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CAPÍTULO 7

Amplificador de Pequenos Sinais


Prof. Dr. Sérgio Takeo Kofuji

7.1 INTRODUÇÃO

No Capítulo 6, Polarização de Transistores Bipolares, vimos a construção básica,


modelo de Ebers-Moll e técnicas de polarização do transistor de junção bipolar (TJB).
Neste experimento estudaremos a operação de um amplificador para pequenos sinais a
TJB, utilizando para tal um modelo incremental do TJB, o modelo π-híbrido. A parte
experimental prevê basicamente a determinação da resposta harmônica do amplificador
e a determinação da faixa dinâmica.

7.2 MODELO PARA PEQUENOS SINAIS

Para analisar o funcionamento do transistor como amplificador é conveniente substituir


o transistor por um modelo linearizado do mesmo. Este modelo linearizado é válido
apenas para um dado ponto de polarização e para sinais de entrada e saída
suficientemente pequenos para não alterarem o ponto quiescente.
Antes de analisarmos os diversos parâmetros do modelo, convém lembrar que para o
modelo incremental valem algumas regras importantes:
• o modelo incremental pode substituir o transistor apenas para o ponto de
polarização para o qual foi desenvolvido;
• o modelo substitui o transistor para o circuito externo; entretanto, não devemos
utilizá-lo para analisar o que ocorre no interior do transistor;
• o ponto de polarização está implícito no modelo; portanto, não podemos
considerar mais os valores totais das correntes totais IB, IC e IE, bem como as tensões
VBE, VCE, VCB. Devemos apenas considerar as tensões e correntes incrementais vbe,
vce , vcb , ib, ic, e ie.
Os modelos incrementais mais largamente utilizados são o quadripolo π-híbrido
(baixas a altas freqüências) e o quadripolo h (médias freqüências). Ambos os modelos
são locais e válidos apenas para o transistor operando na região ativa. O conceito de
baixa, média e alta freqüência ficará mais claro nas seções seguintes.
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Uma vez que o modelo π-híbrido é capaz. de representar o transistor em todas as


faixas de freqüências (baixas, médias e altas), procederemos à análise do circuito
amplificador a transistor utilizando-nos dele, devidamente simplificado para cada uma
das faixas de freqüências. Como na prática geralmente os fabricantes fornecem as
características dos transistores através de parâmetros h, no Apêndice I são apresentados
o modelo baseado em parâmetros h e sua equivalência com o π-híbrido.

7.3 O MODELO π-HÍBRIDO

O circuito equivalente π-híbrido para um transistor em configuração emissor comum é


mostrado na figura 1.

Figura 1: Circuito equivalente π-híbrido para um transistor em emissor comum

Como vemos, no modelo incremental valem apenas as correntes incrementais ie, ib, ic,
sendo que as correntes IE, IB, e IC estarão implícitas nos parâmetros. Em relação ao
modelo π-híbrido que estamos acostumados podemos ver duas modificações: a inclusão
das resistências rBB’e rµ, e o uso da denominação vb’e ao invés de vπ, sendo que ambas
representam a mesma tensão (queda sobre rπ). Essas inclusões modelam efeitos de
segunda ordem que normalmente não são tratados em livros-texto introdutórios. Assim,
temos:

rBB’ resistência entre o contato externo da base e a região interna do transistor


que funciona como base; na prática constata-se que esta resistência é de
cerca de 50 a 1000 Ω dependendo do transistor.

rπ resistência equivalente enxergada pela corrente iB entre a base efetiva e o


emissor. Assim, devemos ter:
i b ⋅ ( rBB' + rπ ) = v b'e + i b ⋅ rBB' (1)

sendo vb’e a tensão que efetivamente controlará a corrente de emissor ie.

Cap.7-2 - Amplificadores de Pequenos Sinais Eletrônica Experimental


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Sabendo-se que:
q.VB 'E
I E = I ES ⋅ (e KT − 1)
(2)
temos:
q.I E
ie = ⋅ v b 'e (3)
KT
então:
v b'e = i b ⋅ rπ (4)

KT
onde rπ = (β 0 + 1) ⋅ (5)
qI E

ic
e β 0 = β AC = v ce = 0 (6)
ib

gm representa a variação de IC quando se varia VB’E. Como esta variação é


quase igual à variação de IE, temos:
ic qI
gm = = E (7)
v b 'e KT
Como vemos, quanto maior for IE, maior será o gm. Em outras palavras,
quanto maior for IE, maior será a variação de IC (ou IE) para um mesmo
VBE. Temos ainda que:
β 0 = gm ⋅ rπ (8)

r0 resistência "vista" entre coletor e emissor; representa a pequena inclinação


que se observa nas curvas características de saída, onde observamos que
mesmo com IB constante, existe um pequeno acréscimo de IC quando se
aumenta VCE. r0 geralmente é maior que 10 kΩ.

rπ resistência parasitária entre coletor e base, geralmente da ordem de MΩ

Cπ, Cµ, C0, capacitâncias parasitárias respectivamente de base-emissor, base-coletor e


coletor-emissor, cujas faixas de variação são, para Cπ alguns pF a 1nF, Cµ
de 0,01 pF a 10 pF e C0 alguns pF; estas capacitâncias podem crescer
sensivelmente com os diversos tipos de montagem.

Eletrônica Experimental Amplificadores de Pequenos Sinais - Cap.7-3


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7.3.1 Simplificações do Modelo π-Híbrido

No circuito equivalente da figura 1 apresentamos o modelo π-híbrido completo.


Entretanto, este modelo pode ser bastante simplificado dependendo da faixa de
freqüências utilizada. Assim, podemos utilizar em freqüências baixas e médias um
circuito onde o efeito dos capacitores é desprezado, como mostra a figura 2.

Figura 2: Modelo π-híbrido simplificado para freqüências baixas e médias

Este modelo é válido enquanto podemos desprezar C0, Cπ e Cµ, ou seja, enquanto:
1
>> r0 (9)
ωC 0

1
>> rµ (10)
ωC µ

1
>> rπ (11)
ωC π

Para freqüências muito altas, podemos também fazer algumas simplificações, como
mostra a figura 3. Nesta situação, as expressões (9), (10) e (11) deixam de ser válidas.

Figura 3: Modelo π-híbrido simplificado para freqüências altas

Cap.7-4 - Amplificadores de Pequenos Sinais Eletrônica Experimental


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7.3.2 As freqüências fT e fβ

Utilizando o circuito equivalente da figura 3, podemos encontrar duas freqüências


próprias do transistor: a freqüência de transição ou ganho unitário fT e a freqüência de
corte fβ.

Figura 4: Circuito para medida de fT

Se curto-circuitarmos, para corrente alternada, o coletor com o emissor (figura 4),


podemos obter a expressão do ganho de corrente do circuito (I0/Ib) em função da
freqüência. Verifica-se que o ganho do circuito pode ser dado aproximadamente por:

β0
β(s) = (12)
1 + s ωβ

1
onde ωβ = (13)
rπ ⋅ (Cπ + Cµ )

Figura 5: Gráfico de β em função da freqüência

Eletrônica Experimental Amplificadores de Pequenos Sinais - Cap.7-5


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Observe, como mostra a figura 5, que o ganho de corrente varia com a freqüência, e
podemos calcular a freqüência fT para a qual o ganho de corrente do transistor em
montagem emissor comum com o emissor e coletor curto-circuitados (em corrente
alternada) tem valor unitário:

β0
β( jω T ) = 1 = (14)
1 + (ω T ω β ) 2

Para ωT/ωβ >> 1, temos:

ωT=β0ωβ ou fT=β0fβ (15)

Finalmente:

gm
fT = (16)
2π(C π + C µ )

O parâmetro fT, como mostra a fig. 6, é altamente dependente da corrente de coletor IC.

Figura 6: Gráfico de fT em função de Ic

Cap.7-6 - Amplificadores de Pequenos Sinais Eletrônica Experimental


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7.4 AMPLIFICADOR PARA PEQUENOS SINAIS EM FREQÜÊNCIAS


MÉDIAS

Vamos estudar o comportamento dinâmico em freqüências médias de um amplificador


constituído por um único transistor, tomando como base o circuito da figura 7. O
circuito da figura 7 é essencialmente o mesmo circuito estudado no experimento
anterior, onde a polarização é feita através da técnica de IE constante.

Figura 7: Amplificador de um estágio

O capacitor C2 tem a função de curto circuitar o emissor com o terra em freqüências


médias e altas. Os capacitores C1 e C3 servem de elementos de acoplamento entre o
estágio anterior e o amplificador e entre a carga de saída e o amplificador. Basicamente
eles têm a função de bloquear (desacoplar) a componente contínua (CC) de entrada e
saída, evitando que o ponto de polarização quiescente do amplificador seja perturbado
com a polarização dos circuitos aos quais o amplificador está conectado. Em
freqüências médias e altas eles se comportam como curto-circuitos. Ou seja:
1 1 1
≈0 ≈0 ≈0
ωC1 (17) ω C 2 (18) ω C 3 (19)

7.4.1 Ganho de Tensão

Tomemos o circuito equivalente CA completo para o circuito da figura 7, substituindo-


se o transistor pelo seu modelo π-híbrido.
O circuito equivalente é mostrado na figura 8, e seu circuito simplificado para
freqüências médias é apresentado na figura 9. Observe que a fonte Vcc foi curto-
circuitada, visto que os circuitos 8 e 9 somente valem para análise incremental.
Pela figura 9, podemos calcular o ganho do circuito. Considerando
R 1 // R 2 >> (rBB' + rπ ) ,obtemos a seguinte expressão:

Eletrônica Experimental Amplificadores de Pequenos Sinais - Cap.7-7


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v0 − gm ⋅ rπ
= ⋅ (r0 // R C // R L ) (20)
e g rπ + rBB' + rg

Figura 8: Circuito incremental equivalente do amplificador

Figura 9: Circuito incremental equivalente simplificado para freqüências médias

Note-se que R1//R2 >> (rbb’+rπ) possibilita obter ganho máximo, uma vez que, caso a
relação não fosse satisfeita, R1//R2 tenderia a atenuar o ganho logo na entrada. Note-se
também que no experimento anterior sobre polarização por I E constante, havíamos
estabelecido R 1 //R 2 << βR E . Portanto, de forma geral, a seguinte relação deve ser
satisfeita:
βR E >> R 1 // R 2 >> (rbb′ + rπ ) (21)

7.4.2 Ganho de Tensão do Circuito sem o Capacitor C3

Pode ser facilmente demonstrado que se retirarmos o capacitor C3, o ganho de tensão do
circuito será dado por:
v − β0 ⋅ R C
Av = 0 = (22)
e g rg + rπ + (1 + β 0 ) ⋅ R E

Sendo rg e rπ, em geral, muito menores do que (1+β0).RE e β0 >> 1, temos que:
Av ≅ − R C R E

Cap.7-8 - Amplificadores de Pequenos Sinais Eletrônica Experimental


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7.5 RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA

Vimos até agora que para pequenos sinais o transistor pode ser substituído por um
modelo linear. Sinais senoidais são amplificados sem distorção desde que a amplitude
permaneça baixa o suficiente. No entanto, para sinais não senoidais devemos examinar
suas diversas componentes espectrais para determinar se elas estão sendo igualmente
amplificadas e defasadas. Caso contrário, a composição espectral de saída será diferente
da de entrada, fazendo com que o sinal de saída resulte distorcido em relação à entrada.

7.5.1 Faixa de Passagem

A figura 10 mostra como geralmente o ganho e a defasagem de um amplificador varia


em função da freqüência. Observe que há uma faixa intermediária onde o ganho é
constante, que se estende aproximadamente desde uma década acima da freqüência ω1 a
até uma década abaixo da freqüência ω2. Esta é a faixa de freqüências médias do
amplificador.

Figura 10: Curvas de ganho e fase típicos de um amplificador

As freqüências ω1 e ω2 (ou f1=ω1/2π e f2=ω2/2π) são conhecidas como freqüências de


corte, e representam as freqüências onde o ganho cai 2 2 = 0.707 vezes do ganho em
freqüências médias. Ou, em termos de decibéis, cai de 3 dB em relação ao ganho em
freqüências médias (pois 20 log (0,707) = - 3dB).
Chamamos de faixa de passagem “B”, a diferença entre as freqüências de corte
superior e inferior.

7.5.2 Diagrama de Bode

A função de transferência de um circuito pode ser representada graficamente através do


Diagrama de Bode. Dois gráficos são traçados em papel monolog:
• gráfico do módulo do ganho em dB em função da freqüência (em escala
logarítmica);
• gráfico da defasagem em graus em função da freqüência (em escala logarítmica);
O diagrama de Bode de uma função de transferência pode ser traçado ponto a ponto,
calculando-se para cada freqüência, os valores do módulo e da fase. No entanto, o
processo pode ser simplificado se forem observadas algumas regras para simplificar o

Eletrônica Experimental Amplificadores de Pequenos Sinais - Cap.7-9


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traçado. Estas regras permitem obter-se assíntotas que servirão de base para o traçado
das curvas.
Vamos em seguida apresentar o diagrama de Bode para dois casos típicos
envolvendo associação de uma capacitância com uma resistência: os circuitos
diferenciador e integrador.
7.5.2.1 Circuito Diferenciador RC

Figura 11: Circuito diferenciador RC

Vamos examinar o circuito RC-série mostrado na figura 11. O ganho do circuito é


expresso por:
V0 R 1 1
Av = = = onde f1 =
Vi R − jX C 1 − j(f 1 /f) 2π ⋅ RC

Ou, na forma de módulo e fase:


V0 1
Av = = |_tan-1(f1/f)
Vi [(1 + (f1 / f ) 2 ]1/ 2

Observe que para f1=f, temos |Av| = 0,707 (-3dB) e uma fase de 45 graus adiantada em
relação à entrada. Pode-se facilmente verificar que esta condição corresponde à situação
onde XC = R. Expressando o ganho em decibéis, temos:
1
| A v | dB = 20 ⋅ log 10
[1 + (f1 / f ) 2 ]1/ 2

Observe que para f >> f1 o ganho tende a 0 dB, enquanto que para f1 >> f a equação
pode ser aproximada por:
| A v |dB = −20 ⋅ log 10 (f 1 /f) (para f1 >> f)

O gráfico do módulo de ganho em dB está mostrado na figura 12, sendo a freqüência


traçada em escala logarítmica. Observe, como anteriormente mencionado, que no ponto
f = f1 temos |Av| = -3dB. Por outro lado, este ponto corresponde à intersecção de duas
assíntotas: uma correspondente a 0 dB, válida para f >> fl, e outra correspondente à reta
inclinada correspondente a condição f1 >> f. Note ainda que a reta inclinada tem
inclinação de –20 dB/d é cada (ou –6 dB/oitava). O gráfico linear por partes das
assíntotas, juntamente com os pontos de quebra, é chamado gráfico ou diagrama de
BODE.

Cap.7-10 - Amplificadores de Pequenos Sinais Eletrônica Experimental


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Observe também que na figura 12 foi traçado o gráfico da fase do ganho em graus.
No ponto f = f1 temos uma defasagem de 45° (adiantamento) em relação à entrada.
Podemos também aproximar a curva da fase em função da freqüência por uma reta com
inclinação de 45 graus/década (ou 13,5 graus/oitava).

Figura 12: Diagrama de Bode Circuito Diferenciador RC

7.5.2.2 Circuito Integrador RC

Figura 13: Circuito Integrador RC

Seguindo o procedimento adotado na análise do circuito diferenciador RC, podemos


traçar as curvas de ganho e fase da função de transferência do circuito integrador RC
mostrado na figura 13.
O ganho do circuito é dado por:

1
Av =
1 + j(f / f 2 )

Na figura 14 temos mostrado os gráficos de ganho e fase em função da freqüência.

Eletrônica Experimental Amplificadores de Pequenos Sinais - Cap.7-11


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Figura 14: Diagrama de Bode Circuito Integrador RC

7.6 FREQÜÊNCIAS DE CORTE

Já vimos que para o amplificador a transistor em emissor comum, existe uma faixa de
freqüências médias na qual o ganho é constante e a defasagem é 180 graus. Fora dessa
faixa de freqüências médias os elementos reativos do circuito começam a influir,
reduzindo o ganho e alterando a defasagem. Vamos agora calcular as freqüências de
corte inferior e superior.

7.6.1 Freqüência de Corte Inferior

Em freqüências médias, supôs-se que as reatâncias capacitivas associadas a Cl, C2 e C3


eram suficientemente pequenas para poderem ser desprezadas, sendo portanto
substituídas por curto-circuitos. Porém, à medida que reduzimos a freqüência de
entrada, as reatâncias XC1, XC2, XC3 vão aumentando, fazendo com que essa hipótese já
não mais seja válida. Isto faz com que o ganho do circuito caia.
Vamos calcular as freqüências de corte associadas a cada um dos capacitores
separadamente, considerando em cada caso que os demais capacitores são grandes o
suficiente (vamos supor por exemplo, que os outros dois capacitores tiveram seu valor
aumentado, por exemplo, por um fator de 10) para que suas reatâncias possam ser
desprezadas. No final, o capacitor que não tiver seu valor aumentado será o que irá
determinar a freqüência de corte do circuito.
Assim, analisando a figura 8, temos que:

a) O capacitor C1 está em série com (Rg + rBB’ + rπ). Portanto a freqüência de corte
será:
1
f1 = (23)
2π ⋅ C1 ⋅ (R g + rBB' + rπ )

b) O Capacitor C3 está em série com (RL // r0 // RC); logo a freqüência de corte


será:
1
f3 = (24)
2π ⋅ C 3 ⋅ (R L // r0 // R C )

Cap.7-12 - Amplificadores de Pequenos Sinais Eletrônica Experimental


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c) O capacitor C2 está em paralelo com [ (RE(Rg + rBB’ + rπ) / (β0 + 1) ];


se RE(β0 + 1) >> (Rg + rBB’ + rπ), a freqüência de corte será:
(β 0 + 1)
f2 = (25)
2π ⋅ C 2 ⋅ (R g + rBB' + rπ )

A freqüência de corte será determinada por uma das freqüências f1, f2 ou f3, desde que
esta seja muito menor que as duas outras. Na prática, como geralmente se deseja uma
freqüência de corte inferior bem determinada, o que se faz é calcular C1, C2 e C3 para
um fCI desejado.
Como geralmente os valores obtidos para C1 e C3 são pequenos e C2 é bastante elevado,
o que se faz é elevar os valores de C1 e C3 e deixar que C2 fixe a freqüência de corte
inferior. Assim, teremos:
1
C1 >> (26)
2π ⋅ f CI ⋅ ( R g + rBB' + rπ )

1
C3 >>
2 ⋅f CI ⋅ (R L + r0 //RC )
(27)

(β 0 + 1)
C2 = (28)
2π ⋅ f CI ⋅ (R g + rBB' + rπ )

7.6.2 Freqüência de Corte Superior

Se elevarmos a freqüência de entrada, atingiremos uma faixa onde não mais poderemos
desprezar as reatâncias de Cµ e Cπ (que até agora eram supostas muito elevadas, e
portanto substituídas por circuitos abertos). Pode-se demonstrar que o valor de fCS pode
ser dado aproximadamente por (desprezando-se o efeito de C0):
1
f CS = (29)
2π ⋅ [rπ //(rBB' + R g )] ⋅ [ C π + C µ ⋅ (1 + gm ⋅ ( R L // r0 // R C ))]

7.7 BIBLIOGRAFIA

1. Millman, J. e Halkias, C. C. Eletrônica. Mc Graw Hill, 1981, volume 2.


2. A. S. Sedra e K. C. Smith, Microelectronics, 4a. Ed., Oxford University Press, 1998.
3. Schematic capture user’s guide: version 6.3. Irvine, MicroSim Corp., 1995.

Eletrônica Experimental Amplificadores de Pequenos Sinais - Cap.7-13


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APÊNDICE I: MODELO π-HÍBRIDO

Podemos representar o comportamento externo de um quadripolo através de duas


tensões e duas correntes, tomando duas das variáveis como variáveis independentes e as
duas outras como função das variáveis independentes escolhidas. Tomando como base o
quadripolo da figura 1, podemos escrever que:

Figura 1: Quadripolo

v1 = h 11 ⋅ i1 + h12 ⋅ v 2

i 2 = h 21 ⋅ i1 + h 22 ⋅ v 2

Os parâmetros h11, h12, h21, h22 são chamados parâmetros “h” ou híbridos, pois são
dimensionalmente diferentes.

Figura 2: Circuito equivalente híbrido completo

O circuito equivalente CA de um dispositivo linear básico de três terminais está


mostrado na figura 2. A notação empregada nesta figura segue o padrão recomendado
pelo IEEE, sendo correspondente aos termos em inglês: input, reverse, forward e output,
como mostrado abaixo.

h11 = resistência de entrada = hi


h12 = relação de transferência inversa de tensão = hr
h21 = relação de transferência direta de corrente = hf
h22 = condutância de saída = ho

Figura 3: Circuito equivalente híbrido do transmistor em emissor comum

Tomando o terminal de emissor como terminal comum entre a entrada e a saída,


obtemos o circuito híbrido mostrado na figura 3. Observe que acompanhando o índice
Cap.7-14 - Amplificadores de Pequenos Sinais Eletrônica Experimental
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de cada variável temos uma letra “e”, denotando que a configuração utilizada no
modelamento é o emissor comum. Em geral este é o conjunto de parâmetros que os
fabricantes utilizam para apresentar as especificações dos transistores bipolares de
junção. Os parâmetros podem ser calculados como se segue:
∂v be ∂i c
h ie = v ce = 0 h fe = v ce = 0
∂i b ∂i b

∂v be ∂i c
h re = ib = 0 h oe = ib = 0
∂v ce ∂v ce

onde vbe, vce, ic, ib denotam os sinais incrementais de Vbe, Vce, Ic e Ib.
É importante lembrar que os parâmetros “h" do transistor dependem do ponto de
operação, motivo pelo qual os fabricantes provêm curvas que mostram a variação dos
parâmetros com o ponto de operação. Além disso, é importante lembrar que, como os
demais parâmetros do transistor, os parâmetros “h" também variam com a temperatura.
Informações mais detalhadas sobre este assunto podem ser obtidas no livro
ELETRÔNICA, de Millman & Halkias, cap. 8.2 a 8.4. Geralmente as medidas são
realizadas em 1 KHz.

Equivalência com o Modelo π-híbrido

Pode-se demonstrar que são válidas as seguintes relações entre os modelos π-híbrido e
parâmetros"h” (abordagem prática):

IC
gm ≅ VT ≈ 26mV
VT

β 0 = β AC = h fe β DC = h FE

h fe
rπ = rbb ' = h ie − rπ
gm

rπ 1
rµ = r0 =
h re h oe − (1 + h fe ) / rµ

gm
C µ = C C (extraído da curva CC x Vcb do dispositivo) Cπ = − Cµ
2π ⋅ f T

Eletrônica Experimental Amplificadores de Pequenos Sinais - Cap.7-15

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