando não aprendemos com nossos erros, acabamos por repeti-los!
Quando acontecer algo urgente e fora da sua agenda, pare e
pense como isso poderia ter sido evitado. Em geral,
com antecipação e planejamento, você conseguirá
reduzir esse tipo de situação.

5 – Reserve seu tempo de descanso


Evite ao máximo utilizar seu domingo para realizar
tarefas. Domingo deve ser reservado para a convivência com
a família, descanso em casa e lazer.

6 – Organize seu ambiente


Organize seu quarto, seu local de estudos e de trabalho. Organize seus
documentos, suas revistas e seus armários. Calcula-se que uma pessoa gaste
cerca de 40 minutos por dia apenas para localizar informações, e isso é
tempo perdido!

7 – Cuidado com seus e-mails, Whatsapp, Messenger, Skype, etc.


Reserve um horário para responder mensagens, todos os dias, e acessar
Whatsapp, Messenger, Skype e outros sites de relacionamento, e avise
seus amigos disso. Melhor ainda, combine com seus amigos um
horário comum a todos.

8 – Administre seu Tempo


É necessário uma metodologia que lhe ajude a usar de forma adequada
seu tempo. Estabeleça prioridades para o que tem que ser feito. Negocie
os compromissos para horários possíveis. E, mais importante, não deixe de
fazer o que deve ser feito, no horário e tempo previsto.

81
Um tempo apropriado para estudar
Todas as pessoas são diferentes e necessitam diferentes tempos para
os estudos. Segundo nossa atividade, os costumes de nossas casas e
nosso próprio ritmo, tem horas que é mais adequada que outras para nos
concentrar e estudar. Qual é sua melhor hora?
Descubra em que momento do dia você tem mais energia e se sente mais
disposto para estudar. Acostume-se a ter nessa hora por dia seu “tempo de
estudo”, depois é só cumprir.
Determinar um horário para o estudo ajudará a melhorar seu rendimento,
e também ajudará a dirigir seu tempo para que possa fazer coisas que
também são importantes, como divertir-se, jogar e descobrir novas aventuras
com os amigos e amigas.
Recomendações para melhorar sua concentração:

· Mantenha o estudo num horário postura do corpo de vez em


fixo. Escolha também um só local quando.
que seja ventilado, nem frio nem · Faça breves descansos;
quente, iluminado e silencioso. levantando, caminhando e
· Tenha a mão todos os materiais esticando as pernas.
que você precisa. · Não coma nada enquanto estuda.
· Evite distrações como rádio, · Comece pelas matérias que são
música e televisão. mais difíceis e termine com as mais
· Estude quando estiver descansado. fáceis.
· Descanse a vista e troque a

82
6

DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Realizar regularmente uma atividade física ou o esporte
que escolheu.
Participar de diversos jogos com sua patrulha e tropa
respeitando as regras e aos demais participantes.

Esportes e Desportes - O que Praticar


A atividade física é importante para o crescimento. Praticar esportes
contribui para o desenvolvimento integral do ser humano, além de ajudar
no autocontrole, no respeito às regras e respeito ao próximo, e adesão aos
valores éticos.
Em uma análise simples as palavras esporte e desporte, que derivam
de línguas diferentes, são definidas como a mesma coisa. Esporte vem do
inglês "sport", e desporto vem do francês antigo "desport". Ambas as
palavras, no entanto, tem o mesmo significado em português:
“Prática metódica de exercícios físicos, que consistem
geralmente em jogos competitivos entre pessoas ou
grupo de pessoas, organizados em partidos.”
Para os especialistas em educação física e
psicologia, entretanto, as duas palavras tem uma
pequena, mas importante, diferença.
Esporte é mais amplo, pode ser de lazer,
recreativo, qualquer prática competitiva
que tenha regras estabelecidas em
âmbito geral. Por exemplo: Futebol é
um esporte com regras definidas
de como deve ser praticado,
e pode ser jogado por puro
prazer ou em um campeonato. O
mesmo pode acontecer com todos os
Esportes conhecidos, tais como Volei,
Basquete, Handebol, Atletismo,
Natação, etc.

83
Desporto é atividade de alto rendimento, voltado ao resultado, tendo que
superar os seus limites. O treino tem como objetivo ter o resultado de ser o
melhor. A base é o mesmo esporte praticado por lazer ou para manter boa
forma, mas o objetivo é outro. É o futebol profissional, por exemplo, que
paga salários e exige uma condição de treinamento extremamente rígida,
onde o objetivo é ganhar um campeonato como realização profissional. Ou
o Volei de alto nível da Seleção Brasileira, ou a natação quebrando recordes
mundiais.
O que é interessante para você, neste momento? Sem dúvida que é praticar
Esportes, divertir-se e crescer com sua prática. Quem sabe, num futuro não
muito distânte, você faça a opção de ser um desportista, praticando o mesmo
esporte em alto rendimento. Isso pode acontecer, mas para chegar lá você
tem que primeiro praticar bastante o esporte escolhido.
Para jogar é necessário conhecer as regras, mas para jogar bem é
necessário respeitá-las.

Benjamim Sodré, que mais tarde seria


conhecido pelos escoteiros como “O Velho
Lobo”, teve em sua vida muitas passagens e
características semelhantes a Baden-Powell.
Desde que entrou em contato com o
Movimento Escoteiro tornou-se um grande
seguidor dos ideais de B-P. Escreveu o
“guia do Escoteiro” de 1925, uma das mais
importantes obras do Escotismo Brasileiro.
O Velho Lobo, assim como o Fundador
Baden-Powell tinha uma série de talentos
e interesses diferentes. Foi professor de
astronomia, navegação e história da Escola
Naval, publicou diversos trabalhos e,
sobretudo, um excelente jogador de futebol,
ponta esquerda do time do América-RJ, do
Botafogo e da Seleção Brasileira de Futebol
entre 1910 e 1916, conhecido como “Mimi Sodré”.
Em 1913 a imprensa o consagrou com a frase: “Mimi é um jogador que
honra sobremodo o eleven alvi-negro.”, referindo-se a sua participação na
equipe do Botafogo F.C.

84
Neste mesmo ano, a revista de esportes OLIMPIA, publicou a seguinte
nota: “Setembro de 1913 – Scratch Militar – jogo contra a seleção do Chile:
Mimi, depois de passar por toda a defesa contrária, quando levantou a bola
para enviar a goal, esta tocou em sua mão e, com espanto geral, mesmo
dos chilenos, o jogador brasileiro acusou sua falta.” O gol foi anulado.
“O Mimi era corretíssimo. Até exagerado. Parece até lenda mas não é
não”; afirmava o jornalista Emanuel Sodré Viveiros de Castro.

Especialidades na área de Desportos


REMO IOIÔ

As especialidades são uma forma de dar um impulso


nas suas aptidões e habilidades. Você vai escolher o MUSCULAÇÃO

que é de seu interesse, e vai contar com ajuda de seus ESCOTISMO ESCOTISMO

amigos e chefes para conquistar o distintivo. ESCOTISMO

Evidentemente nem todo mundo tem interesse, aptidão


ou habilidade para atividades físicas e desportivas. É tranquilo e divertido
conquistar uma especialidade de alguma coisa que você gosta, mas às
vezes é legal, também, ir a busca daquilo que você tem mais dificuldade e
superar seus limites. Você se torna maior só por tentar!
Agora queremos convidá-lo a conquistar pelo menos uma Especialidade
na área de Desportos. São muitas, com uma grande diversidade, e por
certo você vai interessar-se por uma delas. Veja no exemplo abaixo o que
chama sua atenção, e busque o guia de Especialidade para conhecer os
itens a completar.

Basquetebol Slackline
Cubo Mágico Surf
Futebol de Mesa Voleibol
Handebol Yoga
Ioiô Escalada
Musculação Ginática
Paraquedismo Hipismo
Parkour Natação
Remo Xadrez
RPG

85
Meu Desenvolvimento

Intelectual

A ave, que eleva e conquista novos


territórios, simboliza o desejo
de alcançar novos horizontes, o
desejo de conhecer e a força da
criatividade.

Desenvolver sua criatividade é


aprender coisas novas, interessar-
se pelo que ocorre em seu redor,
investigar, tirar suas próprias
conclusões, formular perguntas e
buscar suas respostas, comunicar
suas idéias e sentimentos pelos
diferentes meios...

somos do mesmo material do que se


constroem os sonhos

William Shakespeare

Esta antiga representação de uma ave foi talhada em


uma peça de marfim encontrada em Benin, África.
87
7

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
Traçar e seguir sinais de pista em um percurso de pelo
menos 500 metros em área de campo, e pelo menos
1.000 metros em área urbana.
Utilizar um mapa e uma bússola para orientar-se;
Aplicar as técnicas de “tocaia” em um jogo com sua patrulha ou tropa.

Sinais de Pista

É uma boa atividade de observação. Primeiro você deve aprender


os sinais de pista, que os Escoteiros usam para se comunicar nas
trilhas da floresta e nos campos. Alguns, são idênticos aos usados no
passado pelos aventureiros, indígenas e exploradores.
Naturalmente que seguir uma pista real para a descoberta de
um animal ou pessoa, exigem conhecimentos que muitas vezes nos
escapam. Por isso é que os Escoteiros iniciam o aprendizado utilizando
sinais convencionais próprios, colocando-os em pontos que facilitam
a observação.
No aprendizado dos sinais convencionais você deverá observar o
seguinte:
• Os sinais são feitos à direita dos caminhos.
• Os sinais devem ser visíveis.
• Quando venta não podem ser utilizados papéis ou folhas.

88
Bússolas
A palavra “bússola” vem do italiano bussola, que significa
“pequena caixa”. Uma bússola é um instrumento para
encontrar direções, composta por uma agulha magnética
na horizontal que aponta sempre para o eixo norte-
sul, ao seguir a direção do centro magnético da
Terra.
Atribui-se a descoberta
da orientação natural dos
ímans aos chineses, por
volta do ano 2000 a.C., e
por consequência, a invenção
da bússola. Foi introduzida na Europa pelos árabes, e
foi Flávio Gioia, em 1302, em Amalfi, na Itália, que
introduziu também o desenho da rosa-dos-ventos na
bússola.
A bússola é sem dúvida o instrumento mais
conhecido relacionado aos “Descobrimentos”, pois foi provavelmente o

89
mais importante. Indicando sempre o Norte, é uma ajuda preciosa para
todo e qualquer navegador. As bússolas atuais variam um pouco entre si,
mas têm os mesmos componentes básicos.

A Bússola
A parte mais importante de uma bússola é a “agulha magnética”, colocada
em equilíbrio sobre um ponto chamado “estilo”, e que gira livremente,
apontando uma certa direção. Isto acontece devido a uma força que atrai a
agulha. Deste modo a Terra age como um imã gigantesco, tendo um polo
ao norte e outro ao sul. Este magnetismo faz com que a ponta da agulha
aponte o NORTE MAGNÉTICO. Esta ponta é marcada a cores ou tem nela
estampada um “N”, ou, ainda, um formato de flecha. Basta encontrar o
norte, indicado pela agulha, para encontrar os outros pontos.

Partes de uma bússola

Agulha magnética

Flecha de direção
Caixa da bússola da rota

Base de plástico

Direção escolhida (Azimute) c


Usando a bússola.

A bússola trabalha mostrando um b NORTE


o em e
edid te
ângulo, portanto, para usá-la é necessário g u lo m o Nor o
Ân entre olhid
u s , e s c
ter, sempre, três pontos difinidos: gra ponto
o
a) O ponto em que você está;
b) O norte magnético (direção para º
0º 45
onde a agulha vai apontar);
c) A direção que você quer determinar. 90
º

Para determinar um rumo - que chamamos


5º a Ponto que você está
de azimute -, escolha um ponto de referência 31

na direção (uma árvore, uma pedra, um poste, 13

etc.) escolhida, e verifique os graus entre o 27
Norte Magnético e esta direção. 5º
22 0º
18

90
Os Mapas
Já no ano de 2300 a.C. os babilônios
talhavam mapas em placas de argila. Os povos
primitivos produziram mapas sobre grande
variedade de materiais como madeira, pedra,
pele de animais...
Um mapa é uma representação gráfica
por meio de símbolos de uma determinada
superfície visto de cima.

Existem muitos tipos de mapas, você


já está familiarizado com alguns, como os
que usam nas salas de aula, mas a maiorias deles encobrem muita
extensão de terra e não mostram os detalhes que são de utilidade para
nossas caminhadas e explorações. Para isso precisamos contar com um tipo
de mapa denominado carta topográfica.
As cartas topográficas
nos permitem conhecer as
características de uma área
antes de havê-la conhecido,
e assim poderemos ver
se o terreno é plano ou
com elevações, qual é a
localização dos povoados,
bosques, arroios e rios e outras
características geográficas.
As cartas topográficas se
apresentam em diferentes escalas; a escala é a relação entre a medida que
existe entre dois pontos do mapa e a medida real.

As Escalas
Como seria impossível desenhar um mapa de uma localidade no
tamanho real, tudo é desenhado em uma proporção reduzida de seu
verdadeiro tamanho. Por exemplo, se desenhas algo reduzido a metade de
seu tamanho real, a escala é 1:2 ; se desenhas 10 vezes menor, a escala
será de 1:10.
A escala adequada dos mapas utilizados para a exploração geralmente
são de 1:50.000 isso quer dizer que um centímetro do terreno no mapa

91
representa 50.000 centímetros de
terreno real, ou seja 1 cm é igual a 500
metros.
A escala empregada nos mapas está
indicada em alguma parte do mesmo;
você deve procurá-la com cuidado
para que possa calcular as verdadeiras
distâncias e os reais tamanhos dos
objetos.

Método do cordão para medir distâncias


num mapa
1. Ponha um fio ou cordão sobre o
mapa, especificamente sobre o percurso
que você deseja medir. Faça coincidir os
extremos do fio com o princípio e o final
do percurso que quer medir.
2. Uma vez que você colocou o fio
em todo o percurso a percorrer, desde o
princípio ao fim, corte-o onde acaba o
percurso.
3. Estenda o fio sobre a linha da escala do mapa fazendo coincidir seu
início com o começo da escala.
4. Estime a distância horizontal real de teu percurso medindo o fio com
a escala e convertendo em medida real.

Somente se você souber ler os sinais


topográficos é que poderá aproveitar
todas as informações que um mapa desta
natureza pode oferecer.

Os sinais topográficos
Os sinais topográficos são sinais
convencionais (quer dizer que existe
um acordo internacional sobre o que
significam), que nos falam sobre os
elementos que existem no terreno.
Alguns dos principais símbolos são:
92
Mina
Ponte
Curvas de nível
Ponte de pedestres
Fronteira/limite
Edificações urbanas
Linhas elétricas

Linhas telefônicas Escola

Estrada de ferro Igreja/Templo

Rodovia Cemitério

Rodovia secundária
Edificações rurais
Caminho secundário

Trilha Alambrado/cercas
Areial/dunas
Rio ou riacho
Floresta
Manancial
Plantações
Lago
Prados
Pântano

Obras humanas se assinalam no mapa na cor negra.


Tudo que estiver em azul é água.
Em verde se desenham as áreas de bosques e as elevações você encontrará
apresentadas com linhas sépias (marrom)
As elevações do terreno são indicadas no mapa mediante o que se
denomina linhas de contorno ou curvas de nível.

Observação e Tocaia
Antigamente estas técnicas eram usadas para caçar ou para obter dados
de inimigos. Hoje são muito úteis para quem quer observar ou fotografar
animais. A constante prática, seja em jogos ou em efetiva observação de
animais, vai ajudar no aperfeiçoamento.

A base de tudo é a capacidade de aproximar-se e observar sem ser


percebido. Esta é a qualidade que um escoteiro tem que aprender e
desenvolver. Para isso algumas regras devem ser seguidas.
93
1. Confundir-se com o fundo
· Muitos animais são capazes de confundir-se com o ambiente onde
estão, e passam despercebidos. Assim também deve fazer o escoteiro,
nunca vestindo cores fortes e vivas, avançando pelas áreas de sombra e
mais escuras, mantendo-se sempre próximo ao chão.
· Deve-se tomar cuidado para nunca deixar sua silhueta destacar-se da
linha do horizonte.

2. Mover-se sem fazer ruídos.


· Os deslocamentos devem ser feitos com NÃO
movimentos lentos e pausados. Se você
olhar um felino caçando, mesmo que seja
uma grande onça, vai perceber como os
movimentos são delicados e calmos, de forma
a não assustar sua presa. Assim também SIM
devemos fazer para não sermos percebidos.
· Ao ser visto por um animal fique imóvel.
Controle seu corpo e em pouco tempo o
animal se cansará de olhar e se sentirá
seguro.
· Aproveite o ruído do vento na mata para NÃO
esconder seus passos.
· No pasto pise primeiro com o calcanhar,
para não produzir ruídos.
· No chão de pedras pise com a ponta dos SIM
pés primeiro.
· Caminhe agachado ou rastreando em
lugares com pouca proteção

3. Ao se aproximar do objetivo, troque a


forma de avançar
· Se estiver distante caminhe inclinado, NÃO
confundindo-se em tamanho com os arbustos
e mato alto.
· Vá de quatro ao chegar perto, sem que as
nádegas fiquem mais altas que a cabeça.
· Nos últimos metros rastreie bem rente ao SIM
chão.

94
8

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
Explorar com sua patrulha ou tropa a comunidade onde
vive, identificando problemas e buscando soluções;
Estimar altura e distâncias utilizando distintos métodos.
Ler um livro e após a leitura apresentar um resumo a patrulha
Saber utilizar alguma técnica de previsão do tempo por indícios naturais;

A comunidade onde você vive


A denominação comunidade vem do latim “communitas” - quando
muitos formam uma unidade. No sentido atual uma comunidade é a
designação de um grupo de pessoas que se unem em torno de interesses e
necessidades. Essas pessoas trabalham juntas para achar meios de melhorar
suas condições e resolver seus problemas. Para isso necessitam manter uma
interação regular.
Vivemos em comunidade próxima – nosso bairro e nossa cidade, mas
também somos parte de uma comunidade mais distante e ampla, que é o
Estado onde vivemos e o Brasil, nosso país. Além disso, também fazermos
parte de uma comunidade maior, que também tem que resolver muita coisa
em comum, e que é formada por todos que
vivem em nosso Planeta Terra.
Em uma comunidade todos
os seus integrandes devem ser
parte ativa, cumprindo seus
direitos e deveres. Todos
devem aprender a conviver
com diversidade, com
as idéias diferentes,
respeitar os direitos
dos outros, e esperar

95
que todos cumpram com seus deveres. A preocupação com o bem estar
comum, com a sociedade como um todo, é a base de desenvolvimento de
uma comunidade.
Devemos, cada um de nós, ocupar um lugar em nossas comunidades, e
trabalhar para o seu progresso. Mais do que isso, devemos estar aptos para
contribuir. Para isso o primeiro passo é o conhecimento. E pelo exemplo,
pela educação que se recebe em casa, pela dedicação aos estudos, e pela
disposição em conhecer a realidade em que se vive, que se pode encontrar
as soluções para os problemas comuns.

Avaliando alturas e distâncias


Todo escoteiro deve ser capaz de avaliar alturas e distâncias. Deve ser
capaz de calcular a altura de uma árvore, o tamanho de um terreno ou a
largura de um rio.
Para saber a altura ou largura de um objeto use suas medidas pessoais,
caso você as lembre com precisão. É, também, muito útil fazer pequenos
cortes no bastão marcando decímetros e em um deles os centímetros.

Avaliação de Altura
Pela Sombra
• Pegue um bastão que, após ser fixado no chão, reste 1 metro ou outra
medida conhecida (DE).
• Verifique o tamanho da sombra que ele faz (DF). Guarde esta medida
em um cabo de sisal ou outra
coisa.
• A seguir vá até a sombra do
objeto que você quer avaliar a
altura (uma árvore, por exemplo)
e, usando a medida da sombra
do bastão, veja quantas vezes ela
cabe dentro da sombra do objeto
a ser avaliado (dentro de AC).
• Multiplique este número pela
altura do bastão (DE) e você terá
a medida o objeto (AB).

96
Processo das Unidades

• Coloque seu bastão em pé, ao lado do objeto que você quer avaliar a
altura (uma árvore, por exemplo).
• Caminhe até uma distância mínima de 10 passos da árvore e vire-
se em direção a ela.
• Peque um pequeno graveto e com o braço esticado segure-o
de maneira que a sobra de alguns centímetros acima da
mão coincida com o tamanho do bastão que está
junto à arvore.
• Movendo o braço para cima,
conte quantas vezes o tamanho
marcado no graveto cabe
dentro do tamanho da árvore.
• Multiplique este número
pelo tamanho do bastão.

Avaliando Distâncias

Pela Estádia

Estádia é uma longa haste que os topógrafos usam para medir distâncias,
mas a nossa é um pequeno pedaço de papelão que se transporta
comodamente no bolso ou na mochila.
• Toma-se um pequeno retângulo de papelão e faz-se no meio um
vazado triangular, como o da figura.
• Para graduá-la mede-se em um terreno aberto distâncias exatas de 50,
100, 200, 300 metros ou mais, colocando-se em cada ponto desses um
escoteiro com um bastão (todos os bastões têm que ter o mesmo tamanho).
• Colocando a estádia verticalmente diante dos olhos, com o braço
estendido, e movendo-a levemente, observam-se os pontos em que os dois
extremos do bastão que está a uma determinada distância ficam em contato
com a linha inferior e superior do triângulo, e marca-se nesse ponto a
distância correspondente.

97
A maneira de usar é simples. Desejando-se saber a distância do ponto
onde se está até um ponto qualquer, orienta-se a um escoteiro portando um
bastão que vá até lá. Visando-se com a estádia basta verificar a posição em
que os dois extremos do bastão se encaixem com a linha de cima e de baixo
do triângulo, e olha-se a graduação correspondente.
A estádia é individual, e tem utilidade quando for necessário repetidas
vezes avaliar distâncias, como para marcar um campo, por exemplo.

Previsão do Tempo
É possível prever mudanças de tempo, especialmente se vai chover ou não,
baseando-se na observação dos indícios que a natureza proporciona.

As nuvens
Sempre têm sido um bom indicador do clima que fará na manhã seguinte.
Classifica-se em:

• Cirrus: são os tipos de nuvens que estão mais altas,


entre 8.000 a 15.000 metros. Formadas por cristais de
gelo, viajam na atmosfera com velocidades de duzentos
a trezentos quilômetros por hora. Esta nebulosidade
indica bom tempo com presença de vento.

98
• Cúmulus: em geral, têm uma base plana, por
mover-se sobre uma coluna de ar quente. Dão a
sensação de salpicos brancos. Encontram-se a
5.000 metros de altura e são sinônimos de bom
tempo.

• Stratos: capa de nuvens espaçadas e muito baixas


(2.000 metros). Parecem uns pelegos de ovelha e formam
um halo ao redor do sol e da lua. A neblina se forma
com parte de Stratos que circulam ao nível do solo. Em
geral, assinalam a presença da aproximação de uma
baixa pressão com possibilidades de trazer mau tempo.

• Nimbus: nuvens que trazem a chuva.


São escuras e com forma de bigorna.

• Cirrus cumulus: são o anuncio da mudança de


tempo, indicando a proximidade de chuva, dentro das
próximas vinte e quatro horas. Conhecidas como céu
carregado ou empedrado.

• Altos stratos: é uma capa de nuvens baixas


e densas de cor cinza que escurecem o Sol. Não
caracterizam mudança de tempo intensa.

• Stratos cúmulos: parecem grandes rolos de


nuvens de cor branca ou cinza, com riscos e on-
dulações; podem inclusive formar massas redon-
das. Característica de tempo claro e seco.

99
• Cúmulos nimbus: desenvolvimento máximo de
uma nuvem cúmulos. Formam uma grande torre
com uma base escura, e seguramente provocará
precipitações e trovoadas.

A coloração do céu
É outro método para dar um prognóstico do tempo e sua observação se
faz no nascer ou pôr do sol.
• Céu colorado (vermelho) anuncia chuva se na tarde ou na manhã se
observa uma coloração anormal entre um véu nublado de nuvens cinzas e
cheias (estratos)
• Céu oculto entre uma capa de nuvens ao entardecer, seguramente
amanhecerá igual e com possibilidades de precipitações. Se no poente o
sol reaparecer por trás da capa de nuvens, o possível mau tempo tardará a
se apresentar.
• Céu amarelo pela tarde ou vermelho com nuvens pela manhã anunciará
vento.
• Céu alaranjado ao poente ou ao nascer do sol é sinônimo de bom
tempo.

100
A umidade
É diretamente proporcional à possibilidade de chuva. Se o ar está seco, a
fumaça das fogueiras sobe ao céu e se dispersa indicando bom tempo; ao
contrário se a fumaça se arrasta, tem possibilidade de chuva próxima. Se,
ao observar uma fogueira, a fumaça e as chamas trocam de direção muitas
vezes pode indicar mau tempo próximo.

O vento
Geralmente o portador do mau tempo e das precipitações. Em cada zona
geográfica há ventos característicos de chuva que precisam ser conhecidos.
O vento se produz pelo deslocamento da massa de ar da zona de ar frio e
seco ou baixa pressão para as zonas de alta pressão. As nuvens se formam
no limite destas duas massas de ar, assumindo o nome de Frentes.

Os animais e plantas
Os animais e as plantas têm um sexto sentido para antecipar-se ao clima
e a observação de alguns detalhes ajudará na previsão. Algumas indicações
claras da proximidade de uma frente de mau tempo: as abelhas, formigas
e a grande maioria dos insetos começam a procurar refúgio e voar baixo;
as aves o farão também para alimentar-se; no caso dos peixes, estarão
saltando para fora da água para capturar suas presas.

• É característico de vacas e cavalos orientar suas ancas contra o vento e


dar sinais de intranqüilidade e nervosismo quando está próxima uma troca
de tempo e de possível chuva.
• Se a coloração da cadeia de montanhas próxima e dos morros ou mon-
tes adjacentes é cinza azulado, indicará certa instabilidade no clima, que
se agravará com chuva seguramente, se a cor modificar para cinza arro-
xeado.
• Na presença do mau tempo, trevos , o dente de leão, as tulipas, a erva-
de-passarinho, as trepadeiras e outras plantas se fecham para proteger-se
do frio.

101
Barômetro caseiro

Objetivo
Construir um modelo simples de barômetro para constatar as variações
da pressão exercida pela atmosfera.
Lata

Canudo de refresco
Cola
Balão de borracha

Vidro de Maionese
Material
Pote de boca larga; balão de
borracha; canudo de refresco;
tira de lata; cola e cordão forte
de algodão.

Montagem Funcionamento
Corte um balão de borracha Ao diminuir a pressão
pela metade. Envolva a boca de atmosférica ambiente, o ar
um frasco de maionese (limpo aprisionado no interior do
e bem seco) com a borracha frasco, por ter pressão maior,
e amarre no gargalo, com o forçará a membrana para fora
cordão. — o ponteiro baixa na escala
Ponha uma gota de cola (baixa pressão, tempo ruim).
no centro da membrana Ao aumentar a pressão
de borracha. Encoste uma atmosférica ambiente, a
extremidade de um canudo de membrana agora se ‘abaula’
refresco nessa gota, deitado para dentro — o ponteiro sobe
sobre a boca do vidro e coloque na escala (alta pressão, tempo
um peso em cima para esperar bom).
a secagem. Uma tira de lata, Esse barômetro também é
presa ao vidro com fita adesiva, sensível à temperatura, o que o
servirá de escala. torna pouco preciso quando a
temperatura não é constante.
Experiência apresentada pelo Prof. Luiz Ferraz Netto no site www.feiradeciencias.com.br

102
9

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
Participar de, pelo menos, dois jogos democráticos de
sua tropa
Participar ativamente de seu Conselho de Patrulha
contribuindo com idéias e pontos de vista.
Participar da organização e planejamento de uma excursão de patrulha; e
contribuir com idéias para as atividades de patrulha ou tropa;
Avaliar as atividades juntamente com sua patrulha ou tropa;

Os jogos democráticos expressam a vontade


da maioria
Antes de iniciar um novo Ciclo de Programa a Corte de Honra faz um
diagnóstico da situação em que a tropa se encontra, e uma vez feito este
levantamento ela define uma direção para trabalhar no novo ciclo, ou seja,
alguma coisa que se destaca como ênfase.

103
Para trabalhar esta “ênfase” a Corte de Honra sugere algumas atividades,
que depois de analisadas pelas patrulhas e, se for o caso, receberem
acréscimos, são levadas para que a tropa decida quais, entre as sugestões,
prefere realizar.
Isso se faz através dos jogos democráticos, que devem ser divertidas
atividades, que simulam diferentes situações em que os jovens representam
papéis, atuando de acordo com as regras do ambiente simulado, procurando
obter o apoio da tropa para a proposta que representam.
São chamados jogos democráticos porque permitem que, sob a forma
de um jogo de desempenho de papéis, a vontade da maioria se expresse,
mesmo quando em tais simulações nem sempre se represente uma instituição
ou atividade privativa da vida democrática.
O jogo democrático pode ser feito como se fosse um debate parlamentar,
um processo eleitoral, uma defesa ante um tribunal, um leilão público, uma
rodada de compras em um mercado, um pregão da bolsa de valores, uma
reunião ministerial ou qualquer outra situação semelhante.
É uma excelente oportunidade para que você e seus companheiros
apresentem diferentes ideias, defendam posições,
aprendam a argumentar, fazem opções e desenvolver
muitas outras habilidades e atitudes
que, você vai perceber,
fazem parte de um processo
democrático de tomada de
decisões.
Desta maneira, a
seleção das atividades
(normalmente não mais do
que duas), assim como
todas as demais fases
do ciclo de programa,
se converte em uma
atividade a mais,
que se funde com
todas as outras
que a tropa realiza
habitualmente.

104
Conselho de Patrulha
O Conselho de Patrulha é a reunião de todos os integrantes da patrulha,
para discutir e tomar decisões sobre aqueles temas que são do interesse de
todos.
Nestas reuniões se tratam de tema importantes como as atividades
que a patrulha vai realizar durante um ciclo de programa e as atividades
que vai propor na Assembleia de Tropa para que seja realizada por toda
a tropa Escoteira. Também avaliam as atividades que a patrulha tem
realizado, compartilham os comentários que cada escoteiro pode fazer a
seus demais companheiros (para ajudar na avaliação de sua progressão
pessoal), elegem monitor e aprovam o sub-monitor, distribuem os encargos
e avaliar o que se tem feito, quem assumiu esses cargos e a administração
dos recursos da patrulha.
É importante que esta reunião se faça num local cômodo e tranquilo,
sem ruídos nem distrações, para que todos possam falar e escutar. Como
só tratam certos temas, esta reunião se realiza cada vez que a patrulha ache
necessário, porém não a todo momento.
O conselho é presidido pelo monitor, porém isso não quer dizer que é a
única pessoa que fala ou que só ela decide ou ainda que ela que traz os
temas que vão decidir; sua função é coordenar as discussões para que todos
tenham a oportunidade de expressar-se. Por isso é importante que, antes da
realização de um conselho, todos os membros da patrulha conheçam os
temas que irão tratar e recebam uma pauta prévia que os ajude a preparar-
se para a discussão. A esta pauta se chama “ordem do dia”.

Patrulha Touro Local da reunião: canto da


Patrulha
Conselho de Patrulha Dia da Reunião: sábado 17
Horário: 2:30h às 3:00h da tarde

Temas que iremos conversar:


Prestação de contas do acampamento da patrulha. A cargo do Antonio - tesoureiro
da patrulha.
Conserto das barracas - a cargo do Heitor - intendente da patrulha
Nada mais foi proposto.
Se pede chegar na hora certa.
Fernando Godoy
Secretário da Patrulha.

105
Conhecendo com antecipação o temas que discutirá no
Conselho de Patrulha você pode se preparar para melhor
participar. Por exemplo, se a patrulha deve decidir que atividades
desejam realizar no próximo ciclo de programa, poderá pensar
com antecipação que coisas gostaria muito de fazer, anotando
suas idéias e comentando-as com seus companheiros.

Que notas se devem anotar em cada conselho

Cada patrulha decide o que escrever no livro da patrulha, mas quando se


tratar de anotar sobre o assunto ocorrido durante o Conselho de Patrulha é
bom que não se esqueçam algumas questões básicas:
• A data e o lugar da reunião;
• O nome dos escoteiros presentes e ausentes;
• Os temas que efetivamente foram tratados e as decisões que foram
tomadas;
• As tarefas designadas e os responsáveis por executá-las;
• A assinatura de todos os presentes.

Teste da organização da patrulha

Em sua patrulha...

Tem um livro de patrulha atualizado?


Nomearam um secretário de patrulha?
Conhecem, antes da realização do Conselho de Patrulha, os temas que
serão tratados?
O monitor, o secretário ou outro membro da patrulha toma nota durante
os conselhos de patrulha?
Preparam com antecedência os temas que serão tratados no Conselho
de Patrulha?

Lembre que o que acontece na sua patrulha depende


também de você... exerça seu direito a opinar e ajude
para que seus companheiros também o façam.

106
Excursão de Patrulha
Cinco passos para organizar uma excursão de patrulha
Mostraremos cinco passos que ajudarão a patrulha a se organizar melhor
na próxima excursão.

Primeiro passo: definir os dados essenciais da excursão.


Quando no Conselho de Patrulha decidem realizar uma excursão, devem
começar em definir claramente os seguintes aspectos:
O lugar onde desejam ir
A data em que realizarão a excursão, o que dependerá muito do calendário
programado pela sua tropa escoteira. Lembre que podem programar-se como
parte das atividades do acampamento da tropa ou da patrulha.
A duração que terá a excursão (meio-dia, um dia completo, dois dias...)
O objetivo da excursão: melhorar as habilidades de campo em patrulha,
aprender a fazer croquis, reconhecer um local para um futuro acampamento,
realizar uma boa ação, passar bons momentos juntos...
As atividades que realizarão durante a excursão, que dependerá da duração
e os objetivos que tenham proposto.
O equipamento necessário, tanto de patrulha como individual.
As permissões que podem ser necessárias, tanto dos pais, como dos chefes
e donos do local onde se fará a excursão.
O meio de transporte que usarão para chegar ao local.
O custo da atividade, considerando todos os aspectos que se tem planejado
para ela.
A forma com que obterão os recursos necessários para levar adiante a
excursão. Cada um pagará uma cota fixa? Farão campanhas para obter os
recursos? Utilizarão os recursos que a patrulha tem arrecadado?

Que queremos fazer, onde, quando e como?

Segundo passo: distribuir as tarefas prévias


Uma vez que tenham claro o que querem fazer e onde, quando e como vão
fazer, devem distribuir as tarefas que permitem tocar a frente com êxito a
excursão. Comprar os elementos faltantes da caixa de primeiros socorros da
patrulha (revisar todos os medicamentos e materiais faltantes e principalmente
ver datas de validade), verificar o estado da barraca, fazer o cardápio e
comprar os alimentos, contatar a empresa de transporte, realizar as ações
que permitam o obtenção dos recursos financeiros, etc...
107
Que devemos fazer? Que eu devo fazer?

Terceiro passo: realizar as tarefas designadas


Uma vez que esteja bem clara a tarefa que cada um tenha que realizar,
mãos a obra! Não deixem as coisas para o último momento.
Se precisar, cada um solicita ajuda a seus amigos da patrulha, aos chefes
ou aos pais.

Sou responsável de que a tarefa que me designarão esteja bem


feita e a tempo!

Quarto passo: realizar o controle final


Na reunião prévia, na saída ou algumas reuniões antes da data da
excursão, deve-se verificar que tudo está previsto para que a
excursão seja um êxito, cada responsável prestando conta de
sua tarefa e se ajudando nos últimos detalhes. Não esqueça
que devem contar com as permissões dos pais e dirigentes
para a realização da excursão. Também pode ser necessário
entregar às autoridades do local em que realizarão
a excursão a lista dos participantes na atividade,
detalhando nome completo, endereço, telefones, idade
e número das identidades.

Que fiz e que coisas ainda ficaram por fazer?

Quinto passo: contagem regressiva


O dia da saída, momentos antes de partir, se faz a última checagem para
não se esquecer de nada.

108
10

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
Demonstrar que utiliza as especialidades que conquista
para colaborar em sua patrulha, casa ou escola.
Ajudar um escoteiro da patrulha a conquistar uma especialidade.

As Especialidades e Você
Quantas vezes ouvimos alguém dizer que gostaria de ter aprendido tal ou
qual coisa ou de ter adquirido essa ou aquela habilidade, mas que deixou de
fazê-lo porque nunca teve oportunidade ou porque jamais conheceu alguém
que o estimulasse naquela direção. Você, escoteiro, é um privilegiado!
Escolha que coisas você quer aprender, que habilidades você deseja
adquirir; discuta o assunto no âmbito da tropa e...
CONQUISTE MAIS UMA ESPECIALIDADE!
Os chefes da tropa saberão orientá-lo na conquista,
para que você não seja mais um a se queixar, no futuro,
que não lhe ofereceram as oportunidades, ou que não o
estimularam para que você pudesse desenvolver todas as
suas aptidões.

O que é uma Especialidade?


Uma especialidade é um conhecimento
ou uma habilidade particular que se
possui sobre um determinado tema.
Dispor de tempo, estudar muito
e dedicar-se com afinco são
condições necessárias para que
alguém se torne um especialista.
Mas quase sempre existe um
ponto de partida, geralmente uma
pessoa ou um conjunto de circunstâncias,
que nos estimulam numa determinada
direção.

109
A prática é necessária para a conquista de especialidades.
Para ser um acampador, por exemplo, você precisa praticar
construindo pioneirias para o conforto no acampamento.

As especialidades que propomos a você pretendem ser esse ponto de


partida, estimulando a obtenção e o exercício de habilidades em torno de
um ponto específico, ajudando-o a desenvolver novas aptidões, motivando
a exploração de novos interesses e, como consequência, ajudando-o a se
tornar uma pessoa mais bem preparada para enfrentar a vida.
Portanto, mãos à obra! Aproveite essa oportunidade e circule intensamente
pelo fascinante mundo das especialidades!

As Especialidades permitem aprender, fazer e servir


Quando você decide conquistar uma especialidade é porque está
disposto a reunir informações sobre um determinado assunto (aprender),
a pôr em prática algumas habilidades relacionadas com o tema (fazer) e a
prestar algum serviço onde possa aplicar esses conhecimentos e habilidades
(servir).
Assim, independentemente do nível que você se considera capaz de
conquistar, você deve selecionar requisitos que lhe permitam aprender, fazer
e servir.
Para fazer coisas, você deve possuir um mínimo de informações prévias,
isto é, você deve, antes de tudo, aprender alguma coisa.
Seu instrutor ou examinador vai estimulá-lo a buscar esses conhecimentos,
usando como motivação para essa busca as coisas que você será capaz de
fazer, depois de aprender.
Normalmente, o instrutor ou examinador não vai ensinar nada a você,
mas vai orientá-lo para que você descubra o assunto e aprofunde seus
conhecimentos; excepcionalmente, e somente quando essa busca de

110
informações por você mesmo não se mostrar suficiente, ele poderá lhe
transmitir alguns conhecimentos complementares.
Depois de aprender e de fazer coisas, você deve colocar seus conhecimentos
e habilidades a serviço do próximo, isto é, procurar fazer com que tudo
aquilo que você aprendeu e praticou seja útil e atenda a uma necessidade
de alguém.
Embora as especialidades não se relacionem diretamente com sua
progressão pessoal, elas representam crescimento e, no Movimento
Escoteiro, crescer é igual a ser mais útil, ser mais participante, ser mais
responsável.

Especialidades de Serviço
Embora qualquer especialidade possa ser útil
ao próximo, um ramo de conhecimentos envolve
aquelas que se voltam, por excelência, para a
prestação de um serviço de qualquer natureza ao
nosso semelhante, em todos os campos da atividade
humana, incluindo a saúde, a religião, as tarefas
de natureza doméstica ou comunitária e outras
formas de servir. É o ramo de conhecimentos a que
denominamos SERVIÇOS, representado pela cruz e
pá de pedreiro.

Administração Construção Civil


Agricultura Costura
Alfabetização Criação de Animais de Estimação
Animação da Fé Cuidador de Idosos
Aquicultura Cuidados Bucais
Arte Digital Culinária Vegetariana
Babá Decoração
Barismo Defesa Civil
Biblioteconomia Defesa Nacional
Bolsa de Valores Dublagem
Braille Educação Financeira
Carpintaria Empreendedorismo
Cartografia Encadernação
Civismo Entrega de Mensagens
Confeitaria Estilismo
Comércio Exterior Etiqueta
111
Faixa do Cidadão Prevenção ao Uso de Drogas
Garçom Prevenção de Incêndio
Horticultura Prevenção em Saúde
Inclusão Primeiros Socorros
Informações Turísticas Produção de Laticínios
Internet Propaganda e Marketing
Investigação Radioamadorismo
Jardinagem Radioescuta
Jornalismo Reciclagem
Libras Reparos Domésticos
Lides Campeiras Reparos Navais (antiga Reparos
Línguas em Fibra)
Liturgia Católica Salvamento
Manicure Secretariado
Manutenção Elétrica Segurança
Maquiagem Segurança Doméstica
Marcenaria Segurança no Mar
Mecânica Aérea Segurança Pública
Mecânica de Automóveis Segurança no Trânsito
Mecânica de Motor de Popa Serralharia
Minhocultura Sinalização
Missionário Católico Sobrevivência
Navegação Aérea Sobrevivência no Mar
Nutrição Socorrismo
Observação Aérea Topografia
Paisagismo Trabalho Voluntário
Pintura Transporte Ferroviário
Prevenção ao Alcoolismo Vendas
Prevenção ao Crime Vitrines

Lembre-se que...
Para chegar a ser um verdadeiro
especialista é necessário tempo, estudo
e dedicação.
Possuir uma especialidade traz
consigo a responsabilidade de colocar
seus conhecimentos e habilidades a
serviço dos demais.
112
11

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
Participar de um fogo de conselho e de uma
apresentação com sua patrulha;
Construir, com sucata, um instrumento musical;
Conhecer e cantar algumas canções e danças tradicionais do
Movimento Escoteiro e de sua tropa, em especial, o Hino Alerta.

Fogo de Conselho

Como muitos outros, é um hábito tirado dos índios que, ao


redor do fogo, formavam seus CARBETOS, onde os velhos
chefes, cheios de nobreza, cobertos de cicatrizes ganhas nas
grandes lutas da tribo, faziam ouvir os seus conselhos.
Também ao redor do fogo reuniam-se para folgar e dançar,
para ouvir histórias das longas viagens, de sóis a sóis,
através das matas, acompanhando o serpear dos rios, e para
contar e escutar façanhas realizadas nas guerras e caçadas.
Pois é idêntico ao Fogo de Conselho dos acampamentos
escoteiros.

Extraído do Guia Escoteiro - 2ª Edição -1932 - Velho Lobo

O Fogo de Conselho de tropa consiste basicamente em um encontro


ao redor da fogueira, com duração aproximada de uma hora a uma
hora e meia de “diversão planejada”, em que se mesclam canções,
pequenas encenações, histórias breves, danças e outras atividades artísticas
apresentadas pelos jovens. Habitualmente, se organiza um Fogo de
Conselho por motivo de uma data importante para todos, ao final de um
ciclo de programa, por ocasião da última noite de um acampamento - nos
acampamentos de longa duração é comum que se realize mais de um - ou
em outras ocasiões semelhantes.

113
Sobre o conteúdo de um Fogo de Conselho recomendamos:

A programação deve ser preparada previamente, seguindo as orientações


definidas pela Corte de Honra.
No desenvolvimento do Fogo de Conselho, cada jovem tem um papel
a cumprir, seja nos detalhes de organização do evento, na manutenção
do ambiente em geral ou nos números artísticos apresentados por sua
patrulha.
Os números artísticos das patrulhas devem ser curtos, variados e de bom
gosto.
Como o ritmo do dia, que se inicia cheio de alegria e movimento para
chegar ao repouso da noite, o ritmo do Fogo de Conselho vai da alegria
expansiva ao recolhimento.
No acampamento, o final do Fogo de Conselho coincide com o momento
em que os jovens se retiram para seu campo de patrulha e vão dormir.
Quando se realiza na cidade, os pais podem ser convidados, embora
isso nem sempre seja conveniente, pois a tropa também necessita fazer suas
comemorações de maneira privada.
O Fogo de Conselho pode ter um tema central, em torno do qual giram
as diversas apresentações: uma lenda, um fato histórico, uma retrospectiva
dos fatos pitorescos ocorridos durante o acampamento e muitos outros.

Que tal elaborar uma esquete para próximo Fogo de Conselho?

114
Sucata e Reciclagem
Considera-se sucata aquilo que se tornou definitiva e totalmente inservível
para o uso a que se destinava originalmente, somente se prestando ao
emprego, como matéria-prima, na fabricação de outro produto.
Já a reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade
aproveitar materiais cuja vida útil já se esgotou (sucatas de obsolescência),
ou que foram gerados de forma não intencional (sucatas de processo),
reintroduzindo-os na cadeia produtiva. É um processo de reaproveitamento
desses materiais descartados, de forma a reduzir a quantidade de lixo
produzido, principalmente aqueles de materiais que demoram a se
decompor e a se reintegrar no meio ambiente, dentre os quais podem ser
citados os derivados da borracha, metal, papel, plástico e vidro.
Cada material reciclável deve ser separado em recipientes de coloração
padrão já que são coletados separadamente:

• Recipientes verdes são utilizados na coleta de vidro,


• Recipientes vermelhos são utilizados na coleta de pilhas,
• Recipientes amarelos são utilizados na coleta de metal e plástico,
• Recipientes azuis são utilizados na coleta de papel,
• Recipientes pretos são utilizados na coleta de madeira,
• Recipientes laranjas são utilizados na coleta de resíduos perigosos,
• Recipientes brancos são utilizados na coleta de lixo ambulatorial,
• Recipientes roxos são utilizados na coleta de resíduos radioativos,
• Recipientes marrons são utilizados na coleta de resíduos orgânicos,
• Recipientes cinzas são utilizadas na coleta de materiais não recicláveis.

115
A reciclagem beneficia o meio ambiente,
a economia e a sociedade, já que diminui a
poluição, melhora as condições de limpeza
da cidade, prolonga a vida útil de aterros
sanitários, melhora a produção de compostos
orgânicos, gera emprego, estimula a produção de
materiais com fonte reciclável, valoriza a limpeza pública e
melhora a consciência ecológica.
A reciclagem de diversos tipos de materiais é uma atividade que já
movimenta R$ 3 bilhões ao ano no país, gerando milhões de empregos
diretos e indiretos.
O alumínio é o material mais lembrado quando se fala em reciclagem
devido, principalmente, às suas propriedades que permitem que ele seja
reutilizado inúmeras vezes sem perder suas características físico-químicas,
pelo valor econômico atrativo e pela boa disponibilidade. Na reciclagem
de latas de alumínio para bebidas, o Brasil é líder mundial, registrando
índice de mais de 96% de reaproveitamento.

Reaproveitando sucata

Existem muitas possibilidades de reaproveitamento doméstica daquilo


que é sucata, cujo destino seria a reciclagem ou o descarte. Fazemos isso
muitas vezes, mesmo sem perceber, quando, por exemplo, cortamos parte
de uma garrafa pet para fazer um vaso de flor ou um alimentador para
pássaros.
Um desafio
para você e seus
companheiros de
patrulha é fazer esse
reaproveitamento
de sucatas. Que
tal, por exemplo,
usar sucata para
montar diferentes e
úteis instrumentos
musicais? Veja
alguns exemplos.

116
Chocalho de Lata de Alumínio os furos com cuidado. Prenda o
Material necessário pedaço de papel vegetal em uma
• 01 lata de alumínio das extremidades com elástico ou
• Grãos de feijão, milho, arroz ou fita adesiva.
areia grossa Aperte a outra extremidade para
• Fita adesiva
Modo de fazer:
Coloque uma boa quantidade de
um tipo de grão ou de areia dentro
da lata. Em seguida feche a abertura que seja possível soprar por ela, e
com fita adesiva. Para personalizar, toque cobrindo ou descobrindo os
você pode enfeitar seu chocalho furos ao longo do tupo.
com figuras que você imprime e
cola, ou pode pintar sua lata com Violão de Caixa de Sapatos
tinta plástica. Material necessário
• 1 caixa de sapatos com
tampa.
• 6 elásticos de dinheiro
• Fita adesiva
• Cola
Modo de fazer:
Recorte uma abertura na tampa da
caixa de sapatos. Da parte que foi
retirada corte dois pequenos pedaços
O divertido é que variando o que de papelão, de mais ou menos 8 x
vai dentro da lata, seja o tipo de 4 cm, dobre ao meio (ficando 8 x
grão ou a quantidade, o chocalho 2 cm) e cole sobre a tampa, mais
fará um som diferente. próximo da extremidade.

Flauta de Papelão
Material necessário
• 01 tubo grande de papelão –
que pode ser o tubo vazio de papel
alumínio ou tubo de filme de PVC, do
tipo que se usa para cobrir comida. Prenda a tampa com fita adesiva
• Um pedaço de papel vegetal e coloque os 6 elásticos em volta
• Elástico ou fita adesiva da caixa, passando sobre os dois
Modo de fazer: pedaços mais alto nas extremidades
Fure o tubo com lápis ou recorte e pelo buraco no centro da caixa.

117
Cantando Nossos Hinos
Hino Alerta
Ra-ta-plan, do arrebol, Escoteiros vede a luz!
Ra-ta-plan, olhai o sol do Brasil, que nos conduz!
(Estribilho)
Alerta, ó Escoteiros do Brasil, alerta!
Erguei para o ideal os corações em flor!
Ó mocidade ao sol da Pátria já desperta:
À Pátria consagrai o vosso eterno amor!
Por entre os densos bosques e vergéis floridos
Ecoem as nossas vozes de alegria intensa
E pelos campos fora, em cânticos sentidos,
Ressoe um hino ovante à nossa Pátria imensa!
Alerta! Alerta! Sempre Alerta!
Um-dois, um-dois, um!
(Estribilho)
Unindo o passo firme à trilha do dever,
Tendo um Brasil feliz por nosso escopo e norte,
Façamos o futuro em flores antever
A nova geração, jovial, confiante e forte!
Mas se algum dia, acaso, a Pátria estremecida
De súbito bradar: Alerta! Ó Escoteiros!
Alerta respondendo, à Pátria nossas vidas
E as almas entregar, iremos, prazenteiros!
Alerta! Alerta! Sempre Alerta!
Um-dois, um-dois, um!
(Estribilho)
O Hino Alerta é de autoria de Bevenuto Cellini

O Hino Alerta é uma forma de expressar nossa alegria por tudo o que
representa ser um escoteiro.

118
“Avançam as patrulhas”
Uma tradicional canção escoteira:

Conheça também os hinos do Mar e do Ar ao final deste guia,


nos conjuntos específicos para essas modalidades.
119
12

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
Ler e escrever mensagens usando um código secreto
de sua patrulha;
Utilizar corretamente um rádio comunicador numa
atividade de sua patrulha
Montar um blog, lista de e-mails ou projeto similar que contribua para
melhorar a comunicação em sua patrulha ou tropa;

Os Códigos Secretos
Para garantir que ninguém se inteirava dos segredos da primeira
expedição oficial dos Estados Unidos da América, em partes desconhecidas
do território, o Presidente Jefferson idealizou um sistema de escrita em código
para trocar mensagens
com o explorador M.
Lewis. A palavra chave era
ALCACHOFRAS. Não foram
encontradas mensagens
trocadas por ambos,
mas isso não significa
que não tenha existido
porque, segundo relatam
os historiadores, é muito
provável que o presidente
Jefferson tenha recebido,
decifrado e após destruído
as mensagens para que não
ficassem rastros.

120
As patrulhas também podem proteger suas mensagens usando
códigos ou chaves secretas. Para poder trocar mensagens secretas entre
os membros de uma patrulha, é necessário que todos concordem com a
chave que utilizarão.
Os romanos utilizavam um método que consistia em mudar as letras
do alfabeto para que outras ocupassem seu lugar. Por exemplo, se
mudássemos a letra “A” sete casas a direita, a letra “H” iria substituí-la.
Veja a seguir:

Alfabeto original
A B C D E F G H I J K L M

Alfabeto em
A B C D E F
chave T U V W X Y Z

Alfabeto original
N O P Q R S T U V W X Y Z
Alfabeto em G H I J K L M N O P Q R S
chave

As letras que sobram se colocam nos primeiros lugares.


Utilizando este código romano, a frase “nos veremos no sábado as 7”
seria assim escrito:

“UVZ CLYLTVZ UV ZHIHKV HZ 7”

Para decifrar a mensagem, bastará saber quantos espaços a direita se


deslocarão as letras do alfabeto.

Criptografia é uma palavra de origem grega que se forma a


partir das palavras cripto-oculto e graphos-escrita e se refere às
técnicas de escrita secreta.

121
Uma patrulha bem comunicada
As comunicações são parte importante do funcionamento de uma boa
patrulha. Uma forma de transmitir uma notícia de maneira rápida e segura
é utilizando uma cadeia de chamados.
A cadeia de chamados é um procedimento no qual cada um que faz
parte da patrulha é responsável de transmitir a notícia que recebeu a outro
integrante da patrulha. O resultado só acontecerá se cada integrante souber
previamente a quem deve contatar e a mensagem deve voltar
para a pessoa que iniciou, e só assim saberão que a cadeia
fechou.
A informática nos dá outros meios rápidos, econômicos
e eficientes de comunicação: o correio eletrônico
e o chat.
Você sabe o que é uma lista de distribuição?
Quem sabe pode montar uma com os
integrantes da sua patrulha; entrarem num
acordo de dia da semana e hora para
entrar em contato em um canal de chat;
ou construir uma página web da patrulha
que permita manter informação “on
line”. Se você gosta de informática,
pode preparar um pequeno projeto
para a patrulha e que este faça parte
de uma especialidade.

Usando um Rádiocomunicador

Os rádiocomunicadores são ideais para quem precisa manter contato


permanente, em locais não muito distantes. A maior facilidade é a
comunicação simples e eficiente, com um apertar de um botão. Trata-se de
equipamento compacto, de baixo custo e fácil utilização, que não necessita
de programação especial ou utilização se softwares.
Como se trata de um equipamento de rádio de baixa potência, não
necessita da licença de operação de radiofrequência junto a Anatel. Pode
ser operado por qualquer pessoa.
Normalmente um aparelho simples tem alcance médio de 3 quilômetros,
mas existem outros, mais potentes, que alcançam em torno de 10 quilômetros
em campo aberto. A qualidade e o alcance de transmissão dependerá, em
muito, do relevo e nível de obstrução do local.

122
Os aparelhos são dotados de diferentes canais, e para que possam
comunicar-se devem estar no mesmo canal. Em alguns eventos escoteiros é
comum que a coordenação defina canais para alguns serviços, como por
exemplo, que o canal 4 será da segurança, o canal 2 do transporte e assim
por diante. A boa educação determina que não se invada estes canais para
manter outro tipo de comunicação.
Algumas regras básicas de uso dos rádios:
• O aparelho de rádio é projetado para maximizar o desempenho e
melhorar o alcance de transmissão. Não se usam os aparelhos quando se
esteja a menos de 5 metros de distância.
• Verificado o canal antes de transmitir - O rádio tem vários canais
compartilhados, razão pela qual se deve definir qual será usado.
• Não se fala em um canal se alguém está falando sobre ele, e se for
absolutamente necessário, peça licença ao entrar em uma interrupção.
• Para verificar a atividade em um canal antes de falar, aperte o
botão de falar. Se você ouvir estática, o canal está livre para usar.
• Falar e ouvir – para falar mantenha pressionado o
botão apropriado. Ao terminar sua fala, independente
de você dizer o tradicional “câmbio” (troca) que passa a
palavra ao outro lado, o aparelho emite um sinal sonoro
para avisar que é a vez do outro falar.
• Para falar mantenha o rádio a uma distância de 5 a
8 cm de distância da própria boca.
• Seja educado e cortês, sem piadas ou palavras de
mal gosto.

Ferramentas de Internet e a comunicação


Correio Eletrônico
O temo “E-Mail” significa “correio eletrõnico”, que é um
sistema que permite compor, enviar e receber mensagens
através de sistemas eletrônicos de comunicação.
Para usar este sistema o usuário tem que ter um “endereço
eletrônico”, que é algo tipo “seunome@provedor.com.br”. Este endereço é

123
único em todo o mundo, e é composto pela designação
do usuário + @ (o símbolo arroba, que em inglês
significa “at” – em) + designação do provedor (terra,
escoteiros, gmail, hotmail, etc.) + domínio (a expressão
.com, .gov, .org) + abreviatura do país (.br para Brasil,
.cl para Chile, etc.)
Conhecendo-se o endereço eletrônico da sua caixa
postal, qualquer pessoa poderá enviar uma mensagem
(e-mail) para você. Todas as mensagens enviadas ficam armazenadas no
servidor de e-mail do seu provedor, até que você acesse a Internet e as veja,
recebendo-as em seu computador, salvando-as ou eliminando-as.
Uma das formas de melhorar a comunicação é fazer uma lista de e-mails
dos componentes da patrulha ou tropa, ou montar um “grupo”, no qual as
mensagens são endereçadas ao grupo e todos os seus membros recebem
tudo. Muitos provedores da internet – Gmail, Terra, Google, Yahoo, etc.,
permitem e orientam a montagem de um grupo.

Blog
Um blog (contração do termo "Web log”) é um site cuja estrutura permite
a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou
"posts". Estes podem ser escritos por um número variável de pessoas, de
acordo com a política do blog.
Muitos blogs fornecem comentários ou notícias sobre um assunto em
particular; outros funcionam mais como diários online. Um blog típico
combina texto, imagens e links para outros blogs, páginas da web e mídias
relacionadas a seu tema. A capacidade de leitores deixarem comentários
de forma a interagir com o autor e outros leitores é uma parte importante
de muitos blogs. A grande vantagem é que um Blog da patrulha pode ser a
forma de comunicação direta entre seus membros, além de um lugar para
expor fotos e relatórios de atividades.
Alguns sistemas de criação e edição
de blogs são muito atraentes pelas
facilidades que oferecem, disponibilizando
ferramentas próprias que dispensam o
conhecimento mais profundos. Muitos
sites oferecem gratuitamente serviço de
hospedagem de blog com ferramentas
que ajudam na configuração da página
na web.

124
13

DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
Participar ativamente da construção de pioneiras num
acampamento de tropa, aplicando pelo menos os
seguintes nós e amarras: direito, volta do fiel ou volta da
ribeira, nó de escota, amarra quadrada e diagonal.
Saber utilizar e conservar as ferramentas típicas de uma patrulha
(machadinha, facão, etc.) e demonstrar os cuidados básicos com os
utensílios de campo (como lampiões e fogareiros);
Participar da construção de um fogão suspenso ou forno de
acampamento.

Alguns Nós Úteis Para a


Construção de Pioneirias
Características de um bom nó:

De fácil e rápida confecção É resistente


Desfaz-se rapidamente Serve para o uso que é destinado.

Nó direito
Utiliza-se para unir dois cabos da mesma espessura.

Nó direito alceado
Como o nó direito simples é utilizado para unir dois
cabos da mesma espessura, porém possui uma alça
que desata o nó quando puxada. Geralmente é usado
quando o nó direito não é permanente e precisará ser
desfeito mais tarde.

125
Nó de escota
Utiliza-se para unir dois cabo de diferentes
espessuras, ou um cabo de uma alça.

Nó de escota alceado
Mesma utilidade do escota, só que mais fácil de
destar. É muito utilizado para prender a adriça
na alça da bandeira.

Volta do Fiel
É uma volta simples de grande
utilidade. Basicamente serve para
atar um cabo em volta de um
bastão ou poste, especialmente
se o cabo é submetido a tensão. Por
isso, é uma volta usada na maioria
das amarras.

Volta da Ribeira
Utilizado para prender um cabo a um poste
ou bastão (tronco, galhos, etc.), depois
mante-lo sob tensão.

Amarras
Para fazer construções, é necessário conhecer no mínimo dois tipos de
amarras: a quadrada e a diagonal.
A amarra quadrada se usa para unir dois pedaços de troncos cruzados
em ângulo retos e quando o peso aplicado sobre eles tende a fazer um
deslizar sobre o outro.
Para começar, se faz uma volta do fiel em um dos troncos. (fig. 1)
Logo se dá três voltas aos troncos, tal como mostra a figura, ajustando
fortemente em cada volta. (fig. 2)

126
Finalmente aperte essas voltas com três voltas, enforcando a amarra com
firmeza e termine com volta do fiel e nó direito (fig. 3) para unir as duas
pontas do cabo. (fig. 4)

1 2 3 4
A amarra diagonal serve para unir dois troncos que formam um ângulo
mais aberto e assim deverá manter sua posição quando submetido a uma
tensão que tende a separá-los.
Comece por fazer a volta da ribeira em um dos troncos. (fig. 1)
Logo realize algumas voltas passando o cabo entre os ângulos opostos
maiores. (fig. 2)
Continue dando voltas com o cabo entre os ângulos opostos menores (fig. 3).
Para que a amarra fique firme, dê umas voltas entrecruzadas como mostra a
imagem e termine com a volta do fiel e nó direito unindo as pontas (fig. 4)..

1 2 3 4
Uma das nossas características como escoteiros é o gosto
pelas atividades de contato com a natureza. Sabemos que para
desfrutar mais e melhor dos acampamentos e excursões devemos
conhecer certas técnicas, como o uso correto dos cabos, saber
fazer nós e amarras e montar barracas.

127
A construção de um Tripé
O tripé tem muitas utilidades, em diversas ocasiões: está na base de
construção de muitas pontes, passarelas e mesas ou simplesmente para
sustentar panelas sobre o fogo.

1. Coloque os três pedaços 2. Comece dando uma


de varas na posição como volta do fiel em uma das
mostra a figura varas

3. Dê voltas com o cabo na 4. Arremate a amarra com três voltas entre


forma de oito em volta das varas as varas e termine com outra volta do fiel
na vara diferente da que começaste.

É muito importante saber vários nós diferentes para poder usá-los em


situações de perigo ou mesmo para construir pioneirias e jogos.
Converse com seu monitor para que ele lhe ensine outros nós.

128
Uso de Equipamentos:
Ferramentas de Corte
As ferramentas de corte, como a faca, o canivete, o serrote, o facão e
a machadinha, são instrumentos muito úteis para se usar no mato. É no
acampamento, ou dentro do mato, que se pode andar de faca, facão ou
machadinha na cintura, quando eles são necessários. Em atividades na
cidade, nunca os use na cintura. No máximo leve um canivete no bolso.
Além de ser proibido por lei, é perigoso para você e para as pessoas ao
seu redor.
Apesar de servirem para cortar, as ferramentas não devem ser
usadas indiscriminadamente, ou seja, não podemos esquecer
que um escoteiro não machuca uma árvore. Se precisar de
madeira ou bambu para pioneiria, só cortará com permissão.
Nem todos agem como escoteiros, pois existe gente que assim
que se vê com uma faca na mão, começa a dar facadas nas árvores
sem nenhum objetivo. Eles não se dão conta que a casca da árvore é
como a nossa pele. A árvore perde seiva pelo corte e pode até morrer, ou
então várias doenças podem entrar pelo corte e chegam a matar a árvore.
Todos as ferramentas de corte requerem cuidados especiais:
Mantenha-as sempre limpas, secas e afiadas.
Se elas ficam pelo chão, ou enterradas no solo, a umidade e a sujeira
acabam com elas.
Se ficam esquecidas à noite, a chuva e o orvalho podem enferruja-las,
além de que alguém pode se machucar nelas.
Se ficam perto do fogo, o calor destempera o aço, tornando a lâmina
imprestável.
Quando terminar o trabalho, coloque a ferramenta limpa e afiada na
bainha ou estojo.
Limpe bem a lâmina antes de guardar na bainha ou estojo, porque
depois de sujar a bainha por dentro, ela é que suja a ferramenta.
Sempre que a ferramenta não estiver em uso, deixe-a na bainha.
Não use a faca, ou canivete, para abrir latas, pois isto estraga a
lâmina e pode causar acidentes.
Não martele as ferramentas. Se você não está conseguindo cortar,
talvez seja porque não está sendo usada a ferramenta adequada.
Parece mentira, mas quanto mais afiada está uma ferramenta de corte,
menos perigosa ela é. A faca sem fio escapa em vez de cortar e dá bem
mais trabalho.
129
Além destas questões de segurança, cuidar da manutenção das
ferramentas também significa economia, pois assim elas podem durar bem
mais tempo e prestar bons serviços a você.

Faca
Para afiar sua faca ou canivete use uma pedra
de amolar. Esfregue o fio de lado contra a pedra,
como se quisesse tirar uma lasca da pedra. Repita
de um lado para outro, até estar bem afiado. Limpe
bem a lâmina e pronto.
Quando estiver usando a faca ou canivete, corte
sempre de seu corpo para fora, pois assim evitará
acidentes. Esfiapar gravetos para começar um fogo
é bom para treinar. Segure um graveto numa ponta
e vá cortando lascas, como se quisesse fazer uma ponta, mas deixe as
lascas no graveto até ele ficar parecendo um pinheiro. Três ou mais destes
gravetos já nos ajudam a iniciar um fogo.

Facão e machadinha
A machadinha é um machado de pequenas dimensões, que é adequada
para cortar a lenha que precisamos para cozinhar. O facão é indicado para
abrir uma trilha no mato, que fechou para falta de uso; limpar de pequenos
arbustos o local que você vai montar seu acampamento; e realizar trabalhos
leves, substituindo a machadinha, como por exemplo, fazer entalhes para
encaixar peças de pioneiras, fazer ponta em vara de pequeno diâmetro, etc.
Para usá-los, siga estas regras de segurança:
Trabalhe afastado dos demais, de preferência a uns 3m de distância da
pessoa mais próxima.
Trabalhe de preferência no “canto do lenhador”, ou seja, aquela área
cercada onde apenas a pessoa da
patrulha encarregada de cortar lenha
deve entrar. Neste canto também há um
tronco seco grosso, também chamado
de cepo, que serve para apoiar o que
esta sendo cortado.
Quando golpear, faça-o sempre para
fora de seu corpo. Observe que o facão
ou machadinha errar o alvo, não atinja Corte para fora
nenhuma parte de seu corpo.

130
Não fique andando de um lado para outro com a ferramenta na mão.
Terminado o trabalho, limpe a ferramenta e passe um óleo ou graxa
para evitar que enferruje.
Não use a machadinha como martela ou marreta.
Preste muita atenção quando passar a ferramenta para outra pessoa.
Tenha certeza que ela está firmemente segurando a ferramenta.

Observe com atenção os desenhos abaixo que mostram como se deve se


proceder para amolar a machadinha.

Afiando a machadinha: Afiando com a lima:


Pedra de afiar

Tronco

Retocando o fio:
Lima
Lima

Estaca

Veja agora alguns exemplos de como usar a machadinha:

Ângulo de corte

Toco de madeira

131
Cortar um galho Rachar um galho

Cortando um tronco

Canto do lenhador

Lenha

Porta ferramentas

132
Lampiões e fogareiros
Uso de lampiões
São dois os tipos de lampiões mais usados pelos escoteiros: à gás e a
querosene. O lampião á gás devido a facilidade de uso, limpeza e menor
risco de acidente, deve ser preferido. Para o uso de qualquer tipo de
lampião, é muito importante observar as seguintes regras:

Antes de usar:
Verificar na sede as condições do lampião: Conforme o tipo de lampião,
observe o seguinte:

Lampião simples a querosene


- Tamanho do pavio ou mecha
- Quantidade de combustível (dependendo
do transporte às vezes é melhor levar vazio,
para não derramar)
- Estado do vidro (leve reserva).

Lampião de pressão a querosene


- Estado da “camisinha” (tenha sempre
algumas reservas).
- Quantidade de querosene (dependendo do
transporte as vezes é melhor levar vazio, para
não derramar).
- Quantidade de agulhas.
Lampião de pressão a
- Reserva de álcool, para acender.
- Estado do vidro. (leve reserva). querosene

Lampião a gás
- Estado da “camisinha” (leve reserva).
- Quantidade de gás no bujão e reserva.
- Se o lampião se adaptar ao bujão disponível.
- Estado do “filtro” ou “vaporizador”
- Estado do vidro (leve reserva).
- Estado dos anéis de borracha de vedação. (se estiverem ressecados, com
rachaduras, troque).

133
Durante o uso
- Coloque sempre o lampião em lugar firme e plano.
- Se pendurar, verifique antes se a pioneiria ou galho
suporta realmente o peso,
- Não coloque onde possa apanhar chuva ou orvalho.
Deixe-o sob o toldo da cozinha, na barraca de
intendência ou cubra-o com um plástico depois que
esfriar.
- Jamais deixe qualquer lampião apagado dentro da
barraca ou no local em que você estiver dormindo! Há
perigo de vazamento, e acidente mortal.
- Transporte com cuidado, evitando choques ou
pancadas. Se o lampião estiver aceso ou se foi apagado
há pouco, cuidado com onde põe as mãos, pois pode
queimar-se gravemente.

Acendimento
A maneira de acender um lampião varia de acordo com o tipo, mas
sempre tome as seguintes precauções:
- Que o botijão esteja em local ventilado (nunca dentro da barraca)
- Que o lampião esteja firme, sem risco de tombar.
- Que não haja nada de inflamável por perto (álcool, querosene, gasolina,
plástico etc.)
- Que haja combustível, que a “camisa” ou mecha esteja em perfeito
estado.
- Que o lampião esteja bem fixado ao bujão de combustível.

Vamos ver agora como se acende cada tipo de lampião.

Querosene simples
Levanta-se o vidro pressionando a alavanca que existe para esse fim,
normalmente próximo a base do vidro. Suspenso o vidro, aproxima-se a
chama do fósforo ao pavio. Quando acender, baixa-se o vidro, e regula-se
a chama, para que não escureça o vidro. Para apagar, basta suspender o
vidro e soprar.

Querosene a pressão
O processo para acender esse tipo de lampião, varia de acordo com o seu
fabricante. Portanto o melhor é consultar alguém que possua um lampião
igual e que já tenha prática em seu manejo.
134
A gás
Se a “camisa” estiver em perfeito estado, abra um
pouquinho a torneira de gás e aproxime a chama do
fósforo (pela abertura existente) da “camisa” sem tocá-la.
O lampião está aceso. Aumente o fluxo de gás, torcendo
o botão da torneira e terá maior claridade. Para apagar é
só fechar a torneira.

Trocar a “camisa”
Remova a parte superior e retire o vidro. Tire a
camisa danificada e amarre no mesmo local uma
nova. Aperte o barbante com cuidado para não
romper. Recoloque todas as peças no lugar e fixe a
tampa com o parafuso.
Para acender com a “camisa” nova, depois do
lampião montado acenda a “camisa” sem ligar o
gás nem tocá-la com fósforo. Quando ela estiver
queimada, abra um pouquinho a torneira e acenda o
lampião conforme já foi explicado.

Limpeza
Qualquer equipamento dura mais e presta melhores
serviços se for bem cuidado. Portanto, mantenha o
seu lampião sempre em boa ordem, livre de sujeira e
ferrugem. Verifique sempre o seu estado antes e depois
de cada atividade, reparando ou trocando alguma
Lampião a gás com
peça sempre que houver necessidade.
carga descartável

Lembre-se que observar essas regras pode evitar acidentes


desagradáveis.

Uso de fogareiros
Os fogareiros que podem ser usado são a gás e o de querosene a pressão.

As regras de segurança
As regras de segurança são idênticas as que já foram explicadas para uso
do lampião. Vamos apenas lembrar uma das mais importantes:

135
- Em nenhuma hipótese durma próximo a um fogareiro, mesmo apagado.
- Cuide para que a mangueira não fique encostada no fogareiro, evitando
que ela derreta e cause acidente.
Para que os fogareiros possam prestar bons serviços, é indispensável que
sejam mantidos limpos e em ordem. O que foi falado sobre limpeza de
lampiões, também vale para fogareiros.

Fogareiro a querosene (pressão)


- Quantidade de combustível.
- Quantidade de agulhas.
- Álcool para acender.

Fogareiro a gás
- Quantidade de combustível.
- Se a rosca se adapta ao bujão disponível.
- Estado das borrachas de vedação.
(troque se estiverem ressecadas, com
rachaduras).

Acendimento
Para acender cada tipo de fogareiro e só ler com atenção as instruções
abaixo:

Fogareiro a querosene (pressão)


- Abra a saída de ar.
- Coloque o álcool no queimador e acenda.
- Quando o álcool estiver no final, feche a saída de ar e bombeie.
Pronto, esta aceso! Se houver algum problema com a chama pode ser
entupimento, use a agulha. Para apagar e só abrir a saída de ar.

Fogareiro a gás
Fixe muito bem no bujão (se houver vazamento é porque os anéis de
borracha da vedação estão velhos. Troque-os) Abra a torneira do gás e
aproxime o fósforo aceso do queimador,
- Se a chama não estiver satisfatória, gire o anel da entrada de ar.
- Para apagar é só torcer a torneira em sentido contrário.

136
Fogão Suspenso
Em um acampamento de vários dias é muito útil construir um fogão
suspenso, que é mais confortável, higiênico e seguro para trabalhar.

A primeira etapa é a construção


de uma base suspensa fixa, no
local onde será a cozinha. Para
calcular a altura desta base é
importante considerar, também,
a altura do cozinheiro. Devemos
lembrar que o fogão será
construído sobre a base, e que
sobre o fogão será colocada uma
panela com alimento quente.
Assim, para que o cozinheiro não tenha que mexer em uma panela que
esteja muito alta, correndo riscos de um acidente, a base deve ser montada
na altura de seu joelho.
Uma vez montada a base deve-se começar a montar o fogão, primeiro
com uma camada de folhas misturada com barro, e sobre ela uma camada
de arreia. Sobre isso se monta, com mais barro e pedras, o fogão em si.
É muito provável que o barro rache com o calor, e por isso a camada de
arreia é importante para não deixar as brasas alcançarem a base de bambu
ou madeira.
O fogão deve ser construído com uma parede ao fundo e duas paredes
laterais, deixando a frente aberta
para alimentar o fogo com
lenha. Essas paredes devem ter
uma altura em torno de 15 a 20
centímetros, e sobre elas deverá
ser colocada a grelha ou as varas
de ferro para sustentar as panelas
e outros utensílios.

É muito importante que se


construa o fogão suspenso com
ao menos um espaço de trabalho
junto, para repousar panelas.

137
Forno de Acampamento
Existem várias possibilidades para construir um forno, mas vamos tratar
de um tipo rústico, com poucos recursos, que você pode construir mesmo
num local muito distante. É o Forno de Barro.
Para construir esse forno você vai precisar de
muito barro (tipo argila) úmido e maleável.
Também é necessário algum material que
ajude na estrutura das paredes. E vamos
propor o uso de bambu, cortado em tira,
mas também podem ser usados galhos e
cipós. Também é interessante ter bastante
pedras, principalmente para fazer a base do
forno.
Comece cortando varas de bambu de
aproximadamente 11/2 m, bem verde (são mais
flexíveis), e divida cada um em um mínimo de 4 tiras. Use essas tiras para
montar a estrutura do forno, que servirá para ser aplicado barro por cima.
Comece juntando umas 8 varas, juntando-as com um sisal pelo centro
(sem apertar), e curve cada uma das varas amarrando suas duas pontas
com sisal. Quando todas estiverm curvas, você terá uma espécie de
estrutura de guarda-chuva (sem o pano). Agora basta pegar as outras
varas e ir “costurando”, como se estivesse fazendo um grande cesto. Deixe
uma entrada para a abertura do forno.
Feita a montagem, veja que área ele vai ocupar e prepare a base, com
muita pedra e barro. Fixe a estrutura no chão e comece a aplicar barro
sobre ela, prendendo o barro no trançado dos bambus, e fazendo uma
camada grossa como parede. Deixe no alto um pequeno orifício para
alimentação de ar.
O primeiro uso vai queimar, internamente, o bambu que não estiver
recoberto de barro, e após isso o forno estará pronto para receber seus
pratos favoritos.
A maneira de usar este forno é fazendo fogo com madeira
grossa até que se forme um bom braseiro. Use um galho
para limpar o forno das brasas (algumas podem ficar ao
redor) e coloque o prato a assar. Tampe a entrada do
forno com uma pedra ou um pedaço de madeira,
para não perder o calor.

138
Meu Desenvolvimento do

Caráter
A tartaruga evoca a determinação,
a tranquilidade e a estabilidade.
Em algumas culturas aparece como
símbolo que sustenta o mundo e
representa a integridade nos valores,
própria do caráter.

Conhecer suas capacidades,


reconhecer suas limitações, querer
se superar constantemente, esforçar-
se para que reflita em sua vida
os valores da lei e da promessa
escoteira, ser leal, alegre e otimista,
são alguns dos desafios que esta área
de desenvolvimento propõe.

Este emblema existem pessoas com grandes chamas e com


japonês, é símbolo pequenas chamas e com chamas de todas as cores.
de longa vida. Existe gente com chama serena, que não se importa
com o vento e gente com a chama revolucionária
que enche o ar de fagulhas; algumas chamas
simplórias, não iluminam nem queimam. Mas
outras ardem a vida com tanta vontade que não se
pode olhá-la sem piscar e quem se aproxima entra
também em combustão.
Eduardo Galeno
139
14

DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER
Propor objetivos e ações para melhorar em alguns
aspectos da sua vida;
Participar da avaliação de sua progressão pessoal e das de seus
companheiros em Conselho de Patrulha.
Avaliar o seu desempenho e o de seus companheiros nos cargos de
patrulha;

Sei que posso ser cada dia melhor...


Os itens que aparecem neste guia são metas que propomos para que
você seja melhor. Mas, além deles você pode, se quiser, escrever suas
próprias metas.

Objetivos que me proponho para Ações que realizei para alcançar o


melhorar. objetivo.


Para ser melhor você conta com a ajuda dos outros...
Recorde sempre que as coisas que deseja, as mais importantes, somente
são alcançadas com esforço e dedicação, e nunca esqueça que conta com
a ajuda de seus amigos de patrulha, sua família, seus professores e seus
chefes escoteiros.

140
Avaliação da progressão pessoal no Conselho de Patrulha

Participar de avaliação da progressão pessoal, sua e de seus companheiros


de patrulha, é uma forma de ajudá-los a progredir e ser cada vez melhor.
A cada certo tempo a patrulha se reúne para avaliar a progressão pessoal
de seus membros. Esta avaliação se faz em um Conselho de Patrulha, em
um ambiente fraterno em que cada um pode dizer o que sente e pensa de
maneira respeitosa e amiga.
Estas perguntas podem ajudá-lo a orientar esta avaliação:
Estas mesmas perguntas podem lhe servir para avaliar sua progressão
pessoal junto com os chefes.
Avaliação dos cargos
de patrulha
be que tem
* Você perce po?
nesse tem
progredido No Conselho de Patrulha
ndido? se determinam e designam
s tem apre
* Que coisa os cargos dos membros
tou de ter
* Você gos da patrulha, e também ali
aprendido? se avalia o desempenho
vo c ê nesses cargos.
iculdades
* Quais dif Avaliação significa falar
?
encontrou sobre o bom e o ruim de
b eu a jud a de seus como se fizeram as coisas.
* Você rece ef es?
ro s e ch Deve haver espaço para
companhei
do o falar o que não deu certo
se esforça
* Você tem e como se pode corrigir
?
suficiente para que isso não volte a
ec to s vo c ê acontecer, e aquilo que teve
sp
* Em que a a r?
deve mel h or bom resultado e agir para
pensa que
que o que isso se mantenha
e seja cada vez melhor.
Por isso você não deve
ter medo nem vergonha. A avaliação sobre como você tem desempenhado
seu cargo vai ajudá-lo a ser melhor e, se sua patrulha esquecer, lembre que
deve haver avaliações a cada certo tempo. Avaliar ajuda a crescer.

141
Este quadro pode servir para avaliar seu desempenho e o dos demais
membros da patrulha em seus cargos.

Assumi o cargo de:


As responsabilidades de
meu cargo são:
Me foi designado em um
Conselho de Patrulha no
dia:
Você recebeu
cooperação de seus
companheiros de
patrulha?
Você pediu ajuda
quando necessitou?
Dedicou o tempo
suficiente?
Contou com as
condições necessárias
para realizar seu
trabalho?
Você trabalhou com
vontade?
Agradou-lhe o cargo que
tem na Patrulha?
Que outro cargo você
gostaria de exercer?
Desempenhando
meu cargo aprendi as
seguintes coisas:
Que aspectos do
desempenho eu devo
melhorar?

142
Em agosto de 1907, Baden-Powell
realizou em Brownsea o que seria o
primeiro acampamento escoteiro da
história. Pela manhã do primeiro dia do
acampamento, os jovens formaram quatro
patrulhas que denominaram Maçarico,
Corvo, Lobo e Touro.
Todos os dias Baden-Powell se reunia
com os monitores das quatro patrulhas,
e revisava com eles as atividades que se
realizariam no dia seguinte. Em seguida
ensinava aos monitores técnicas de
pioneirismo, campismo, sinalização, etc.
Ao final do dia avaliavam o desempenho
dos integrantes de cada patrulha

143
15

DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER
Explicar o significado da Lei e da Promessa Escoteiras
aos novos integrantes da sua patrulha;
Participar corretamente das cerimônias com os símbolos
nacionais e saber cantar o Hino Nacional

Conhecendo e explicando a Lei e a


Promessa Escoteira
Você não deve apenas conhecer a Lei e a Promessa Escoteira, como
também compreender aqueles valores que você é convidado a viver.
Estas são algumas atividades que você pode realizar para explorar o
significado da Promessa e Lei Escoteiras:
1. Procure para cada um dos artigos da Lei Escoteira testemunhos de
feitos e pessoas de expressão nacional ou mundial que, em sua opinião,
sejam exemplos do que a Lei Escoteira nos pede. Pode perguntar aos seus
chefes, amigos e familiares, ou buscar em livros, jornais, revistas e outros
meios de comunicação.
2. Percorra sua comunidade, conheça a história das pessoas que vivem
ali, e busque entre elas aquelas que sejam exemplos dos valores expressados
na Lei Escoteira: um comerciante honesto é uma pessoa que respeita o bem
alheio, assim como uma enfermeira que cuida de uma pessoa pobre é uma
pessoa que está sempre alerta para ajudar o próximo.
3. A tropa pode manter, como um hábito e tradição, um quadro a ser
realizado em todos os fogos de conselho, denominado de “comerciais
da Lei e Promessa”, em que cada patrulha, em sequência, apresente um
pequeno e rápido anúncio sobre um artigo da Lei Escoteira.
4. Também podem escolher algumas da histórias pessoais ou feitos
explorados anteriormente, e representá-lo em um fogo de conselho ou,

144
ainda, publicar usando alguma técnica de comunicação – jornal, diário
mural, etc.
5. Você pode explicar a um novo integrante da patrulha o que significa
para você a Lei e a Promessa Escoteira, usando algum exemplo encontrado
no primeiro item.

Esta é a Lei Escoteira

O escoteiro tem uma só palavra e sua


honra vale mais que sua própria vida.
O escoteiro é leal.
O escoteiro está sempre alerta para
ajudar o próximo e pratica diariamente
uma boa ação.
O escoteiro é amigo de todos e irmão
dos demais escoteiros.
O escoteiro é cortês.
O escoteiro é bom para os animais e as
plantas.
O escoteiro é obediente e disciplinado.
O escoteiro é alegre e sorri nas
dificuldades.
O escoteiro é econômico e respeita o
bem alheio.
O escoteiro é limpo de corpo e alma.

145
A Promessa Escoteira

As Cerimônias de Hasteamento e
Arriamento da Bandeira Nacional
Preparando a bandeira para a cerimônia de hasteamento.
A formação da tropa será em ferradura, com o chefe e assistentes se
colocando na sua abertura, lateralmente e um pouco afastados do mastro.
É importante que se verifique, com antecedência, se os nós de fixação da
bandeira na adriça são os certos e devidamente apertados, evitando-se que
a bandeira se solte, em decorrência de um nó frouxo ou mal aplicado; assim
como se a perna de subida da adriça está amarrada no canto superior da
bandeira, evitando-se que seja hasteada de cabeça para baixo;
O chefe convida dois membros juvenis, previamente definidos, para que
se dirijam ao mastro, onde retiram a “cobertura”, um deles se coloca com
o mastro às suas costas, tendo nas mãos a adriça que deve ser puxada;
enquanto o outro, com a bandeira em suas mãos, se coloca de frente e
afastado do mastro, formando com a adriça um triângulo retângulo, cujo
ângulo reto está justamente na pessoa que fica junto ao mastro.
Quando está tudo preparado a pessoa que está com a bandeira dirige-se
ao chefe dizendo: “CHEFE, BANDEIRA NACIONAL PRONTA!”,
O chefe, então, dirá:
- ALERTA TROPA, FIRMES!

146
Todos ficam firmes.
- BANDEIRA NACIONAL EM SAUDAÇÃO!
Todos fazem a saudação.
- HASTEAR!
A pessoa que estiver junto ao mastro vai puxando a adriça, de maneira
uniforme, enquanto o outro vai liberando a adriça e mantendo-a esticada,
de tal forma que a bandeira possa alcançar o topo do mastro.
Quando a bandeira atingir o topo, a pessoa que está junto ao
mastro continua segurando a adriça, enquanto o outro se
aproxima, recolhendo a sobra, que será presa ao mastro.
Enquanto isso é feito o chefe comanda o descansar.
Feito isso, os dois colocam a cobertura,
distanciam-se 3 metros do mastro e, voltando-
se para a bandeira fazem a saudação,
retornando em seguida para os seus
lugares.

ARRIANDO: O processo
segue o mesmo ritual, com
pequenas mudanças na
sequência.

Inicialmente os dois chamados dirigem-se até 3 metros do mastro e fazem


a saudação, para após retirarem a cobertura e preparem o triângulo com
a adriça. As frases são as mesmas, com a alteração do verbo hastear por
arriar. Feito o arriamento as duas pessoas desatam a bandeira da adriça,
que será recolhida, e dobram a bandeira, que será entregue ao chefe, após
o que retornam aos seus lugares.

147
Hinos
Hino Nacional
Autor: Francisco Manuel da Silva

Ouviram do Ipiranga às margens pláci- Deitado eternamente em berço


das esplêndido
De um povo heróico o brado retumbante Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América
Brilhou no céu da pátria nesse instante, Iluminado ao sol do novo mundo !

Se o penhor dessa igualdade Do que a terra mais garrida


Conseguimos conquistar com braço Teus risonhos lindos campos têm mais
forte, flores
Em teu seio, ó liberdade, Nossos bosques têm mais vida,
Desafia o nosso peito a própria morte ! Nossa vida, no teu seio, mais amores.

Ó pátria amada, Ó pátria amada,


Idolatrada, Idolatrada,
Salve! Salve ! Salve! Salve !

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce. O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu, risonho e E diga o verde-louro desta flâmula
límpido, Paz no futuro e glória no passado.
A imagem do cruzeiro resplandece.
Mas se ergues da justiça a clava forte,
Gigante pela própria natureza Verás que um filho teu não foge à luta,
És belo, és forte, impávido colosso, Nem teme quem te adora a própria
E o teu futuro espelha essa grandeza, morte

Terra adorada. Terra adorada.


Entre outras mil, Entre outras mil,
És tu, Brasil, És tu, Brasil,
Ó pátria amada ! Ó pátria amada !

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil. Brasil.

148
Bandeira Nacional
Todo escoteiro tem
o dever de conhecer
a bandeira de seu
País e saber preparar,
h a s t e a r, a r r i a r a
Bandeira Nacional.
A fabricação da
Bandeira Nacional
obedece a regras
bem definidas por
lei. Seja qual for o
tamanho, este sempre
será determinado pela
largura do pavilhão
que se divide em 14 partes, ou módulos iguais e o comprimento deverá
compreender a medida de 20 módulos.
MAS O QUE É UM MÓDULO? O módulo significa uma unidade de medida
da bandeira, ou melhor, torna-se por base a largura desejada da bandeira,
divide-se em 14 partes iguais e cada uma destas partes será considerada
uma medida ou um módulo.
Portanto, para a confecção da bandeira serão mantidas as seguintes
proporções:
A largura deverá ser de 14 módulos, o comprimento é de 20 módulos, a
distancia dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será um módulo
a sete décimos (1,7M), o círculo azul no meio do losango amarelo terá raio
de três módulos e meio (3,5M), o centro dos arcos da faixa branca estará
a dois módulos (2M) à esquerda do ponto do encontro do prolongamento
do diâmetro vertical do círculo com a base do quadrado externo (ponto
C indicado na figura), o raio do arco inferior da faixa branca será de oito
módulos (8M), o raio do arco superior da faixa branca será de oito módulos
e meio (8,5M) e, finalmente, a largura da faixa branca será de meio módulo
(0,5M) com as letras da legenda ORDEM E PROGRESSO, escritas com a cor
verde, colocadas no meio da faixa e com a altura de um terço do módulo
(1/3M) com o detalhe que o P ficará sobre o diâmetro vertical do círculo.
Observem o desenho e as medidas corretas para traçar a bandeira e o
esquema para memorizar a posição das estrelas.

149
16

DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER
Explicar, a partir do seu ponto de vista, o que significa
ser leal;
Aplicar o conceito de lealdade em jogos e atividades de sua
patrulha e tropa;

O Escoteiro é Leal
A lealdade - ou fidelidade, que é a mesma coisa – é, antes de tudo, a
confirmação do que acreditamos e uma demonstração de fé daquilo que
achamos importante.
Ser leal significa que nossas ações respondem a confiança que é
depositada em nós, que nos mantemos verdadeiros aos sentimentos, e que
somos pessoas firmes e constantes.
Nossos pais, nossos professores, nossos irmãos, nossos amigos, nossos
chefes escoteiros e nossos companheiros de patrulha, todos esperam de nós
uma conduta leal, ou seja, esperam que sejamos sinceros e nossas ações
estejam de acordo como aquilo que afirmamos.
Evidentemente não se trata de ser leal a qualquer coisa. Essa dedicação,
que é a lealdade, só pode existir quando nossas atitudes estejam de acordo
com os outros valores escoteiros. Não se pode, sob o pretexto de ser leal a
alguém, mentir para outros, agir contra as normas da nossa sociedade ou
enganar outras pessoas que confiam na gente.

150
Um escoteiro se esforça para que as outras pessoas o reconheçam
como leal. Fala só a verdade e assume aquilo que faz. Suas palavras são
garantidas por suas ações. Principalmente, sua lealdade se expressam na
síntese de nossa Promessa: o amor a Deus; o serviço ao país, sua terra e sua
gente; e o esforço contínuo para viver os valores contidos na Lei Escoteira,
tais como a verdade, a solidariedade, a proteção à vida e à natureza, a
alegria, a limpeza de coração.
Essa lealdade, enfim, passa a fazer parte da nossa identidade pessoal.
Se é verdade que nós, seres humanos, vivemos a vida sempre aprendendo
e evoluindo, e isso provoca mudanças na nossa forma de ser, encontramos
nossa identidade na lealdade que prometemos a nós mesmos, aos outros,
ao mundo e a Deus.

Kim, personagem do livro de Rudyard Kipling, embora


filho de um sargento inglês a serviço na Índia, cresceu
tendo como companheiros de jogos os meninos hindus,
e sua capacidade de estabelecer vínculos de
amizade era tão grande que seu apelido
era “amiguinho de todo mundo”. Mesmo
sendo essa a sua natureza, foi capaz de
ingressar no serviço secreto e cumprir
importantes missões com o máximo
de lealdade. Também ao velho monge
tibetano, a quem resolveu ajudar na
peregrinação, Kim manteve-se leal, mesmo
diante de ameaças e do esgotamento físico.
151
17

DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER
Participar como animador em um acampamento de sua
patrulha
Conhecer historias de pessoas que se sobrepuseram em
momentos difíceis e os relatar aos seus companheiros de patrulha.

Animando o Fogo de Conselho da Patrulha


Em cada Fogo de Conselho alguém dever assumir a função de animador.
Nos acampamentos de patrulha isso também deverá acontecer. O animador é
o responsável pelo desenvolvimento da programação e animação do Fogo de
Conselho. Para isso poderá contar com a ajuda de outros, conforme necessitar.
Suas principais tarefas são:

Cuidar da montagem do Fogo de Conselho e de seu


acendimento.
Convidar seus companheiros para que assumam atividades
dentro do Fogo de Conselho.
Montar uma programação, mesmo que seja bastante simples,
tendo uma sequência do que acontecerá e os responsáveis.
Será uma espécie de “mestre de cerimônias”,
convidando quem está na vez pela programação.
Puxar canções ou, no caso de outro puxá-
la, reforçar mais fracas.
Mostrar entusiasmo e entusiasmar os
participantes.
Cuidar para que o fogo se mantenha acesso
e colocar mais lenha, quando necessário.

152
As representações e esquetes de Fogo de
Conselho
O fundador Baden-Powell disse sobre representar: “Eu nem precisaria
enumerar os vários pontos de desenvolvimento que delineiam uma
representação, tais como auto-expressão, concentração, desenvolvimento
da imaginação, o patético, o humor, o equilíbrio, a disciplina, a instrução
histórica e moral, etc. Os jogos de representações e improvisações são
justamente tão bons em sua forma como os espetáculos mais altamente
elaborados e ensaiados”.
Representar, além de ser muito
divertido, dá oportunidade sãs para
expressar os vários sentimentos,
e ajudam a adquirir mais
segurança em si mesmos
e cria situações propicias
para desenvolver e incentivar
a criatividade, a facilidade
de expressão, a alegria, a
sociabilidade, as habilidades
artísticas e a autoconfiança.
O principal objetivo da
representação no Fogo
de Conselho é estimular
a imaginação, valorizar a
observação e melhorar a
memória.
As apresentações podem girar
em torno de comédias, história
brasileira e mundial, temas sobre
a Lei e a Promessa, esquetes sobre
a vida escoteira, passagens na vida de
personalidades importantes e exemplos de condutas, etc.
Baden-Powell era um exímio ator, conhecedor das técnicas de
caracterização a ponto de conseguir se fazer passar por diversos
personagens. É importante saber se caracterizar adequadamente quando
fazemos um papel em uma esquete, e para isso deveremos considerar o uso
de vestuário adequado, a maquilagem e a postura.

153
A caracterização implica em usar roupas e peças próprias do personagem,
Esta roupa, além das peças normais, pode ser reforçada por ornamentação,
dando destaque para os pontos chaves do personagem. Por exemplo – um
policial fica mais bem configurado se estiver de posse de um cassetete. Um
mágico deve possuir um chapéu próprio e uma varinha, e assim por diante.
A MAQUILAGEM deve ser cuidadosamente preparada. Existem produtos
especiais que podem ser comprados em farmácias. Sobrancelhas cerradas,
bigode e barba podem ser confeccionados com fios finos de uma vassoura
de pêlo preso em fita crepe. Maçãs do rosto, queixo pontudo e rugas podem
ser confeccionados com massa de jornal (mistura de jornal picado, trigo e
água) e pintados.
Tudo isso, entretanto,
só obterá sucesso se a
POSTURA for própria
do personagem.
O uso da voz, o
maneirismo, o
jeito de andar, etc.,
são indispensáveis
para bem identificar
o personagem.

Escoteiro Símbolo do Brasil


Caio Vianna Martins nasceu em Matosinho em 13 de julho de 1923, Minas
Gerais, arraial que hoje virou cidade.
Entrou para o Escotismo no grupo que era patrocinado pelo Ginásio
Afonso Arinos, em Belo Horizonte, onde estudava. Isso aconteceu em 10 de
setembro de 1937. Mais tarde Caio se tornaria monitor da Patrulha Lobo.
Na noite de 19 de dezembro de 1938 o escoteiro Caio Vianna Martins, aos
15 anos de idade, estava com seu destino traçado, semelhante aos grandes
heróis da história. A comissão executiva do Grupo Escoteiro Afonso Arinos

154
organizou uma excursão técnica-cultural a São Paulo. A
delegação era formada por 25 membros.
A composição do trem noturno estava formada com
11 vagões, sendo o do meio, 1ª Classe, ocupado pelos
escoteiros. A viagem se desenrolava normalmente até que
às 2h05 da madrugada do dia 19 de dezembro, entre
as pequenas estações de Sítio e João Aires, aconteceu
o terrível desastre, quando se chocaram o trem noturno
que descia, com o trem cargueiro que subia. Muitos
vagões descarrilaram, outros engavetaram e alguns se
levantaram.
O vagão da frente ao ocupado pelos escoteiros saltou
dos trilhos, atravessando para a direita, engavetando-se,
partindo-se e tombando sobre o barranco, comprimido
pela pressão dos carros restaurante e leito.

155
Os escoteiros que resistiram ao impacto das composições reuniram-se
em um ponto à direita da estrada. Nesse momento o grupo sentiu falta do
escoteiro Gerson Issa Satuf e do lobinho Hélio Marcos. Na procura ambos
foram encontrados mortos.
Do vagão-leito foram retirados colchões e cobertores, usados para abrigar
os sobreviventes. Para uma cabine foram levados os feridos com maior
gravidade. Alguns escoteiros trabalharam na confecção de macas com
lençóis e paus enquanto os demais, com as tábuas que foram retiradas dos
vagões, fizeram uma fogueira para iluminar o local, facilitando o trabalho
de salvamento.
Os primeiros socorros chegaram somente às sete horas da manhã (cinco
horas após o acidente). Os passageiros feridos, inclusive alguns escoteiros,
foram transportados para Barbacena. No desastre morreram 40 pessoas.
O monitor Caio recebeu forte pancada na região lombar, sofrendo
esmagamento e hemorragia interna. Retirado do vagão pelos companheiros
e recolhido ao vagão leito, Caio Martins parecia dar sinais de estar melhor.
Pouco depois quando seria levado para Barbacena e notando que um
enfermeiro se aproximava com a maca, ele
olhou ao redor e viu que havia outros feridos
mais necessitados. Encarando o enfermeiro
disse: “Não. Há muitos feridos aí. Deixe-
me que irei só. Um Escoteiro caminha com
as próprias pernas”. Acompanhado dos
amigos, seguiu andando, para a cidade. O
esforço que fez, porém, foi muito grande.
Ao chegar ao hotel golfadas de sangue
saíram de sua boca, em consequência da
hemorragia interna que sofreu. Levado para
a Santa Casa veio a falecer às duas horas
do dia 20 na presença de seus pais. Foi
sepultado no cemitério de Bonfim, zona norte
de Belo Horizonte, junto do Escoteiro Gerson
e do Lobinho Hélio Marcos.

É preciso estar preparado para enfrentar as situações inesperadas.


Ter conhecimento sobre socorros de emergência é muito importante
para um escoteiro. Andar com as próprias pernas também significa ser
capaz de tomar decisões em momentos mais graves.

156
18

DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER
Respeitar e apoiar as decisões tomadas no
Conselho de Patrulha, ainda que não esteja de
acordo;
Ajudar a melhorar a organização de seu Conselho de Patrulha;
Participar da eleição do monitor da sua patrulha

As decisões do Conselho de Patrulha serão


respeitadas por todos
O Conselho de Patrulha participam todos os escoteiros da patrulha e
é o momento de propor idéias, discutir, argumentar a favor ou contra e
finalmente tomar uma decisão que todos devem respeitar e levar adiante,
tenham estado de acordo ou não.
Se isso não fosse assim ocorreria que aquelas decisões que se tomaram
no Conselho de Patrulha logo podem mudar, se esquecer ou simplesmente
alguns levam adiante e outros não, então rapidamente todos perderiam
seus interesses em participar pois a vida dessa patrulha deixaria de ser
democrática.

157
Num Conselho de Patrulha, as decisões se podem tomar...

Por consenso: todo mundo está de acordo e compartilha a decisão! Isso


se dá depois de haver dedicado um bom tempo em discussão sobre o tema,
escutando os argumentos a favor e contra e se necessário negociando para
chegar a um acordo. Em muitos casos, este diálogo melhora a proposta
inicial. Tomar a decisão por consenso tem a vantagem de envolver a todos
da decisão tomada.

Por voto: a decisão tomada é aquela que representa a maioria, ou seja,


a expressa pelo voto majoritário. Depois de ter sido dedicado um bom tempo
para a discussão e não podendo chegar a um acordo, então é o momento
de votar. O risco neste tipo de eleição é perder de vista o que deseja a
minoria ou não contar com o entusiasmo e apoio de todos os integrantes da
patrulha. Na vida de patrulha, esta forma é usada principalmente quando
não é possível chegar a um acordo por consenso. Isso pode acontecer
porque as posições pessoais são pouco flexíveis e as vezes porque a
quantidade das pessoas envolvidas na decisão nada ou quase nada fazem
para chegar a um consenso.

Uma coisa está clara, por consenso, por votação ou qualquer outra
forma que tenhamos decidido na tomada de decisões, participamos todos
e ficamos responsáveis para levá-las adiante.

158
Para o bem da patrulha é necessário
administrar as diferenças e resolver os conflitos
A negociação é um exercício de convivência, a maneira mais democrática
de resolver diferenças. E, essas diferenças são próprias da natureza humana.
Onde houver mais de uma pessoa haverá, com certeza, duas opiniões
diferentes sobre muita coisa.
Sabemos que a existência de opiniões diferentes enriquece a convivência.
Uma patrulha que tem várias pessoas pensando tem mais probabilidade
de sucesso do que outra, em que seus membros evitam pensar. Mas, para
aproveitar bem essa riqueza é necessário que as divergências sejam mantidas
dentro do campo das idéias apenas, e os conflitos sejam rapidamente
resolvidos.
E por conflitos podemos entender coisas pequenas e grandes, que são
próprias da vida da patrulha, como a conservação de equipamentos, o
local e a data de realizar um acampamento, onde aplicar os recursos da
patrulha, o filme que a patrulha quer ir à noite do sábado, etc.
Negociação é um processo no qual duas ou mais partes, com objetivos
comuns e controversos, debatem e discutem idéias e propostas claras com
a finalidade de conseguir um acordo. É a maneira mais democrática de
resolver divergências e encontrar soluções.

159
Nas discussões dentro da patrulha todos são responsáveis em manter um
clima cordial, que busque uma solução. Existem três tipos de posturas para
negociar, são elas:

Postura ganha-ganha, onde o objetivo é buscar um resultado


benéfico para todos. Neste caso é muito provável que se consiga
uma solução;
Postura ganha-perde, onde se um ganha o outro perde, e o
que se destaca na discussão são os próprios interesses de cada
parte. Neste caso, em que se parece estar em uma batalha, o
acordo é pouco provável;
Postura perde-perde, onde todas as partes não estão
dispostas a ceder para que possa ocorrer uma composição sadia
e igualitária, onde é quase certo que não haverá acordo.

Para que as diferenças de opinião dos membros da patrulha não se


transformem em conflitos, existem algumas condições que devem ser
mantidas:
a) manter na patrulha um ambiente de fraternidade e amizade;
b) que cada um explique o que está pensando e sentindo;
c) que todos tenham em mente os interesses coletivos e procurem o que
é melhor para todos;
d) que o monitor compartilhe as decisões com todos;
e) que as lições do passado não sejam esquecidas, mas que se planeje
olhando para o futuro;
f) que todos trabalhem para o benefício de todos;
g) que se tenham planos para alcançar o que se deseja; e
h) as soluções busquem resultados positivos para todos.

160
Meu Desenvolvimento

Afetivo
A flor, símbolo de beleza, harmonia e bom gosto, desde tempos remotos
tem sido considerada como expressão de afeto.

Ser capaz de dizer o que acontece com você; o que lhe aborrece, o que
dói, o que lhe faz sentir bem, o que lhe anima; conseguir dominar essas
emoções para que não machuque os demais e pedir ajuda a seus amigos
quando precisar de apoio, é parte do desafio que propõe esta área de
crescimento. Escutar e respeitar outras pessoas, atuar com afetividade,
relacionar seus sentimentos com a expressão da sua sexualidade, reconhecer
igual dignidade entre homens e mulheres e compartilhar com sua família o
que você está vivendo, são, também, outros importantes desafios.

Se queremos um mundo de paz e justiça


temos que colocar decididamente a
inteligência a serviço do amor.
Antoine de Saint-Exupery

Flores escolhidas de uma cerâmica do antigo Egito,


uma das primeiras civilizações conhecidas. 161
19

DESENVOLVIMENTO AFETIVO
Pesquisar os malefícios de drogas e entorpecentes;
Contribuir na manutenção de livro de patrulha;
Participar de um turno de ronda em um acampamento de Tropa;
Registrar, em algum tipo de diario ou arquivo, os principais momentos da
sua historia pessoal.

Drogas, inimigos da saúde e da sociedade.


Drogas lícitas e ilícitas
Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética, que introduzida
no organismo modifica suas funções. Existem, pois, drogas que são usadas
como medicamentos, mas também aquelas substâncias proibidas, de uso
ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o
humor e o comportamento.
As drogas lícitas são substâncias que podem ser produzidas, comer-
cializadas e consumidas sem nenhum problema. Mesmo que possam trazer
prejuízos ao consumidor, são liberadas por lei e aceitas pela sociedade.
Entre as principais drogas lícitas estão as substâncias que contenham álcool,
nicotina e cafeína.
As drogas ilícitas são aquelas proibidas de serem produzidas, comer-
cializadas e consumidas. Tais substâncias podem ser estimulantes, depressivas
ou perturbadoras do sistema nervoso central, o que perceptivelmente
altera em grande escala o organismo. São, de modo geral, substâncias
que provocam grave dependência, produzindo um estado de intoxicação
crônica, nociva ao indivíduo e à sociedade, determinada pelo consumo
repetido de uma droga, e cujas características são:
1. Irresistível desejo causado pela falta, que obriga a continuar a usar
droga;
2. Tendência a aumentar a dose; e
3. Dependência de ordem psíquica (psicológica) ou física acerca dos
efeitos das drogas.
Essas drogas, que por serem proibidas entram no país de forma ilegal,
através do crime organizado, provocam um grande mal para as pessoas e
para a sociedade. Entre elas estão a maconha, cocaína, crack, ecstasy, LSD,

162
inalantes, heroína, barbitúricos, morfina, anfetaminas, clorofórmio, ópio e
outras.
Por causa das drogas muitas vidas promissoras são perdidas; muitas
pessoas com talento se transformam em criminosos; muitos pais sofrem e
muitas famílias são destruídas. Por tudo isso, tenha uma posição firme e seja
sempre muito direto quando se falar em drogas: DIGA NÃO!

O Fumo
O tabaco tem origem numa espécie de planta
(Nicotiniana Tabacun), originária da América do
Sul, viscosa, com grandes folhas e numerosas
flores rosadas ou avermelhadas.
O tabaco comercial obtém-se das suas folhas
que, depois de recolhidas, são penduradas
a secar, com o objetivo de perder a água. Em
seguida são atadas em grandes fardos, submetendo-
se a fermentações posteriores, para diminuir a
percentagem de matérias albuminóides e de alcalóides, que
permitem aumentar o aroma, uniformizar a cor e uma melhor conservação.
Depois fica armazenado para melhorar qualidade. Antes da elaboração
são adicionadas essências aromatizantes e substâncias estimulantes, para
finalmente serem transformados em cigarros e comercializados.
Os perigos
Dos seus perigos destaca-se o efeito estimulante, embora nocivo, que
atua sobre o sistema nervoso. Este se deve a sua percentagem de nicotina,
mas o fumo do tabaco contém ainda outras substancias nocivas, tais como
o benzopireno, considerado cancerígeno.
O tabaco provoca um aumento de atividade cardíaca, queda da pressão
arterial, aumento da atividade intestinal, diminuição da secreção glandular.
Afeta a visão e o olfato. Ao fumar entram em ação as venenosas bases de
piridina do fumo, que excita, sobretudo o bulbo raquidiano e provocam
enjôos, vômitos, palpitações e diarréia.
O tabagismo crônico é responsável por arteriosclerose precoce,
distúrbios circulatórios, distúrbios digestivos, câncer pulmonar e outros
malefícios.
É importante ter consciência sobre os malefícios do cigarro, já citados,
e como este vício vai contra a opção de uma vida saudável, feita
por você quando passou a fazer parte do Movimento Escoteiro.
Que fazer? A escolha será sempre sua. O nosso conselho só

163
pode ser um: seja esperto, não fume!

O Álcool
Vamos abordar os perigos do álcool etílico,
conhecido como álcool comum, obtido pela destilação
e que já era conhecida dos povos primitivos.
O consumo em quantidade de vinho, cerveja,
licores e aguardentes e outras bebidas semelhantes,
embriagam, produzindo sonolência. O grau
de embriaguez, depois de ter consumido uma
quantidade razoável de álcool, depende de diversos
fatores, como, por exemplo, o peso da pessoa, a sua
constituição física, a sua habituação ao consumo de
álcool, tipo e hora de ingestão da ultima refeição.
A ingestão excessiva do mesmo produz danos no
fígado, estômago, rins, cérebro e nervos, podendo
conduzir ao delírio e ao estado de coma.
O álcool entra imediatamente no sangue, o
que provoca a redução de reflexos, colocando os
operadores de máquina, por exemplo, em situação
de perigo ( a si mesmo e aos outros ).
A grande maioria dos acidentes de trânsito, desde os mais simples até
verdadeiras tragédias, com mortes, mutilações permanentes e feridos,
especialmente entre jovens adolescentes, têm como principal causador
o álcool, que, aliado ao excesso de velocidade e outras imprudências,
colaboram para colocar o Brasil como um país de trânsito excepcionalmente
violento.

O abuso prolongado, crônico, tem conseqüências gravíssimas.


Evidentemente que podemos continuar a descrever inúmeros outros
malefícios causados pelo consumo de álcool, entre eles: a violência com os
familiares, os problemas nos estudos e no emprego, entre muitos outros.
Não deixe se envolver nessa situação. Recuse o álcool, nem que seja
(como dizem) para fazer um brinde ou "socialmente". Troque-o por sucos de
frutas ou outras bebidas mais saudáveis.
Mais tarde como adulto, homem ou mulher, se assim o desejar, beba
sempre com moderação, e lembre sempre: álcool e a direção de veículos é
uma mistura que só traz sofrimentos e perdas irreparáveis.

164
O Livro de Patrulha
É nele que se registram as coisas importantes que se passam na patrulha
e a seus membros. Dizendo de outra maneira, no livro de patrulha está a
história da patrulha.

O que ocorre no conselho de patrulha também é parte dessa história e


por isso o secretário toma nota no livro dos temas que conversaram e das
decisões que foram tomadas durante o Conselho da
Patrulha.

Para que serve um Livro de Patrulha?

Para contar as história e passagens mais


divertidas, incluindo acampamentos, excursões,
etc.
Para conservar fotos importantes das atividades
e dos integrantes da patrulha.
Para registrar as saudações e assinaturas de
visitantes e amigos da patrulha;
Para saber exatamente das decisões tomadas. Para os que estiveram
ausentes se informarem sobre as discussões e decisões tomadas;
Para não voltar a discutir aqueles assuntos que já havíamos tomado uma
decisão;
Para que o monitor leve a Corte de Honra e o use com auxiliar de
memória;
Para ter um registro, uma
memória dos assuntos que a
patrulha discutiu e decidiu podendo
usá-las como um banco de idéias.

Para que manter atualizado o Livro


de Patrulha?
Para ter recordações dos bons
momentos passados juntos:
pelo prazer de relembrar, alguns
meses ou anos mais tarde, aquela
excursão, esse projeto que tanto

165
trabalhamos, as cerimônia, os acampamentos...ainda que passe o tempo,
os grandes momentos da patrulha ficarão para sempre nessas páginas.
Para apresentar a história da patrulha a um novo integrante:
quer melhor carta de apresentação que um livro que conte a história da
patrulha, símbolos e tradições, que fale o que estamos fazendo juntos?
Quanto mais conheça a história da patrulha, mais rapidamente sentirá fazer
parte dela.
Para aprender com as experiências: para tirar novas ideias de
velhas atividades, saber sobre locais de acampamento e excursões na qual
a patrulha tenha participado; para não começar do zero, nem para inventar
a roda novamente; para não cair outra vez em erros já cometidos.
Para expressar os sentimentos: que tenham vontade de contar, de
compartilhar com os companheiros. Pode ser um desenho uma foto, um
texto...
Escrever é uma forma de expressar nossos sentimentos e emoções, como
desenhar, cantar, dançar ou conversar. Ajuda-nos a conhecermos e a
expressar a necessidade que todos temos de contar o que sabemos e o que
tem acontecido. Arrisque-se a escrever! Com o tempo e a experiência seus
textos serão cada vez melhores.
Na sua patrulha existe o Livro de Patrulha?
Um especial e diferente, escrito e desenhado
por vocês com as coisas que gostam? Vocês
o atualizam regularmente? Foi nomeado um
responsável pela sua manutenção e cuidado?

Rondas e vigias nos acampamentos


Quando o acampamento não for em terreno cercado, protegido de
estranhos e do acesso de animais domésticos e de criação, é necessário
fazer, durante a noite, serviço de vigilância.
É interessante que este trabalho seja feito por duplas, de uma mesma
patrulha, juntando-se os menos experientes com os mais experientes.
Em um acampamento de tropa este trabalho pode ser feito por escala de
meia hora para cada dupla. Em um acampamento de patrulha a duração
do período de vigia pode ser estendido para uma hora.

166
A ordem das duplas pode sorteada pela chefia ou acertada pela Corte
de Honra, ou, nos acampamentos de patrulha, definida pelo monitor. De
qualquer maneira é prudente que os jovens que dormem em uma mesma
barraca se sucedam primeiro, e que cada um saiba onde estará dormindo
o que o substituirá, evitando ter que acordar os demais naquela hora.
Os instrumentos dos vigias devem ser apenas lanternas e bastão. Nunca
se deve deixar equipamentos de corte ou com pontas com os vigias, sob
pena de alguém machucar-se.
Este serviço é muito útil, mas não deverá haver abuso. A maior parte do
tempo noturno deve ser reservado para o sono e descanso.

Registrando a própria história


Os viajantes e exploradores mantinham registro de suas viagens e
descobrimentos em um diário pessoal, onde relatavam suas aventuras, suas
alegrias e tristezas, além de mapas dos lugares percorridos, desenho de
paisagens, flora e fauna, enfim, de todas aquelas coisas que os exploradores
pensavam que era importante deixar registrado.
Seu crescimento e desenvolvimento pessoal também é uma viagem, em
que surgem possibilidades de seguir novos caminhos, de fazer escolhas, de
enfrentar obstáculos e superar desafios.
E esta aventura pessoal torna-se ainda mais intensa neste momento
especial da sua vida, em que você dá os primeiros passos no mundo da
adolescência, que vai lhe oferecer novidades e mudanças.
167
Algumas transformações começam a ocorrer a partir dos 11 anos de
idade. As primeiras mudanças serão físicas, ou seja, acontecem no corpo,
mas também acontecem mudanças psicológicas, que irão se refletir na sua
maneira de agir.
Todas as pessoas passam por isso. Em alguns as mudanças podem ser
uma surpresa, quando percebem que algumas coisas diferentes estão
acontecendo. Mas, decididamente não se preocupe! São mudanças normais,
que acontecem com todas as pessoas, uns mais cedo, outros mais tarde.
Evidentemente tudo isso pode causar dúvidas e alguma confusão. Alguns
sentimentos aparecem, de forma mais forte, com os quais você não tem
ainda experiência. Com calma você vai conseguir lidar com isso, e vai
somando lições de vida que o ajudarão a crescer.
Assim como é preciso um mapa para percorrer um caminho desconhecido,
também é necessário reunir informações sobre a aventura pessoal.
Conversar com os pais sobre suas emoções e suas dúvidas, compartilhar
com seus amigos, ajudando e aceitando ajuda, são desafios que devem ser
vencidos.
Como em qualquer outra, na aventura pessoal nem sempre você vai
conseguir o que deseja. Junto com as conquistas você vai colecionar,
também, alguns fracassos; junto com os êxitos você aprenderá a conviver
com a frustração; junto com a alegria você viverá, também, momentos de
tristeza.
O que queremos lhe propor é que você, igual aos antigos exploradores,
também mantenha algum tipo de registro daquelas coisas que fazem parte
da sua aventura pessoal. É uma boa maneira de ter claro os caminhos por
onde você anda, além de preservar sua própria história.
Um diário ou arquivo pessoal, por exemplo, pode conter histórias,
sentimentos, desenhos, recortes ou cópias,
fotos, croquis, e tudo aquilo
que registra a sua história
nesta magnífica aventura
que é a juventude.
Você pode ter um diário
de papel para escrever,
ou um arquivo digital, ou
uma caixa ou arquivo onde
coloca suas coisas. O mais
importante é dedicar-se a
registrar sua própria história.

168
Para confeccionar um diário pessoal
Veja algumas opções de como montar um diário pessoal:

• Compre um caderno
e coloque capa ou uma • Tire as folhas limpas de cadernos
pintura que goste. Com velhos, corte-as no tamanho desejado para
fotos, papeis coloridos, seu caderno pessoal, una as folhas com cola
tecido, cola e alguns ou perfure-as e prenda com uma fita. Não
poucos elementos você esqueça de confeccionar uma boa capa,
pode fazer um lindo que pode ser com cartolina de diferentes
trabalho. cores onde será colada foto ou feito um
desenho especial.

• Junte várias folhas brancas de papel tamanho A-4, carta


ou ofício (são os mais fáceis de encontrar no comércio). Junte
uma capa de cartolina colorida. Dobre todas as folhas ao meio,
junte-as e grampeie na dobra. Mantendo o caderno dobrado,
corte as sobras das folhas com uma guilhotina ou com um
estilete. Se quiser você pode confeccionar seu caderno pessoal
com papel reciclado.

169
20

DESENVOLVIMENTO AFETIVO
Participar de um debate sobre um filme ou um
documentário com temática ambiental ou social;
Participar ativamente nas assembléias expressando sua
opinião de forma respeitosa;
Propor temas para debater em seu Conselho de Patrulha;
Participar da avaliação de um acampamento de tropa

Organizando Debates
Os debates e o Escotismo
Em todos os órgãos de tropa irão acontecer, uma hora ou outra, algum
debate. Veja alguns exemplos: No Conselho de Patrulha, para eleger o
novo monitor ou para definir uma programação de atividade; Na Corte de
Honra, fazendo o diagnóstico para começar um novo ciclo de programa ou
para decidir sobre alguma questão disciplinar; ou pode ser na Assembléia de
Tropa, discutindo sobre a participação da tropa em um Jamboree Nacional
ou sobre o calendário anual da tropa.
Para que os debates sejam produtivos é importante que vocês saibam
alguma coisa sobre este processo democrático de análise e decisão, e
alguns pontos importantes estão a seguir:

170
Para que serve um debate?

• Analisar os diferentes pontos de vista em relação a uma


mesma questão, permitindo a manifestação de todos, e buscando
os pontos positivos e negativos de cada posição, de tal forma que
a melhor dentre todas seja adotada pelo conjunto de pessoas.
• Buscar soluções, pela soma de experiências e conhecimentos,
para resolver um problema ou decidir uma posição conjunta.
• Trocar conhecimentos e opiniões que irão enriquecer a
formação e capacitação dos membros de um grupo.
• Tomar consciência de que existe riqueza na diversidade,
aprender a conviver com idéias diferentes, mesmo que contrárias,
e reconhecer esse direito e as pessoas devem sempre ser
respeitadas.
• Desenvolver o espírito de iniciativa e o interesse pela
participação ativa, contribuindo para a solução dos problemas

Como organizar um debate

1. Definir o tema
A primeira coisa é definir claramente sobre
o que se está debatendo. Somente ficando
claro sobre o que se está falando é que se
pode chegar a um bom resultado.

2. Ter uma mesa dirigente do debate


• Presidente - A presidência é sempre exercida conforme
as regras do órgão em que está se desenvolvendo o
debate. Se for no Conselho de Patrulha ela cabe ao
monitor, se na Corte de Honra ou Assembleia de
Tropa cabe ao jovem que foi eleito para a função de
presidente.
• Moderador - Em qualquer dos casos o presidente
pode convidar outro jovem a ser moderador, ou este
jovem ser escolhido em uma eleição.
• Secretário - Caso já exista a função, como na patrulha
ou na Corte de Honra, por exemplo, o secretário já está
nomeado. No caso da Assembléia de Tropa ele será
eleito com o presidente.
171
3. Explicar claramente as regras do debate
A presidência explica como se deve inscrever-se para pedir a palavra,
o tempo de cada manifestação, o período do debate e como será
a votação em seguida.

Papel do Presidente:
• Abre o debate, apresenta o tema Papel do Moderador:
e as regras; • Toma nota das inscrições;
• Abre a discussão e passa a • Dá a palavra a quem a pedir,
palavra ao moderador; de acordo com a ordem em que
• Intervém quando sente que a foram inscritos;
discussão pode fugir de controle; • Controla a agitação dos
• Coloca as propostas em votação intervenientes; e
e proclama os resultados, se for o • Controla o tempo previamente
caso; e estipulado.
• Resume, ao final, e agradece aos
debatedores.

Papel do Secretário:
• Registra as opiniões apresentadas; e
• Registra as conclusões; e
• Faz a ata do debate registrando de modo resumido e
objetivo tudo o que foi dito e concluído

REGRAS:
• Levantar o braço para pedir a palavra e aguardar que seja visto e
inscrito;
• Respeita a ordem de inscrição;
• Evitar repetir o que foi dito pelos que falaram anteriormente. Caso
o que você for falar tenha sido abordado por alguém que usou a
palavra antes de você, ao chegar sua vez agradeça e diga que sua
opinião foi apresentada por “fulano”, e que você une-se a ele neste
pensamento;
• Utilizar linguagem clara;
• Jamais usar linguagem obscena ou grosseira;

172
• Ser breve e não repetir-se;
• Não ser arrogante nem provocador;
• Para explicar suas posições pode utilizar expressões como:
o Parece-me que…
o Digo isto, porque …
o Eu também acho que …
o Não penso da mesma maneira…
o O que eu quis dizer foi…

Texto baseado em documento produzido pelo Professor Raul Silvério Coutinho e


divulgado no site kumestortamuxnexa.googlepages.com/debate.pdf

Assembleia de Tropa
Durante o ano, em algumas oportunidades, haverá reunião da
Assembleia de Tropa. Este é um órgão muito importante da tropa, pois
são nessas reuniões que se estabelecem as normas de convivência e
se decide quanto aos objetivos e atividades da tropa.
A assembleia é integrada por todos os jovens da tropa, que nela
atuam individualmente, e não como representantes de suas patrulhas.
Ela se reúne pelo menos duas vezes em cada ciclo de programa ou
quando as circunstâncias o exigem. É presidida por um jovem eleito
com esta finalidade no momento de sua instalação. Os escotistas
também participam da Assembleia de Tropa, orientando-a.
Sempre que se faz necessário, na tropa, o estabelecimento de
normas de funcionamento ou de convivência, elas devem se originar
da Assembleia de Tropa. Como as normas afetam a todos, todos
participam de sua determinação. Esta é a principal contribuição da
Assembléia ao funcionamento da tropa e do Escotismo.
Além disso, a Assembléia de Tropa também trata de assuntos que
afetam a todos, como:
Determina os objetivos anuais da tropa, tal como aparecerão no
planejamento anual do grupo. Em outras palavras, fixa a visão.
Decide quanto às atividades da tropa que serão realizadas em
cada ciclo de programa e aprova o calendário de atividades, uma
vez que as atividades tenham sido organizadas pela Corte de Honra.
173
21

DESENVOLVIMENTO AFETIVO
Auxiliar a um novo integrante da patrulha a
se ambientar;
Convidar sua patrulha para uma reunião em sua residência.

Ajudando um novo membro da patrulha


Você lembra quando iniciou no Escotismo? Tudo era novidade, você não
sabia como fazer as coisas direito, e recebeu a ajuda de seus companheiros
para se ambientar. Agora que você não é mais um novato, e já está bem
integrado na patrulha e na tropa, é a sua vez de ajudar quem está chegando.
Vamos ver algumas formas de fazer isso:

· Orientando o novo membro da patrulha sobre como adquirir o vestuário


ou uniforme, bem como os distintivos necessários;
· Ajudando o monitor a ensinar os procedimentos básicos de formação,
saudação e cerimônias;

174
· Emprestando livros que ajudem a conhecer a história de Baden-Powell
e do Escotismo;
· Contando histórias interessantes das atividades que já participou, que
motivem o novo escoteiro;
· Ajudando-o para que entenda bem as tarefas que lhe cabem na
patrulha, e como devem ser feitas;
· Orientando-o na aquisição de material de acampamento, como
mochila, saco de dormir, etc., para que ele não desperdice dinheiro e tenha
o necessário.
· Ajudando o novo escoteiro a sentir-se membro da patrulha e da tropa,
e a conquistar os itens do Período Introdutório, fazer sua Integração e sua
Promessa Escoteira.
· Sendo um exemplo a ser seguido.

Um escoteiro ajuda a quem precisa


Quando tinha apenas oito anos de idade, em uma carta endereçada
ao avô, o menino Robert Baden-Powell inseriu uma página intitulada: “Leis
para mim quando ficar velho”, com o seguinte texto:

“Farei com que as pessoas pobres sejam tão ricas


como nós. Elas, por direito, devem ser tão felizes
como nós. Deus fez os pobres serem pobres e os
ricos serem ricos; e eu posso dizer-lhe como ser
bom, e agora vou dizer-lhe: você deve rezar a
Deus sempre que puder, mas você não pode
ser bom apenas com sua prece. Tem, também,
que tentar, com muito empenho, ser bom.”

Com este seu código infantil, Robert


Baden-Powell já definia parâmetros que mais
tarde seriam muito importantes para escrever a
Lei a Promessa Escoteiras, totalmente positivas
e ativas, ou seja, não basta saber a Lei, é
necessário agir para aplicá-las e ser, então,
verdadeiramente um “escoteiro”.

175
Reunindo a patrulha em sua residência.
Uma patrulha é formada por um grupo de amigos. Só assim ela funcionará
bem - amigos trabalhando com objetivos comuns, vencendo desafios,
superando obstáculos, aprendendo uns com os outros e aproveitando
a força que só existe na amizade. Quanto mais sólida a amizade entre
membros da patrulha, mais forte ela será.
Uma das maneiras de consolidar ainda mais esta amizade é, como é
normal entre amigos, que vocês se encontrem em outros momentos além
da reunião da Tropa Escoteira. E, evidentemente, que se conheçam melhor,
compartilhe interesses, conhecendo também os pais e familiares dos
companheiros.
Então, que tal convidar sua patrulha para reunir-se em sua casa? Isso
pode ser feito para uma simples reunião de patrulha, para divertir-se como
amigos, ou para treinar alguma coisa, para aprender uma especialidade,
ou mesmo para fazer uma reunião formal do Conselho de Patrulha.
Algumas providências são necessárias:
1. Consulte os seus pais ou
responsáveis, e obtenha deles a
concordância antes de “fechar” o
convite;
2. Prepare um lugar para a
reunião. Se for apenas um encontro
informal, pode ser no seu quarto
ou em outra área confortável, mas
se for uma reunião do Conselho de
Patrulha é melhor que seja em uma
sala, cozinha ou escritório, onde
vocês possam sentar-se em volta
de uma mesa.
3. Oferecer aos companheiros
um refresco e um lanche é uma
boa idéia, mas também pode ser o
inverso, com a patrulha indo para
a cozinha e preparando um lanche
para sua família.
4. Não podem esquecer de
limpar tudo antes de sair.

176
22

DESENVOLVIMENTO AFETIVO
Participar de atividades nas quais se promove
a igualdade de direitos e deveres entre as
pessoas;
Compartilhar por igual com seus irmãos as tarefas domésticas;
Investigar sobre mulheres que se destacaram na história de nosso país;

Direitos Humanos e os Direitos das Crianças


David Livingstone (1813 – 1873), missionário escocês, explorador da
África e médico, relata em suas cartas sua angústia ao ver os horrores
do povo africano massacrado e expulso de seus lares, conduzido como
gado para ser vendidos como escravos. Do alto do local onde havia subido
para observar, contou dezessete aldeias em chamas, incendiadas pelos
mercadores de seres humanos.
Percorrendo a história da humanidade você poderá encontrar muitas
guerras, perseguições, massacres e extermínios. Por exemplo, o holocausto
judeu, a bomba de Hiroshima, o ataque as Torres Gêmeas; feitos que
envergonham a humanidade.
Mas não precisa ir tão longe. Falemos do dia a dia, daquilo que acontece
na volta da quadra ou
em nossa própria casa.
Respeitar os direitos
humanos é não usar a
autoridade ou a força para
humilhar; é conviver com
aquele que não pensa
igual ou não se veste
como você; é reconhecer
como semelhante a
quem vê o mundo de
outra maneira; é aceitar
as crenças e formas de
pensar dos demais.
177
Em 10 de dezembro é o Dia Internacional dos Direitos Humanos, uma
boa ocasião para celebrar o dia junto a sua patrulha ou com toda a Tropa
Escoteira, organizando uma mostra de arte: grafite, historietas, fotos e
relatos sobre os direitos das crianças, postais com mensagens sobre o tema
e todas aquelas coisas que possam te ocorrer.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos
básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados
os direitos que todos os seres humanos possuem.
O primeiro artigo deste documento diz que “todos os seres humanos
nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão
e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade”.

Todas as crianças e adolescentes do mundo tem direito a


conhecer os seus Direitos!

Declaração Universal dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes

Todos – sem importar a raça, religião,


a nacionalidade ou quem são nossos
pais – são iguais e tem direito:
À vida, à especial proteção para seu
desenvolvimento físico, mental e social.
A ter um nome e uma nacionalidade.
A saber quem são seus pais e a não ser
separado deles.

178
A que o estado garanta aos pais a
possibilidade de cumprir deus deveres e
direitos.
A crescer são física, mental e
espiritualmente.
A receber atenção
especial se tiver
algum problema de
incapacidade, seja
física, mental ou social.
A que se respeite suas
vidas privadas, seus
direitos para descansar
e brincar.
A ter a própria
cultura, idioma e
religião.
A pedir e difundir a
informação necessária
que promove seu bem-
estar e o desenvolvimento como cidadão.
A que seus interesses sejam o primeiro em
ter em conta nas emergências e cada tema
que os afete, tanto na escola, nos hospitais,
entre os juízes e as autoridades.
A crescer em um ambiente de paz,
solidariedade e compreensão entre os povos.
Assim aprenderemos a
ser solidários, a entender
aos demais e a ser
justo com todas
as pessoas de
todas as partes
A expressarmos
livremente, a ser
escutado e a que
nossa opinião seja
levada em conta.

179
Homens e Mulheres têm direitos e deveres
iguais
No Escotismo costumamos dizer que homens e mulheres são iguais e
diferentes, ou seja, não podemos deixar de reconhecer que existem diferenças
entre homens e mulheres, tanto nos aspectos físico como psicológico,
mas estas diferenças não representam antagonismos ou superioridade
de um sexo em relação ao outro. Ao contrário, a convivência resulta em
enriquecimento de todos, seja na relação entre irmãos e irmãs, em casa, ou
entre escoteiros e escoteiras na patrulha ou na tropa.
Homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e oportunidades. O
Fundador do Escotismo, Robert Baden-Powell, não teve dúvidas sobre isso,
ao perceber que o Movimento atraía, também, a atenção das meninas, e
tratou de oferecer sua prática à elas.
Como patrulha, dêem uma folheada nos jornais, olhem as notícias,
observem o que acontece no pais, na comunidade, em seus lares, no
comportamento de cada um de vocês. Descrevam situações ou fatos que,
a seu ver, sejam discriminações contra as mulheres ou contra os homens.
Não deixem de ver a si mesmo, lembrando que a mudança começa pela
sua casa... e não existe poder mais forte que o exemplo que cada um pode
dar. Inclusive podem preparar uma exposição sobre o tema.

O pai de Robert Baden-Powell faleceu quando


este tinha uns três anos de idade e devido a
isso sua mãe e seus irmãos passaram alguma
dificuldade. Porém com amor e coragem sua
mãe conseguiu seguir em frente com sua
família. Robert pode viver
uma infância ao ar livre
em companhia de seus
irmãos, excursionando e
acampando em muitos
lugares da Inglaterra.
A mãe de Robert havia designado a ele e a
cada um de seus irmãos um pedaço do jardim
da casa. Cada criança era responsável pelo
cultivo e cuidado de seu espaço.

180
Mulheres que fizeram história
Nosso país é rico em mulheres que se destacaram em diferentes campos
de atuação, e entraram para a história. Veja a seguir algumas delas.

Rachel de Queiroz (1910 – 2003)


Nascida numa família de intelectuais no
dia 17 de novembro de 1910, em Fortaleza
(CE), Rachel de Queiroz foi a primeira mulher
a ingressar na Academia Brasileira de Letras,
em 1977.
Em 1930, publicou seu primeiro romance,
O Quinze, que narra o drama dos flagelados
da seca e a pobreza dos nordestinos.
Demonstrando preocupação com questões
sociais e hábil na análise psicológica de seus
personagens, teve papel de destaque no
desenvolvimento do romance nordestino.
Em 1939, foi agraciada com o Prêmio
Felipe d’Oliveira pelo livro As Três Marias.
Escreveu ainda João Miguel (1932),
Caminhos de Pedras (1937) e O Galo de Ouro (1950).
Em 1992, publicou o romance Memorial de Maria Moura, que deu a
Raquel diversos prêmios, entre eles o “Romance do Ano”, conferido pela
Associação Paulista de Críticos de Arte, o “Intelectual do Ano”, conferido
pela União Brasileira de Escritores e o “Prêmio Camões”, concedido em
Lisboa para o melhor autor do ano em língua portuguesa.
Rachel de Queiroz morreu no dia 4 de novembro de 2003, aos 92 anos,
poucos dias após ter sofrido um acidente vascular cerebral.

Irmã Dulce (1914-1992)


Maria Rita Lopes Pontes nasceu em Salvador no ano de 1914. Aos 13
anos, tentou entrar para o Convento do Desterro, mas foi recusada por ser
jovem demais.
Em 1932, entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da
Imaculada Conceição, em Sergipe. Após seis anos de noviciado, recebeu o
hábito de freira e adotou o nome de Dulce, em homenagem a mãe.
De forma obstinada e com uma fé inabalável, Irmã Dulce saía pelas
ruas do centro de Salvador em busca de doações. Começou seu trabalho

181
num barracão, para onde levava doentes
e desabrigados. Ali trabalhou com idosos,
doentes, pobres, crianças e jovens carentes.
Em 1959, Irmã Dulce conseguiu um terreno
para construir o Albergue Santo Antônio. Em
1970, foi fundado o Hospital Santo Antônio,
ao lado do albergue, obra que hoje possui mais
de mil leitos e atende a 4 mil pessoas por dia.
Irmã Dulce também abriu um orfanato para
300 menores e passou muitos anos saindo
diariamente para pedir donativos de porta em
porta.
Com problemas respiratórios, Irmã Dulce foi internada em novembro de
1990, passando por vários hospitais. Faleceu no dia 13 de março de 1992,
em sua casa, no Convento Santo Antonio.

Ana Néri (1814-1890)


Nascida em 13 de dezembro de
1814 na então Vila da Cachoeira do
Paraguassu, Bahia, Ana Justina Ferreira
Néri entrou para a história com precursora
da Enfermagem no Brasil e uma das
heroínas da Guerra do Paraguai.
Ana Néri ficou por quase cinco anos
servindo como enfermeira voluntária
ao lado do Exército brasileiro. Pretendia
amenizar o sofrimento dos que lutavam
pela defesa da pátria, entre eles seus três
filhos: Isidoro Antônio, Antônio Pedro
e Justiniano. Trabalhou no hospital de Corrientes, onde cuidou de mais
de 6 mil soldados internados, em Salto, Humaitá, Curupaiti e Assunção.
Na capital paraguaia montou uma enfermaria-modelo com os recursos
financeiros pessoais que herdou da família.
Em sua homenagem, Carlos Chagas batizou com seu nome a primeira
escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão, em 1926. Vitor
Meireles pintou seu retrato em tamanho natural, que foi exposto na sede da
Cruz Vermelha Brasileira.
Ana Néri faleceu em 20 de maio de 1880, aos 66 anos. Está sepultada
no cemitério de São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro.

182
23

DESENVOLVIMENTO AFETIVO
Participar de uma cerimônia com a presença
dos pais, responsáveis ou irmãos;
Participar de uma atividade de sua patrulha junto aos seus
pais, responsáveis, irmãos;
Solicitar ajuda dos seus pais ou familiares para capacitar a patrulha em
algum tema de interesse (por exemplo: cozinha, mecânica, pintura, etc.).

Escotismo se faz com o apoio dos pais e


familiares
A família pode ser muito importante para concretizar muitas das atividades
da patrulha ou do grupo. Entre outras coisas pode ajudá-los a obter um
local onde acampar; contactar com pessoas que podem oferecer serviço
que a tropa precisa; ajudar a preparar temas e materiais; ajudar como
instrutores nas Especialidades ou apoiar nas atividades para coletar fundos
financeiros. Não perca a oportunidade de compartilhar com teus pais e
irmãos, eles também têm muito que aprender contigo.

Mantenha a família informada das atividades do grupo e da tropa


Os pais, como sócios, são muito importantes para o funcionamento do
grupo escoteiro. Por isso são convidados para as reuniões da Assembléia do
Grupo e para os principais eventos do calendário do grupo.
Para que seus pais possam ajudar nas suas atividades, mantenha-os
informados sobre as atividades da tropa e da patrulha programadas para
o ciclo. Convide-os para as cerimônias, para visitar os acampamentos, e
planeje com antecedência quando for necessário ajuda para transporte,
para alguma atividade, ou mesmo para obter apoio como instrutor ou
examinador de alguma especialidade.

183
Algumas idéias de atividade para fazer junto a tua família
Cada integrante da patrulha consulta a seus pais, avós e outros membros
de sua família sobre o que brincavam quando criança, preparam os materiais
necessários e organizam uma tarde em que convidam a seus familiares para
brincar junto com a patrulha “como nos velhos tempos”.
Durante um acampamento da Tropa Escoteira, os participantes tiram fotos
das atividades e uma vez de retorno ao local de reunião habitual, preparam
um audiovisual e convidam aos pais a uma sessão em que estrearão a
super produção. Caso se animem, podem fazer um vídeo.
E se fizerem um acampamento da Tropa Escoteira perto da cidade e
convidarem a seus familiares para que visitem num dia pré-estabelecido?
Conhecerão o acampamento, almoçarão juntos, farão jogos e atividades,
sairão em excursão pelos arredores e ao cair a noite, poderão voltar juntos
para seus lares. Também podem organizar de maneira que as famílias fiquem
com vocês na última noite do acampamento. E para culminar este dia de
atividades no acampamento com a família, um bom fogo de conselho!

184
Meu Desenvolvimento

Social
Imagem retirada de uma antiga
moeda de Éfeso, na Grécia.

Construtora de organizações, a abelha evoca o


trabalho incansável em benefício da comunidade.

Respeitar a todos por igual, entender suas


responsabilidades, levar a frente seus
compromissos, esforçar-se para conseguir cumprir
suas metas, participar ativamente nas decisões de
sua patrulha e de sua comunidade mais próxima,
servir ao próximo, respeitar e valorizar a própria
cultura da sua comunidade, trabalhar pela paz
e respeitar a natureza...são os desafios que
propomos nesta etapa de seu desenvolvimento
pessoal.

Aprendemos a voar como pássaros, a nadar


como os peixes mas não aprendemos a arte
de viver juntos, como irmãos.
Martin Luther King
185
24

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Investigar sobre a vida de pessoas que lutaram
pelos direitos humanos no Brasil e no Mundo, e
apresentar para a tropa.
Participar de atividades nas quais se divulga a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.

Declaração Universal dos Direitos Humanos


A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos
básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados
os direitos que todos os seres humanos possuem.
Vamos apresentar apenas o preâmbulo desta Declaração, que expõem
as razões que levaram as Nações Unidas e seus países membros a adotar
seus artigos.
Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a


todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e
inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos
humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência
da Humanidade e que o advento de um mundo em que os todos
gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de
viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a
mais alta aspiração do ser humano comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam
protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja
compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a
opressão,
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de
relações amistosas entre as nações,

186
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram,
na Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na
dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direitos entre
homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e
melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a
promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal
aos direitos e liberdades humanas fundamentais e a observância
desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e
liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento
desse compromisso, agora portanto,
A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal
dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos
os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e
cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração,
se esforce, através do ensino e da educação, por promover o
respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu
reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre
os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos
territórios sob sua jurisdição.

O que está escrito nos artigos que compõem esta declaração? Você sabe
quais são? Uma boa ideia é pesquisar a respeito, buscando informar-se,
pois só é possível defender aquilo que se conhece.

187
Alguns defensores dos Direitos Humanos
Princesa Isabel
Princesa Isabel nasceu no Rio de
Janeiro, em 1846 e morreu na França,
em 1921. Foi princesa imperial do
Brasil e regente do Império do Brasil
por três ocasiões, na qualidade de
herdeira de seu pai, o imperador D.
Pedro II. Foi cognominada a Redentora
por ter abolido a escravidão no Brasil.
A princesa Isabel foi também a
primeira senadora do Brasil, cargo
a que tinha direito como herdeira do
trono a partir dos 25 anos de idade,
segundo a Constituição do Império
do Brasil de 1824.
Liberal, a princesa uniu-se aos
partidários da abolição da escravidão.
De pensamento arrojado para sua
época, Dona Isabel era partidária de ideias modernas, como o sufrágio
feminino e a reforma agrária.
Em 30 de junho de 1887 assumiu a regência do império pela terceira vez,
pois seu pai fora obrigado a afastar-se para tratamento de saúde na Europa.
A abolição provocava grande oposição entre os fazendeiros escravocratas.
Poderosos, esses escravocratas infundiram na opinião pública, através
do Parlamento e da imprensa, a idéia de que a abolição da escravidão
seria a bancarrota econômica do império, pois as prósperas fazendas de
café e açucar do Brasil de então eram todas elas, regadas com o suor do
escravo.
Em 13 de maio de 1888, num domingo, aconteceram as últimas votações
de um projeto de abolição total. Certa da vitória, a regente desceu de
Petrópolis, cidade serrana, para aguardar no Paço Imperial o momento de
assinar a Lei Áurea. Usou uma pena de ouro especialmente confeccionada
para a ocasião, recebendo a aclamação do povo do Rio de Janeiro.
Mas a elite cafeeira não aceitava a abolição. Cotegipe, ao cumprimentar
a princesa, vaticinou: “Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono”.
Mas a Princesa não hesitou em responder: “Mil tronos eu tivesse, mil tronos
eu daria para libertar os escravos do Brasil”

188
Martin Luther King Jr.
Martin Luther king nasceu em Atlanta, Estados Unidos, em 1929, e morreu
assassinado, em Memphis, em 4 de abril de 1968. Foi um pastor protestante
e ativista político estadunidense. Membro da Igreja Batista, tornou-se um dos
mais importantes líderes do ativismo pelos direitos
civis (para negros e mulheres, principalmente)
nos Estados Unidos e no mundo, através de uma
campanha de não-violência e de amor para com o
próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber
o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes
de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e
lembrado é “Eu Tenho Um Sonho”.
Em 1955, época em que existia segregação
racial nos Estados Unidos, Rosa Parks, uma mulher
negra, se negou a dar seu lugar em um ônibus
para uma mulher branca e foi presa. Os líderes
negros da cidade organizaram um boicote aos ônibus de Montgomery
para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte. Durante
a campanha de 381 dias, co-liderada por King, muitas ameaças foram
feitas contra a sua vida, foi preso e viu sua casa ser atacada. O boicote foi
encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a
discriminação racial em transporte público.
Martin Luther King Jr. profere o seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”
em março de 1963, frente ao Memorial Lincoln, em Washington, durante
a chamada “marcha pelo emprego e pela liberdade”. Ele organizou e
liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação,
o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior
parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com
a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais
(1965).
Em 1964 King se tornou a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz,
que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua liderança na resistência
não-violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.
Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o
que culminou em seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos
antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. Em 1986 foi
estabelecido um feriado nacional nos EUA para homenagear Martin Luther
King, o chamado Dia de Martin Luther King - sempre na terceira segunda-
feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993,
pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.
189
25

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Assumir distintas responsabilidades nas atividades
de sua patrulha e sua tropa
Colaborar para definição de metas da sua patrulha.
Assumir e desempenhar satisfatoriamente um cargo na patrulha
Participar das decisões que toma seu Conselho de Patrulha, contribuindo
com ideias, votando e assumindo responsabilidades em distintas tarefas,
atividades e projetos.

Papel do monitor e do submonitor


Cada patrulha é liderada por um dos seus integrantes, eleito pela própria
patrulha e nomeado pelo chefe de seção para ser monitor, depois de ouvida
a Corte de Honra.
Para auxiliá-lo em suas atribuições, o monitor, em comum acordo com a
patrulha, designa um submonitor, que também pode ser eleito pela patrulha.
O monitor e o submonitor podem ter um mandato de duração
predeterminada, e ocuparão seus cargos segundo avaliação conduzida
pelo Conselho de Patrulha.
O monitor é responsável pela administração, disciplina, treinamento e
atividades de sua patrulha. Preside o Conselho de Patrulha, organiza a
programação das reuniões e demais atividades da patrulha e transmite aos
companheiros os conhecimentos, habilidades e técnicas escoteiras.
 
O monitor tem as seguintes funções:
 • Contribuir para que a patrulha alcance seus objetivos.
• Zelar para que sejam atendidas as necessidades dos seus companheiros
de patrulha.
• Atuar como mediador dos conflitos que eventualmente ocorrem entre
os membros da patrulha.
• Ser exemplo de vivência da Lei e da Promessa Escoteira.
• Liderar as ações da patrulha.

190
• Se esforçar para manter a coesão, as tradições e história da patrulha.
 Baden-Powell destacou a relevância do monitor e assinalou que “o
monitor é responsável pela eficiência e boa apresentação de sua patrulha.
Os escoteiros da patrulha obedecem a suas ordens não por medo do
castigo, como ocorre com frequência na disciplina militar, mas porque são
uma equipe que joga em conjunto e que apoia seu monitor para maior
honra e sucesso da patrulha.” (Baden-Powell, Escotismo para Rapazes,
1908). Em outro dos seus livros, ele definiu claramente que “...a autoridade
e a responsabilidade repousam nas mãos dos monitores.” (Baden-Powell,
Guia do Chefe Escoteiro, 1919).

 O monitor não é um sabe-tudo. Ele deve ter visão, objetivos claros,


capacidade de comunicação e vontade para trabalhar e cooperar, tanto
na Corte de Honra e com os seus chefes, como com seus companheiros de
igual ou menor maturidade. Deve ser ao mesmo tempo aberto, animando
o espírito comum; e forte de caráter, intervindo para conseguir os objetivos
que a patrulha se propôs.
 Mas, como já vimos, é preciso levar em conta que a liderança não é
exercida apenas pelo monitor da patrulha. Outros integrantes, em função
de suas atitudes e habilidades e da natureza das atividades também exercem
uma certa liderança, que varia de intensidade segundo a situação. Cabe
ao monitor zelar para que seus companheiros distribuam entre si, segundo
critérios próprios de cada patrulha, as tarefas e os encargos necessários ao
bom funcionamento da patrulha.

Quer saber mais sobre o papel do monitor?


Conheça o “Guia Prático para Monitores”.

191
Uma patrulha alcança o êxito em seus projetos quando cada um
desempenha com eficácia a sua função.

Sua patrulha é uma equipe em que cada um se encarrega de uma


parte da tarefa. Por isso cada um dos escoteiros de uma patrulha deve
ter muito claro qual a responsabilidade que lhe cabe.

Cargos e encargos na patrulha na sede


Para que uma patrulha funcione como equipe, com elevado padrão de
eficiência, é importante que as diferentes tarefas sejam distribuídas entre
seus membros, em reunião do Conselho de Patrulha, que estabelecerá um
tempo razoável de mandato.
O importante é que cada um se dedique com entusiasmo para dar conta
das suas tarefas, pois pode melhorar seus conhecimentos e habilidades
necessárias ao cargo, e se divertir muito com isso.
Os jovens fazem periodicamente um rodízio entre esses cargos, embora
se admita que, se o Conselho de Patrulha assim o desejar,
qualquer um possa ser reeleito para um dado cargo.
Para o dia-a-dia da patrulha, na sede, além das funções
de monitor e submonitor, existem outras que podem
ser definidas, como por exemplo:

a) Almoxarife - encarregado
da guarda e da conservação do
material da patrulha;
b) Secretário - encarregado
da escrituração e dos arquivos;
c) Tesoureiro - encarregado da
arrecadação de fundos e das compras;
d) Administrador - encarregado da
organização e da manutenção do “canto” de patrulha;
e) Bibliotecário - encarregado dos livros, manuais e demais publicações;
f) Animador - encarregado de jogos e canções;
g) Outros, de acordo com as necessidades da patrulha.

192
Cargos de patrulha no campo
 Quando a patrulha sai para atividades ao ar livre é importante que tenha
bem definido as funções de cada um de seus membros, principalmente
quando a atividade que vai acontecer tenha duração um pouco mais longa.
Cada um deve ter treinado previamente suas habilidades para assumir suas
responsabilidades, e é no campo que cada um vai exercer liderança na
atividade sob seu encargo.
 O sucesso da patrulha depende de que todos saibam exercer a liderança
definidas para seus cargos e, por outro lado, saibam colaborar com o
trabalho necessário para que tudo aconteça da melhor forma possível.
Assim, por exemplo, quando o cozinheiro solicitar que alguém o ajude
buscando lenha, isso deve acontecer sem reclamações e com urgência.
 Veja os principais cargos necessários para a boa vida da patrulha no
campo:
 

a) Almoxarife - cuidará desde cozinheiro, descascando, lavando,


a sede pela manutenção e cozinhando e também na limpeza
conservação dos equipamentos do material de cozinha;
e material comum. Deve manter
e) Sanitarista - encarregado
tudo guardado em uma barraca, e
preparar com antecedência
verificar que, após o uso, retorne
projetos e material para a
limpo e em boas condições.
construção de fossas e latrinas,
b) Intendente - encarregado e da manutenção da limpeza no
das compras e da guarda dos campo;
gêneros alimentícios, fornecendo
f) Aguadeiro - encarregado do
o necessário para a execução dos
abastecimento de água para a
cardápios propostos;
cozinha e outras necessidades;
c) Cozinheiro - encarregado de
g) Enfermeiro - responsável pela
elaborar previamente um cardápio
manutenção da caixa de primeiros
e, durante o acampamento,
socorros e sua utilização;
preparar refeições nutritivas e
saborosas; h) Outros, de acordo com as
necessidades da patrulha ou da
d) Auxiliar de cozinha
atividade em que a patrulha está
- encarregado de ajudar o
envolvida.

193
26

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Participar ativamente de uma Assembleia de
Tropa, analisando as normas de convivência e
propondo melhorias;
Estudar sobre a organização do Escotismo no Brasil e apresentar o
resultado para sua patrulha ou tropa;
Conhecer a estrutura de um grupo escoteiro

Todos são importantes na Assembleia de


Tropa
Para a vida em sociedade é importante que todos estejam sintonizados,
e que compartilhem das responsabilidades nas decisões. Assim também
acontece na vida da tropa.
A Assembleia da Tropa é um lugar de discussões muito importante para
a Tropa, pois é ali que se encontram os interesses das patrulhas. Mas, além
disso, é o lugar onde cada um dos membros da tropa pode manifestar-se
individualmente, sobre o que pensa, o que gosta e o que acha melhor para
a tropa.
Cada reunião da assembleia reflete o momento que a tropa está
passando. Isto quer dizer a qualidade dos debates e das decisões pode
variar, dependendo de diferentes fatores, como a experiência dos jovens,
a solidez das patrulhas, a quantidade de membros, etc. Assim, justamente
quando a tropa passa por um momento mais difícil é que é necessário um
esforço extra, principalmente dos monitores e dos que já estão na tropa há
mais tempo, para manter um padrão elevado das reuniões.
Lembre-se que a sua participação também é muito importante. Prepare-
se para as reuniões e incentive aos seus companheiros. No conteúdo que
está no conjunto 20 você vai encontrar informações importantes sobre o
funcionamento da assembleia.

194
A organização do Escotismo no Brasil
Quando Robert Baden-Powell publicou o livro “Escotismo para Rapazes” e
percebeu a adesão dos jovens ingleses às suas ideias, imediatamente tratou
de fundar uma organização para cuidar do Movimento que crescia. Assim
surgiu a primeira organização escoteira do mundo, a Scout Association,
que até hoje dirige o Escotismo na Inglaterra.

Com a expansão do Movimento Escoteiro, o Fundador Baden-Powell,


preocupado que o Escotismo e as suas ideias fossem corretamente usadas,
criou a Organização Mundial do Movimento Escoteiro (World Organization
of the Scout Movement), a quem todas as Associações Nacionais devem ser
filiadas.
A OMME, e que orienta o Movimento Escoteiro em nível mundial, e
reúne hoje mais de 28 milhões de membros em todo o mundo, mantém um
Escritório Mundial (World Scout Bureau) em Genebra, na Suíça, e coordena
a realização dos grandes eventos, como o Jamboree Mundial, que acontece
a cada quatro anos.
A União dos Escoteiros do Brasil, fundada em 1924 quando – por pedido
de Baden-Powell e iniciativa do Almirante Benjamim Sodré (o “Velho Lobo”),
as associações que então existiam resolveram unir-se – é a associação
escoteira do Brasil reconhecida pela Organização Mundial e que dirige,
orienta e coordena o Escotismo em todo território nacional.
A estrutura da UEB não é complicada. Ela é dividida em três níveis: o
Nível Nacional, o Nível Regional e o Nível Local.
A estrutura do Nível Local, que é formado pelo que
denominamos UEL – Unidades Escoteiras Locais (ou seja,
pelos grupos escoteiros e seções escoteiras autônomas)
você vai encontrar nas páginas seguintes. Então, nós
lhe convidamos para conhecer um pouco melhor um
dos outros níveis, fazendo uma pesquisa que poderá
ser apresentada aos seus companheiros de patrulha ou
tropa.

195
Estrutura do grupo escoteiro
O grupo escoteiro é a organização local destinada a proporcionar
a prática do Escotismo às crianças e jovens. Para que ele funcione são
necessários adultos que assumam as funções de administração (dirigentes)
e o trabalho diretamente com os membros juvenis (escotistas).
O sucesso do grupo escoteiro depende, também, da participação e
apoio dos pais.
São órgãos do erupo escoteiro:
• a Assembleia de Grupo; • a comissão fiscal de grupo; e
• a diretoria de grupo; • as seções.

Funções Dentro do Grupo Escoteiro

ASSEMBLEIA DE GRUPO
A Assembleia de Grupo é o órgão máximo, normativo e deliberativo do
grupo escoteiro, composta pelos membros eleitos da diretoria de grupo, pelos
escotistas, pioneiros, participantes contribuintes da UEB vinculados ao grupo
(pais, responsáveis e membros do Clube da Flor de Lis), e representação
juvenil, caso seja prevista no regulamento ou estatuto do grupo escoteiro. A
Assembleia de Grupo se reúne e delibera, com qualquer número de presentes,
por convocação da diretoria de grupo, ordinariamente, até o mês de julho de
cada ano.

DIRETORIA DE GRUPO COMISSÃO FISCAL DO GRUPO


A diretoria do grupo é o órgão A comissão fiscal de grupo é o
executivo do grupo escoteiro, órgão de fiscalização e orientação
com mandato de dois anos. É da gestão patrimonial e financeira
composta por, no mínimo, três do grupo escoteiro, composta por
membros, eleitos pela Assembleia três membros titulares e por até três
de Grupo sendo um deles o diretor suplentes, com mandato de dois
presidente, que coordena, dirige e anos e eleitos simultaneamente com
representa o grupo. os cargos da diretoria de grupo.

ALCATÉIA (S) TROPA (S) TROPA (S) CLÃ


ESCOTEIRA (S) SÊNIOR/GUIA PIONEIRO
A seção é o local das atividades para os jovens, e é organizada de
acordo com as faixas etárias, e tem sua estrutura e funcionamento
definido nas normas da UEB.

196
27

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Realizar boas ações individuais e participar de
boas ações coletivas com sua patrulha ou tropa;
Participar de um MUTCOM;

A Boa Ação
Os escoteiros são pessoas que se caracterizam por estar sempre dispostas
a ajudar o próximo e a fazê-lo com alegria.
Nossa Lei nos convida a servir ao próximo e disso resulta uma boa ação:
um serviço que procuramos realizar todos os dias. Também é uma forma de
cumprir nossa Promessa Escoteira.
E porque fazer uma boa ação todos os dias? Porque assim como
exercitamos os músculos para ficarem fortes e saudáveis, assim também,
mediante de uma boa ação diária, exercitamos nosso espírito de serviço,
nos tornando mais solidários e ficamos mais preparados para ajudar o
próximo.

Por isso não importa quão grande ou pequena seja sua boa
ação. Quem sabe as vezes é apenas um gesto de cortesia, um
sorriso, mas não deixe de fazê-lo, somente assim poderá dizer
realmente - Sempre Alerta!

Era final de outono de 1909. Durante o dia, a cidade de Londres estava


submersa numa névoa espessa que provocava incomodo aos transeuntes.
Um publicitário norte-americano da cidade de Chicago, o Sr. Boyce,
tinha dificuldade para encontrar um endereço no centro da cidade. Havia
parado debaixo de uma das lâmpadas de rua para tentar se orientar melhor,
quando apareceu um jovem da névoa e falou:
- Posso ajudar senhor? Perguntou o jovenzinho.
- Acho que sim – disse o Sr. Boyce – poderia me indicar como chegar a
este endereço...
- Eu o levarei até lá, - respondeu o jovem e o acompanhou até o endereço
indicado.
Quando chegaram ao local, o senhor Boyce procurou em seus bolsos

197
algumas moedas para dar ao jovem, mas antes
que tivesse a oportunidade de oferecer este lhe
disse:
- Não senhor, muito obrigado, sou escoteiro
e um escoteiro não aceita nada por ajudar
alguém.
- Um escoteiro? E o que é isso? Perguntou o
homem surpreendido.
- Não tem ouvido falar dos Boys Scouts de
Baden-Powell? Lhe perguntou na sua vez o
rapaz.
- A verdade é que não, mas poderia contar-me algo sobre eles? Perguntou
o Sr. Boyce.
O rapaz contou ao norte-americano sobre ele e seus irmãos escoteiros.
O Sr. Boyce ficou muito interessado e depois de terminar seus negócios,
pediu ao rapaz que o levasse ao escritório dos Escoteiros Britânicos.
Uma vez no escritório, o jovem desapareceu tão rápido como havia
chegado.
Neste local o Sr. Boyce conheceu Baden-Powell, o famoso general inglês
que havia fundado o Movimento Escoteiro há somente dois anos.
Boyce ficou tão impressionado com o que Baden-Powell lhe contou sobre
o Movimento Escoteiro, que decidiu levar a idéia para seu país, uma vez
que regressa da Inglaterra.
O que aconteceu com o jovem que ajudou a Boyce?
Nada se sabe. Nunca se voltou a falar dele. Mas sem dúvida, nunca
esqueceram dele. Os Escoteiros Americanos presentearam ao parque de
Gilwell, na Inglaterra, uma formosa estátua de um búfalo americano com
uma simples inscrição que diz:
“Ao escoteiro desconhecido que, em sua lealdade ao diário cumprimento
da Boa Ação, tormou possível
trazer o Movimento Escoteiro aos
Estados Unidos da América”.
Uma boa ação que um jovem
faz a favor de um homem, se
transformou numa Boa Ação a
milhões de jovens.

Tal é a força da Boa Ação.

198
Boa ação coletiva, uma oportunidade de
servir
Todo escoteiro assume um compromisso de realizar diariamente uma boa
ação. Assim, de uma maneira ativa, procura as oportunidades em que pode
servir e cumprir com sua Promessa.
Muitas boas ações são individuais, e embora sejam importantes para
quem faz e quem recebe, sem sempre têm força e alcance capaz de fazer
expressiva diferença em uma situação de ajuda ao próximo.

Assim, uma boa estratégia é reunir a patrulha em uma boa ação coletiva.
Reunindo a inteligência e criatividade de todos na busca de soluções,
juntando a capacidade de todos para a realização das tarefas, com certeza
uma boa ação poderá alterar de fato a condição de alguém, ou seja, não
será apenas uma oportunidade de servir, mas uma oportunidade de ajudar
alguém a crescer e a resolver seus próprios problemas.

199
O que acontece é que podemos ajudar de suas formas:

1 Pelo serviço comunitário, quando vamos a algum lugar e realizamos uma


ação para resolver um problema;
2 Pelo desenvolvimento comunitário, quando vamos a algum lugar e
envolvemos a comunidade na solução de seus problemas.

Qual a diferença??
A diferença é que no primeiro caso nós realizamos a ação para a
comunidade. Por exemplo, vamos até um bairro carente onde existe uma
escola com um prédio em péssimas condições, e nós trabalhamos para
arrumar este prédio, de forma a deixá-lo em condições de uso. No segundo
caso nós envolvemos a comunidade na solução do problema. No caso
da escola, vamos nos reunir com lideranças locais e da escola, pensar em
como arrumar e ajudá-los a obter uma solução e desenvolver os trabalhos.
Assim, com o engajamento da comunidade, estaremos trabalhando para
que eles aprendam a tratar das suas questões e resolver seus problemas.
Quando conseguimos condições para trabalhar o Desenvolvimento
Comunitário, estaremos fazendo o que diz um antigo ditado chinês, que
“mais importante do que dar o peixe é ensinar a pescar”.

Ser voluntário é um bom negócio!


Cada vez mais as organizações não governamentais ocupam espaço
para melhorar a sociedade. Este é um trabalho voluntário, cuja recompensa
é o sentimento de dever cumprido e ver a comunidade em progresso. Ser
voluntário é doar seu tempo, trabalho e talento para causas de interesse social
e comunitário e com isso melhorar a qualidade de vida da comunidade.

Existem diversas formas e oportunidades de participação:


Realizando ações individuais - Por exemplo: ajudando uma
organização social ou pessoas carentes, ou outras iniciativas como
alfabetizar adultos, doar sangue, dar aulas de reforço para crianças com
dificuldades, ou incentivar a coleta seletiva de lixo no seu bairro.
Participando de campanhas - Por exemplo: as campanhas de coleta
de livros, de brinquedos, de alimentos, de reciclagem de lixo, entre outras.

200
Juntando-se a grupos comunitários - Por exemplo: oferecer trabalho
para a associação de moradores do seu bairro.
Trabalhando com organizações sociais - Por exemplo: Rotary ou
Lions, que atuam em diferentes causas.
Participando de projetos públicos - Por exemplo: as ações que visam
à melhoria da cidade e das condições de vida das pessoas, promovidas
pela prefeitura.
Sendo voluntário em escolas - Por exemplo: participar de projetos de
revitalização das áreas de escola de seu bairro.

O que é um centro de voluntariado?


É uma associação civil, sem fins lucrativos, que tem como missão incentivar
e o trabalho voluntário, reunindo as pessoas que querem fazer um trabalho.
E quando for o caso, fazendo a ligação com as organizações sociais que
precisam de voluntários para realizar os seus projetos.

O que faz um centro


Os centros de voluntariado ajudam programas e organizações sociais
a aperfeiçoar a mobilização e o gerenciamento de voluntários e também
identificam oportunidades criativas de participação solidária e estimulam
a realização de ações voluntárias que atendam as necessidades da
comunidade.
Os centros de voluntariado ainda contribuem para a consolidação da
cultura do voluntariado, como expressão de uma ética de solidariedade e
responsabilidade social.

201
Seja voluntário: legislação
A Lei nº 9.608/98 descreve como trabalho voluntário a atividade não
remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública, ou a instituição
privada que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos,
recreativos ou de assistência social.
Todos os adultos que atuam no seu grupo escoteiro, sejam chefes
ou dirigentes, são voluntários que estão oferecendo seu
tempo, suas capacidades e seus conhecimentos para que
você e os demais jovens e as crianças possam praticar
Escotismo. Isso não é legal?!

Você já participou de um MutCom?


MutCom é a forma abreviada de nos referimos ao
Mutirão Escoteiro Nacional de Ação Comunitária, realizado
normalmente no mês de setembro, quando todos os
grupos escoteiros do Brasil, cada um em sua comunidade,
desenvolvem atividades baseadas em um único tema
nacional. Edições passadas já tiveram como tema: “Sorriso
Alerta”, sobre cuidados com os dentes; “Ler é o que pega”,
incentivando a leitura e criação de bibliotecas; “É direito, é legal!”, sobre os
direitos das crianças e adolescentes; “Presentes para a Paz”, comemorando
o centenário do Escotimo Mundial; “Sempre Alerta no trânsito”, sobre
prevenção de acidentes de trânsito; e “Escotismo é Inclusão”, sobre a
inclusão de pessoas com deficiência no Movimento.
O Mutirão tem se revelado ser um sucesso, pois conseguimos desenvolver
ações comunitárias em todos os estados brasileiros, no mesmo dia, e
mostrando a sociedade à relevância do trabalho que o Movimento Escoteiro
desenvolve.
Os Mutirões de Ação Comunitária nos ajudam a compreender que se pode
construir um mundo melhor, juntando forças com mais gente interessada, e
que isso também contribui para o desenvolvimento e crescimento pessoal.

Você conhece a Insígnia da Ação Comunitária?


Está insígnia tem o objetivo de despertar em você o espírito
da ação, da pró-atividade e serviço ao próximo. É uma
excelente oportunidade para contribuir de maneira intensa
em sua comunidade e fazer a diferença!

202
28

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Fazer um croqui da área onde reside,
identificando os serviços públicos de seu bairro.
Conhecer a localização e número de telefone dos distintos
serviços públicos de seu bairro.

Conhecendo melhor o seu bairro


Croqui é uma palavra que tem origem no termo “croquis” do francês,
e que pode ser traduzido como esboço ou rascunho. Na verdade é um
desenho rápido, feito apenas com objetivo de mostrar um lugar, uma idéia
ou uma imagem.
Para fazer um croqui não é necessário perfeição artística, pois o que
importa é que transmita claramente aquilo que se propõe.

203
Um croqui da área em que você reside, portanto, nada mais é do que um
desenho simples, tendo sua casa como ponto central, e a ruas que estão
ao redor, num raio aproximado de 2 km, identificando as ruas principais e,
é claro, os serviços públicos e de utilidade pública, tais como bombeiros,
delegacia de polícia, quartel de polícia militar, serviço telefônico, hospitais,
pronto-socorros, serviço de energia elétrica, serviço de água, pontos de
ônibus, pontos de taxi, supermercados, escolas, etc.
Para começar o seu trabalho você pode usar um mapa local ou, ainda
mais fácil, procurar na internet, no site http://maps.google.com.br/, onde
você pode baixar um mapa do seu bairro que servirá como referência para
montar o croqui.
Depois, deixe o croqui exposto em um local visível, que possa servir para
você e sua família.

Um pouco mais sobre a comunidade


O que você acha de investigar com a sua patrulha aquelas
profissões que fazem que nossa vida em comunidade seja mais
segura e confortável. E também quais os serviços públicos que
prestam?

Façam uma lista dos serviços públicos existente na sua comunidade.


Dividam-se em duplas e cada uma assume a tarefa de contatar com uma
pessoa que trabalhe num determinado serviço, por exemplo, um bombeiro,
um professor, um funcionário da prefeitura, uma enfermeira do centro de
saúde, um funcionário do correio e convide-os para a próxima reunião da
Tropa. Peçam folhetos e materiais de divulgação sobre os afazeres de seu
serviço.
O dia da reunião preparem a sala, ponham num lugar visível as fichas
e materiais copilados. Por turno, cada dupla apresenta seu convidado, que
mostra o trabalho e o serviço que faz, tirando dúvidas, os demais membros
da Tropa podem fazer perguntas.
Finalmente, não esqueçam de avaliar a atividade realizada. Isso servirá
para melhorar futuras atividades semelhantes. Tampouco esqueçam de
agradecer a seus convidados por sua participação e ajuda...daí um lanche,
com um refresco e algo saboroso para degustar pode ser uma bela forma
de finalizar esta atividade.

204
Para saber o que fazer em casos de emergência e saber como ajudar, é
fundamental estar bem informado. Sua patrulha pode ajudar a tropa fazendo
um fichário sobre os principais serviços existentes em nossa comunidade.
Este modelo de ficha pode ser útil.

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Nome da Instituição:

Endereço:

Telefone:

Pessoa que foi contatada:

Objetivo da Instituição:

Tipos de problemas que atende:

Motivos pelos quais nós poderíamos entrar em


contato:

Não esqueçam que para este fichário seja útil deve ser
permanentemente atualizado e estar num local de rápido acesso.

Os números telefônicos dos bombeiros, polícia, ambulâncias, hospitais,


etc., quase sempre são precisos num momento crítico, ante uma emergência,
um fato inesperado, quando os minutos e segundos são muito importantes.
Por isso recomendamos que façam um cartão com os telefones de emergência
(bombeiro, polícia e outros serviços públicos) e plastifiquem para que não
rasgue e leve sempre com você.
205
29

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Participar, junto com sua patrulha, de uma
comemoração típica de sua região;
Participar de um jantar festivo na tropa, representando um
Estado diferente do seu;
Pesquisar e colocar em prática alguns jogos e atividades típicas dos
habitantes da região onde você vive;
Participar de um evento cívico, com sua patrulha ou tropa;

Preparando um jantar festivo na tropa


Jantar festivo é uma tradicional atividade dos escoteiros, e se constituí
em um evento em que cada patrulha se organiza e prepara uma refeição.
Uma das formas é representando tipicamente um Estado ou mesmo de um
país. Para isso cada atrulha deverá ter um espaço próprio, com cozinha
e ambiente de jantar, mas tudo dentro de um mesmo lugar. Por exemplo,
o jantar pode ser realizado em uma noite de sábado, na sede do grupo
escoteiro, distribuindo em um pátio quatro toldos, sendo um para cada
patrulha. Em cada toldo se coloca uma mesa de jantar, uma mesa de
trabalho e um fogareiro. As preparações mais “pesadas” podem ser feitas
na cozinha do grupo, onde também serão encontrados outros recursos,
como água, pias, geladeira, etc.

206
A organização do jantar festivo começa na Corte de Honra, onde será
combinado data, horário, local e o que cada patrulha representará. A partir
daí cada patrulha deverá buscar informações para preparar um cardápio
específico e a ambientação do seu local. Isso significa que cada patrulha
deverá preparar:

Um prato típico do Estado designado;


Ambientação do local para que se caracterize
como o Estado;
Preparar músicas, canções e danças típicas;
Vestuário típico do Estado;
Convite para a chefia

Os chefes serão convidados, normalmente um em cada patrulha, e


deverão se preparar previamente, tanto na caracterização do vestuário
como preparando alguma canção típica para ensinar.
Na hora combinada, com pontualidade escoteira, cada chefe se dirige
para a patrulha onde irá jantar, e com ela faz a refeição. Para isso deverá
ser marcado um tempo determinado. Na sequência, sob coordenação da
chefia ou dos monitores, três patrulhas se dirigem, juntas, para visitar a
quarta patrulha, e serão dignamente recebidos com canções e danças, e
poderão experimentar um pouco da comida local. Ficam lá uns dez ou
quinze minutos, e em seguida todos se dirigem para a próxima patrulha,
que já terá seguido um pouquinho antes, e fará igual recepção. Assim
segue até que todos visitaram todas as patrulhas.
Para terminar o jantar festivo se pode fazer uma roda de canções ou um
Fogo de Conselho.

207
Folclore brasileiro
O folclore é passado de pais para filhos, geração após geração.
Conhecendo o folclore de um país podemos compreender o seu povo. E
assim passamos a saber, ao mesmo tempo, parte de sua história.
O folclore brasileiro é um dos mais ricos do mundo. Nele, estão as marcas
dos diferentes povos que formaram nossa nação, principalmente
o indígena, o africano e o europeu. Imagine uma colcha
de retalhos multicolorida com uma mistura de figuras
geométricas, estampas e texturas. Assim é nossa herança
cultural.
Conhecer, cultivar e estudar nossas tradições é uma
forma de manter vivas as raízes nacionais. Conheça as
principais tradições do nosso povo
Fazem parte do folclore:
· As festas populares, as canções de ninar, as cantigas de roda, as
brincadeiras e jogos e também os mitos e lendas que aprendemos quando
criança.
· Os utensílios que o povo fabrica para o uso e ornamentação, como as
cestas de vime, e os objetos de cerâmica, madeira e couro, os tecidos, a
renda, os adornos de miçangas e penas.
· Comidas típicas, redes de dormir, chinelo de palha, fita do Nosso
Senhor do Bonfim, brincadeira de esconde-esconde, bumba-meu-boi, boi
de mamão, samba, panelas de barro, ferradura atrás da porta, carnaval e
futebol.
O Dia do Folclore é comemorado, aqui no Brasil, com eventos e festas,
no dia 22 de Agosto.

Cada país, cada estado ou mesmo cada município tem


características culturais particulares, dependendo da origem
da população, colonização ou características geográficas. O
Brasil, formado por muitas etnias e origens, é muito rico em
diversidade cultural, que se expressa por meio de expressões
típicas, música, dança, folclore, artesanato, alimentação, etc.
Uma dessas riquezas é a variedade de jogos populares que
se encontram em diferentes partes do nosso país. Vamos ver
alguns deles.

208
Jogos típicos brasileiros
Bocha - Trazido para a Brasil pelos imigrantes
italianos, o jogo de bocha é muito popular nos
Estados de São Paulo, onde iniciou no Brasil,
além do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. É jogado
em uma cancha cumprida entre duas pessoas
ou duas equipes, que consiste em lançar bochas
(bolas) e situá-las o mais perto possível de um
bolim (bola pequena), previamente lançado. O adversário por sua vez,
tentará situar as suas bolas mais perto ainda do bolim, ou remover as bolas
dos seus oponentes.
Pião - O pião foi trazido ao Brasil pelos portugueses, na época
da colonização. O brinquedo popular é feito de madeira ou
metal, tendo na ponta um prego ou ferrão. Para brincar
enrola-se uma corda da ponta ao corpo do pião, segurando
uma ponta. Depois, é só atirar o pião em direção ao chão,
desenrolando o barbante de um impulso só. O brinquedo
cai no chão rodopiando e assim permanece durante um bom
tempo, podendo, de acordo com a habilidade de cada
um, ser equilibrado na mão ou no próprio barbante.
Bilboquê - É um brinquedo antigo que consiste em uma
esfera de madeira (ou de forma semelhante), com um orifício
central, e presa por uma corda numa espécie de suporte. Através
do movimento das mãos, esta bola deve ser encaixada no suporte.
Em francês, a palavra bilboquet tem relação com a palavra
bille, que tanto pode ser traduzida como “pequeno bastão”
ou como por “bolinha-de-gude”.
Bola de gude - Bola-de-gude ou
bolinha-de-gude, também conhecido
como búlica, bolita ou peca, entre outros
tantos nomes, é uma pequena bola de vidro maciço,
pedra, ou metal, escura, manchada ou intensamente
colorida, de tamanho variável, usada em jogos de
criança, em que se compete de diferentes formas,
mas levando em conta sempre a habilidade de lançar
a bola usando os dedos da mão.

209
30

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Explicar aos novos integrantes de sua patrulha os
significados da flor de lis e saudação escoteira;
Conhecer a história de seu grupo escoteiro e seus símbolos;
Participar de uma atividade, distrital, regional e ou Jamboree Nacional
Participar de um JOTI ou JOTA;

A Flor de Lis
A flor de lis é o símbolo dos escoteiros. Uma recordação da Promessa
Escoteira e do compromisso com a Lei. Usam-na os escoteiros e as escoteiras
que fizeram sua Promessa, em qualquer parte do mundo.
Na época em que se criou o Movimento Escoteiro, a flor de lis era usada
em bússolas e mapas para indicar o Norte. Provavelmente por isso que
Baden-Powell escolheu como nosso símbolo, por estar vinculado a exploração
e a ajuda necessária para encontrar o bom rumo. B-P dizia que a flor de lis
representava “a boa trilha que todo escoteiro vai seguir”.

Esta é a flor de lis, o símbolo de todos escoteiros


do mundo.

Você sabia que cada uma de suas partes


simboliza algo diferente? As três pétalas
representam os três grupos de deveres de todo
Escoteiro: para com Deus, para com o próximo
e para consigo mesmo. As duas estrelas de cinco
pontas representam a verdade e o conhecimento;
as pontas nos recordam os dez artigos da
Lei Escoteira. A flor está rodeada por uma
corda unida por um nó direito que simboliza a
fraternidade e unidade do movimento escoteiro
no mundo.

210
Pétala principal - Dever Agulha que
para com Deus indica o Norte

Pétala direita - Dever Pétala esquerda -


para com o Próximo Dever para
consigo mesmo
Estrela de 5 pontas - as Anel - O laço
duas representam os 10 da Fraternidade
artigos da Lei Escoteira Escoteira
Corda em círculo - Nó direito - Força
Unidade Mundial da Fraternidade

E esta é a flor de lis da União dos Escoteiros do Brasil.


Em 1924 as associações escoteiras que existiam no
Brasil, por inspiração de grandes líderes como Benjamin
Sodré, o “Velho Lobo”, e o Padre Leovigildo França, e a
pedido do Fundador Baden-Powell, se fundiram em uma
única entidade, denominada de União dos Escoteiros do
Brasil. Seu símbolo é a flor de lis com uma sobreposição
de crianças e jovens, incluindo as cores nacionais e o
cruzeiro do sul.

Na natureza, assim é a flor de lis.


Nossa insígnia é a representação
desta flor vista de frente. Seu nome
é Sprekelia formosíssima e pertence
à família das Amarilidáceas. É
originaria do México e Guatemala.
Foi introduzida na Europa nos final
do século XVI. É uma planta bulbosa
que florece entre junho e julho (no
hemisfério norte) e entre janeiro e
Fevereiro (no hemisfério sul), ou seja,
durante os meses quentes. Existem
espécies similares (umas 200) originárias da
Ásia e Europa, onde sua representação é usada em
brasões, escudos e outros elementos heráldicos.

211
Além da flor de lis, que você já conhece, o Movimento Escoteiro
tem outros símbolos universais:

A Saudação
Os escoteiros de todo o mundo têm uma saudação que nos é próprio
e comum. Uma saudação de paz e boa vontade que nos faz
recordar o compromisso com a Promessa.
Durante a II Guerra, numa pequena ilha dos
Mares do Sul onde se desenrolou terríveis
combates dos japoneses contra os norte-
americanos, um soldado norte-americano
jazia gravemente ferido no campo de
batalha, quando chegou um soldado
japonês com sua baioneta em riste para
matá-lo. O soldado norte-americano
considerou que já não havia nada que
pudesse fazer e num último gesto quase
inconsciente fez a saudação escoteira.
Horas mais tarde recobrou a consciência e comprovou com surpresa que
suas feridas estavam curadas. Na sua camisa encontrou um nota que
dizia:
eu sou o soldado japonês que estava pronto para te
matar, mas tua saudação escoteira me fez lembrar que
também fui escoteiro quando criança. Como poderia
te matar? Fiz em ti os primeiros socorros, o melhor que
pude. Boa sorte.

Ajudado por seus próprios companheiros, o soldado americano recobrou


a saúde. Os escoteiros japoneses conheceram esta história por meio do
escritório dos Boys Scouts of América e fizeram uma intensa busca para
saber quem era esse soldado japonês, mas nunca o encontraram. Com
o propósito de que se lembre sempre esta história de paz e compreensão
entre os homens, ainda que no meio de uma brutal guerra, os escoteiros
japoneses ergueram um monumento em memória dos soldados escoteiros.
A saudação ou sinal escoteiro se faz levantando a mão direita à fronte,
formando o sinal escoteiro.

212
Aperto de mão
Os escoteiros estão acostumados se
cumprimentarem estendendo a mão
esquerda. É possível que Baden-Powell
tenha tirado esta tradição dos Ashanti.
Os Ashanti viveram no que agora é o sul
de Gana e nosso fundador entrou em
contato com sua cultura nos anos que
esteve na África como coronel do exército
inglês.
Os guerreiros ashanti costumavam
se cumprimentar com a mão esquerda
pois nela levavam o escudo para se
proteger. Somente quando encontravam
com um amigo, largavam o escudo e
cumprimentavam com a mão esquerda
em sinal de confiança, já que, frente a essa
pessoa não temiam ficar desprotegidos.

História do Grupo e da Tropa Escoteira


Para fazer Escotismo você ingressou
em um grupo escoteiro. Quer conhecê-lo
melhor?
Então, faça um trabalho de pesquisa
para descobrir quando e como ele
surgiu, o porquê de seu nome, a data
de fundação, quantas pessoas fazem
parte, quais os ramos que funcionam, o
significado de seu emblema e das cores
do lenço, etc.
Aproveite e pesquise, também, a
história de sua Tropa Escoteira.
Procure fazer um trabalho que possa
ser apresentado aos seus pais, para que
eles também conheçam o grupo escoteiro do qual são sócios.

213
Os grandes eventos escoteiros para jovens
Você sabe o que é um Jamboree?
É um grande acampamento de escoteiros provenientes de diferentes partes.
Pode ser mundial, continental ou nacional.
A palavra Jamboree quer dizer “grande festa ou celebração”. O próprio
Baden-Powell dizia que escolheu esta palavra porque gostou como soava e
pelo seu sentido jovial e de festa, que iria bem com os jovens participantes
destes eventos.
O Jamboree Mundial é o máximo evento da Organização Mundial do
Movimento escoteiro. Realiza-se a cada quatro anos, sempre num país
diferente e reúne jovens provenientes de mais de 100 países.
Participar de um Jamboree Mundial é uma experiência maravilhosa, mas
nem sempre é possível fazê-lo. Além do Jamboree Mundial, nas Américas,
se realiza o Jamboree Pan-Americano, a cada três anos, também sempre em
um país diferente.
O primeiro Jamboree Escoteiro Mundial foi realizado em Olímpia, Londres,
Inglaterra, no ano de 1920 e participaram 8 mil escoteiros de 34 países.
Nesse Jamboree, Baden-Powell foi aclamado Chefe Escoteiro Mundial.

Para participar de um Jamboree você deverá se preparar com


antecipação. Quer viver esta experiência? Então se anime e
convide a sua patrulha para se preparar e para integrar-se a
delegação da UEB.

A União dos Escoteiros do Brasil também organiza os Jamborees


Nacionais nos quais você pode comparecer e compartilhar com jovens de
Tropas de outros lugares dos país.

214
Você sabia que existe um Jamboree pela Internet? É chamado
JOTI pela sua sigla em inglês: Jamboree On The Internet
e também um Jamboree nas ondas do rádio, chamado de JOTA,
que significa Jamboree On The Air.

215
31

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Participar de uma atividade da sua patrulha e/ou
tropa em que se promova a paz e compreensão
entre as pessoas;
Pesquisar sobre a vida de pessoas que trabalharam pela paz no Brasil e
apresentar o resultado para sua patrulha ou tropa;

A paz ao alcance de todos


Alberto Santos Dumont, brasileiro, pioneiro da
navegação aérea, viveu permanentemente com
o sentimento de culpa e dor ao comprovar que a
aviação estava levando a devastação e morte ao
ser usadas para fins bélicos. Em 1926 expôs para a
Liga das Nações:

Os que, como eu, foram humildes pioneiros da


conquista do espaço, estavam mais preocupados
por criar novos meios de expansão pacífica para os povos que
promover novas armas. Sonho com o dia em que todos se levantem
e compreendam que foram feitos para viver como irmãos.

A idéia da Cruz Vermelha nasceu em 1859, quando Henry Durant, um


jovem suíço se encontrou a frente de uma cena sangrenta numa batalha
que enfrentou em Solferino (Itália) contra o exército Austro-Húngaro e da
aliança franco-sardenha. Uns 40 mil homens jaziam mortos ou agonizantes
no campo de batalha e os feridos não recebiam atenção médica alguma.
Dunant organizou a população para tapar as feridas dos soldados e a lhes
dar alimento e consolo. Em seu regresso, propôs a criação de sociedades
nacionais de socorro que ajudariam aos feridos em combate e assinalou
caminho para as futuras convenções de Genebra.

216
Não se poderiam fundar, em tempos de paz e
tranqüilidade, sociedades de socorro compostas
por abnegados voluntários devidamente
qualificados, cuja finalidade seja prestar, em
tempos de guerra, assistência aos feridos?

H. Dunant

A Cruz Vermelha finalmente nasceu em 1863, quando cinco cidadãos


de Genebra, incluindo Durant, fundaram o Comitê Internacional para o
Socorro dos Feridos, que se converteria mais tarde no Comitê Internacional
da Cruz Vermelha. Seu emblema era uma Cruz
vermelha sobre um fundo branco: o contrário da
bandeira da Suíça. No ano seguinte, 12 governos
adotaram a primeira Convenção de Genebra, um
marco na história da humanidade, que garantia a
ajuda aos feridos e define os serviços médicos como
“neutros” no campo de batalha.
Em 1876, para dar maior alcance aos trabalhos, nos países
muçulmanos passou-se a utilizar o crescente vermelho como
símbolo da organização.
Em dezembro de 2005, adotou-se um novo emblema,
chamado de Cristal Vermelho, que não tem semelhança com nenhum
símbolo religioso, e que pode ser usado de modo mais abrangente.
Faz muitos anos que a Cruz Vermelha não cuida somente de feridos ou
acidentados, tem um grande trabalho de prevenção de enfermidades como
a AIDS, capacitação em primeiros socorros, busca a pessoas desaparecidas,
distribuição de alimentos, controle de altura e peso, etc.
Por esse importante trabalho a Cruz Vermelha foi premiada com o Prêmio
Nobel da Paz em três oportunidades - 1917, 1944 e 1963.
Além da Cruz Vermelha, em nosso país existem
muitas organizações que envolvem voluntários para
ajudar a quem vive em situações de pobreza, doenças e
discriminação. Como patrulha entrem em contato com
algumas destas organizações e averigúem mais sobre o
que fazem. Quem sabe possam descobrir como vocês
podem ajudar nesse trabalho solidário.

217
32

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Participar de um projeto ambiental com
sua patrulha ou tropa e aplicar as normas de
acampamento de baixo impacto em acampamentos
e excursões.
Realizar levantamento de pegadas de animais de sua região;
Participar de uma excursão urbana com motivo ecológico.

Biomas Brasileiros
O Brasil é o país de maior biodiversidade do
Planeta. Foi o primeiro signatário da Convenção
sobre a Diversidade Biológica (CDB), e é
considerado megabiodiverso – país que reúne
ao menos 70% das espécies vegetais e animais
do Planeta – pela Conservation International (CI).
A biodiversidade pode ser qualificada pela diversidade
em ecossistemas, em espécies biológicas, em endemismos
(espécies restritas a uma região) e em patrimônio genético.
Devido a sua dimensão continental e à grande variação
geomorfológica e climática, o Brasil abriga sete biomas, 49
ecorregiões, já classificadas, e incalculáveis ecossistemas.
O conjunto de seres vivos (biota terrestre) possui a flora mais rica do
mundo, com até 56.000 espécies de plantas superiores, já descritas; acima
de 3.000 espécies de peixes de água doce; 517 espécies de anfíbios; 1.677
espécies de aves;
e 518 espécies de
mamíferos; pode ter
até 10 milhões de
insetos.

218
Acampamentos de baixo impacto ambiental
Como escoteiros temos obrigação de deixar os locais em que acampamos
melhor do que encontramos. Devemos ter o mesmo cuidado com o lugar
onde vivemos, fazendo da nossa casa e nossa cidade um lugar mais habitável
e humano.
Observe sua maneira de atuar e a das pessoas com quem divide sua
cidade. Faça uma lista das situações observadas e que, a seu ver, prejudicam
o seu ambiente. Pense no que é possível fazer para melhorá-lo.

Não deixar rastros!


Uma boa maneira de ajudar na limpeza e na manutenção dos locais em
que você excursiona ou acampa, é lembrar que durante o tempo que estiver
ali, você é um visitante. Quando você visita a casa de um amigo jamais
pensa em jogar sujeira no chão, cortar plantas no jardim, colocar sabão na
água que usam para beber ou escrever seu nome numa parede... então,
quando você vai ao campo, comporte-se igual, deixe tudo igual ou melhor
de que quando chegou.
Passear e acampar sem deixar rastros é sinal
de um explorador experiente que cuida do meio
ambiente.

Conselhos para não deixar rastros:


Deixe as coisas como as encontrou. Deixe as
pedras, as plantas, animais, artefatos arqueológicos
e outros objetos tal como você os encontrou.
Não altere demais o local. Não movas pedras
e galhos só por fazê-lo. Não cave poços ou valetas
sem absoluta necessidade. Utilize sempre o mesmo
lugar para fazer as fogueiras.
Minimize o uso de fogueiras. Tem pessoas que pensam que não podem
fazer um acampamento sem uma fogueira. Sempre que puder, use fogareiros
a gás. Se for preciso fazer uma fogueira, faça só o necessário. Não use 10
quilos de lenha para cozinhar um ovo! Escolha a madeira apropriada e evite
os fogos com muita fumaça.
Respeite a vida animal. Os movimentos rápidos e sons altos perturbam
aos animais. Observe aos animais de longe. Armazene a comida e mantenha
o lixo e restos de comida longe dos animais, para que estes não adquiram
maus hábitos.

219
Nunca devemos esquecer que o estado do local, depois que o
acampamento terminou, mostra exatamente se a Patrulha ou Tropa
que dele se utilizou era de boa qualidade. Nenhum Escoteiro digno
desse nome jamais deixará sujo o terreno onde acampou. Os
fazendeiros assim não terão o trabalho de limpar o terreno depois
que você se tenha retirado, e ficarão, conseqüentemente, muito mais
propensos a deixar que você o use outra vez. Lembre-se que ao
levantar acampamento, só duas coisas deve deixar no local: 1º Nada.
2º Os seus agradecimentos ao proprietário do terreno.

Baden-Powell em “Escotismo para Rapazes”

Observando e registrando a fauna local


Aqui o importante é a paciência e persistência. Você deve observar com
atenção o animal, porém de uma forma que não o assuste, impedindo-o
de comportar-se normalmente. Para isso use as técnicas de tocaia que você
encontra neste seu guia.
Tire fotos e registre todos os pontos interessantes. Se possível faça ilustrações
com anotações, tais como aspectos dos animais, cores que se destacam,
comportamento, hora em que é encontrado, com o que se alimenta, etc. É
claro que tudo isso deverá ser feito sem perturbar o animal.
Em diversos livros, enciclopédias e revistas especializadas, você encontrará
os dados necessários para complementar o seu trabalho, que não deve
ser um tratado de zoologia, mais algo interessante de ser apresentado à
Tropa.

220
Pegadas em gesso
1 - Limpar o local sem alterar
a pegada e rodeá-la com uma
tira de cartolina ou metal, afim de
impedir que o gesso se espalhe.
2 - Misturado o gesso com
água, lentamente, até ficar um
creme grosso e adicionado um
pouco de sal, derramá-lo sobre a
pegada.
3 - Após quinze minutos ou
pouco mais, retirar o modelo
com cuidado, limpando-o
delicadamehte de quaisquer
residuos do solo. (Tendo assim o
negativo).
4 - Para obter o positivo, untar
o negativo com óleo, colocá-lo
sobre uma tábua, cercá-lo com
uma tira de cartolina ou metal
presa por um cordel e aí derramar
o gesso como no n° 2.
5 - Depois de estar seco o
gesso, retirá-lo com cuidado,
desprendendo-se o modelo
facilmente por causa do óleo.
(Você terá, então, o positivo).
6 - Enquanto a pasta estiver úmida, inscrever no bordo o nome do animal
a que se refere a pegada, assim como a data que foi obtida.

“Cookit” - O painel dobrável


O painel dobrável é um tipo de forno e fogão solar, adequado para cozer
os alimentos, assar pães, pasteurizar a água. A sua total simplicidade não
corresponde à sua poderosa força de cocção. E o seu baixo custo permite
levar a "cozinha solar" a uma enorme quantidade de pessoas.

221
Esboços para construção:
Comece com um grande pedaço
de papelão, medindo 1m x 1,33m.
Corte e dobre como é mostrado no
esboço. Os ângulos e dobras são
os mais indicados, mas pequenas
variações também podem ser feitas.
Dicas: Para fazer dobras retas
no papelão, primeiro faça um vinco
sobre a linha da dobra com um
objeto de ponta cega, como o cabo
de uma colher, então dobre o papelão contra uma superfície firme e reta.
Faça as fendas um pouco menores e estreitas que as abas a serem
encaixadas, de modo que estas se prendam firmemente ao painel frontal.
Cole folhas de alumínio nas áreas que formarão as superfícies internas
quando o forno estiver pronto para cozinhar.
Para instalar, deite o painel com o lado
brilhante para cima. Dobre para cima as
partes frontais e traseiras e encaixe as
pontas das abas nas fendas à sua frente.
Você está pronto para cozinhar!
Coloque a sua comida em uma
panela preta. Então coloque a panela
dentro de um saco plástico (um saco
de cozinhar irá suportar melhor o calor).
Depois, feche a abertura do saco e coloque a
panela, envolta no saco, no centro do seu fogão solar.
Nesse forno/fogão podem ser feitos todos os tipos de comida, e o tempo
de cozimento fica entre uma a uma hora e meia.

222
LINHAS DE CORTE LINHAS DE DOBRA LINHAS OPCIONAIS DE DOBRA PARA
ARMAZENAMENTO COMPACTO

cm
13

223
Meu Desenvolvimento

Espiritual
A imagem é a árvore da vida, segundo uma
pintura Huichol, originária do México.

A árvore é um ser de dois


mundos. Profundamente
enraizada na terra, seus braços
buscam alcançar o céu e a
eternidade, unindo o terreno
com o celestial. Por tudo isso,
simboliza a aspiração de chegar
a Deus.

Esta área desafia você a


conhecer mais sobre sua
religião, crescer em seu
compromisso com ela e tratar
de viver de acordo a seus
ensinamentos. O serviço ao
próximo e a comunicação
constante e profunda com
Deus são também parte de
seu crescimento pessoal nesta
etapa.

Dê o primeiro passo na fé. Você não necessita ver


toda a escadaria, somente dar o primeiro passo.
Martin Luther King
225
33

DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
Fazer orações rotineiras na tropa ou patrulha,
inclusive a Oração do Escoteiro
Participar das celebrações de sua confissão religiosa;
Realizar reflexões junto a sua patrulha nas excursões e acampamentos;

Orações Escoteiras
 
 Qualquer que seja sua confissão religiosa, os escoteiros de vários países
adotaram como própria esta oração formosa e singela:

 Oração do Escoteiro

Senhor
ensina-nos a ser generosos,
a servir-Te como o mereces,
a dar sem medida,
a combater sem medo que nos firam,
a trabalhar sem descanso
e não buscar outra recompensa
que saber que fazemos Tua vontade. 

Além desta Oração, existem outras para diferentes momentos, que são
usadas há muitos anos pelos escoteiros.
 

Às refeições
 
Uns têm e não podem,
Outros podem e não têm,
Nós, que temos e podemos,
Bendigamos ao Senhor. 
 

226
Pela manhã
 Senhor, Tu que estendeste o céu como
imensa barraca sobre nós,
Olhes misericordioso Teus filhos, já
alertas na aurora de um novo dia.
Afastes, Senhor, deste acampamento,
tudo que possa Te ofender,
E nos una para ajudarmo-nos
mutuamente
A fim de que este dia transcorra entre
amizade e alegria. 
Local para orações
 
À noite
 Senhor, depois de um dia cheio de
trabalhos e de lutas,
Queremos repousar nossos corpos
fatigados.
Vigies nossas barracas, a fim de que o
nosso sono seja descanso
Para mais trabalharmos no dia de
amanhã.
Afastes os perigos de nosso
acampamento,
Cercai-o com o calor da Tua Bondade. Local para orações
Perdoes, Senhor, todas as nossas faltas,
Para que nós, que vamos dormir sob as
estrelas,
Possamos faze-lo em Tua Graça.
Estendas Tua proteção em torno deste
acampamento.
Para que nos defenda de todo o mal.
Assim seja

Local para orações

227
Refletindo sobre Valores
Já ouviu falar dos cavaleiros antigos?
Eram homens de fé, cheios
de despreendimentos, que
abandonavam o conforto e o bem-
estar dos castelos, onde tudo era
riqueza e comodidade e seguia,
cobertos de pesadas armaduras de
ferro, armados de lança e espada, a
correr o mundo, com o fim de fazer
o bem, distribuir justiça, proteger os
fracos.
Obedeciam às leis que nunca
foram escritas, mas que eram
religiosamente seguidas.
Nunca mentiam, eram leais,
valentes, nobres e generosos.
Pois bem, você obedecendo,
praticando as leis do escoteiro,
vai ser um pequeno cavaleiro, vai
reviver, depois de tantos séculos
passados, aquelas belas tradições de lealdade e cortesia dos cavaleiros
antigos.
Você é o cavaleiro de hoje, sempre pronto a correr em defesa dos fracos,
sempre pronto a proteger a verdade. Todos confiam em você, na sua
palavra, na sua açao como confiavam outrora nos cavaleiros.
O escoteiro tem um código de honra que é representado pela Lei
e a Promessa. A Lei Escoteira contém normas que são cumpridas pelos
escoteiros do mundo inteiro. Você passou a obedecer a estas normas a partir
do momento em que se tornou escoteiro, ou seja, quando você realizou a
Promessa Escoteira.

Em quais atividades você pode vivenciar os VALORES?


TODAS !
Por exemplo: Nos jogos, respeitando as regras e os companheiros. Nos
acampamentos, preservando o material de patrulha, tendo uma boa noite
de sono, curtindo a natureza, vivendo o espírito de patrulha, a reflexão
do minuto do chefe no Fogo de Conselho, etc. Nas cerimônias, saudando
a bandeira, na espontaneidade da oração, na apresentaçao pessoal, etc.
228
Nos treinamentos, a disciplina para participar, o esforço para transmitir
ou aprender, etc. Nas atividades comunitárias, servindo ao próximo,
conhecendo e desenvolvendo sua comunidade, etc.
Você só será uma pessoa completa, quando além da parte física,
intelectual, afetiva, social e do caráter também tiver desenvolvido a sua
parte espiritual.
O ser humano deve possuir uma séria de valores que no decorrer de sua
vida são desenvolvidos e aperfeiçoados.
Muitas vezes você encontra pessoas que querendo ser mais avançadas,
negam a responsabilidade, o respeito aos mais velhos, a obediência, a
disciplina... Essas pessoas pensam que podem viver sem leis, fogem ao
respeito que devem ter a si próprios e as outras pessoas, querem ignorar
o papel que lhes cabe na comunidade. Pensam que podem fazer o que
querem e julgam que assim serão felizes... Pura ilusão! A partir do momento
em que vivemos com outras pessoas, seja na família, escola, e outros
lugares que freqüentemos, sentimos a necessidade de nos relacionar com
outras pessoas, e para isso é necessário que pratiquemos o respeito e a
compreensão, para que sejamos aceitos e possamos aceitar e gostar das
outras pessoas.
As leis são necessárias pois é a sua prática que assegura o direito de cada
um, permitindo as pessoas viver em comunidade.
Às vezes podemos discordar das pessoas mais
velhas, porém, discordar não quer
dizer que não tenhamos consideração
e respeito. Um dia você também será

229
idoso e gostará é claro, de receber respeito e consideração dos mais
jovens... Não se esqueça que as pessoas mais velhas podem, com a sua
experiência, nos ensinar muita coisa.
O mundo ideal seria aquele em que todos vivessem em paz, respeitassem
o próximo e produzissem com o seu trabalho, o bastante para viver
confortavelmente com sua família e participar do desenvolvimento do seu
país.

Cumprir com os deveres de sua religião


Toda religião tem como objetivo ligar o homem ao Criador através da
prática de ideais elevados. Se você praticar os ensinamentos da sua religião
com determinação e alegria, vai sem dúvida crescer espiritualmente, o que
lhe trará segurança e tranquilidade.

Desenvolvimento pessoal
Vamos citar cinco aspectos em que você deverá avaliar sua vida numa
conversa com seus companheiros de patrulha ou com seu chefe. Você
poderá dizer como tem agido em relação a cada um desses aspectos na
sua vida dentro e fora do Escotismo.

· Responsabilidade - Podemos definir responsabilidade pelo


cumprimento dos deveres que você tem em casa, na escola, na tropa,
com as pessoas em geral. Também é demonstrar responsabilidade,
cuidar dos seus pertences, assim como tratar com zelo daqueles que
lhe forem emprestados por outras pessoas.
· Lealdade - Ser leal é ser digno de confiança. É fazer esforços
no sentido de ser merecedor da confiança de nossos pais, amigos,
professores e chefes.
· Cortesia - É a maneira atenciosa, amistosa que usamos ao lidar
com as pessoas. O Escoteiro é cortês com todos, especialmente com
pessoas idosas, mulheres e crianças.
· Sinceridade - Ser sincero é sinônimo de ser verdadeiro. Somos
sinceros quando dizemos a verdade, não importando as circunstâncias.
Somos sinceros quando a verdade está presente em nossos atos,
palavras e ações.
· Auto-controle - É o nome que se dó a nossa força de vontade,
que nos impede de cometer atos indignos e nos dá coragem para
enfrentar os obstáculos e as dificuldades.

230
Periodicamente, em uma conversa franca e amiga com seu
chefe de tropa, você poderá fazer um balanço de toda a sua
experiência no Movimento Escoteiro,
e avaliar o quanto progrediu e
aprendeu desde que entrou na
Tropa Escoteira.
Certamente você
compreende, que para um
Escoteiro, conquistar novos
distintivos e desempenhar
funções na tropa, não
significam honrarias ou que
seja superior aos outros, mas
sim que se tem um maior
número de conhecimentos e
portanto está mais apto a colaborar mais eficientemente com o seu próximo,
com a sua comunidade e consigo mesmo, de acordo com a Promessa e a
Lei Escoteira.
Em todos os aspectos que citamos, você deve ter se desenvolvido e
certamente hoje você já tem uma visão muito mais ampla sobre o Escotismo,
que reúne tantas pessoas nas mais diversas partes do mundo.
E evidente que ninguém é perfeito, mas o que se espera de um escoteiro é
que ele esteja permanentemente procurando se aperfeiçoar, enfim fazendo
o seu melhor possível para viver de acordo com a sua Promessa, e para isso
é necessário não se acomodar, mais sim estar sempre evoluindo.

231
34

DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
Participar de uma atividade de serviço
comunitário com os integrantes de sua comunidade
religiosa;
Aplicar os ensinamentos de sua confissão religiosa nas coisas que faz no
seu dia-a-dia;
Apresentar à tropa um pequeno relato de ensinamentos da sua confissão
religiosa.

Jorge, o Patrono dos Escoteiros


Cada Ramo do Escotismo tem seu patrono, por indicação do próprio
Fundador do Movimento, Robert Baden-
Powell.
É importante compreender que a
escolha foi feita no início do século
passado, na Inglaterra, sob influência
da Igreja Anglicana que, assim como a
Igreja Católica, consideram a existência
de Santos. Desta forma Francisco de
Assis foi definido como patrono dos
Lobinhos, Jorge de Anicii patrono dos
Escoteiros, e Paulo de Tarso patrono dos
Pioneiros. Para os Anglicanos e Católicos,
são padroeiros, respectivamente, São
Francisco de Assis, São Jorge e São
Paulo.
Mas, o mais importante é saber que
cada um desses patronos tem uma
história que pode servir de exemplo aos
escoteiros. Ícone de São Jorge, Museu
Jorge teria nascido na antiga Cristão-Bizantino, Atenas
Capadócia, região que atualmente
pertence à Turquia. Ainda criança mudou-se para a Palestina com sua
mãe, após seu pai morrer em batalha. Na adolescência Jorge entrou para

232
a carreira das armas, por ser a que mais satisfazia à sua natural índole
combativa. Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a
sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o Imperador a lhe
conferir o título de conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na
corte imperial em Roma, exercendo a função de Tribuno Militar.
Começou a mudar como pessoa após o falecimento de sua mãe, quando
resolveu distribuir toda a riqueza que tinha aos pobres. Logo em seguida,
durante uma reunião em que o imperador Diocleciano falou de seus planos
de matar todos os cristãos, Jorge declarou-se um deles e se opôs.
O Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos,
todavia Jorge a reafirmava, tendo seu martírio aos poucos ganhado
notoriedade e muitos romanos se sensibilizaram com a convicção do
jovem soldado. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou que o
matassem, no dia 23 de abril de 303, segundo a tradição.
Formou-se uma lenda em torno de Jorge, em que, geralmente ele é
apresentado como um cavaleiro, montado e de armadura, atacando com
uma lança um dragão que queria devorar uma donzela. É apenas uma
imagem simbólica, em que o dragão representa a maldade e os erros, e a
donzela é o pensamento puro e a fé em Deus que devem ser defendidos.
Para os escoteiros Jorge representa a juventude destemida, valente, leal,
pronta a sacrificar-se por seu ideal lutando para fazer o bem.

233
35

DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
Participar da construção de um espaço de reflexão
em um acampamento de tropa;
Orar utilizando uma oração própria da tropa ou de sua patrulha.
Praticar a oração como forma de relacionar-se com Deus.
Organizar ou contribuir com um livreto de orações para a sua patrulha.

Orar é falar com Deus


O famoso investigador Luis Pasteur estava certa
manhã com suas mãos postas sobre sua escrivaninha,
seus dedos estavam juntos em forma de concha e
sua cabeça inclinada a poucos centímetros da mesa;
quando por fim levantou sua cabeça e separou as mãos,
apareceu debaixo delas um pequeno microscópio.
Um estudante que o estava observando tão quieto durante
tanto tempo, lhe disse: - pensava, doutor Pasteur, que estava
rezando.
- assim é – replicou o cientista, mostrando seu
microscópio. – Estava dizendo a Deus coisas muito lindas,
embora não tanto como as que Ele estava dizendo-me
por meios de suas obras.

As excursões e acampamentos de patrulha também nos


dão oportunidade de escutar a Deus através de Sua Criação.
Basta preparar nossos sentidos, abrir nosso coração e dar a
oportunidade de escutar a Deus, por exemplo, por meio das
estrelas...
Nossa proposta é que num acampamento, depois de jantar, procure
junto a sua patrulha um local tranquilo, com grande visibilidade e pouca
iluminação, para poder obervar o céu. As melhores noites para observar o
céu, são aqueles sem lua.

234
Deitem-se de costas no chão e em silêncio observem fixamente o
firmamento durante 10 ou 15 minutos. Observem a distribuição dos astros
no firmamento e procurem estabelecer grupos de estrelas, imaginando
figuras e formas.
Quando os povos da antiguidade, vencendo seus medos, atreveram-se
a viajar a noite, tiveram que encontrar um meio que os ajudassem a se
orientar e descobriram nas estrelas suas principais aliadas. Para que fosse
possível reconhecer o céu noturno, agruparam as estrelas formando figuras
que na atualidade chamamos constelações.
Foram os gregos quem deram os nomes das constelações mais conhecidas
no hemisfério norte. Quando os marinheiros portugueses começaram suas
explorações, navegando paralelo a costa do continente africano, descobrem
que o céu do sul era diferente ao que conheciam na Europa. Por essa
razão, as constelações do hemisfério sul têm nomes de instrumentos de
navegação.

Orar é falar com Deus


para contar aquelas coisas
que estão acontecendo, dar
graças, pedir sua proteção e
carinho, confiar a Ele nossas
alegrias e tristezas, nossos
temores e esperanças.
Falar com Deus é falar
com alguém que nos ama
e que não só escuta nossas
palavras como também vê
dentro de nossos corações.
Deus está aqui sempre.
Você pode se comunicar com
Ele sempre e em qualquer
lugar. Faça usando suas
próprias palavras, simples
palavras que se transformam
em oração quando são
dirigidas a Deus e você
coloca nelas o coração.

235
Mesmo as diferentes culturas se dirigem de modo
semelhante ao mesmo Deus.

Antes de comer alguns alimentos, os judeus recitam uma benção como


a seguinte:
“Bendito és Tu Adonai, nosso Deus, Rei do Universo, Criador do fruto da
terra.”
Depois de se alimentar, pronunciam outra oração para agradecer ao
Criador por ter-les dado o alimento:
“Bendito é Tu, Adonai, nosso Deus, Rei do universo, Criador de numerosos
seres viventes e suas necessidades, por todas as coisas que Tu tens criado
para que viva com elas a alma de todo ser vivo. Bendito é Ele que é a vida
dos mundos.”

Agora uma benção usada pelos beduínos, tribo nômade que habita o
deserto do Saara.

“Que o Senhor te encha de bens e


encontre água em seu momento.
Que tua mesa seja generosa e teu leito
prazeroso.
Que teus filhos te sigam com orgulho.
Que os bravos te chamem irmão e os
necessitados pai ou mãe.
E que no final. A terra seja para ti o lugar
em que fostes hóspede do Altíssimo.”

Os beduínos se dispersavam com suas manadas de gado pelo deserto


durante a estação das chuvas e se estabeleciam ao redor de poços e
oasis durante a estação árida do verão. Viajavam em caravanas junto
com suas famílias e animais. Vivendo em estreito contato com a natureza,
aprenderam a amar e respeitar o local maravilhoso mas também
inóspito...o deserto.
De religião muçulmana, os beduínos davam grande importância a
hospitalidade, a valentia e a generosidade, todos valores inspirados no
Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.
Agora, se você voltar a ler com bastante atenção a oração, verá que ela
se reflete na forma de viver e de ver o mundo dos beduínos, nem grande
parte condicionada pela natureza do lugar que habitam.

236
Albert Schweitzer (1875 – 1965), prêmio Nobel da Paz, músico, pastor e
médico nos conta...

Eu não podia compreender por quê na oração da noite


não podíamos interceder mais pelos seres humanos. De
maneira que quando minha mãe se retirava depois de me
dar um afetuoso “Boa noite”, eu fazia em voz baixa uma
oração suplementar: Bom Deus – dizia - , proteja e bendiga
a todos os que respiram; preserve do mal a todos os seres
viventes e faça-os dormir em paz.

Temos que saber dizer obrigado. Nossos dias estão repletos de


presentes que Deus nos dá. Basta saber vê-los. Tudo é dom de Deus,
ainda que nas coisas mais pequeninas. E um dom seu é a coleção de
presentes que é a vida. Vida que será radiante ou sombria conforme
utilizaremos esses dons que Deus nos oferece diariamente, por amor.

Capelas e cantos de orações

237
36

DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
Conhecer as diferentes confissões religiosas as quais
pertencem seus amigos de patrulha, tropa, escola de
comunidade.
Pesquisar os principais pontos de uma confissão religiosa diferente da sua
e apresentar para a tropa

As religiões no Brasil
No Livro Escotismo Para Rapazes, Baden-Powell fala sobre
Religião, e diz: “O homem pouco vale se não acredita em Deus
e obedece suas leis. Por isso todo o Escoteiro deve ter uma
religião. A religião é uma coisa muito simples. Primeiro: Amar e
servir a Deus. Segundo: Amar e servir ao próximo.”

O Brasil é um país religiosamente diverso, com tendência de tolerância e


mobilidade entre as religiões. De início formado estritamente pelo catolicismo
trazido pelos portugueses, o credo religioso dos brasileiros incorporou
gradualmente os cultos afro-brasileiros no período colonial, o protestantismo
trazido por imigrantes europeus, e mais tardiamente, também através dos
imigrantes, o judaísmo, islamismo e o budismo.
Na segunda metade do século XIX, começa a ser divulgado o espiritismo
no Brasil, que hoje é o país com maior número de espíritas no mundo.
Nas últimas décadas, as diferentes religiões evangélicas têm crescido em
número de adeptos, alcançando atualmente uma parcela significativa da
população.
Sendo um povo com forte espiritualidade, que desafia estatísticas e
definições formais, o brasileiro tem como característica não só a tolerância
religiosa, como o respeito e o diálogo inter-religiões. Além disso, se encontram
no Brasil adeptos de uma religião que eventualmente também frequentam
a prática de outra. Esse tipo de tolerância com o sincretismo é um traço
histórico peculiar da religiosidade no país.
Em seguida relacionamos as principais religiões encontradas no Brasil,

238
citadas em ordem alfabética tal como são denominadas no relatório do
recenseamento demográfico do IBGE, realizado em 2000.

Budismo Igreja Evangelho Quadrangular


Candomblé Igreja Evangélica Adventista
Católica Apostólica Brasileira Igreja Evangélica Batista
Católica Apostólica Romana Igreja Evangélica Congregacional
Católica Ortodoxa Igreja Evangélica Luterana
Espírita Igreja Evangélica Metodista
Espiritualista Igreja Evangélica Presbiteriana
Hinduísmo Igreja Maranata
Igreja Assembléia de Deus Igreja Messiânica Mundial
Igreja Brasil Para Cristo Igreja Nova Vida
Igreja Casa da Benção Igreja Universal do Reino de Deus
Igreja Congregacional Cristã do Islamismo
Brasil Judaísmo
Igreja de Jesus Cristo dos Santos Testemunhas de Jeová
dos Últimos Dias Umbanda
Igreja Deus É Amor
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

239
Itens Específicos da Modalidade

do Mar
Os escoteiros do mar
desenvolvem atividades orientadas
para a marinharia e o ambiente
náutico.
São aqueles que têm gosto
pelo mar, pela navegação e pelas
atividades aquaticas em geral, seja
em rios, lagos ou mares.

"O mar, o mar, sempre recomeçando!"


Paul Valéry

241
37

Modalidade do Mar
Nadar 25 metros em qualquer estilo. Conhecer e
saber usar um colete salva-vidas.
Cantar sozinho ou com sua patrulha, em coro, o Ra-ta-pan
do Mar e fazer uma exposição sobre a história do Escotismo do Mar
para escoteiros de outra modalidade ou para jovens não pertencentes ao
escotismo.
Demonstrar que sabe as nomenclaturas de uma embarcação miúda.
Conhecer o Sistema de Patrulhas do Mar tripulando uma embarcação
escoteira a remo ou vela em atividade.
Acampar com sua patrulha ou tropa numa praia, e/ou ilha, e/ou às
margens de um rio, e/ou lago (lagoa), e/ou represa, demonstrando
(durante esta atividade) que é capaz de boiar por pelo menos 2 minutos.
Participar de um jogo naval ou missão onde realize uma transmissão de
mensagem utilizando o código morse, de uma embarcação para outra,
de embarcação para terra ou de uma ilha para terra.
Observar a costa marítima local fazendo a descrição dos locais mais
perigosos e com índice de acidentes marítimos, possuindo uma relação
de contatos de socorro local emergencial para casos de afogamentos e
desastres marítimos, em que possa agir rapidamente.
Empatar um anzol, preparar uma vara de pesca, conhecendo o material
necessário para a pesca organizando ou participando de uma atividade
de pesca com sua patrulha ou tropa, cozinhando a pesca à lenha.
Participar ou ajudar a organizar uma regata de qualquer tipo de
embarcações como membro de uma tripulação ou na comissão de
regatas.
Fazer um prumo de mão e usá-lo para medição em algum local quando
em atividade, tendo uma noção de profundidades em cartas náuticas.

242
Conhecer e saber usar um colete salva-
vidas.
Toda embarcação escoteira deve ter o número de coletes
salva-vidas suficiente para todos os tripulantes e passageiros.
Um Escoteiro do Mar deve saber utilizar corretamente um
Salva-vidas tendo a mão quando for navegar, vestindo-o
sempre quando embarcar, independente de existir um
risco aparente ou não (mau tempo, regatas, fainas
de atracação e desatracação, etc.). As vezes, em
uma situação que não apresenta risco, pode
ocorrer um acidente como uma retranca na
cabeça, passar mal e cair na água etc.
Os coletes Salva-vidas apresentam tiras
para serem amarradas ou com fivelas de
encaixe. Elas devem ser usadas sempre, pois
não foram colocadas para enfeitar o colete. A
seguir as orientações básicas para utilização do
colete mais comumente encontrado no mercado
atualmente.
Outros coletes podem exigir diferentes modos de amarração

Separe os flutuadores, enfie a Desamarre os cintos, superior e


cabeça entre os mesmos puxando o inferior, livrando completamente
salva-vidas para baixo até sentí-lo este último do passador direito do
acomodar-se à nuca. salva-vidas.

243
Passe a parte do cinto inferior por Por fim, amarre os cintos, primeiro
trás das costas e arraste-o pelo primeiro o inferior, depois o superior,
passador. pressionando até os gomos se
encontrarem

para estarem prontos, em segurança. Procure sempre conhecer bem


o equipamento que usa, tendo atenção em verificar a especificação da
capacidade de peso e sua validade. Os coletes devem ser secados à
sombra e jamais serem usados como almofadas. Existem diversos modelos
de coletes salva-vidas e cada escoteiro pode ter o seu próprio colete como
material pessoal.”

244
História do Escotismo do Mar
Liderados pelo irmão mais velho Warington, os irmãos B-P realizavam
aventuras marítimas em família durante as férias. Warington conduzia
seus irmãos a descobrir novos mundos enquanto vivenciavam a divisão de
tarefas nas embarcações, as responsabilidades, posturas e o sangue frio
para encarar os apuros dos mares revoltos.
Estas experiências de Robert B-P na adolescência viriam a servir de base
para suas ideias que ajudaram a pensar no escotismo, e o que lhe fez
escrever “se eu tivesse sido um escoteiro na minha infância, teria sido um
Escoteiro do Mar”.
Entre os dias 1 e 15 de agosto de 1909 Robert B-P liderou o primeiro
Acampamento de Escoteiros do Mar, às margens do Rio Beaulieu, em
Buckler’s Hard. Metade dos jovens estiveram embarcados no navio cedido
à Tropa Mercúrio, enquanto a outra parte, acampada às margens. O
acampamento foi aberto com B-P entregando aos jovens da Tropa Mercúrio
um chapéu de marinheiro, um cinto com o símbolo de “Sea Scouts” e uma
faca de pesca. Na metade da atividade, quem estava acampado foi para o
navio e quem estava no navio, foi para o campo. No ano seguinte, 1910,
Robert B-P lançou o livro “Escotismo do Mar para Rapazes” difundindo as
idéias para a primeira especialização do escotismo enquanto aguardava
que seu irmão Warington terminasse o manual mais completo que acabou
por ser lançado em 1912, com o título “Escotismo do Mar e Marinharia
para Rapazes”. Em 1910 B-P autorizou o uso de um uniforme marinheiro
para os “Sea Scouts” e em 1911 solicitou o reconhecimento do Almirantado
inglês, prontamente atendido. As primeiras tropas de Escoteiros do Mar na
Inglaterra e no exterior foram: Mercúrio, ‘British Boys’, Petersham and Ham,
Barry, Cleethorpes, Ratcliffe, Skegness, e Gibraltar.

Ao invés de campos, cruzeiros são a melhor forma


de colocar em completa prática o treinamento. Isso
pode ser realizado através do aluguel de um barco
costeiro para uma viagem de uma semana ou levando
a tripulação em um pequeno iate ou barco de pesca.
Mesmo nas redondezas, o cruzeiro pode ser usado
para uma missão ou tarefa útil a bordo de uma lancha
ou um barco, em rio ou canal, ou acampando.
ESCOTISMO DO MAR PARA RAPAZES - página 7.
Por Robert Baden-Powell.
245
A chegada do escotismo no Brasil pelas mãos da Marinha.
Em 17 de abril de 1910, chegavam à boca da Baia da Guanabara
os navios da nova esquadra naval fabricados na Inglaterra. Alguns dos
militares que fizeram parte das tripulações haviam levado seus filhos na
viagem, tendo participado do escotismo inglês, sendo o primeiro deles o
jovem Aurélio Azevedo Marques. Os sub-oficiais que estavam embarcados,
liderados por “Amélio Azevedo Marques”, a maioria deles no Encouraçado
Minas Gerais, se entusiasmaram com o Escotismo e fundaram no Rio de
Janeiro, em 14 de junho o 1º grupo brasileiro, o Centro de Boys Scouts do
Brazil, que só durou 3 anos pois seus chefes, marinheiros, eram transferidos
constantemente de cidade.
Na primeira década muitas outras iniciativas escoteiras foram formadas em
diversas partes do Brasil, completamente independentes. Dentre as diversas
iniciativas, em março de 1915 foi fundado na 4ª Escola Masculina do 3º
Distrito (RJ), por iniciativa do Comandante Amphilóquio Reis e sua esposa
Thereza Maurity dos Santos Reis, tendo como Chefe da Tropa Gelmirez de
Mello, um sargento da marinha, a Tropa Tiradentes.

O navio da Tropa Mercúrio no 1º acampamento de Escotismo do Mar


Escoteiro do Mar em 1909 para Rapazes, 1910

A idéia do Escotismo do Mar brasileiro.


A Missão José Bonifácio, em 1919, foi realizada pela imensa costa
brasileira sob o Comando de Frederico Villar, com a tarefa de organizar as
colônias de pescadores, que viviam isolados nas praias e desamparados.
Ao chegar em Belém, no Pará, os oficiais do navio José Bonifácio foram
convidados pelo então Tenente Benjamin Sodré (o Velho Lobo) para assistir
a cerimônia de Promessa dos primeiros escoteiros do Pará, chefiados por
ele. Ficaram tão empolgados com aqueles jovens que os levaram para

246
visitar o cruzador auxiliar “José
Bonifácio”. Pequenas baleeiras
de salvamento foram colocadas
na água para uso dos escoteiros.
Assistindo a atividade dos jovens,
Benjamin Sodré, Frederico Villar e
Gumercindo Loretti tiveram a idéia
da criação do Escotismo do Mar
no Brasil. O cruzador partiu em
retorno, incentivando a abertura
de Grupos de Escoteiros do Mar
junto às escolas das colônias de
pesca. Em dois anos mobilizaram A tropa Tiradentes desfila para o
Presidente da República em 1917
a fundação da Federação Brasileira
de Escoteiros do Mar e em agosto
de 1921, a tropa Tiradentes da 4ª Escola Masculina, recebeu roupas
marinheiras e passou a se dedicar a marinharia, recebendo o número 10 e
sendo o primeiro grupo de Escoteiros do Mar do Brasil. Em 7 de setembro,
reunindo mais três grupos, o Santos, o Jequiá e o Cabo Frio, com um belíssimo
acampamento na enseada de Jurujuba (Niterói), foi oficializado o Escotismo
do Mar no Brasil. Logo, se juntaram os grupos Jurujuba, Copacabana, São
João da Barra, Caju, Saquarema, Pará, Maranhão, Paquetá, Euclides da
Cunha e Marcílio Dias. A primeira embarcação, um navio patrulha, foi
comprada pelo 10º Grupo e recebeu o nome de “Loretti”.
Quer saber mais??? Visite http://www.escoteirodomar.org

247
Hino Escoteiro do Mar

O RA-TA-PLAN DO MAR

Do infinito mar, na vasta imensidade,


E sob a infinidade do esplendente azul,
Queremos educar a nossa mocidade,
Fujindo à vida inerte, infenso, atroz Paul,
E quando vemos longe o torvelinho humano,
O próximo perigo as almas nos desperta
E ao nosso brado: - Alerta! Alerta! Sempre Alerta!
Repondem-nos: - Alerta - as vozes do oceano.
Em cadência firme e Sá

Nossos peitos faz vibrar

O Rataplan, Rataplan, Rataplan


Dos Escoteiros do Mar.
Na progressiva paz, nos dias de perigo,
Nas horas de alegria, ou quando reina a dor,
É sempre o mesmo mar, o nosso grande amigo.
É sempre a mesma Pátria, o nosso imenso amor.
Se, acaso, ferve um dia o turbilhão insano
Das cúpidas paixões de alguma hora incerta
Ao nosso brado:- Alerta! Alerta! Sempre Alerta!
Repondem-nos: - Alerta - as vozes do oceano.
Em cadência firme e Sá
Nossos peitos faz vibrar
O Rataplan, Rataplan, Rataplan
Dos Escoteiros do Mar.
Da Pátria, todo amor, constantes pionieiros,
Por sobre o mar ou terra, ou sob o céu de anil,
Ardentes, juvenis, do Mar, os escoteiros
Só têm por lema audaz: - Tudo pelo Brasil!
E, assim, sempre evitando, da tibieza, o engano,
Do Amor da pátria, e hora, da fé sob a coberta,

248
E ao nosso brado: - Alerta! Alerta! Sempre Alerta!
Repondem-nos: - Alerta - as vozes do oceano.
Em cadência firme e Sá
Nossos peitos faz vibrar
O Rataplan, Rataplan, Rataplan
Dos Escoteiros do Mar.

VOCABULÁRIO
Esplendente - resplandecente, que brilha
muitíssimo.
Inerte - sem atividade, abandonada.
Infenso - adverso, inimigo.
Atroz - cruel
Paul - pântano
Torvelinho - redemoinho “confusão”
Turbilhão - redemoinho de vento, mov.
Forte e Giratório das águas.
Insano - demente, louco.
Cúpidas - ávidas, cedentes, ardentes
Audaz - ousado, corajoso.
Tibieza - fraqueza. Autor da letra e música:
Coberta - Abaixo de um teto, em estar ao Benevenuto Celline dos
ar livre. Santos

249
Nomenclatura de Embarcações
Existem muitos modelos diferentes de embarcações, mas todas seguem a
mesma estrutura básica tendo, portanto, uma nomenclatura semelhante.
Mesmo as embarcações a vela pequenas, como o OPTMIST, também são
muito úteis para Escoteiros do Mar. Por isso, prestre atenção na nomencla-
tura abaixo:

1 – Olhal de Proa: anel com haste fixada firmemente na proa para


suportar as amarras, chamando-se “arganeu” se contém uma argo-
la
2 – Castelo de Proa: pequeno estrado de madeira para apoio dos
tripulantes nas manobras de atracar e desatracar.
3 – Carlinga: peça de madeira ou metal presa à quilha, com uma
abertura quadrada para encaixar o pé do mastro.
4 – Bancadas: pranchas de madeira assentadas sobre os dormentes
ou mantidas por cantoneiras, para os remadores e passageiros se
sentarem.
5 – Cavernas: peças curvas de madeira ou de ferro presas à qui-
lha e que dão forma à embarcação, nelas se ajustam as tábuas ou
chapas do fundo e do costado.
6 – Forquetas:peças de ferro ou de metal em forma de Y ou de
ferradura, cujo pino se introduz nas toleteiras e nas quais trabalha o
remo.
7 – Sobrequilha: peça que protege a parte superior da quilha e
onde se ajustam as carlingas.
8 – Escoas: tábuas resistentes pregadas sobre as cavernas e que
servem de piso ao pessoal.

250
9 – Paneiro: espaço situado a ré da embarcação com bancadas
em redor para passageiros e um estrado em forma de xadrez para
assento dos pés.
10 – Guarda-Patrão: encosto da bancada do patrão, onde geral-
mente está inscrito o nome da embarcação ou daquela a que a
mesma pertence.
11 - Casa do Cão: compartimento à popa, destinado à guarda de
material e de mantimentos.
12 – Cana do Leme: peça utilizada pelo patrão ou timoneiro para
manejar o leme, às vezes substituído por um braço em meia lua ou
em forma de canga, em cujas extremidades são fixadas aos gual-
dropes ou cabos destinados à manobra do leme.

47 01 Bolina (de guilhotina)


31 02 Bordo
38
03 Espelho de popa
04 Leme
38 04-A Cabeça do leme
30 04-B Governaduras
04-C Porta do leme
04-D Bordo de fuga do leme
32
29
04-E Bordo de ataque do leme
04-F Ponta ou bordo inferior
26 05 Cana do leme
06 Extenção da cana
38
25 07 Dormente
36 08 Longarina do canto
09 Caverna central
27 40
10 Moitão
39
37 11 Destorcedor (tornel)
24 38 12 Escota
23 36
13 Caixa da bolina
33 38
14 Elástico redentor da bolina
50
22
28 31
45
15 Flutuador
19 21
20 42 12 10
11
35 16 Antepara da bancada do mastro
43
17
07
06
17 Bancada do mastro
16
48
18 15 01 18 Cabo para reboque (boça)
49 14 13
08
05
43 19 Espelho de proa
09 04-A
20 Cunho
03 04-B 21 Contra-amantilho (burro)
02
04-D
22 Boca de lobo da retranca
01-A
01-C
01-B 01 04
04-E 23 Envergues
04-C
45
44
43
04-F 24 Olhal (ilhós)

251
25 Mastro 40 Numeral (registro na Associação Nacional)
26 Pau de espicha 41 Emblema da classe Internacional Optimist
27 Testa 42 Batente da bolina
28 Esteira 43 Braçadeiras
29 Valuma 44 Longarina
30 Gurutil 45 Sobrequilha
31 Punho da pena 46 Lais de retranca
32 Punho da boca 47 Lais da espicha
33 Punho da amura 48 Verdugo
34 Punho da escota 49 Fundo
35 Retranca 50 Faixa
36 Costura 51 Faixa da retranca
37 Bolsa de tala 01-A Bordo de ataque da bolina
38 Tala 01-B Bordo de fuga da bolina
39 Letras designativas do país (YIRU,reg.25) 01-C Ponta ou bordo inferior da bolina

Também é importante
que você se acostume
com a forma típica
dos homens do mar se
referirem às direções
(pontos cardeais e
colaterais).

REMO PUNHO MOITÕES

CORPO
OU
HASTE

252
Encargos da patrulha embarcada
Em qualquer embarcação marítima existe a necessidade dos tripulantes
se organizarem por tarefas, por capacidade e por disposição.

Explicando as principais funções a bordo:

●● BOMBA D’ÁGUA - é
o principal responsável pela
manutenção do navio esgotado,
cabendo ainda compensar,
manter limpa a bancada e
paineiros durante a viagem,
ficar “de pau”, zelar e embarcar
os baldes, pedaços de lonas
velhas e lambas.
●● REMADOR - Remar,
compensar, pequenos serviços,
“pau”, zelar pela conservação e
embarque dos remos, forquetas,
defensas e salva-vidas.
●● PROEIRO - Vigilância da
proa e geral do navio durante a viagem, iluminação, zelar pelo
material de sinalização, pelo ferro, pela amarra, cabo de reboque
e revezar com o timoneiro.
●● TIMONEIRO - Tirar quarto no leme, verificar se o navio está
bem compensado e compassado, revezar com o proeiro, auxiliar
nas manobras, cuidar e embarcar o leme e demais pertences do
mesmo, retinida, espia e aguada.
●● GAGEIRO - Responsável pelo seu mastro, vela, massame,
poleame, bem como dirigir a manobra do seu pano. Seus deveres
começam com a manutenção do material acima, continuam
com a retirada do mesmo para a atividade e só terminam com a
devolução do mesmo para o paiol.
●● CONTRA-MESTRE - É o responsável pelo cumprimento

253
das obrigações dos gageiros nas manobras e na conservação do
material quando desembarcados.
●● MESTRE - É responsável pelo bom desempenho do Contra-
Mestre, pela conservação do material de aguada e pela provisão
da mesma, pela iluminação em geral, pela RSVHM, e ainda
timoneiro, remador, e bomba d’água.
●● PILOTO - Responsável pelos roteiros, rotas, tábuas de marés,
Anuários, Previsão do Tempo, Bússola, relatórios, lápis, borracha,
papel, fundeio, segurança do navio, manobras e amarração.
●● IMEDIATO - Responsável pela disciplina, arrumação da
carga, pessoal, licenças, alojamento, relações públicas, asseio,
quarena, pintura do navio, uniformes, cardápios e serviços (pau).
●● COMANDANTE - Responsável pelo cumprimento das
obrigações de cada um, zelar pelo bom cumprimento das missões
a que o navio for designado, decidir soberanamente, quando
embarcado, sobre TUDO ou sobre TODOS, respondendo pelos
seus atos, decisões, navio, tripulação e carga perante o chefe de
tropa ou autoridade competente
Por segurança, o embarque como tripulante deve ser feito mais
pela necessidade do que pela ordem da patrulha, embora se deva
sempre que possível, embarcar no mesmo navio, elementos da
mesma patrulha. Isto quer dizer que,
se for possível ter um navio
para cada patrulha, é
a melhor opção.

254
Escoteiros do mar também acampam
Acampamentos em praia.
- Aproveite o local para fazer atividades de: pesca, mergulho, surf e
jacaré, jogos de praia, torneios de esculturas em areia, identificação das
embarcações locais, treinamento de resgate e prevenção de afogamentos,
competições e etapas de natação, Kim submerso, caça ao tesouro submerso,
jogos embarcados e etc.
- Conheça a tábua de marés, para não ter seu acampamento inundado
pelo mar.
- Saiba previamente, os contatos das autoridades marítimas locais para
contato em casos de situações de emergência como naufrágios, fogo a
bordo, desastres e etc.
- Não enterre na areia o lixo produzido no acampamento – a maré
desenterra e espalha o lixo. Leve o lixo de volta para a cidade dando o
destino correto.
- Lembre-se de observar todas as regras de segurança em um acampamento
comum, tendo consigo a maleta de primeiros socorros e telefones úteis.

Acampamentos em Ilhas (de rio, represas, lagos e lagoas ).


- Saber com a comunidade local se há cabeça d’água (tromba d’água) e
se existem variações de níveis d’água controlados por represas. Caso haja
NÃO ACAMPE, mesmo que o tempo esteja bom no local.
- Não lave louça no rio ou tome banho com sabonetes e/ou xampus. Retire
a água e leve-a para outro local em
terra, adequado para a lavagem ou
banho.
- Observar as quedas e correntezas
antes de nadar nos rios. Não
seja imprudente e não insista: A
CORRENTEZA mata.
- Conheça a profundidade do rio e
locais onde irá mergulhar.

Acampamento em Ilhas de mar.


- Leve água potável para beber e
cozinhar.
- Observe as tábuas de marés e procure conhecer a ação dos ventos locais
para a montagem do campo.

255
- Montar equipe de vigilância das embarcações durante noite e dia.
- Observe a geografia submersa do entorno da ilha, identificando os locais
mais seguros para atracações e atividades, evitando acidentes.
- Mantenha a ilha limpa após a sua saída, levando o lixo consigo.
- Faça uma benfeitoria à ilha. Plante espécies nativas, limpe o lixo encontrado,
etc.

Acampamento em represas, lagos e lagoa.


- Observe os mesmos itens para acampamentos em praias, porém, não
existe a necessidade de observar tábuas de marés.

Flutuar e Boiar
Antes de saber nadar, é necessário que um escoteiro saiba boiar. Esta
habilidade permite que se descanse após um período longo de nado ou que
possamos aguardar algum auxílio sem nos cansarmos. Veja abaixo algumas
dicas que o ajudarão a realizar a flutuação.

A - A respiração é ponto fundamental para a flutuabilidade. Experimente


encher os pulmões de ar e controle a expiração, de forma que ela fique
(naturalmente) bem lenta. Treinar com a cabeça dentro d`água facilita o
processo
B - Acostume-se a flutuar “dentro”da água. Junte os joelhos, dobre-os junto
ao corpo e segure-os com as mãos. O corpo tenderá a flutuar e isso dá
confiança ao iniciante.
C - Estenda as pernas e os braços e fique
em posição horizontal. Você sentirá que
a tendência do corpo é ficar sempre a
cima da água, boiando.
Por último, experimente boiar de
costas. Esta posição dá a vantagem de
descansar mais, poupando-nos energias.
Enquanto descansa, pode se deslocar
lentamente para seu destino.
256
Jogos navais
Os Escoteiros do Mar realizam jogos e atividades na
água, utilizando como meio para o jogo, as embarcações.
B-P, no livro “Escotismo para Rapazes”, nos dá ideia do
jogo naval “Caça a Baleia”, onde simulam com um barril
flutuante uma baleia que é caçada. Hoje em dia, pensando na
preservação das baleias, poderíamos fazer jogos como “Resgate
da Baleia” ou outros que a criatividade nos ajudar a bolar. Um jogo
naval pode ser aplicado em uma atividade de patrulha, em uma atividade
embarcada de seção, nas atividades semanais do grupo, aniversário do
grupo e etc.
Um Grande Jogo Naval, por sua vez, tem uma duração de tempo maior,
normalmente durando um ou dois dias com pernoite e reunindo mais de um
grupo de escoteiros do mar.
As tropas também podem receber missões náuticas, onde levam a cabo
uma tarefa pontual a ser cumprida. As tarefas podem ser de preservação
ecológica, pesquisas, ou simulações de busca/auxílio a embarcações
perdidas. Uma missão bem programada poderá se transformar em um
cruzeiro de escoteiros do mar.

Código Morse
A transmissão pelo Código Morse constitui um meio de comunicação
econômico e certo. Mesmo hoje em dia existindo telefones celulares e
rádios transmissores, estes nem sempre podem estar disponíveis para sua
utilização, dando defeitos ou problemas mecânicos. Nestes casos, o código
Morse será bastante útil para treinar a atenção e a destreza dos jovens,
além de uma desafiante atividade escoteira que poderá ser feita de uma
embarcação para outra, para uma ilha, para uma praia e etc a noite com
luzes ou, durante o dia com apitos.
Código Internacional Morse

257
O Guarda-Costeiro
Na patrulha de um escoteiro do mar, sempre devemos ter um dos jovens
dedicados por estudar, observar e conhecer a fundo os locais por onde a
patrulha navegará, além de escrever no diário de bordo como foram as
saídas das embarcações. Este jovem é conhecido como guarda-costeiro e
como qualquer outra responsabilidade do sistema de patrulhas, deve ser
frequentemente redistribuída entre os participantes.

A seguir, algumas dicas para o guarda costeiro estar sempre alerta:

a) Conhecer todas as rochas e recifes até a profundidade de 9 metros,


em uma extensão de 4 milhas da sede de seu grupo;
b) Conhecer as marés (enchente e vazante), tábua de marés, sabendo
identificar a hora da preamar ou baixamar;
c) Conhecer as fases da lua e sua influência nas marés;
d) Conhecer todos os pontos perigosos para banhistas e visitantes,
sabendo como evitar os perigos e promovendo a conscientização;
e) Conhecer os melhores abrigos e fundeadouros;
f) Conhecer as marcas dos navios de pesca que freqüentam a costa
e as bandeiras nacionais dos navios que entram no porto;
g) Conhecer os faróis da faixa da costa e as luzes respectivas;
h) Conhecer as luzes de navegação, atitudes de SOS no mar, postos
de salvamentos na costa, os mais próximos postos telegráficos
(telefônicos e etc) endereços de médicos e hospitais que possam
prestar atendimentos em qualquer ponto da costa, e
horários, e como arrumar o serviço de rebocadores
para emergências;
i) Conhecer o Código Internacional de Sinais (CIS)
e os significados das bandeiras quando içadas
sozinhas ou com combinações;
j) Conhecer os primeiros socorros para afogados,
problemas com anzol e cortes com facas de
pesca, outros acidentes embarcados e conhecer
um estojo de sobrevivência no mar.

Um escoteiro do mar, por natureza, é alerta para auxiliar as pessoas que


passam por apuros no mar, nos rios, nos lagos, praias e lagoas. Seja um
observador, estude o mar, aprenda como ele funciona, estude as técnicas,
saiba onde pedir socorro e como ajudar.
258
O Código Internacional de Sinais (CIS)
A seguir, as bandeiras do Código Internacional de Sinais, separadas por
grupos de cor, para sua melhor memorização, através do método criado por
um chefe de mar. Sugerimos que os escoteiros pesquisem os significados
das bandeiras postas sozinhas e postas em conjunto com outras.

Método comparação por cores (Chefe Eugênio Pellerano):

1º Grupo – Vermelho e Branco.

B (bravo) H (hotel) U (uniform) V (victor) F (foxtrot)

2º Grupo – Azul e branco.

N (november) A (alfa) M (mike) S (sierra) P (papa)

J (juliet) X (x-ray)

3º Grupo – Vermelho, azul e branco. 4º Grupo – Vermelho e azul.

C (charlie) T (tango) W (wiskey) E (echo)

5º Grupo – Amarelo. 6º Grupo – Amarelo e preto.

Q (quebec) L (lima) I (india)

259
7º Grupo – Amarelo e vermelho. 8º Grupo – Amarelo e azul.

R (romeo) O (oscar) Y (yankee) K (kilo) D (delta) G (golf)

9º Grupo – Vermelho, azul, amarelo e preto.

Z (zulu)

Pesca
Empatar um anzol é o ato de prender a linha de pesca a parte superior
do anzol, geralmente chata e que se chama “pata”. A amarração faz-se por
meio de uma falcaça, volta do fiel ou nó de frade.
Iscar é o ato de pôr a isca no anzol de modo que a mesma cubra
perfeitamente a parte destinada a fisgar o peixe e que se chama “balela”
(fisga, farpa, ponta do anzol...).
Em pescarias eventuais dão os
pescadores uma “volta do fiel” na
haste, firmando-a junto à palheta
ou anel; outras vezes dão um “nó
de escota” no anel. Todavia, os que
costumam pescar fazem na haste uma
“falcaça” bem feita, deixando solta
uma ponta da linha, à qual prendem
a linha do caniço por um “nó de
pescador” ou, se deixam uma alça no
anzol, prendem por um “nó direito” ou
“nó de escota”, conforme o diâmetro
das linhas. Nesse caso pode o anzol ser guardado em uma caixinha, após
a pescaria, evitando-se acidentes com crianças ou pessoas desatentas ao
mexerem no caniço.

260
“Põe-se no anzol a isca de que o peixe gosta”. De fato, se não soubermos
de que isca pode o peixe gostar, como o apanharemos? É esse o primeiro
cuidado do escoteiro, incorporando conhecimento às suas experiências de
pescador, pesquisando sobre os peixes locais e suas preferências de iscas e
como fazê-las.
Há peixes que só fisgam iscas em movimento, daí haver necessidade de
colocar no anzol pequenos animais ainda vivos. O camarão e a sardinha
são bons exemplos, porém é bom saber que o peixe estando com fome pega
qualquer isca. Além das também iscas artificiais, que podem ser compradas
em lojas de produtos de pescaria, pode-se pescar com sementes, plantas,
minhocas, pequenos pedaços de peixes e preparos com ração (massas).
Mas, obviamente, a proposição do “cardápio” deverá seguir o gosto do
“cliente”(peixe). Pesquise bem, se desejar ter sucesso em sua pesaria.
Os peixes mais consumidos no Brasil são de água salgada (badejo, cação,
linguado, robalo, sardinha e tainha entre outros). Os peixes de água doce
(dourado, pintado, tucunaré, tilápia e pacu entre outros) são uma outra boa
opção. Experimente também técnicas para capturar frutos do mar como
camarão, caranguejo, siri, lagosta, lagostim, mexilhão, etc.

Preparando um peixe.
Podem existir diversas receitas bem simples para o preparo dos diferentes
tipos de peixes.
Quando acampado numa praia
você pode fazer um buraco na areia
e no fundo deixar ficar um braseiro,
semelhante a um forno a lenha. Tempere
o peixe com sal, limão e outro tempero
a seu gosto, como, por exemplo, o
coentro. Também pode colocar pedaços
de tomate e rodelas de cebolas. Coloque
o peixe temperado embrulhado em uma
folha de bananeira levando-o ao forno
até que a carne se solte em lascas. Você
poderá preparar um molho especial ou
legumes cozidos para comer junto com o
peixe, assim como arroz. Sem a folha de
bananeira poderá improvisar uma grelha
para deitar o peixe.

261
Prumo de mão
O prumo é uma ferramenta usada
para medir profundidade no mar, em ALÇA

locais relativamente rasos e reconhecer


qual a natureza do fundo. É feito de um 30m 3 PINHAS C/FILELE
AZUL
peso de chumbo (chumbada), com 2 29m Tiro de couro
a 7 quilos, e de uma linha graduada 28m Cabo fino c/4 nós
(linha de sonda ou sondareza), ligadas 27m
entre si. 26m
A chumbada de forma troncônica, 25m
tem na sua base uma cavidade, onde 24m
se coloca sebo ou sabão. Por ocasião 23m
da sondagem, quando a chumbada 22m Cabo fino c/1 nó

toca no fundo, a lama, a areia, ou o 21m Tiro de couro

cascalho, gruda-se nele, e pedra deixa LINHA GRADUADA OU SONDARES A


20m 2 PINHAS C/FILETE
ENCARNADO
marcas, obtendo-se assim informações 19m
sobre a constituição desse fundo. 18m

A linha, de 25 a 40 metros de 17m


16m
comprimento, é graduada da seguinte
15m Tira de couro
maneira, bastante curiosa, aliás: mede-
14m Cabo fino c/2 nós
se nela uma distancia igual à altura, que
13m
vai da mão do sondador, no posto de
12m
sondagem à linha d’água (DESCONTO)
11m
e então se começa a marcação de 2 1 PINHA C/FILELE
10m
em 2 metros, representados por um BRANCO
9m Tira de couro
pequeno pedaço de cabo fino, com 8m Cabo fino c/4 nós
“nós” (2 metros 1 nó, 4 metros 2 7m Tira de couro
nós, 6 metros 3 nós, 8 metros 4 nós). 6m Cabo fino c/3 nós
Em 10 metros, se faz uma pinha fixa 5m Tira de couro
(trabalho de marinheiro), marcada 4m Cabo fino c/2 nós
com uma tira de filele branco (tecido 3m Tira de couro
de lã, empregado na confecção de 2m Cabo fino c/1 nó
bandeiras). Em 20 metros, se tecem 2 1m Tira de couro
pinhas marcadas com uma tira de filele 0 ALÇA
encarnado. Em 30 metros se fazem 3 DESCONTO
CHUMBADA
pinhas fixas, marcadas com uma tira
de filele azul, Em 12m, 14m, 16m e P R U M O
Prumo de mão para Escoteiros do Mar
18m ficam marcados por um pequeno (desenvolvido pelo Chefe de Mar Jarbas
Pinto Ribeiro)

262
pedaço de cabo fino, com 1 nó, 2 nós, 3 D E S C O N T O

nós e 4 nós, respectivamente. Igualmente,


são marcados 22m, 24m, 26m e 28m.
Exatamente no meio do espaço de
cada 2 metros fixa-se uma tira de couro, Distancia igual à altuta,
obtendo-se assim, a marcação de todos os Linha que vai da mão do
sondador, no posto
metros ÍMPARES da linha, ou seja, 1m, 3m, de sondagem, à linha
5m, 7m, 9m, 11m, 13m, 15m, 17m, 19m, d’agua. Variavel, de
21m, 23m, 25m, 27m e 29m. embarcação, para
embarcação.
O desconto acima referido pode ser feito,
com linha distinta da linha graduada, tendo
alças nas suas extremidades, onde serão Chumbada

fixadas a chumbada e a linha graduada, NOS BARCOS USADOS PELOS


o que permitirá que esta seja usada por ESCOTEIROS DO MAR, PODEMOS FAZER:
embarcações diferentes. Para efetuar a “A altura da mão do sondador acima da linha

sondagem a embarcação deve estar com d’água, igual é altura da borda, ao nível da

pouco seguimento. agua, no posto de sondagem.”

O sondador, no seu posto, terá


em uma das mãos, colhida em
aducha, a linha graduada, estando
o seu chicote fixo na embarcação, Barco
Nível de água
e com a outra segurando a linha,
a pouca distância da chumbada,
começa a imprimir nela um
movimento pendular, paralelo
ao costado e quando conseguir
uma grande amplitude, larga a
Prumo

chumbada para vante, deixando


correr a linha entre os dedos
indicador e polegar, volta por volta,
até sentir que ela tocou no fundo,
fazendo a leitura da marcação
Fundo
D

mais próxima de sua mão, quando


a linha estiver na vertical bem
L = LINHA GRADUADA - SONDARES A
esticada. H = ALTURA DA MÃO DO SONDADOR ACIMA DA LINHA D’ÁGUA.
Pruma-se sempre que se tenha D = DESCONTO - H
P = PROFUNDIDADE MEDIDA
de fundear uma embarcação em
local desconhecido, pois assim saberá quanto de “amarra” deve ser largada
e se o “ferro” encontrará fundo de boa “tensa”. Uma linha de prumo só
deverá ser usada para o fim específico ao qual se destina.
263
Caderneta de embarque
Agora que você faz parte de uma tropa de Escoteiros do Mar, registre o seu
controle das excursões, atividades, treinamentos e cruzeiros embarcados:
comandante
Nome do
embarcação
Nome da
navegação/trajeto
Local de
Hora de retorno
Hora de
saída
Data

264
Itens Específicos da Modalidade

do Ar

Os escoteiros do ar desenvolvem atividades orienadas


para a aviação e o ambiente aeronáutico.
Expressam seu amor pelos aviões e vôos, pela tecnologia
e a exploração. Buscam compreender a ciência que
permite ao homem vencer a gravidade e ocupar lugar
nos céus.

Uma vez que você tenha experimentado voar, você andará


pela terra com seus olhos voltados para céu, pois lá você
esteve e para lá você desejará voltar.
Immanuel Kant

265
38

modalidade do ar
Construir sozinho, ou em conjunto com a
Patrulha, uma pipa com no mínimo 1 metro de
envergadura e a elevá-la a uma altura de mais de 25
metros ou 100 metros de cabo.
Apresentar em uma maquete as partes principais de uma aeronave de
pequeno porte
Reconhecer no céu, durante um acampamento, três constelações, além do
Cruzeiro do Sul
Construir uma estação meteorológica simples com os principais
instrumentos (barômetro, pluviômetro, e higrômetro) e demonstrar sua
utilização para a tropa.
Conhecer e demonstrar para a tropa as quatro principais forças atuantes
em uma aeronave durante o vôo.
Cantar, individualmente ou em conjunto com sua patrulha, a canção
“Rataplan do Ar” ou o “Hino da Modalidade do Ar”
Realizar uma conversa telefônica ou por internet com outro jovem em
diferente localidade com base no horário UTC e efetuar o ajuste no
relógio para sua localidade.
Apresentar (com cartaz, maquetes, recortes, painel, fazer vídeo ou peça
teatral), sozinho ou em conjunto com a patrulha, a história de Alberto
Santos Dumont e suas criações.
Apresentar (com cartaz, maquetes, recortes, painel, fazer vídeo ou
peça teatral), sozinho ou em conjunto com a patrulha, a história da
Modalidade do AR.
Construir um planador lançado a mão que voe pelo menos cinco
segundos, na melhor de três tentativas.

266
História da Modalidade do Ar
A origem do Escotismo do Ar
tem como cenário inicial o ano
de 1938, no 5º Regimento de
Aviação do Exército, na Cidade de
Curitiba – PR, onde foi idealizado
por militares daquele regimento.
O Escotismo do Ar não foi
pensado pelo Fundador Baden-
Powell, mas os seus idealizadores
tiveram a percepção de que as
práticas aeronáuticas poderiam
oferecer tanto para o escotismo quanto o campismo ou as práticas navais,
e desta forma surgiu esta contribuição brasileira.
Dia 28 de abril de 1938 foi oficializado o primeiro grupo escoteiro da
modalidade do ar, o Grupo de Escoteiros do Ar “Capitão Ricardo Kirk”,
tendo como responsáveis o Major Aviador Godofredo Vidal, o Tenente
Coronel Aviador Vasco Alves Secco e o Primeiro Sargento Telegrafista Jayme
Janeiro Rodrigues, na época servindo no 5º Regimento de Aviação, atual
CINDACTA II, em Curitiba.
Em 19 de abril de 1944, foi criada a Federação Brasileira de Escoteiros
do Ar, que congregava grupos escoteiros da modalidade. Foram fundadoras
dezesseis instituições Escoteiras dos Estados: Rio Grande do Sul, Paraná,
Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Pará, Maranhão e Minas Gerais.
O Brigadeiro Nero Moura, em 6 de julho de 1951, então Ministro da
Aeronáutica, reconhecendo a tamanha expansão registrada e seus valiosos
objetivos entre eles o de incentivar o interesse dos jovens pela aeronáutica,
determinou que todas
as unidades da Força Aérea
Brasileira dessem total apoio
à Modalidade do Ar, o que
acontece até os dias presentes,
como reforça a portaria 914
de 29 de Setembro de 2003,
assinada pelo Ten.-Brig.-do-
Ar Luis Carlos da Silva Bueno.

267
História de Santos Dumont

Haverá hoje, talvez, quem ridicularize


minhas previsões sobre o futuro dos
aeroplanos.Quem viver, porém, verá...
Pariz, França - 1905

Tendo dedicado sua vida à aviação, Santos-


Dumont foi o primeiro aeronauta a alcançar,
definitivamente, a dirigibilidade dos balões e a
voar num aparelho “mais pesado que o ar” com
propulsão própria.
Santos-Dumont era um rapaz provinciano, de
estatura baixa e corpo franzino quando chegou
a Paris, em 1892, prestes a iniciar seus estudos. Nove anos depois,
transformou-se em modelo para os franceses, ganhou diversos prêmios,
ultrapassou barreiras e limites impostos aos estrangeiros e construiu, na
fantasia popular, a imagem de "Super-Homem".
De comportamento inquieto e espírito obstinado, nunca desistiu de realizar
seus projetos. Dos acidentes que sofreu, nenhum abalou sua determinação
em conquistar os ares, vontade essa que se consolidou com o vôo do 14 Bis
e a conquista da Taça Archdeacon.

268
Influenciado por vários precursores, Santos-Dumont também influenciou
os construtores que despontaram a partir de 1906, atraindo, ainda, a
atenção do Exército para as possíveis aplicações dos artefatos aéreos.
Embora tenha vivido numa época na qual surgiram as primeiras indústrias
aeronáuticas, nunca se interessou em criar uma que Ihe pertencesse.
Da mesma forma, a partir de uma opção consciente e idealista, não
patenteou seus inventos, colocando-os à disposição de quem quisesse
construí-los e utilizá-los. Seus anseios e sonhos, seus hábitos e superstições
formaram uma personalidade muito singular, que acabou por conduzir o
rumo da sua própria vida.
No ano de 1910, Santos-Dumont encerrou sua carreira na aviação
com o "Demoiselle", abrindo espaço para outros aviadores e construtores.
Já afastado da atividade aérea, presenciou a Primeira Guerra Mundial e
decidiu retornar ao Brasil em 1915, onde passou os últimos anos de sua
vida.
Alberto Santos-Dumont é considerado o Pai da Aviação.

Rataplan Do Ar
Letra e música de
Jayme Janeiro Rodrigues

Rataplan, plan, plan. Vamos cantar


Estaremos Sempre Alerta!
Escoteiros do Ar (2X)
Contatos ligados, Motores roncando
Escoteiros do Ar, Cantando

Alegres reunidos, Com suas patrulhas


Aeromodelos voando.

Escoteiros do Norte, Escoteiros do Sul,


Do Leste, do Oeste, Em seu Afã

Somos Escoteiros do Ar
E vamos cantar, O nosso Rataplan
Rataplan, plan plan...

269
Hino Dos Escoteiros Do Ar
Letra e música de
Jayme Janeiro Rodrigues

Nós somos Escoteiros do Ar,


Queremos um Brasil bem forte,
E havemos de o tornar!

E, se a Pátria nos chamar, um dia,


Juntos, todos, havemos de o tornar.

Na defesa passiva e nas transmissões


Faremos, sempre, nossas ligações

Não lutamos, mas coordenamos


As arrancadas que iremos buscar
A glória que nos fará brilhar.

E no ardor da vitória
Esquece o inimigo e seu fuzil

Quer na guerra, quer na paz,


Gritaremos: VIVA O BRASIL!

Componentes básicos de um avião


Seja um pequeno Cessna 140 ou um gigantesco Antonov An-225,
qualquer avião possui algumas características em comum:

Partes fixas
A presença de asa(s): o que parece ser um par de asas é, na verdade,
uma estrutura única rigidamente conectada com a fuselagem da aeronave.
Os aviões podem ser monoplanos (uma asa), biplanos (duas asas) ou
triplanos (três asas). A maioria dos aviões é do tipo monoplano, com uma
asa e um elevador atuando na sustentação e manobrabilidade. A asa é
também onde geralmente se armazena o combustível da aeronave.

270
Reta Trapezoidal Elíptica Flecha

Enflechamento Flecha dobrada De geometria Em delta


negativo variável

Delta com canard Delta com timões Delta dobrada Ogival

A presença de uma fuselagem, ou corpo principal: em aeronaves


maiores, o combustível e estocado em tanques proximo ao bagageiro,
tanques principais e nas asas. Em aeronaves menores são depositados em
tanques nas asas

Tipos de fuselagens:

1 - para vôo subsônico 2 - para vôo supersônico

271
3 - para vôo subsônico e grande 4 - para vôo supersônico e
capacidade de carga alta capacidade de manobra

5 - Hidroavião 6 - para vôo hipersônico.

Um motor (grupo moto propulsor) que serve para o empuxo da


aeronave tanto no solo quanto no ar. Um motor pode ser uma turbina a
jato (motor a reação), uma turbo-hélice ou a pistão. O(s) motor(es) podem
estar localizados sob ou sobre as asas e/ou na parte traseira ou frontal da
fuselagem.

Partes móveis
• Ailerons: estão localizados na asa da aeronave. Atuam sempre ao
mesmo tempo, mas em direção inversa, alterando a sustentação nas pontas
da asa para que assim o avião possa rolar em torno do seu eixo longitudinal
(bancagem).
• Leme de direção: que se situa, na maioria dos aviões, na empenagem
vertical, é uma parte móvel da aeronave que permite que a mesma gire em
torno de seu eixo vertical (guinada).
• Leme de profundidade: estão localizados na empenagem horizontal.
A função do leme de profundidade. É de, basicamente, alterar a estabilidade
da asa para que a aeronave possa rolar em torno do eixo transversal (subir
— termo técnico: cabrar — e baixar o nariz — termo técnico: picar).
• Compensadores: superfícies que tem como finalidade diminuir a força
necessária a ser exercida pelo piloto durante as manobras de rolagem
(bancagem), guinada e picadas/cabradas, assim como neutralizar a
tendência de movimento da aeronave (como por exemplo, na perda de um
dos motores). Normalmente são pequenas aletas na parte mais interna dos
ailerons e profundores. No leme podem ser localizados na parte mais baixa
do mesmo, mais junto ao charuto.

272
• Estabilizador vertical ou empenagem vertical: é um aerofólio de
perfil simétrico, que tem como finalidade evitar que a aeronave glisse ou
derrape durante uma curva (embora sozinho não seja capaz de evitar que
esses efeitos ocorram), além de ser suporte do leme direcional, responsável
pela guinada.
• Estabilizador horizontal ou empenagem horizontal: é um
aerofólio de perfil simétrico que está localizado na cauda da aeronave,
contra-balanceando a instabilidade da asa (que é gerada pela sustentação)
para que a aeronave possa manter uma atitude em vôo suficiente para
poder subir e/ou voar em uma altitude de cruzeiro e descer. Assim como o
estabilizador vertical, é uma superfície vital na aeronave para que ela possa
ser "voável". Em algumas aeronaves de grande velocidade (alguns "jatos"
comerciais ou turbo-hélices), o mesmo serve como compensador, sendo
chamado também de “stab trim”, ou simplesmente “trim”.
• Trens de pouso ou trens de aterragem: Permitem que o avião
transite em solo, gelo ou água (no caso dos hidro-aviões) e podem ser
retráteis ou fixos.
• Flaps: É um dispositivo hipersustentador. Mudam o perfil da asa do avião,
ajudando na sustentabilidade e no controle da velocidade da aeronave no
ar, ambas em operações de baixa velocidade - especialmente importantes
nas operações de pouso e decolagem. Atualmente os mais utilizados são
os flaps "Fowler" que além de aumentar a curvatura da asas, aumentam
também a área desta, aumentando assim a sustentação.

Leme
Estabilizador Vertical
Profundores

Asa

Cabine de comando
Aileron Flap
Winglet

Spoiler
Slats
Fuselagem
Propulsores

273
Construindo uma Pipa
Materiais:
• Varetas de qualquer tipo, sendo:
01 de 101cm de comprimento e 5mm de espessura.
02 de 62cm de comprimento e 5mm de espessura.
• Tesoura
• Papel de seda
• Cola branca
• Linha 20

A cauda (rabiola) ideal é de tiras


de plástico com 50cm de comprimento
por 2cm de largura, colocadas em uma
linha com 5 metros de extensão, a uma
distância de 10cm uma da outra.

1 2

Amarre as varetas menores na Passe a linha em todas as


maior... pontas da armação

3 4

Cole a armação sobre o papel, Corte o papel um pouco maior


mas deixe uma extremidade de que a armação, essa margem
fora, a menor. servirá para a colagem.

274
5 6

Em cada extremidade dê dois Todas as extremidades foram


cortes e pode preparar a cola, cortadas? Muito bem, agora
logo será usada. é só começar a colar sem se
lambuzar.

7 8

Antes de colar, porém, dobre Passe a cola sobre a margem


as margens e veja se está bem e vire-a para dentro, aderindo
ajustada a linha. bem.

9 10

Envergue a 1° das varetas e dê Em seguida é só colocar o


uma volta com a linha superior estirante (cabestro) e a rabiola.
sobre a extremidade da vareta.

275
Regulagem ao Uma regra prática para
estirante regular o estirante consiste em
pendurá-lo e regular de modo
que a superfície "D" forme um
ângulo de aproximadamente
30º, como se vê a ilustração
acima.
Esta regulagem é aproximada, pois a definitiva será feita no momento
de empinar.
Estique a linha até chegar
a um ponto que esteja a
dois dedos de distância
(3 cm) da extremidade
vertical e horizontal e dê um
nó, fazendo o ângulo do
estirante.
A linha para empinar deve
estirante ser amarrada neste ângulo.

Constelações
Nossos olhos foram projetados para
fornecer uma visão tridimensional do
mundo que nos rodeia. Mas não somos
capazes de perceber a profundidade
além de uma certa distância.
No firmamento, essa falta de
percepção chega ao seu extremo e isso
gera a falsa impressão de que a Lua,
uma estrela ou uma nebulosa estão
eqüidistantes de nós. Para os gregos,
eles estavam todos numa imensa
esfera que circundava a Terra: a esfera O Equador terrestre se projeta na
celeste (gravura à direita). esfera, dando origem ao Equador
Celeste.

276
Junte os pontos
Apesar de incorreto (e difícil de perceber na prática!), o conceito da esfera
celeste revelou-se um excelente sistema de referência centrado na Terra, no
observador humano.
Outra ação involuntária do ser humano é associar os grupos de estrelas
mais brilhantes a figuras conhecidas, como num jogo de juntar os pontos.
Esses desenhos imaginários são as constelações. Constelação, do latim
constellatio, significa reunião de estrelas, um agrupamento arbitrário de
estrelas que representa a silhueta de entes mitológicos, animais ou objetos.
Criar constelações é um processo muito particular. Para os chineses, por
exemplo, existem mais de duzentas delas, pois é costume local utilizar poucas
estrelas para compor um desenho. A maioria dos nomes das constelações
ocidentais é de origem grega e a elas estão associadas às histórias daquela
mitologia.
Hoje, as luzes artificiais das cidades não ajudam a entender por que a
constelação de Orion, por exemplo, tenha este nome por conter a figura de
um caçador. Assim, é mais fácil associar figuras mais familiares. Olhe para
Sagitário e responda: você vê um bule ou um ser metade homem, metade
cavalo?

O conceito moderno
Para minimizar os inevitáveis rearranjos estelares e facilitar o estudo do
céu, os astrônomos concordaram em fixar o número das constelações em 88,
porém modificando o seu conceito. Para a Astronomia moderna, constelação
é simplesmente uma área da esfera celeste. Assim, tudo o que observamos
no céu, seja a olho nu ou com poderosos telescópios, está sempre “dentro”
de uma determinada constelação.

277
Nome em Estrela mais
Nome latino Abreviatura
português brilhante
Aquarius Aquário AQR Sadal Melik
Libra Balança LIB Zubenelgenubi
Cetus Baleia CET Menkar
Capricornus Capricórnio CAP Algedi (Al Giedi)
Caranguejo
Cancer CNC Acubens
(ou Câncer)
Centaurus Centauro CEN Toliman
Crux Cruzeiro do Sul CRU Acrux
Scorpius Escorpião SCO Antares
Gemini Gêmeos GEM Castor
Hydra Hidra HYA Alphard
Leo Leão LEO Regulus
Microscopium Microscópio MIC Alpha Microscopii
Orion Órion Ori Betelgeuse
Pisces Peixes Psc Alrescha
Sagittarius Sagitário SGR Rukbat
Taurus Touro TAU Aldebaran
Triangulum Australe Triângulo Austral TRA Atria
Tucana Tucano TUC Alpha Tucanae
Vela Vela VEL Suhail al Muhlif
Virgo Virgem VIR Spica

278
Fusos Horário
Como a hora não é a mesma em
todos os lugares do mundo,

Meridiano de Greenwich
cada país tinha uma hora e
nenhum deles usava uma
hora padrão que servisse de Linha do Equador
orientação. Foi necessário
que uma Conferência
Científica se reunisse e, após
muitos debates, estabelecesse
a noção de “fusos horários”.
Na Meridiana Internacional, depois de muita discordância, a Inglaterra
foi escolhida para que ficasse com o meridiano "zero". Ele foi chamado
de "Greenwich", em homenagem à cidade localizada às margens do rio
Tâmisa, também sede do Real Colégio Naval Inglês.
Após o primeiro meridiano, a decisão dos participantes da conferência
foi de traçar no mapa os 24 demais meridianos, sendo cada uma dessas
partes uma zona de tempo ou fuso horário. Essa quantidade de meridianos
foi calculada para que cada fuso horário tivesse 15 graus de longitude
(linhas imaginarias que passam de um pólo a outro).
De posse da hora zero – Greenwich – ficou convencionado que toda
hora que estivesse à esquerda do meridiano (oeste) seria “hora menos” e
as que estivessem à direita (leste) seriam “hora mais”.
Como as transmissões internacionais tem origem em vários pontos
do mundo, isto determina que a maior parte da radiodifusão em ondas
curtas seja feita de acordo com o horário padrão internacional, o GMT
(“Greenwich Mean Time”) ou UTC (Universal Coordinated Time), também
conhecido como hora "Zulu" no setor aeronáutico.
HORA UTC (ZULU)
HORA UTC (Z)
Quando a referência é o
Meridiano de Greenwich

HORA LEGAL (HLE)


Quando a referência é a
determinada pelas leis de
um Estado
Brasil adotou: O(+2),
P(+3),Q(+4) e R(+5)

279
Uma estação meteorológica simples
Higrômetro
Prenda um fio de cabelo a uma CARTÃO
ponta de um lápis ou alguma haste
de madeira ou plástico, usando fita
adesiva. Prenda a outra ponta do TIRA de BORRACHA
fio a uma tira de borracha, dessas
de prender cédulas, e prenda a tira CABELO
CANUDO de
na outra ponta do lápis. Dobre um REFRESCO
canudo de refresco em ângulo reto LÁPIS
e coloque-o sob a tira de borracha,
como mostra a figura. Faça um mostrador com um cartão e monte todo
o conjunto em uma base qualquer, bem firme. Esse é seu higrômetro.
Quando a umidade do ar cresce o cabelo se expande e o ponteiro gira no
mostrador. Para calibrar esse mostrador peça emprestado um higrômetro
profissional. Marque as posições do ponteiro de seu higrômetro pela medida
do higrômetro comercial, levando para uma sala com ar condicionado,
onde a umidade é baixa, e para um banheiro, onde ela é mais alta.
280
Todo o truque do funcionamento desse higrômetro reside na expansão
do cabelo quando a umidade do ar aumenta. Isso se dá porque as
moléculas de água se infiltram entre as moléculas do fio de cabelo e toda a
estrutura molecular aumenta de volume. Como as moléculas de água estão
fracamente ligadas ao fio de cabelo, elas se desprendem facilmente quando
a umidade baixa.
(adaptado de http://fisicomaluco.com/experimentos/2008/08/05/como-construir-um-
medidor-de-umidade-do-ar )

Pluviômetro
Para construir um pluviômetro caseiro, você vai precisar
de uma garrafa PET lisa, uma régua de plástico, uma fita
adesiva larga e transparente, e um punhado de areia com
cimento. Primeiro corte a parte de cima da garrafa logo
abaixo onde termina a curva, fazendo assim um funil.
Depois misture a areia com cimento e coloque um pouco
de água, formando uma massa, sem deixar ficar muito
aguado. Depois coloque no fundo da garrafa até ficar
levemente acima da linha entre a parte lisa e a curvatura
da base. Dê várias batidinhas nas laterais da garrafa para
assentar bem a massa. Quando ver que chegou na linha,
jogue um pouquinho de cimento sobre a água que deve ter
empoçado, dê mais algumas batidinhas e deixe
secar por umas 12 horas. Depois verifique se a
superfície do cimento ficou bem plana. Caso
não tenha ficado, jogue um pouquinho de
cimento com água para deixar a superfície bem
plana. Depois deixe secar por uns dois ou três
dias. Agora prenda a régua verticalmente e do
lado de fora da garrafa com a fita adesiva, de
maneira que o "0" da régua fique exatamente
rente a superfície do cimento. Depois coloque o
funil na boca conforme a foto ao lado. Pronto,
você já tem um pluviômetro caseiro.
A condição ideal para instalar um pluviômetro
é em campo aberto e pelo menos a 1,5m de
altura.
Na régua do pluviômetro, cada milímetro vai
indicar que caiu 1L/m2 (um litro de água por

281
metro quadrado). Anotando regularmente os valores, terá uma boa idéia do
regime de chuvas de sua região
(adaptado de http://www.sociedadedosol.org.br/agua/aguadechuva/agua-de-chuva.htm )

Barômetro
Neste mesmo guia (página 85) você encontrá os passos para montar um
barômetro.

Forças aerodinâmicas
Peso
O peso é uma força que é sempre dirigida para o centro da terra,
pois trata-se da força da gravidade agindo sobre a massa do avião.
A magnitude desta força depende de todas as partes do avião, mais a
quantidade de combustível, mais toda a carga (pessoas, bagagens, etc.).
Mas, nós podemos simplesmente imaginá-la como se atuasse num único
ponto, chamado centro de gravidade. Em vôo, o avião gira sobre o centro
de gravidade, e o sentido da força do peso dirige-se sempre para o centro
da terra. Durante um vôo, o peso do avião muda constantemente à medida
que o avião consome combustível. A distribuição do peso e do centro de
gravidade pode também mudar, e por isso o piloto deve constantemente
ajustar os controles, ou transferir o combustível entre os depósitos, para
manter o avião equilibrado.

Sustentação
Para fazer um avião voar deve ser gerada
uma força para compensar o peso. Esta
força é chamada de sustentação, e é gerada
pelo movimento do avião pelo do ar. A
sustentação é uma força aerodinâmica
("aero" significa ar e " dinâmica" significa
movimento). A sustentação é perpendicular (em ângulo reto) ao
sentido do vôo. Tal como acontece com o peso, cada parte do avião contribui
para uma única força de sustentação, mas a maior parte da sustentação
do avião é gerada pelas asas. A sustentação do avião funciona como se
atuasse num único ponto, chamado centro de pressão. O centro de pressão
é definido tal como o centro de gravidade, mas usando a distribuição da

282
pressão em torno de toda a aeronave, em lugar da distribuição do peso.
Além do centro de pressão, outro ponto no aerofólio é de grande importância
no projeto de uma aeronave: o centro aerodinâmico. Este é um conceito
bem mais complexo e que não explicaremos no momento. Mas, saiba que
ele existe e é fundamental para a definição da estrutura do avião e para o
projeto de sistemas de controle, como o profundor.

Arrasto
À medida que o avião se move através do ar, há uma outra
força aerodinâmica presente. O ar resiste ao movimento
do avião, e esta força de resistência
é denominada arrasto (ou atrito).
Tal como a sustentação, há muitos
fatores que afetam a magnitude da
força de arrasto, como a forma do
avião, a viscosidade do ar e a velocidade.
E tal como acontece com a sustentação,
consideram-se usualmente todos os
componentes individuais como se estivessem
agregados num único valor de arrasto de todo o avião. O sentido da força
de arrasto é sempre oposto ao sentido do vôo e o arrasto atua através do
centro de pressão.
Quando um avião aumenta o ângulo de ataque, aumenta também a
sustentação; mas há uma geração de gradientes de pressão adversos. À partir
de um certo ângulo de ataque, acontece um fenômeno conhecido como
estol. No estol, perde-se sustentação, e o arrasto aumenta significantemente.
É por este fato que, na fase de decolagem de um aeromodelo, não se
deve fazê-lo subir em ângulo muito acentuado. Algumas aeronaves,
principalmente aquelas com projeto de calda em T, correm o risco de
sofrerem "deep stall" (estol profundo), pois a esteira gerada na asa durante
o estol cobre o estabilizador horizontal, fazendo-a perder capacidade de
controle e impedindo que a aeronave retorne para sua atitude inicial. Por
este motivo, além disso, aeronaves acrobáticas devem possuir um projeto
estrutural que garanta a saída do estol e parafuso. Aeronaves com sistemas
de controle mais complexos, como os caças e jatos comerciais, em geral
possuem sistemas automáticos para proteção de estol, como o "shaker" e o
"pusher".

283
Empuxo
Para superar o arrasto, todos de aviões tem algum tipo de propulsão
para gerar uma força chamada empuxo. A intensidade da força de empuxo
depende de muitos fatores associados com o sistema de propulsão:
· O tipo de motor;
· O número de motores;
· O ajuste da aceleração;
· A hélice
· A velocidade.
O sentido da força de empuxo depende de como os motores estão
colocados no avião. Em alguns aviões (tal como o Harrier) o sentido do
impulso pode ser orientado para ajudar o avião a descolar numa distância
muito curta.
Um planador é um tipo especial de avião que não tem nenhum motor.
Alguma fonte externa da potência tem que ser aplicada para iniciar o
movimento. Os aviões de papel são um exemplo óbvio, mas há muitos
outros tipos de planadores. Alguns planadores são pilotados e rebocados
para o alto por um outro avião, e a seguir são deixados livres para deslizar
em distâncias longas antes de aterrar. No entanto os planadores recorrem
também a uma outra fonte de energia disponibilizada pela natureza: as
correntes de ar ascendente que fazem o planador ou avião ganhar altura e
assim se manterem mais tempo no ar sem uso de motores.

Sustentação

Empuxo Arrasto

Ângulo de ataque

o do
Direçã nto
e
movim

Peso

284
Planador Sementinha
Esse modelo é muito fácil de fazer e utiliza materiais que podem ser
encontrados em casa, essa é a idéia, um modelo que voa bem pois se lançado
da forma correta sobe e faz três curvas completas antes de pousar.

Material para construir:


• Caneta esferográfica;
• Régua e esquadro;
• Estilete (peça ajuda à um chefe para cortar as peças da planta)
• Uma folha de Depron de tamanho A4 com 3 ou 4mm de espessura ou
algumas bandejas de frios emendadas com cola quente;
• Vareta de bambu ou madeira, dessas de churrasco;
• Pistola de cola quente para colar
• Lixa
• Peso para o nariz do modelo
• Planta impressa em papel A4

Instruções para montar o modelo:


1. Imprima a planta e junte todo o material para iniciar a construção do
modelo, em uma mesa firme e plana com espaço, luminosidade e venti-
lação adequada. Mantenha-a sempre limpa! Utilize uma base específica
para cortar com o estilete.

285
2. Corte as peças conforme a planta, pode-se decalcar usando um papel
carbono ou cole a planta sobre o Depron utilizando cola Pritt e retire o
papel depois de cortadas.
3. Certifique-se que as asas e a cauda estão simétricas e idênticas, lixe
para tirar defeitos e arredonde as partes superiores das asas com lixa.
4. Cole as asas e a cauda na vareta seguindo as dimensões da planta.

Lançamento do Modelo:
O lançamento correto faz parte do treinamento, segure o modelo com o
polegar e o indicador em pinça segurando-o pelo CG, o braço deve ficar
totalmente flexionado, com cotovelo pra baixo e colado ao corpo, mão
acima do ombro, com o antebraço bem na vertical e na hora de lançar o
modelo somente projetar a mão pra frente terminando o movimento com o
braço esticado e bem na horizontal. Se o modelo está indo para cima, que
o movimento termine com o braço esticado um pouco para baixo, e vice
versa.
Lançamentos mais altos SÃO SIM arremessando o modelo para cima,
porém com uma asa bem mais alta que a outra, de modo que com a ajuda

286
do vento o modelo descreva uma curva ascendente à medida que diminui
sua velocidade e se estabiliza a favor do vento. Por isso, para aqueles que
não conseguem lançar reto, que lancem alto mas em curva, o modelo tem
que ser trimado para executar uma curva de uns 5m de raio (uma rotatória
aprox.) ai que está a graça da brincadeira, fazer o modelo voltar na mão
depois de uma, duas ou até três voltas voando. Esses que lançam pra cima
devem lançar o modelo com a asa de fora da curva bem mais alta.

287
Você definiu metas pessoais... E alcançou a
maior parte delas! Felicitações!
Este guia lhe acompanhou durante uma jornada. Você viveu muitas
aventuras junto com sua patrulha e conquistou importantes desafios.
Deixou registrado seu crescimento neste guia, que será, a partir de agora,
uma boa lembrança de tudo o que você foi capaz e das coisas que fez para
chegar até aqui.
O seu crescimento não pára...
É o momento de novas metas

Distintivos de Rumo e Travessia


O Guia das etapas Rumo e Travessia será seu
novo companheiro de aventura.
Tenha muito sucesso!

288
Prepararam este guia para você
O conteúdo deste guia foi organizado e montado com a colaboração de:

Alessandro Garcia Vieira Marcelo Lisboa


Alex Teixeira Marcelo M. Teixeira
Amaro Koneski Filho Marcelo Margraf de Oliveira
Andre Torricelli F. da Rosa Marcelo Motta
Andréa Cristina Queirolo Mussak Marcio Randig
Carla Neves Marcos Carvalho
Carmen Barreira Maria Terezinha Koneski Weiss
Danilo Dantas Mariano Ramos
David Izecksohn Neto Maritza Pelz
Douglas Lima Megumi Tokudome
Eduardo Edinger Jaques Mellina M. V. Izecksohn
Fábio Augusto Giunti Ribeiro Nayara Vicari
Felipe Eduardo Portela de Paulo Nemo de Souza
Fernanda Cristina Soares Paulo Queiroz
Fernanda Vogt Régis Moreira
Francisca Souza Carrer Ricardo Coelho
Héctor Carrer Ricardo Valente Cruz
Janice Maria Moreira Coutinho Sandro Ischkanian
Jesús Inostroza Sônia Jorge
José Eduardo Fujiwara Thaysi Oliveira
José Luiz dos Santos Azevedo Theodomiro M. Rios Rodrigues
Loreto González Thiago Fernandes Pinto
Loreto Jansana William Bonalume
Luciano Gontijo Valdir Fontes
Luciano Loyola Vanessa Melo Randig
Luiz César de Simas Horn Veridiana Kotaka
Marcelo Assis Xaud Vitor Augusto Gay

A organização de conteúdos, coordenação das discussões e revisão final foi


realizada por intermédio da Diretoria de Métodos Educativos, por meio da Equipe
Nacional de Atualização do Programa Educativo.
União dos Escoteiros do Brasil - Escritório Nacional
Rua Coronel Dulcídio, 2107 - Bairro Água Verde
CEP 80250 100 - Curitiba - Paraná
7908231117562
Tel.: 41. 3353-4732 | www.escoteiros.org.br

Você também pode gostar