Contrarrazões - Apelação - Reintegração de Posse - Novo CPC

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CONTRARRAZÕES - APELAÇÃO - REINTEGRAÇÃO DE POSSE - NOVO CPC

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____________ DA COMARCA DE


__________________ - ___

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________ Ltda., por seus procuradores firmatários, nos autos da Ação de Reintegração de
Posse, que move contra ________, vem, respeitosamente à presença de V. Exª, para
apresentar CONTRARRAZÕES na Apelação interposta pelo Demandado supra, requerendo
sua juntada e regular processamento.

Nestes termos,

Pede deferimento.

[Local] [data]

__________________________________

[Nome Advogado] - [OAB] [UF]

APELAÇÃO CÍVEL

PROCESSO Nº ________
ORIGEM - ________ - UF
APELANTE: ________
APELADA: ________ Ltda.
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
PELA APELADA
COLENDA CÂMARA
EMÉRITOS JULGADORES
A respeitável sentença de fls.___, bem apreciando o que consta no Caderno Processual,
decidiu de forma incensurável e com fundamento jurídico inquestionável, razões pelas quais
espera-se seja confirmada.
A inconformidade do Recorrente, manifestada através do presente Recurso, não merece
prosperar, pois vem, por inoportunas e impertinentes considerações e com os mais diversos
argumentos, a insistir na temática já repelida e rejeitada na decisão de 1º grau.
Conforme se pôde inferir de todo o alegado e no curso do processo, restou provado que o
Apelante agiu com MÁ-FÉ, e está mais uma vez a procrastinar o feito, subestimando o Poder
Judiciário e a sapiência dos julgadores.
Por contraditória e fugaz, a tese apresentada pouco carece para frustrar-se. Em respeito a essa
DD. Corte, de forma singela, passa-se a discorrer sobre o tema.
O presente recurso, basicamente, funda-se nas seguintes alegações:
1º) Ser primordial a prova de que as testemunhas da empresa ________ Ltda., ora Recorrida,
são sócios da empresa ________ Ltda. Sustenta que houve Cerceamento de Defesa.
2º) O Apelante encontra-se de posse do imóvel, em face ao abandono do inquilino.
3º) É direito do Apelante usucapir o imóvel.
Inicialmente, é de enfatizar-se que a alegação de que as testemunhas da Recorrida são sócias
da empresa ________ Ltda. É irrelevante ao caso, não altera a natureza jurídica do presente
caso.
O indeferimento do ofício à Junta Comercial, para que fosse informado o nome dos sócios da
empresa ________ Ltda., postulado na audiência de instrução e julgamento, pela parte
Recorrente, não pode ser tido como Cerceamento de Defesa. Como bem colocado pela
magistrada, o indeferimento deu-se pelo fato de já existir nos autos o contrato social da
empresa Autora, ora Recorrida, não tendo sido alegado ilegitimidade de parte no polo ativo,
como também, o nome das testemunhas constavam na inicial.
Tal fato só vem a confirmar a real intenção de procrastinar o feito, que vem se arrastando
desde __/___/__.
No Recurso, observa-se a existência de um cunho pessoal da procuradora, onde faz a seguinte
afirmação:
"________"
Falta com a verdade, a procuradora do Recorrente, visto que às fls. __ dos autos, item _,
datado e protocolado em __/__/__, já fazia essa afirmação.
Consoante art. 77 do CPC/2015, as partes devem expor os fatos conforme a verdade e
proceder com lealdade e boa-fé, o que evidentemente não ocorre.
Totalmente descabida tal pretensão. Os fundamentos que embasam dita postulação
encontram-se distante da realidade fática-jurídica a que a lide se apresenta.
A r. sentença encontra-se com todos os requisitos necessários para sua validade, não
apresentando vício de direito formal ou material que pudesse ser atacada por esse Tribunal.
A citada inexistência de coerência lógico-jurídica apontada no recurso temerariamente
interposto, em conjunto com a forma e o fundamento Jurídico - art. 489 do CPC/2015 -
invocado, são elementos norteadores do pensamento equivocado do Apelante e do agir
nebuloso.
No julgamento da ínclita Magistrada a quo, esposada pelas razões do douto representante do
Ministério Público, dão conta que a decisão acha-se fundamentada com sabedoria e lisura,
corroborada pelas manifestações do Recorrentem que somadas ao conjunto probatório por ele
próprio produzido, fizeram com que no Caderno Processual existissem elementos que
autorizaram o conhecimento antecipado da lide.
Visando abrandar o trabalho dessa Câmara, permita-se a reprodução de alguns argumentos e
fundamentos incontestes, já despendidos na peça de contestação.
Preceitua o art. 557 do CPC/2015:
Art. 557.    Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa.
A toda evidência, na pendência de Ação Possessória sobre o imóvel, torna-se inadmissível
Ação de Usucapião, aplicando-se literalmente o artigo supra.
Outro elemento de relevante importância são os recibos da Companhia Estadual de Energia
Elétrica, juntados pelo próprio Apelante aos autos, e dão conta que desde __/__/__ estaria o
Autor utilizando energia elétrica em nome próprio. Isso faz um lapso temporal de apenas 4
anos.
Oportuno lembrar que um dos requisitos do Usucapião Constitucional é possuir o imóvel
durante 05 anos, motivo pelo qual já deve ser decretado a carência da ação, por ser o pedido
juridicamente impossível, também, não preenchendo os requisitos mínimos exigidos pela lei
para propositura da ação.
Não procede, no entanto, a alegada posse do Autor, tanto assim que, sob o imóvel, existe um
pacto locatício firmado entre a Empresa Ré e o Sr. ________, Contrato de Locação (fls.
____), o qual não foi rescindido, estando em pleno vigor a aludida locação.
Em meados de __/__/__, o Autor, passando-se por inquilino, sob o mesmo imóvel, aforou
contra a empresa Apelada uma Ação de Consignação em Pagamento, cujo feito tramitou
perante a __ª Vara Cível desta Comarca, sob o nº ________. Dita ação foi julgada
improcedente, cuja sentença inoportunamente, nesse Recurso, foi juntada pelo Apelante,
vindo a comprovar que o Apelante sempre se julgou inquilino do imóvel, pois ao aforar a
Ação de Consignação sabia da existência do pacto Locatício, sabendo também, a quem o
domínio pertence.
A teor do disposto no art. 1.203 do CCB, até prova em contrário, entende-se manter a posse o
mesmo caráter a que foi adquirida. Assim sendo, a posse decorrente de Contrato de Locação
Residencial não pode levar ao Usucapião (RT 548/187 e 557/146).
O possuir a que se refere o art. 183 CF/1988, não pode estar eivado de vício. A posse, no
presente caso, é clandestina, foi adquirida mediante um processo de ocultamento, em relação
ao proprietário do imóvel, e é classificada como posse injusta.
A boa-fé e a posse mansa e pacífica alegada pelo Autor deve ser tida como uma afirmação
graciosa, visto que a declaração de que o imóvel encontra-se amparado por um contrato
locatício, é irreal.
Recordando novamente, a posse é "tão mansa e pacífica" que o Demandante, ao ser citado em
__/__/__, fls.___, na Ação de Reintegração de Posse, prontamente intentou essa demanda.
É de ser obstado o usucapião também, porque sobre o imóvel pende Ação Possessória,
circunstância que retira do detentor a posse com caráter de mansa e pacífica.
Na realidade, está o Demandante agindo de má-fé, a consciência da ilegalidade de seu direito
ficou caracterizada tanto na Demanda Consignatória, como na presente.
Outro fato de relevante importância é que o usucapião especial urbano (art. 183 CF/1988)
incide em área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, e na questão em debate
a área é de ____ m². Destarte, áreas maiores não podem ser usucapidas por esta modalidade
de prescrição aquisitiva, muito embora possam sê-lo pelas modalidades de usucapião
previstas no Código Civil, tais como o usucapião ordinário e extraordinário, os quais também,
inaplicáveis ao presente caso, visto o terreno possuir ___ m².
Ademais, a metragem quadrada a que alude o preceito constitucional em exame diz respeito à
área de terreno e não à área construída.
A recente Jurisprudência, segundo a qual "a metragem da área urbana usucapível a que se
refere o art. 183 da CF, diz respeito à área de terreno, e não à área construída", é amplamente
sustentada através dos acórdãos RT 675/89 e RJTJSP 134/357 e 137/301, especialmente p.
302.
"Para se caracterizar o usucapião urbano, imperioso o atendimento aos pressupostos no art.
183 da CF/1988, dentre as quais a dimensão do imóvel usucapiendo, nunca superior a 250
m²." (Ap. 589.067.792, TJRS in ADV Jur, v. 49.336, p. 326, 1990)
É descabido, também, reduzir por fracionamento, a área total do imóvel, que é de _____ m²,
para adequá-la aos limites previstos no art. 183 da CF/1988.
A realidade é bem singela. O Apelante não exerce posse nem jurídica nem justa, jamais
deveria, esse, vir a alegar a prescrição aquisitiva ou dizer-se adquirente de um direito real de
habitação, que está muito aquém da interpretação dada no Recurso.
O art. 1.238 do CCB invocado no Recurso se aplica ao Usucapião Especial e ao Ordinário, e
desmerecendo maiores comentários, aqui se discute o Usucapião Constitucional, também
chamado de extraordinário.
A Certidão do Registro de Imóveis, também vem de encontro com a Má-Fé, já manifesta.
Apresenta o Apelante uma Certidão, intempestivamente anexada, a qual foi requerida ao
Tabelionato em nome de ________ Ltda., e alega não saber quem era o proprietário. A
certidão diz respeito a imóveis registrados após ___/__/__, e ocorre que esse imóvel foi
adquirido e Registrado em ___.
Resumindo, a ação de usucapião há de ser julgada improcedente por apresentar vários
defeitos, tais como:
- A comprovação de tempo alegada pelo Apelante é insuficiente para pretensão, ou seja, a
conta de energia elétrica em nome do demandante dá conta de que desde ____ é que o autor
utiliza energia elétrica nesse endereço.
- O autor quer fracionar a área para enquadrar no art. 183 CF/1988.
- A má-fé do Autor encontra-se provada através da petição inicial da Ação de Consignação
em pagamento, firmada pela mesma procuradora (doc. De fls. ____) caracterizando a relação
contratual a qual o imóvel se encontra.
- A posse mansa e pacífica também não existe, visto que a Ação de Reintegração de Posse foi
proposta em ____/__/__, enquanto que o usucapião como forma de defesa só ocorreu em
__/__/__, conforme se verifica na folha de rosto dos presentes autos.
Por qualquer ângulo que se analise a demanda, observa-se que está fadada à improcedência.
O Recurso é contraditório, ardiloso, precário e inconsistente, recheado de decisões
inaplicáveis ao caso, documentos intempestivamente juntados e evasivos que só vem de
encontro com a clara e evidente caracterização da MÁ-FÉ.
É de concluir-se, novamente, que a finalidade do presente Recurso, nada mais é que
procrastinar o feito e ficar mais tempo no imóvel de forma irregular, clandestina e ilegal.
Dessa forma, pelos próprios fundamentos da v. Sentença e demais elementos constantes no
processo, resulta incontroverso que o Recurso interposto reveste-se de MÁ-FÉ e de caráter
eminentemente PROCRASTINATÓRIO.
Por absolutamente improcedente e fantasioso, IMPUGNA-SE a narrativa do Apelante, e pelo
que dos autos sobressaem, espera-se a confirmação da respeitável sentença, na condenação da
Apelante em litigância de má-fé e consectários legais, mais a condenação em litigância de
má-fé da procuradora do Apelante, consoante art. 32 da Lei 8.906, de 04.07.1994 e que aqui
se transcreve:
Art. 32 - O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com
dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária o advogado será solidariamente responsável com
seu cliente [...].
E os Tribunais são pacíficos ao aplicarem a litigância de má-fé, em casos análogos e
similares, como a interposição de recurso manifestamente protelatório (RJTJESP 114/165,
JTA 106/354, Bol. AASP 1.679/50), em que o recorrente suscita matéria preclusa (JTA
162/79).
A existência do permissivo legal encontra-se no Estatuto da Advocacia, matéria que não pode
ser desconhecida da procuradora do Apelante, e dessa forma, impõe-se a aplicação do
dispositivo, como forma de evitar e coibir o abarrotamento de nossas Câmaras Recursais com
Recursos que tem por objetivo procrastinar.

Nestes termos,
Pede deferimento.

[Local] [data]

__________________________________

[Nome Advogado] - [OAB] [UF].

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