Amplificador de Pequenos Sinais PDF
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CAPÍTULO 7
7.1 INTRODUÇÃO
Como vemos, no modelo incremental valem apenas as correntes incrementais ie, ib, ic,
sendo que as correntes IE, IB, e IC estarão implícitas nos parâmetros. Em relação ao
modelo π-híbrido que estamos acostumados podemos ver duas modificações: a inclusão
das resistências rBB’e rµ, e o uso da denominação vb’e ao invés de vπ, sendo que ambas
representam a mesma tensão (queda sobre rπ). Essas inclusões modelam efeitos de
segunda ordem que normalmente não são tratados em livros-texto introdutórios. Assim,
temos:
Sabendo-se que:
q.VB 'E
I E = I ES ⋅ (e KT − 1)
(2)
temos:
q.I E
ie = ⋅ v b 'e (3)
KT
então:
v b'e = i b ⋅ rπ (4)
KT
onde rπ = (β 0 + 1) ⋅ (5)
qI E
ic
e β 0 = β AC = v ce = 0 (6)
ib
Este modelo é válido enquanto podemos desprezar C0, Cπ e Cµ, ou seja, enquanto:
1
>> r0 (9)
ωC 0
1
>> rµ (10)
ωC µ
1
>> rπ (11)
ωC π
Para freqüências muito altas, podemos também fazer algumas simplificações, como
mostra a figura 3. Nesta situação, as expressões (9), (10) e (11) deixam de ser válidas.
7.3.2 As freqüências fT e fβ
β0
β(s) = (12)
1 + s ωβ
1
onde ωβ = (13)
rπ ⋅ (Cπ + Cµ )
Observe, como mostra a figura 5, que o ganho de corrente varia com a freqüência, e
podemos calcular a freqüência fT para a qual o ganho de corrente do transistor em
montagem emissor comum com o emissor e coletor curto-circuitados (em corrente
alternada) tem valor unitário:
β0
β( jω T ) = 1 = (14)
1 + (ω T ω β ) 2
Finalmente:
gm
fT = (16)
2π(C π + C µ )
O parâmetro fT, como mostra a fig. 6, é altamente dependente da corrente de coletor IC.
v0 − gm ⋅ rπ
= ⋅ (r0 // R C // R L ) (20)
e g rπ + rBB' + rg
Note-se que R1//R2 >> (rbb’+rπ) possibilita obter ganho máximo, uma vez que, caso a
relação não fosse satisfeita, R1//R2 tenderia a atenuar o ganho logo na entrada. Note-se
também que no experimento anterior sobre polarização por I E constante, havíamos
estabelecido R 1 //R 2 << βR E . Portanto, de forma geral, a seguinte relação deve ser
satisfeita:
βR E >> R 1 // R 2 >> (rbb′ + rπ ) (21)
Pode ser facilmente demonstrado que se retirarmos o capacitor C3, o ganho de tensão do
circuito será dado por:
v − β0 ⋅ R C
Av = 0 = (22)
e g rg + rπ + (1 + β 0 ) ⋅ R E
Sendo rg e rπ, em geral, muito menores do que (1+β0).RE e β0 >> 1, temos que:
Av ≅ − R C R E
Vimos até agora que para pequenos sinais o transistor pode ser substituído por um
modelo linear. Sinais senoidais são amplificados sem distorção desde que a amplitude
permaneça baixa o suficiente. No entanto, para sinais não senoidais devemos examinar
suas diversas componentes espectrais para determinar se elas estão sendo igualmente
amplificadas e defasadas. Caso contrário, a composição espectral de saída será diferente
da de entrada, fazendo com que o sinal de saída resulte distorcido em relação à entrada.
traçado. Estas regras permitem obter-se assíntotas que servirão de base para o traçado
das curvas.
Vamos em seguida apresentar o diagrama de Bode para dois casos típicos
envolvendo associação de uma capacitância com uma resistência: os circuitos
diferenciador e integrador.
7.5.2.1 Circuito Diferenciador RC
Observe que para f1=f, temos |Av| = 0,707 (-3dB) e uma fase de 45 graus adiantada em
relação à entrada. Pode-se facilmente verificar que esta condição corresponde à situação
onde XC = R. Expressando o ganho em decibéis, temos:
1
| A v | dB = 20 ⋅ log 10
[1 + (f1 / f ) 2 ]1/ 2
Observe que para f >> f1 o ganho tende a 0 dB, enquanto que para f1 >> f a equação
pode ser aproximada por:
| A v |dB = −20 ⋅ log 10 (f 1 /f) (para f1 >> f)
Observe também que na figura 12 foi traçado o gráfico da fase do ganho em graus.
No ponto f = f1 temos uma defasagem de 45° (adiantamento) em relação à entrada.
Podemos também aproximar a curva da fase em função da freqüência por uma reta com
inclinação de 45 graus/década (ou 13,5 graus/oitava).
1
Av =
1 + j(f / f 2 )
Já vimos que para o amplificador a transistor em emissor comum, existe uma faixa de
freqüências médias na qual o ganho é constante e a defasagem é 180 graus. Fora dessa
faixa de freqüências médias os elementos reativos do circuito começam a influir,
reduzindo o ganho e alterando a defasagem. Vamos agora calcular as freqüências de
corte inferior e superior.
a) O capacitor C1 está em série com (Rg + rBB’ + rπ). Portanto a freqüência de corte
será:
1
f1 = (23)
2π ⋅ C1 ⋅ (R g + rBB' + rπ )
A freqüência de corte será determinada por uma das freqüências f1, f2 ou f3, desde que
esta seja muito menor que as duas outras. Na prática, como geralmente se deseja uma
freqüência de corte inferior bem determinada, o que se faz é calcular C1, C2 e C3 para
um fCI desejado.
Como geralmente os valores obtidos para C1 e C3 são pequenos e C2 é bastante elevado,
o que se faz é elevar os valores de C1 e C3 e deixar que C2 fixe a freqüência de corte
inferior. Assim, teremos:
1
C1 >> (26)
2π ⋅ f CI ⋅ ( R g + rBB' + rπ )
1
C3 >>
2 ⋅f CI ⋅ (R L + r0 //RC )
(27)
(β 0 + 1)
C2 = (28)
2π ⋅ f CI ⋅ (R g + rBB' + rπ )
Se elevarmos a freqüência de entrada, atingiremos uma faixa onde não mais poderemos
desprezar as reatâncias de Cµ e Cπ (que até agora eram supostas muito elevadas, e
portanto substituídas por circuitos abertos). Pode-se demonstrar que o valor de fCS pode
ser dado aproximadamente por (desprezando-se o efeito de C0):
1
f CS = (29)
2π ⋅ [rπ //(rBB' + R g )] ⋅ [ C π + C µ ⋅ (1 + gm ⋅ ( R L // r0 // R C ))]
7.7 BIBLIOGRAFIA
Figura 1: Quadripolo
v1 = h 11 ⋅ i1 + h12 ⋅ v 2
i 2 = h 21 ⋅ i1 + h 22 ⋅ v 2
Os parâmetros h11, h12, h21, h22 são chamados parâmetros “h” ou híbridos, pois são
dimensionalmente diferentes.
de cada variável temos uma letra “e”, denotando que a configuração utilizada no
modelamento é o emissor comum. Em geral este é o conjunto de parâmetros que os
fabricantes utilizam para apresentar as especificações dos transistores bipolares de
junção. Os parâmetros podem ser calculados como se segue:
∂v be ∂i c
h ie = v ce = 0 h fe = v ce = 0
∂i b ∂i b
∂v be ∂i c
h re = ib = 0 h oe = ib = 0
∂v ce ∂v ce
onde vbe, vce, ic, ib denotam os sinais incrementais de Vbe, Vce, Ic e Ib.
É importante lembrar que os parâmetros “h" do transistor dependem do ponto de
operação, motivo pelo qual os fabricantes provêm curvas que mostram a variação dos
parâmetros com o ponto de operação. Além disso, é importante lembrar que, como os
demais parâmetros do transistor, os parâmetros “h" também variam com a temperatura.
Informações mais detalhadas sobre este assunto podem ser obtidas no livro
ELETRÔNICA, de Millman & Halkias, cap. 8.2 a 8.4. Geralmente as medidas são
realizadas em 1 KHz.
Pode-se demonstrar que são válidas as seguintes relações entre os modelos π-híbrido e
parâmetros"h” (abordagem prática):
IC
gm ≅ VT ≈ 26mV
VT
β 0 = β AC = h fe β DC = h FE
h fe
rπ = rbb ' = h ie − rπ
gm
rπ 1
rµ = r0 =
h re h oe − (1 + h fe ) / rµ
gm
C µ = C C (extraído da curva CC x Vcb do dispositivo) Cπ = − Cµ
2π ⋅ f T