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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

FABIO PANEBIANCHI MORAES


NATALIA MOLES DOS SANTOS
VICTOR RICARDO ROSATO MORAES CARDOSO FRANCO
VITOR PELLEGI ROSSMANN

ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM ACNE


VULGAR ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE DERMATOLOGIA DO
CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE - CIS

SÃO PAULO
2019
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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

FABIO PANEBIANCHI MORAES


NATALIA MOLES DOS SANTOS
VICTOR RICARDO ROSATO MORAES CARDOSO FRANCO
VITOR PELLEGI ROSSMANN

ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM ACNE


VULGAR ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE DERMATOLOGIA DO
CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE - CIS

Projeto de pesquisa apresentado como exigência


para a disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso I, do curso de Medicina da Universidade
Anhembi Morumbi, sob a orientação do Profº Dr.
Luis Henrique Barbizan de Moura e coorientação do
Profº Drº. Paulo Roberto Palma Urbano

SÃO PAULO
2019

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA

Coordenador do Curso de Medicina: Délio Eulalio Martins Filho, pós doutor


pela Universidade Federal de São Paulo

Professor da Disciplina de TCC: Délio Eulalio Martins Filho, pós doutor pela
Universidade Federal de São Paulo; Paulo Roberto Palma Urbano, doutor pela
Universidade de São Paulo; Ramon Bossardi Ramos, pós doutor pela
Bloomberg School of Public Health em Johns Hopkins University

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SUMÁRIO

1. Introdução......................................................................................................5
2. Justificativa.....................................................................................................7
3. Objetivos........................................................................................................8
4. Materiais e Métodos.......................................................................................8
5. Cronograma...................................................................................................9
7. Anexos.........................................................................................................10
8. Referências.....................................................................................................11

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1. Introdução
A pele possui muitas funções, tais como barreira física, imunológica,
produção de melanina, síntese de vitamina D, sensações táteis, regulações
térmicas e estética.¹
A epiderme e derme se formam a partir da ectoderma e mesoderma,
respectivamente. A epiderme é composta de um epitélio estratificado
pavimentoso queratinizado, que cresce continuamente, mas que mantém a sua
espessura normal pelo processo de descamação. ¹
A epiderme é formada por quatro camadas em regiões de pele fina e cinco
camadas em regiões de pele espessa ( palma das mão e planta dos pés),
também denominadas estratos córneos. Estas camadas estão dispostas em:
estrato basal (responsável pela renovação das células epidérmicas e é a
camada mais profunda), estrato espinhoso (queratinócitos são maiores que os
da camada basal e têm numerosos prolongamentos citoplasmáticos), estrato
granuloso (os queratinócitos contém numerosos grânulos de querato-hialina),
estrato lúcido (presente somente na pele espessa e é considerado uma
subdivisão do estrato córneo) e o estrato córneo (células pavimentosas
anucleadas em grande parte preenchida com filamentos de queratina). ²
À medida que os queratinócitos se deslocam da camada basal para o
estrato córneo, vai ocorrendo a renovação da epiderme, a qual ocorre a cada
28 dias aproximadamente. Em média, levam 14 dias para atingir o estrato
córneo, e mais 14 dias para que haja a descamação. ¹
A primeira linha de defesa, entre a pele e o meio ambiente, são as células
epiteliais, as quais, são consideradas como parte do sistema imune inato.
Estas células, respondem à estímulos ambientais por meio de receptores
semelhantes ao toll (TLRs), receptor semelhante a NOD (domínio de
oligomerização ligado ao nucleotídeo), lectinas tipo C e proteína de
reconhecimento de peptideoglicano. ¹
As camadas de células basais, tem como composição, 10% de melanócitos.
Estas células são responsáveis pela produção de melanina, um polímero
pigmentado que absorve a radiação ultravioleta (UV). A melanina é produzida e
armazenada nos melanossomos, os quais são fagocitados por queratinócitos e
transportados para uma região acima do núcleo dos queratinócitos, fazendo
assim, um escudo de proteção contra os raios UV. ¹
O encargo de barreira epidérmica, abrange a proteção contra
microrganismos, substâncias químicas, traumatismos físicos e perda de água
transepidérmica. A pele é um dos sítios principais de interação com o
ambiente, e os estímulos realizados na pele, são processados pelos sistemas
nervosos central e periférico. ¹
A regulação e manutenção da temperatura central do corpo, também conta
com a ajuda da pele, a qual tem a função de ajustar a variação do fluxo

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sanguíneo dos capilares e em outros vasos sanguíneos, além da produção do
suor, que contribui para a homeostase da temperatura por meio da perda de
calor através da evaporação. ¹
A espessura da derme varia entre 1 e 4 mm. Ela é uma proteção e age
amortecendo as estruturas subjacentes contra lesões e proporciona apoio para
vasos sanguíneos, nervos e estruturas anexas. ¹
Por ser o maior órgão do corpo humano, a pele serve como percepção de
vários aspectos, dentre eles a etnia, idade, estado de saúde e atratividade.
Com isso, qualquer dano, erupções, distúrbios pigmentares e acne podem
produzir efeitos profundos na autoimagem e em como o indivíduo é percebido
pelos outros. ¹
Um dos problemas que mais afetam a autoimagem do indivíduo, é a acne.
Sendo uma das doenças inflamatórias da pele, mais comuns. A acne afeta
mais de 85% das pessoas, normalmente entre 11-30 anos, podendo também
se estender até quarta ou quinta década de vida, na população mundial. ³
A acne é uma doença inflamatória crônica da unidade pilossebácea, sendo
sua patogênese descrita por interações multifatoriais, podendo ser resultado de
um aumento na produção de sebo induzida pelos andrógenos, hiperqueratose,
inflamação e colonização bacteriana dos folículos pilosos da face, costas,
pescoço e peito pela Propionibacterium acnes. A precoce colonização pela P.
acnes e o fator genético, têm papeis importantes no desenvolvimento da
doença, porém ainda não está claro sobre o que desencadeia a doença. ⁴
Por ser uma doença de causa multifatorial, os fatores patogênicos não
devem ser avaliados individualmente, e sim em conjunto, como causa e
consequência. Como elucidação, temos a seborreia e a hiperqueratinização, a
junção dessas duas alterações tem como resultado um ambiente favorável
para o crescimento da P. acnes presente na microbiota da pele. Os metabólitos
em excesso, produzidos pela P. acnes, induzem a inflamação folicular e
perifolicular devido a presença de componentes quimiotáticos. ⁵
A predisposição genética para acne, é dada pelo citocromo P450-1A1 e
pelo esteroide 21-hidroxilase, os quais aumentam a produção de androgênios
pela glândula adrenal. Pessoas com o cariótipo XYY tendem a desenvolver
uma acne severa. ⁵
As glândulas sebáceas são associadas aos folículos pilosos, salvo algumas
exceções. O sebo é formado pela dissolução dos sebócitos, então é
transportado pelo ducto sebáceo de drenagem que desemboca na superfície
da pele via infundíbulo. Essa produção sebácea é regulada pelos andrógenos.
As grandes glândulas sebáceas estão localizadas na face e na parte superior
do tronco, regiões essas, normalmente acometidas pela acne. ⁵
Entre 8-10 anos, a glândula adrenal começa a produzir andrógenos, e mais
tarde as gônadas também assumem esse papel. Como resultado, há um
aumento das glândulas sebáceas, aumentando a produção de sebo, e
consequentemente acne (principalmente em adolescentes). Na pele, os
andrógenos estimulam a produção de sebo nos sebócitos. ⁵

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A regulação da produção de sebo é regulada primariamente pela
dehidroepiandrosterona sulfato (DHEA-S). Esse é o andrógeno que detém a
maior concentração de sebo, além disso, é igual em homens e mulheres. O
DHEA-S é considerado um hormônio fraco, mas após ser metabolizado
intracelularmente no sebócito, transforma-se em andrógenos mais potentes,
testosterona e di-hidrotestosterona. Como resultado há um aumento na
proliferação das glândulas sebáceas e consequentemente, aumento na
produção sebácea. ⁵
Os queratinócitos estão estratificados em camadas, nos folículos pilosos
normais. Eles se descamam e pelo fluxo do sebo são transportados para a
superfície da pele. Porém, quando o folículo está afetado pela acne, há um
aumento na proliferação dos queratinócitos e não há uma descamação para a
renovação, há um acúmulo de células novas e antigas. Essa hiperqueratose
resulta primeiramente como um microcomedão não visível, e posteriormente
um comedão. ⁵
A Propionibacterium acnes é a bactéria dominante nos folículos pilosos; tem
como preferência condições microaerofílica ou anaeróbica e coloniza de
preferência regiões com uma alta taxa de produção de sebo. A hiperqueratose
e a seborreia promovem a proliferação da P. acnes. Uma grande proliferação
dessa bactéria produz metabólitos (lipases, proteases, hialuronidases e fatores
quimiotáticos) com ação pro-inflamatória. ⁶
Há várias escalas para classificação da acne, porém ainda não há um
consenso de escala ou guidelines para ser seguido. A escala que
majoritariamente é seguida e mais apropriada segue as seguintes
classificações: acne comedonal, acne papulopustular leve, moderada ou
severa, acne nodular moderada, acne cística nodular (tem tendência à deixar
cicatrizes) e pioderma facial. ⁶
Um consenso foi alcançado para o tratamento de primeira e segunda
escolha para cada tipo, como também o tratamento de manutenção. Há
recomendações para o uso de antibióticos, pode-se introduzi-lo quando o
paciente sofrer de acne papulopustular leve ou moderada, mas sempre
combinado com retinoides e/ou peróxido de benzoila. A isotretinoína
(Roacutan) começa a ser usada quando a acne já atingiu o estado
papulopustular severo ou o nodular moderado. ⁶

2. Justificativa

A acne é uma doença inflamatória da pele de alta prevalência na


população, e impacta negativamente a qualidade de vida e a autoestima do
paciente, além de também fazê-lo sofrer estigmas sociais. Esse trabalho visa a
realização de consultas para levantamento dos dados epidemiológicos dos
alunos da Universidade Anhembi Morumbi – UAM, campus Mooca, para que
possa ser criado posteriormente um protocolo de tratamento para acne no
Centro Integrado de Saúde – CIS, além disso, nas consultas serão indicados

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tratamentos que poderão melhorar a qualidade de vida dos voluntários tanto no
aspecto social como psicológico.

3. Objetivos

3.1 Gerais:

Traçar um panorama sobre a epidemiologia da acne nos alunos


da Universidade Anhembi Morumbi – Mooca.

3.2. Específicos
Propor um protocolo de tratamento para acne no CIS.
Avaliar os diferentes locais de acometimento, bem como a
gravidade da acne entre os sexos.
Relacionar a qualidade de vida dos pacientes com a gravidade da
acne encontrada nos pacientes

4. Materiais e Métodos

Estudo observacional, clínico epidemiológico, transversal. As variáveis


analisadas serão idade, sexo, local de acometimento e gravidade da doença.

Participarão do estudo 40 indivíduos, de ambos os sexos, com idade


superior a 18 anos e inferior a 40 anos com queixa de acne. Estes pacientes
foram escolhidos aleatoriamente a partir de uma lista obtida de um formulário
divulgado em grupos de redes sociais e de aplicativos de comunicação
utilizados pelos estudantes da Universidade Anhembi Morumbi, solicitando
voluntários que sofressem com acne e tivessem interesse em passar em
consulta dermatológica no ambulatório do Centro Integrado da Saúde com o
Dr. Luis Henrique Moura para avaliação e tratamento.

Serão excluídos pacientes menores de 18 anos ou maiores de 40 anos,


usuários de Roacutan ® e quaisquer outros tratamentos anti-acneicos, e não
alunos da Universidade Anhembi Morumbi.

Para o levantamento dos dados, será aplicado o Dermatology Life


Quality Index, adaptado e validado para o Português (DLQI-BRA) (Anexo 1), a
todos os pacientes, no período de Janeiro de 2020 a Julho de 2020. Esse
questionário é composto por 10 questões, relacionadas à qualidade de vida
específica para problemas de pele. É dividido em 6 domínios: trabalho, lazer,
relações pessoais, tratamento, sintomas e sentimentos, com 4 alternativas de
resposta, correspondendo aos escores de 0 a 3. O escore máximo é de 30 e o
mínimo de 0, sendo 30 o maior prejuízo.

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Antes de cada consulta, os pacientes convidados a participar serão
devidamente informados a respeito dos objetivos, justificativa e metodologia da
realização do trabalho. Sua permissão será obtida através da assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.  

Nas consultas serão realizados em um primeiro tempo anamnese e


exame físico geral por um dos quatro alunos que realizam esse estudo, e em
um segundo tempo exame clínico-dermatológico pelo Dr. Luis Henrique Moura,
além de registro fotográfico das lesões de pele.

5. Cronograma

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6. Anexos
Anexo 1

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7. Referências
1. SOUTOR, Carol; HORDINSKY, Maria. Dermatologia Clínica. Porto Alegre:
Amgh, 2014. 376 p.

2. ROSS, Michael H; PAWLINA, Wojciech. Ross l Histologia - Texto e


Atlas: Correlações com Biologia Celular e Molecular. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan Ltda, 2016. 1000 p.

3. Dagnelie, M‐A,  Montassier, E,  Khammari, A,  Mounier, C,  Corvec,


S,  Dréno, B.  Inflammatory skin is associated with changes in the skin
microbiota composition on the back of severe acne patients. Exp
Dermatol.  2019; 28: 961– 967. Disponível em:
https://doi.org/10.1111/exd.13988 acesso em 21/10 as 21:30

4. Williams HC, Dellavalle RP, Garner S. Acne vulgaris. Lancet. 2012 Jan
28;379(9813):361-72. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0140-
6736(11)60321-8 acesso em: 21/10 as 22:15

5. Degitz, K. , Placzek, M. , Borelli, C. and Plewig, G. (2007), Pathophysiology


of acne. JDDG: Journal der Deutschen Dermatologischen Gesellschaft, 5: 316-
323. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1610-0387.2007.06274.x acesso
em: 21/10 às 22:42

6. López‐Estebaranz JL, Herranz‐Pinto P, Dréno B,  el Grupo de Dermatólogos


Expertos en Acné. Consensus‐based acne classification system and treatment
algorithm for Spain. Actas Dermosifiliogr 2017;  108: 120– 31. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.ad.2016.10.001 acesso em 23/10 às 18:50

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